GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [22] ~ A CONVERSA!



Acabou que dormimos todos na minha cama. No outro dia cedo, fui preparar o café para o Luke, Yan e Isaac. Conversei um pouco com minha mãe e disse que os meninos tinham dormido e eu havia esquecido de falar. Meu pai me olhava com uma certa cara de desaprovação. A verdade era que meu pai estava estranho, ele não aceitava eu ser um recém-gay, mas minha mãe insistia que era a melhor opção para mim ser quem eu realmente era.
Ela e a Juliette, a mãe do Luke, conversaram bastante uma com a outra, e elas passaram por cima de seus maridos, o que achei o máximo. Afinal, tanto eu como o Luke estávamos com liberdade para namorar em nossas casas (nossos quartos), apesar de todo o clima de tensão com nossos pais.
Preparei uns mistos, e leite com Nescau, era o máximo que eu podia fazer. Tinha uns pedaços de bolo que a empregada havia feito também. Chamei os meninos e fomos todos tomar café. Rimos e conversamos algumas besteiras quando meu pai surge na cozinha e avisa a minha mãe que estava indo para casa de um amigo e meu irmão ia junto. Ele se despediu e deu um tchau friamente a todos.
O Yan e o Isaac iriam embora e o Luke me chamou para ir para sua casa:
– Vamos lá pra casa, a gente almoça e depois fica no deck do lago e conversamos melhor. O que acha? – sugeriu ele com aquele sorriso que me derretia.
– Pode ser. Aquele deck está ficando a nossa cara, não é mesmo? Tudo a gente resolve lá, já percebeu? – eu falei sorrindo.
– Sim, eu amo aquele lugar. É um dos meus locais favoritos do condomínio, e acho que da vida também. Lá conseguimos conversar sem interrupções, com aquela vista incrível... é quase mágico.
– É verdade... lá parece que estamos em outro mundo. Só nós dois.
Então fui falar com minha mãe, pedi permissão para ir para casa do Luke, e ela deixou. Nos despedimos dos nossos amigos e minha mãe foi deixar eu e o Luke na casa dele. Chegando lá, ela desceu e ficou conversando com sua nova melhor amiga, a mãe do Luke. Ela chamou minha mãe também para almoçar e acabou que ela iria passar o dia fofocando com sua nova best friend.
– Sua mãe e a minha se deram bem demais, né? – comentou Luke enquanto entrávamos.
– Pois é! Quem diria que nossas mães se tornariam melhores amigas?
Após o almoço, ajudamos a arrumar a mesa e lavamos a louça. Apesar da casa do Luke ter empregados, ele sempre fazia algumas tarefas domésticas, principalmente aos domingos quando a maioria dos empregados tinha folga. Eu achava isso o máximo.
Depois de ajeitarmos tudo, fomos para o quarto. Ele colocou qualquer coisa na TV, e ficamos deitados, ele no meu peito alisando meu abdômen, e eu alisando seus cabelos. Acabou que pegamos no sono. Acordei com o Luke me beijando, abri os olhos e olhei para ele com aquele olhar pelo qual eu era completamente apaixonado. Olhei para o relógio, já era quase 16h, e então ele disse:
– Bora pro deck? Já já o sol vai se pôr, e vamos ter tempo pra conversar e admirar o pôr do sol juntos.
– Vamos. Adoro ver o céu mudando de cores com você.
E então tomamos um banho juntos. Ele me ensaboava, brincamos um pouco, era um banho normal. Diria que era um banho de dois grandes amigos, sem segundas intenções, sem beijos, sem toda aquela intensidade que a gente carregava um no outro. Foi desde esse dia que eu percebi que nem sempre que eu estivesse com o Luke precisaríamos estar aos beijos ou coisa do tipo. Ele podia ser meu namorado e meu amigo ao mesmo tempo.
Era uma sensação reconfortante saber que nossa relação ia além da atração física – tínhamos uma conexão genuína que transcendia isso. Com Luke, eu me sentia completo em todos os sentidos
E então fomos para o deck caminhando lado a lado como duas pessoas normais. Sentamos e ficamos lado a lado. Olhei para o Luke, já era quase hora da golden hour e seu sorriso se iluminava com os raios de sol que batiam em seu rosto. Sei que já falei mil vezes, mas eu nunca vou me cansar de admirar o Luke, nunca vou cansar do seu sorriso e de sua beleza. O Luke era meu tudo, e sempre será. Não há como negar isso. E então quebrei o silêncio:
