Acordei na segunda-feira de manhã, o sol entrando pelas frestas da cortina e iluminando o meu quarto. A sensação de frescor da manhã se misturava com a lembrança da confusão dos últimos dias. Estava nua, e a imagem do bilhete que havia recebido ainda martelava na minha mente. Olhei para o relógio e percebi que precisava me apressar. Mas a dúvida me consumia: poderia me vestir agora? O bilhete dizia que a nudez era apenas para o fim de semana, mas não tinha certeza se o "fim de semana" se estendia até hoje.
Enquanto preparava o café, tentei focar em algo mais do que apenas a sensação de vulnerabilidade. O aroma do café fresco preenchia a cozinha, e me peguei pensando em tudo o que havia acontecido. A reunião descontraída com as amigas, o almoço com meus pais, e a estranha conexão com Carlos. Meu estômago se revirou ao lembrar do olhar dele sobre mim, e da sua mão que de forma inesperada tocou minha pele, assim como seu dedo em minha bunda. Eu sufocava essas lembranças, tentando afastar qualquer tipo de atração que pudesse sentir.
Ao me arrumar, abri o guarda-roupa. A visão era desoladora: sem roupas íntimas. Fui até o fundo do armário e revirei o que pude, mas não encontrei nada que pudesse usar por baixo das minhas roupas. Olhei para as opções de roupas que tinha: uma saia preta e uma blusa branca bem justa, que acabava realçando minha silhueta. Respirei fundo, sabendo que precisaria daquelas roupas para encarar mais um dia na agência.
Finalmente vestida, me vi no espelho e percebi que, apesar da situação, eu ainda tinha uma aparência profissional. Era hora de enfrentar o mundo e deixar as inseguranças de lado. Ao sair do meu apartamento, caminhei até o elevador, tentando não pensar em nada do que tinha acontecido. Minha mente estava um turbilhão, e eu precisava focar no trabalho.
Quando cheguei à portaria do meu prédio, notei algo peculiar na mesa do Oswaldo, o porteiro. Ele estava organizando alguns bilhetes e, à primeira vista, eram idênticos ao que eu havia recebido. Uma sensação de desespero me invadiu. Fui até ele, tentando parecer despreocupada.
— Oswaldo, o que são esses bilhetes? — perguntei, tentando esconder a curiosidade e o nervosismo na minha voz.
— Ah, Suzan! Parece que alguém resolveu fazer uma pegadinha. Esses bilhetes foram deixados debaixo das portas de todos os apartamentos. — Ele deu uma risadinha. — Uma ideia bem boba, não acha?
Senti meu coração afundar. O que era tudo aquilo? Como eu havia caído nessa armadilha? A vergonha e a raiva se misturaram em mim. O que eu havia vivenciado no fim de semana poderia ter sido evitado se eu apenas tivesse sido mais esperta.
— Então foi só uma brincadeira, então? — eu disse, tentando manter a calma.
— Isso mesmo! Algum desocupado por aí — ele respondeu, sem perceber a gravidade da situação para mim.
A sensação de ter sido feita de tola me invadiu. Eu tinha me exposto, vivido situações que nunca imaginei passar, e tudo isso por causa de uma pegadinha sem graça. A raiva e a vergonha tornaram-se combustível para eu fazer o meu melhor no trabalho.
A semana prometia ser cheia de desafios, mas eu estava decidida a não deixar que nada me atrapalhasse. Agora, eu tinha uma missão: fazer o melhor que pudesse e esquecer o que havia acontecido. Mas, em algum lugar no fundo da minha mente, o toque de Carlos ainda ecoava, me lembrando de que, apesar de tudo, eu também havia me sentido viva.
Enquanto Oswaldo continuava organizando os bilhetes, ele lançou um olhar divertido na minha direção e disse, com um sorriso no rosto:
— Olha só, Suzan, não é à toa que você ficou tão preocupada! Como você ficou presa sem roupa fora do seu apartamento, eu pensei que você poderia ter achado que esse bilhete era verdade.
Senti um frio na barriga e meu coração disparou. Não. Ele não tinha percebido, tinha? A lembrança de ter chamado por ajuda, exposta e vulnerável, rapidamente encheu minha mente. Eu forcei uma risada nervosa, tentando abafar a confusão e o constrangimento que me invadiam.
— Ah, claro que não! — respondi, tentando soar convincente, mas a minha voz falhou um pouco. — Eu nunca cairia em uma pegadinha como essa.
Oswaldo ergueu uma sobrancelha, claramente divertido com a situação. Ele riu, e a sensação de ridículo tomou conta de mim. O que eu poderia fazer? Eu não podia deixar que ele visse o quanto aquela situação me afetava.
— Sério, Suzan, você passou o fim de semana todo sem roupa, não passou? Espero que tenha mantido esse corpinho bem vestido e bem agasalhado, senão poderia pegar um resfriado — ele disse, piscando o olho.
