Voltando às origens – Capítulo 15

       Quando eu cheguei ao destino vi que era uma casa.
        Toquei o interfone que encontrei próximo ao portão e alguém do lado de dentro disse:
        – Pois não?
        – Meu nome é Ricardo...
        – Já vou abrir só um instante.
        Ouvi o barulho do portão sendo acionado e, quando abriu o suficiente para eu passar, entrei.
        O portão parou e depois passou a fechar. Olhei para frente e vi um cara alto, ruivo claro, quase loiro, muito bonito, parado em frente à entrada da casa.
        – Olá! – O cumprimentei.
        – Me acompanhe, por favor – ele pediu e deu as costas, caminhando casa adentro.
        Estou indo – pensei intrigado.
       – Meu nome é Vinícius, mas, com certeza o Marcos já te disse – ele falou com um tom de voz que me deixou com vontade de ficar com ele ali naquele instante.
        – Sim – confirmei timidamente.
        – O teste aqui comigo é mais para preenchimento de ficha e para eu avaliar seu perfil. Então, pode ficar relaxado que vai dar tudo certo.
        Vinícius parecia bem o oposto de Marcos. Mais sério e centrado. Quase não sorriu para mim e estava mantendo todo um comportamento profissional.
        O segui casa adentro. Mas, conforme observava a minha volta, mais parecia um escritório do que uma casa. Apesar de ter uma cozinha americana com geladeira, mesa, fogão, armário... Porém, no lugar dos móveis da sala, havia uma mesa de escritório, algumas cadeiras, 4 pelo que contei. Um arquivo cinza, padrão, de 4 gavetas, e só.
        Havia mais cômodos, mas ficamos por ali mesmo.
        – Pode ficar à vontade. Você vai preencher essa ficha com seu primeiro nome apenas e as demais informações completas, depois responder o questionário nas folhas seguintes. Enquanto isso, eu vou preparar um café – disse Vinícius ao me entregar umas folhas. – Qualquer dúvida ou pergunta, não se acanhe.
        – Combinado.
        Puxei a cadeira para sentar e me coloquei a preencher o que ele me pediu. As perguntas eram mais sobre minhas habilidades, hobbies, coisas que eu gostava de fazer no dia a dia, e as que eu não gostava. Havia perguntas também de cunho sexual.
        No mesmo instante em que terminei de responder, Vinícius terminou o preparo do café.
        – Aceita uma xícara? – Ele me ofereceu.
        – Sim, aceito – tomei a xícara que ele me estendeu e dei um gole enquanto ele pegava as folhas da mesa para conferir.
        Enquanto ele lia minhas respostas, não pude deixar de reparar melhor nele, bem mais atraente de perto. Além disso, algo no olhar dele me pareceu familiar...
        – Gostei das suas respostas Ricardo. Bem transparente isso é bom.
        Sorri para ele e dei mais um gole em meu café.
        – Ricardo o pagamento é depositado em um cartão pré-pago com identificação única. Senha intransferível, e você vai pode acompanhar tudo no nosso sistema base via internet.
        – Que bacana. Então estou contratado?
        – Sim. Até amanhã no máximo o Marcos entrará em contato com você para passar sua cartela de clientes inicial. Você vai ter entre 1 a 8 clientes no máximo no início, por semana. Ganhando a confiança desses, você poderá ir aumentando a cartela para ganhar mais financeiramente.
        – O pagamento é mensal?
        – Não. Depende do tipo de pagamento do cliente, porém toda semana você vai ter dinheiro em seu cartão pré-pago.
        – Ótimo. Eu estou ficando alguns dias na casa de um colega, e preciso arrumar um lugar para alugar.
        – Entendo. Olha uma das coisas que você vai evitar no máximo no contato com os clientes, é, falar sobre sua vida particular, coisas pessoais demais.
        – Desculpa.
        – Tudo bem – ele sorriu. – Eu não sou um cliente, então de boa. Só estou te dizendo isso, porque pode acabar gerando problemas e atrapalhar seu vínculo profissional com seu cliente.
        – Compreendo perfeitamente. Assim como também imagino que seja importante acima de tudo, a educação, o respeito, o bom humor e afins quando estiver com o cliente.
        – Exatamente Ricardo. Isso mesmo! Você é um garoto esperto, vai se sair bem.
        – Obrigado.
        – Então é isso. Alguma pergunta?
        Eu não tinha perguntas, mas sim, desejo de beija-lo. Havia algo nele que estava me deixando muito mais do que atraído.
        – Não. Nenhuma – respondi.
        Fiz menção de levantar da cadeira e ele fez o mesmo. E, enquanto caminhávamos até a porta para sair da casa, Vinícius pegou no meu braço e disse:
        – Quantos anos você tem mesmo?
        – Dezoito – respondi enquanto ele ainda segurava o meu braço e eu sentindo aquele calor da mão dele em mim.
