Os machos da família do meu padrasto 8 - A ovelha negra da família

Os machos da família do meu padrasto 8 – A ovelha negra da família
Não era de hoje que os irmãos tratavam o tio Nando com certa animosidade e, não sem motivo. Todos eles foram vítimas de atitudes dele que deixaram mágoas profundas por alguma ofensa recebida, inclusive os próprios pais. A maneira hostil como criticava as pessoas e as menosprezava era algo gratuito e sem fundamento. Era por isso que o toleravam, mas procuravam manter distância para não terem que passar por situações constrangedoras e embaraçosas. Apesar de julgar os outros com uma moral severa e critérios preconceituosos, ele próprio não era nenhum santo, muito pelo contrário. Como já mencionei, também fui vítima dele quando entrei na puberdade e as desconfianças de que eu talvez não fosse tão homem como aparentava iam se tornando mais evidentes, culminando no dia em que todos souberam que fui descabaçado pelo Betão. Ele fazia de um tudo para que o Marcelo e o Thiago tivessem pouca interação comigo, receando provavelmente que a minha homossexualidade contaminasse os filhos. Acabou que os dois desenvolveram aquele tesão incontrolável por mim que os levava a me perseguir como se eu fosse uma cadela no cio e eles machos sedentos pela cópula. Ao contrário do pai, que me tratava seca e rudemente, eles sempre foram carinhosos, cuidadosos e protetores comigo, disputando com o Betão e o Paulão cada um dos meus afagos.
Os irmãos se incomodavam pelo fato de o tio Nando trair a esposa com a secretária de uma maneira pouco discreta, impingindo a ela uma vergonha que trazia no semblante resignado e triste. Os filhos até então desconheciam essa faceta do pai que nunca lhes deixou faltar nada de material, mas que era frio e distante afetuosamente. A própria esposa não tinha nada de concreto sobre essa traição, apenas fortes suspeitas e alguns indícios para os quais ele sempre tinha uma explicação plausível. Era o que a levava a relevar tudo, inclusive a frieza com a qual era tratada e, principalmente, a maneira como fazia sexo com ela, usando-a como uma espécie de escrava libertina quando não se saciava completamente na vagina da secretária, uma balzaquiana que já havia passado por dois casamentos fracassados, e dali em diante passou a procurar apenas sexo descompromissado com qualquer macho disposto a isso. Diante dessa falta de provas, embora cada um dos irmãos também tivesse presenciado algum tipo de evidencia, ninguém o enfrentou abertamente.
Porém, isso teve um fim no dia em que uma mulher desconhecida veio ter à porta da casa dele, completamente descontrolada e acusando-o pela desgraça que se abateu sobre o filho deles, um rapaz quatro anos mais jovem do que os gêmeos. O escândalo ocorreu durante a festa de aniversário da esposa que, despreparada e inocente, foi atender a porta achando tratar-se de uma convidada.
- Seu desgraçado filho da puta! Você aqui festejando e se divertindo enquanto nosso filho está lutando pela vida num leito de UTI depois de ter sido cruelmente espancado. Você é um miserável! O Celinho só está naquela situação por sua causa, por você o desprezar e o ameaçar de parar de custear seus estudos se ele não virasse um macho. Eu vou te levar para a justiça, filho da puta! Dediquei anos da minha vida para você, te dei um filho, aguentei as tuas ausências em Natais, aniversários, datas importantes para mim e para o seu filho que ficávamos sozinhos enquanto você se divertia com sua outra família. Quando seu filho e eu precisávamos de alguma coisa você usava aquela sua secretária e amazia como um escudo para que não chegássemos até, para que sua paz não fosse perturbada. – descarregou a mulher, chegando a agredi-lo com socos que ele rebatia contendo a fúria dela.
A cena chocou a todos, a máscara de moralista caiu por terra e ele se viu na contingencia de ter que explicar quem era a mulher descontrolada e de uma condição social mais baixa que não parava de berrar baixarias e palavrões, sem se importar com quem a assistia.
O Papi e a tia Lu foram os que acudiram a mulher quando o tio Nando lhe desferiu dois bofetões na cara que a fizeram perder o equilíbrio.
