GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [23] ~ ADRENALINA PROIBIDA




Três meses haviam se passado, e durante esse tempo algumas coisas importantes aconteceram. Primeiro, a separação dos meus pais — eles realmente se separaram e houve uma briga grande entre os dois, principalmente com a divisão dos bens e pensão para mim e para o meu irmão. Minha mãe ficou com a guarda do Pedro, mas ele passava todos os finais de semana com o meu pai, que ficava cada vez mais distante de mim.
O apartamento onde morávamos, meus pais venderam e dividiram o dinheiro. Minha mãe comprou um um pouco menor e também um pouco mais simples, comparado ao que a gente tinha antes. Mas apesar do apartamento ser menor, era muito bonito e perto do colégio, o que facilitava bastante minha rotina.
Meu namoro com o Luke corria bem, embora a gente brigasse com frequência, mas logo estávamos de bem novamente. Durante esse tempo, o Luke tinha pequenos ataques de ciúmes, e às vezes ele mudava de humor muito rapidamente. Hoje, olhando para esses pequenos detalhes, consigo ver como eram os sinais da bipolaridade dele, mas é algo que não vou aprofundar agora — irei esperar o momento certo para contar essa parte da história.
O Carlos se manteve distante durante esse tempo. Não me procurou e eu não procurei ele. Nosso assunto e contato era restrito ao vôlei; fora das quadras, não tínhamos nenhum contato, e isso foi bom de certa maneira. Precisávamos desse espaço.
Já minha amizade com Yan ia se fortalecendo cada vez mais. Sempre saíamos juntos — eu, o Luke, o Yan e o Isaac. Todo final de semana estávamos reunidos, fosse para ir ao cinema, jogar videogame ou apenas andar no shopping.
Meu aniversário estava chegando, seria dia 16 de novembro e iria cair numa segunda-feira. Não quis fazer festa grande, acabei optando por um jantar com minha mãe, o Luke e o Yan com Isaac. Foi uma comemoração relativamente simples, apenas com pessoas próximas. A mãe do Luke também foi, mas nossos pais não compareceram.

Durante esse tempo eu também me mantive fiel ao Luke, nosso beijo nossa pegada ficava cada vez melhor, cada beijo era um encaixe perfeito, a gente sempre trocava alguns bilhetes de amor durante a aula, ele me arrancava os sorrisos mais bobos que eu tinha, acho que toda nossa história tivemos muitos altos e baixos, posso até dizer que mais baixos do que alto, pq brigamos muitos durante todo o processo, mas quando eu lembro de todos os detalhes, das coisas boas, eu esqueço tudo isso em questão de minutos, o Luke sempre será o homem da minha vida.

O ano havia chegado ao fim, e finalmente estávamos de férias. Luke iria viajar para os EUA para passar o final do ano com seu irmão. Seus pais iriam também, e ele só voltaria no início de janeiro. Isso me deixou um pouco triste, pois iríamos passar algumas semanas sem nos ver. Dessa vez foi diferente da viagem dele para Sidney, porque agora estávamos juntos e em Sidney não. Nossa despedida foi marcada por muitos beijos, sexo e com juras de fidelidade. Seriam três semanas longe do Luke.
Meu Natal naquele ano foi um pouco triste. Minha mãe ainda sentia falta do meu pai vez ou outra, e sempre passamos o Natal com o lado da família do meu pai. Esse ano foi algo mais simples, somente eu e ela. Pedro ficou com o meu pai e a sua família. Meus avós até queriam que eu fosse, mas como eu não estava falando direito com meu pai, preferi não ir e ficar com a minha mãe. Ela ainda pensou em ir para o interior passar com a família, mas optou por não ir, queria ficar pela cidade mesmo.
Conversava com o Luke quase todos os dias, pelo Skype ou por telefone. Ele contava das coisas que fazia durante o dia, e a gente fazia sexo via telefone, o que foi muito bom também, quase todos os dias gozamos juntos.
