Titio possessivo

Titio possessivo
Mal havia começado e aquele estava sendo um ano cheio de novidades. Pouco mais de uma semana após o término das festas de fim de ano, saiu a relação de aprovados nos vestibulares da Universidade Federal de Santa Catarina e, meu nome constava da lista do curso de medicina. Eufórico, eu fui mandando tresloucadamente mensagens pelo Whatsapp para todos os meus amigos. Para meu pai, que também é médico, resolvi ligar e dar a notícia à viva voz, mas a ligação caiu na caixa postal, então me lembrei de ele ter dito na noite da véspera que teria uma cirurgia pela manhã. Liguei para a minha mãe, ela certamente estaria no escritório, onde era sócia de outros dois advogados, mas a secretária me informou que ela estava numa reunião com um cliente e tinha determinado expressamente para não ser interrompida. Conhecendo-a como eu a conhecia, era melhor esperar para dar a notícia, pois, ao invés de me parabenizar, era capaz de me dar um esbregue por eu ter interrompido seu compromisso importante. Ambos acabaram sendo os últimos a saber da novidade, uma vez que só consegui falar com eles no meio da tarde. Aquilo já não espantava mais a mim e a meu irmão mais velho. Nos últimos três anos, tínhamos a sensação de não sermos mais o centro da atenção deles. Não era uma mera impressão, era uma constatação. De repente, a vida profissional deles tinha ganhado um status muito mais importante do que nós. Quando os questionamos, eles disseram que estávamos agindo como crianças mimadas, que tudo estava como sempre tinha estado. Engolimos a mentira, mas não acreditamos nela.
Dois dias depois da publicação da lista foi meu aniversário de dezoito anos. Estava tudo combinado para passarmos o fim de semana na casa de praia, quando meu pai disse que não podia se ausentar da cidade por conta de um paciente que ele acompanhava há tempos e, que teve seu quadro clínico agravado podendo necessitar de uma cirurgia de urgência a qualquer momento.
- Lamento, filhão! Vão com sua mãe e divirtam-se! – disse ele, quebrando mais uma vez nossas expectativas de ter um pouco de sua atenção.
- Poxa, pai! É meu aniversário. Não tem nenhum outro médico que possa atender esse cara? – inquiri, frustrado.
- Vai se preparando, essa será sua vida de agora em diante! Eu não mandei você virar jogador de futebol? Além de não ter que ficar de sobreaviso em casos complicados como esse, ia ganhar, no mínimo, mil vezes mais do que eu ganho. – argumentou.
Até podia ser verdade a história do paciente grave, mas eu mais uma vez desconfiei das razões dele para não viajar conosco, pois essas coincidências de viagem marcada e um compromisso de última hora estavam acontecendo com muita frequência. No final das contas, acabamos desistindo da viagem do fim de semana.
A bomba mesmo, explodiu no final de janeiro. Meu irmão e eu fomos comunicados da separação dos nossos pais sem ninguém adoçar a pílula. Foi tudo postos às claras em meia dúzia de frases. Meu irmão e eu nos encaramos sem saber o que dizer, tamanha perplexidade que a notícia nos causou.
- Caraca! Depois de mais de vinte anos casados, que doideira mano! – exclamou meu irmão – Qual é a de vocês, piraram? Cara, vocês são velhos, vai me dizer que vão sair por aí correndo atrás de mulherada, e você, mãe, atrás de velho babão? – questionou.
- Mais respeito, mocinho! Aqui ninguém vai sair correndo atrás de ninguém. – exaltou-se meu pai.
- Então não sei por eu estão se separando! Se não vai ter ninguém na parada não vejo sentido na separação. – insistiu meu irmão.
- Isso não é assunto para agora. O que queremos deixar claro é que vocês podem optar com quem querem morar, o que não significa que sempre terão um lugar na casa do outro. – sentenciou minha mãe.
- Puta merda! Que porra! Se eu resolver morar com você, mãe, não vou admitir que se junte com outro cara e, se for com você, pai, com uma baranga qualquer, sacou? – advertiu meu irmão.
- Pare com essa conversa! Sua mãe já não disse que isso não é assunto para agora? E, eu acrescento, isso não é da conta de vocês, pelo menos, enquanto nós estivermos pagando as contas! – exclamou meu pai.
Eu não tinha a mesma disposição de discutir com meus pais como meu irmão estava fazendo. Eu tinha ficado tão abalado que sentia uma opressão no peito e, um nó na garganta. Dizer qualquer coisa naquele momento ia me fazer chorar e, eu não estava disposto a fazer uma cena de tragédia grega.
- Está tudo bem, Eduardinho? Você não diz nada, está tão calado! – questionou minha mãe.
- Vou dizer o que? Vocês já tomaram a decisão. Estou feliz por não ter que morar com nenhum de vocês e com quem resolverem colocar em suas vidas. Afinal, me mudo para Florianópolis para começar meu curso. – minha voz saiu embargada, eu me levantei da mesa e fui para o meu quarto. Uma sensação de que o meu mundo estava desabando explodiu num choro triste. Por alguma razão, eu sentia que nunca mais encontraria alguma coisa na vida que me devolvesse a segurança na qual tinha vivido até então.
O irmão mais novo do meu pai, Rodrigo, vivia em Floripa com a esposa Monica e a filha Ligia. Ele era um empresário bem sucedido do ramo de pescados. Fazia três anos que o visitamos pela última vez durante o verão e, eu gostava dele desde garotinho, pois ele costumava zoar muito comigo e com meu irmão. Durante os vestibulares eu tinha me hospedado num hotel com uma galera que tinha ido prestar as provas comigo e não tinha passado na casa dele. Mas, com a necessidade de encontrar um lugar para morar, meu pais ligou para ele a fim dele me ajudar a encontrar um apartamento próximo à faculdade.
Cheguei à casa do tio Rodrigo três dias antes do início das aulas. Ele morava numa casa ampla de estilo moderno num condomínio fechado com clube náutico e um trapiche que avança mar adentro e, de onde se avista um por do sol de perder o fôlego, no bairro Cacupé.
Fiquei surpreso quando o Eduardinho desceu do carro. Não fossem os traços delicados do rosto que ainda lembrava um menino, eu não o teria reconhecido de imediato se o encontrasse casualmente na rua. Ele havia crescido bastante desde a última vez que o vi, uns dois, talvez três anos atrás, se me recordo bem. Tinha certamente mais de um metro e oitenta e, estava quase da minha altura. Também estava mais encorpado, seus ombros e braços bem mais definidos desde nosso último encontro. Continuava com aquela pele clara, quase pálida, que herdara da mãe de origem francesa, assim como os olhos de um verde citrino cintilante que sempre me lembravam o olhar de um gato. Ele tinha um sorriso no semblante, que expunha seus dentes largos, quando desceu do carro e veio me abraçar em frente à garagem; mas, ou eu muito me engano, ou aquele não era um sorriso de felicidade e, sim, de pura e sincera educação. Também, diante do que meu irmão me contou ao telefone há uma semana quando me pediu para ajuda-lo a encontrar um apartamento próximo à faculdade, de que a esposa tinha pedido o divórcio e estava envolvida com um dos sócios do escritório de advocacia, não se podia esperar que o garoto estivesse no seu melhor momento. Especialmente, por que ele sempre foi o mais agarrado aos pais. Eu podia fazer uma ideia de como a cabecinha dele devia estar confusa. Eu mesmo me surpreendi com a notícia. Tinha o casamento do meu irmão mais velho como algo sólido, que fosse se perpetuar através dos anos. Ele se casou depois de muito ponderar, como era seu costume, antes de tomar decisões importantes na vida. Dos três era o mais sensato e até careta, pelo menos, era assim que eu o via quando ainda morávamos com nossos pais. Por outro lado, sempre achei a esposa dele muito independente, ambiciosa e liberta daquele papel de esposa latina submissa. Era, sem dúvida, uma mulher de muito valor, amealhou um bom patrimônio com seu trabalho competente. Segundo meu irmão, ele começou a notar uma indiferença e, até um certo fastio nas atitudes dela nos últimos anos, ao qual não deu muita importância por estar sempre muito envolvido com seu trabalho. Quando a desconfiança de que algo estava errado se implantou nele, já era tarde. O caso com o sócio tinha se consolidado e ela manteve as aparências esperando apenas que o Eduardinho estivesse encaminhado, para deixa-lo definitivamente. Pensando nas palavras do meu irmão, a Monica também anda estranha de uns tempos para cá. Quase sempre tenho a impressão de que ela cumpre uma obrigação quando faço sexo com ela. É certo que já cheguei aos quarenta e um, mas acho que continuo a sentir tanto tesão quanto sempre senti. A Monica continua uma mulher atraente, dedica-se a cuidar muito bem da aparência aos quarenta anos, que o diga a fatura mensal de seu cartão de crédito. Será que eu e meus irmãos temos uma inclinação para cornos? Por via das dúvidas, não custa começar a ficar mais atento com a Monica. Não pretendo ter a mesma desilusão que meu irmão.
