3 Eu tremia dentro do smoking, a gravata mais parecia uma corda de enforcamento, a mão da Molly afagando meu braço só externava o perigo que estávamos correndo enquanto subíamos a escadaria da embaixada alemã em festa. A esposa do general veio direto para mim assim que me avistou chegando, sorriu com sinceridade e me abraçou contrariando a máxima de que os alemães são pessoas frias. A frieza ela deixou para a Molly, talvez por já não ter mais aquela juventude, nem o corpo esguio dela. Ela me levou direto para o general que estava cercado por mais outros três, todos engalanados em seus uniformes. A conversa entre eles parou assim que nos aproximamos, ele me cumprimentou com gentileza e certa formalidade, disfarçando sua vontade de me apertar em seus braços, enquanto os outros me examinavam da cabeça aos pés, não sei com que intenções. - Estou imensamente feliz que tenha aceito meu convite! – disse o general Richter, com a cobiça a lhe saltar dos olhos azuis. - Não podia deixar de cumprimentá-lo! O senhor e sua esposa são meus clientes assíduos e muito queridos! – devolvi, baixando ligeiramente o olhar que propositalmente fiz parecer tímido, algo que homens como ele e naquela posição de poder, adoravam como um sinal de submissão. O general Richter era um sessentão alto, forte, um pouco corpulento, e ainda bastante vigoroso. Sua voz grave ribombava ao falar, seus olhos azuis tinham uma serenidade perigosa. Não era de sorriso fácil, mas o fazia quando na minha presença. Enquanto serviam os coquetéis, e eu e a Molly circulávamos entre os convidados, muitos deles também clientes do Clube, junto aos quais eu parava para trocar algumas gentilezas, o general não me perdia de vista. O jantar formal foi servido num salão anexo sobre uma mesa luxuosamente decorada e iluminada por grandes lustres de cristal enaltecendo o brilho do evento. Eu não estava muito distante do general e, pela maneira como ele me encarava, dava para supor que seus genitais já estavam a lhe instigar os instintos, pois ele se agitava na cadeira enquanto comia. Café e licores foram servidos quando se iniciou o baile animado por uma orquestra. O general e a esposa abriram as danças e, ao final da primeira, ele veio na minha direção, tão sedento quanto um garanhão. - Poderia me conceder uns minutos a sós, num drinque só nosso? – perguntou, tocando discretamente na minha cintura. - Será um imenso prazer, general! – devolvi, lambendo sensualmente o lábio superior. De imediato vislumbrei o movimento impulsivo que sua pica deu dentro da calça. Ele me conduziu pela ala residencial da embaixada, num andar acima ao da festa. Percorremos um longo corredor no final do qual ele abriu abruptamente uma das portas e praticamente me atirou para dentro dela. Era o escritório particular dele, e estava imerso numa luz difusa de duas luminárias acessas. - O Sr. Quilme me contou como você o fazia feliz! Desde então venho acalentando o desejo de estar com você! – confessou, envolvendo minha cintura em seus braços e me trazendo para junto de si. - Espero poder fazer o mesmo pelo senhor, general! – devolvi insinuante - Tobias! Por favor, me chame apenas de Tobias! Tenho certeza que você pode fazer muito pela minha felicidade. – retrucou ele, inclinando-se na minha direção e cobrindo minha boca com a dele. Assim que ele percebeu que eu retribuía seu beijo, as mãos deslizaram sobre a minha bunda e ele amassou minhas nádegas. Passei a mão sobre o peito dele e enfiei dois dedos por entre os botões, o que o fez sorrir sabendo que era uma questão de minutos para estar dentro do meu cuzinho. À medida em que ia me despindo, colocava beijos úmidos sobre a pele bronzeada que ia surgindo, numa tara crescente. Ficou uns segundos a me examinar quando estava completamente nu diante dele. - Não pode haver nada mais lindo do que esse corpo! – suspirou excitado. - Fico lisonjeado e adoraria poder fazer algo inesquecível para o senhor, general .... digo, para você, Tobias! – sussurrei encabulado, tirando-lhe o pouco que ainda restava de pensamentos racionais. - Pode! Pode sim, Juan! Você pode ser todo meu! – exclamou atiçado pelo tesão, ao mesmo tempo que começava a tirar o uniforme. Ajudei-o na tarefa para acelerar a urgência que ardia dentro dele. O tórax largo e vigoroso estava revestido de pelos loiros que, à medida que desciam pelo abdômen e entravam na virilha adquiriam um tom ligeiramente mais escuro e ruivo que dominava nos pentelhos que expus, juntamente com o caralhão pesado e grosso à meia bomba, e o sacão onde os dois testículos pendiam como pêndulos imensos. Fiz a mão deslizar até eles e a fechei ao redor do mastro latejante, ele soltou o ar aprisionado nos pulmões e me conduziu até uma poltrona na qual se sentou com as pernas bem afastadas e, diante da qual me ajoelhei e comecei a punhetar aquela verga. Após retrair um pouco do prepúcio, abocanhei a cabeçorra e comecei a sugar. O Tobias grunhiu alto e rouco, enfiou os dedos nos meus cabelos e socou a caceta na minha garganta. Não afastei a boca mais que uns poucos segundos durante o tempo em que a explorei por inteiro, lambendo, mamando e mordiscando, até ele encher minha boca de porra, num frenesi incontrolável. Sentei-me em seu colo e o beijei enquanto acariciava seu rosto e seus ombros musculosos, rebolando de vez em quando, o que impedia o caralhão de amolecer por completo. - Você é tão