Os machos da família do meu padrasto 9 - O intruso
Os machos da família do meu padrasto 9 – O intruso Alguns colegas de turma da faculdade iam passar um feriadão na casa de praia do Sandro e ele acabou me incluindo na lista de convidados. Depois da formatura não perdemos completamente o contato, ele me ligava de vez em quando e me contava como estava se engajando nas empresas do pai. Acabava sempre me fazendo um convite para irmos a uma balada ou um barzinho para colocar a conversa em dia, mas irremediavelmente acabava ouvindo um – Não – até não intencional, mas tão somente como uma resposta automática que eu dava para qualquer convite dessa natureza. - Você não pode ficar tão recluso, filhote! Esses são os melhores anos de sua vida, precisa se divertir, fazer novas amizades, namorar mesmo que não esteja a fim de um compromisso sério de imediato. Isso te fará conhecer as pessoas até descobrir com quem deseja um relacionamento duradouro. – aconselhou o Papi, que se mortificava ao me ver mergulhado na desilusão, e que ainda não tinha perdido a mania de me chamar de – filhote – o que me fazia rir e, às vezes, me deixava constrangido. - Filhote, outra vez Papi! Fala sério! – exclamei, naquela manhã em que o Sandro me ligou fazendo o convite para o feriadão. - Você sempre vai ser meu filhote, sabe disso! – retrucou ele, me abraçando para que deitasse a cabeça em seu peito. - É a única certeza que eu tenho nessa vida! E você sempre será o meu Papi amado! – devolvi, afagando com as pontas dos dedos os pelos grossos de seu tórax. - Quando menos você esperar, vai se ver diante do seu príncipe encantado, só precisa se atirar no mundo com o olhar bem aberto, ele pode estar mais perto do que você imagina. – não sei o que levava o Papi a ficar me dando indiretas toda vez que se mencionava o nome do Sandro, ele parecia torcer para que ficássemos juntos. - De novo essa história? Já te falei um milhão de vezes, o Sandro e eu somos apenas amigos; aliás, nem isso, apenas ex-colegas de faculdade. Não quero nada com ele, somos de mundos muito diferentes. - Então você o descartou só porque ele vem de uma família abastada com a qual você não se identifica? O fato da família dele ter muito dinheiro não significa que ele não tenha sentimentos sinceros. Ao que tudo indica, ele gosta muito de você; tanto que nem consegue disfarçar esse sentimento. – argumentou - É meio por aí. Não me vejo compartilhando nada com aquela família. Ele é até bem legal, não nego, mas é só. – afirmei. - Ligue para ele, diga que vai aceitar o convite e passe esses dias com ele, vai deixá-lo feliz e você sai um pouco dessa concha na qual se meteu. – era difícil negar qualquer coisa para aquele homem quando ele me tinha em seus braços e eu podia ouvir aquele coração imenso batendo dentro de seu peito. - Mesmo! Você topa! Nem acredito, Rafa! O que te fez mudar de ideia? – questionou o Sandro quando liguei aceitando o convite, depois da conversa que tive com o Papi. - A tua choramingueira! – brinquei, pois ele ficava se lastimando quando eu recusava seus convites. - Então preciso aprimorar essa tática! – exclamou ele, todo radiante - Palhação! - Passo na tua casa no final da tarde da sexta-feira, esteja pronto! - Valeu! Estarei a sua espera! - Como é bom ouvir isso saindo da sua boca! - Tonto! – ele riu e demorou para encerrar a ligação. Era noite quando chegamos à mansão que se debruçava na encosta de uma colina que acabava numa enseada com poucos casarões que ocupavam aquela região pontilhada de atracadouros de lanchas que avançavam mar adentro. Alguns ex-colegas já haviam chegado e, como que revivendo os tempos da faculdade, conversavam e riam numa rodinha tomando cerveja. O Sandro me alojou em seu quarto, embora todos os outros ocupassem quartos separados. Será que o Papi estava mesmo certo, estaria ele a fim de mim? Como nunca percebi nada? Não, claro que não era nada disso, ou eu teria notado, afinal não sou nenhum tonto que não perceberia um macho lindo e tesudo como o Sandro dando em cima de mim. Fomos dormir tarde, a madrugada corria avançada e todos estavam um pouco bêbados, inclusive eu que costumava ser o mais abstêmio da turma; e aquela dor de cabeça latejante era a prova de que