        – Você parece ser mais novo. Mas acredito que seja maior de idade mesmo, se não o Marcos não teria te enviado até mim – e soltou o meu braço, sorrindo ao final da frase.
        – Às vezes é ruim parecer mais novo. Ainda não tirei minha identidade e tenho que ficar mostrando minha certidão de nascimento para provar que sou maior de idade.
        – Por que ainda não tirou?
        – Bobeira minha. Sempre acabo esquecendo, mas até novembro eu faço. – E ficou aquele silêncio entre nós dois.
        Nesse momento reparei que ele tinha uma aliança na mão esquerda.
        Então ele é casado ¬– pensei um pouco chateado.
        – Vou indo, muito obrigado – disse e estendi minha mão.
        Em seguida ele pegou na minha mão e me puxou para um abraço de um jeito muito ousado, me dando um beijo no rosto juntamente com o abraço.
        Após o abraço ele olhou nos meus olhos e senti que não ia ficar só nisso.
        – Há algo em você que eu não sei explicar, mas está me fazendo sentir algumas coisas – ele disse.
        – Como o que? – Perguntei.
        Ele puxou minha cabeça carinhosamente e nossos lábios se encontraram.
        O beijo foi simplesmente ardente. Bem melhor do que eu havia fantasiado minutos atrás.
        No instante seguinte ele apertou meu corpo de encontro ao dele e pude sentir o quanto ele estava excitado.
        – Jurei que você fosse heterossexual – comentei assim que ele me soltou. – A aliança na sua mão me fez pensar isso.
        – Sou casado. Mas, meu casamento é só para manter as aparências... Faz tempo que minha esposa e eu não temos intimidade. Na verdade, estamos em processo de divórcio.
       – Isso é um teste? – Perguntei intrigado.
       – Não! Você me chamou a atenção desde a hora que te recebi. Eu estava tentando afastar da minha mente, mas não consegui... Por que achou que fosse um teste?
        – Tipo como eu reagiria se um cliente agisse assim como você agiu comigo – respondi.
        – Sobre isso você pode ficar tranquilo – e afagou meus cabelos. – Para algum dos nossos clientes, agir assim, ou ele pertence à categoria de serviço para acompanhante de luxo, ou ele combina com o funcionário e vira um extra.
        – Entendi.
Ele sorriu e voltamos a nos beijar.
        – O que acha de ficarmos um pouco mais à vontade? – Ele perguntou após o beijo.
        – Por mim, tudo bem – e me levou até outro cômodo da casa onde havia um colchão no chão.
Em seguida passou a tirar minha camiseta e depois a dele, revelando aqueles pelos ruivos claros lindos. E, enquanto nos beijávamos outra vez, sentindo o contato pele na pele, ele tirou a minha e a sua calça.
        Nesse momento senti o volume do pau dele apertado em sua cueca, roçando a minha perna. Ele desceu as duas mãos pelas minhas costas alcançando a minha cueca e enfiou a mão por baixo dela para em seguida agarrar a minha bunda.
        Suspirei de prazer.
        Depois disso, ele tirou a cueca dele revelando um pau grande, não muito grosso, com a cabeça rosada. Eu fiquei extasiado com a cena.
        Vinícius tomou minha mão direita e levou até o pau dele. Estava tão quente e macio que no mesmo momento senti vontade de chupa-lo. Quando me abaixei para fazer isso, o celular dele tocou.
        – Preciso atender. Vai ser rápido – ele disse antes de se afastar.
        A ligação durou alguns segundos.
        Assim que ele finalizou, virou para mim e disse:
        – Era o Marcos. Ele quer que você volte lá. Parece que tem um cliente que precisa de companhia para hoje ainda.
        – Sério?
        – Sério.
        Ele se aproximou de mim e beijou meu pescoço.
        – Não tem como nem a gente ficar alguns minutos aqui? – Perguntei enquanto ele mordiscava minha orelha.
        – Você precisa chegar lá daqui no máximo quinze minutos.
        – Entendi.
        – Vamos ter outra oportunidade – ele disse enquanto discava algum número em seu celular.
        – Mesmo você sendo casado?
        – Isso não é problema para mim – ele respondeu antes de me dar outro beijo na boca e depois falou ao celular pedindo um táxi para mim.
        Vesti minha roupa enquanto ele terminava de combinar a corrida.
        – Vai chegar aqui em cinco minutos – disse Vinícius.
        – Tranquilo.
        Ele tornou a colocar sua roupa e depois saímos de dentro daquele cômodo.
        Antes de eu sair da casa, Vinícius me puxou para perto de si, me envolvendo em um abraço, e disse:
        – Tem que ser nosso segredo. Não comente com ninguém, nem com o Marcos.
        – Tudo bem. Pode deixar comigo.
        – Tome aqui meu cartão. Meu número está aí. Qualquer coisa que você precisar é só me ligar.
        – Até se eu precisar de um beijo seu?
        – Principalmente isso. – Ele sorriu e nos beijamos mais uma vez.