– E então, por onde começar? – falei olhando em seus olhos.
Ele suspirou profundamente, seus olhos refletindo a luz dourada do sol poente. Passava os dedos pela madeira do deck, como se buscasse a resposta naquela textura.
– Acho que precisamos definir o que queremos para nós dois daqui para frente – disse ele finalmente. – Eu quero que dê certo, Lucas. De verdade.
Engoli em seco. Aquele era o momento da verdade. Precisava ser honesto, por mais difícil que fosse.
– Luke, eu começo então… – minha voz falhou levemente. – Eu realmente fiquei com o Carlos, como você já sabe.
O sorriso dele desapareceu instantaneamente. Seus olhos, antes banhados de dourado, agora estavam marejados.
– Eu sei, e isso me doi, você sabe. – a voz dele soou baixa, quase um sussurro ferido.
– Sim, eu sei – admiti, sentindo um peso enorme no peito. –
Luke fechou os olhos por um momento, respirando fundo. Quando os abriu novamente, pude ver toda a dor que minhas palavras haviam causado.
– E você? – perguntei hesitante. – Ficou com alguém em Sidney?
Ele mordeu o lábio inferior antes de responder:
– Sim, fiquei. Um garoto que conheci numa festa do intercâmbio – confessou, sem desviar o olhar. – Mas não significou nada.
Ficamos em silêncio por alguns minutos. O sol continuava seu caminho para o horizonte, pintando o céu de tons alaranjados e rosa. Aquele momento tão bonito contrastava com a tensão que pairava entre nós.
– Sabe o que mais me machuca, Lucas? – Luke finalmente quebrou o silêncio. – Não é que você tenha ficado com outra pessoa. É que você não foi sincero comigo desde o começo. Quando aconteceu da primeira vez, você escondeu.
– Eu sei que errei – respondi, sentindo lágrimas se formarem. – Eu fiquei confuso com relação aos meus sentimentos pelo Carlos, por isso acabei ficando com ele dessa última vez.
Luke me encarou, como se tentasse enxergar além das minhas palavras.
– Você gosta dele? – perguntou, com a voz embargada.
Peguei suas mãos entre as minhas, olhando diretamente em seus olhos.
– Eu até podia estar confuso, Luke, mas desde quando te vi pela primeira vez, quando estou com você, a única certeza que eu tenho é que eu quero você e não outra pessoa – falei com toda a sinceridade que consegui reunir. – Eu te amo como nunca amei ninguém.
Luke sorriu sem graça, seus olhos ainda brilhando com lágrimas contidas.
– Vai ser difícil confiar em você, sabia? – ele disse com voz trêmula. – Principalmente quando você tiver que viajar com o Carlos para algum campeonato de vôlei. Como vou saber que não vai acontecer de novo?
– Você tem que confiar em mim – insisti, aproximando-me mais dele. – O Carlos já se mostrou ser uma cobra, e eu sei que ele seria capaz de tudo para ficar comigo... mas eu não vou cair nessa de novo, Luke. Eu prometo.
– Como posso ter certeza? – ele perguntou, sua voz quase um sussurro.
– Porque eu te amo – respondi sem hesitar. – Porque quando não estou com você, sinto como se estivesse incompleto. Porque seu sorriso é a primeira coisa que quero ver quando acordo e a última antes de dormir.
Uma lágrima escorreu pelo rosto de Luke. Com delicadeza, sequei-a com meu polegar.
– Eu também te amo – ele disse. – É por isso que dói tanto quando você me magoa.
– Eu sei, e me odeio por ter te feito sofrer – confessei. – Mas quero que saiba que não vou ficar com Carlos, nem com ninguém. Só quero você, Luke. Só você.
O sol já estava quase se pondo, lançando seus últimos raios sobre nós. No horizonte, o céu exibia uma explosão de cores que parecia abençoar aquele momento.
– Posso confiar em você? – Luke perguntou, seus olhos fixos nos meus, buscando uma resposta verdadeira.
Em resposta, me aproximei e o beijei suavemente. Um beijo cheio de promessas e de um amor que, apesar das feridas, continuava mais forte que nunca.
– Sim – sussurrei contra seus lábios. – Sempre.