- Oi tio! Tudo bem? Vou encher o saco de vocês por uns dias até conseguir um lugar para morar. – disse o Eduardinho quando veio me abraçar.
- Beleza, garoto! Se bem que não posso mais chama-lo de garoto, você cresceu um bocado desde aquelas férias. E, deixe de falar bobagem por que você nunca enche o saco, será um prazer tê-lo conosco. Dê-me cá mais um abraço, moleque! – respondi, realmente satisfeito por ele estar aqui. – Carro novo, hein? Como estava a estrada? – questionei, pois ele parecia mais maduro e confiante dirigindo de São Paulo até aqui.
- Presente por ter entrado na faculdade! E, também, para compensar a descartada que meus pais deram em mim e no meu irmão. – afirmou ele.
- Não pense assim. Seus pais continuam amando vocês. A vida tem dessas surpresas, nada é para sempre. Quanto mais adulto você se tornar, mais vai comprovar essa realidade. – retruquei, procurando consolá-lo.
- Então espero demorar muito para me tornar adulto. Dói um bocado ver o lar da gente desmoronando. – devolveu ele, acentuando a tristeza em seus olhos.
- Você vai estar tão envolvido com sua nova vida que em pouco tempo nem vai mais se lembrar disso. – afirmei, decidido a fazer o possível e o impossível para devolver a alegria a esse garoto.
Confesso que não me empenhei muito na procura por um apartamento para meu sobrinho, apesar de ter sido bastante simples ter colocado um dos meus funcionários nessa missão. A presença dele tinha mudado os ares da casa. Ele e a Ligia pareciam nunca ter falta de assunto, estavam sempre pelos cantos tagarelando e rindo. A Monica se empenhou mais fazendo, muitas vezes, ela mesma as nossas refeições, que se tornaram também mais elaboradas. Não sei se a intenção dela era apenas a de impressionar o Eduardinho ou, se queria também conquistar seu afeto. O fato é que ela estava conseguindo ambas as coisas. Diante desse clima rejuvenescido, resolvi propor ao Eduardinho que ficasse morando conosco. A casa tem quartos de sobra e ele não se sentiria tão sozinho. Fiz o convite na terceira semana depois da chegada dele, durante o jantar. Mas, pelo olhar enviesado que a Monica me lançou senti que tinha dado uma bola fora. Eu sabia que teríamos uma conversa em particular tão logo o jantar estivesse terminado e, que essa conversa não seria das mais agradáveis, mas estava feito e eu não pretendia voltar atrás na minha decisão.
- Nossa, tio! Eu fico muito feliz pelo convite. Não quero atrapalhar a vida de vocês! Sei que alguém de fora sempre mexe muito na rotina de uma casa. Mas, eu aceito se estiver tudo ok para todos. – respondeu ele, me dando uma alegria que há tempos não sentia e, que também seria incapaz de explicar.
- Você é da família e, mais uma vez, você nunca atrapalha. Será uma imensa alegria ter você conosco. – afirmei entusiasmado, lançando um olhar de soslaio para a Monica que estava com aquela cara de jogador de pôquer, anódina e indecifrável.
- Legal, Eduardinho! – exclamou minha filha.
- Claro que vai ser bom ter você conosco. – disse a Monica, sem nenhum entusiasmo.
Eu tinha passado o dia com aquela coceirinha incomoda na cabeça da rola, parecendo um adolescente, tinha tido uma meia dúzia de ereções. Estava decidido a foder a Monica em agradecimento por ter concordado comigo quanto a estadia do Eduardinho, assim que ficamos a sós em nossa suíte. Porém, eu não podia estar mais iludido. Quanto fui dar uns amassos nela ao sair molhadinha e cheirosa da ducha, ela quase me acerta uma joelhada no saco, rechaçando-me como se eu fosse o mais asqueroso dos seres.
- Caralho! Que foi isso? Você machucou minhas bolas! – exclamei estarrecido.
- Eu devia arrancá-las! Que ideia foi essa de convidar o Eduardinho a morar conosco sem me consultar? Eu sou a dona dessa casa e, ao menos, minha opinião a respeito deveria ter sido consultada. Lembre-se de que tem uma filha bonita, cobiçada e virgem. Não me agrada saber que um moleque cheio de testosterona está solto por aí. - argumentou ela.
- Que infantilidade é essa agora? – o garoto é primo dela, estão se dando muito bem. Só nessa sua cabeça deturpada podia passar um absurdo desses. – protestei.
- E, desde quando o fato de serem primos deixou de representar um perigo para a menina? Há milhares de casos onde primos se envolveram além do recomendável. – continuou ela.
- Bem, nós estamos aqui, não estamos? A qualquer momento podemos ceder aquele apartamento do Campeche para ele morar, se percebermos que ele se tornou inconveniente.
- Inconveniente ele será desde quando for se instalar aqui dentro. Nossa privacidade já era!
- O garoto é tímido, passou por uma experiência traumática recente com o divórcio dos pais. Eu gosto dele, percebo que se sente inseguro diante da vida e, pretendo dar uma força para que se torne uma pessoa feliz e realizada. Você acha que ele está com cabeça para pensar em ter um caso com a prima, bem debaixo dos nossos olhos? Ora, faça-me um favor! – questionei.
- Os tímidos são os piores! – exclamou ela.
- Experiência própria?
- O que você quer insinuar com isso?
- Nada! Porém, parece que a carapuça serviu!
- Você me respeite, Rodrigo! Eu não sou uma das suas funcionárias dispostas a aguentar e ouvir os seus desaforos e cantadas. – revidou ela.
- Agora sou eu a te advertir. Você me respeite! Eu nunca me envolvi com nenhuma das minhas funcionárias e, você sabe muito bem disso!
- Eu não sei de nada! Nem tão pouco nasci ontem!
- Vá se ferrar, para mim já deu! O Eduardinho fica por que quem paga as contas nessa casa sou eu. Essa noite você dorme aí sozinha para refletir sobre os absurdos que fala! – exclamei, deixando o quarto tão possesso e enfurecido com ela que podia manda-la a merda, por ter me deixado na mão com o caralho louco para entrar numa fendinha.
Meu azar foi ter saído do meu quarto para ir bater na porta do quarto dos meus tios para perguntar como ligar o ar condicionado, uma vez que não encontrei nenhum controle no quarto e, nunca tinha visto um modelo igual aquele. A discussão acalorada que acontecia por detrás da porta tinha a mim como pivô. Bem que aquelas respostas monossilábicas e aquela expressão na cara da minha tia não me tinham passado despercebidas. Ela não estava nada satisfeita comigo morando em sua casa em definitivo. Eu podia simplesmente ignorar e, no dia seguinte, inventar um pretexto para morar sozinho e resolver toda a questão. Mas, aquilo repercutiu em meu peito como mais uma rejeição. Primeiro foram meus pais que resolveram se livrar dos filhos. Agora, eu não era benvindo na casa dos meus parentes. O tontão aqui não conseguiu nem voltar ao quarto e já havia lágrimas descendo pelo meu rosto. Na manhã seguinte, acordei decidido a colocar um ponto final nessa situação.
- Eu estive pensando melhor e resolvi morar sozinho. Agradeço mais uma vez o convite que me fizeram, mas acho que se eu encontrar um lugar mais próximo à universidade as coisas vão ficar mais fáceis para mim. – comuniquei, durante o café da manhã.
- Ah não, primo! Não se mude não. Está tão legal com você aqui. – protestou a Ligia. – Pai! Mãe! Convençam-no a ficar. – acrescentou, dramática.
- Você fica, Eduardinho! Esse assunto está encerrado! Não quero ouvir mais nenhuma palavra sobre isso, estamos todos entendidos? Minha paciência tem limites e, eles já foram extrapolados! – exclamou meu tio, dando um soco na mesa e encarando a cada um de nós de uma tal maneira como eu nunca tinha visto. Ninguém se atreveu a abrir a boca.
Fui assistir às minhas aulas com aquela cena matinal na cabeça. Eu não tinha dúvidas de que aquela explosão de raiva tinha sido dirigida à Monica, devido ao que ouvi entre eles na noite anterior. Não deixei de sentir uma ponta de culpa por abalar os ânimos entre meus tios. Era mais do que urgente encontrar um meio de sair da vida deles sem que isso causasse mais problemas.