saboroso, Tobias! Nunca tomei tanto sêmen de uma só vez! – exclamei mentindo, pois ele estava com tanto tesão que já não raciocinava direito. - Ainda tenho muito mais! Vou deixar seu cuzinho todo empapado! – ronronou ele, enquanto seu dedo rodopiava entre as minhas pregas anais, e fazia o tesão se apossar de mim. Ele me fodeu debruçado sobre o espaldar do sofá, metendo o cacetão grosso até o talo no meu rabo que, por algum motivo não consegui relaxar completamente o que me fazia sentir uma dor insuportável e me obrigava a ganir alto, deixando-o cada vez mais ensandecido. Quando implorei para não me estocar com tanta força, ele me deitou sobre o assento, abriu minhas pernas colocando-as sobre seus ombros e voltou a empurrar todo o caralho para dentro do meu cuzinho. O sacão batia no meu rego a cada novo impulso, enquanto eu me agarrava aos bíceps dele e me entregava a sua libertinagem. Ele socava tão fundo que eu sentia minhas entranhas se revolvendo em espasmos dolorosos. - Ai meu cu, Tobias! – gani quando ele socou minha próstata contra o púbis desencadeando uma onda dolorosa que contraiu todo meu ventre e me fez ejacular ao mesmo tempo. - Mein geiler Junge, du hast so einen leckeren und engen Arsch, dass ich dich die ganze Nacht weiter ficken könnte! (Meu garotão tesudo você tem um cuzinho tão delicioso e apertado que eu podia ficar aqui te fodendo a noite toda!) – grunhiu ele, sem parar de bombar meu rabo. - Mach es, Tobias! Fick meinem Arsch und fülle mich mit deinem Abspritzen! (Faça-o, Tobias! Fode meu cu e me enche com sua porra!) – gemi lascivo. Ele não deixou por menos, liberou o urro entalado nos pulmões e se despejou todo em mim, lambuzando meu ânus com seu sêmen denso. Toda vez que me fodiam o cuzinho estreito e pouco elástico, algumas pregas se rompiam, às vezes mais, às vezes menos, dependendo o tamanho e calibre do cacete que enfiavam nele, mas todas que se rompiam faziam aflorar gotículas rutilantes de sangue. Com o general não foi diferente, uma vez que a rola dele era bem grossa, o que me obrigou a pedir sua ajuda de forma bem fragilizada, o que o fez se sentir ainda mais viril, deleitando-se em me prestar um auxílio carinhoso. Eu estava surpreso comigo mesmo, onde será que aprendi a ser tão dissimulado e a interpretar tão bem o papel de um gay frágil e desamparado? O general me tomou em seus braços e me levou até a ducha onde, sob a água morna que caía sobre nossos corpos lavou o sangue vertido pelas pregas sensíveis, tão embevecido nessa tarefa que nem parecia um homem capaz de atrocidades como mandar um desafeto para o paredão de fuzilamento. Dava para notar como ele se sentia empoderado e viril tendo meu corpo jovem e rijo em seus braços, e como aquela única foda despertou nele um intenso sentimento de proteção e, talvez até a semente de uma paixão, tão embevecido ele estava. Ele nem se preocupou em voltar para a festa, conduziu-me para um quarto amplo que certamente não compartilhava com a esposa e deitou-se ao meu lado na cama ampla e confortável. Cobri-o de beijos, elogiei seu desempenho sexual, e prometi estar à disposição dele toda vez que precisasse. Ele mais parecia uma criança que acabou de ganhar um presente sonhado há muito, me envolveu em seus braços e me puxou para junto de seu corpanzil nu e quente, onde fiquei a bolinar delicadamente seu falo amolecido e seus colhões rechonchudos. Minutos depois ele ressoava um sono profundo e relaxante que me deu tempo de vasculhar todo o quarto e retornar ao escritório onde encontrei a tal lista, metida entre outros papeis sobre os quais passei rapidamente os olhos a fim de avaliar se também podiam ser de alguma importância. Surrupiei os que me pareceram importantes e corri de volta ao quarto onde ele continuava dormindo com as pernas bem afastadas exibindo seu dote cavalar. Acordei-o tateando sutilmente pelo sexo e com um beijo úmido sobre os lábios. - Preciso ir! Está quase amanhecendo! – ronronei, passando a ponta do dedo sobre a cabeçorra da pica dele. - Vou levá-lo até a saída! Quero te ver o mais breve possível! Foi o melhor presente de aniversário que já recebi. – murmurou ele em êxtase. - Você é um homem maravilhoso, Tobias! – devolvi, quando ele me fez sair por uma porta lateral da embaixada. Será que eu já estava assimilando o cinismo de Sir Drynsdale? O Clube mal havia aberto as portas quando Sir Drynsdale ocupou uma banqueta no balcão do bar e pedia um dry martini, perguntando por mim. - Eis o que me pediu! – exclamei, colocando um envelope em suas mãos, o que o fez abrir um sorriso de vitória. – E mais algumas coisas que julguei lhe interessarem. – emendei. - Ótimo! Ótimo, não podia ser melhor! – retrucou entusiasmado. – Eu tinha certeza que você conseguiria! Continue assim, ainda temos muitos desafios pela frente! - Quando afirma “temos desafios pela frente”, quem são exatamente esse “nós”? – perguntei - Bem, Juan, a causa, eu e você, é claro! - Meu interesse por esses papeis é nulo, essa tal causa não passa de um obscurantismo para mim, muito menos quem está por trás dela, resta, portanto, você. O que pretende fazer com essa lista, Sir Drynsdale? Quantos serão mortos a partir dela? – ele fechou a cara quando o indaguei - Vou enviá-la a Londres, é vital que a conheçam para evitar tragédias maiores. A lista vai salvar mais pessoas do que matar! – respondeu, num tom seco. - Vou ser muito sincero com