        
        Que loucura foi essa? – Me perguntei enquanto o taxista me levava até o edifício de Marcos.
        Que atração foi aquela? A última pessoa com quem tive uma atração parecida foi meu tio e deu no que deu...
        – Chegamos! – Anunciou o taxista.
        Desci do carro, passei pela portaria, subi pelo elevador e deparei com a porta do apartamento de Marcos aberta.
        – Que bom que chegou Ricardo – disse Marcos assim que me viu, desta vez vestido devidamente. – O cliente que nos contatou agora é um cliente novo.
        – E qual serviço ele deseja? – Perguntei.
        – Companhia para um jantar em um restaurante. Tudo pago por ele. Entre, por favor.
        – Então é um homem? – Questionei enquanto adentrava o apartamento.
        – Sim.
        – Suponho que vou ter algum tipo de treinamento antes?
        – Para isso você vai contar com a ajuda de alguém conhecido...
        – Tiago?!? – Disse quando entramos na sala e vi o professor Tiago sentado no sofá.
        – E aí Ricardo!
        – E aí!
        – Então conseguiu entrar aqui... Você vai gostar.
        – Eu espero – comentei enquanto apertava a mão que ele me estendeu.
        – Vamos ser rápidos, Ricardo. Tenho prova para aplicar agora à noite, e, eu era o único disponível para te dar algumas dicas de ouro.
        – Isso mesmo – disse Marcos. – Dicas de ouro.
        Sorri.
        Tiago me contou algumas experiências com seus clientes, evitando dizer seus nomes ou qualquer outra informação pessoal e sobre algumas possíveis situações que devem ser evitadas para fluir bem o contato com o cliente. Entre elas, evitar contato físico desnecessário e falar apenas o necessário.
        Fiquei muito contente por todas aquelas informações e isso me deixou mais confiante em realizar o meu trabalho mais tarde.
        – Então é isso, Ricardo – disse Tiago. – Desejo boa sorte. Agora tenho que ir. Até mais!
        – Até! – Disse para ele, enquanto ele saía apartamento afora.
        – Vai precisar trocar de roupa – disse Marcos.
        Droga! Não lavei minhas roupas mais cedo. Esqueci – pensei preocupado.
        – Você tem razão. Preciso ir em casa me trocar.
        – Eu tenho algumas peças de roupa aqui que cabem em você, se não se importar.
        – Ótimo! Pode ser – disse aliviado.
        Marcos me arrumou uma toalha e depois me indicou o banheiro.
        Tomei um banho rápido e depois coloquei a roupa que ele me arranjou.
        – Agora sim. Está impecável – ele comentou assim que me viu arrumado.
        Colocara uma calça jeans preta e uma camiseta azul escura.
        – Já chamei o táxi para te levar até o restaurante – disse Marcos. – Esse cliente pagou por três horas. Se passar desse tempo é por sua conta, sem remuneração.
        – Entendido.
        – Relaxa que vai dar tudo certo.
        – Obrigado chefe!
        – Pode me chamar pelo nome mesmo.
        – Tudo bem. Até mais Marcos.
        – Até!