Não era culpa do garoto eu ter explodido essa manhã. A responsável por isso era minha mulher. Há momentos em que me esforço para suportar seus caprichos. Obrigar-me a ir para a cama ontem sem aliviar meus culhões abarrotados de porra precisando sair foi só mais um senão. Mas, essa questão não vai ficar barato. Sempre fui muito condescendente com ela. Às vezes, fico pensando no pouco que a Monica fez para me ajudar a conquistar o patrimônio que construí. Apesar da origem de classe média alta, ela nunca se mostrou disposta a fazer o menor sacrifício para conquistarmos algo maior. Tudo sempre dependeu de mim. Eu a incentivei algumas vezes a procurar um trabalho para saber dar valor ao dinheiro, mas ela sempre alegou algum empecilho. A nossa filha era pequena e precisava dela, não queria delegar a função a uma babá, embora tivesse contratado mais uma empregada para ajudar nos serviços da casa. Reunia-se uma vez por semana com um grupo de mulheres para apoiar os trabalhos de uma instituição de caridade, por isso não queria assumir um compromisso fixo onde precisasse cumprir horários. Enfim, sempre havia um pretexto. Dessa vez eu não cederia. Agradeci a recomendação de um velho amigo de infância que tinha se tornado advogado de fazer um contrato nupcial antes de me casar com a Monica. Ele talvez já tivesse notado naquela época o caráter da minha noiva.
Estava difícil tirar da cabeça a imagem da expressão assustada do Eduardinho quando me enfureci esta manhã. Eu precisava me redimir e, deixar claro para ele que minha raiva nada tinha haver com ele. Outra coisa que estava me intrigando era o fato de ele pedir para sair de casa justamente logo após a minha discussão com a Monica. Será que ela comentou alguma coisa com ele, antes de eu ter descido para o café esta manhã? Não, ela não seria estupida a esse ponto, pois eu não a perdoaria se tivesse feito isso. Mas, então, de onde surgiu essa vontade repentina de nos deixar? Eu precisava ter uma conversa franca com ele.
- Oi tio!
- Está numa aula? Atrapalho? – questionou meu tio ao celular.
- Não, no momento estou num intervalo. Algum problema? – era inusitado receber uma ligação dele, pois devia estar em pleno expediente na empresa.
- Você está livre para o almoço? A que horas você tem uma folga?
- A partir das 13:00 horas, depois só tenho uma aula às 16:00 horas. Você está precisando de alguma coisa? – eu não estava entendendo essa necessidade dele falar comigo com tanta urgência. Provavelmente ele havia ponderado e decidido que era melhor mesmo eu me mudar de sua casa, pensei.
- Você sabe como chegar à lagoa da Conceição? Tem uma estrada chamada Costa da Lagoa, me encontre às 13:30 horas no restaurante Lagoa Azul. – disse ele.
- Eu coloco no GPS. Não deve ter erro! – respondi.
Confesso que minhas mãos estavam suando, enquanto eu esperava pelo Rodrigo numa das mesas ao ar livre onde uma brisa vinda da lagoa amenizava o calor. O lugar era um paraíso, em nada remetia a uma cidade cosmopolita de tão reconfortante que era a paisagem. Estava me preparando para ouvir sua justificativa e, não demonstrar nenhuma fraqueza ou outro sentimento que me deixasse vulnerável. Tudo o que eu não queria era dar o vexame de chorar na frente dele. Ele foi pontual, eu é que me apressara de tanta ansiedade. Assim que me avistou, ele tirou os óculos de sol e acenou na minha direção. À medida que se aproximava, reparei como ele era bonito e másculo. Ele usava um terno, tinha tirado a gravata e aberto o primeiro botão da camisa. Seus músculos definidos se moldavam ao terno bem cortado e, não dava para não notar o tamanho da mala entre suas coxas grossas. O, tonto! Ele está prestes a te dizer para você sair da casa dele, e você fica reparando nos músculos e na pica dele. Ele é seu tio, isso, no mínimo, é uma depravação, incesto, ou sabe-se lá que pecado.
Pela maneira como ele esfregava as mãos dava para notar seu ar de preocupação. Quando uma lufada mais vigorosa vinha da lagoa, seus cabelos fartos cor de mel se desalinhavam e deixavam seu rosto harmonioso ainda mais encantador. Ele realmente havia se transformado num garotão muito bonito, esbanjando vitalidade. Senti novamente aquela vontade de ter tido um filho homem. Contudo, após o nascimento da Ligia, a Monica foi tão enfática dizendo que nunca mais passaria por aquele tormento e, exigindo que o ginecologista fizesse a laqueadura juntamente com a cesárea para garantir que jamais tivesse que passar por esse sofrimento, que meu sonho não se materializou.
- Encontrou o restaurante fácil? – perguntei, para desanuviar aquele olhar apreensivo.
- Sim, foi bem tranquilo! – respondeu. A voz estava um pouco tremula e, por ela pude imaginar como ele deveria estar se sentindo por dentro.
- Quero te pedir desculpas pela maneira grosseira como agi esta manhã e, te dizer que minha bronca não se dirigia a você. – esclareci, para tranquiliza-lo.
- Não há do que se desculpar, tio! Eu só gostaria de voltar a pedir para que me deixe ir morar sozinho. – respondeu ele.
- Assim vou me zangar de novo e, desta vez, com você. Eu não quero que você saia lá de casa. Aliás, de onde surgiu essa ideia tão repentinamente? Você tinha concordado em ficar. – questionei.
- É mais prático para eu morar mais perto da universidade. – inventou ele.
- Não! Eu quero saber a verdade, não a desculpa que está inventando. Eu quero que seja sincero comigo. – afirmei. Ele baixou o olhar e se intimidou.
- É isso mesmo. Não estou inventando nada. – mentiu.
- Pensei que fossemos amigos e verdadeiros um com o outro. – sentenciei.
- E somos, tio!
- Então não continue a mentir para mim. A Monica falou alguma coisa para você? – era hora de saber a verdade a qualquer custo.
- Não! Claro que não, tio! Ninguém me disse nada, sou eu mesmo que quero me mudar.
Eu já havia pedido a ele inúmeras vezes para não me chamar de tio, apenas Rodrigo. No entanto, ele parecia ter dificuldade em fazê-lo, pois quando se lembrava do meu pedido, acabava por me chamar de tio Rodrigo. Ultimamente e, principalmente agora que estava nervoso, a palavra tio saía de sua boca com um som melodioso e, quando eu olhava para seus lábios úmidos e carnalmente rubros eu me excitava. Era como se ele me pusesse sobre um pedestal de admiração e devoção, fazendo da palavra tio uma deferência carinhosa.
- Eu não gostaria de descobrir que você está mentindo para mim. Vou ficar com muita raiva dela e de você também. – ameacei.
- Eu juro, tio, a Monica não me disse nada. – ele estava dizendo a verdade. Estava tão acuado que seus lábios tremiam.
- Pois bem, vou acreditar nessa parte. Mas, agora você vai me contar o porquê da sua decisão. Pense bem antes de me responder, não vou tolerar mentiras! – ameacei mais uma vez, ao mesmo tempo em que peguei uma de suas mãos e apertei com força.
- Desculpe, mas ontem à noite eu ia perguntar como se liga o ar-condicionado, pois não encontrei o controle e, antes de bater na porta do seu quarto ouvi vocês discutindo por minha causa. Eu não quero que vocês briguem por mim, tio! – o garoto era puro e verdadeiro, meu amor por ele cresceu enormemente em meu peito.
- Não estou brigando com a Monica por sua causa! Eu e ela temos algumas questões mal resolvidas e, o fato de ela querer que suas vontades prevaleçam é uma delas. Contudo, desta vez eu não vou ceder. A questão não é você ficar ou partir, a questão é que eu quero isso e ela precisa aceitar. – esclareci.
- Vocês vão ficar se desentendendo por minha causa, isso é horrível, tio! – exclamou ele.
- Você não entendeu o que eu disse? Eu quero uma coisa e a Monica não tem opção. Se isso é que você fique conosco, ou se é uma cor na parede, um sofá de um modelo diferente do que ela escolheu, não importa! Eu exijo que minha vontade seja acatada, é simples assim, entendeu agora? – afirmei.
- Você faz ideia de como vou me sentir nesse fogo cruzado? – ponderou ele.
- Você não gosta de mim, é isso?
- Não! Eu te adoro!