No Ano Novo, minha mãe foi convidada para passar a virada na casa do Carlos. Os pais dele iriam fazer uma festa e chamaram minha mãe, que logo se animou. Confesso que eu não queria ir. A última pessoa com quem eu queria passar o Ano Novo era o Carlos, porque sabia que isso poderia me trazer problemas. Mas não tive escolha. Falei com o Luke, e ele não gostou muito de saber, apenas me disse para tomar cuidado. Minha sorte foi que o Yan e o Isaac também iriam, então eu estaria cercado de amigos.
O Ano Novo foi tranquilo, apesar de bebermos muito. Não aconteceu nada demais, a não ser uma grande troca de olhares com um primo do Carlos, um primo do sul que tinha ido passar as festas lá. Ele era bonito e, depois de meses sendo fiel ao Luke, não pude deixar de reparar nele, que tinha uma beleza extremamente marcante. Até comentei com o Yan, e ele concordou comigo. Seu nome era Rodrigo, e vez ou outra ele entrava na nossa roda de conversas e a gente se olhava, mas não passamos dessa troca de olhares. Ele tinha uma namorada, pelo que eu tinha entendido.
— Aquele ali não para de te olhar — Yan comentou discretamente quando estávamos pegando mais bebida.
— Acho que você está imaginando coisas.
— Como se você não tivesse percebido. Cuidado, hein? O Luke não está aqui, mas tem gente que não perde nada.
Dei de ombros, tentando disfarçar o leve formigamento que sentia toda vez que cruzava olhares com Rodrigo. Era apenas atração física, eu dizia a mim mesmo. Nada que pudesse abalar o que eu sentia pelo Luke.
À meia-noite, enquanto todos comemoravam a chegada do novo ano, pensei no Luke, a quilômetros de distância, e mandei uma mensagem desejando um feliz ano novo. A resposta veio quase instantaneamente, como se ele também estivesse pensando em mim naquele exato momento.
Foi uma virada tranquila, afinal. Minha mãe parecia estar se divertindo com os pais do Carlos, e isso me deixou feliz por ela. Talvez esse novo ano trouxesse coisas melhores para todos nós.
Finalmente chegou o dia que o Luke retornaria, mas tive uma surpresa: seu irmão Paul veio também. Ele iria passar alguns dias aqui no Brasil, e eu estava ansioso para conhecer meu cunhado. O Luke chegou numa quarta, mas a gente só se encontrou na quinta. Passamos o dia juntos matando a saudade um do outro, ou seja muito sexo para colocar tudo em dia. À noite fui para um jantar na sua casa, minha mãe também foi, e lá iria conhecer o Paul.
E bom, o que posso falar do Paul? Ele era extremamente bonito, muito parecido com o Luke, só que uma versão extremamente melhorada. O Luke já era bonito, mas o Paul... nossa, não sabia explicar o rosto, a barba, o seu jeito de olhar. Fomos apresentados um ao outro, e trocamos um olhar bem marcante. Sabe aquele olhar que a gente sente quando a pessoa está olhando dentro da alma? Esse era o olhar que troquei com o Paul.
Eu estava sim sendo fiel ao Luke durante todo esse tempo, mas seu irmão ali, sua beleza... eu seria capaz de trair sim, rsss. Durante a noite conversamos e ouvíamos histórias do Paul. O Luke tinha uma relação razoável com o irmão. Às vezes eu reparava nele e acho que ele percebia, e me olhava com um olhar diferente, e logo eu abaixava a cabeça ou olhava para outro canto.
Teria apenas uma semana de férias com o Luke. Nossas aulas retornariam dia 18 de janeiro. Íamos começar o pré-vestibular e as aulas para a gente iriam começar bem antes de todo mundo, afinal era um ano decisivo. Nessa mesma semana fomos para casa de praia dos pais do Luke, era uma verdadeira mansão, e passaríamos a semana lá. E claro, o Paul também iria. Isaac e Yan também foram.
