Orgias de um cu virgem - Final

Orgias de um cu virgem – Final
O Julio era mesmo mais velho do que nós todos, tinha uns trinta anos, talvez um ou dois. No entanto, não tão velho a ponto de poder ser meu pai. Não sei de onde o Lucas tirou isso. Percorremos o trajeto do Rebouças até o posto Marcão sacolejando dentro do Troller t-4 do Julio. Após pegarmos o asfalto da BR-354 não demorou vinte minutos para chegarmos à casa, e agência dele. A agência de ecoturismo ficava na parte inferior da construção assobradada e, a casa, nada mais do que uma pequena sala, uma suíte relativamente grande, uma copa-cozinha conjugadas e um terraço em forma de L repleto de vasos com plantas de diversas espécies e alturas. Tudo um pouco bagunçado, mas confortável.
- Quer comer alguma coisa? Beber? – perguntou, assim que largou as chaves e os documentos sobre um aparador junto à porta. – Eu estou com uma fome de leão! – exclamou.
- Para ser sincero eu também estou varado de fome. – respondi.
- Então vamos recorrer aos quitutes congelados da dona Geralda. Ela é quem me mantem saudável, cozinhando e deixando porções no congelador, pois sou uma negação na cozinha. – revelou.
Devoramos um strogonoff caprichado, descongelado no micro-ondas, enquanto falávamos sobre o acontecido no Agulhas.
- Aqueles catarinenses tiveram uma puta sorte por você tê-los encontrado! Não fosse sua tenacidade e conhecimento da região eles tinham se ferrado mais ainda. – afirmei.
- Foi a sua deixa que me fez saber onde podiam estar. Quando você contou que eles tinham pegado aquela primeira encruzilhada da trilha eu já desconfiei onde podiam ter se perdido. Portanto, devem o resgate a você.
- Imagine! Aquele líder deles era um perfeito babaca, tipo o Thiago. – assegurei.
- Quem é Thiago?         
- Um dos carinhas do meu grupo. Nos primeiros dias da nossa viagem vivia quebrando o pau comigo. Tudo que eu dizia era bobagem, coisa de boiola, como afirmava. – expliquei.
- Foi ele quem fez essas marcas nos teus peitinhos? – perguntou de supetão. Eu corei na hora, e quase me engasguei com o gole de suco de melancia que estava na minha boca.
- Foi. – minha voz quase não saiu. O que não revelei, é que o Paulo também tinha seu quinhão de culpa nesses hematomas. Se ele soubesse de toda a história ia pensar que eu era uma putinha desavergonhada. Eu próprio achava isso depois de ter dado o cu para todos do grupo, exceto o Leo.
- Eu teria quebrado a cara dele se o visse cometendo essa barbaridade. – declarou resoluto. Nesse momento ele me encarou com o mais doce olhar que alguém já depositou sobre mim. Um frenesi percorreu minha espinha.
Ofereci-me para lavar os pratos enquanto ele tomava seu banho. A água ainda corria no chuveiro quando fui até a suíte e me dei conta de que só havia aquela cama de casal na casa. Não me incomodou saber que dividiríamos aquele espaço, pelo contrário, fiquei excitado. A porta do banheiro da suíte estava completamente aberta e dava para ver cada detalhe aquele corpão musculoso se movendo debaixo da água. Aquela foi uma das imagens mais sensuais que já tinha visto. Os braços vigorosos erguidos esfregando o xampu pelos cabelos, o tórax largo e o abdômen sarado cobertos por uma distribuição singular de pelos, as coxas e pernas grossas e peludas, e o que mais me encantou, um cacetão reto, cabeçudo, flácido e pesado pendendo sensual da virilha pentelhuda. Abaixo dele, na mais tentadora das visões, um sacão dentro do qual se destacavam dois imensos culhões em alturas diferentes, como se, de tão grandes, não pudessem ocupar o mesmo espaço dentro daquele escroto. Meu cuzinho ficou tão assanhado que comecei a me despir. Há uma semana eu não passava de um nerdzinho com a cara enfiada em apostilas de física, química e matemática, trancafiado sozinho no meu quarto por horas a fio. Agora, eu estava nu e excitado, espionando um homem mais maduro que tinha conhecido a pouco mais de algumas horas, também pelado, e que me trouxera para seu covil com as mais luxuriosas intenções. O mais estranho disso tudo é que eu estava confortável com essa situação. O xampu descia pelo rosto hirsuto do Julio quando entrei no box e comecei a espalhar aquela espuma macia com as duas mãos espalmadas em seu peito. Ele não se assustou, embora não tivesse notado minha presença até eu tocá-lo. Parecia já estar esperando por isso. Sorriu de olhos fechados. Abaixou lentamente os braços e me puxou para junto dele. Um beijo demorado e cheio de tesão de ambas as partes foi se prolongando, enquanto ele acariciava minhas costas e descia sorrateiro até as minhas nádegas. Uma pegada firme nos meus glúteos rijos me trouxe para mais próximo dele. Sua língua penetrou minha boca e seu sabor atiçou minhas papilas gustativas. Meu corpo tremia incontrolado resvalando no dele.
- Você é muito gostoso! – murmurou, quando tirou seus lábios da minha boca e desceu pelo meu pescoço.
Creio que havia se passado mais de meia hora nós explorando nossos corpos debaixo do chuveiro quando fomos nos enxugar, um ao outro, com mãos libidinosas percorrendo e deslizando mansamente por lugares proibidos. Ele me inclinou sobre a cama com a cobiça estampada no olhar ladino. Minha cabeça tocou os travesseiros e pude sentir seu cheio impregnado neles. Ele se deixou cair sobre mim e voltamos a nos beijar, era preciso que nossas bocas degustassem cada sabor daquela atração mútua. Eu arranhava suas costas cada vez que ele comprimia sua virilha com o caralhão duro no meio das minhas coxas. Aquilo parecia instiga-lo ainda mais. Subitamente, ele se voltou para os meus mamilos. Passou suavemente os dedos sobre os hematomas, causados pelo Paulo e pelo Thiago, como se os quisesse curar. Olhou com doçura para meu rosto ansioso e depois beijou delicadamente aquelas sequelas. Eu enfiei meus dedos em seus cabelos e o acariciei, deixando-o sentir meus biquinhos rígidos e excitados roçando sua barba áspera.
- Não me conformo que alguém possa fazer uma coisa dessas. Não num corpo tão perfeito e numa pele tão macia. – sentenciou. Eu sorri tímido para ele.
Ele tentou arrancar de mim o autor daquela agressividade e o contexto na qual se deu, mas eu me esquivei, aquele não era o momento de falar sobre aquilo e, eu teria que admitir a minha parcela de culpa nesse episódio. Ele se recostou nos travesseiros e me puxou sobre seu peito. Começamos a conversar sobre coisas triviais, sobre nossas vidas, sobre a magia do nosso encontro.
- Não existe uma garota na sua vida, você é um cara tão sedutor e bonito? – perguntei curioso por um cara másculo como ele não estar casado.
- Até existe! Ela é dentista e trabalha aqui na cidade, vem de uma família de fazendeiros da região que não concordam muito com nosso envolvimento. Para eles eu sou um aventureiro que não trabalha a semana toda e, nos finais de semana me emprenho em passeios pelas montanhas da região. Um folgado, segundo eles. Ela vem me dar uma força nos fins de semana na agência, atendendo telefonemas com pedidos para excursões, administrando um pouco as contas para as quais tenho pouca paciência, dando uma de secretária quando podia estar descansando da semana de trabalho. É isso que incomoda a família dela, além é claro de ela passar algumas noites aqui comigo. – revelou.
- Famílias antigas de lugares pequenos têm essa visão obtusa. É obvio que seu movimento maior ocorra nos finais de semana e feriados quando o pessoal da cidade vem procurar aventuras, qualquer um pode constatar isso. – argumentei.
- Não pela lógica deles. Um filho de fazendeiro ou de alguém destacado na cidade seria mais apropriado como genro. Por isso, estamos nesse chove não molha há uns três anos. Ela deve estar pensando se a vale a pena ficar comigo. Não vou me espantar se um dia ela me der o fora. – ponderou.
- Seria uma tola! Dispensar um homem feito você só pode ser coisa de insensíveis. Dá para ver no seu olhar o cara maravilhoso que você é. – confessei.
- Estou descobrindo que você é único. Curto mulheres, e bastante. Mas, também me amarro em carinhas como você. Quando te vi lá no Rebouças ao preparar meu grupo para a escalada, senti um tesão da porra. Adoro carinhas lisinhos e lindos como você, com esse semblante desprotegido. Quando vi sua bunda fiquei maluco, jurei para mim mesmo que ia fazer de tudo naquela montanha para conseguir sua atenção. E, nessa você me abre um sorriso e me desmonta. Agora está aqui nos meus braços, carinhoso e ouvindo a chatice da minha história.