o senhor, Sir Drynsdale! Acredito cada vez menos no senhor, e nessa tal causa! – afirmei convicto. Era talvez a quinta ou sexta vez que ele aparecia no Clube, em duas ocasiões chegou inclusive a trocar algumas palavras com o Alejandro que me respondeu – sujeito estranho esse Kurt von Saegebarth – quando lhe perguntei de quem se tratava. Ainda segundo o Alejandro, ele afirmou ser antropólogo, e que estava na África para colher dados para um trabalho científico sobre os povos berberes, mas isso não parecia nada compatível para um homem que se vestia elegantemente com ternos caros, não poupava nos pedidos que fazia nos almoços ou jantares no Clube onde quase sempre vinha acompanhado de alguma jovem igualmente bem vestida, além do cabriolet Mercedes com o qual circulava pelos lugares mais sofisticados de Tânger mais parecido com um Casanova do que um cientista. Quando veio ao Clube pela primeira vez, enquanto gay, não pude deixar de reparar nele. Seus traços germânicos não negavam a origem, embora não fosse do padrão clássico, pois tinha o cabelo castanho, olhos verdes. No mais, era um sujeito poucos anos mais velho do que eu, alto com 1,90m eu diria, grande e musculoso, a ponto de seus ombros preencherem os ternos como se fosse uma armadura sólida; quando sentado suas coxas grossas ficavam amoldadas nas calças exibindo todo seu vigor. Ao imaginar o que deveria haver no meio delas, cheguei a sentir o cuzinho piscar, especialmente porque ele passou a noite toda acompanhando meus movimentos com aquele olhar sedutor. Através da Molly, que conhecia a garota que estava com ele naquela noite, é que fomos apresentados e, quando ele apertou a minha mão encaixada na dele me lançando um sorriso jovial, meu ânus voltou a se revolver excitado. Até hoje não sei se o encontro que tivemos poucos dias depois nas ruas estreitas da Medina foi casual ou se ele estava me seguindo e, quando descoberto, simplesmente fingiu ser uma coincidência. Desde então, sempre que aparecia no Clube, fazia questão de eu me sentar por alguns minutos em sua mesa e compartilhar um drinque. Ele perguntava mais do que respondia, o que me levou a ter cautela e me resguardar, sem deixar de ser socialmente agradável. Porém, o que mais me intrigou, foi ele estar na festa de aniversário do general Richter e circular com desenvoltura entre aqueles militares que pareciam conhecê-lo muito bem. - O general Richter ficou encantado por você! – afirmou ele, num final de tarde quando veio sozinho ao Clube e se refrescava com uma taça de vinho branco gelado no pátio externo. – Não se pode censurá-lo, imagino que não foi preciso muito para cativá-lo. – sentenciou com a frase dúbia. - Ele e a esposa são clientes assíduos, sempre elogiam os pratos que servimos. – retruquei - Entendo! – exclamou, deixando seguir alguns minutos de silêncio. – Foi uma pena ele sumir repentinamente da festa ao mesmo tempo em que não te vi mais, embora tenha te procurado por um bom tempo. – onde esse desgraçado queria chegar com aquela conversa? - Tive uma indisposição e deixei a festa cedo! – justifiquei mentindo. - E esqueceu-se de levar sua acompanhante, a Sra. Ludders consigo? - O que deseja, Sr. Saegebarth? Onde quer chegar com esse interrogatório? – perguntei impaciente - Por favor, não se ofenda, Juan! E, não me chame de senhor, não sou tão velho! Kurt, apenas Kurt, está bom! – desculpou-se. – É que eu estava ansioso para conversar com você, apenas isso. - E a que se deve essa ansiedade? Não sei que assuntos teríamos para conversar. - Pensei que talvez quisesse contar com a minha amizade. A morte do Sr. Quilme deve ter lhe deixado um grande vazio. – a cada palavra a situação dele se tornava mais estranha. - Sem dúvida, deixou! Mas estou conseguindo manter o Clube nos trilhos, conto com um pessoal muito competente. - Não é a esse vazio que me refiro! – exclamou, fixando um olhar penetrante em mim, o que me desconcertou. - Está sendo invasivo e inconveniente, Sr. Saegebarth! – retruquei - Lembre-se, Kurt, apenas Kurt! Peço desculpas se estou sendo muito direto, mas tenho que lhe dizer que não consigo tirá-lo dos pensamentos desde que o conheci. – afirmou, tomando uma das minhas mãos entre as suas, sólidas e quentes, o que voltou a revolver meu cuzinho. - Está me encabulando, Kurt! – exclamei, tentando puxar a mão, mas ele a reteve com mais força. - Isso te deixa ainda mais lindo, e sensualmente atraente. Desconfio que não preciso ser mais explícito em assegurar o quanto você me encanta e o quanto o desejo. Sou um homem fogoso, Juan, posso satisfazer todos os teus desejos. – o atrevido não poupava as palavras para se enaltecer como macho. - O que lhe dá essa certeza? - A maneira como olha para mim, sentindo um ardor lhe agitando o peito e certamente outras partes mais íntimas! – era impressionante como podia ser tão descarado. – Veja o que provoca em mim! – acrescentou, afastando ligeiramente as pernas e me exibindo a gigantesca ereção dentro da calça. – Ambos queremos a mesma coisa, ou vai negar? - Não nego que seja um homem muito atraente, Kurt! Mas onde isso nos levará? - E isso importa? Basta que deixemos a coisa rolar! Garanto que nem o Sr. Quilme e nem o general Richter puderam te oferecer o que eu tenho a lhe oferecer. - Convencido! – ele sorriu, beijou minha mão e a recolocou sobre a mesa, mantendo as pernas abertas para que aquela monstruosidade