havia tomado umas latinhas de cerveja além da conta. Apesar da mente obnubilada, reparei que só havia uma cama de casal no quarto, o que tinha me passado despercebido quando deixamos nossas bagagens ao chegar. Sabe aquela sensação de que você caiu numa armadilha? Pois foi o que me pareceu quando ele se meteu só de cueca sob o lençol fino. - Você vem deitar ou vai ficar aí parado paquerando meu corpão sexy? – perguntou ele, quando me viu indeciso em entrar naquele covil de um lobo que andava sedento por um cordeirinho perdido. - Deixa de ser convencido, você não está com essa bola toda! E, mesmo que tivesse, não sou de me impressionar por tão pouco! – respondi, apesar de estar sentindo o corpo todo tremendo, embora estivesse uma noite quente. - Então vê se entra aqui de uma vez! Você metido nessa cuequinha vai me deixar de pau duro e me fazer perder o sono! – exclamou, dando uma ajeitada despudorada na rola gigantesca, para a qual nem me atrevi a olhar. Passamos a manhã do sábado jogando vôlei na praia, revezando parceiros nos times, pois havia mais pessoas do que lugar para os jogadores. Com a minha saída quando meu time estava ganhando ao ser substituído pelo Sandro, fui me juntar aos demais colegas sob a sombra de umas palmeiras cujos troncos encurvados pendiam sobre a areia como se houvessem perdido o equilíbrio. - Vê se não perde a vantagem que eu consegui! – exclamei zombando ao passar por ele, depois de haver feito a maioria dos pontos do nosso time. - Quem é o convencido agora? Fique de olho, não serão esses meros pontinhos que você conquistou, vou massacrar eles! – revidou Com a Flora e a Vera de um lado e o Júlio do outro, eu tomava os goles gelados de suco observando a partida. Eu nunca tinha reparado direito no Sandro, no corpão dele, quero dizer. Tinha consciência que ele era altão, pois apesar dos meus 1,88 metros, seus ombros ficavam alguns dedos acima dos meus; bem como já tinha reparado naquele montão de músculos que somados a toda aquela ossatura larga deviam passar dos 100Kg. Porém, o que nunca reparei foi que aquele conjunto era realmente sexy como ele mencionara na noite passada. E, muito menos, me atentei mais detalhadamente para aquela benga pendurada entre suas pernas peludas e que agora ficava saltitando a cada arremesso de bola que ele dava em direção ao campo contrário. Enfeitiçado por essa miragem, não desviava o olhar dele correndo pela quadra, torso suado brilhando sob o sol, extravasando uma energia que parecia não ter fim, esgueirando-se com a agilidade de um grande felino, o que também lhe conferia uma sensualidade que jamais imaginei. De tão absorto nessa visão, eu não notei que ele não parava de olhar para mim com um sorriso abobalhado na cara, especialmente a cada ponto que ele conquistava sobre o time adversário. Também não percebi que a Vera e a Flora estavam se divertindo às minhas custas, tendo inclusive chegado a agitar as mãos diante dos meus olhos para me tirar daquele devaneio. - Alô, alô, terra chamando! Tem alguém aí? – caçoou a Flora. - Hein? O quê? – perguntei, quando o Júlio enfiava o dedo médio de uma de suas mãos dentro da outra fechada simulando uma penetração anal. - Disfarça pelo menos, não é! Sua baba já está escorrendo pelo queixo e a do Sandro idem. Vocês precisam transar urgente, até parece que estão no cio! – sentenciou a Vera - Não fala besteira! E você, seu pervertido, pare de fazer essa nojeira! Vocês não prestam, bando de safados! – exclamei, por ter sido flagrado curtindo o corpão sarado do Sandro. - O Sandro está morrendo de vontade de fazer isso com você! O coitado passou quatro anos da faculdade tentando, mas você só o esnobava, nem assim ele desistiu. – afirmou o Júlio, com uma certeza desconcertante. Teria mesmo acontecido isso? Será que o Sandro comentou alguma coisa com eles sobre algo entre nós? Não, claro que não! Até porque nunca houve nada entre nós, não que eu soubesse. O bobão continuava olhado na minha direção e sorrindo, ficava difícil eu negar qualquer coisa com ele flertando tão descaradamente comigo. Restou-me ficar vermelho como um pimentão, fazia tempo que eu não corava e me sentia tão vergonhosamente tímido. A partida terminou, nosso time venceu fácil, o