- Cala essa boca, sua vadia e fora da minha casa! Nunca te dei essa liberdade de me afrontar, muito menos na frente da minha família! Você não tem o direito de me cobrar nada, eu te sustento e ao seu filho num padrão que você jamais teria sendo mulher de um operário qualquer, pois você não tem condições de exigir como marido mais do que um reles pé-rapado. Não foi esse o nosso acordo, desde o princípio eu te avisei que era casado e pai de família, mas mesmo assim você fez de tudo para engravidar querendo se garantir com um filho meu. Mas, o que foi que você gerou? Uma bichinha que anda se esfregando nas rolas dos machos. Se o Celinho está onde está, é porque algum macho revoltado deve ter quebrado a cara dele. – sentenciou o tio Nando, deixando a todos estarrecidos. O caráter dele era bem pior do que todos imaginavam.
- Seu filho da puta, desgraçado! O Celinho é seu filho, foi você quem o fez no meu ventre, não parou de enfiar seu caralho na minha boceta enquanto não me deixou prenha, ele não tem culpa de ser homossexual e sempre foi um menino carinhoso com você, mesmo sendo tratado como um bastardo, sem nenhum apoio emocional de sua parte. Desde criança ele sofre bullying e você nunca fez nada para amenizar o sofrimento dele, pelo contrário, criticava-o, mandava-o virar macho, implicava como ele se sentava, implicava com ele demonstrava carinho dizendo que isso era coisa de veado. Agora ele está lá, numa UTI, correndo o risco de não sair com vida dessa. E o que faz o pai dele? Se diverte sem nenhum remorso junto a família oficial. – despejava a mulher, amparada nos braços da tia Lu.
- O que significa isso, Nando? – perguntou o tio Xandão.
- Não se mete, isso é assunto meu! – revidou o tio Nando
- Deixou de ser no instante em que essa mulher entra aqui e diz que tem um filho com você com uma idade próxima a do Marcelo e do Thiago! – exclamou o Papi. – Há quantos anos você mantém uma concubina e uma segunda família na clandestinidade, seu cafajeste?
- Vão se foder! Vão todos se foder! Eu devo explicações da minha vida para ninguém! – berrou o tio Nando.
- Ah, deve sim! Você me deve muitas explicações, e a seus filhos legítimos, seu cafajeste! – interveio a esposa, humilhada e exposta ao escândalo diante de todos.
Eu nunca tinha visto aquela expressão de dor e desapontamento no rosto da vovó. Ela presenciou tudo calada a um canto, como se, de repente, se visse diante de um filho que ela não conhecia. Assim que os ânimos mais exaltados foram contidos, ela se postou na frente do tio Nando e lhe desferiu uma bofetada estalada na cara, deixando-o paralisado e perplexo.
- Que tipo de monstro eu criei bem debaixo dos meus olhos sem nunca ter percebido? – questionou ela aos prantos. – Você nunca foi merecedor de todo carinho e amor que seus irmãos e família lhe dedicaram. Você tripudiou sobre esses sentimentos. – acusou.
A mulher, barraqueira sem dúvida, estava disposta a levar aquele escândalo até as últimas consequências e retomou a briga com o tio Nando. Foi preciso que o Papi e o tio Xandão a tirassem dali e lhe assegurassem que tomariam providências para que o irmão assumisse todas as suas responsabilidades quanto ao tal filho que estava hospitalizado. Propondo-se ambos, a irem pessoalmente verificar quais eram as condições do rapaz.
O Marcelo e o Thiago ficaram tão arrasados que me tomei de compaixão por eles, nunca os tinha visto tão deprimidos. O pai que sempre os incentivou e se vangloriou da virilidade com que foram dotados, criava em paralelo uma segunda família, um outro meio-irmão que era desprezado por ser gay. Quando fui ter com eles afastado do burburinho que rolava na sala, estavam ambos chorando e se sentindo culpados por nunca terem desconfiado do caráter do pai e do sofrimento que ele impingiu à mãe. Ambos se agarraram a mim procurando por consolo.
- Nosso pai é um merda de um homem, Rafinha! Um merda! Ficava posando de idôneo e moralista, mas é um desgraçado de um cafajeste sem moral alguma. – disse o Thiago, enquanto eu acariciava o rosto dele deitado no meu colo.