Estávamos um dia na piscina e o Luke e o Isaac tinham ido pegar umas bebidas. Aproveitei que estava sozinho com o Yan e comentamos:
– Nossa, o Paul é um gostoso, olha lá – disse o Yan apontando para o Paul. – Porra, sim, eu não me canso de olhar para ele, sem camisa.
– Você teria coragem?
– Cara, sim! Você sabe que tô sendo fiel, mas o Paul mexeu comigo desde quando o vi pela primeira vez. Sei lá, ele é um gato, e a gente sempre troca olhares, mas nada de mais.
– Você não vale nada, mas devo concordar com você, ele é um puta de um pedaço de mal caminho.
Logo o Isaac e Luke voltaram com mais bebidas e ficamos lá conversando e bebendo. O Paul estava com alguns amigos que haviam estudado com ele aqui, e ele não gostava de usar sunga, sempre estava de bermuda. Mas seu abdômen trincado, com as entradas da perdição, aquele "V", e tinha uma bunda bem bonita. Era o que me fazia olhar para ele todos os dias que passamos juntos.
E como a carne é fraca e minha vida é uma novela, não poderia ser diferente. Tinha ido no quarto que eu dormia com o Luke pegar meu celular, e quando estou entrando, o Paul está saindo do seu quarto. Ele me olha e eu olho para ele, até que ele se aproxima e entra no meu quarto. Ele me olha por alguns segundos e finalmente me beija. Nossos lábios se encontram e então trocamos um beijo rápido e quente. Ele para de me beijar e fala:
– Agora entendo por que o Luke é caído na sua, você beija muito bem.
– Obrigado, mas isso não é certo, ele é seu irmão!
– Vai dizer que você não estava me desejando? Acha que não percebi seus olhares pra mim?
– Você também me olhava – tentei parecer casual.
– Porque você me olhou primeiro... Vem pro meu quarto hoje à noite quando o Luke dormir, quero aproveitar você.
– Não dá, o Luke tem sono leve, e pode dar merda.
– Arruma uma desculpa, quero te curtir!
Ele então me deu mais um beijo e saiu. Fiquei atordoado com meus pensamentos, e processando tudo que acabara de acontecer. Eu havia traído o Luke com o seu irmão. Eu queria ele, não vou mentir, e estava sendo muito difícil me manter fiel, ainda mais com aquela tentação 24 horas por dia. E sim, eu queria ter um momento a sós com ele também, não vou mentir, mas era algo que não sabia como fazer para poder dar certo.
Quando voltei para onde os meninos estavam, quando fiquei a sós com o Yan, contei a ele do beijo:
– Cara, não acredito que ele fez isso, tô passado real – disse o Yan chocado com o que eu acabava de contar.
– Pois é, e o bicho beija bem e nossa, não paro de pensar. Preciso ficar a sós com ele, mas não faço ideia como.
– Quero saber de todos os detalhes, viu?
– Lógico, você é meu bff, rsss.
– Você não vale nada, Lucas.
– Eu sei, mas fazer o quê? Sou apenas uma vítima de um homem gostoso e sensual.
Durante o resto do dia, tentei agir normalmente com o Luke, mas era impossível não ficar olhando para o Paul cada vez que ele passava. À noite, enquanto estávamos todos reunidos para um jantar na varanda, percebi que Paul não tirava os olhos de mim. Disfarçadamente, ele passou por mim e sussurrou:
– Te espero no meu quarto, final do corredor.
Senti um arrepio percorrer minha espinha. O Luke, que estava se aproximando perguntou se eu estava bem.
– Só um pouco de vento – respondi, tentando disfarçar o nervosismo.
Aquela seria uma longa noite. Eu sabia que estava prestes a fazer algo terrível, mas a tentação parecia maior que qualquer senso de lealdade naquele momento. E o pior: eu estava gostando daquela adrenalina proibida.