Eu sabia que ainda faltava alguma coisa, nossa conversa não estava 100% então eu olhei para o Luke e disse tudo aquilo que me vinha na minha mente:
– Sabe Luke, eu acho que a gente poderia recomeçar agora, do zero, tentar esquecer tudo o que fizemos no passado e se concentrar no hoje e no futuro – falei, enquanto os últimos raios de sol iluminavam seu rosto. – Não adianta a gente brigar e você jogar na minha cara que eu te traí ou coisa do tipo, ou eu questionar com quem você ficou em Sidney, por exemplo. Acho que temos um novo livro na nossa vida. Eu quero te conhecer melhor, eu quero ser o melhor namorado do mundo pra você, eu quero fazer valer a pena cada momento que vamos passar juntos porque eu simplesmente te amo, sabe Luke?
Meu coração batia acelerado, as palavras saíam como uma torrente que não conseguia mais conter.
– Porra, faz alguns meses que você entrou na minha vida e tudo mudou, mas o que eu sinto por você nunca senti por ninguém. Isso que eu sinto aqui dentro – coloquei sua mão sobre meu coração – nunca senti por ninguém. Eu te amo mais que tudo, eu me sinto bem perto de você, e eu quero ver você bem. Eu te amo muito, muito, muito, muito, e quero me desculpar por tudo que eu já te fiz, por ter ficado com o Carlos, por não ter confiado em você.
O Luke me olhava intensamente, seus olhos brilhando com as lágrimas que teimavam em se formar.
– Eu reconheço tudo isso e sei que eu errei muito, mas não adianta, não posso voltar no tempo. O que eu fiz tá feito e não volta atrás. O que eu tenho a oferecer são mudanças, que a partir de hoje eu seja o namorado que você sempre quis, e você seja o namorado que eu sempre quis. Vamos esquecer tudo isso, e vamos seguir nossa vida.
Respirei fundo e continuei:
– Se o Carlos vai fazer algo contra nós, se eu vou viajar com o Carlos, se isso ou aquilo... PORRA! isso não importa! Isso é um problema que vamos resolver no futuro, e a gente tem que viver o hoje. Não adianta a gente pensar num problema lá na frente do qual a gente nem sabe se vai ter. Tudo pode acontecer, inclusive nada. Eu te amo e eu vou te fazer o cara mais feliz desse mundo, você é meu tudo! UFA! – respirei aliviado.
Falei tudo o que eu senti, não ensaiei as palavras, e falei toda a verdade que me vinha na mente. Meu coração estava exposto ali, para ele ver cada pedaço.
Luke sorriu, aquele sorriso que me conquistava toda vez, e apertou minha mão entre as suas.
– Obrigado por tudo o que você me disse, Lucas – ele respondeu com a voz suave, enquanto o céu já começava a escurecer sobre nós. – E realmente concordo com tudo o que você disse. Minha vida mudou muito. Pela primeira vez enfrentei meu pai porque eu queria você, e eu quero você. Você bagunçou toda a minha vida, você entrou e causou algo que nunca senti também.
Ele aproximou seu rosto do meu, nossos narizes quase se tocando.
– E eu devo admitir que te amo muito. Não vai ser fácil simplesmente fechar os olhos e esquecer tudo o que Carlos me disse, tudo que o Carlos mostrou, ou tudo que eu li. Mas isso é um começo. Acho que você tem razão, devemos começar um novo capítulo, um novo livro, e esquecer, ou pelo menos tentar esquecer, tudo que passamos. É a melhor opção.
Suas mãos tocaram meu rosto com tanta delicadeza que senti um arrepio percorrer minha espinha.
– Eu quero te fazer feliz e eu quero que você me faça feliz. Quero que a gente seja sincero um com o outro, e que a gente evite essas mágoas que podemos ter. Eu peço desculpa por ter usado você como te usei, peço desculpas por ter sido frio, por ter te procurado quando era conveniente para mim. Eu sei que eu também não agi certo, assim como você também não agiu. Então peço desculpas. Nem eu nem você fomos perfeitos. Somos dois adolescentes aprendendo a amar, e isso que eu quero a cada dia. Eu quero você, eu te amo, Lucas Maia.
E então a gente finalmente se beijou, e ali começava uma nova página, ou melhor, um novo livro na nossa história. As amarras, as mágoas haviam ficado no passado e agora o que importava era o presente, era viver um novo romance com sinceridade, era fazer valer a pena aquela segunda chance. Eu e o Luke finalmente teríamos nosso felizes para sempre?