Aquele comentário me deixou ainda mais apavorada. O que eu diria? Eu apenas sorri sem jeito e, rapidamente, virei-me para a saída, sem querer prolongar a conversa. Ainda mais sem calcinha, sentindo os meus pelos roçando no pano da saia, isso me fazia sentir como se eu estivesse novamente nua, na frente do porteiro. Era melhor não dar mais explicações. O tempo todo, eu tentava desviar do olhar dele, mas a sensação de estar na mira do seu humor aguçado era avassaladora.
— Não se preocupe, eu guardo segredo! — ele gritou enquanto eu me afastava, ainda rindo. A risada dele ecoava em meus ouvidos, aumentando a sensação de embaraço.
O caminho até a estação de metrô foi um verdadeiro turbilhão de pensamentos. A cada passo, eu me perguntava se ele realmente tinha percebido tudo, se havia uma possibilidade de que outras pessoas soubessem, e se eu realmente tinha me exposto de tal maneira. O que havia sido uma situação inusitada e até liberadora, agora parecia mais como um pesadelo.
Assim que entrei no metrô, procurei um lugar vazio mas não encontrei, tendo que viajar em pé, tentando encontrar alguma clareza. A viagem parecia interminável, e eu me peguei olhando pela janela, observando as pessoas que passavam, tentando me distrair. Era como se cada um deles tivesse um conhecimento secreto sobre mim que eu não podia suportar. Eu precisava esquecer aquele fim de semana e me concentrar nas responsabilidades do trabalho.
Ao chegar ao escritório, respirei fundo e tentei colocar um sorriso no rosto. A semana estava apenas começando, e eu não poderia deixar que o que acontecera me definisse. Eu tinha uma carreira para construir e novos desafios a enfrentar. Com esse pensamento, entrei no prédio da InovaMente, decidida a me reconectar com meu foco e meu propósito.
Chegar cedo ao trabalho era sempre uma boa maneira de começar a semana, especialmente depois de um fim de semana tão... intenso. Coloquei minha bolsa na sala, respirei fundo e me dirigi até a copa, onde prepararia um café para dar um pouco de ânimo para o dia que me esperava. Assim que o aroma forte e reconfortante de café começou a tomar conta do ambiente, senti-me mais centrada, mais preparada para enfrentar qualquer desafio.
Com a xícara fumegante nas mãos, dei o primeiro gole, sentindo o calor passar pela garganta e me aquecendo de dentro para fora. Mas, com um movimento descuidado, acabei derramando um pouco de café diretamente na minha camisa branca.
— Droga! — murmurei, olhando para baixo e vendo a mancha se espalhar. A situação me pegou de surpresa, e só consegui respirar aliviada por estar sozinha.
Sem ninguém por perto, eu ainda tinha uma chance de consertar aquilo sem chamar atenção. Corri para o banheiro e, com um pouco de água, tentei limpar a mancha. Felizmente, tinha deixado um blazer reserva no meu armário pessoal na sala, uma peça que sempre mantinha ali para emergências. A camisa precisava secar um pouco, e, com sorte, o blazer resolveria o problema temporariamente.
Tirei a camisa, lavei a parte manchada e, depois de torcê-la cuidadosamente, a levei até meu armário e pendurei para secar. Fechei o armário, me ajeitei com o blazer e ajustei o cabelo. A leveza do blazer contra a pele era uma sensação inesperada, e eu me senti momentaneamente livre daquele início de manhã atrapalhado.
De volta à minha sala, sentei-me, recostando-me um pouco na cadeira enquanto bebia o café e refletia sobre a manhã.
O som das portas se abrindo e o eco das vozes de minhas colegas pelo corredor começaram a preencher o silêncio do escritório. Uma onda de ansiedade misturada com curiosidade me invadiu. O que elas diriam? Como agiriam ao me ver depois de tudo o que rolou no sábado? Tentando não transparecer o quanto estava nervosa, tomei um gole do café — agora morno — e respirei fundo. O blazer me cobria, sim, mas era a única peça no meu tronco, sem camisa e, pior ainda, sem nenhuma roupa íntima.
Carla foi a primeira a passar pela minha sala. Ela parou na porta e, num movimento quase automático, espiou o ambiente. Não demorou nem meio segundo para que ela notasse minha expressão um pouco mais tensa e, claro, a ausência da camisa branca que costumava usar.
— Bom dia, Suzan! — ela disse com um sorriso, quase travesso, como se estivesse rememorando algo divertido.
Aquele "bom dia" carregava um tom que só as colegas íntimas de sábado entenderiam, e minha mente imediatamente voltou àquela noite: as risadas, os momentos sinceros e descontraídos, até mesmo os conselhos e as pequenas provocações que pareciam ter chegado para ficar. Era surreal, e agora aqui estávamos, de volta ao ambiente profissional, mas com uma carga que não existia antes.