- A mulher disse que o filho bastardo dele se chama Celinho, você acredita que o miserável teve a coragem de lhe dar o mesmo nome que o meu? Coitada da mãe que engoliu sabe-se lá quantas humilhações que ele a obrigou a passar, sempre calada, sempre prestativa e atenciosa. Esse sujeito não merece mais nada de nós. – sentenciou o Marcelo, com a cabeça encostada no meu ombro e sendo afagado pela minha outra mão.
Eu não sabia o que dizer, como consolá-los, se é que havia consolo para filhos que descobrem de uma hora para a outra que o pai mantém uma família paralela, e se amazia com a secretária ao mesmo tempo. Quando os convidados debandaram estarrecidos com as barbaridades que aquele homem era capaz de fazer e, a quem todos creditavam uma personalidade ilibada, chamei os dois para virem para a nossa casa, não queria deixa-los sozinhos num momento tão triste. A tia Lu fez o mesmo com a esposa do tio Nando, levou-a para a casa deles, pois estava tão impactada que mal sabia o que pensar ao ver ruir seu casamento de forma tão aviltante.
Sei que o Marcelo e o Thiago não estavam de sacanagem quando me pediram para não parar de os acariciar, de procurarem avidamente contato com a minha pele para se sentirem menos perdidos no meio daquela confusão toda. Acontece que nem mesmo todo esse abalo os deixou menos machos e menos insensíveis aos meus afagos, os caralhões de ambos tinham como que vontades próprias que superavam em intensidade qualquer tentativa deles de controlar seus ímpetos. Não demoraram a endurecer sob suas cuecas quando nos deitamos juntos na minha cama, tentando dormir e esquecer aquele dia fatídico.
- Tô de pau duro! – anunciou o Thiago, com o braço apoiado sobre meu tronco.
- Não precisa fazer alarde disso, estou bem ciente do que é esse troço duro latejando encostado na minha bunda. – afirmei.
- Também tô com o cacete quase estourando, Rafinha! Não tem como ficar encostado no teu corpo sem sentir esse puta tesão. – afirmou o Marcelo.
- Só não mando vocês para o quarto de hóspedes por conta do que passaram hoje. Mas acho bom irem tomar uma ducha fria para apagar todo esse fogo. Será que vocês não tomam jeito? – retruquei.
- Como? Pode nos dizer como não sentir tesão por essa bundona quente e gulosa? – questionou o Marcelo.
- Tarado!
- Deixa a gente entrar aí, só um pouquinho? Seja misericordioso, estamos sofrendo! – exclamou o Thiago, roçando a ereção que tirou de dentro da cueca no meu rego que expos ao arriar a minha.
- Só a cabecinha! Vai Rafinha, deixa! – pediu o Marcelo, com uma cara de cachorro abandonado.
- Sem-vergonhas! Tá bom, só um pouquinho, e só porque estou com pena de vocês! – devolvi, embora não fosse apenas esse o motivo, porém o tesão que aqueles dois corpões sarados implantaram no meu.
Enquanto o Marcelo me puxava para junto dele e cobria minha boca com um beijo, o Thiago se aproveitava de eu ter aberto um pouco as pernas para enfiar o cacetão no meu cuzinho. Gani com a língua do Marcelo dançando na minha boca, enquanto o Thiago se empurrava para dentro de mim deslizando vorazmente a jeba até o talo no meu cuzinho acessível. A troca de beijos lascivos com o Marcelo foi exacerbando o tesão dele, e ele ficou de joelhos sobre a cama pincelando a verga melada na minha cara até eu a colocar na boca e começar a mamar, ao mesmo tempo que massageava as bolas ingurgitadas no sacão peludo. Os dois grunhiam em timbres diferentes, mas o tesão e a volúpia eram as mesmas, um me fodendo o rabinho e o outro desfrutando das chupadas e lambidas dos meus lábios em sua caceta. Não sei se faria sexo com dois homens ao mesmo tempo como fazia com eles. Era o tipo de relacionamento e os sentimentos que nutria por aqueles dois que me levavam a gostar de transar simultaneamente com eles. Ambos nutriam um sonho, um desejo quase doentio, do qual sempre falavam, de me comerem numa penetração dupla; até já tinham tentado uma vez, mas diante da minha recusa pelo receio de me machucarem muito com aquelas duas picas taurinas, resignaram-se a manter esse desejo apenas como um sonho não realizável. No fundo, gostavam muito de mim para me machucar durante um coito, além daquilo que era inerente diante da espessura de suas vergas e da exiguidade da minha fendinha anal. Era esse respeito e esse cuidado que sempre tiveram comigo que me levava a cobrir esses safados com todo tipo de carícia.