Não sei se acredito em contos de fadas ou em finais perfeitos, mas naquele momento, sob as primeiras estrelas que começavam a surgir no céu, enquanto seus lábios tocavam os meus, eu acreditava que sim, era possível construir nossa própria história de amor. Naquele momento, soube que tínhamos muito ainda a construir, muito a confiar um no outro, mas também soube que valia a pena. Por ele, por nós, valia cada segundo.
Finalmente a paz havia se selado entre a gente. Eu me sentia leve, me sentia bem. Seria uma nova etapa do nosso namoro, e agora eu teria que pensar que éramos uma só pessoa. Precisaria ser fiel e precisaria mostrar ao Luke que eu havia mudado e que ele podia confiar em mim. Trocamos um beijo rápido e apaixonado, e quando voltamos para casa, nossas mães tinham saído para buscar comida. O Luke me levou para o seu quarto e disse:
– Trouxe um presente pra você – e ele me olhou com um sorriso travesso.
– O que é? – perguntei, curioso.
Ele então abriu a mala e me entregou uma sacola. Era uma cueca.
– Uma cueca? Sério? – questionei, erguendo as sobrancelhas. – Usada?
– Sim, pra você lembrar de mim. Essa cueca é especial – ele piscou o olho e então eu tirei a cueca da sacola e cheirei.
– Que cheiro é esse? – falei sorrindo, percebendo que estava impregnada com um cheiro que conhecia bem.
– Essa cueca foi meu “pano” de porra, gozei nela todos os dias me masturbando e pensando em você, quero que você durma com ela todas as noites. – Então cheirei com vontade aquela cueca. – Deixe na sua cama, que sempre que eu puder irei adicionar uma leitada nela pra você nunca esquecer de mim.
– Você é um safado sabia? – Falei puxando ele para um beijo, então ele se afasta e diz:
– Tenho outro presente – ele falou e me entregou uma caixa.
Na caixa tinha alguns chocolates, chaveiros e uma camisa, entre outras coisas que todo turista traz de lembrança. Sorri e puxei ele para um beijo, onde nosso beijo foi ficando intenso e forte. Nossas mães tinham ido buscar pizzas, então tínhamos pouco tempo para aproveitar, a medida que a gente se beijava íamos arrancando nossas roupas, o beijo passou a ser chupadas por todo o corpo, o Luke chupava meu peito, passava a mão na minha bunda, pegava no meu pau, e eu segurava seu pau e apertava com força, ele me jogou no sofá que tinha no seu quarto, empinei minha bunda e ele meteu a língua no meu cú, girando e lambendo, ele sussurra no meu ouvido que temos que ser rápidos, ele pega o lubrificante mela seu pau, e seus de dedos, e começa a me dedar passando lubrificante em todo meu cú, e então começou a me penetrar, empurrando com força seu pau dentro de mim, e eu gemia e pedia pra ele meter com mais força e mais rápido, estava completamente entregue ao prazer, eu fechava os olhos e sentia todo seu pau dentro de mim, o Luke me dava tapas, me xingava, me puxava para beijo, estávamos entregue um ao outro sem medo de nada, até que eu gozo melando todo o seu sofá, e a medida que meu cú se contraia apertava o pau do Luke e ele goza logo em seguida dentro de mim. Ele tira seu pau dentro de mim, e me puxa para um beijo, a gente se olha com uma cara de cumplices e ouvimos barulho de nossas mães chegando e chamando a gente para comer, a gente se limpa rapidamente, e lavamos as mãos e passamos um hidratante pra tentar tirar qualquer cheiro de sexo que poderia existir e então descemos.
Depois do jantar, me despedi do Luke e da sua mãe, e voltamos para casa. Quando chegamos, uma nova tempestade estava para se formar. Meu pai estava aparentemente bêbado, então ele disse:
– Isso são horas de chegar? – falou ele olhando pra mim, furioso.
– Estávamos na casa do Luke. Passei a tarde com a Juliette – minha mãe respondeu, tentando acalmar a situação.
– Eu realmente mereço ter que aturar esse romance desses viados aqui na minha casa? – cuspiu ele, suas palavras cheias de ódio.
– Jorge, poupe suas palavras. Já conversamos sobre isso – minha mãe rebateu, firme.
– Poupar palavras? Cláudia, você aceita essa safadeza aqui em casa? O Lucas trancado no quarto com o Luke e os outros garotos? Você acha isso bonito? Você criou seu filho pra isso, pra ele ser uma bicha, um viado desprezível?
Cada palavra dele era como uma facada no meu peito. Minha mãe respirou fundo antes de responder:
– Respeite meu filho! Já disse isso a você mil vezes. Lucas, vai pro seu quarto – ela ordenou, tentando me proteger.
