Voltando às origens – Capítulo 5

– Ricardo está me ouvindo? – Perguntou meu tio.
– Sim... Eu...
– Tudo bem com você?
– Sim. É que foi...
– Eu estava demonstrando o segredo do meu beijo usando minha mão e meus lábios e você ficou quieto, distante.
– O quê? Mas, você não me beijou?
– Te beijar? Não!... Você me fantasiou te beijando?
Eu fiquei sem saber o que responder, e com certeza com uma expressão de envergonhado, porque ele logo disse:
– Não precisa ficar sem graça. Fico até lisonjeado, apesar de ser seu tio. Mas aí, foi isso mesmo que aconteceu?
– Sim – respondi timidamente e abaixei a cabeça, mais envergonhado ainda do que já estava.
– Ei, não precisa ficar assim – ele disse levantando minha cabeça puxando meu queixo pra cima com sua mão direita. – Estava com muita saudade de você.
– Eu também.
Ele me deu um beijo na bochecha, bem próximo aos meus lábios. Depois me abraçou e disse:
– Vamos dormir que já está tarde.
– Vamos. Bom descanso.
– Pra você também – e levantou da minha cama.
– Uai, não ia passar a noite aqui?
– Eu só estava brincando. Não seria um pouco estranho, nós dois dormirmos juntos na mesma cama?
– Talvez.
Ele sorriu.
– Outra noite eu durmo com você. Hoje eu preciso aliviar a tensão aqui embaixo, se é que me entende.
Revirei os olhos e sorri.
Em seguida ele saiu do quarto e eu voltei a pensar na fantasia que tive beijando ele, até que adormeci.


– Você está distante novamente Ricardo – disse Miranda próximo do final da última aula daquela manhã. – Está pensando ainda sobre o que rolou entre sua mãe e seu irmão?
Olhei para Miranda e confirmei com a cabeça que sim. Mas na verdade, eu estava pensando em meu tio e no que senti por ele nos poucos minutos em que ele ficou comigo no meu quarto na noite anterior.
– Já que você não vai contar nada para o seu pai – foi dizendo ela baixinho. – Ao menos tenta focar em outra coisa. Vou repetir: arrume um namorado.
– E você?
– O que tenho eu?
– Uai, você e eu...
– Ah, acho que está na hora de você sair desse armário, não?
– Não sei...
– Olha, não é querendo forçar nada. Você sabe que eu te adoro muito. Mas, eu tenho que te contar uma coisa.
– Diga.
– Eu to querendo namorar de verdade. Cansei de ficar saindo com uns caras nada a ver comigo.
– Você vai terminar comigo?
– Não é terminar. Só não vamos mais fingir que você e eu estamos namorando.
– E você quer que eu use o “sair do armário” como motivo do nosso término?
– Ah, não faz drama Ricardo. Não precisa ir por esse caminho. Podemos dizer para nossos pais que você e eu preferimos continuar como amigos.
O sinal do final da aula bateu e a galera começou a guardar os materiais e ir embora. O fim de mais uma semana... O fim... O começo...
– Miranda eu também tenho que te contar uma coisa.
– Conte.
– Ontem meu patrão e eu nos beijamos.
Miranda ficou pasma.
– Mentira! – Ela exclamou.
Contei para ela tudo que rolou no escritório. Depois a ida de Fábio até minha casa na noite anterior e o que sucedeu nessa visita.
– Então agora você tem a faca e o queijo na mão, e com chocolate de sobremesa.
– Não bote lenha nessa fogueira Miranda. Ele está carente e eu não posso me aproveitar da situação assim.
– Sei. Até parece que não vai rolar pelo menos um beijo na boca entre ele e você hoje.
– Não sei.
– Nossa! Você e o deus de ébano. Quero todos os capítulos atualizados dia a dia dessa novela.
– Não vou prometer nada... Ah, antes que eu me esqueça, meu tio Manoel veio para casa ontem passar alguns dias, depois de tanto tempo.
– Manoel? Aquele irmão da sua mãe que você vivia dizendo que sentia saudades dele?
– Ele mesmo... Ele quer te conhecer pessoalmente. Disse para ele que tinha namorada...
– Agora ex-namorada.
– Deixa para ser ex a partir de segunda-feira e vem almoçar com a gente amanhã?
– Combinado. Agora tenho que ir amor. Minha mãe me espera na firma dela para ajudar com uns papéis burocráticos. Beije muito na boca por mim hoje e vê se cola um primeiro encontro com o bonitão do seu chefe.
– Sei de nada – disse sorrindo.
Ela me deu um selinho na boca e foi embora com toda sua energia vibrante.