- Quem me dera ter conhecido caras viris como você, e tão amáveis! – exclamei. Ele deitou minha cabeça nos travesseiros e se ajoelhou ao meu lado. Dava para sentir o perfume morno de sabonete em sua virilha, com o cacetão a poucos centímetros da minha boca. Eu beijei suavemente a enorme chapeleta antes de prendê-la entre os lábios. Ele gemeu e agarrou meus cabelos. Coloquei-a toda na boca e comecei a chupar. O caralhão endurecia entalado até a minha garganta. Instantes depois, já senti seu pré-gozo se misturando a minha saliva, saboroso e viscoso. As duas bolonas tão despudoradamente alojadas no sacão me seduziram. Passei a massageá-las com as pontas dos dedos, explorando toda aquela virilha pentelhuda. Aos poucos toquei seu períneo atrás do sacão, ele soltou o ar num gemido prolongado e prazeroso, eu tocara num ponto estratégico que o encheu de tesão. Brinquei com aqueles bagos por um bom tempo, antes de me virar de bruços, convidando-o a me cobrir. Ele avançou ligeiro sobre minha bunda, abriu meu rego e começou a me mordiscar naquela pele sensível e sempre reclusa. Eu gemia em frequências e compassos diferentes conforme ele imprimia intensidade ou voracidade naquela investida. Isso o excitava ainda mais. Meu cuzinho piscava e eu me preocupei com seu aspecto. Restariam visíveis ainda as marcas da minha devassidão com os caras no camping? No início do dia anterior eu mal podia abrir as pernas ao iniciar a escalada do Agulhas. Se elas existiam o Julio não se importou, ou mentiu para mim dizendo que nunca tinha visto uma rosquinha tão apertada quando enfiou seu dedo tarado no meu cuzinho. Pouco depois ele o lambia numa sofreguidão avassaladora, ouvindo meus gemidos de prazer. Minha apreensão voltou quando ele me prendeu entre suas pernas e deslizou a rola dura como uma rocha no fundo do meu rego. Não foi difícil para ele sentir minhas preguinhas anais se estufando e se abrindo como se quisessem xuxar a chapeleta apontada contra elas. A penetração veio vigorosa e me abriu como se meus esfíncteres fossem um túnel. Uma dor pungente e aguda me fez gritar. Toda a sensibilidade daquela carne ferida voltou numa intensidade desesperadora. Ele abraçou meu tronco e beijou meu cangote, arfando como um touro bravio. Ele imaginava a dor e o sufoco que me afligia, mas não recuou, pois o que o movia era o tesão por aquela fenda diminuta e sua necessidade de se satisfazer nela. Era instintivo, era primitivo, era puramente animalesco e ele queria que eu compreendesse isso.
- Ai Julio! – gani lânguido, virando meu rosto em sua direção para beijar sua boca. Era de toda essa conivência que ele precisava.
A pica se aprofundou até atingir minha próstata, depois se movia num vaivém compassado, imiscuindo-se nas minhas entranhas com voracidade e luxúria. Eu novamente gania e gemia como os compassos de uma música conforme variavam as sensações que me invadiam tão sensualmente. Gozei quando ele me ergueu pela cintura, deixando-me praticamente de quatro sobre o colchão que balançava debaixo de mim tanto quanto a minha pica, montado em mim como se eu fosse uma cadela. Eu me regozijava num prazer indescritível com aquele macho me fodendo cada vez mais ardentemente. Sem desacelerar o ritmo das estocadas, sua pelve se contraiu e ele despejou sua porra quente no meu casulo afortunado, abundante, espessa, liberadora.
- Marcelo, Marcelo! Obrigado universo por me permitir ter esse tesãozinho nos braços! – balbuciou, enquanto urrava e ejaculava no meu cu. – Caralho, que delícia!
Eu só me virei um pouco de lado e puxei seu braço sobre a cintura. Ele não tirou o pinto do meu rabo. Adormecemos nos beijando no avançado da madrugada, para só despertar pouco antes do meio-dia.
- Feliz? – perguntei ao acordarmos e ele logo começar a assobiar uma melodia romântica.
- Bastante! Responsabilidade sua! – respondeu.
- Não tenho todo esse poder. Quem me dera!
- Tem muito mais do que imagina! Seu poder está na doçura desse olhar, nessa aparente fragilidade física, nessas mãos tão carinhosas e femininas, um verdadeiro fetiche.
- Só mesmo um homem como você para reparar nessas coisas que nem eu mesmo sabia que tinha.
- Quando você engole a porra da gente, ou cuida, na maior naturalidade para que ela não escorra do seu cuzinho, ainda dizendo que não quer perde-la, Marcelo, isso dá um tesão do caralho na gente. Todo macho idolatra sua porra e quer vê-la bem aplicada. Você fazendo e falando essas coisas deixa a gente nas nuvens, se sentindo o mais viril dos machos. Nunca alguém tinha feito eu me sentir assim. – confessou.
Fomos comer uma massa no restaurante Manducare dentro do Hotel São Gotardo, desfrutando de uma vista belíssima das montanhas da região, antes do Julio me levar até o camping no Rebouças. Eram 14:45 hs quando ele estacionou ao lado do abrigo.
- Obrigado! Obrigado por ser tão encantador! – disse ao me despedir. Não quis que ele saísse do carro. Abracei-o e toquei de leve meus lábios nos dele. Desci apressado do carro, pois sabia que se ficasse olhando para aquele rosto por mais alguns segundos começaria a chorar.
- Estou te esperando para escalarmos o Prateleiras, só você e eu. – disse, colocando um cartão de sua agência em minhas mãos. – Obrigado por toda felicidade que você plantou aqui dentro. – acrescentou, tocando os dedos sobre o coração. A primeira lágrima rolou do meu rosto e eu pulei fora do carro sem olhar para trás.
A caminho da barraca não pude deixar de pensar que eu não passava de um daqueles bichinhos mantidos por muito tempo numa gaiola sem, ou com pouca, interação com o mundo do lado de fora. E que, agora solto, explorava e descobria tudo a minha volta, me emocionando com cada descoberta e nova sensação. Sempre fui uma manteiga derretida, talvez por que sempre estive sob pressão e emoções intensas, como o bullying, a gozação e o medo constante de ser zoado pela garotada cruel do colégio. De repente, eu estava começando a assumir quem eu realmente era, exagerando provavelmente nas atitudes, porém, dando sentido a minha existência. Aprender a lidar com as emoções ainda seria um árduo caminho a percorrer.
- Finalmente! Já estamos com quase tudo pronto para partir. Só falta você juntar suas tralhas para desmontarmos a barraca. – disse o Leo, assim que me aproximei da barraca.
- Não me demoro! – assegurei.
- E aí, como foi o rendez-vous com o velhote? A pica dele deu conta desse cuzinho? – perguntou na sequência.
- Ciúmes? – revidei.
- De quem? Daquele panaca? Não me faça rir! – zombou.
- Dele mesmo! Um tremendo macho viril. Homem, não moleque como você. Com uma rola que deve dar de dez a zero na sua piroquinha. – tripudiei.
- Piroquinha? Olha aqui a piroquinha! Senta aqui que eu te mostro do que essa piroquinha é capaz. – respondeu zangado.
- Não, obrigado! Depois dessa noite sei que isso aí não vai me satisfazer.
- Viado! – ele ficou tão furioso com a segurança das minhas palavras que saiu pisando firme.
- O que deu no Leo? Vai me dizer que você mal chegou e vocês já discutiram. – quis saber o Mario.
- Seu irmão é uma besta quadrupede! Um idiota que vem cheio de grosserias. – respondi, enquanto fazia minha mochila.
A ideia, passados os seis pernoites no camping, era procurar um hotelzinho ou uma pousada na região para os outros dois dias antes de regressarmos para São Paulo no domingo pela manhã. Perdemos quase toda a tarde daquela quinta-feira procurando um lugar para pernoitar, devido à grande procura durante o inverno, que fazia os hotéis e pousadas estarem lotados. Como ninguém havia pensado nisso e feito alguma reserva, tivemos que bater de porta em porta. Acabamos encontrando dois quartos triplos num hotel em Resende, já próximo do horário da janta. Feito o check-in, o Thiago, o Leo e eu ficamos numa suíte e, o Mario, o Lucas e o Paulo na outra, as últimas que o hotel dispunha livres. Tomamos uma ducha, jantamos e fomos dar um rolê a pé pela cidade. Não havia muita coisa para ver, sentamos numa mesa na calçada de um barzinho e ficamos apreciando o parco movimento interiorano. Acabamos voltando cedo para o hotel, driblando quem vinha pela frente uma vez que o Leo havia exagerado nas Tequilas e caipirinhas de tangerina, e precisava ser amparado para não topar com as pessoas e falar besteiras. Ao chegarmos à suíte ele cambaleou até o banheiro e vomitou o que estava no estômago.
- Que saco, cara! O que deu em você? – reclamou o Thiago, que perdera a paciência com o besteirol que saia da boca do Leo.
- Vocês são todos uns bostas! Você principalmente, seu bosta viadinho! – respondeu, apontando na minha direção.
- Qual é a tua? Estamos há mais de uma hora aguentando seu porre. Vá se foder! – retrucou o Thiago, tentando enfiá-lo debaixo do chuveiro, uma vez que sujara as roupas com o próprio vômito.
- Pega aqui na minha benga, boiolinha! O que você acha agora, ela é pequena para o seu cu arrombado? Esse cu que todo mundo está arregaçando? – berrou, quando o despimos. Eu me mantive calado, ajudando o Thiago a mantê-lo debaixo da ducha fria.
- Cala essa boca, ou a gente te deixa dormindo aqui mesmo! – ameaçou o Thiago.
- Seus viados, filhos da puta! Seus merdas! Vão se foder! – balbuciava com a voz emplastada e o cérebro encharcado de álcool.
Quinze minutos depois de o jogarmos sobre a cama, ele roncava e babava no travesseiro, imóvel como um moribundo. Ainda conversamos por uma meia hora antes de o sono começar a baixar. Muito sutil, o Thiago começou a me sondar sobre minha saída com o Julio. Fingi que já não o ouvia quando as perguntas começaram a ficar mais íntimas.
Eu já dormia a sono solto quando acordei assustado, sem a bermuda do pijama e o Leo nu tentando me subjugar e enfiar a rola dura no meu cuzinho. Com um braço nas minhas costas, todo seu peso sobre o meu corpo e guiando com a outra mão a jeba sobre as minhas pregas, comecei a me debater e a tentar afasta-lo de mim. Por um tris ele não meteu a rola no meu cu, não fosse eu desviar a bunda para o lado.
- Para! Para! – meu brado sufocado dentro do travesseiro encheu o quarto.
- O que é que está acontecendo? – perguntou o Thiago, acordando assustado com a algazarra. – O que é que você está tentando fazer, seu filho da puta? – emendou, levantando-se num movimento rápido e o tirando de cima de mim, ao mesmo tempo em que desferia um soco na cara do Leo.
- Não! Pare com isso, não! – protestei, retendo seu braço que se já preparava para novo soco.