O Papi abordou o assunto da concubina do tio Nando no dia seguinte ao que ele e o tio Xandão foram verificar as condições em que se encontrava o filho bastardo dele. Contou tudo o que a concubina lhes relatou durante todos os anos que estavam juntos. Não me interessei muito por aquela traição descarada, nem pela situação da mulher que se amasiou com ele sabendo que era um homem casado e pai de família. Portanto, no meu entender, não podia querer posar de inocente e vítima, era uma safada tanto quanto o tio Nando. O que me incomodou foi quando ela mencionou que o rapaz era gay e que era desprezado pelo pai, coisa que eu senti o tio Nando fazendo comigo muitas e muitas vezes. E, que o garoto estava entre a vida e a morte depois que foi pego por um bando de homofóbicos que o espancou nas proximidades da casa onde moravam. Segundo o Papi, o médico da UTI havia relatado que ele estava com diversos ossos quebrados pelo corpo e que o pior era o traumatismo craniano devido aos chutes que levou na cabeça. Não podiam assegurar que, se ele sobrevivesse, não restariam sequelas das quais ele nunca se restabeleceria.
- É triste ver aquele garoto naquele estado! É um rapaz bonito, de traços delicados apesar da deformidade em que o rosto se encontra. Daí se vê a crueldade do ser humano, a gana de dar fim a vida de um jovem apenas por ele ser homossexual. Foi disso que sempre tive medo, Rafinha, de que algum dia alguém pudesse te machucar como fizeram com esse rapaz. – disse o Papi.
- O coitado nunca teve um pai como você! É por isso que eu te amo tanto. Você sempre esteve ao meu lado, ao contrário do que o tio Nando fez com o filho dele. Também não deixa de ser irônico justamente ele ter gerado um filho gay, quando é tão homofóbico. Até parece que o destino quis lhe dar uma lição. – afirmei.
- Não resta dúvida! A vida se encarrega de punir nossos erros, e o Nando ainda vai pagar caro pelos dele.
- Posso ir visitar o rapaz, Papi? Eu gostaria de o conhecer! Você me leva?
- Ele não interage, está em coma devido ao traumatismo craniano. Depois, não sei se aquela mulher aprovaria qualquer visita ao filho por parte de nossa família. Mas, podemos tentar, se você quiser. – respondeu ele.
- Quero sim, Papi! Essa história mexeu muito comigo! – devolvi
- Não se deixe abalar por ela filhão! Não quero que sofra por algo que seu tio fez, apenas ele deve ser responsabilizado e pagar pelas consequências. – declarou.
Por conta de ter deixado o Marcelo e o Thiago me enrabarem naquela noite, os convenci de irem comigo até o hospital para conhecerem o meio-irmão. A tal da barraqueira estava lá no horário de visitas e, de início, não quis permitir que entrássemos, mas depois de uma conversa na qual dissemos que ninguém da família sabia das canalhices do tio Nando, ela permitiu que o víssemos. Era, de fato, como o Papi afirmou, um rapaz bonito de corpo e rosto, apesar das deformidades que apresentava. Sua respiração era tênue, embora parecesse que ele estava fazendo muito esforço para respirar. Ao encarar os dois, notei que estavam comovidos com a situação. Era típico deles, estavam sempre dando uma de machões, mas quando diante de alguma situação como aquela, ficavam emotivos. Acariciei o ombro dos dois, para saberem que estava solidário com a situação que enfrentavam.
Aproveitei para fazer algumas perguntas para a mãe do rapaz quando saímos e, ela mais calma, nos contou seu infortúnio com aquele homem sem caráter. Como mencionei, não tive pena dela, achava-a tão ou mais culpada do que tio Nando, uma vagabunda que achou que ia se dar bem prendendo um homem casado numa relação sem amor só por conta de um filho. Isso não era nenhuma novidade, centenas, milhares de mulheres tentavam o mesmo golpe, fosse em jogadores de futebol famosos, artistas ou apenas homens endinheirados que não conseguiam manter as picas dentro das calças.