Enquanto Carla seguia para sua mesa, senti uma pontada de insegurança. Por mais que eu tentasse me concentrar no trabalho, não conseguia ignorar o fato de estar ali vestindo apenas uma saia e um blazer. Meu corpo estava exposto de um jeito novo — e um pouco mais vulnerável do que eu gostaria.
Em seguida, Renata chegou, entrando com aquele jeito leve e cheio de energia matinal que ela sempre tinha. Ao me ver, ela ergueu as sobrancelhas, claramente notando minha mudança de roupa.
— Ei, Suzan! — Renata saudou, num tom amigável. — Você tá diferente hoje, só no blazer? Alguma tendência nova?
Ela piscou e deu um sorriso maroto, lembrando nitidamente do sábado à noite. Meu coração acelerou, e me forcei a dar uma risada casual, como se aquilo tudo fosse apenas uma coincidência ou uma escolha de moda.
— Pois é, Renata, moda-relâmpago! — brinquei, tentando desconversar e torcendo para que ela não puxasse mais o assunto.
Mas, claro, a lembrança da noite compartilhada entre nós estava ali, evidente. Renata apenas riu de volta e, antes de seguir para o próprio escritório, piscou de um jeito cúmplice que parecia dizer “lembro de tudo.”
Por fim, Bárbara e Natália chegaram, praticamente juntas, e acenaram para mim com aquele olhar meio avaliador. Eu percebia que elas também se lembravam vividamente de tudo o que tinha acontecido. O modo como me olhavam, ainda que respeitoso, carregava uma espécie de familiaridade que não estava ali antes.
Assim que todas se dispersaram, suspirei, me sentindo um tanto aliviada, mas ainda intrigada. Será que conseguiriam realmente deixar o assunto de sábado para trás? Será que eu conseguiria?
Bárbara entrou na minha sala de forma silenciosa, um pouco mais devagar do que o normal. Eu a observei enquanto ela olhava em volta, mas não dei muita atenção até ver seu olhar fixo em algo ao lado do meu armário. Só então percebi que um pedaço da minha camisa estava escapando pela fresta da porta.
Antes que eu pudesse reagir, ela caminhou até lá, abriu o armário devagar e espiou a camisa molhada pendurada lá dentro. Ela segurou a peça entre os dedos e a olhou de cima a baixo. Em seguida, virou-se para mim com um sorriso que eu conhecia muito bem — um daqueles sorrisos que significavam que ela estava prestes a me provocar.
— Suzan, só de blazer e saia hoje? — perguntou ela, num tom que combinava perfeitamente com o seu olhar malicioso.
Engoli em seco, sentindo o rosto esquentar.
— Ah, então... eu... eu acabei derramando café na camisa logo cedo, sabe? Foi só um acidente — expliquei, tentando parecer casual, mas sentindo a voz sair um pouco hesitante.
Ela ergueu uma sobrancelha, ainda segurando a camisa molhada e olhando para mim, sem disfarçar a diversão em seu olhar.
— Sei… um acidente, claro — disse, como se estivesse considerando minhas palavras. — E foi isso que te deixou… vestida assim?
Soltei uma risada nervosa e passei a mão pelo cabelo, tentando evitar o contato visual.
— Foi, sim! Eu queria lavar a mancha logo e... eu sempre tenho esse blazer reserva aqui para emergências, então… achei que seria o suficiente até a camisa secar — falei, gesticulando meio desajeitada. No fundo, sabia que minha explicação estava longe de convencê-la, mas precisava tentar.
Bárbara sorriu ainda mais, aquele sorriso cheio de segundas intenções. Ela cruzou os braços e me encarou com um olhar de quem estava armando alguma coisa, embora eu não soubesse o quê.
— Interessante — disse ela, com um toque de provocação. — Sabe, Suzan, parece que você está gostando de “imprevistos” ultimamente… primeiro o fim de semana, agora isso…
Senti o coração acelerar, e as palavras ficaram presas na garganta por um momento.
— Olha… não é nada disso que você está pensando, Bárbara! É só uma coincidência! — retruquei, tentando soar confiante.
Ela deu uma risadinha, balançando a cabeça.
— Claro, claro, Suzan, como você quiser — respondeu, ainda sorrindo. — Só fico imaginando o que mais você pode aprontar por aqui, sabe? Afinal, depois daquele sábado… você está mais… como posso dizer? Aventureira?
Tentei manter a calma e forçar uma risada, mas minha expressão deve ter mostrado o quanto eu estava desconcertada.
Bárbara parecia absolutamente satisfeita, como se tivesse ganhado algum tipo de poder sobre mim, e eu sabia que ela não ia deixar essa história morrer tão cedo.