- Qual é? Se você quer que ele te foda, problema seu. Fiquem a vontade! – retrucou o Thiago.
- Não é nada disso! Ele está bêbado, você está sabendo. Não vai bater nele nesse estado. – argumentei.
- Cara, só você mesmo! Inacreditável! O cara está tentando enfiar o caralho no teu rabo e você preocupado que ele leve um merecido soco no meio das fuças. – disse, incrédulo.
- Vocês são amigos, você acha que ele está em condições de saber o que está fazendo. Vem me ajuda a coloca-lo na cama outra vez. Aposto que capota como da primeira vez em alguns minutos. – foi o que aconteceu.
- Eu posso fazer e dizer o que quer que seja, você sempre vai estar contra mim, não é? Não concordamos nunca! – disse ele, sentando-se na cama.
- Não é nada disso, Thiago! Só não acho justo batermos num bêbado. Até que estamos concordando em algumas coisas nesses últimos dias. Você nem reclamou quando eu sugeri descermos a trilha do Agulhas orientados pelo GPS. – argumentei.
- É, isso é verdade! Mas não pense que vai me levar no bico só por causa disso. – ele ainda lutava pelo status que sentia abalado por mim.
- Você é um cara muito legal! Meio mandão e teimoso, mas um cara de bom coração. – elogiei.
- Querendo me bajular?
- Não! Só dizendo o que sinto.
- Como você pode saber? Nem me conhece direito!
- Soube quando nossos olhares se encontraram, depois que te pedi para não me machucar, naquela tarde na cachoeira. E, você sabe disso, por que vi nos teus olhos que não queria me machucar. – revelei, deixando-o desconcertado.
- Mas, acabei machucando! Você não reclamou depois. – devolveu ele.
- Eu sei! – precisei disfarçar um riso súbito.
- Do que está rindo? Falei alguma coisa engraçada?
- Não, não é isso! É como pedir a um elefante ou um hipopótamo para serem sutis. – sorri.
- Está me chamando de paquiderme?
- Claro que não! Só estou pensando no descabimento que foi pedir para um cara do seu tamanho, com todos esses baita músculos e esse pintão enorme, não me machucar.
- Ainda mais estando dentro desse cuzinho! É, é meio impossível mesmo! – retorquiu sorrindo. – Você pode até tirar uma com a minha cara, mas vou te confessar uma coisa. Aquela foi a primeira vez que eu comi um cuzinho, a primeira vez que comi um carinha e, eu gostei pra caralho! – confessou, desviando ligeiramente o olhar para o chão.
- Sou praticamente, ou melhor, era virgem até uma semana atrás, mas percebi que aquela também era sua primeira vez. – revelei.
- Primeira vez com um carinha! Eu já meti em muita buceta! – protestou.
- Isso, foi isso que eu quis dizer.
- Nunca penetrei uma grutinha tão apertada como a sua, deu um tesão da porra! A gente cresce aprendendo que caras que transam com caras são viados, mas não foi assim que me senti depois da gente transar. Eu me senti muito mais macho, por ter um carinha debaixo de mim, gemendo e levando minha pica. Acho que aquela também foi a esporrada mais abundante que dei na vida. – expos, agora me encarando cheio de confiança.
- Para mim também foi uma experiência muito prazerosa. Viu como você consegue ser doce sem ter que perder seu status de mandão? Ninguém vai dizer que você é menos macho por que consegue se mostrar sensível. Veja o que acaba de fazer por mim agora há pouco. Quem diria que o cara que mais bateu de frente comigo agora não quer que alguém se aproveite de mim? – questionei.
- Ninguém tem o direito de pegar o outro a força! Eu não podia deixar o Leo fazer isso sem o seu consentimento.
- Obrigado, meu herói! – devolvi, num sorriso sincero.
- Mereço até um premio! – provocou.
- Merece! – só então me dei conta de que ainda estava sem a bermuda do pijama, e ele olhava para a minha nudez com a concupiscência a saltar-lhe dos olhos. Dois passos e, ele estava comigo na cama, excitado como um garanhão ao perceber uma égua no cio.
Esfregar-se nas minhas coxas e na minha bunda deixou-o ainda mais efervescente. Eu o abraçava e recebia sua língua na minha boca, chupando-a com ardor. O pau babando melava minhas nádegas e atiçava meu cuzinho. Eu me empinava todo, comprimindo a bunda contra sua virilha. Não demorei a sentir a rola me penetrando deixando escapar um gemido esganiçado. Eu achava que a cada penetração minhas pregas fossem laceando e tornando menos dolorosos esses ímpetos dos machos, mas não era o que acontecia. Meu cuzinho estava cada vez mais travado e, embora desejoso de uma pica, permanecia tão ocluso que cada rola transpassando meus esfíncteres era como uma tortura aniquilante, antes de sobrevir o prazer de aconchega-la nas minhas entranhas. O Thiago aprofundava seu pinto gigante no meu cuzinho numa generosidade lasciva e promiscua, usufruindo cada contração dos meus músculos anais ao redor de seu falo como um árido sedento sorve cada golpe de água fresca. Ele ficou metendo em mim e chupando meu pescoço até se cansar daquela posição que não lhe permitia compartilhar seu prazer comigo. Assim, tirou a pica do meu cu tão apressadamente antes de me sentar em seu colo que acabei soltando um grito quando a cabeçorra esgarçou minhas pregas. Ele estava recostado na cabeceira da cama quando trouxe meu tronco para junto dele. Uma série de beijos cobriu meu rosto, minha boca, meus ombros e, por fim, meus mamilos. A fissura dele por meus peitinhos era evidente. Ele fechou a mão ao redor de um deles fazendo-o estufar, destacando o biquinho enrijecido. Seus dentes o prenderam e tracionaram até eu soltar um gemido e tentar afastar aquela boca insaciável dos meus mamilos sensíveis.
- Ai, Thiago! Bruto! – protestei. Ele me encarou com a tara descarada estampada no semblante.
- Essas tetinhas me deixam maluco! – murmurou, atacando o outro mamilo.
Eu afagava seus cabelos entre as mãos e sentia as deles percorrendo minhas costas. Comecei a cavalgar em seu colo e ele apartou minhas nádegas para que seu falo deslizasse dentro do meu rego. Ergui seu queixo e comecei a beijá-lo. Ele guiou o cacetão para dentro do meu cuzinho e eu gani com sua língua explorando minha boca. Sentei-me lenta e cuidadosamente sobre a pica, fazendo-a desaparecer no meu introito. Só ficou o sacão comprimido no meu reguinho aberto, enquanto ele amassava minhas nádegas. Nossos olhares se encontraram como naquela tarde na cachoeira, e eu comecei a cavalgar naquele mastro fazendo-o gemer e bramir feito um touro. O Leo se agitou na cama ao lado e, por alguns instantes, nos fitou com um olhar mortiço e confuso, antes de voltar a perder a consciência.
- Daqui a pouco você vai acordar o hotel inteiro com esses rugidos, seu tarado! – adverti.
- Tô pouco me lixando! Eu quero comer esse rabinho até não poder mais! Quem manda você ser tão tesudo? – grunhiu entre um sorriso safado.
Pouco depois, ele nos fazia girar juntos montando novamente em mim, enquanto eu enlaçava minhas pernas ao redor dele. Ele me pediu que o beijasse novamente. Eu obedeci, perdendo o controle e gozando sobre meu ventre. Ele deixou os jatos fluírem como dardos, aliviando a pressão dos seus culhões e me presenteando seu sêmen viril.
O sol penetrava por uma fresta aberta entre as cortinas e batia sobre nossos corpos enlaçados na mesma cama. O Leo deu um chute no traseiro do Thiago nos acordando espavoridos.
- Suas bichonas pervertidas! Ficaram de fodelança a noite toda, não é? Puta que o pariu, minha cabeça vai rachar! Aquela tequila tava uma merda! – vociferou, levando a mão à cabeça.
- As tequilas, você quer dizer! Por que você entornou todas.
- Foram vocês seus viados que tiraram a minha roupa? Queriam o quê, chupar a minha pica? – embora desperto ele ainda não atinava coisa com coisa. – Acho que um filho da puta me acertou um soco, tô com uma sensação gozada deste lado do queixo. – comentou.
- Vai ver foi o traveco que você pegou a caminho do hotel! – tripudiou o Thiago.
- Traveco? Cê tá maluco, meu irmão? Eu sou lá de foder boiola? – resmungou e, depois de um tempo meditando com suas memórias. – Sério? – a cara que fez diante da dúvida provocou uma gargalhada em mim e no Thiago. Em seguida ele foi cambaleando até o quarto ao lado, provocar os outros.
- Me diz que eu também não delirei essa noite quando senti você me acolhendo nesse cuzinho gostoso? – perguntou o Thiago, vindo acariciar meu rosto.
- Garanto que não! Quer que eu te mostre toda sua destemperança? – provoquei.
- Eu adoraria! – Fomos juntos para debaixo da ducha com as bocas seladas num beijo úmido.
Na sexta e no sábado ficamos fazendo incursões pelos arredores do Itatiaia. Fomos a Penedo, Visconde Mauá, Maromba Rio e Maromba Minas por estradas precárias de terra e pedras soltas, que o Dodge Journey enfrentou com valentia. Parávamos algumas vezes para fazer umas fotos e, numa dessas paradas, a caminho de Visconde de Mauá, quando já se avistava do alto da serra o vilarejo encravado no fundo do vale, alguns condores planavam graciosos levados pelas correntes de ar. Praticamente não moviam as asas, não faziam nenhum esforço para voar livres naquela altitude, contemplando o mundo por um ângulo privilegiado. Eu começava a me sentir um pouco assim como eles com os acontecimentos dos últimos dias. Ao menos era assim que se sentia meu coração, um pouco desligado e livre de opressões. A noite de sábado para domingo eu passei compartilhando a cama com o Mario, pois ele e o Leo haviam trocado de quarto. Transamos numa cumplicidade vigiada pelo Thiago que, de vez em quando, resmungava alguma coisa na cama ao lado.