Naquela tarde eu mal vi Fábio no escritório. Foi uma tarde corrida para ele.
Por educação e uma dose de curiosidade resolvi passar na sala dele antes de ir para casa.
– Oi Fábio.
– Oi Ricardo, entra aí.
Fiquei um pouco ressabiado.
– Estou indo embora, você ainda precisa de mim para alguma coisa?
– Não. Vou terminar de colocar esses documentos no devido lugar deles e ir embora. Colocando o ponto final em todo parte legal da minha ex-união com George.
– Entendi... Eu vou indo então.
– Espera!
– Sim.
– Eu sei que não é o melhor momento para tocar no assunto, mas, se eu decidir te chamar para sair, tipo um encontro, você toparia?
Fiquei tentando imaginar o porquê do interesse dele por mim. Um homem como Fábio poderia ter ao seu lado quem ele quisesse. Talvez minha idade fosse ligada a algum tipo de tara sexual da parte dele.
Será que as pessoas mais discretas e na sua, são mais atraentes do que as mais extrovertidas? – Pensei por fim.
– Sim – respondi.
– Ótimo – ele sorriu. – É só isso mesmo, obrigado. Ótimo final de semana.
– Obrigado, para você também.

À noite, após o jantar, deitado em minha cama, olhando para o teto, fiquei pensando na conversa com Fábio. Apesar do empurrão de Miranda mais cedo sobre terminar nosso relacionamento de mentira, eu ainda achava naquele momento que não estava preparado para simplesmente me abrir para a possibilidade me envolver emocionalmente com outro cara.
Em meio a esses pensamentos acabei cochilando até que senti alguém balançar meu corpo.
– Acorda Ricardo! – Era meu tio.
– Oi – falei sonolento.
– Está todo mundo dormindo nessa casa e eu fiquei entediado lá no meu quarto emprestado.
– E veio me acordar?
– Queria que eu acordasse seu irmão?
– Ele nem deve estar aí, hoje é sábado, deve estar na casa da namorada.
– Acho que estou um pouco carente.
– Arruma uma namorada, uai – disse enquanto me ajeitava para sentar na cama.
– Não é nesse sentido – ele retrucou sentando ao meu lado, após apagar a luz do quarto.
– É em qual então?
– Acho que estou me sentindo sozinho. Acostumei com a companhia da minha ex.
– Faz sentido.
– Vou passar essa noite com você se não se importar.
– Claro que não me importo Manoel.
Liguei a TV do meu quarto e coloquei em um canal que estava passando filme de terror.
Manoel me puxou pra mais perto dele e me aconcheguei em seu abraço.
Ficamos assim uma boa parte do filme, até ele dizer:
– Nossa conversa de ontem não saí da minha cabeça.
– Qual parte? – Perguntei, porém já desconfiado de qual parte ele estava se referindo.
– A de ter fantasiado eu te beijando.
– Ah sim. Pois é. Não deveria ter fantasiado isso – comentei sem tirar os olhos da TV.
– Você não foi o único.
Virei meu olhar para ele e disse:
– Você também...
– Sim. Eu também fantasiei te beijando – disse me interrompendo. – Loucura né?
– Sim, loucura.
– Mas assim, eu acho você mais atraente que o seu irmão.
Percebi que eu estava diante de um caminho bifurcado. À minha frente duas escolhas: continuar a dar corda para aquela conversa e ver até que ponto as coisas iriam, ou cortar meu tio de uma vez e manter a relação entre nós dois de forma saudável.
A razão me pedia para escolher a segunda opção, mas meu corpo queria experimentar a primeira. Isso me fez novamente pensar que provavelmente tivera sido assim no início entre minha mãe e meu irmão.
Pra não dizer que eu nunca fantasiara antes contato sexual com alguém da minha família, já cheguei a fantasiar com meu tio Matheus, irmão do meu pai.