Bárbara me olhou de cima a baixo, com aquele olhar analítico que, mesmo brincalhão, parecia cheio de intenções. Ela se aproximou um pouco mais e, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, sugeriu:
— Suzan, você poderia, sabe, dar uma voltinha? Só pra eu ter certeza de que sua roupa está… segura. Vai que, sem querer, você acaba… bem, mostrando mais do que devia, não é?
Senti o rosto esquentar. Aquela ideia de girar, sendo avaliada por Bárbara como se estivesse em uma espécie de “cheque de segurança” me deixava mais que desconfortável — estava absolutamente constrangida. Mesmo assim, engoli em seco, hesitei por um momento e depois levantei-me devagar, tentando fazer parecer que não era nada demais.
Dei um passo para o lado e comecei a girar lentamente, tentando manter o blazer o mais ajustado possível ao corpo. Olhei para ela em busca de alguma aprovação, mas o sorriso de Bárbara só crescia. Ela inclinou a cabeça, analisando o comprimento do blazer, e seu olhar ficou especialmente focado em como ele cobria meu corpo.
— Olha só, Suzan… — ela disse, com aquele tom divertido. — O blazer até cobre bem, mas você sabe que, com um ou dois movimentos mais descuidados, pode acabar mostrando… algo a mais, não é?
Eu ri, nervosa, e puxei o blazer para baixo.
— É… pode ser, sim, mas… acho que está tudo sob controle, Bárbara — respondi, tentando soar confiante, embora soubesse que minha expressão ainda estava longe disso.
Ela sorriu, inclinando-se para um lado enquanto avaliava o comprimento do blazer mais uma vez.
— Sabe, Suzan, se você quisesse, poderia até dispensar a saia. Com os movimentos certos, ele não deixaria você mostrar nada. Além disso, talvez ficaria até mais interessante, menos... óbvio — sugeriu, com um brilho nos olhos, mais provocativa do que nunca.
— Bárbara! — exclamei, meio rindo, meio incrédula. — Eu jamais… quero dizer… isso seria… completamente fora de questão! — Eu tentava encontrar as palavras certas, mas minha mente estava uma bagunça de pensamentos e sentimentos conflitantes. Ela claramente adorava ver meu embaraço, mas, para meu alívio, acabou dando uma risadinha e acenou, como se estivesse satisfeita por ter me deixado sem reação.
— Relaxa, Suzan. Foi só uma ideia — disse, me lançando um olhar de quem sabia exatamente o impacto que suas palavras tiveram em mim. — Mas sabe, você pode pensar nisso… nunca se sabe quando uma escolha ousada pode te surpreender.
Senti meu coração acelerar quando Bárbara, que já estava praticamente saindo, parou e voltou, fechando a porta e as persianas. O ambiente parecia ter mudado de temperatura, e eu fiquei parada, sem saber se ria da situação ou se a enfrentava de forma séria.
— Ah, Suzan — ela disse, com um sorriso malicioso nos lábios. — Pra que esperar algum incidente? Vamos simplificar, ok? Me dê sua saia.
Eu ri, nervosa, achando que fosse apenas mais uma brincadeira dela, mas Bárbara parecia determinada. Ela olhou para mim como quem espera, braços estendidos, pronta para receber a peça.
— Bárbara, não tem sentido nenhum isso! E se alguém… se alguém perceber? — tentei argumentar, mesmo sentindo uma parte de mim enfraquecendo diante da segurança com que ela falava.
— Não se preocupe, Suzan! Ninguém vai perceber nada — disse ela, colocando a mão no ombro da minha saia, incentivando-me, com aquela expressão divertida, mas ao mesmo tempo autoritária. — É como um pequeno exercício de liberdade! E eu juro que vou guardar tudo com cuidado.
Ainda que eu tentasse me convencer a manter a calma, parecia que alguma parte de mim cedia à ideia, de forma inesperada. Antes que eu percebesse, estava retirando a saia, as mãos trêmulas, e entregando a peça para ela. Tentei retrucar, mas parecia que as palavras me escapavam, e num piscar de olhos, minha blusa também já estava nas mãos de Bárbara, que as colocava com precisão dentro de uma sacola preta. Eu a observava sem reação, atônita, sentindo como se uma parte de mim ainda não acreditasse no que estava acontecendo.
— Pronto! — disse ela, satisfeita, segurando a sacola e abrindo a porta da minha sala. — Agora sim, Suzan, aproveite o dia para trabalhar… mais livremente, tem sorte de eu não levar suas roupas íntimas também.
E com um último sorriso, saiu, deixando-me ali, paralisada. A sensação era uma mistura de tesão e um toque de pânico, como se a linha entre o desafio e o risco estivesse muito mais tênue do que eu havia imaginado. E eu não estava usando nenhuma roupa íntima, como ela havia pensado, o que me deixava mais apavorada.