- Tô ficando de pau duro aqui debaixo! Daqui a pouco vou aí participar da suruba!
- Nada disso, você já teve sua chance. Essa noite é minha, esse cuzinho é todo meu! – revidou o Mario, sem interromper o vaivém daquela jeba dentro de mim.
Voltei para São Paulo bastante calado dentro do carro, enquanto eles extravasavam a euforia daqueles dias. Eu ficava imaginando se seria possível viver a minha realidade como vivi aquela semana no Itatiaia. Sentia um nó na garganta e não sabia explicar o porquê, uma vez que tudo tinha sido maravilhoso. Fiquei analisando as transformações ocorridas com cada um de nós. A princípio, todos eles me levaram por uma imposição do Jorge, o pai do Leo e do Mario, isso era certo. Eu era um estorvo a ser carregado a fim da viagem deles dar certo. A cada dia as coisas foram se transformando. Dos quebra-paus com o Paulo e o Thiago, restou o desdém do Paulo comigo, unicamente por não me aceitar. Para ele eu continuava a ser a bichinha com quem batia de frente, embora eu nunca tivesse demonstrado nenhum trejeito que me denunciasse. O Thiago era também, sem sombra de dúvida, um heterossexual convicto. Mas, descobriu que podia experimentar outros prazeres na vida. O Leo voltava ressentido comigo por não ter me fodido nenhuma vez. Nem eu sei explicar por que agi assim com ele, porém, cada vez que ele vinha para cima de mim com as intenções explícitas eu me lembrava dos tempos do colégio, do bullying que ele perpetrava sobre mim, sempre cercado de comparsas e do irmão mais velho. No fundo, eu o achava um fraco que só ousava quando a retaguarda estava garantida, ele por si só não se garantia. Já o Mario tinha mudado radicalmente sua postura, tornara-se protetor. Cedeu aos meus atributos e encontrou o prazer neles. Restava o Lucas, aquele a quem entreguei minha virgindade e que me decepcionou a ponto de eu fazer coisas que jamais sonharia fazer, a ter atitudes que nunca tive na vida. Depois daquela penetração que me abriu para vida como o desabrochar de uma flor, nossa interação foi praticamente nula. Pouco conversei ou fiquei próximo a ele. Continuávamos dois estranhos, embora eu tivesse carregado seu sêmen entre as minhas coxas por um dia inteiro, em estado de jubilo.
Nas semanas que se seguiram meus pais comentaram sobre minha mudança de comportamento. Acham que eu estava mais solto, mais espontâneo, menos triste. Alegrei-me por terem percebido, talvez outras pessoas também tenham notado a diferença. Outro que me surpreendeu certa tarde ao me encontrar e me oferecer uma carona até em casa foi o Jorge, pai do Mario e do Leo. Ele voltava certamente da academia, ainda estava com os cabelos molhados e cheirando a loção de barba.
- Eu soube que você fez a alegria na moçada no camping. – disse ousado, enquanto dirigia sem olhar para mim.
- Com certeza não. Meu veio cômico é um desastre. – retorqui, embora soubesse ao que se referia.
- Mas seus outros atributos são bastante instigantes! – exclamou, armando um risinho irônico.
- Não tenho nada de instigante. Devem ter falado bobagens.
- Creio que o Mario não se enganou nos elogios que teceu a seu respeito e, pela reação do Leo por ter ficado de fora da festinha dá para imaginar o quão instigantes são seus atributos. Aliás, basta ver para constatar isso. – disse baixando o olhar em direção ao assento do carro.
Eu não estava acreditando naquilo. O quarentão casado, pai de dois marmanjos com idade próxima a minha, sarado e metido a galã estava me dando uma cantada. Na hora eu não sabia se ficava indignado ou se aceitava isso como um elogio. Como eu havia me transformado bastante, aceitei como um elogio. Ele se sentiu dono da bola. Foi ficando mais eloquente e mais safado. Eu retribuía meio tímido, isso o deixou doido. No meio da conversa vi que ele se desviara do caminho. Estava trafegando por ruas que não iam dar em casa. Ao perceber que eu tinha notado o desvio, lançou-me um sorriso desavergonhado. Era final de tarde e ele atravessava a ponte sobre o rio Pinheiros se embrenhando por ruas estreitas, junto à ponte, completamente congestionadas, de repente, estávamos entrando no motel Swing. Ele olhou para mim e, por uns instantes não disse uma única palavra. A atendente pediu os documentos e ele se voltou para mim enquanto tirava o dele da carteira. Entreguei-lhe o meu, sem interpor condições. Eu nunca tinha estado num motel, nem sabia que aspecto teriam as dependências por trás daquelas paredes, no entanto, estava curioso e excitado. Eu ia mesmo transar com o pai dos meus vizinhos?
Senti um frio na barriga quando o Jorge abriu a porta da suíte e me deixou entrar antes dele, junto com um cheiro forte de desinfetante ou essência de eucalipto. Tudo era muito branco e claro quando ele acendeu as luzes principais dando a impressão de um ambiente higiênico e estéril, embora eu duvidasse disso. O espaço era bem amplo, tinha uma jacuzzi onde a água borbulhava, uma sauna, uma área com duas espreguiçadeiras sobre as quais repousavam toalhas também brancas, dispostas em forma de leque e, numa espécie de patamar um degrau mais elevado, uma cama ampla e imponente como um trono. Meu olhar percorria as paredes brancas e luminosas com curiosidade e apreensão. O Jorge voltou-se para mim e pude identificar um sorriso pérfido ante a ingenuidade do meu olhar. Eu fiquei imaginando quantos casais, de todas as composições possíveis, não haviam estado ali satisfazendo seus corpos com a luxúria do sexo, quantos instintos humanos primais não haviam exercido sua dominação, submissão, tripudiação e mais inúmeras qualidades da essência humana. Casais apaixonados, namorados, que a pressa em se tornarem íntimos antes dos papeis oficiais, se deram ao desfrute, amantes que precisavam esconder seu envolvimento, chefes e patrões que se valeram dos serviços extras de secretárias e funcionários, pervertidos de toda a espécie que entrelaçaram seus corpos e gemeram seus prazeres. Eu nunca mais dissociei aquele cheiro de eucalipto que pairava no ar do sexo devasso e pecaminoso. Eu mesmo me sentia transgredindo regras, um amante comum, um prostituto, um pré-adulto descobrindo os meandros do sexo. O Jorge deixou as chaves do carro sobre um dos apoios da cabeceira e, num painel instalado nela, fez a voz da Adele sair de autofalantes instalados no teto cantando Make you feel my love e se espalhar pelo ambiente, dimerizou as luzes mergulhando tudo numa penumbra misteriosa e voluptuosa. Depois, aproximou-se de mim e me tocou. Logo eu estava nu diante de seu olhar voraz e admirador. Senti novamente aquela sensação de poder, como se as curvas do meu corpo tivessem a capacidade de escravizar aquele macho, como se eu pudesse lhe impor minhas vontades mesmo ganindo submisso sob o peso de seu corpo e imposição de sua pica. Ele procurou minha boca, sedento e cobiçoso, como se minha retribuição aos seus beijos fosse a chave para ele ter livre acesso ao meu sexo e ao meu cuzinho excitado. Ele gostou de me ver tirando a camisa que acabara de desabotoar expondo os pelos de seu peito. Seu olhar acompanhava meus dedos longos e finos entrando pelo cós da calça para puxar a camisa para fora e desabotoar os últimos botões, num assanhamento ansioso. Acompanhou-os deslizando mais uma vez sobre a trilha peluda que levava à sua virilha e, onde meus dedos tatearam antes de abrir a braguilha de sua calça. Embaixo dela, o contorno de uma rola em ereção se fazia cada vez mais perceptível. Minha mão entrou lenta e suavemente por aquela abertura e saiu trazendo, entre movimentos carinhosos dos dedos, sua benga grossa e úmida. Ele sorriu e me beijou acaloradamente. Não sei se para exibir seu vigor físico, ou se simplesmente para mostrar quem é que dominava a situação, ele me pegou no colo e me deitou sobre uma das espreguiçadeiras. Meu corpo tremia todo, involuntária e espasmodicamente. Eu já aprendera a identificar essa reação toda vez que ia ser fodido, e a aceitei com naturalidade. O Jorge terminou de se despir, atirando as roupas sobre a outra espreguiçadeira. Ele era um quarentão bonito e vigoroso, não tão sexy quanto seu filho Mario, nem tão garboso quanto o Lucas em pleno esplendor de seus vinte e um anos e, muito menos, tão impressionante quanto o corpo espetacular e viril do Julio, mas havia um charme, uma sensualidade latente que vinha de sua experiência e segurança naquilo que estava fazendo. E, isso me bastou naquele momento, para eu me entregar a ele. Ajoelhado ao lado da espreguiçadeira, ele tateou por todo meu corpo, sua mão deslizava sobre a minha levemente arrepiada explorando cada detalhe.
- Agora eu sei o que aquele bando de garanhões movidos a hormônios viram em você! A pele é tão macia e branquinha, não tem uma única imperfeição, nada! Peitinhos gorduchinhos e mamilos cor de chocolate, dá vontade de morder um pedaço. Deliciosas coxas lisinhas, sem nenhum pelo, nada que te faça parecer um macho, apenas um mancebo casto. Você sabe o que é um mancebo? É uma palavra das antigas, nem se usa mais. – afirmou, num tom de voz grave.
- Sei. Aparece em alguns livros. – respondi.
- Então, você é um mancebo. Um mancebo muito gostoso! Um mancebo de bunda arrebitada. Sempre fui tarado por bundas. – revelou, passando a mão na minha.