Sandro fez o último ponto e correu na minha direção de braços abertos e todo suado, me abraçou e rodopiou comigo pendurado em seus ombros largos, num rompante de ousadia cobriu minha boca com a dele diante daqueles olhares que assistiam estarrecidos aquela cena com ares cinematográficos. Se houvesse uma maneira de eu me enterrar na areia como um caranguejo eu o teria feito, estava tão vexado que nem tinha coragem de encarar aqueles olhares curtindo meu acanhamento. - Doze pontos meus em cada um dos dois sets, está bom para você? Pontuei 3 pontos a mais que você! Quem é o bonzão, Rafa ou Sandro? – gabava-se o pilantra enquanto continuava rodopiando comigo em seus braços. - Me põe no chão, seu esnobe! – exclamei todo envergonhado. - Isso ainda acaba em casamento! – declarou a Vera. - Em casamento não sei, mas que o Sandro acaba de garantir a foda dessa noite, isso é certo! – afirmou o Júlio. - Você é nojento, sabia, Júlio! Cara, que boca suja! – revidei zangado e ultrajado. - Brincadeira, seu melindroso! Vai se zangar comigo, só por causa de uma brincadeirinha? – indagou o Júlio. - Vai brincar com a sua irmã, seu biltre! – revidei - Não fique assim! O que deu em você, por que ficou tão bravo, estamos entre amigos, não há porque você ficar tão furioso com uma zoação. Você sabe que o Júlio não mede as palavras, especialmente se for para falar uma besteira ou uma sacanagem. – ponderou o Sandro que veio atrás de mim quando me afastei do grupo. - Desde a faculdade ele fica insinuando coisas sobre nós, estou farto! O que vão ficar pensando, nem todos aqui sabem que sou gay. – retruquei magoado - E isso importa? Todos aqui te conhecem, sabem o cara legal e parceiro que você é. Ninguém mais dá bola se alguém é gay, lésbica ou, seja lá o que for. – argumentou ele. - Seria uma maravilha se fosse verdade! Se você é gay ainda te olham com desconfiança ou reservas. Acham que todo gay é um pervertido, mesmo que não o digam abertamente. Não é fácil viver num mundo assim, sabia? – devolvi, pressentindo que ia chorar a qualquer momento se aquela conversa continuasse. - Ei, ei, vem cá, não fique assim! Eu estou aqui, estou do seu lado, nunca vou deixar que te machuquem, prometo! – eu podia jurar que já tinha ouvido essas palavras saindo da boca de um homem que também estava me abraçando tão carinhosamente como ele estava fazendo agora. As lágrimas rolaram pelo meu rosto quando me veio a imagem do Betão. Ficou um clima estranho entre a galera depois do esporro que dei no Júlio por insinuar coisas que não existiam e fazer parecer que eu estava a fim do Sandro. Por alguma razão deixei de curtir o feriadão e não via a hora de voltar para casa, onde ninguém especularia sobre a minha sexualidade e nem com quem eu me envolvia sexualmente. - Vou dormir na sala esta noite! – avisei ao Sandro quando todos estavam se recolhendo. - De jeito nenhum! Você dorme aqui como fez a noite passada, e isso não está em discussão! – devolveu o Sandro, categórico. - Você viu que já estão insinuando coisas a nosso respeito, não vou alimentar a imaginação de ninguém! Melhor mantermos a devida distância para não colocar mais lenha na fogueira. - Sabe, eu não te entendo! O que tem contra mim, por que essa insistência em manter distância de mim? O que é, você não gosta de mim? O que te leva em todos esses anos que nos conhecemos a não permitir que eu me aproxime de você, que te confesse o que sinto por você? – perguntou ele. – Sou fissurado em você! Estou há anos tentando te mostrar o que sinto, mas você foge de mim como se eu fosse o capeta. - Eu não fujo de você, te acho um cara muito legal, somos amigos, não somos? - retruquei - Eu não quero ser só seu amigo, eu quero você para mim, eu quero te beijar, eu quero sentir você nos meus braços, eu quero transar com você, Rafa! Onde está a complicação nisso? Todos me bajulam porque minha família tem grana, as garotas abrem as pernas para mim como se eu fosse o último zangão que as pudesse inseminar, os caras se fazem de meus amigos só para poder desfrutar algumas migalhas do que eu possuo, mas você não. Você age exatamente ao contrário, o dinheiro da minha família parece ser o motivo pelo qual você se mantém distante de mim. Ou você acha que