        
        Enquanto o taxista me conduzia até o destino, refleti que teria que viver um personagem com meus clientes, para evitar conversas pessoais e afins durante o tempo que estivesse com cada um deles, começando pelo primeiro que veria em instantes.
        Também tive tempo para pensar no que aconteceu entre Vinícius e eu mais cedo. Num contato que era pra ter sido apenas profissional e virou algo intimo, com uma conexão bem interessante.
        Mas, não podia ficar muito nessa ideia. Tinha que manter o foco em meu primeiro cliente.
Então, cheguei ao local combinado e me aproximei da mesa em que o cliente dissera a Marcos que estaria. Porém, não havia ninguém naquela mesa.
        Quando eu ia pegar meu celular no bolso para conferir as horas, senti alguém tocar meu ombro, atrás de mim.
        Virei e levei um susto quando vi quem era.
        – Professor Gabriel? – Falei.
        – Ricardo, você por aqui.
        – Coincidência, não? – Perguntei um pouco sem graça.
        Tirando o professor Tiago, nunca deparara com outro professor do colégio em local público. Até porque antes eu costumava ir a locais mais chiques por conta dos meus pais.
        – O que você faz aqui?
        – Uai, eu resolvi conhecer o lugar – menti. – E você?
        – Digamos que isso também – ele respondeu.
        E foi nesse momento que eu reparei melhor nele, e vi que ele estava vestido conforme a descrição do cliente que eu deveria encontrar. Com uma camiseta vermelha, calça jeans azul e relógio no pulso esquerdo. Estava claro que meu cliente era ele.
– Eu estou esperando alguém – disse Gabriel. – Mas, se quiser, pode me fazer companhia enquanto isso.
        Eu podia dizer não e ir embora. Mas acabaria queimando meu primeiro dia de trabalho e poderia perder essa oportunidade de ganho financeiro.
        Resumindo, não tinha como eu fugir sem criar problemas. Apesar disso tudo, por outro lado. Meu cliente não era um completo estranho, e sim, alguém que eu conhecia e isso poderia ser visto como algo positivo, mesmo sendo um professor do colégio, por quem eu tinha uma queda.
        – Na verdade, eu sou a pessoa que você está esperando – revelei.
        Gabriel ficou confuso no primeiro momento até no instante seguinte ele compreender tudo.
        – Não acredito. Você trabalha...
        – Comecei hoje. Você é o meu primeiro cliente – disse o interrompendo.
        – Mas, sua família tem bastante dinheiro.
        – Longa história. Mas, estou aqui para fazer meu serviço e que bom que é você.
        Ele sorriu e ofereceu a cadeira para eu sentar e depois se sentou em outra de frente para a minha.
        – Tudo bem mesmo para você eu ser o seu primeiro cliente?
        – Até o momento sim. A não ser que você me peça alguma coisa extraordinária.
        – Tipo o quê?
        Nesse momento a conversa foi interrompida pelo garçom que nos apresentou o cardápio e disse para ficarmos à vontade e chama-lo quando decidíssemos o que iríamos pedir.
        Olhei o cardápio e, o prato mais barato ali custava 75 reais.
        Em seguida pensei que se o professor Gabriel está em processo de divórcio, não teria sido mais adequado contratar uma garota para fazer companhia a ele neste restaurante tão chique?
        – Você está bem Ricardo?
        – Sim, estou. E você?
        – Também... Quer ajuda para escolher seu prato?
        Confirmei com um aceno de cabeça e Gabriel me sugeriu o mesmo prato que ele escolheu: uma macarronada com molho de mostarda e mel, frango grelhado e salada com frutas.
        Até o momento de os pratos chegarem, Gabriel e eu conversamos sobre as provas. Foi a melhor conversa para que não voltássemos ao assunto anterior.
        Comemos em silêncio, mas em momento e outro Gabriel me olhava e sorria, me deixando um pouco sem graça. Pois, ele estava muito bonito naquela noite.
        – Sobremesa? – Perguntou Gabriel.
        – Vou dispensar. Obrigado.
        – Certeza?
        – Certeza.
        – Quer ir a algum lugar?
        Peguei o celular, olhei as horas e disse:
        – Ainda temos uma hora e quarenta e cinco minutos. Fique à vontade.
        Gabriel sorriu e chamou o garçom para fechar a conta.
        Paga a conta, caminhamos até o estacionamento e Gabriel falou:
        – Quero te levar para outro lugar onde possamos ficar mais à vontade para conversar.
        – Tudo bem.
        Entramos no carro e quando chegamos ao destino vi que era um sobrado.
        – Eu moro aqui – ele disse. – Tudo bem ficarmos por aqui?
        Se fosse outra pessoa, eu teria perguntado lá trás para onde iríamos. Mas, como era o professor Gabriel, eu não o fiz. Por isso, respondi:
        – Tranquilo.
        Instantes depois, estávamos em sua sala, eu sentado em seu sofá e ele me oferecendo água que buscara na cozinha.