Eu já estava começando a ficar de pau duro, o que chamou a atenção dele. Sua mão deslizou pela minha virilha e pegou no meu pinto. Estremeci na hora, meu pau parou de endurecer e, por alguns instantes, temi que ele me masturbasse. Aquela mão estranha naquele lugar estava me fazendo brochar. Todo tesão que eu estava sentindo quando ele pegava minhas nádegas sumiu como por encanto. Compreendi então, que eu sentia tesão no cu e não na pica. Outra pessoa tocando nela não me produzia emoção alguma, aliás, só me travava. Felizmente, ele logo se desinteressou do meu pau, com um breve comentário de ele ter um formato bonitinho. Enquanto isso, o dele tinha atingido sua plenitude. Sem perder tempo, o Jorge ficou em pé ao meu lado e reclinando minha cabeça sobre o encosto da espreguiçadeira, pincelou sua rola no meu rosto.
- Me disseram que você faz boquetes maravilhosos. – ronronou.
Eu o chupei demoradamente, deixando aquela carne empinar na minha boca como se fosse um cavalo selvagem. A jeba babava me fazendo sentir seu sabor. Pouco depois de começar a brincar com seus culhões, sobreveio-lhe uma impetuosidade gananciosa. Ele abriu meu rego e começou a me lamber, morder meus glúteos, enfiar dedos no meu cuzinho e, por fim, deitar-se sobre a minha bunda e meter lenta e progressivamente o cacete no meu cuzinho. Eu gani por alguns instantes, quando a glande estufada me rasgou, mas logo me acostumei com seu falo entrando em mim. Ele me bombou o cu por bem uns vinte minutos. Meus gemidos tinham mais haver com a mucosa anal sendo esfolada à seco, do que propriamente pelo estímulo da rola. Ela parecia não atingir aquele ponto que me levava ao clímax. Descobri então, que eu só extraía o máximo do prazer quando um caralhão chegava àquele ponto profundo e incrustado no períneo, que recompensava cada prega rasgada na portinha do meu cu. As estocadas do Jorge não chegavam até ele e, eu esperei em vão por aquele prazer que não vinha, pois ele acabou gozando e melando todo meu rego com a profusão de esperma que ejaculou em mim. Apesar do cu esfolado e ardido, aquela foi a primeira vez que não gozei, que não senti aquele prazer celestial que me deixava em êxtase. Mais uma lição aprendida, nem todo sexo é bom e prazeroso, nem todo macho consegue satisfazer meus desejos, nem tudo é tão belo quanto deixa transparecer. O Jorge, ao contrário, parecia ter lavado a alma. Não fosse eu inventar uma desculpa qualquer ele queria me enrabar novamente. Estava aliviado quando ele me deixou no portão de casa.
Alguns meses depois, justamente quando eu estava prestando os vestibulares, fiquei sabendo pelo meu pai que nossos vizinhos estavam de mudança. O Jorge e a esposa estavam se separando e colocando a casa à venda. Como estava atolado até o pescoço com os meus estudos e provas, não vi quando o caminhão de mudanças deixou o imóvel vazio. Nunca mais soubemos de nenhum deles.
Eu tinha acabado de prescrever as medicações no prontuário do primeiro paciente daquela manhã e, ao datar e assinar a prescrição, as memórias de uma década passada me trouxeram uma doce nostalgia. A data que escrevi no prontuário era exatamente uma década após minha aventura no Itatiaia. Por alguns instantes, fui transportado para a imensidão da paisagem que avistei daqueles 2.791 metros de altitude.
- No mundo da lua, doutor? – a voz que me tirou dos meus devaneios foi da Mariana, uma colega médica que integrava o corpo clínico do hospital no qual eu trabalhava pelas manhãs. – Você está com uma cara! – emendou, rindo.
- Recordações, recordações! – respondi.
- Tenho uma proposta para você. Diz que aceita, diz! – continuou ela, depois de conseguir minha atenção.
- Nem vem! Toda vez que você me aparece com suas propostas, sei que vai sobrar para mim. – retruquei.
- Calma! Não é nada disso. É coisa boa, garanto que vai gostar. – proclamou.
- Quando você chega com essa conversa mole toda é porque é uma bomba. Mas, manda ver, hoje estou de bom humor.
- Minha prima esnobe vai se casar daqui a duas semanas. A Valéria, uma daquelas do meu tio empresário, o bacana da família. Bem, aí eu pensei, como o Marcelo costuma ficar em casa nos finais de semana feito um eremita e, considerando que você é do tipo médico galã de seriado americano, e mais, que estou solteirinha depois de terminar com o Jonas, você bem que podia fazer esse favorzinho para sua melhor e mais amada amiga e me acompanhar nesse casamento. – despejou ela.
- Coisa boa? Você teve a coragem de dizer coisa boa para uma festa de casamento? Você só pode estar de gozação comigo. Eu abomino festas de casamento! – exclamei.
- Ah, faz esse favorzinho para sua amiga, faz? São apenas algumas horas. E, estou sabendo que vai ter um festão para lá de chique. – explicou, tentando dourar a pílula.
- Pois que seja a festa do sultão das arábias, eu estou fora!
- Você é um chato, sabia? O que é que custa você me acompanhar? Estou doida para a Valéria me ver acompanhada por você, sei que ela vai morrer de inveja. – disse, cheia de más intenções.
- Além de querer me arrastar para um casamento, você ainda quer me usar para provocar sua prima? Eu nem devia estar ouvindo suas bobagens.
- Ela merece, juro! Ninguém suporta aquelas duas, a Valéria principalmente, com aquele nariz empinado e fazendo questão de esfregar na cara dos parentes que é a mais rica das primas. – revelou.
- Também vou entrar na briga da família? Você é ótima! Depois me diz que é um favorzinho. Com amigas como você não preciso de inimigos. – retorqui.
- Eu cubro seu plantão do próximo feriado, são três dias! Vai, deixa de ser chato! – começou negociando.
- Só três dias para aguentar tudo isso? Muquirana! – devolvi.
- Dois plantões, então! O do feriadão e mais um fim de semana. Olha como estou sendo generosa, cinco dias!
- Vou ter que me enfiar num terno, não sei se vale à pena, por míseros cinco dias.
- Então! Vai ter que usar um smoking! – revelou, cautelosa.
- Mas não vale mesmo! Você vir aqui cinco manhãs para passar visita e fazer as prescrições para os meus três andares de clínica, não valem todo esse sacrifício. – retruquei.
- Mercenário! Tá bom! Três plantões. Mas, só três, não adianta ficar aí barganhando feito um turco no mercado Persa. – concedeu sem arrependimento.
- Como é que é? Turco no mercado Persa? – zombei.
- Ah! Você entendeu! Eu quis dizer que você é tão mercantilista e negociador quanto esse povo dado a fazer negociata. Um mercenário sem alma! Que nem se comove com as mazelas de uma amiga. – choramingou.
- Isso, vai desfiando o rosário! Chora, esperneia, talvez essa alma insensível se comova com seus problemas existenciais. Aliás, que problemas, hein? Ir a uma festa de milionários. Debochei.
- Então estamos combinados! Três plantões e meu médico galã de smoking, não nessa, mas na próxima sexta-feira às oito horas. – afirmou, afastando-se saltitante pelo corredor do hospital.
- Eu não concordei com nada! Volta aqui, trapaceira!
- Trato feito! Nem adianta quer cair fora. – divertiu-se ela.
Eu só concordei por que gostava muito dela. O término de cinco anos de namoro a deixou sem chão, e ela estava numa fase de recuperação de sua autoestima. Não dava para lhe negar esse pedido, embora aquilo significasse o inferno para mim, ir a um casamento de completos estranhos.
Liguei uma meia dúzia de vezes para a Mariana na tarde do casamento, só para ter certeza de que ela não ia me fazer esperar por horas até se embonecar toda. Também passei no apartamento dela uma hora antes para apressá-la caso estivesse atrasada como de costume. Contudo, naquela ocasião ela estava pronta, e linda. A Mariana era uma mulher muito bonita e sedutora, havia um séquito de caras querendo namorá-la, mas ela tinha o péssimo hábito de escolher sempre o sujeito errado.
- Uau! É hoje que você desencalha! – exclamei.
- Seu puto! Encalhada está sua avó! – revidou, jogando uma almofada do sofá na minha direção.
- Foi só um elogio! – tentei remediar.
- Me chamar de encalhada, um elogio? – protestou.
- Não! Eu quis dizer que você esta linda! – consertei.
- Vocês homens são todos iguais! Pisam na bola e depois querem consertar a cagada. – afirmou categórica.
- Então não falo mais nada, pronto!
- Nossa! Lindo está você nesse smoking! Se as enfermeiras te vissem vestido assim, iam te estuprar em pleno hospital. – afirmou, rindo.
- Engraçadinha! Vamos, ou você quer perder o casamento da sua adorada prima?
Chegamos à igreja no final da cerimonia. Logo imaginei que a Mariana tinha feito isso de propósito, ou talvez, para abreviar meu tormento. Qual não foi o meu espanto quando, tentando encontrar um lugar bem nos fundos da igreja lotada, vejo que o noivo é o Leo. Pisquei algumas vezes os olhos para ter certeza de que era ele. Era o próprio. Um pouco mais encorpado, desde a época que éramos vizinhos, com uma cara mais séria e, compenetrado nas palavras do padre, em nada ele se parecia com aquele cara que me bolinava na escola, que queria me foder no Itatiaia e só pensava em maneiras de me sacanear. Aos poucos fui identificando rostos conhecidos entre os convidados que assistiam a celebração. Lá estava o Mario, o Jorge, a ex-esposa, o Paulo, o Thiago e o Lucas, todos reconhecíveis, apesar dos dez anos que haviam se passado. Subitamente, percebi que aquele clima de descontração, até de festa, com o qual estava até então, começou a se transformar num reboliço incômodo. De alguma forma eu me senti abalado por aquelas pessoas. Nenhum deles notou minha presença na igreja, e eu arquitetava algum pretexto para tentar não ir à festa. Mas, isso significaria magoar a Mariana e descumprir com a minha palavra, mostrar-me um verdadeiro canalha. Resolvi enfrentar a situação.