continuasse a me encher de pensamentos libidinosos. Controlei minha tentação por dois dias. Meu ânus ainda estava sensível depois da trepada com o general e, a julgar pelo que vi sob aquela calça, ele não estava pronto para ser fodido tão cedo por algo daquele tamanho, o que não impediu de o Kurt vir me assediar durante o trabalho. - Esse sujeito está te importunando? – perguntou o Zyan, visivelmente irritado ao perceber que outro macho estava me rondando. - De onde tirou essa ideia? É apenas um cliente sendo gentil! Vá cuidar das suas obrigações e me deixe em paz! - Gentil demais! Não pense em deixar ele se apossar do que é meu! – exclamou, apertando meu braço com força, enquanto me espremia contra uma parede. - Me larga Zyan, seu insolente! Não lhe dei essa liberdade! - Mas deu o cu, o que dá na mesma! Sou seu macho agora, não se esqueça! - Até eu decidir pela sua demissão, abusado! – revidei exasperado, muito embora gostasse daquele atrevimento e dos arroubos que o levavam a ficar com o pauzão tão duro que perdia a noção do bom senso. Antes me soltar, ele colou a boca na minha e meteu furiosamente a língua dentro dela, até me faltar o fôlego. - Aquele senhor britânico está perguntando por você, Juan. – veio avisar um dos funcionários, obrigando o Zyan a me soltar. - Já estou indo, obrigado! - Na próxima te enrabo e não te solto antes estraçalhar suas preguinhas e encher seu cuzinho de porra. – ameaçou o Zyan, lambendo os lábios cheios da minha saliva. Bati de leve na pica dele que adquiriu consistência durante o beijo, e ele fingiu como se tivesse levado um chute no saco, exagerando na reação. - Bestalhão! – ele riu enquanto eu me afastava. A cara de Sir Drynsdale não era das melhores quando me sentei à mesa com ele. Estava impaciente e esfregava as mãos externando a ansiedade. - Já descobriam o roubou da lista! – disse ele apressado, o que me fez sentir um calafrio na barriga. - Vão me matar! Você disse que seria seguro, e agora? A qualquer momento estarão aqui para me aniquilar, preciso fugir! – desatei a falar. - Acalme-se! A suspeita recaiu sobre a Molly! Os alemães a investigam por ser britânica e ter muitos contatos influentes na Inglaterra, acham que foi ela quem se aproveitou para entrar na festa para a qual não foi convidada em sua companhia e roubar a lista. - Precisamos garantir a segurança dela! Não é justo que pague pelo que eu fiz! – exclamei, ainda mais apavorado. - Mandei que se acalmasse, Juan! Cacete, controle esses nervos, moleque! Já está tudo providenciado, ela embarcou para a Espanha esta manhã. Ninguém tem provas contra ela. – revelou. - Graças a Deus! Ela é minha amiga, não suportaria saber que fizeram alguma coisa com ela, por minha causa. - Você seguirá em breve para a Espanha, precisamos de você lá! Eu também irei, uns poucos dias depois de você, para não levantar suspeitas. - Como é? Voltar para a Espanha? Ficou louco! Agora que me livrei o inquérito sobre a morte do Alejandro e consegui reunir a minha família, quer que eu volte para a Espanha? Eu não vou! – despejei raivoso - Vai! E vai antes que comecem a suspeitar de você também! – ordenou implacável. Só para esclarecer, quem te livrou do inquérito fui eu, quem lhe deu outra identidade fui eu, e sua família só continuará segura no Marrocos se eu mexer alguns pauzinhos. – a capacidade desse homem ameaçar os outros era impressionante. - O que vou fazer na Espanha, como vou me custear? Não tenho mais nada por lá! - Você vai fazer o mesmo que faz aqui, vai abrir um clube aos moldes do Club Adouss em Madri. Você já sabe como conduzir esse negócio e, para todos os efeitos, é um empresário não ligado a nenhuma orientação política. Estará livre para circular entre alemães, ingleses, franceses ou qualquer outra tendência política sem levantar suspeitas. - Não se abre um clube como o Adouss da noite para o dia, isso leva tempo! – afirmei - Boa parte já está encaminhada, faltam apenas alguns retoques que você dará quando chegar a Espanha! – revelou - Isso quer dizer que já estavam com intenções de me mandar para a Espanha! – descobri estarrecido - Exatamente! Vai ser mais útil por lá do que aqui. Após o 1 de abril, com o fim da guerra civil, aos poucos a Espanha vai voltando ao normal, apesar de aquele filho da puta do Franco estar no poder e simpatizar com os nazistas que se encontram livres para todo tipo de falcatruas. Você será encarregado de obter todo tipo de informação que possa fortalecer nossa posição junto ao novo governo. – de um garotão inocente que estudou na Academia de Belas Artes em Madri eu estava me transformando numa pessoa envolvida numa trama internacional com desdobramentos perigosos. Como deixei isso acontecer? - E o que será do Clube Adouss? Os funcionários dependem dele e não quero que saiam prejudicados só porque você ou seja lá quem estiver por trás disso tudo estejam decidindo o destino dos outros. – questionei. - Não se preocupe, encarreguei seu cunhado de cuidar dos negócios! Estaremos na retaguarda assegurando que o sucesso do Adouss não seja abalado sem a sua presença. – para tudo ele tinha uma resposta e uma solução já pronta, o poder desse sujeito parecia não conhecer limites. E lá estava eu, no inverno de 1940 de volta a Madri, de volta a Espanha, um país destruído pela guerra civil, com o povo afundado na miséria, relegada aos desmandos de um ditador opressivo. Uma Espanha