- Então me ajude a ter minha vontade respeitada dentro daquela casa. É isso que estou te pedindo. – ele não contra-argumentou. Estava chateado, mas rendeu-se. – Agora vamos fazer nosso pedido, estou com uma fome danada!
Nos meses seguintes a Monica mudou de comportamento. Nunca mais tocou no assunto e, tratava o Eduardinho com carinho e atenção. A Ligia estava nas nuvens com a presença do primo, que inclusive a ajudava com a dificuldade que tinha com a disciplina de química no colégio. A sensação de que em meu reino tudo estava novamente sob o meu comando me deixou mais aliviado.
Eu fazia de um tudo para não impor a minha presença, de ser o mais discreto possível, de estar sempre disponível e ser prestativo, para que minha permanência naquela casa não fosse um estorvo. Senti que o clima mudou e que, aparentemente, esse era um assunto superado. Eu só estava tendo que aprender a lidar com o fato de estar cada dia mais fascinado pelo meu tio. Não era apenas o seu porte físico, aquele peito largo e peludo, aquele rosto másculo, aquela barba hirsuta, aquela mão de dedos grossos e vigorosos que me tirava a tranquilidade e embaralhava minhas ideias. Seu lado protetor e provedor, seu equilíbrio emocional, sua segurança ao lidar com situações complexas, tudo me atraía nele. Especialmente, um carinho crescente que ele dedicava a mim e, cuja origem, eu nem imaginava de onde vinha. Para retribuir sua dedicação eu, que detestava futebol, acompanhava-o ao estádio para assistir às partidas. Ia pedalar com ele pelo condomínio nos domingos pela manhã. Virei seu parceiro constante nas partidas de tênis. Ficava assistindo TV com ele, madrugada adentro esparramados no sofá da sala do home theater. Tanto quanto a companhia dele me fazia bem, acho que a minha fazia a ele. Embora, fosse difícil não sentir meu corpo todo estremecer quando ele enfiava a mão dentro da calça para ajeitar o cacetão, quando estava tão próximo que podia sentir o calor vindo de seu corpo vigoroso, quando ele me abraçava e me trazia tão apertadamente contra seu peito que chegava a me faltar o fôlego. Que diabos de tesão era esse? Se ele desconfia desses seus calores, desse frenesi que se apossa de você toda vez que seu olhar ou seu sorriso se dirigem a você, as coisas vão desandar de um jeito que é bom nem pensar. Aí sim você vai estar perdido.
Convivendo com o Eduardinho, percebi que minha relação com ele não era de pai para filho, embora aparentemente tudo levasse qualquer um que nos visse juntos a pensar assim. Isso ficou mais claro para mim num domingo em que fizemos um churrasco aqui em casa e a Ligia trouxe seu namoradinho para nos conhecer. O rapaz era um engenheiro recém-formado, uns seis anos mais velho do que ela. Expressei minhas reservas quando ao fato de ele ser mais vivido e, portanto, mais astuto nos propósitos de conseguir o que queria. A Monica me acusou de ser um pai possessivo e antiquado, sem mesmo ter conhecido o rapaz. Dessa forma, achei conveniente ela nos apresentar o talzinho por quem andava suspirando pelos cantos e trocando confidências com o primo. Tentei arrancar algumas informações a respeito do sujeito com o Eduardinho, mas sua firmeza e integridade de caráter apenas me devolveram alguns dados de pouca valia.
- Vocês costumam sair juntos, se encontrar na praia ou no shopping não é possível que você saiba tão pouco sobre ele. – questionei meu sobrinho.
- Ah, tio! O Fernando é um cara legal, é divertido, boa gente. Não sei o que mais dizer a respeito dele. Ele é bem respeitoso com a Ligia. – ele obviamente não me daria mais informações.
- E quando você não está junto com eles, o que te garante que ele não ande tomando liberdades com sua prima? – questionei, para provoca-lo.
- Bem, aí eu não sei. Mas, acho que a Ligia não ia dar mole e deixa-lo avançar o sinal. – argumentou ele.
- Bem se vê que você não conhece as mulheres. Elas sabem ser muito ardilosas quando estão a fim de pescar um peixe que lhes interesse. – ele se calou e posso jurar que ficou ligeiramente corado. – Por falar em mulheres, até agora não te vi com nenhuma namoradinha, ou ficante, como vocês dizem agora. – questionei. Ele corou de vez.
- Ah! Não apareceu ninguém ainda. – respondeu, tímido. O garoto era virgem e esse acanhamento era algo de charmoso, embora ele sentisse vergonha de admitir.
Dei uma mãozinha para a Monica com o almoço enquanto os jovens se divertiam na piscina, pois ela havia dispensado as empregadas. Quando tudo estava bem encaminhado resolvi me juntar a eles, mesmo que fosse para apreciar o comportamento do tal Fernando de longe. Sem dúvida, ele era comunicativo, bastante seguro de si e, capaz de concentrar as atenções tanto da Ligia quanto do Eduardinho sobre sua pessoa. Mas eu não me deixei iludir por esse aspecto de sua personalidade. De fato, flagrei-o algumas vezes dando uma bela secada na bunda do meu sobrinho. Tenho que confessar que seu tamanho, seus contornos e, a maneira como ela gingava enquanto ele caminhava também tivessem despertado meu interesse por sua bunda. Ela era tremendamente gostosa e, inquietantemente sedutora, obrigando a gente a se controlar para não deixar que o tesão provocasse uma ereção indiscreta. Ao notar aquelas olhadas gananciosas e cheias de libido, senti ciúmes do garotão. O desgraçado estava cobiçando a inocência do meu sobrinho. Minha antipatia por ele foi imediata. Senti-me tão ultrajado e provocado quanto um leão que vê seu território e suas leoas sendo disputadas por outro jovem macho. A Ligia estava deslumbrada por ele, mas não passava disso. Nada me convenceria do contrário que, ao conhecê-lo mais a fundo, se desinteressaria do sujeito. Contudo, com o Eduardinho a barra era mais pesada. Meu sobrinho nem tinha olhos para ele e, aí residia o perigo, essa amizade que estava a oferecer a ele nada tinha de desinteressada. A posse do cuzinho virgem do garoto era o premio que o sem-vergonha estava cultivando com muita habilidade. De repente, encontrei-me numa cilada. Como não deixar que o sujeito me tirasse o Eduardinho sem deixar evidente que o que eu sentia por ele não era um amor filial, mas sim uma atração e uma paixão de amante? Ao mesmo tempo, senti-me um perfeito canalha. Meu irmão tinha me delegado os cuidados de seu caçula, e eu estava tão tarado por aquela bundinha quanto um macho no cio. Indecente, pecaminoso, pérfido, mas era exatamente isso que eu estava sendo. Esse desejo estava acima das minhas forças, acima da minha moral, acima de qualquer coisa. Tenho a certeza de que se outro cara viesse a dar em cima da minha mulher eu não me sentiria tão ultrajado. A Monica eu tinha fodido, conhecia suas habilidades e seus favores sexuais quando queria alguma coisa. Do Eduardinho eu não sabia nada. O sexo com ele seria uma troca, uma barganha, ou ele me satisfaria por puro desejo e afeto? Como seriam suas carícias sexuais, se o carinho com que me tratava já me deixava todo realizado? Como seriam os beijos ofertados por aqueles lábios sensuais e, mais descaradamente, como seria senti-los ao redor do meu caralho, lambendo e chupando meu falo? Eu iria à lua com essa sensação inebriante, bem como ao inferno por minha devassidão. Minha única certeza era a de que nem aquele sujeito e, nem ninguém se apossaria do meu garoto. Ele é meu, custe o que custar.
- Oi tio! Você está tão quietão e pensativo aí no canto. Vamos jogar uma partida de vôlei na água contra esses dois fracotes? – propôs meu sobrinho, vindo ao meu encontro deliciosamente molhado e com aquele sorriso irresistível.
- Fracotes são vocês que vão pagar um vexame para gente, não é amorzão? – revidou minha filha e, o olhar desafiante do sujeito.
- Você pode ser campeã no seu time de polo aquático no clube, mas vai perder feio para essa dupla imbatível. – retrucou meu sobrinho.
- Vamos lá garoto! Vamos fazê-los se arrepender de nos ter desafiado! – exclamei. Eu gostava quando ele expressava aquele entusiasmo e força por saber que podia contar comigo. Não só vencemos como eu tive a chance de acertar umas boladas bem dirigidas para aquele intruso. Uma o acertou na testa, outra no ombro e, uma terceira quase lhe quebra o nariz, mas o cretino sobreviveu a todas.