Naquela noite mal consegui dormir. Eu pensava no Luke e no Paul a alguns quartos de distância, mas era arriscado. Eu não podia simplesmente sair e entrar no quarto do meu cunhado sem mais nem menos. Poderia dar uma merda muito grande e preferi tentar outra oportunidade, apesar de quase eu ter ido, resolvi me segurar.
No outro dia a sorte parecia estar a meu favor. O Luke precisava ir à cidade resolver umas coisas com a sua mãe. Perguntei se ele queria que eu fosse, e para minha sorte ele disse que não precisava. Eu teria algumas horas sozinho, e essa seria a minha chance com o Paul. Era uma situação segura.
Durante o café eu e Paul trocamos alguns olhares. O Yan e o Isaac ainda estavam com a gente, então eu teria o Yan para me acobertar. O Paul falou que iria passar o dia na casa de praia de uns amigos e voltaria à noite. Fiquei pensando se era algum truque dele ou se realmente ele iria.
O Luke voltou para cidade com a mãe e disse que voltaria o mais rápido possível. Pedi para ele passar em casa e pegar o Thanos, meu cachorro, e ele disse que passaria. Afinal, era uma maneira de saber que ele estava voltando para a praia.
Fiquei na piscina com Yan e Isaac, e então o Paul saiu. Ele me olhou e abriu um sorriso. Ficamos na piscina e alguns minutos depois o Paul retorna. Ele me olha e eu falo para os meninos que ia buscar um negócio. Entro na casa com o coração acelerando, e vou até o meu quarto. Quando abro a porta, o Paul estava lá e me puxa para um beijo. Fecho a porta do quarto e me entrego a ele.
Nosso beijo vai ficando intenso. Eu sei que era errado, mas era impossível não resistir ao Paul. Era muita loucura e muita adrenalina ao mesmo tempo, e ali estava eu aos beijos com meu cunhado.
— Sabia que você viria — ele sussurrou enquanto suas mãos percorriam pelo meu corpo, até que ele aperta meu pau, que já estava completamente duro.
— Isso é loucura — respondi, sem conseguir parar.
— Às vezes as melhores coisas da vida são.
Nossos corpos se aproximaram ainda mais, e pude sentir toda a tensão que vinha acumulando desde o primeiro olhar que trocamos. Havia algo quase magnético entre nós, algo que ia além do físico. Talvez fosse o perigo, talvez fosse a semelhança com o Luke, ou talvez fosse simplesmente a química que existia ali. Nosso beijos ficaram intenso, então o Paul se ajoelhou e tirou meu pau para fora, e começou a chupar bem rápido, ele tinha uma sede muito grande do meu pau, as vezes ele olhava para minha cara, e eu tentava segurar meu gemido, o Paul fica de pé me beija e sussurra no meu ouvido “Quero que você me coma” na hora fiquei louco, até porque o Luke não liberava para mim, era somente ativo e fazia tempo que eu não comia ninguém. Virei o Paul comecei a esfregar meu pau em sua bunda, e beijava sua orelha e pescoço, e sussurrava o quão gostoso ele era, então peguei o lubrificante que estava perto da mesinha, lambuzei meu pau, e comecei a meter no Paul, meti rapidamente, e não demorou muito e logo gozei dentro dele, em seguida fiquei ajoelhado e comecei a chupar seu pau que estava duro feito pedra, e logo ele gozou na minha boca, então escuto a voz do Yan chamando meu nome do lado de fora. Congelei.
— Lucas, o Luke acabou de ligar! Está voltando mais cedo!
Senti meu estômago afundar. Paul se afastou, mantendo a calma de uma forma que me surpreendeu.
— Você é uma delícia cunhadinho — ele disse com um sorriso no canto da boca, ajeitando a camiseta.
Tentei me recompor o mais rápido possível, arrumando meu cabelo e respirando fundo para tentar acalmar meu coração que parecia querer sair pela boca.
— Isso não pode acontecer de novo — falei, mais para mim mesmo do que para ele.