Voltamos todos os dias nos horários de visita, por alguma razão eu comecei a me tomar de amores por aquela criatura frágil que fora marginalizada pelo próprio pai por ser homossexual. Talvez tivesse me identificado com ele por também nunca mais ter tido notícias do meu pai biológico, que me abandonou ainda pequeno e, que não fosse o amor incondicional do Tadeu, talvez estivesse passando pelo mesmo problema. A mulher notou que os meios-irmãos não eram indiferentes à dor do filho e acabou se mostrando mais gentil a cada visita. No entanto, aquela primeira impressão que deixou ao invadir a casa deles, afrontar o pai e humilhar a mãe nunca ia desaparecer e seria a razão para jamais a incluírem em seu convívio.
No dia seguinte ao escândalo, o tio Nando foi expulso de casa pela esposa e pelos filhos. Habitarem sob o mesmo teto tornara-se impossível depois de tudo que ele fez. A amasia fez o mesmo quando o safado foi procurar abrigo na casa dela, mesmo ele jurando que ia dar todo suporte que o filho bastardo precisasse. Assim, de uma hora para outra, ele se viu obrigado a se mudar para um flat até encontrar uma morada definitiva.
Nos encontramos na saída de uma das visitas quando o Celinho já estava apresentando uma visível melhora em seu estado de saúde. Os exames tinham mostrado que a hemorragia intracraniana não deixou sequelas e que, tanto logo as perfurações no pulmão, provocadas pela fratura de três costelas cicatrizasse, ele teria condições de ser transferido para um quarto. Nunca tinha visto o tio Nando constrangido como naquela tarde, sem sua costumeira soberba e aquele olhar de desprezo. O Marcelo e o Thiago passaram por ele sem dizer nada, haviam-no banido de suas vidas.
- Como está o garoto, Rafinha? A mãe proibiu que me aproximasse dele por orientação do advogado que está me processando. – disse ele, quando me parou para conversarmos.
- Está melhorando, tio! Cada dia a recuperação fica mais visível. Hoje ele até apertou a minha mão, mesmo sem saber quem eu era. – relatei.
- Obrigado pelo que está fazendo, Rafinha! Com toda sinceridade, muito obrigado! Ter conseguido trazer o Marcelo e o Thiago para verem o meio-irmão foi um gesto muito caridoso. Quem sabe um dia eles até consigam ter uma amizade, apesar de tudo que eu fiz. – ele falava pausadamente, estava arrependido pelo que pude notar, mas eu era ingênuo demais para saber o que se passava na mente das pessoas que tinham a habilidade de esconder sua falsidade.
- Faço isso pelo Thiago e pelo Marcelo, amo-os por demais para vê-los sofrer sem tentar amenizar esse sofrimento. – devolvi.
- Consigo entender agora o porquê de eles serem tão aficionados a você desde a infância. Creio que você conseguiu dar eles o que eu nunca fui capaz de dar, um amor sincero e desinteressado. O tesão que sentem por você é certamente algo secundário na relação de vocês, embora não menos importante para eles. Está explicado porque enfrentavam até o Betão e o Paulão para conseguirem seus favores. – afirmou
- Deve ser isso! Eu tenho que ir, o Papi quer me levar ao cinema hoje e eu não quero me atrasar. – disse, ao me despedir.
- Rafinha! Você estaria disposto a conversar comigo um dia desses, num lugar tranquilo. Eu quero me desculpar com você pela maneira rude como sempre o tratei. Você nunca mereceu essa atitude nem as coisas que te falei. – acrescentou, ao me deter tocando meu braço.
- Não é necessário, tio Nando! A depender de quem vem as ofensas, o melhor é ignorar e seguir em frente. – devolvi.
- Mesmo assim, Rafinha! Por favor, me conceda uns minutos! – insistiu. Eu segui meu caminho sem lhe responder, ainda tinha dúvida se ouvir qualquer coisa que aquele sujeito tivesse para falar valia à pena ser ouvido.
Cerca de dois meses depois, o Celinho deixou o hospital e voltou para casa. A essa altura já tínhamos feito amizade e ele parecia gostar de mim tanto quanto eu dele. O Marcelo e o Thiago não deixaram de expressar o ciúme que estavam sentindo com essa amizade.