– Pro quarto nada! O moleque fica aqui. Ele precisa ouvir umas verdades. E tem mais, se for pra ter que aturar esse viado aqui recebendo o outro viado, eu prefiro sair dessa casa – gritou meu pai, o rosto vermelho de raiva.
– Pois pode sair, Jorge. Vá em frente. Entre você com seu machismo e sua arrogância, e meu filho, eu fico com meu filho – respondeu minha mãe, com uma coragem que eu nunca tinha visto antes.
– Você quer jogar fora nosso casamento por conta desse viado?
– Esse "viado" é seu filho também! – ela gritou de volta, lágrimas começando a se formar em seus olhos.
– Ele deixou de ser meu filho há muito tempo. E quer saber? Vou mesmo embora, é o melhor que eu faço... – ele ficou em silêncio por um momento, depois continuou: – O Pedro vai comigo. Não vou deixar meu caçula viver nesse ambiente tóxico, nessa patifaria que essa casa se tornou.
– Você não vai levar o Pedro coisa nenhuma! – protestou minha mãe.
– PEDRO, VENHA AQUI NA SALA AGORA! – gritou o meu pai.
Então meu irmão chegou em silêncio, assustado com a discussão, e meu pai disse:
– Estou indo embora. Você quer morar comigo ou com sua mãe?
O Pedro olhou assustado e disse, com a voz baixa:
– Com o senhor, pai. Eu escolho você.
Senti meu coração afundar. Meu próprio irmão escolhendo ir embora, para longe de mim.
– Pegue suas coisas, que vamos embora. Pegue o básico, as coisas da escola, e depois vamos resolver o que fazemos com o restante.
– Você não vai levar meu filho coisa nenhuma! – minha mãe gritou, desesperada.
– Eu vou levar sim, e você não vai me impedir. O filho é meu e ele escolheu com quem ele quer ficar. Não vou deixar meu filho ficar nessa casa e correr o risco de ser corrompido por esse lixo que você chama de filho.
E a discussão continuou. Claro que todas as palavras que o meu pai me disse me feriram, me magoaram. Eu fiquei completamente triste e arrasado. Apesar de ter tido um dia incrível, de ter começado um novo capítulo com o Luke, ali começava uma nova fase: a separação dos meus pais.
Eu comecei a carregar aquela culpa. Meu irmão optou por ir com meu pai – eles sempre foram bem mais próximos, e o Pedro tem maior afinidade com o meu pai, isso é fato. Mas ali eu me senti um excluído. Ele me chamou de lixo, e isso me doeu. Era algo que eu levaria pelo resto da minha vida, toda aquela humilhação.
Então fui pro meu quarto em silêncio e comecei a chorar. Meu pai foi embora, minha mãe não conseguiu impedir que Pedro fosse, e então ela desabou no choro. Eu não sabia o que fazer, porque eu chorava também – chorava no meu quarto e ela no dela.
Então fui até o seu quarto. Ela estava deitada, com os olhos vermelhos e inchados, e eu disse:
– Desculpa, mãe. Sei que toda a culpa é minha – e então comecei a chorar novamente, sentindo o peso do mundo em meus ombros.
– Filho, você não tem culpa de nada. Seu pai que é um babaca – ela disse, me puxando para perto dela.
– Ele me odeia... e eu odeio ele – confessei entre soluços.
– Ele tá com a cabeça quente, mas você é meu filho. Eu amo você e sempre vou passar por cima de qualquer coisa por você. Não se sinta culpado. Eu quero ver você bem.
Ela me abraçou forte, e ficamos assim por um longo tempo. Em meio à tempestade que se formava lá fora, encontrei algum conforto nos braços da minha mãe. Mas a dor das palavras do meu pai, e a escolha do meu irmão de ir com ele, criaram feridas que eu não sabia se algum dia cicatrizariam completamente.


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Comentários


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renancachorro Comentou em 15/04/2025

Sobre a conversa entre Luke e Lucas: gostei que eles se entenderam, mas não gostei que mais uma vez eles prometeram fidelidade. Eles precisam entender que não nasceram para comer feijão todos os dias e isso não significa que eles não amem feijão.

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renancachorro Comentou em 15/04/2025

E fica pior! Esse pai é um escroto do caralho, mas a justiça sempre fica ao lado da mãe, sem contar que o pai não vai cuidar de Pedro como a mãe cuidava, visto que ele trabalha muito.




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Nome do conto:
GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [22] ~ A CONVERSA!

Codigo do conto:
233333

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
15/04/2025

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