Seis salões do hotel Palácio Tangará rodeado por uma nesga preservada de mata atlântica no Parque Burle Max no Morumbi, estavam luxuosamente decorados para a recepção dos cerca de quinhentos convidados. Sem dúvida o Leo soube onde ancorar seu barco. Do pouco que me foi possível conhecer a seu respeito da infância até o final da adolescência, uma ambição desmedida, não era de se estranhar que estivesse se casando com aquela gordinha sem atrativos, que mais parecia um colchão amarrado naquele vestido de noiva que certamente custou uma pequena fortuna. O primeiro a me reconhecer foi o Jorge, logo após a Mariana e eu entrarmos no salão de recepção e, ela cumprimentar alguns parentes. Ele estava acompanhado de uma mulher, com não mais do que a minha idade, opulenta e cheia de curvas metida num vestido com generosas fendas pelas quais se insinuavam dois peitões siliconados. Ele ficou constrangido ao me reconhecer, tirando rapidamente a mão que envolvia a cintura da mulher.
- Marcelo! Que prazer em revê-lo! Linda sua namorada! – derreteu-se numa simpatia falsa.
- Há quanto tempo! Vejo que ainda continua frequentando academias, está tão malhado quanto naquela tarde da carona. – devolvi com sarcasmo. O sorriso sociável desapareceu de seu semblante e ele deixou transparecer toda sua insegurança, temendo que eu fizesse algum comentário sobre a tarde em que me fodeu no motel.
- Você dava carona para ele, querido? – perguntou a mulher, mais interessada em jogar charme para cima de mim do que saber a resposta. O Jorge apenas confirmou com um aceno de cabeça, e apressou-se a sair dali alegando ter visto um casal de amigos que queria cumprimentar.
- Nossa! O que foi isso? Pensei ter visto faíscas quando você cumprimentou esse sujeito. – observou a Mariana.
- Pois é, acho que eu também as senti. – respondi evasivo.
- Vamos cumprimentar os noivos. É agora que vou me vingar da Valéria, mesmo que ela não saiba disso. – disse a Mariana, arrastando-me para uma pequena fila que esperava cumprimentar o casal e seus pais.
Minhas mãos suavam enquanto a fila avançava num passo lento e, as pessoas agitadas, se derramavam em elogios. O Leo me identificou antes mesmo de chegarmos até ele, abrindo um risinho amarelo como fazia quando, cercado da galerinha do colégio, se preparava para mais uma sessão de bullying. Estranhamente eu não tremia como naquela época, cheguei mesmo a pensar que aquela serenidade toda não podia ser minha.
- E aí, cara! Como vai essa franguinha? Está todo elegante. Vai fazer sucesso com a macharada! – desatou a provocar.
- Parabéns! – retribuí, e depois, abraçando-o e me aproximando de seu ouvido, disparei. – Foi só isso que esse pintinho conseguiu arrumar? Não vai ser uma noite de núpcias tão glamorosa quanto você sempre sonhou, não é? Mas, eu posso te dar uma força. O que você acha de experimentar meu cuzinho esta noite, depois da festa? Você sempre quis me pegar, não foi? Pois estou te dando essa chance. – ironizei, enquanto minha mão se enchia pegando na pica dele e a acariciando despudorada e discretamente.
Ele ficou rijo como uma estátua, olhava para os lados com um sorriso idiota, temendo que alguém notasse que eu acariciava seus genitais. Mesmo forçando a situação, não consegui provocar uma ereção naquele pinto assustado e inseguro, como eu tantas vezes me senti prensado contra uma parede e cercado de garotos me abordando. Eu certamente estava sendo cruel, mas naquele momento aquilo lavou a minha alma. Ver o meu algoz naquela situação era a prova de que aquele Marcelo ingênuo e tímido não existia mais. As pessoas a nossa volta já estranhavam aquele abraço tão demorado e íntimo. A noiva se virara na minha direção sem entender nada. A cara dela também não era das melhores depois da Mariana tê-la cumprimentado e, suponho eu, ter lavado a alma como eu acabara de fazer com o Leo.
- Parabéns, querida! Estou torcendo para que você se lembre da sua lua-de-mel com o Leo pelo resto da vida. Sejam felizes! – cumprimentei-a, deixando-a com uma cara interrogativa.
- Mereço uma taça de champanhe! – exclamei, pegando duas taças da bandeja do garçom que passava ao largo, entregando uma para a Mariana e, erguendo um brinde. Ela retribuiu com um sorriso largo e aliviado.
Os convidados se preparavam para o jantar que seria servido num salão anexo, onde o brilho das lâmpadas dos lustres se refletia nos enormes janelões que davam para os jardins, quando cruzei com o Paulo. Ele se apressou a me interceptar, puxando a mulher de olhar resignado atrás de si.
- Viva, viva! Que surpresa te encontrar aqui! Eu pensei que o Leo e o Mario tinham perdido contato com você. – disse ao me abraçar efusivamente, ao mesmo tempo em que enchia a mão apertando minha nádega.
- Foi uma surpresa para mim descobrir que o noivo era o Leo. Esta é uma médica amiga que trabalha comigo e, prima da noiva. – comentei.
- Esta é Laura, minha esposa. – a mulher saiu de trás dos ombros largos do Paulo como um bichinho acuado. Eu tive pena dela.
- Quer dizer que você virou doutor! Bacana! – essa constatação o deixou diminuído, pois logo descobri que ele vivia de uma oficina mecânica e do salário da esposa, gerente de marketing numa empresa.
- E você, voltou ao Itatiaia mais alguma vez? – perguntei, ao mesmo tempo em que encarava a mulher.
- Não, infelizmente não! Até já falamos sobre isso, não foi amor? A Laura tem parentes morando em Resende, mas nunca conseguimos tempo para visita-los. A mulher concordou com um sorriso tímido.
- Eu voltei durante as férias de inverno no primeiro ano da faculdade. O Julio me levou para escalar o maciço do Prateleiras. Lembra do Julio? – perguntei. Ele fingiu não se recordar, mas sabia muito bem de quem eu estava falando. – Hoje posso dizer que estive nos dois cumes, ambas foram experiências incríveis. – acrescentei, deixando-o embaraçado.
- Quem sabe esse ano a gente consegue, né morzão? – balbuciou a esposa.
- Não deixe de pedir para o Paulo te levar até a cachoeira do Aiuruoca, o lugar é lindo e o Paulo certamente viveu um dos melhores momentos de sua vida naquela cachoeira, não é Paulo? – eu não sabia de onde estava vindo todo aquele fel que eu destilava naquela noite.
- É. – mal se ouviu sua voz.
- Por quê? O que aconteceu de tão especial nessa cachoeira? Você nunca me falou sobre isso. – quis saber curiosa a esposa.
- Ele vai te contar. É que precisa de um bom tempo para contar a aventura, pois a história é longa. – respondi. O Paulo estava lívido.
- Estou vendo que você conhece metade dos convidados! – exclamou a Mariana quando nos sentamos à mesa.
- É uma galerinha com a qual fiz uma viagem pouco antes de entrar na faculdade. – esclareci.
- Deve ter sido uma viagem e tanto para esses sujeitos ficarem com essas caras. – retorquiu ela.
- É, foi mesmo! Uma viagem e tanto. – concordei.
Eu já tinha avistado o Thiago circulando entre os convidados, mas não tivemos a oportunidade de nos cumprimentar. A Mariana havia ido retocar a maquiagem quando ele me abordou.
- Marcelo! Estou encontrando a galera toda hoje. – disse ao me abraçar.
- Oi Thiago! Pois é, eu também. – respondi.
Ele me apresentou a esposa, uma garota bonita e delicada, que me beijou com um sorriso amistoso. Fez um ligeiro comentário sobre a minha beleza e parabenizou a Mariana por estar comigo. Ela imaginou que fossemos namorados até eu esclarecer a ligação. Ambas se identificaram e começaram a trocar comentários sobre a festa, esquecendo-se de nós.
- Muito bonita a sua esposa! – comentei, quando elas se afastaram um pouco e nos deixaram a sós.
- Obrigado! Você continua tão sensível quanto naqueles dias. E, tão lindo também! – exclamou ousado.
- Fico feliz de saber que conseguiu uma esposa tão delicada e que está se dando bem com ela. – observei.
- É, acho que eu mudei. Mudei depois daquela viagem, mudei depois de te conhecer a fundo. – respondeu, e eu soube ao que ele se referia. – Fui tão intransigente com você quando nos conhecemos, mas descobri uma das melhores coisas com você. Sabia que eu nunca mais senti aquele prazer que você me proporcionou tanto na cachoeira quanto no quarto do hotelzinho de Resende? – havia um tom nostálgico em sua voz.
- Você é um homem maravilhoso. Não me esqueci do que fez por mim naquele quarto do hotel.
- E, do que mais você se lembra de mim? – inquiriu, ligeiramente encabulado e safado.
- De tudo, de tudo!
- Que bom! Sei que te magoei e que te machuquei bastante, só espero que não sejam essas as lembranças que guarda de mim. – argumentou conciliador.
- Não, não são essas as recordações que guardei. – garanti.
Enquanto conversávamos o Mario veio se juntar a nós. Abraçou-nos enfática e calorosamente. Ele e o Thiago mantinham um contato mais estreito devido às relações entre as empresas nas quais trabalhavam como diretores financeiros. Então, a única surpresa dele naquela noite, foi seu reencontro comigo. Esclareci como tinha vindo parar na festa e rimos da grande coincidência.
- Estávamos falando da viagem ao Itatiaia. – disse o Thiago.
- Caraca, é mesmo! Aquilo foi muito divertido, não foi? – revidou o Mario. – Como a gente era despreocupado naquela época! Tudo era motivo para fazer putaria.
- Você vai deixar o Marcelo sem graça. – observou o Thiago, pressentindo meu constrangimento pelo rumo que a conversa tomava.
- Não foi minha intenção, juro! – ele estava sendo sincero. – É que você era gostoso demais e a gente tinha hormônios demais também fazendo a cabeça de cima ter menos juízo do que a debaixo. – argumentou. – Aliás, corrigindo, era não, ainda é!