que em nada lembrava a nação que séculos antes conquistara boa parte da América, uma nação poderosa que disputava em pé de igualdade com outras potências europeias a hegemonia pelo poder. Cheguei com um nome que não me definia, Adnan Tremblay Al-Kudsi, quem era essa pessoa? Cheguei com um rol de regras a seguir, entre elas não me aproximar sob hipótese alguma das pessoas com quem tinha convivido antes de me mudar para o Protetorado; não sair dos quarteirões nobres de Madri, onde haviam instalado o Clube e providenciado um apartamento luxuoso que seria minha residência de agora em diante; me comunicar com Sir Drynsdale, a quem eu supostamente jamais havia visto, apenas para receber instruções e, eventualmente, no caso de alguma emergência, me dirigir ao escritório de um tal advogado, Sr. Urtiza, isso incluía a questão de eu me ver em risco de vida; não me encontrar com a Molly que estava sendo vigiada sem descanso pelos nazistas, suspeita de ser uma espiã; evitar toda e qualquer situação que atraísse a atenção sobre a minha pessoa, discrição e sobriedade eram a chave do sucesso para as minhas missões. Eu ouvia Sir Drynsdale citando e reforçando as regras com pouco interesse, àquelas alturas, eu sentia um profundo desprezo por aquele homem que estava fazendo da minha vida um inferno. - Você vai conquistar a confiança dos militares alemães como fez com o general Richter. A embaixada de Madri está repleta deles tramando coisas escusas, você vai descobrir quais são. Se convidado por alguém que frequente o Clube e seja britânico, você recusará todo tipo de convite, por mais inocente que possa parecer. Aos olhos dos nazistas você deve parecer indiferente aos britânicos, ou até não simpatizante. Tudo o que descobrir vai me repassar em mensagens codificadas, segundo esse modelo que estou lhe entregando, trate de decorá-lo. Essas mensagens devem ser deixadas numa caixa postal na agência central dos correios de Madri, quando estiver fora da cidade, despache-as para a mesma caixa postal. Se, por ventura, notar que foi seguido, deve deixar as correspondências na recepção do Hotel Andaluz, entregando-as apenas em mãos do Sr. Esteban Marlango. Está me ouvindo, Adnan? – eu só pensava em sair correndo dali, talvez ainda pudesse me livrar de tudo aquilo. - Hã? – por alguns segundos me perguntei quem era Adnan, até me lembrar que era eu. - Se você não assimilar tudo o que estou lhe repassando, esteja certo, sua vida não valerá muito nos próximos meses. – eu estava farto das ameaças dele. - Vá à merda, Sir Drynsdale! Estou cada vez mais enredado onde jamais quis estar, tudo por culpa sua! – despejei irritado. - Sei que está sob forte pressão, e perdoo suas palavras. Mas viverá assim doravante, sob pressão, tendo que duvidar de sua própria sombra, cercando-se de todos os cuidados possíveis. – devolveu com sua frieza habitual. Senti vontade de chorar como se ainda fosse um garotinho assustado e que precisava da proteção paterna, algo que eu já não tinha mais aos 22 anos. Dois meses após a minha chegada, o Clube Bilbao foi inaugurado com pompas. A noite concorrida contou com o alto escalão do governo, inclusive do irmão de Franco, Nicolás, que agia como uma espécie de diplomata do governo ditatorial do generalíssimo, com embaixadores, com empresários de peso, com alguns nobres que ainda exerciam certa influência na alta sociedade. Alguns se lembraram do ninfeto atraente e sexy que o Sr. Quilme mantinha no staff de funcionários e estavam surpresos de ele ser tão parecido com o jovem empresário marroquino Adnan Tremblay Al-Kudsi. Alguns até se arriscariam a jurar que se tratava da mesma pessoa não fossem os documentos a comprovar o contrário. Passei a bajular os generais alemães que vinham se divertir no Clube, e logo constatei que alguns deles tinham a mesma predileção do general Richter, garotões jovens, aparentemente indefesos e inocentes, com um belo corpo ardente capaz de saciar os mais inconfessáveis desejos de um homem maduro. Meio ano depois, eu circulava por todos os eventos na embaixada alemã, assediado discretamente por cinquentões e sessentões com os uniformes cheios de condecorações, aos quais já tinha saciado as taras que todo macho alimenta. Enquanto as esposas estavam se divertindo nalguma reunião de amigas, nas longas tardes de compras, ou em viagens pela costa espanhola, eu passava noites e às vezes dias trepando com seus maridos, mamando-lhes diligentemente as rolas, entregando-lhes o frescor da minha pele e a exiguidade das minhas pregas anais. Em troca, ficava sabendo das negociatas com o governo e com empresários, pois já haviam perdido a prudência enquanto tinham as rolas entaladas até o saco no meu cuzinho ou enquanto eu engolia seus espermas ejaculados em êxtases desvairados. Isso quando não deixava alguma alcova da embaixada ou de suas residências com documentos sigilosos e comprometedores que seguiam direto para o Apartado Postal da Oficina de Correos no número 1 do Paseo del Prado, juntamente com um relatório codificado com tudo que caiu nos meus ouvidos. O general Wilhelm Krause, um cinquentão que perdera recentemente a esposa para uma doença pulmonar, era o comandante em chefe dos militares estacionários da Península Ibérica. Apesar da idade, era um homem atraente e perseguia meu cuzinho como um cão persegue uma cadela no cio. Além da sólida estrutura física, o general era