eu nunca percebi que você não gostava de estudar na minha casa, tinha que ser sempre na sua, como se detestasse onde eu moro ou não se sentisse confortável ali. A galera disputava as caronas comigo porque eu tinha um carro esportivo e luxuoso, você se recusava a entrar nele. Agora estamos aqui nessa casa, onde você nunca esteve antes, cercados por uma paisagem paradisíaca com todo luxo e conforto e você está outra vez incomodado e insatisfeito. Me diga, Rafa, o que eu tenho de errado que te mantém tão distante de mim? – desabafou ele, me colocando contra a parede. - Nada, eu não tenho nada contra você! Não acabei de afirmar que te acho um cara legal? - Eu não quero ser um cara legal! Eu quero ser o cara pelo qual suas pernas ficam bambas, eu quero ser o cara que te vem à cabeça quando o tesão clama por uma pica no seu cu, eu quero ser o cara que está em todos os teus pensamentos, desejos e necessidades. É esse o cara que eu quero ser para você, Rafa! Não o cara legal! - Nossos mundos são muito diferentes! – foi a única apelação que me veio à cabeça. - Então é isso mesmo, a grana da minha família. Você não quer nada comigo por causa dos bens que eu tenho. Eu que pensava que tinha algum valor por mim mesmo, por quem eu sou. Talvez minha sina seja mesmo passar a vida ao lado de bajuladores, de interesseiros, de mulheres ou caras que só querem ir para a cama comigo por conta das vantagens que vão obter com isso. O único diferente, o único que está pouco se lixando se sou um milionário ou um pé-rapado e por quem estou verdadeiramente apaixonado, não me quer, nem sequer olha para mim. – apelou desiludido. - Não me faça sentir mais culpado do que já estou! Você está cheio de qualidades, além de ser um cara lindo que, ao sorrir, embaralha a cabeça de qualquer um. - Menos a sua! - Inclusive a minha! - Então para de fugir de mim, me dá uma chance! Deita aqui, me abraça e pare de pensar no que os outros vão achar. Eu só quero ser feliz ao seu lado, é pedir muito? – indagou, fazendo cara de cachorro perdido na chuva. - Chantagista! Tá bom, eu durmo aqui com você. Deita no meu ombro, mas é para dormir e não para começar a sonhar com sacanagens. – adverti, sem convicção. Ele riu e se agarrou a mim. - Convence o meu cacete disso! Não tenho culpa se a cabeça dele pensa diferente da minha! – exclamou malicioso. - Tonto! – devolvi, tocando levemente minha boca na dele. Por quase meia hora ele se comportou como um gentleman, até cheguei a pensar que tinha desistido de transar uma vez que o cacetão que me cutucava voltara ao seu estado natural. Porém, não passou de uma ilusão, ele voltou a sussurrar no meu ouvido depois de me dar um chupão no cangote. - Me deixa enfiar só a cabecinha, estou tentando ser forte e resistir, mas o cheiro da sua pele está me deixando tarado. - Nem pensar! Primeiro que isso aí não é uma cabecinha e sim uma cabeçorra; segundo, que eu conheço bem esse papinho furado de machos incontroláveis que dizem que só vão colocar a cabecinha; quando der por mim, já estarei com o caralhão todo enfiado no meu cu. – devolvi, me traindo sem perceber. Ele agora sabia que eu já havia me deitado com outros caras e foi logo perguntando. - Quem foi o pilantra ou pilantras que já te enganaram com esse golpe? Havia chegado a hora de eu ser sincero com ele e me abrir revelando a verdadeira razão pela qual eu o estava afastando de mim. O Sandro foi o primeiro cara fora da família por quem eu sentia um tesão desmesurado. Pior, não apenas tesão, quem sabe até um sentimento que eu sufocava. Aquele final de semana me fez ver um Sandro que até então eu não imaginava existir, eu podia quase jurar que estava gostando mais dele do que seria capaz de admitir. Anos de convívio e, de repente, aquilo tudo que eu admirava nele podia mesmo ser uma paixão conforme o Papi havia dito. E, se isso fosse verdade, eu não podia esconder dele que transava com todos os machos da minha família ou, pelo menos, que já tinha dado o rabo para todos eles e ainda continuava dando para o meu padrasto esporadicamente. Um relacionamento tinha que começar sem segredos, sem mentiras ou omissões na minha opinião, e ele merecia saber a verdade mesmo que isso o levasse a me expulsar de sua vida. - Eu