Foi no final de Janeiro desse ano, 2015. Eu fui passar um final de semana na casa dele, com a esposa, Ângela, e os filhos, Kauã e Yago, gêmeos idênticos.
Na madrugada da última sexta-feira de janeiro, para sábado, acordei com vontade de ir ao banheiro. Ainda estava meio sonolento, então não pensei que a porta fechada indicava que tinha alguém lá dentro. Quando abri, dei de cara com Matheus batendo punheta. Ele estava com os olhos fechados e bastante concentrado. Tanto que não percebeu que eu o surpreendi naquele ato, nem tampouco os segundos em que fiquei admirando aquela cena, até encostar a porta bem devagar e voltar para o meu quarto.
A imagem do meu tio Matheus totalmente sem roupa, com aquele corpo atlético e aquele pau branco da cabeça bem rosada nunca mais saiu da minha cabeça. E eu o fantasiei comigo algumas vezes. Toda vez que ele vinha nos visitar ou em alguma festa ou comemoração em família, eu me lembrava dele nu. Nunca mais o consegui ver como antes.
Esse era meu receio com meu tio Manoel. Eu me sentia mais ligado a ele do que a Matheus, apesar de não ver meu tio há praticamente 10 anos.
– Obrigado pelo elogio – disse finalmente, tentando me manter no meio termo, entre uma escolha e outra.
Manoel ficou quieto até o final do filme. Assim que o filme acabou ele tirou a camiseta. Seminu ao meu lado me deixou tentado a querer experimentar o beijo dele.
– Espero que não se importe, mas eu tenho costume de dormir só de cueca – ele comentou.
– Tudo bem. Pelo menos não é totalmente pelado.
– Pelado só quando estou sozinho ou com alguém na cama que vá rolar sexo – e deu um sorrisinho sacana.
Por conta do calor que estava fazendo eu tirei minha camiseta, porém fiquei de bermuda.
Desliguei a TV e ficamos em completo silêncio, até Manoel dizer:
– E se fosse nosso segredo?
– O quê? – Perguntei sentindo meus batimentos acelerarem.
– Você e eu nos beijar. Não precisamos contar para ninguém.
– Não sei se é uma boa ideia. Não gostaria que as coisas ficassem estranhas entre a gente.
– Eu também não quero. Mas, não paro de pensar nesse beijo que não aconteceu.
Estávamos deitados lado a lado, com apenas nossos braços encostado um no outro.
Parecia que a temperatura do corpo dele estava aumentando a cada segundo.
Uma sensação parecida com a que senti com Fábio, estava começando a me tomar.
Manoel virou o corpo para o meu lado, e disse:
– Quer tentar?
Pensei em dizer não. Porém, o calor do corpo dele, aquele tom de voz grave e a forma como ele me olhava me fez decidir pelo sim.
Sem pressa alguma, ele passou a mão direita pelo meu rosto e em seguida aproximou seus lábios dos meus.
Fechei meus olhos e me permiti aquele beijo.
Achei que ia sentir algum tipo de repulsa ou qualquer coisa parecida que me fizesse parar, mas o que senti foi o contrário. Eu queria que aquele momento não acabasse.
Quando meu tio afastou seus lábios, abri meus olhos e vi em seu semblante que o sentimento havia sido recíproco. Que ele também gostara daquele beijo.
– Estou sem palavras – ele sussurrou.
– Eu também – disse de volta sussurrando.
– Sabe de uma coisa? – Ele perguntou.
– Diga.
– Com esse beijo eu me sinto mais próximo de você, como nunca me senti antes. Foi bem melhor do que eu fantasiei.
Dei um beijo no rosto dele, disse boa noite e repousei minha cabeça em seu peito.
Ele passou a mão esquerda pelas minhas costas e assim ficamos até que peguei no sono.