Paul se aproximou novamente, deu um último beijo rápido nos meus lábios e sussurrou:
— Nós dois sabemos que vai.
Ele saiu do quarto primeiro, como se nada tivesse acontecido. Esperei alguns minutos antes de sair também. Quando encontrei com o Yan no corredor, ele me olhou com uma expressão que misturava preocupação e curiosidade.
— Por essa foi por pouco — ele comentou. — O Luke ligou dizendo que já está a caminho de volta. Aparentemente a mãe dele resolveu tudo mais rápido do que imaginava.
— Obrigado por me avisar.
— E então? — Yan perguntou com um olhar sugestivo.
— Depois te conto — respondi, ainda tentando acalmar minha respiração.
Voltamos para a piscina, onde Isaac ainda estava. Paul já havia saído novamente, e eu tentava processar o que acabara de acontecer e o que aquilo significava para mim, para o Luke, para todos nós. A culpa começava a pesar, mas ao mesmo tempo, não conseguia parar de pensar em quando teria outra oportunidade de estar sozinho com Paul novamente.
Estávamos na última semana de férias e o clima estava perfeito para uma festa na praia. A cidade litorânea estava cheia de turistas e um festival de verão tinha sido anunciado para o final de semana. Uma banda de forró bastante conhecida iria tocar, e o Luke estava animado para irmos.
— Vai ser perfeito para encerrarmos as férias antes de voltarmos à rotina de estudos — ele comentou enquanto estávamos na varanda da casa de praia.
Paul, que estava ouvindo a conversa, logo se intrometeu.
— Eu também estou a fim de ir. Faz tempo que não curto um forrozinho brasileiro.
Senti meu estômago revirar. Desde nosso encontro secreto há três dias, eu estava tentando evitar ficar sozinho com Paul. O peso da culpa estava me consumindo, e ao mesmo tempo, toda vez que ele entrava no mesmo ambiente que eu, meu corpo reagia instantaneamente. Era uma mistura tóxica de desejo e remorso.
— Ótimo, vamos todos! — Luke respondeu entusiasmado, sem perceber como eu tinha ficado tenso.
Yan, que estava ao meu lado, me deu uma cotovelada discreta.
— Vai ser interessante — ele sussurrou, e eu só consegui lançar um olhar de "me ajuda".
No dia da festa, decidimos ir cedo para conseguir um bom lugar. A praia estava transformada, com um grande palco montado na areia, barracas de comida e bebida por todo lado, e centenas de pessoas já se aglomerando. A banda só começaria a tocar às nove da noite, mas o ambiente já estava animado com DJs tocando os hits do momento.
Luke não largava minha mão, o que me deixava ainda mais nervoso quando Paul aparecia. E ele aparecia muito. Parecia que sempre que eu me virava, lá estava ele, me encarando com aquele sorriso que me fazia esquecer de tudo.
— Vou pegar umas bebidas para nós — Luke disse em determinado momento, e antes que eu pudesse me oferecer para ir com ele, Paul se adiantou.
— Eu te ajudo, maninho — ele falou, mas seus olhos estavam fixos em mim. — Muito calor aqui, não é?
Fiquei sozinho com Yan e Isaac, que já estavam um pouco altos devido às cervejas que tínhamos consumido desde a tarde.
— Cara, não é por nada não, mas o Paul tá pegando pesado — Yan comentou. — Ele praticamente te devora com os olhos na frente do Luke.
— O que? Do que você tá falando? — Isaac perguntou, confuso.
Yan percebeu o erro e tentou disfarçar.
— Nada não, é que o Paul fica encarando todo mundo. Deve ser costume americano.
Isaac aceitou a explicação, mas eu sabia que precisava ter uma conversa séria com Yan sobre manter segredo. A última coisa que eu precisava era mais alguém sabendo do meu deslize.
Quando Luke e Paul voltaram com as bebidas, a banda estava começando a tocar. O lugar estava lotado e o calor dos corpos dançando tornava o ambiente ainda mais quente. Luke me puxou para dançar e por um momento esqueci de toda a tensão, apenas curtindo a música e o momento com meu namorado.