- Agora só falta mais esse entrar na disputa por sua atenção, como se o Betão e o Paulão já não fossem o suficiente. Se vacilarmos, logo será ele a transar com você nos deixando mais uma vez na mão. – reclamaram
- Até parece que um dia ficaram na mão por eu transar com o Betão ou o Paulão, vocês tiveram as mesmas chances, não podem negar! – retruquei. Além do mais, o Celinho é tão passivo quanto eu, queremos e gostamos da mesma coisa, não vai rolar nunca, estejam certos! – emendei. – Se quiserem dar em cima de alguém, está aí uma ótima opção. Como puderam constatar, vocês têm um tesãozinho de irmão que iria adorar ser bajulado e protegido por dois machões feito vocês.
- Ficou maluco! Acha que vamos enrabar nosso próprio irmão? Somos tarados por um cuzinho, mas isso já é demais! – retorquiu o Marcelo
- Meio-irmão! – exclamei.
- Dá na mesma! É incesto do mesmo jeito! – exclamou o Thiago.
- Está aí uma nova possibilidade para vocês explorarem! – devolvi caçoando.
- Você é mesmo um putinho muito do safado! Bem que o Betão sempre avisou. – disse o Marcelo.
- Se eu sou safado, o Betão é o quê então? Aquele sacripanta não pode falar um tantinho assim de mim, me desvirginou na frente de todos vocês e não me dava um minuto de paz. – devolvi, mas senti o nó que formou na minha garganta quando me lembrei dele e, de como ele se foi sem nunca me dizer se íamos ficar juntos algum dia.
- Você ainda não o esqueceu, não é? Sabemos que o Betão foi seu grande e único amor, apesar de ele nunca ter te assumido. – questionou o Thiago.
- Podemos mudar de assunto? – questionei, quando senti a dor opressiva em meu peito me cobrando a falta que o Betão ainda me fazia e, talvez, o faria para todo o sempre.
O tio Nando veio ter comigo na saída da faculdade, sem aviso. Não fui muito simpático, queria a qualquer custo evitar aquela conversa que ele me propôs. Não tínhamos nada para conversar, não tínhamos sequer a mínima afinidade.
Ele começou com um papo fora de contexto, o que me irritou. Com a esposa a quem a família tanto amava se vendo com o lar destruído, os filhos que o admiravam perdidos e não acreditando em mais ninguém, o filho bastardo passando por horas a fio fazendo fisioterapia para recuperar os movimentos que perdeu com a surra que levou, não fazia sentido ouvir aquelas baboseiras.
- Estou com pressa, tio Nando! Pode ser mais direto? – questionei, interrompendo em certo ponto.
- Quero te conhecer melhor, Rafinha! Quero que me ajude a entender a homossexualidade para poder compreender o Celinho e ajudá-lo já que sempre fui omisso. – a resposta me surpreendeu. Teria ele mudado, estaria verdadeiramente aberto para esse assunto?
- Quem sabe um terapeuta fosse de mais valia, eu ainda nem compreendo plenamente tudo o que se passa comigo, quanto mais orientar outros. – devolvi
- Estive conversando com o Celinho, ele te admira, como aliás todos na família sempre admiraram. Quero me aproximar dele, saber o que sente, do que precisa. – retrucou
- Pergunte diretamente a ele! É o mais indicado para te essas respostas. – afirmei
- A mãe dele mal me deixa ter contato com ele, está pensando até em pedir uma ordem de restrição para me manter afastado dele. Preciso da sua ajuda, Rafinha! Por favor não me negue esse pedido! – implorou.
Ou era um tremendo de um babaca idiota, ou tinha o coração mais mole do que gelatina. Topei ter a conversa, topei me encontrar mais vezes com ele, topei deixar que se aproximasse de mim. Só não mencionei nada disso com ninguém, especialmente o Papi que teria quebrado a cara dele na porrada se soubesse que ele estava me assediando.
Quebrado o gelo e desvanecidos os ressentimentos, até que ele conseguia ser um cara legal. Não deixou o machismo de lado, o que tenho que admitir, até o deixa sexy quando bem disfarçado. Com o que talvez nenhum dos dois contou, foi que desses encontros clandestinos surgisse uma atração física que ambos tinham dificuldade de controlar. Eu por ser um gay romântico dado a perdoar, a relevar, a me deixar seduzir pelos atributos de um macho fogoso. Ele, por descobrir o quanto um gay podia ser carinhoso, condescendente com os desejos de um macho carente como ele. Numa das conversas ele me confessou que sempre se sentiu carente de afeto, e o saiu a procura dele em casos fora do casamento.