não sou o cara que você pensa que eu seja! – comecei relutante, procurando uma maneira menos vulgar de contar que vinha dando o cu desde a adolescência. - O que você quer dizer com isso? Há quanto tempo nos conhecemos? Eu acho que sei quem você é, um cara lindo, tesudo para caralho, carinhoso e boa gente cobiçado por um bocado de machos. Eu arriscaria até dizer que praticamente virgem, ou mesmo virgem de tudo com essa pureza que salta aos olhos. – sentenciou ele. - Pois é aí que você se engana! Não sou virgem há tempos e muito menos puro. Vai me achar um pervertido quando eu te disser que já transei com todos os meus primos.... – subitamente começou a me faltar coragem para continuar, pois a expressão em seu rosto mudou repentinamente. - Muitos gays começaram a transar com algum primo mais safado, até aí nada de tão escandaloso ou depravado. – retrucou ele. Achei que ele fosse me enrabar no mesmo instante, pois o pauzão dele estava rijo há tempos, e roçava numa parte nua da minha nádega que a cueca não cobria. Minha confissão escancarou a possibilidade dele se apossar de mim sem mais pudores. - Mesmo que isso inclua também todos os meus tios? Ou, inclusive o meu padrasto? – questionei me sentindo uma verdadeira puta ao ouvir as palavras saindo da minha boca. - Uau! – exclamou ele. Agora sim, surpreso e sem saber o que dizer. - Pois é, Uau! – chocante, não é? Viu agora porque tenho tentado te afastar? Você merece uma pessoa muito melhor do que eu, alguém, como você mencionou, virgem ou quase virgem e puro. Eu não sou esse cara, Sandro! Quando seus pais souberem quem eu sou, vão me execrar e jamais admitirão que você se envolva comigo. Estarão certos, não sirvo para você! - Não são eles que vão decidir com quem eu quero ficar! – devolveu ele, completamente abalado pelo acabei de revelar. - Não importa! O fato é que eu não sirvo para você por mais que o admire, que tenha um carinho todo especial por você e que te ache um cara maravilhoso. Se eu não gostasse tanto de você e não achasse que merece alguém melhor com um caráter menos depravado, talvez teria omitido meu passado, mas não sou capaz de tanta vilania. – ele só me encarava em silêncio, senti que o havia perdido para sempre naquele momento. Ele não afastou o corpão insatisfeito e desejoso de mim logo depois, mas o tesão havia arrefecido e ele se convenceu de que nada ia rolar depois do que revelei. Contudo, adormeci com a respiração dele resvalando no meu pescoço, sem ele forçar a situação. Me convenci de que o havia perdido quando nos três meses que se seguiram nunca mais recebi uma ligação dele, nem mesmo uma breve mensagem pelo Whatsapp onde costumava receber textos ou postagens constantes. Tão logo eu havia regressado daquele final de semana na praia, eu contei ao Papi que havia revelado nosso segredo a ele por achar que era o mais justo a se fazer, caso ele estivesse realmente interessado em mim. Contei com uma ponta de tristeza no olhar e nas palavras. - Isso não fará nenhuma diferença se ele estiver gostando realmente de você! Ou, você acha que ele também não tem um passado? O que importa é o que vocês farão juntos de agora em diante, e não com quem se relacionaram ou treparam no passado. Não se sinta não merecedor do amor de ninguém só por ter iniciado a sua vida sexual com seus tios, primos e comigo. Isso não te faz menos digno da paixão e do afeto de ninguém. Você é uma criatura ímpar e amorosa, Rafinha! Se o Sandro não consegue enxergar essas qualidades é por que não te merece! – o Papi estava tentando me reconfortar, também ele havia notado que o afastamento de Sandro tinha me deixado triste e abalado por eu estar gostando dele e ter criado expectativas quanto o um relacionamento. - Você me ama, Papi! Nem todo mundo me vê com seus olhos amorosos. Até eu me sinto um pouco culpado por ter transado com meus tios e primos, não com você, mas com eles sim. – admiti. - Pois não se cobre tanto, você não fez nada de errado, apenas teve experiências sexuais saudáveis com pessoas que te amam. Isso não é nenhum crime, nada para você se sentir desmerecido e inferior a quem quer que seja. – ele me abraçou com força procurando incutir confiança e segurança em mim. Cheguei em casa no