dotado de um membro bastante avantajado que, confesso, gostava de mamar pelo sabor de seu esperma, mais do que senti-lo enterrado no meu cuzinho que ficava dias se restabelecendo da afoiteza do general. Sua residência suntuosa ficava nos arredores da cidade, numa região de bosques e lagos, onde me levou para passar o fim de semana. Ele tinha acabado de drenar seus colhões no meu ânus quando uma serviçal anunciou a chegada de outros generais. Eu ainda o retive por alguns minutos, massageando seus testículos e cobrindo sua boca com beijos lascivos, o que o fazia relutar em deixar o leito onde há pouco estivera imerso em mais uma onda de prazer carnal. - Não me demoro, prometo! – disse, enquanto se enfiava no uniforme, e eu me espreguiçava languido sobre o colchão empinando a bunda em sua direção. - Jura? Vou morrer de saudades! – balbuciei provocante. Desci correndo atrás dele em direção ao escritório contíguo à sala principal. Além dos generais, havia um sujeito com cerca de quarenta anos, cabelos pretos lustrosos, meio atarracado metido num terno escuro de listras claras, falavam inglês, o que me fez suspeitar que o sujeito não era alemão e talvez espanhol ou português dado o vasto bigode que contornava seu lábio superior. A porta mantinha uma fresta aberta, pela qual pude ver os cinco em sofás ao redor de uma mesa baixa. Precisei me esforçar para ouvir o que diziam, pois apenas sussurravam. Por pouco não fui imprudente a ponto de enfiar a cara pela fresta, mas ao identificar o general Richter entre eles quase tive uma síncope. Se me visse ali, seria o meu fim, a embaixada no Protetorado já sabia quem havia roubado a lista comprometedora. E, Adnan fosse lá o que mais, não deixava dúvida de que eu era na verdade Juan, o ninfeto que ele enrabou até as preguinhas verterem sangue no dia de seu aniversário. No decorrer da conversa, percebi tratar-se de um contrato que estava sendo firmado com o sujeito atarracado – 8 milhões de libras esterlinas – ecoou pela sala, seguido de – comboios partindo das minas de Castilla y Léon cruzando a fronteira com Portugal e sendo acrescidos dos que saem das minas de Adoria, em Cerva e Ribeira da Pena até o Porto onde serão transladados para navios rumo à costa alemã no Báltico – do que estavam tratando, eu não atinava com nada, seriam armas? Então ouvi a palavra – volfrâmio – que raios é volfrâmio? Tentando espichar os ouvidos o mais que podia, subitamente sinto uma mão pesada tapando a minha boca e braços musculosos vindo por trás me arrastando para longe dali, enquanto eu esperneava achando que meu fim tinha chegado. - Quieto! Quer que saibam que esteve bisbilhotando? Mandei parar de lutar! – apesar de estar tomado pelo medo, aquela voz não me era estranha. - Kurt! – escapou-me dos lábios quando fiquei cara a cara com quem me arrastou para dentro de um banheiro no mesmo corredor. – O que faz aqui? - Eu que te perguntou, o que você faz aqui? - Não é da sua conta! - Será mesmo? Talvez o general Krause se interesse em saber que você resolveu escapulir da cama dele para vir ouvir a conversa aqui embaixo. – disse ele. - Vai me denunciar? – perguntei, encarando aqueles olhos verdes expressivos. - É o que eu deveria fazer, não acha? - Você está mancomunado com eles, é um nazista! Vai me matar! Não é isso que vocês fazem com quem se mete em seus assuntos? – ele não parava de me encarar, aquele mesmo tesão que o deixou de pau duro naquela tarde no pátio do Clube Adouss no Protetorado estava estampado na cara dele, por sinal, sedutora e viril como sempre. - Seria um desperdício, principalmente porque ainda não tive o gostinho de usufruir dos teus carinhos que, segundo corre pelos bastidores da embaixada, são extremamente excitantes. Mas, por hora, preciso me encarregar de tirar você daqui. – sentenciou determinado. - Eu não vou! - Vai sim! Nem que seja arrastado. - O general vai me procurar quando terminar a reunião. Como pretende explicar meu sumiço repentino? Ainda temos questões não terminadas, ele vai se zangar comigo. – afirmei. - Seu putinho safado! Questões não terminadas, é! Dar o cu agora passou a se chamar de questões não terminadas! Eu vou lhe mostrar o que são questões não terminadas, depois de me deixar com uma puta ereção no pátio do Clube Adouss, sem saciá-la. – retrucou - Pervertido! - Eu, pervertido? Você passa mais de três horas trepando e chupando a rola do general Krause e eu é que sou o pervertido? – devolveu - A minha vida não é da sua conta! Meta-se com seus problemas e me deixe em paz. - Meu único problema no momento é você, que não faz ideia de onde se meteu! Se te flagrassem ouvindo a conversa, já não estaria mais respirando! – afirmou – Agora venha comigo, sem resistência e em silêncio, precisamos sair daqui o quanto antes. Ele me enfiou num carro e saiu dirigindo feito um louco pela estrada cascalhada. - Para onde está me levando? Não quero ir a lugar algum com você! – exclamei irado, por estar perdendo talvez informações importantes daquela reunião. - Mas vai! Vai para onde não poderá colocar sua vida em risco, seu moleque destrambelhado! – revidou, fazendo as curvas de tal forma que os pedriscos da estrada voavam longe. - Se sou moleque você também é! Um ou dois anos a mais não fazem de você nenhum homem ajuizado! – retruquei - Mas me fazem um macho que vai estourar seu cuzinho se voltar a arrumar confusão! - Estúpido! – fiquei