Mas a tranquilidade durou pouco. No meio da multidão, senti alguém se aproximar por trás. Era Paul.
— Que coincidência encontrar vocês por aqui — ele disse, como se não tivéssemos vindo todos juntos.
Luke, sem perceber nada, o convidou para dançar conosco. E lá estávamos nós, os três, dançando forró no meio de centenas de pessoas. Eu, entre meu namorado e o homem com quem eu o havia traído — seu próprio irmão.
A situação ficou ainda mais complicada quando a música diminuiu e a banda anunciou um momento mais romântico. Luke me abraçou pela cintura, enquanto Paul ficou ao nosso lado, observando com um sorriso no rosto que só eu entendia o significado.
— Vou pegar mais uma bebida — Paul disse, e então, antes de sair, acrescentou para mim: — Você não quer vir comigo? Preciso de ajuda para carregar.
Antes que eu pudesse responder, Luke falou:
— Vai lá, amor. Eu vou procurar o Isaac e o Yan, faz tempo que não os vejo.
Me vi andando entre a multidão seguindo Paul. Ele me conduziu para uma área mais afastada, perto das barracas de comida, mas em vez de ir até o bar, ele me puxou para trás de uma tenda.
— Estava louco para ficar sozinho com você — ele sussurrou, se aproximando perigosamente.
— Paul, não podemos. O Luke está aqui perto, alguém pode ver.
— É exatamente isso que torna tudo mais excitante, não é? — Ele tocou meu rosto. — Não me diga que você não sente o mesmo.
Tentei recuar, mas meu corpo não obedecia. Era como se todas as minhas convicções desaparecessem quando ele estava perto.
— Isso é errado, ele é seu irmão.
— E daí? Ele não precisa saber.
Paul se inclinou para me beijar, e por um momento, quase cedi. Foi quando ouvi a voz de Yan me chamando.
— Lucas! Onde você está? O Luke está te procurando!
Empurrei Paul e saí rapidamente de trás da tenda. Yan me viu e imediatamente entendeu o que estava acontecendo.
— Cara, você tá brincando com fogo — ele disse baixinho quando me aproximei.
— Eu sei, eu sei. Onde está o Luke?
— Perto do palco. Vem, vamos voltar antes que ele desconfie.
Enquanto caminhávamos de volta, Yan me segurou pelo braço.
— Olha, preciso te contar uma coisa sobre o Paul. Estive conversando com um amigo que conhece ele dos Estados Unidos. Aparentemente, não é a primeira vez que ele faz isso.
— Isso o quê?
— Se envolver com pessoas namoram. Parece que é algum tipo de competição doentia entre eles desde a adolescência.
Senti o sangue gelar nas minhas veias.
— Como assim?
— Pelo que esse meu amigo me contou, o último relacionamento sério do Luke terminou porque o cara o traiu com o Paul. Ele faz isso de propósito, Lucas. É algum tipo de vingança ou ciúme, sei lá.
Não tive tempo de processar aquela informação porque avistamos Luke vindo em nossa direção. Ele parecia preocupado.
— Onde você estava? Faz quase meia hora que saiu para buscar bebida com o Paul.
— Desculpa, amor. Estava muito cheio no bar e acabei encontrando o Yan.
— E onde está o Paul?
Como se fosse combinado, Paul apareceu naquele momento, com algumas latinhas na mão.
— Aqui! Trouxe cerveja para todo mundo — ele anunciou, e então olhou para mim com um sorriso que agora me parecia diferente. Não era mais sedutor; era calculista.
A noite continuou, com a banda tocando e as pessoas dançando, mas minha cabeça estava longe. As palavras de Yan não saíam da minha mente. Será que eu era apenas mais uma peça no jogo doentio entre os irmãos? Será que Paul realmente sentia algo por mim ou eu era apenas uma forma de machucar o Luke?