O tio Rodrigo estava muito esquisito. Que ele não foi com a cara do Fernando ficou óbvio. Só não entendi por quê? O Fernando é um cara legal. Coitada da Ligia, com um pai ciumento desses não vai ser nada fácil ela namorar e se casar. Mas não é só isso que está tirando meu sono e, amanhã tenho trocentas aulas. Não devia ter comido tanto no jantar, acabei perdendo o sono. Eu divagava em meio aos travesseiros revivendo aquele domingo agitado. No fundo, sabia que não foram as atividades do dia, nem o jantar que me tiraram o sono. E, sim, aqueles inúmeros lances durante a partida na piscina em que meu corpo roçou o do tio Rodrigo, naquela sunga onde sua mala enorme me desconcentrava dos lances. Qual será o tamanho do pau dele, solto entre as pernas, livre para ser apreciado? Só de imaginar sinto um frio na espinha, um tesão no cu. Eu ainda podia ouvi-lo me chamando de garoto quando estava devolvendo uma bola incapaz dos adversários barrarem. A palavra garoto, no início, me fazia sentir imaturo e ainda uma criança. No entanto, com o passar do tempo, notei que não era essa a conotação que meu tio dava a ela e, sim, era seu jeito de me fazer sentir querido e cuidado como um bebê. Quando ouvia sua voz grossa e firme pronunciá-la, ela parecia ecoar no fundo do meu peito, proporcionando um tesão quase incontrolável. Eu sou veado e nem desconfiava disso antes de conviver mais de perto com meu tio. O que eu estava sentindo por ele tinha ultrapassado o limite do encantamento, da admiração, eu estou literalmente apaixonado por ele. Que inveja da tia Monica, como eu queria estar no lugar dela, ao lado dele na cama, seu corpo ao alcance das minhas mãos. Eu ia fazer tantas carícias nele até deixa-lo de pau duro, louco para enfiar aquilo em mim. E, eu ia me entregar, abrir minhas pernas e meu cuzinho só para senti-lo todinho dentro de mim. Caralho! Isso é coisa de doente mental. Quando foi que fiquei tão pervertido?
Durante um feriado prolongado a Monica e minha filha foram visitar os avós em Curitiba. Minha sogra era o tipo de pessoa da qual eu fazia questão de manter distância. Por isso, recusei-me a viajar com elas. A Monica já sabia que não adiantava insistir e, apenas me participou sua intenção de visita-los na véspera. Eu ainda estava na cama, me espreguiçando e dando uma coçada no saco ao mesmo tempo em que baixava ligeiramente a bermuda do pijama para deixar o pau duro mais solto, quando um pensamento libidinoso passou pela minha cabeça. Eu teria quatro dias pela frente, sozinho com meu sobrinho. Era a primeira vez que isso acontecia. Fiquei tão excitado fantasiando situações com seu corpo sedutor que não demorei a ficar com o cacete todo babado. Já antevia a dor de cabeça não me dando trégua por sentir aquele tesão reprimido e a impossibilidade de aliviar meus culhões, a menos que recorresse a uma punheta solitária. Tomei uma ducha fria para desanuviar minha mente daquelas imagens lascivas e, fui encontra-lo sentado no balcão da cozinha onde ele havia disposto um café da manhã caprichado.
- Bom dia, tio! – cumprimentou num sorriso tão doce que voltou a aquecer minha virilha.
- Bom dia, garoto! Isso tudo é para mim? – questionei, apontando as frutas cortadas, os queijos e um par de torradas sobre o prato ao lado do dele.
- Tentei fazer como você gosta, mas não sei se o meu café ficou tão bom quanto o da Mariana. – explicou. Mas, o cuidado na disposição das frutas e dos queijos sobre o prato estava muito além da maneira como a empregada costumava fazer.
- Está muito caprichado e, tenho a certeza de que o café também está delicioso. Aliás, você tem o dom de deixar tudo mais delicioso, inclusive a minha vida! – devolvi, apertando minha mão ao redor de sua nuca.
- Ah, tio! Quer me deixar sem graça? – retrucou, tímido. Mal sabendo quanto tesão isso me provocava.
- Vamos até as quadras do condomínio, jogar uma partida de tênis? – convidei, pois precisava aliviar aquela tensão dentro de mim de alguma maneira.
- Claro! Vai ser legal dar uma lavada de seis games a zero em você logo pela manhã! – exclamou ele, convicto de que seu jogo era muito superior ao meu.
- Vai contando que eu vou dar moleza para você como das outras vezes. Hoje vou com tudo! – respondi. Ele riu e balançou a cabeça, incrédulo.
Não foi tão difícil vencer meu tio em quadra quanto olhar para aquele caralhão enquanto estávamos debaixo da ducha no vestiário. O negócio tem bem mais que um palmo e é mais grosso que uma embalagem de desodorante, repousando pesado sobre um sacão não menos intimidador. Foi inevitável não imaginar aquilo dentro de mim, duro e sedento, me preenchendo de emoções e felicidade, muito embora eu fosse incapaz de prever o quão dolorido aquele pauzão pudesse me deixar. Por mais que eu tentasse disfarçar, não conseguia desviar meu olhar daquele falo gigantesco e, nem do corpo musculoso e viril do meu tio.
Um momento como aquele só podia ser uma dádiva. Meu sobrinho nu, a água da ducha descendo por sobre aquela pele lisinha e clara, aquela quase total ausência de pelos, exceto os pubianos, aquela bunda roliça e carnuda se destacando das coxas grossas e, em cujo rego a água que descia de suas costas penetrava como um rio correndo nas profundezas de um cânion. Que visão avassaladora! Moralmente eu deveria me envergonhar de nutrir desejos tão carnais por ele, na mais repugnante traição que estava cometendo contra meu irmão. Mas, não era isso que dizia o calor que eu sentia em meu peito. Aquele garoto havia mergulhado em meu coração e tudo que eu desejava era ocupar um espaço no dele. A timidez com a qual ele disfarçadamente olhava para o meu sexo era de deixar qualquer um maluco. Será que ele se sente incomodado pelo pau dele não ser tão avantajado? Será que está gostando do que vê e, por vergonha, não tem coragem de admitir que também me deseja? Como seria bom ter essas respostas. Ao menos, eu saberia como agir, como abordá-lo, como tê-lo em meus braços.
Meu tio me levou para almoçar no Ostradamus, um lugar encantador que remete a construções açorianas e é famoso pelas ostras que compõem parte de seu cardápio. Nunca fui fã delas. Tentei engolir aquela gosma há alguns anos, sem sucesso. Nunca mais quis ter a iguaria diante dos meus olhos. O Rodrigo as devorava deleitado, e ria da minha cara de nojo. Apesar do dia ensolarado, não fazia calor. Optamos por uma mesa no trapiche que avançava pelo mar de dentro, com uma vista deslumbrante e tranquila. Eram quase quatro da tarde quando voltamos para casa. Meu tio dirigia, sem pressa, fazendo um caminho bem mais longo. Apesar de estar adorando a companhia dele e, aquela cumplicidade que pairava no ar, eu me perguntava qual o motivo de ele estar tão disponível e tão amistoso comigo. Afinal, ele devia ter coisas mais interessantes a fazer do que me fazer companhia. Teriam aqueles olhares que lançou para as minhas nádegas sob a ducha no vestiário alguma coisa haver com essa disponibilidade prazerosa? Eu queria supor que sim. Até desejava que fosse isso. Mas, ele era um homem casado, responsável, jamais pensaria em ter um relacionamento fora do casamento e, muito menos de cunho sexual com seu próprio sobrinho. Não adianta fantasiar Eduardo, esse homem delicioso e viril não é para o seu bico. Eu não conseguia deixar de sentir uma ponta de sofrimento ao me convencer disso.
Queixei-me de uma dor nos ombros que vinha sentindo há dois e, que se exacerbara após a partida de tênis desta manhã. O Eduardinho a imputou a algum estresse, pois sabia do meu bom preparo físico e, eu concordei com ele. Durante aquela semana tive uns problemas na empresa e fiquei mais tenso do que poderia supor. Ele me sugeriu um miorelaxante e propôs uma massagem. A medicação eu até descartaria, mas uma massagem, feita com aquelas mãos delicadas de dedos femininamente delgados, me deixou entusiasmado.
- Deixe uma água morna cair sobre seus ombros por alguns instantes, tio. Depois, deite-se de bruços que eu te faço uma massagem. – disse ele. Não podia haver nada mais sedutor do que essa proposta.