ainda mais revoltado por que ele começou a rir, e porque ao olhar para a coxa grossa dele, voltei a ser atormentado pelo mesmo tesão que senti quando ele se pavoneou com aquela ereção cavalar no pátio do Clube em Tânger. Ele estava voltando para Madri, pensei que ia se livrar de mim no Clube, mas não demorei a perceber que estávamos indo para o bairro de El Viso no distrito de Chamartín, uma zona da cidade que eu pouco conhecia. Entrou na garagem de um edifício baixo de tijolos aparentes e sacadas na Calle Eugenio Salazar, quando as luzes da cidade começavam a acender; não dizia nada, apenas não me dava chance de questionar nem deixar o lugar, tomando-me pelo braço como se eu fosse um inválido. Subimos três lances de escada, ele destrancou uma porta e me fez entrar como uma mesura ridícula. -Bem, cá estamos! – exclamou. - E o que isso significa? Estou preso, sou seu refém? Ou, talvez me dê a chance de ir para a minha casa? – questionei. - Você é mesmo tão ingênuo ou está apenas se fazendo de burro? - Você é o sujeito mais arrogante, pretencioso e desprezível que eu já conheci, Sr. Kurt von Saegerbarth! – respondi. - E seriam essas as minhas qualidades que te fazem sentir todo esse tesão por mim? – eu bufei, estava para explodir de tanta raiva, mas antes que eu pudesse retrucar ele me empurrou sobre o sofá, atirou-se em cima de mim e me beijou feito um selvagem tomado pelo tesão. Dei alguns socos nos ombros dele tentando me livrar, mas ao sentir o sabor de sua saliva quente entrando na minha boca junto com a língua, a vontade do meu cuzinho piscando tresloucado prevaleceu e eu me agarrei nele e lhe devolvi o beijo devasso que o atiçou ainda mais. A caminho do quarto nossas roupas foram ficando pelo chão. A cama tinha o cheiro viril dele impregnada nos lençóis. Eu já não resistia, minhas mãos tateavam pelo corpão maçudo dele, tão perdidas naquele devaneio quanto eu. As dele deslizavam sobre a minha pele e a abrasavam a ponto de me fazer soltar gemidos. Sua boca descia pelo meu pescoço, lambendo, beijando e chupando rumo aos meus mamilos. Quando o primeiro foi abocanhado e prensado entre os dentes eu gemi o nome dele, enquanto todo meu corpo se revolvia debaixo do dele. Com as mãos espalmadas sobre meu ventre ele me provocava cócegas obrigando-me a me contorcer agitado. Sem perder tempo, elas rumaram para a minha bunda volumosa, agarraram ambas nádegas e as apartaram até que uma das mãos entrasse sorrateira no rego estreito e quente. Nesse instante voltei a sentir a umidade do esperma do general Krause que ainda encharcava meu cuzinho. - Pare! Pare com isso! Eu não quero! – bradei exaltado, pois não queria que ele soubesse que carregava o sêmen de outro homem no meu rabo. - Não quer ou está com receio de eu descobrir que seu cu está cheio de porra do general? – questionou - Seu abusado safado! – exclamei, ao sentir o dedo dele entrando no meu cuzinho. - Vai até ser bom, sabia? Assim vai sofrer menos na minha pica, com o cu já lubrificado. – sentenciou ele. – E eu vou ter o prazer de ejacular em cima do gozo daquele velho arrogante, um macho marcando território no delimitado por outro macho. Nada pode ser mais prazeroso! – disse ele, manipulando devassamente aquele dedo impudico nas minhas pregas anais. O Kurt se ajoelhou próximo à minha cabeça, puxou-a pelos cabelos até a altura de seu falo cavalar empinado, pincelou-o no meu rosto lambuzando-o com o pré-gozo perfumado e viscoso que gotejava da uretra. Comecei a lambê-lo com a ponta da língua deixando-o escorrer para dentro da boca, antes de cerrar meus lábios ao redor da cabeçorra estufada. Nunca havia visto um caralhão daquele tamanho, nem mesmo o do Ramiro chegava a tais proporções. Junto ao desejo incontrolável de me deixar penetrar por aquele tarugão, veio o receio da dor e do que aquilo podia fazer com meu cuzinho apertado. Para não refletir muito sobre isso, empenhei-me em chupar toda a extensão da jeba indômita que não parava de endurecer e pulsar freneticamente pela ação da minha boca explorando e excitando-a. O Kurt grunhia, seu ventre, sobre o qual mantinha minha mão espalmada, se retesava todo. Ele tentava enfiar a rola mais fundo na minha garganta, mas acabava me sufocando. O pré-gozo minava aos borbotões e eu o sorvia como se fosse um néctar precioso. - Seu putinho tesudo, está me deixando maluco! – grunhiu, segurando firmemente minha cabeça em sua virilha e dirigindo o olhar para algum ponto no teto. – Vou esporrar na sua boca! – os jatos de esperma desceram pela minha garganta antes mesmo de ele terminar a frase, me forçando a degluti-los para não me engasgar. O sabor levemente amendoado e alcalino não podia ser mais saboroso, e lambi até a última gota daquele sêmen espalhado ao redor do cacetão. - Preciso ir ao banheiro. – anunciei, depois que ele passou as pontas dos dedos sobre meus lábios lambuzados de porra. Ele me apontou a direção e antes de eu entrar nele, senti sua mão apalpando uma das minhas nádegas. Sem me dar opção, guiou-me para debaixo da ducha, envolvendo meu corpo em seus braços e me encoxando com o cacetão que ainda não havia amolecido completamente. - Quero mijar, segure minha pica! – determinou. Fechei carinhosamente a mão ao redor da rola e a apontei na direção do ralo, um jato forte amarelo claro jorrou abundante, enquanto ele voltava a enfiar um dedo no meu cuzinho. Recostei a cabeça em seu