Em determinado momento, consegui ficar sozinho com Luke. Estávamos sentados na areia, um pouco afastados da multidão, observando o mar.
— Você está estranho hoje — ele comentou, passando os dedos pelo meu cabelo. — Aconteceu alguma coisa?
Olhei para ele e vi carinho genuíno nos seus olhos. Era tão diferente do olhar predatório de Paul. Naquele momento, me dei conta do quanto eu estava sendo idiota. O Luke me amava de verdade, e eu estava colocando tudo em risco por algo que nem sabia o que era.
— Não, está tudo bem — menti, me aproximando para beijá-lo. — Só estou cansado.
Enquanto nos beijávamos, vi Paul nos observando de longe. Pela primeira vez desde que o conheci, não senti desejo, só repulsa. Se o que Yan me contou fosse verdade, eu precisava acabar com aquilo imediatamente.
Mais tarde, quando todos já estavam cansados e prontos para voltar para casa, Paul me encurralou no banheiro químico.
— Amanhã vou voltar para os Estados Unidos — ele disse. — E quero que você venha ao meu quarto essa noite. Será nossa última noite.
— Não, Paul. Acabou. Eu amo o Luke e não vou mais participar desse seu joguinho.
Ele riu, um som que me causou arrepios.
— Joguinho? Acho que você não entendeu a gravidade da situação. O que você acha que o Luke vai pensar quando eu contar que você se jogou para cima de mim?
— Ele não vai acreditar em você.
— Tem certeza? — Paul se aproximou, ameaçador. — Eu posso ser muito convincente quando quero. E tenho certeza que ele vai se perguntar por que você nunca mencionou nosso pequeno encontro no quarto.
Era chantagem pura e simples. Paul estava me encurralando, e eu não sabia como sair daquela situação sem perder o Luke ou sem continuar naquele jogo perigoso.
— Pensa bem — ele continuou. — Uma última noite e tudo acaba. Eu volto para minha vida, você continua com a sua, e o Luke nunca vai saber de nada.
Saí do banheiro sem responder, com a cabeça a mil. Encontrei Yan e o puxei para um canto.
— Preciso da sua ajuda — falei, desesperado. — O Paul está me chantageando. Ele ameaçou contar tudo para o Luke se eu não for ao quarto dele hoje.
Yan ficou em silêncio por alguns segundos, pensando.
— Tem uma solução, mas você não vai gostar.
— Qual?
— Conte você mesmo para o Luke. Antes que o Paul tenha chance.
A ideia me atingiu como um soco no estômago. Contar para o Luke? Admitir que eu o traí com seu próprio irmão? Era assustador demais.
— Eu não posso fazer isso, Yan. Ele vai me odiar.
— Talvez. Ou talvez ele entenda que você foi mais uma vítima do Paul. Pelo que sei, não seria a primeira vez que isso acontece.
Olhei para onde Luke estava, conversando animadamente com Isaac, completamente alheio ao drama que se desenrolava. Ele parecia tão feliz, tão confiante no nosso amor. Como eu poderia destruir isso?
Mas, ao mesmo tempo, como eu poderia continuar vivendo com aquela mentira? E pior, como eu poderia me submeter à chantagem de Paul?
A noite estava chegando ao fim, e eu precisava tomar uma decisão. Uma decisão que mudaria tudo.



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Comentários


foto perfil usuario renancachorro

renancachorro Comentou em 20/04/2025

Caralho! Lucas foi um filho da puta dessa vez. Ficar com o irmão do namorado é muito baixo pra quem vive um relacionamento monogâmico. Espero que Lucas não caia na chantagem, chantagistas nunca ficam satisfeitos com a primeira chantagem, eles sempre querem mais.




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Nome do conto:
GAROTO, EU ODEIO AMAR VOCÊ ~ [23] ~ ADRENALINA PROIBIDA

Codigo do conto:
233749

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/04/2025

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2

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