Meu maior erro nessa história toda foi ter aceitado, certo final de tarde chuvoso quando estava sem carro e ele me ligou convidando para jantarmos juntos para poder continuar nossas conversas, de seguir com ele para o flat onde estava hospedado. Atribuo à maneira desolada e infeliz com a qual se comportou mostrando toda uma fragilidade que ninguém suspeitava fazer parte de sua personalidade, a deixar que ele me tomasse nos braços e me beijasse na boca. Foi um beijo inicialmente desprovido de sensualidade, mas que, ao continuar, foi ganhando lascívia e tesão por parte de ambos. Quando um breve rompante de lucidez voltou a me trazer para a realidade, já era tarde, as mãos dele bolinavam afoitamente minhas nádegas, deslizando quentes diretamente sobre a pele exposta e arrepiada. Assim que me exibiu seu cacetão, a racionalidade se perdeu e, instigado pelo cheiro almiscarado de sua virilha e do potencial másculo que seu escroto enorme sugeria, acabei caindo de boca naquela verga cavalar e grossa, a marca registrada daquela família, machos corpulentos com caralhões de fazer inveja a qualquer um.
Enquanto me deliciava com o néctar aquoso e salgado que a pica vertia, consegui rearticular os pensamentos e decidi que todo aquele tesão que ardia dentro do tio Nando seria sua própria ruina. Eu o conduziria até onde ele jamais sonhou, lhe daria prazeres nunca imaginados e o faria enxergar os gays sob um ângulo que ele nunca pensou.
- Caralho Rafinha! Não é a toa que toda macharada da família se coloca aos teus pés. Nunca ninguém mamou minha caceta com tanto afinco! – exclamou, quando já havia perdido o controle e estava sendo conduzido apenas pelo tesão.
Ele metia a rola na minha garganta, segurando minha cabeça firmemente entre suas mãos. Eu respirava parcamente pelo nariz, pois a boca estava preenchida pela cabeçorra gigantesca. Minha saliva e o pré-gozo se mesclavam num sumo delicioso que eu deglutia com prazer. Chupei cada um dos testículos massageando-os com movimentos sensuais da língua. O tio Nando mal se continha, estava em êxtase, deslumbrado com o que eu estava lhe proporcionando. Seus grunhidos iam aumentando, a luxúria pairava no ar quando percebi seu saco escrotal se contraindo e o esperma jorrando para dentro da minha garganta em jatos que ele expelia urrando roucamente.
- Cacete, moleque! Você sabe satisfazer um macho! – exclamou, enquanto eu terminava se lamber seu falo lambuzado.
Não estivesse eu com tanto tesão depois de saborear toda aquela porra cremosa, talvez tivesse conseguido fugir dali. Porém, meu cuzinho clamava pela rola dele, clamava para ser devorado por aquele macho intrépido que há dias, talvez semanas, não tinha um bom sexo; uma vez que podia-se ver em seus olhos aquela cobiça insaciada, aquele desejo de mergulhar o cacetão num casulo úmido, quente e receptivo e, no momento, meu cuzinho que ele explorava com um dedo devasso, era a solução disponível.
Eram os beijos que me atordoavam, nunca fui muito resistente aos beijos e ao sabor da boca de um macho, e ele soube explorar essa minha fraqueza, beijando-me sem parar ao me conduzir até a cama onde me cobriu com seu corpão viril. Estávamos nos encarando quando ele abriu minhas pernas e se encaixou no meio delas.
- Não tio Nando! Acho melhor pararmos por aqui! – balbuciei com o cu a piscar freneticamente, pedindo por aquela jeba grossa e cabeçuda.
- Você vai gostar, Rafinha, prometo! Vou ser cuidadoso, não quero te machucar! – asseverou.
Eu estava para descobrir que nem sempre é preciso amor para uma boa transa, que um coito baseado unicamente no desejo e na atração física também tinha lá o seu quê de prazeroso. Foi com isso em mente que aceitei aquele cacetão escorregando para o fundo do meu cu, gemendo alucinado enquanto minhas entranhas eram perfuradas pela voracidade dele.
- Ai tio Nando! Ai meu cuzinho! – gani quando senti as pregas se rompendo à medida que caralhão penetrava meu rabo.