Eu ia enrolar a toalha ao redor da cintura após me enxugar, mas como o Eduardinho tinha olhado para o meu cacete com aquele olhar indecifrável, resolvi jogar a toalha na cama e me deitei nela. Ele ficou um pouco intimidado, o que felizmente não o demoveu de seu intento. Ele havia vestido um short cujas fendas laterais permitiam ver a dobra da junção de suas coxas com aquelas nádegas volumosas. Eu ia precisar de todo meu autocontrole para não ter uma ereção enquanto suas mãos deslizassem pelos meus ombros. O toque de suas mãos era simultaneamente suave e firme. Ele apalpava meus músculos tensos e promovia movimentos que os iam relaxando como num passe de mágica. Ele estava debruçado sobre mim e dava para sentir o perfume de sua pele chegando as minhas narinas como uma lufada de tranquilidade.
- Os músculos do pescoço e dos ombros estão particularmente tensos. Faz três dias que venho notando algo de apreensivo acontecendo com você. Posso fazer alguma coisa? – questionou ele. Fiquei contente de ele ter notado essa mudança em mim. Sinal de que, de alguma forma, se preocupava com meu bem estar.
- Você já está fazendo! Suas mãos são mágicas! – exclamei. Só não podia dizer que além de mágicas, elas estavam me deixando de pau duro, muito duro.
Eu só podia estar sonhando. O Rodrigo ali deitado, seus ombros largos e másculos, em minhas mãos, era a realização das minhas fantasias. Como eu gostaria de dar uns beijos nesses músculos tensos, ouvi-lo ronronar dizendo que queria se deixar embalar pelos meus afagos. Meu cuzinho estava se contorcendo, pensando naquela pica imensa que balançou tão naturalmente solta, quando ele veio de se deitar na cama. Como seria maravilhoso poder tocá-la, transferir essa massagem para ela e aquele sacão, tão delicada e suavemente que o fizesse dizer que me queria. Minhas mãos já não conseguiam se restringir aos ombros dele. Elas pareciam deslizar por vontade própria para os seus braços, sentindo os bíceps dele tão encorpados e rijos, desciam pelas costas, sentindo cada ondulação de sua coluna, parecendo um tobogã que as pontas dos meus dedos subiam e desciam numa sucessão extasiante. Quanta energia estava concentrada naquele corpão e, ela subia pelos meus braços me causando um alvoroço como nunca havia sentido antes.
Afora o tesão que me atormentava, não dava para descrever o que eu estava sentindo com aquelas mãos macias deslizando pelo meu tronco. Era insuportável continuar calado, se o que eu mais desejava era confessar que queria o Eduardinho por inteiro. A rigidez da minha pica já começava a espalhar uma dor no meu períneo. Era hora de dar um basta nisso.
- Eduardinho, preciso te dizer que sua massagem funcionou excepcionalmente bem, sinto-me tão relaxado que vou acabar adormecendo. – comecei, tentando ver como iniciar um assunto tão delicado.
- Que bom, tio! Dá mesmo para perceber seus músculos mais relaxados. – devolveu ele.
- O problema agora é o efeito colateral! – exclamei, procurando com um sorriso amenizar o que estava para lhe mostrar.
- Efeito colateral? Como assim, que efeito colateral? – questionou ele, com uma expressão ingênua.
- Este! – exclamei, girando o corpo para me deitar de costas e, deixando meu membro apontando para cima como um poste. Meu sobrinho o encarou com um misto de surpresa e devoção.
- Talvez ele também esteja precisando uma massagem. – disse, num sussurro. Mal me dando a chance de dizer qualquer coisa, antes que sua mão se fechasse ao redor do falo.
Eu não queria pensar nas consequências do meu atrevimento. Tudo o que eu queria era acariciar aquela jeba que latejava entre os meus dedos. Tão suavemente quanto me permitia o tremor que tomou conta da minha mão, eu o acariciei. Meu tio me encarava num deleite inesperado. Ao invés de protestar, de me censurar ou, de me dizer alguns impropérios como eu imaginava, ele abriu um sorriso cheio de satisfação. Fiquei atordoado por alguns segundos entre o que pensava ser um sonho e a realidade daquela carne quente pulsando na minha mão. Ele abriu mais as pernas e, eu deslizei as pontas dos dedos para dentro de sua virilha pentelhuda. Quanta virilidade se concentrava naquela região. A ponta do meu dedo indicador percorreu a rola explorando cada detalhe de sua anatomia. A cabeçorra arroxeada que se destacava como a cúpula de um cogumelo, as veias grossas e tortuosas por onde corria um fluxo de sangue como as águas de um rio após a tempestade, a consistência daquele tronco de carne que se transformava a olhos vistos sob minha contemplação venerada, o enrugamento da pele do sacão que, abaixo daquele chumaço de pelos adensados, ia se tornando globoso, fazendo desaparecer o contorno individual de cada uma daquelas bolas gigantescas. O aroma sublime e almiscarado que começou a preencher o ar assim que do orifício uretral começou a minar profusamente um sumo aquoso e espesso. Tudo me seduzia como nada havia me seduzido até então.
Meu sobrinho não desgrudava o olhar da minha jeba. Ele me examinava encantado com o que via. Toquei seu rosto com uma das mãos e o acariciei, ao mesmo tempo em que o trazia para mais próximo do meu pinto. Bastou uma leve coerção para deixa-lo a centímetros do meu pau. O resto ele fez por iniciativa própria. Tocou seus lábios delicadamente na minha glande úmida, num beijo que me fez soltar o ar entre os dentes cerrados. Um jato abundante de pré-gozo saiu da uretra, ele o sorveu com os lábios, antes de fechá-los completamente ao redor do cacete.
- Ah, garoto! – gemi incontrolado.
Ele ergueu o olhar na minha direção e começou a lamber minha pica. Afundei meus dedos em seus cabelos, no mesmo instante em que ergui a pelve e fiz a rola se aprofundar na boca dele. Enquanto segurava meu pau pela base, sua boca me chupava com movimentos delicados, mas firmes. Eu estava no paraíso, no paraíso da luxúria e da perdição. Nem o fato do meu pau estar babando proficuamente o fazia tirar de sua boca. Ele chupava, lambia e me mordiscava tão compenetrado e devoto quanto uma gueixa. Eu era puro tesão.
Jamais imaginei que o suco de um macho pudesse ser tão saboroso. Tio Rodrigo tinha um sumo espesso que mais parecia o néctar dos deuses. Eu o chupava e engolia, me viciando com seus fluidos. Ouvir seu gemido rouco e notar como se contorcia de prazer, me deixava alucinado. Eu lambi suas bolas, enquanto a pica deslizava pesadamente pelo meu rosto. Porém, o que me fez sentir o poder das minhas carícias, foi olhar em seus olhos injetados de uma libertinagem impudica e sentir o quanto ele me desejava.
Não era em sua boca que eu queria gozar, não na primeira vez. Aprumei-me contra a cabeceira da cama e o puxei para junto de mim. Ele se aninhou no meu peito. Beijei-o devassamente, ele retribuiu aceitando minha língua em sua boca e chupando-a como tinha feito com o meu pau. Nossas salivas se mesclavam cada vez mais cálidas e promíscuas. Apertei seu mamilo entre os dedos, esmagando o biquinho rijo e saliente até fazê-lo gemer. Depois, o acariciei como forma de recompensa. Ergui seu tronco apoiando minhas mãos debaixo de suas axilas e o levantei no ar. Lambi o mamilo torturado, beijei-o e, como um lobo esfomeado, cravei meus dentes naquele peitinho bem torneado e sedutor. Só o soltei após ouvi-lo gemer, agarrar minha cabeça entre as suas mãos e ganir a palavra tio. Deitei-o e abri suas pernas. Acariciei suas coxas musculosas sem um único pelo sobre aquela pele discretamente bronzeada. Apalpei suas nádegas, apartei-as e vi meu mais cobiçado tesouro profundamente arraigado naquele sulco apertado. Um diminuto orifício rosado circundado por preguinhas tão próximas uma das outras que mais pareciam raios emergindo de um sol invernal. Ele piscava de êxtase. Mordi aquela carne rija e volumosa das nádegas, o que fez meu sobrinho gemer de satisfação, antes de tocar a ponta da língua sobre aquele cuzinho apertado. O Eduardinho contraiu as nádegas e ganiu como uma cadela no cio. Lambi-o insistentemente, até deixa-lo exausto e submisso aos meus desejos.
Pensei que fosse enlouquecer quando senti a língua do meu tio lambendo meu cuzinho como se eu fosse uma fêmea pronta a acasalar. Todo o furor daquele macho se voltava para o meu cu. Meu tesão era tão intenso que eu gania com o prazer de sentir a gana daquele macho por mim. Meu corpo foi tomado de um tremor incontrolável.