Temia que aquele domingo viesse a ser o mais desastroso de todos. Muitas pessoas, muitos segredos reunidos no mesmo lugar.
À mesa estavam meus pais, sentados um ao lado do outro. De frente para eles, Hugo e sua namorada Carolina. Meu tio ao lado direito de minha mãe, e a direita de Carolina, Miranda e logo após eu.
A conversa à mesa girava em torno do assunto sobre casamento. Meu pai havia perguntado a Carolina quando seria, daí ela expos parte dos planos deles, onde resumindo, meu irmão e ela haviam combinado em esperar um pouco mais. Isso porque o namoro dos dois já estava perto de completar 3 anos.
Meu irmão não parecia muito à vontade com o assunto. Tanto que ele aproveitou da deixa do papo, e virando–se para Miranda, disse:
– E você e o meu irmão, quando vão juntar suas coisas?
Miranda olhou para mim e eu entendi pelo seu olhar o que ela queria responder. Então, dei um sinal discreto com olhar de volta para ela.
– Ricardo e eu terminamos o nosso namoro hoje – ela respondeu.
Todos os olhares voltaram para mim, menos o do meu tio.
Meu tio não ficou surpreso como os demais, porque horas atrás, assim que ele e eu acordamos, acabei contando para ele que Miranda e eu não estávamos namorando de verdade.
Ele não me perguntou o motivo, mas fiquei com a ideia de que ele tivesse subentendido que eu não fosse heterossexual.
Meu irmão não podendo deixar sua petulância de lado, resolveu comentar:
– Vocês dois não estão comportando como duas pessoas que terminaram um relacionamento.
– Decidimos manter a amizade que sempre existiu entre nós – retrucou Miranda.
Meu pai lançou–me um olhar que parecia esperar de mim algum argumento ou explicação a respeito. Mas, lembrei-me da mentira que havia contado para ele a respeito de ter desconfiado que Miranda estivesse me traindo. Assim sendo, concluí que aquele olhar fosse por esse motivo.
– Admiro a atitude de vocês. Pois, penso que se minha ex e eu tivéssemos feito o que vocês decidiram, provavelmente eu não estaria tão magoado com ela a respeito de ter me deixado por outro cara – comentou meu tio, atraindo a atenção para si, tirando o foco de mim e de Miranda.
– Você está dizendo se você e Luiza tivessem conversado e terminado como dois amigos? – Perguntou minha mãe.
– Sim.
– Eu não acredito nisso. Não estou dizendo que não seja possível entre vocês dois – expos minha mãe olhando para mim e Miranda. – Apenas penso que a vida vai passando e nos obriga de um jeito ou de outro mudar certas escolhas feitas no passado, em prol de um presente que precisa ser explorado e vivido.
Aquela fala fez pairar um momento de reflexão para todos à mesa. Falando por mim, parei para refletir se o que minha mãe acabara de dizer referia–se às atitudes dela com meu irmão...