meio da tarde de um domingo regressando da corrida de Fórmula 1 que tinha ido assistir no autódromo com o Marcelo e o Thiago, e dei de cara com ele num papo descontraído com o Papi. Fiquei tão feliz ao vê-lo que não escondi um sorriso largo de satisfação. Ele retribuiu e veio me abraçar. Embora estivéssemos sob o olhar do Papi, ele não economizou na força e empolgação com que me comprimiu contra seu tronco maciço, pousando inclusive um beijo discreto no canto da minha boca. - Oi! – sua voz grossa fez perpassar um tremor pela minha coluna. A maneira como ele me encarava não podia ser mais doce e generosa. - Oi! – devolvi tímido, quando ele me soltou. - Senti saudades suas! – continuou ele, também sem saber direito o que dizer e como se justificar por não ter mais mantido contato depois do que lhe revelei. - Eu também! Estou feliz que esteja aqui! – exclamei sincero, vendo que nem tudo estava perdido. Conversamos sobre coisas banais, o Papi nos deixou a sós depois de um tempo pois sabia que tínhamos muito a acertar, especialmente depois de o Sandro ter lhe confessado que sempre esteve apaixonado por mim desde a época da faculdade e que queria estabelecer um relacionamento comigo. - O que acha de pegarmos um cineminha e depois comer alguma coisa por aí? Eu queria levar um papo com você. – disse ele querendo uma privacidade e um território neutro onde pudesse se abrir comigo. - Claro, por que não! Eu adoraria! – respondi todo entusiasmado e morrendo de vontade de beijar aquela boca não apenas sutilmente no canto, mas deixando-o devorar meus lábios enquanto eu o recebia todo carinhoso. – Vou apenas tomar uma ducha e trocar de roupa, você me dá um tempinho? - Quer uma mãozinha na ducha? – perguntou com um sorriso ladino a lhe iluminar a cara safada, até se dar conta de que o Papi havia retornado à sala com umas latinhas de cerveja. Ele riu sem ficar encabulado, era bom que o futuro sogro soubesse de todas as suas intenções para comigo. Nem bem a projeção do filme havia começado e ele já me puxava pelo cangote para junto de sua boca colando-a na minha e metendo a língua devassa dentro dela. Tomando minha mão entre a dele ele a levou até seu sexo que estava duro e aprisionado dentro da calça. Eu o acariciei e fui lentamente abrindo a braguilha até estar com a rola pulsante totalmente exposta. Inclinei-me e comecei a chupar a chapeleta que não demorou muito a liberar o visgo salgado do pré-gozo. O Sandro soltou o ar aprisionado nos pulmões por entre os dentes cerrados num sibilo de prazer indisfarçável. Mamei-o até a última gota de porra que ele ejaculou na minha boca e tornei a guardar seu sexo saciado dentro do jeans. Ele me sorriu e me beijou. - Amo você seu putinho! – murmurou ele no meu ouvido. – Quero te foder pelo resto da minha vida, seu tesudinho! - Mesmo depois de tudo que te contei? - Mesmo depois de tudo que me contou e apesar de tudo que já possa ter feito, eu te quero só para mim, Rafa! Sempre fui louco por você e você bem sabe disso! Também sei que no fundo você me quer, só achava que não me merecia, mas merece e merece muito mais. Eu tenho tanto amor para te dar, Rafa, acredite! - Também tenho muito para te dar e serei a pessoa mais feliz dessa terra se você for o meu homem de agora em diante. Eu sempre sonhei com isso, com um cara que seria único, para o qual eu dedicaria toda a minha vida e meu carinho. – confessei. Namoramos por alguns meses antes de nos mudarmos para um apartamento que o pai dele havia nos presenteado. Não me lembro de ter chorado tanto quanto no dia em que deixei a casa dos meus pais. O Papi, apesar de feliz por eu ter encontrado um cara apaixonado por mim, não conseguia disfarçar a dor que aquela separação estava lhe causando. O garotinho tímido e que anos atrás tinha lhe perguntado se ele queria ser seu pai estava deixando o ninho, estava saindo debaixo de sua proteção e ganhando o mundo com outro macho. - Vou te amar para sempre, Papi! Por mais que eu ame o Sandro, o amor que sinto por você jamais será substituído, ele é só seu! – afirmei quando ele me apertou em seus braços sem conseguir disfarçar os olhos marejados de uma dor que ele jamais pensou sentir.
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