Amor de príncipe encantado 19.

De volta pra casa, Eu meio que não meio que não conseguia ter uma opinião sobre como as coisas estavam se desenrolando. Eu me sentia perdido em relação às minhas escolhas, e apesar de o Lipe ter me tratado como um príncipe eu me sentia muito fácil por ter pego ele. Quase não consegui dormir com tudo isso na minha cabeça e amanhã seria mais um dia, pra encarar o julgamento de todos lá na sala.

No dia seguinte como já era de se imaginar, ninguém comentou nada, e eu cheguei, sentei no meu lugar e tentei me concentrar nas aulas. Eu o Alison e o Lipe sentamos em cantos distintos da sala, mas eu não parava de pensar o que se passava na cabeça deles. Na hora do intervalo cheguei para conversar com o Lipe:

- Oi
- Fala ai - ele respondeu seco, mexendo no celular
- Ta tudo bem? - Perguntei estranhando o tom de voz dele
- Melhor impossível
- Então tá, você vai ficar nessa comigo sem me dizer o motivo? - Perguntei já sem paciencia.
- Olha, é melhor a gente deixar o que rolou pra trás. Foi muito bom, mas daqui pra frente cada um cuida do seu, fechô? - Ele disse olhando nos meus olhos
- Fechô então - Eu respondi dando as costas pra ele.

Nesse momento eu sai tentando segurar o choro e fiquei em um canto mais afastado do pátio do colégio, sozinho. Então eu desabei. Não acreditava que o Felipe tinha feito aquilo comigo. Como pode uma pessoa ser tão perfeita num dia e tão rude no outro?

Resolvi então deixar ele pra lá, dar o espaço que ele queria. Talvez o problema fosse comigo, então eu decidi que iria parar de ser o problema na vida das pessoas. Voltei pra sala com os olhos vermelhos temendo que os outros percebessem, mas logo me concentrei na aula e deixei ele pra lá.

Assim foram os meus dias ao longo dos meses que se sucederam, me esforcei bastante nos meus estudos, até comecei um curso de inglês, conheci uma galera nova, diferente do pessoal da escola e isso foi muito bom. Outras pessoas, outros assuntos, tinha até uns gatinhos, mas eram héteros (não que isso fosse um problema pra mim né rsrs), E tinha um garoto que era gay, o Junior, desde o primeiro momento ele se aproximou de mim, me tratava muito bem e eu sentia que existia um certo interesse da parte dele, mas não foi correspondido. Eu adorava ficar conversando com ele, mas não rolava aquela atração física e por mais que ele tentasse eu vivia me esquivando. Até que teve um dia que ele me convidou pra ir tomar sorvete com ele no shopping. Eu não tinha nada pra fazer de tarde então aceitei e fomos.

Chegando lá papo vai, papo vem ele abriu o jogo pra mim, disse que me achava muito bonito e simpático e perguntou se ele teria alguma chance comigo. Eu não queria falar pra ele que ele não me deixava atraido, mas também não queria iludir ele. Então abri o jogo pra ele, contei toda a minha história desse ano, foi legal porque a forma como eu contei foi a mais honesta possível, então eu foi verdadeiro com ele e comigo mesmo, acabei percebendo que eu ainda gostava do Alison e do Lipe, e que era terrível ter que seguir em frente convivendo todos os dias com esses dois embustes. No fim das contas o Junior me entendeu e me aconselhou sobre tudo isso. Ele disse que em uma situação dessas, ou a gente luta pelo que ama, ou se adapta e muda. O que já foi já foi, não tem como eu mudar, mas eu posso mudar minha atitude hoje, pra tentar melhorar o meu futuro.

Na verdade o Junior me falou tudo o que eu já sabia, só que as vezes a gente precisa de alguém pra nos tirar da caixinha e nos colocar no rumo certo da vida...

***Aos leitures
Peço desculpas pela sumida, 2017 foi um ano muito complicado, mas espero agora em 2018 concluir esse conto, creio que ele vai ter por volta de 23 capítulos, então nos próximos a história já vai se encaminhar pro seu climax. Terminando esse, já tenho um projeto super legal em mente, envolvendo o Paolo, ex namorado do Ariel, que ele deixou em Campinas, vai ser um especial de cinco contos abordando como ele superou o fim do relacionamento de uma forma bem intensa e vivendo a vida no extremo. Enfim, aproveito pra desejar a todos um feliz 2018, que ele seja muito (mas muito mesmo) melhor do que foi 2017, que todos os nossos projetos se realizem e que paralelo a isso tenhamos mto sexo gostoso e de qualidade. Obrigado a galera do site, por promover um ambiente onde a gente pode postar esses contos, é realmente terapeutico tanto postar quanto ler as coisas por aqui, e é isso. Grande beijo a todos, logo mais tem continuação desse conto por aqui.