– Estou chocada com sua família – disse Miranda a mim duas horas depois, a caminho do ponto de encontro com a turma de skatistas.
– Se você está chocada, imagina eu.
– Estou chocada mesmo. À mesa eu percebi a química entre sua mãe e seu irmão. Não acredito que a Carolina não tenha percebido também, e nem seu pai. Como ele ainda não desconfiou? ... Agora seu tio, que pedaço de mau caminho amigo.
Ouvi–la comentando daquele jeito sobre meu tio me fez sentir um pouco de ciúmes.
– Mas aí, alguma novidade sobre o gostosão do seu patrão?
– Não. Só a que eu te contei no sábado à noite, da conversa que tive com ele antes de ir embora do trabalho.
– Você acha que vai rolar algo sério entre vocês dois?
– Ah, acho improvável. Estamos em patamares diferentes.
– E daí?
– Daí que isso gera incompatibilidade e problemas.
– Acho que você está sendo um pouco pessimista de forma antecipada. Por que não deixa as coisas rolarem para ver onde vai dar?
– Não sei. Vou pensar nisso – respondi segundos antes de nos aproximarmos da galera.
Cumprimentamos a todos e em seguida subi no meu skate para aquecer. Miranda como nas ocasiões anteriores, juntou–se ao pessoal que ficava de plateia e juiz das nossas manobras.
Enquanto me divertia, tentei deixar de lado as coisas que estavam acontecendo na minha vida atualmente.
Depois de alguns minutos resolvi dar uma parada. Fui caminhando até Miranda, só que no meio do caminho, Bruno, um dos melhores da galera em manobras, se pôs a minha frente, e disse:
– Já vai mano?
– Não exatamente, eu preciso beber água.
– Me acompanha então.
– Como?
– Vem comigo. Sobe no seu skate aí e me acompanha.
Bruno é um dos mais velhos do grupo, e o mais experiente também com o skate. Quase todos da galera o veneram. Eu até que tinha certa admiração por ele na arte do skate. Nunca havia passado desse limiar até aquele momento.
Enquanto o acompanhava, notei que Bruno tinha esse jeito atraente. Corpo mais ou menos malhado, cara de marrento, olhos verdes escuros e um estilo de se vestir bem bad boy.
Balancei minha cabeça tentando desviar meus pensamentos em relação a ele. Até onde sabia, Bruno tinha uma namorada, muito linda, loira, olhos azuis, que raramente aparecia, Andressa o nome dela...
Chegamos a um quiosque não muito afastado do local de treino, descemos dos nossos skates e Bruno pediu duas garrafas de água mineral.
– Por qual motivo viemos até aqui? – Perguntei após Bruno me entregar uma garrafa e sentarmos em uma das mesas ali por perto.
– Você é o único cara ali do grupo que eu posso considerar meu mano do skate.
– Obrigado. Também te considero pakas.
– Eu não queria falar com você próximo dos outros.
– O que você que me contar?
– Cara eu não estou bem. Faz um tempo que a Andressa anda estranha perto de mim. Evitando contato físico. Acho que ela está indo embora da minha vida.
– Que tenso cara!
– Pois é. Eu estou te contando isso porque observo você e a Miranda. Estão a tanto tempo juntos e muito bem aparentemente. Então pensei que pudesse me dar algum conselho ou orientação do que eu possa fazer. To perdidão!
Miranda e eu nunca fomos namorados de verdade. Éramos simplesmente amigos, para não dizer melhores amigos. Então não me restava alguma experiência no assunto para dizer algo que lhe fosse acrescentar alguma coisa. Se ele estava perdido em sua própria situação, então eu estava pior na minha.
– Não vai me dizer nada Ricardo?
Estava me sentindo pressionado. Pensei que realmente não estava construindo a minha volta a imagem correta de mim para os outros. Bruno me via de um jeito que eu não era na realidade. O que eu podia responder a ele?... Só me restava a verdade.
– Desculpa. Eu queria poder ajudar. Mas, não posso – falei.
– Não pode? Ou não quer?
– Cara eu preciso dividir algo com você.
Bruno me olhou de volta com um olhar desconfiado. E eu, prossegui mesmo assim:
– Miranda e eu não somos namorados. Nunca fomos. Ela e eu apenas somos o que pode chamar de melhores amigos.
Assim que contei a ele senti o peso de falar a verdade. Era uma sensação boa e ao mesmo tempo um pouco assustadora. Pois, quando contava minhas mentiras, havia sempre uma ideia do que podia esperar como resultado. Mas, ao falar a verdade, a imprevisibilidade era nítida.
Bruno subiu em seu skate, me encarou por alguns segundos. Esperei que ele me dissesse algo a ponto de colocar fim a nossa parceria naquele esporte, mas ele não falou nada. Movimentou a perna direita e se afastou rapidamente me deixando só.
O primeiro pensamento que me ocorreu assim que Bruno afastou–se, foi de que ele contasse aos outros sobre Miranda e eu. O que me fez preocupar com ela, apesar de que ela mesma havia me incentivado no dia anterior a terminar nosso “relacionamento”.
Tomei coragem, subi em meu skate e corri até a pista. Procurei por Miranda, mas ela não estava em lugar algum.
– Ela já foi embora Ricardo – disse Bruno passando por mim em seu skate.
– Você...
– Ela não estava mais aqui quando voltei para cá... E sobre o que você me contou, prometo que vai ficar entre nós dois.
– Obrigado. Faço das suas as minhas palavras também sobre o que me confidenciou.
– Valeu Ricardo.
Vi ele se afastar e percebi que ele poderia ser um amigo em potencial.


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Comentários


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anjogabriel Comentou em 28/07/2018

to gostando muito ja li 1.2.3.4.5 mas vc muito galinha pra ser tão inocente kkkk pai tio tio patrão professor kkkkk e ainda tem o irmão kkkkkk




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Voltando às origens – Capítulo 5

Codigo do conto:
109739

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
01/12/2017

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