        Após beber o copo com água, ele sentou ao meu lado e começou a falar sobre seu relacionamento anterior. O quanto amou sua ex até o dia em que descobriu sobre as traições dela.
        – Lamento por isso – comentei. – Deve ter sido uma droga.
        – Sim, foi. Ainda dói porque foi recente. Por isso pedi uma companhia para hoje. Queria sair da rotina e ter uma noite diferente. E, que bom que foi com você.
        Sorri.
        – Você tem um sorriso muito bonito Ricardo.
        – Obrigado... E, me desculpa por ter sido grosso com você aquele dia no colégio.
        – Tudo bem. Acontece. Dias ruins sempre vão existir.
        – Mesmo assim eu não deveria ter agido daquele jeito.
        – Ei, relaxa – ele disse encostando a mão direita em meu queixo e sorriu.
        – Você também tem um sorriso muito bonito – falei.
        E nesse momento nos beijamos.
        O beijo foi rápido, pois logo Gabriel começou a pedir desculpas:
        – Foi mal Ricardo. Não era para ter feito isso.
        – Tudo bem Gabriel. O momento praticamente estava pedindo isso.
        – Pensei que você curtisse apenas garotas.
        – Longa história – comentei. – Mas, já que se abriu para mim, eu tenho que dizer que sempre tive uma queda por você. Desde o primeiro ano.
        – Uau! Muito tempo.
        – Né?
        – Eu nunca fiquei com alguém do mesmo sexo, pra ser sincero. Tirando um beijo na boca de um primo no passado. Mas eu era adolescente e perdi uma aposta besta na época.
        Eu ri, imaginando a cena.
        – Sério! Foi hilário. Estávamos jogando vídeo game e apostamos que quem perdesse teria que pagar um mico à escolha do vencedor.
        – E o foi ruim, o beijo?
        – O seu ou o do meu primo?
        – Os dois – respondi.
        – Não gostei do meu primo. Já o seu, foi diferente. Um diferente bom.
        Aproximei meu rosto ao dele e nos beijamos outra vez. Desta vez sem interrupção.
        Gabriel estava tão quente que eu mal conseguia pensar, simplesmente me deixei levar pelo impulso e sentei em seu colo. No mesmo instante senti seu pau latejando, mesmo sob a calça jeans.
        Se continuássemos naquele ritmo, logo, logo estaríamos os dois sem roupa. E, estávamos caminhando para isso quando ambos tiramos nossas camisetas e passamos a sentir o contato pele a pele.
        – Se eu soubesse que era tão bom assim eu teria tentado antes – sussurrou Gabriel em meu ouvido.
        – Você ainda não viu nada – devolvi.
        Afastei um pouco meu corpo, ainda sentado em seu colo e desci minha mão esquerda até o botão da calça dele e desabotoei. Em seguida desci o zíper e enfiei minha mão por debaixo da cueca. Nesse momento ele urrou de prazer. Um urro tão forte que me deixou com mais desejo por ele.
        – Eu não planejei nada disso pra essa noite – sussurrou Gabriel ao meu ouvido.
        – Muito menos eu – disse para ele de volta, em sussurro.
        – Você quer mesmo fazer isso? – Gabriel perguntou.
        – Só se você quiser.
        – Eu não tenho certeza se quero. Seria minha primeira vez e não sei se estou confortável pra isso.
        Desci do colo dele e sentei ao seu lado.
        – Tudo bem por mim. Não quero criar um problema entre nós dois.
        Gabriel soltou um suspiro enquanto mantinha o semblante de preocupado.
        – Eu não sei se fiz o certo trazendo você até minha casa – ele disse.
        – Por que está dizendo isso?
        – Por conta da nossa relação professor - aluno.
        – Eu ainda não entendi.
        Gabriel ficou de frente para mim e disse:
        – Você tem ainda alguns meses para concluir o ensino médio. Eu não quero que fique um clima estranho entre nós dois.
        – E você acha que ficaria se passássemos do beijo? – Devolvi.
        – É uma possibilidade.
        – Entendi – e coloquei minha camisa de volta.
        – O que você está fazendo?
        – Colocando a roupa de volta.
        – Não estou te dispensando.
        – Eu sei que não.
        Gabriel me puxou para mais perto de si e me fez deitar em seu peito.
        – Comecei a reparar em você no início do ano, mas como ainda era menor de idade, eu fiquei na minha – ele confessou enquanto afagava meus cabelos.
        – Curioso.
        – Não é? Quer ir embora?
        – Já deu meu horário?
        – Não. É que não quero que se sinta desconfortável.
        – Eu não estou Gabriel... Na verdade só um pouco. Não imaginei que essa noite chegaria a esse ponto.
        – Por que você entrou nesse trabalho, Ricardo?
        – Acho melhor te poupar dessa informação – respondi me erguendo de seu peito.
        – Desculpa, não queria me intrometer assim na sua vida.
        – Tudo bem. Em outro momento te conto, pode ser?
        – Sim. Então aceita minha carona para te levar embora?
        – Aceito.