- Bom, agora você conseguiu me deixar sem graça. – comentei.
- Não, verdade! Você está um tesão, não é Thiago? Cara, quem é que consegue esquecer uma bundinha dessas? Fala a verdade, Thiago!
- Sem dúvida! Mas, vamos mudar de assunto que eu não pretendo ficar com o cacete duro em plena festa. – disse o Thiago.
- Vocês continuam os mesmos doidos de sempre! Tenha santa paciência! – retruquei.
- Esse aí já amarrou a mula, mas tenho certeza que ainda dá seus pulinhos por aí. Eu continuo solteiro tentando encontrar minha cara metade. – revelou o Mario. – E você? Aquela garota espetacular é sua namorada, esposa ou o quê?
- Uma amiga, só uma boa amiga! – esclareci.
- Bom saber! Eu sempre desconfiei que você não é muito chegado na mulherada, pelo menos não com as mesmas intenções que nós. – confessou. – Não pintou nenhum carinha na sua vida? Você não é o tipo que cara que a gente deixa dando sopa por aí!
- Vai tirando uma com a minha cara, vai! Hoje já fiz meus estragos por aqui, não queira provar do meu veneno que hoje está especialmente peçonhento. – afirmei.
- O que você andou aprontando? – perguntaram ambos, curiosos.
- Pergunte ao seu pai e ao Leo, eles vão te contar. E, ah! Ao Paulo também. – aposto que há essas horas querem me ver morto. – respondi.
- Você não leva jeito para fazer maldades. Não um sujeito carinhoso como você que agasalhou nossos cacetes daquele jeito mesmo depois da gente não ter sido lá tão legal com você. – disse, tomando o cuidado para que ninguém, além do Thiago e eu, o ouvisse.
- Sou da mesma opinião! Você não leva jeito para bad boy! – concordou o Thiago.
- Eu acho que fui um pouco cruel além da conta.
- Você já viu o Lucas? Ele está por aí. – essa observação do Mario causou uma inquietação que eu não queria sentir.
- Não! – respondi, sem mencionar que o tinha visto na igreja.
- Vamos ver se o encontramos? Vai ser legal relembrar juntos os lances daquela viagem. – sugeriu o Mario. Eu inventei que precisava procurar pela Mariana, que havia sumido com a esposa do Thiago para longe de nossas vistas.
Antes de procurar pela Mariana fui ao banheiro. Cruzei os salões abarrotados de convidados que, em pequenos grupos, se distribuíam pelos ambientes banhados pelo luar brilhante que se infiltrava pelas amplas portas envidraçadas abertas para os terraços com vista para o parque Burle Max. Havia três ou quatro homens mijando nos urinóis junto à parede numa das toilletes masculinas imersas numa discreta penumbra. Esperei um pouco para não ter que me enfiar entre dois deles no único urinol vago. Assim que eles deixaram o local me aproximei de um deles no lado oposto ao do único homem remanescente que continuava urinando. Discretamente olhei para o lado, focando naquela imensa rola grossa que, qual um chafariz, vertia um jato forte, amarelo e ruidoso de urina. O rosto que me encarava era o do Lucas. Corei no mesmo instante e senti uma repentina fraqueza nas pernas. Ele abriu um sorriso, balançou aquele caralhão para que a última gota se desprendesse, secou a cabeçorra com uma folha do papel higiênico que sacou do reservatório ao lado e veio na minha direção. Subitamente parei de mijar, antes mesmo de esvaziar a bexiga.
- Marcelo! Ora veja, quem é vivo sempre aparece! Eu jamais pude imaginar que te reencontraria e, muito menos hoje, aqui. Você não faz ideia do quanto estou feliz com isso! – distraído pela minha presença, ele até se esqueceu de lavar as mãos e, foi com a que segurou a pica que tocou meu rosto. Aquele cheiro másculo que nunca mais havia saído da minha mente penetrou nas minhas narinas, enquanto os olhos começavam a marejar, a despeito da força que fiz para controlar minhas emoções.
- Lucas! – pensei que não daria conta de pronunciar essas duas sílabas sem perder o autocontrole.
- Cara, como você está lindo! Esses anos só acrescentaram mais beleza ao corpão gostoso que você já tinha. E esses olhos, que perdição é essa? – as frases brotavam de sua boca numa espontaneidade constrangedora.
- Por favor, Lucas! – aquilo era uma reprimenda, pois um sujeito entrou na toillete e tirou o caralhão da braguilha para urinar a poucos metros de nós. – Podemos sair daqui? Não me parece um bom lugar para conversarmos. – observei.
- Claro! Claro! Certamente. Vamos sair daqui. – retrucou, enquanto o sujeito que se aliviava me encarava cheio de curiosidade e um tanto libidinosamente.
Tentei inutilmente tirar aquele calor que me afogueava o rosto molhando-o ligeiramente após ter lavado as mãos. Caminhamos diretamente para o terraço, pois naquele momento eu precisava de ar fresco. Toda a imponência da construção neoclássica podia ser apreciado daquele ângulo lateral do terraço, onde poucas pessoas conversavam sob o ar frio da madrugada que já havia começado. Ao ficarmos um diante do outro, as palavras repentinamente desapareceram das nossas bocas. Aquela situação mal resolvida no Itatiaia era a responsável pelo intimidamento que se formou entre nós. Ele me examinava de cima abaixo, procurando algum assunto para quebrar o gelo. Eu fazia o mesmo, sem deixar de notar que ele estava ainda mais corpulento do que naquela época. A barba tinha se espessado, e assim, propositalmente não escanhoada, deixava aquele rosto anguloso e másculo tão atraente que me sentia hipnotizado diante dele.
- Quanto tempo, não é? – foi ele quem quebrou o silêncio, apertando a mão como se não soubesse o que fazer com ela.
- Dez anos! Uma década inteira! – respondi.
- Você deve guardar péssimas recordações minhas.
- Não! Pelo contrário. Aquela viagem mexeu muito comigo, mas não guardo nenhuma lembrança ruim. – revelei.
- Eu preciso falar, senão vou explodir! Perdoe-me Marcelo pelo que fiz a você no Itatiaia. Você sabe como são os homens, acham que compartilhando seus feitos sexuais vão parecer mais machos diante dos colegas. Eu fui um idiota, um imbecil! Eu estraguei o que tinha sido a minha melhor e mais fantástica experiência. E, ainda por cima, fiz sofrer o cara que tinha me proporcionado esse prazer. Você deve estar me odiando por ter exposto nossa noite maravilhosa daquele jeito, e eu te dou toda a razão. Sem aquela pretensão de querer exibir minhas aventurais sexuais, que eu tinha na inconsequência dos meus vinte e poucos anos, eu hoje só sonho com a possibilidade de você me perdoar algum dia. – ele fazia aquela mea culpa destroçado por dentro.
- Foi há tanto tempo! Todos sobrevivemos e hoje estamos aqui para tocar avante nossas vidas. – retorqui.
- Não me odeie, por favor! Aquele desprezo que você sentiu por mim pelo restante da viagem foi o que mais me corroeu. – revelou.
- Não senti desprezo por você em momento algum. Eu só fiquei decepcionado, foi isso! Eu pensei que, se o que aconteceu entre a gente naquela noite foi tão maravilhoso para mim, também tinha sido bom para você. Nossas percepções da vida naquela idade são mesmo bastante falhas, acho que é por isso que envelhecemos, para que a vida nos mostre através de rugas e cabelos brancos, que evoluímos. – argumentei.
- Do fundo do coração eu sinto muito tê-lo decepcionado! Para você ver a ironia das coisas, eu achando que tinha abafado, que estava na maior moral com você e, só o que consegui foi fazer você se decepcionar comigo, quando eu desejava exatamente o contrário. Todos esses anos carrego isso comigo, como se eu tivesse cometido um crime e minha consciência estivesse a me cobrar a responsabilidade pelo que fiz. – a sinceridade e a comoção, que aquilo lhe causava, me comoveu. Eu não fazia ideia de que aqueles silêncios entre nós dois pelo restante da viagem eram fruto dessa culpa que ele carregava.
- Vamos por um ponto final nisso! Somos adultos agora. O que passou, passou. – ponderei.
- Tudo que eu nunca quis! – exclamou.
- Não entendi! Como assim?
- Eu nunca quis que aquilo acabasse. Já nas primeiras horas, ainda na estrada, eu senti uma atração por você que não dava para explicar. Não era apenas aquele puta tesão pela sua bunda, aquele desejo de provar seus lábios, era uma coisa que ia além disso. Era uma coisa que eu nunca tinha sentido antes. Hoje eu sei o que era aquilo. – sentenciou.
- Estou perplexo, nem sei o que dizer! – devolvi.
- Era paixão, Marcelo! Era paixão e, paixão por outro homem. Eu, tolo, só descobri isso mais tarde, quando já tinha te perdido. –revelou.
- Você nunca me perdeu! – exclamei.
- Como assim? Nunca mais nos vimos desde então. – questionou.
- Você nunca me perdeu por que continuou aqui dentro todos esses anos! Após aquele desvario de me entregar para o restante da galera, para aquele guia e, até para o pai do Mario e do Leo, eu nunca mais consegui transar com alguém. Na minha cabeça, se o fizesse, estaria te traindo. Eu não queria trair aquele homem que tirou a minha virgindade naquela noite. E, há tanto amor aqui dentro por você, que eu simplesmente não consegui, não consegui. – confessei, colocando a mão no peito e sentindo os olhos sendo inundados pelas lágrimas.
- Marcelo! Ah, Marcelo! – ele pegou minha mão, segurou-a por alguns instantes, depois num arroubo me puxou para junto dele e me apertou em seus braços. Não pudemos nos beijar sem que com isso protagonizássemos uma cena naquele terraço. Não era o nosso dia de brilhar, cabia ao Leo e à esposa esse papel. As poucas pessoas que também estavam no terraço não deixaram de espichar os olhares na nossa direção, e acabamos por nos afastar um pouco um do outro, ambos com lágrimas rolando pelas faces.