Deitado sobre o corpo trêmulo dele, eu sussurrei em seu ouvido que queria entrar naquele cuzinho. Numa sem-vergonhice sem limites, perguntei-lhe se queria sentir minha pica dentro dele. Segurando-se em meus abraços apoiados ao lado dele, só consegui distinguir um quero tão tênue que mal o ouvi. Ele queria que eu lhe tirasse o cabaço, um privilégio ao qual nenhum macho se recusa. Pincelei meu cacete no reguinho dele, molhando-o com meu sumo profuso. Forcei a cabeçorra contra a portinha do cu dele. Senti como ele segurava a respiração, temeroso e inseguro. Eu não queria machuca-lo, mas sabia que seria inevitável. O garoto era tão apertado e, estava tão tenso e contraído, que seria preciso usar certa força para entrar naquele cuzinho. Eu estava tão alucinado para meter minha pica nele que tinha dificuldade para me controlar.
Tio Rodrigo estava com aquela rola colossal na porta do meu cuzinho. Eu mal conseguia respirar. Senti tudo se distendendo quando ele a forçou contra as minhas pregas. Eu só pensava em tê-lo por inteiro dentro de mim, pouco me importando a que preço. Pronunciei a palavra tio uma meia dúzia de vezes a cada gemido de tesão que aflorava à minha boca. Quando, de fato, aquela carne rija entrou em mim eu só conseguia gritar. Foi como se um trem de alta velocidade entrasse num túnel e desaparecesse em suas entranhas. Minhas carnes dilaceradas reverberavam o pulsar que nutria o cacetão entalado no meu cu, na mais sublime sensação que jamais havia sentido.
- Ai, tio!
Esse tio pronunciado em meio a tanta emoção quase me desmonta. Minha pica nunca esteve alojada em algo tão apertado. A musculatura do cuzinho do Eduardinho estava tão apertada ao redor do meu membro, me dando tanto prazer que, se eu tivesse que morrer ali, morreria em estado de jubilo. Cuidadosamente, para não machuca-lo além do necessário, comecei a enfiar meu cacete no cu dele. Eu me segurava quando seus ganidos se transformavam em expressão de pura dor. Eu queria fazê-lo sentir apenas prazer, o mesmo que ele estava me proporcionando, e não dor.
- Está doendo muito, garoto? – ele não respondeu, apenas enfiou seus dedos crispados entre os meus e se agarrou às minhas mãos.
Fodi o cuzinho dele sem pressa, enquanto ele se entregava sem nenhuma reserva aos meus caprichos. A Monica nunca permitiu que eu enfiasse no cu dela, dizia que isso era coisa de animal. Mas, qual é o macho que não quer uma fenda tão apertada para enfiar o cacete? E, o Eduardinho era muito apertado, deliciosamente apertado. Não se opunha a nada, não exigia nada, me aceitava em seu intimo como eu era, com meus cheiros, com meus fluidos, com minha necessidade primal. Aquilo sim podia ser chamado de união consensual. Naquele instante, foi doloroso constatar que, em meus vinte anos de casamento, nunca estive nem perto disso. Amei o Eduardinho com todas as minhas forças.
Tio Rodrigo se movia sobre mim, fazendo sua rola deslizar no meu cuzinho num vaivém cadenciado e torturantemente delicioso. Eu contraía minhas nádegas, travando o cu com aquela imensidão dentro de mim. Franqueei-lhe minha nuca, virei meu rosto para poder beijá-lo, gemi sussurrando o quanto estava gostando daquilo. Já não me importava com a ardência entre as pernas, o formigamento que adentrava minha pelve eu só queria agasalhar aquela rola com toda a ternura de que fosse capaz. Ele tirou lentamente a pica do meu cu, me deitou de costas e se encaixou entre as minhas pernas. Olhando fixamente nos meus olhos, tornou a enfiar o cacetão no meu cuzinho. Eu gani e agarrei o lençol. Ele veio se inclinando sobre mim e eu passei meus braços ao redor de seu tronco. Nossas bocas se encontraram num beijo voluptuoso, se lamberam e se chuparam. Ele me estocou tão profundamente que senti como se estivesse sendo empalado. Seu corpo foi se retesando. Eu percorria suas costas com as pontas dos dedos e, os enfiava em sua pele quando a dor se tornava insuportável. Sua pelve já não se movia na mesma malemolência, seus gestos se tornaram bruscos. Ele soltou um urro rouco e agarrou meu rosto voltando a me beijar desesperadamente. Os jatos de porra começaram a inundar meu cu. Amei meu tio tão intensamente que senti um aperto no peito. Ele ofegava largado sobre mim. Tomei seu rosto entre as mãos e o beijei. Um sorriso se formou em seus lábios e seus olhos tinham um brilho único. Quando ele se levantou e tirou a pica meio flácida do meu cu, eu notei que havia gozado. Não sei quando e como isso aconteceu no transcurso daquele momento mágico. Tio Rodrigo abriu minhas pernas e, com a toalha na qual tinha se enxugado, limpou o sangue que saía das minhas preguinhas.
O garoto gemia tanto, enquanto eu bombava seu cuzinho, que sem se deu conta de ter atingido o orgasmo e gozado. Ao vê-lo chegar ao clímax não consegui mais me controlar. A pressão nos meus culhões foi se diluindo à medida que eu ejaculava, enchendo com minha gala aquele cuzinho virginalmente arregaçado. Ao esporrar no cu dele sabia que estava demarcando meu território, por isso fixei meu olhar no dele, para que ele soubesse o significado daquele ato. A expressão meiga que se formou em seu rosto sinalizou que ele me compreendeu mais uma vez. Não resisti à vontade de limpar aquele sangramento do seu cabaço perdido e, delicadamente comprimi a toalha sobre as preguinhas de onde minavam as gotinhas de sangue. Só me recordo de uma única vez, de uma antiga namoradinha dos tempos de colégio sangrar quando lhe tirei o cabaço. A Monica não era mais virgem quando nos casamos. Era impossível não comparar o sexo que eu tinha com ela com esse que acabei de ter com meu sobrinho. Ele ganhava de dez a zero para o melhor desempenho dela.
Foi estranho encarar o tio Rodrigo depois do que fizemos. Nenhum de nós parecia muito à vontade e, ficava difícil encontrar as palavras para manter um diálogo como aqueles que sempre tivemos tão descontraidamente. Eu não sabia se dizia a ele o quanto tinha gostado da nossa transa, ele podia pensar que eu era um libertino. Mais ainda, eu gostaria de lhe dizer o quanto gostava dele, se bem que ele já devia saber disso há muito tempo, pois meus atos não diziam outra coisa. Eu queria voltar a tocar nele, acariciar seu peito e beijá-lo assim que aquela vontade surgisse. Qual seria sua reação?
Eu estava ensaiando um jeito de dizer o quanto o Eduardinho me atraía e como tinha sido maravilhoso transar com ele, sem parecer vulgar. Mas, de repente, eu que sempre tinha argumentos para tudo, não conseguia me expressar. Ele precisava saber o quanto eu o desejava, pois aquilo precisava acontecer mais vezes. Se as palavras não vêm, a linguagem corporal vai se encarregar disso, pensei comigo. E, aproximando-me dele, cingi sua cintura e o puxei para junto de mim. Foi ele quem tomou a iniciativa do beijo, isso me deixou maluco. Ele também me desejava.
- Ah, meu garoto! Você vai me deixar maluco!
- Ai, titio! Você é maravilhoso.
Transei com o tio Rodrigo por todo o feriadão, duas até três vezes ao dia. Parecia haver uma chama acessa dentro de nós que não se apagava após o gozo. O fogo que parecia nos consumir era o fogo da descoberta e do inusitado. O retorno da Monica e da Ligia no domingo à noite, pôs fim a um assanhamento contumaz no qual a necessidade de nos tocarmos, nos beijarmos, nos acariciarmos e nos unirmos num único ser, não ter limites. Eu estava com o cuzinho tão esfolado que a ardência constante e um intumescimento protuso das preguinhas anais persistia como evidência de nosso destempero carnal.