ombro ciente de que não importavam as consequências, eu queria aquele macho dentro de mim, queria aquele homem fazendo parte da minha vida, queria adormecer naquele peitoral largo e maciço por todas as noites da minha vida. Ele se deixou ensaboar feito um gato manhoso, observando o movimento suave das minhas mãos sobre seu corpo, tateando e palpando seu rosto, seu abdômen trincado, seu sexo exuberante, seus colhões pesados, apenas me advertindo com uma expressão contrariada – essa é uma zona totalmente proibida – quando minha mão deslizou das costas para a bunda dele. - Bobão! – sussurrei em seu ouvido, quando ele apertou meu pulso com força. - Não volte a colocar as mãos aí! É nisso que deve pegar e se concentrar! – ordenou, levando minha mão até sua ereção. - Machão inseguro! – exclamei - Que seja, não importa! Só não se atreva a tocar na minha bunda! – determinou. Como um desafio, dei um tapa estalado sobre uma das nádegas e ri. - Isso vai te custar caro, veadinho! – devolveu, me carregando de volta a cama sem nem mesmo nos enxugarmos e me lançar de bruços encaixando-se entre as minhas pernas abertas que segurava firmemente nas mãos e empurrando o caralhão contra minha rosquinha pregueada e parcialmente lacerada pelo general Krause. Meu grito ecoou por todo apartamento. - Aaaaiiii, seu bruto! Tira, está me machucando! – berrei, tentando engatinhar sobre a cama para escapar das garras dele e daquele caralhão que dilacerava meu ânus. - Eu avisei! Você me desafiou! - Por favor, Kurt, está doendo muito! – gemi suplicante - Tesudinho da porra, você vai ser meu! - Quero ser seu, mas mete devagar, aos pouquinhos, sem me machucar. – a voz chorosa o amansou. - Não quero te machucar, mas isso vai ser quase impossível com esse rabinho apertado. Fala para mim que me quer, fala. – pediu carinhoso - Será que preciso pedir, não percebeu que é o que mais desejo desde aquele dia em que se insinuou para mim naquela tarde no Clube Adouss. – devolvi, virando meu rosto na direção dele e tocando minha boca na dele. O beijo prolongado foi se consumando simultaneamente à penetração que cravou todo o falo gigantesco no fundo das minhas entranhas. Fiquei ganindo durante toda penetração com a sensação de que a qualquer momento o Kurt me racharia ao meio. O caralhão sedento ia rasgando tudo o que encontrava pelo caminho, abrindo um túnel nas minhas vísceras. Meu ganido atiçava o tesão dele e ele me fodia com força liberando seu instinto predador. Apesar da força e do destempero que não media, ele me fodia com cuidado e carinho, arfando na minha nuca enquanto balbuciava meu nome; não o Adnan, mas o Juan que o fisgou desde a primeira vez que nossos olhares se cruzaram. Eu me revolvia languido debaixo dele sentindo as estocadas e apertando meus esfíncteres ao redor do cacetão impulsivo e quente. Cada gemido prazeroso dele era uma recompensa por ele estar dentro de mim, como se fizesse parte do meu próprio corpo. A sintonia era tamanha que até nossos corações batiam no mesmo ritmo acalorado. Aquele vaivém do caralhão esfolando meu ânus me fez gozar, toda minha energia pareceu ter escorrido para o baixo ventre contraindo-o, concentrando-se no meu pinto fazendo-o liberar toda porra acumulada. Gemi alto e forte enquanto os jatos eclodiam, dando ao Kurt a certeza de que havia me levado ao clímax. Ele se agarrou ao meu tronco, apertou um dos mamilos pelo biquinho entre seus dedos, a outra mão comprimia meu ventre e uma derradeira estocada o fez urrar ao mesmo tempo em que se despejava todo no meu cuzinho. Permanecemos um tempo engatados, os corpos trêmulos, as respirações cadenciadas, o torpor do prazer percorrendo nossos corpos saciados. Eu mal conseguia dar um passo quando acordei na manhã seguinte sem ele na cama. O lençol tinha manchas de sangue, meu sangue, sangue do meu cu dilacerado. Ouvi um barulho vindo de outro cômodo, e chamei por ele. - A bela adormecida acordou finalmente! – exclamou, ao retornar ao quarto nu em pelo e com aquela coisa enorme que me rasgara balançando pesada e acintosamente entre suas pernas peludas. – Preparei um café para nós na cozinha! Você está mais lindo do que nunca! – exclamou, vindo me beijar. - Estou um trapo, isso sim! Olhe para isso, veja o que fez comigo! Não se arrepende, seu brutão! – devolvi, acariciando o rosto espinhento dele onde crescia uma barba sensualmente linda. - Nem um pouco! Minha pica nunca esteve enfiada em algo tão estreito e acolhedor! – exclamou convicto. Ele me levou ao Clube, onde almoçamos e, enquanto ele devorava a comida como um leão faminto, eu me perguntava quem era esse homem, cujo sêmen se fazia sentir no meu cuzinho, mas de quem eu nada sabia, além de umas poucas informações que muito provavelmente nem eram verdadeiras. Como alguém pode se apaixonar por um completo estranho, e sentir que precisa dele para saber o real significado da felicidade. Só uma vez senti algo semelhante, e isso agora parecia fazer séculos, e foi no dia em que o Ramiro tirou a minha virgindade. Naquele dia eu achei que ele seria meu homem para todo o sempre, que nunca amaria alguém com tamanho empenho. Hoje eu sabia que o – para todo o sempre – não existia, que nem tudo em nossa vida está sob nosso controle, que o destino traça planos com os quais jamais havíamos sonhado e nos obriga a seguir caminhos desconhecidos.
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