        Gabriel me deixou na esquina da rua da casa de Ramón. Não podia arriscar que ele soubesse o que estava acontecendo na minha vida. Simplesmente estava seguindo o conselho que Vinícius me dera mais cedo, sobre manter minha vida privada.
        – Foi muito boa sua companhia essa noite – disse Gabriel. – Você é um ótimo garoto.
        – Obrigado.
        Tirei o cinto de segurança e ele fez o mesmo.
        – Posso te dar um abraço antes de você descer? – Ele pediu.
        – Sim, claro.
O abraço foi muito bom. O calor do corpo dele, o perfume...
        Quando nos soltamos, Gabriel disse:
        – Até amanhã então.
        – Até!


        – Como foi seu primeiro dia de trabalho? – Perguntou Ramón assim que entrei na sala.
        – Foi tranquilo. Deu tudo certo.
        – Que bom... Pensou sobre o assunto que conversamos mais cedo?
        – Qual assunto?
        – Sobre amizade colorida.
        – Então você realmente estava falando sério? – Perguntei.
        – Sim.
        – Me deixa tomar um banho primeiro.
        – Posso tomar com você?
        Ramón fez aquela cara de safado e pensei que já que não tinha conseguido muita coisa com Vinícius e nem com Gabriel, por que não me permitir um pouco de diversão com Ramón para compensar?
        – Deixo com uma condição – respondi.
        – Qual?
        – Você vai ter que ensaboar meu corpo todo.
        – Fechado.
        E num salto ele levantou do sofá, desligou a TV e me puxou a caminho do banheiro.


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Comentários


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anjogabriel Comentou em 29/07/2018

nossa quew delicia acabei de ler todos os 15 .... ja estou esperando os 16 17 18 19 20 ..................

foto perfil usuario anjogabriel

anjogabriel Comentou em 28/07/2018

Vou ter que ler as 14 primeiras. Pois esse foi minha primeira leitura dessa história




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Ficha do conto

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betoson

Nome do conto:
Voltando às origens – Capítulo 15

Codigo do conto:
123406

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
28/07/2018

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2

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