Ele estava completamente fora de si, era puro tesão, metia, socava, grunhia, fodia minha fendinha anal apertada com toda vontade. Aquele era um prazer que não lhe custaria nada, ao contrário de todos os outros que teve. Não lhe prenderia a um casamento sem amor, não o levaria a se deixar chantagear por uma biscateira qualquer como sua secretária, não lhe lançaria sobre as costas o peso de uma família paralela com todas as suas mazelas. Não, meu cuzinho aveludado e úmido estava ali apenas para encapar seu membro, para dar a ele carinho e prazer, nada mais.
- Rafinha, tesão de moleque! Como pude ser tão imbecil e nunca ter percebido o quanto eu podia ter sido feliz com as tuas carícias, sem ter que me enredar por caminhos escusos? – ronronava ele, imerso no que talvez fosse seu primeiro prazer genuíno.
Agarrei-me aos bíceps dele quando o ardor do cu esfolado se espalhava por toda ampola retal. O vaivém estava chegando ao auge quando minha pelve se contraiu e o gozo jorrou farto do meu pinto espremido entre nossas barrigas.
- Tá gozando seu moleque safado! Goza, tesudinho, goza com a pica do tio Nando fodendo seu rabinho estreito. – grunhiu ele, antes de se despejar em mim, fazendo com que seu sêmen viscoso abrandasse um pouco daquela ardência que queimava no meu cu arregaçado.
Pela primeira vez senti culpa após um coito. Assim que ele tirou o cacetão do meu cuzinho corri para o banheiro e lavei todo aquele esperma das minhas entranhas. Não queria aquilo dentro de mim, não queria guardar o fruto daquele contato, como sempre fiz com o esperma dos outros homens com quem transei. Eles significavam alguma coisa para mim, eles podiam contar com o meu afeto, eles eram merecedores de eu aninhar sua virilidade nas minhas vísceras, o tio Nando não. Sob a ducha, lavei o cuzinho chorando enquanto os grumos coagulados da porra dele escorriam pelo ralo. Foi o sexo mais sem sentido que já havia feito, foi o pior sexo da minha curta vida sexual.
- Nunca tive uma transa tão boa e prazerosa, Rafinha! Você é uma joia rara! Um tesão de moleque, um tesão de carinhoso, um tesão do cu apertado! – exclamava ele quando voltei a me juntar a ele na no quarto.
- Já eu, tio Nando, tive o pior sexo da minha vida! Seu egoísmo vai até o infinito, nenhum gesto de carinho, nenhum momento de cumplicidade, nenhum vestígio de querer compartilhar um prazer que deve ser de ambos num coito. Você é vazio, tio Nando! Sua carência é cultivada por você mesmo, pelo egoísmo! – despejei sincero, deixando-o perplexo.
- Você vai contar ao Tadeu o que fizemos? Não faça isso, Rafinha, eu te peço! Vão me crucificar se o fizer, eu te imploro, não conte a ninguém que eu fodi seu cu! – suplicou, numa atitude patética e revoltante.
- Eu não direi nada a ninguém, não se aflija! Tenho vergonha e nojo do que acabei de fazer. – afirmei.
O Celinho recuperado passou a fazer parte do nosso circulo de amizades. Seu jeito simples e cativante de envolver as pessoas conquistava rapidamente a atenção de todos. Do tio Nando ele queria distância, desistiu de mendigar pela atenção e pelo afeto dele. Mas, felizmente, não demorou a encontrar um cara uns anos mais velho que se apaixonou perdidamente por seu corpinho esguio, suas carícias e pelo amor recíproco que lhe dedicava. Eu me senti feliz por ele, por ter conseguido superar toda violência que sofreu e por continuar sendo uma criatura sensível e amorosa.
O tio Nando nunca mais participou de alguma festa familiar, foi banido do nosso convívio. A secretária aplicou-lhe um golpe entregando a um concorrente informações valiosas que ele detinha sobre certa questão o que quase o levou à falência. A ex-esposa, o Marcelo e o Thiago continuaram a levar suas vidas como se aquele homem jamais tivesse feito parte de suas vidas. Eu não conseguia sentir mais nada por ele, além de pena. Um homem que tinha tudo para ser admirado e desejado, cavara sua própria sepultura.

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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
Os machos da família do meu padrasto 8 - A ovelha negra da família

Codigo do conto:
220618

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
04/10/2024

Quant.de Votos:
2

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