- Eu amo você! – balbuciei, tentando colocar um sorriso na cara no meio de todas aquelas lágrimas.
- Obrigado, meu Deus, por me permitir ouvir e também poder dizer isso! Eu te amo, Marcelo! – disse ele, olhando fundo dentro de minha alma.
A Mariana me encontrou ali com ele. Ficou me olhando de um jeito esquisito, e sei que percebeu minhas emoções a flor da pele. Disfarçou e perguntou quem era.
- Desculpe minha indelicadeza!
- Mariana, este o Lucas, um amigo que não vejo há muitos anos! Lucas, essa a Mariana, uma colega do hospital. – apresentei-os, coibido pelo flagrante.
- Prazer! Eu tive que fazer uma porção de concessões para conseguir que viesse a uma festa de casamento, e agora, descubro que ele conhece mais gente por aqui do que eu. – afirmou a Mariana com um sorriso para o Lucas.
- A Mariana é prima da noiva! Arrastou-me para cá só para se vingar da prima! Por aí você faz uma ideia de como ela é boazinha. – brinquei, o que nos fez rir descontraídos.
- Tenho mais um favorzinho para te pedir! – disse ela, em seguida.
- Pronto! Lá vem mais bomba para cima de mim. Teremos que negociar esse favorzinho, não pense que vai sair de graça! – devolvi, enquanto o Lucas não tirava os olhos de mim e sorria com a mesma felicidade que pulsava no meu coração.
- Mercenário! Você sabia que seu amigo é um tremendo mercenário! Fui obrigada a me comprometer com três plantões para trazê-lo até aqui. – anunciou ela.
- É que, o que ela costuma chamar de favorzinhos são, na verdade, tremendas frias. Ela se tornou expert em me meter em frias. – devolvi.
- Você precisa me dar a ficha completa do irmão do noivo. Eu vi você e o Thiago conversando com ele na maior intimidade. Assim você se redime por ter me chamado de encalhada. – disse, toda serelepe.
- Lucas! Não terei mais nenhum plantão este ano. Acabo de encontrar um tesouro. – revidei, caçoando.
- Viu como esse mercenário age? Coagindo as amigas para se dar bem. – afirmou, dirigindo-se ao Lucas. – Nada disso! Você me deve desculpas, muitas desculpas por me chamar de encalhada. O trato é esse! A ficha completa dele, pelo meu perdão. – insistiu, nos fazendo rir.
- Vocês dois formariam um belo casal! Pelo tanto que discutem, jamais teriam uma vida monótona. – disse o Lucas.
- Quem? O Marcelo e eu? Impossível! Ele tem alguém aí dentro que faz qualquer uma desistir de conquista-lo e, olha que não faltou quem tentasse. – futricou ela. O olhar do Lucas ganhou um brilho especial quando ela fez o comentário.
Algum parente a levou novamente para longe de nós. Fiquei encabulado quando ele me perguntou quem haveria de ser a pessoa que a Mariana havia dito ser a dona do meu coração.
- Podemos nos ver amanhã? – perguntou ele
- Hoje, você quer dizer!
- Isso, hoje! Onde?
- Onde você quiser, só me dizer que estarei lá. Mas, antes me deixe dormir um pouco, saí de um plantão e trabalhei o dia todo antes de vir para cá, estou um trapo. – expliquei.
- O trapo mais lindo e gostoso que já vi!
- Menos, bem menos! Pode ser lá em casa, meus pais estão viajando, assim você me poupa de ficar procurando o que vestir para ir ao seu encontro. – propus.
- Combinado! A que horas? O melhor jeito de você vir ao meu encontro é sem roupa alguma. – disse, fazendo cara de safado.
- Vou deixar a Mariana em casa e durmo algumas horinhas, quando estiver descansado pode passar lá. Você ainda se lembra de onde eu moro?
- Se for na mesma casa vizinha à do Mario e do Leo, lembro sim.
- A mesma.
A muito custo consegui que a Mariana se despedisse da parentada, passava das três da manhã. Deixei-a em casa e dirigi só pensando no Lucas. Aquela carinha apaixonada me dizendo que me ama tinha sido meu maior presente. Eu tanto havia sonhado com isso que mal podia acreditar que era verdade. Nós dois cara a cara, em carne e osso e, não num delírio noturno meu, dizendo que nos amávamos. Por pouco não bati com o carro, quando um maluco furou o semáforo vermelho a toda velocidade me tirando dos meus pensamentos. Eu não queria morrer agora que reencontrei minha grande e única paixão, antes de tê-la vivido plenamente. Ao chegar em casa, havia um carro estacionado bem diante do portão, pensei que seria assaltado se descesse do carro. No entanto, a porta do carro se abriu e o Lucas veio na minha direção.
- Que susto! Seu maluco, ficar parado nesse local ermo há essas horas. Não sabe o risco que estava correndo. – censurei.
- Esperei uma década para te rever, não quero perder nem mais nenhum segundo para ficar ao seu lado. Qualquer risco vale a pena para isso! – devolveu.
- Vou abrir o portão, coloque o carro lá dentro e vamos sair daqui.
O primeiro beijo aconteceu ali mesmo, na garagem. Tão apaixonado, tão profundo e desejado que, todos aqueles anos só conseguiram deixar mais especial. Eu mal conseguia girar as chaves nas fechaduras para abrir as portas com o Lucas me agarrando, me encoxando, me chupando o pescoço e me beijando numa voracidade selvagem. Nossas roupas formaram uma trilha, largadas pelo trajeto até o meu quarto aonde ambos chegaram pelados. Repentinamente, percebi que meu corpo estava possuído pela mesma sensação que senti antes de perder a virgindade, um misto de apreensão, euforia e curiosidade. Tudo se misturava naquela tremedeira incontrolável. As mãos e a boca dele continuavam vagando pelo meu corpo, excitando-o e o fazendo balbuciar sacanagens no meu ouvido. Minha boca estava seca e eu quis desesperadamente colocar a rola úmida dele dentro dela, como se minha sobrevivência dependesse daquele sumo másculo que brotava em profusão. Ele soltou um gemido gutural quando meus lábios se fecharam ao redor da cabeçorra, provocando a liberação de mais pré-gozo. Encarando-o cheio de paixão sorvi seu sumo com a devoção de uma gueixa.
- Ah, Marcelo! Você acaba comigo desse jeito, seu putinho! – grunhiu soberbo.
Ele me puxou pelos braços que queria ao redor de seu pescoço musculoso, afagando seus cabelos e sua nuca onde sentia um tesão concentrado cada vez que lhe tocavam a base da implantação dos cabelos. Assim que meus dedos percorreram essa zona, suas mãos se fecharam agarrando minhas nádegas com força, deixando os vergões de seus dedos impressos na pele alva e macia. Nossas línguas elaboravam uma dança erótica lasciva entrelaçando-se e roçando-se como duas serpentes engalfinhadas em nossas bocas grudadas. Pouco depois, eu estava de bruços sobre a cama, as pernas abertas, o rego devassado e a língua dele lambendo minha rosquinha pregueada. Eu era só delírio, gemendo e me contorcendo para que aquela sevícia se transformasse em algo concreto.
- Está com tesão no cuzinho, está? Eu estou cheio de tesão no cacete! Não é uma combinação perfeita? – sussurrou, enquanto lambia minha orelha. – O que você sugere que façamos? – provocou.
- Ai Lucas! Me pega Lucas! Me penetra Lucas! Eu quero ser todo seu Lucas! – gemi excitado.
Ouvindo-me pronunciar seu nome com todo aquele apelo sôfrego, ele se desprendeu de mim e ficou deitado de costas com as pernas abertas e o caralhão empinado no meio delas como se fosse uma coluna de sustentação. Era assim que eu via aquele membro dando pinotes a cada afluxo de sangue que o nutria. Com as mãos espalmadas sobre o peito dele, abri as pernas e fiz menção de sentar-me sobre a pica. Ao invés disso, pus a prova sua cobiça, beijando-o amorosa e libidinosamente, enquanto meu olhar lhe dizia que meu amor por ele era eterno. Ele abria meu rego e enfiava um dedo sequioso nos meus esfíncteres contraídos, movendo-o em círculos dentro do meu cuzinho abrasado. Mais um beijo fê-lo render-se e, num impulso certeiro, a jeba, que havia assumido a posição de seu dedo voraz, trespassou minha rosquinha e entrou potente no meu cu, dilacerando as pregas que se contraíam desejosas daquele macho. Meu ganido ecoou pelo quarto com a mesma intensidade e sofrência que naquela noite na barraca do camping, quando lhe entreguei meu cu virgem. Todos esses anos sem que nenhum macho tivesse penetrado nele, tinham restituído sua anatomia casta.
- Agora você é só meu para todo sempre! – murmurou ele, nos fazendo girar sobre o colchão até eu ficar debaixo dele.
- Eu te amo, Lucas! E, nunca quis outra coisa na vida além de ser seu. – sussurrei gemendo, pois ele ia me preenchendo as entranhas com toda sua virilidade, da mesma forma que hoje preenche cada um dos meus dias.

Foto 1 do Conto erotico: Orgias de um cu virgem - Final

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Comentários


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lordricharlen Comentou em 13/11/2018

No começo não gostei como eles tratavam o Marcelo, ainda mais quando jogaram na cara dele que eles comeram ele, mais no casamento vc fez ele lavar a alma com o troco que ele deu como sempre tu é o rei para mim em relação, como tu descreve a cena de sexo, fico todo excitado é melado parabéns pela a história.

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Comentou em 06/11/2018

adorei !! votado !!seus contos são massa.

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miguelita- Comentou em 06/11/2018

Maravilhoso !!! Muito lindo !




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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
Orgias de um cu virgem - Final

Codigo do conto:
127567

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
05/11/2018

Quant.de Votos:
12

Quant.de Fotos:
3