O regresso da Monica nunca me foi tão incômodo. A ideia de ficar sem os afagos do Eduardinho me deixou irritado. Pela primeira vez, desde que me casei, minha esposa deixou de ser o centro dos meus cuidados, pois o da felicidade ela já havia perdido quando do nascimento da Ligia. Lembrei-me das várias vezes em que me empenhei, me retraí, me calei, me resignei para que nosso casamento permanecesse tão sólido quanto no dia em que prometi amá-la e respeitá-la na saúde e na doença, na felicidade e nas provações. Quantas ilusões ingênuas temos, quando desse juramento? Os anos vão nos ensinando que o casamento, aquela pessoa que julgamos ser única não passam de uma miragem. Olhando para minha mulher nesse momento, enquanto tagarela sobre os dias que passou com os pais, sem nem ter me perguntado como foi o meu feriadão, consigo perceber a extensão de seu egoísmo. Algo que talvez nunca tenha notado, ou que simplesmente se arraigou no subconsciente e sempre mantive lá. Meu sobrinho, um homem, me fez sentir mais completo e viril do que todos aqueles anos de casamento. Foi libertador descobrir que, de agora em diante, eu não precisava mais lutar solitariamente para manter nosso casamento. Ele teria o rumo que deveria ter, sem que eu me preocupasse mais com isso. Se lhe restava uma semana, um mês, um ano, dez de sobrevida, já não me importava mais.
Se antes do que aconteceu entre o tio Rodrigo e eu nossas saídas se concentravam partidas de tênis, assistir a uma partida de futebol no estádio, ir a São Paulo para ver a Fórmula 1 enfim, atividades que qualquer pai e filho fariam juntos, nossa rotina passou a incluir almoços durante a semana, com direito a uma tarde de luxúria entre as quatro paredes de uma suíte de motel. Esses encontros não aconteciam na frequência requerida pelos nossos desejos e, eu sempre ficava preocupado quando o Rodrigo me agarrava e me dava uns amassos pelos cantos da casa. Meu maior receio era ser flagrado pela Monica ou pela Ligia. O temor do escândalo praticamente me travava e o Rodrigo contestava dizendo que eu já não estava mais tão apaixonado por ele quanto dizia estar. Ele sabia que isso não era verdade, que essa percepção distorcida se devia ao sêmen acumulado em seus culhões e, à sua necessidade do meu carinho.
Num sábado a tardezinha, ele saiu comigo fazendo ar de mistério. A Monica não dava mais atenção às nossas saídas constantes, muito embora eu tenha notado que ela, como toda mulher com seu sexto sentido, havia percebido um quê inexplicável me unindo ao seu marido. Ele me levou até aquele apartamento no bairro Campeche, que mencionara naquela discussão que teve com a Monica logo que cheguei à casa deles e, que eu acabei ouvindo, sem querer, atrás da porta do quarto deles. Assim que destrancou a porta, me fez entrar, ele me tomou nos braços com tanta vivacidade e me beijou até me deixar sem fôlego. Depois que me soltou, disse que queria transformar o apartamento em nosso refúgio.
- Não consigo viver assim. Ter você a poucos metros do meu alcance e não poder tocá-lo, não poder te dar um beijo como o de há pouco, não poder te enrabar quando o tesão está quase me matando. Quero que você arrume esse lugar do jeito que achar melhor, contanto que tenha todo o conforto que precisamos para o nosso amor. – disse ele.
- Vou adorar fazer isso! Quero sua ajuda na decisão de cada detalhe. A vista daqui é linda e, quando você estiver aqui comigo, ela se transformara num lugar idílico. – respondi. Ele tornou a me beijar numa sofreguidão lasciva e, acabamos fazendo amor sobre o piso empoeirado e as paredes rescindindo a mofo.
Fui dar aquela mijada básica, cuja necessidade sempre surge após uma boa gozada e, ao voltar à sala onde havia acabado de enrabar o Eduardinho, até um pouco rudemente, pois não consegui controlar meu tesão ao tê-lo disponível no que já considerava meu covil, encontrei-o em pé junto às portas de correr de vidro que davam para a pequena varanda. Era uma imagem sublime. Ele ainda estava nu, apoiava-se sobre um pé sobre o qual mantinha o outro. O ombro esquerdo estava apoiado na vidraça bem como a mão direita espalmada. Ele contemplava a paisagem ao crepúsculo. O dia estivera quase todo ele nublado e, só há pouco, o sol vespertino e alaranjado tinha conseguido transpassar as nuvens. O corpo escultural e sensualmente cheio de curvas do meu sobrinho estava sendo banhado por aqueles tons dourados. Devia estar absorto nalgum pensamento, pois não notou minha aproximação e, esboçou uma leve reação de susto quando abracei sua cintura, mas continuou apreciando a vista do mar de dentro. As águas do mar tinham uma cor acinzentada e carregada, passando a refletir a pouca luz apenas nas cristas das marolas que o vento formava. Encostei meu peito em suas costas e o encoxei, fazendo uma mão deslizar sobre sua barriga e a outra até seu mamilo, onde rocei as pontas dos dedos no biquinho saliente. Beijei seu ombro e, quando fui beijar seu pescoço ele se contraiu, pois sentia cócegas nessa região e, minha barba por fazer espetou sua pele. Eu já experimentava outra ereção e, meti lentamente meu pau no cuzinho dele. Ele soltou uns gemidinhos e pegou a mão que estava brincando com seu peitinho. Fui metendo devagar até o talo, fazendo meu saco se comprimir contra o reguinho dele. Pude sentir na mão que estava sobre seu mamilo que as batidas do coração e a respiração tinham se acelerado ligeiramente com a penetração. Ficamos ambos observando as luzes da cidade se acenderem, como vagalumes que pairavam no anoitecer. Fodi-o lentamente. Ele mudava ocasionalmente o apoio de um pé para o outro, o que fazia meu pinto se mover lateralmente enquanto ele contraía as nádegas e me enchia de prazer. Eu não sabia se ia conseguir gozar novamente em tão pouco tempo, mas deixei a coisa rolar. Ele se abrigava em meu peito e isso já me tornava o mais recompensado homem da face da terra. Passou-se uma hora. Eu continuava duro e metendo lenta e suavemente no cuzinho dele, quando senti a porra prestes a sair. Todo esse tempo ele também estava de pau duro. Nesses últimos cinco minutos tinha baixado a mão esquerda e mexido na pica de onde dois jatos de porra explodiram contra o vidro, enquanto ele soltava um leve gemido. Aquilo me deixou alucinado, vê-lo gozar de tanto prazer por estar com a minha pica fodendo seu cu era a prova do quanto se sentia realizado com meu desempenho. Surpreendi-me com os cinco jatos de porra que ejaculei no cuzinho dele, era a resposta a tanta satisfação e prazer. Ao me sentir gozar em seu cu, ele pegou minha mão e a levou aos lábios, onde beijou devotamente meus dedos. O apartamento estava imerso na escuridão. Sons abafados e indistinguíveis vinham de outras partes do prédio nos lembrando que havia vida além daquele lugar, além do nosso mundo particular.
- Esse lugar sempre teve um significado importante na minha vida. Foi o primeiro imóvel que adquiri quando comecei meus negócios. Eu trouxe a Monica para cá quando nos casamos e ela achou tudo muito acanhado, a vizinhança desqualificada e os arredores sem atrativos. Moramos dois anos aqui enquanto eu construía a casa em Cacupé. A Ligia ia crescendo na barriga dela e eu amava cada final de dia quando voltava para cá. Várias vezes, anos depois, a Monica me questionava por que eu não me livrava desse lugar. Nós tínhamos uma visão completamente diferente desse apartamento. Para mim ele representou o começo de uma carreira bem sucedida, o começo de uma família, enquanto para ela esse lugar nunca passou de uma contingência necessária. – revelou o Rodrigo.
- Eu prometo que vou fazer de tudo para que cada momento que passarmos juntos nesse apartamento seja repleto de felicidade. Você merece, tio! – Ele riu. Chamá-lo de tio na intimidade ou, enquanto eu gemia com seu cacetão entalado em mim, provocava-lhe um tesão enorme.
- Eu sei disso!
O Eduardinho foi muito hábil na reforma do apartamento. Após longos três meses, digo longos porque não via a hora de enrabá-lo lá dentro, a transformação deixara o lugar não apenas confortável, mas muito aconchegante. Ele me pedia para opinar sobre tudo antes de bater o martelo com o empreiteiro, depois fez questão que eu o acompanhasse às lojas para, de comum acordo, decidirmos sobre os detalhes da mobília. O garoto, gosto de chama-lo assim quando estou explodindo de tesão e louco para devorá-lo, foi de uma generosidade nesse compartilhamento de escolhas como só é dado a pessoas muito especiais serem. Quando combinávamos de nos encontrar em nosso refúgio, eu ficava numa ansiedade danada, as horas pareciam não passar, meus funcionários me perguntavam onde estava com a cabeça, só esperando o momento de entrar naquele apartamento e me perder no corpo sedutor e generoso do meu sobrinho. Ele me fez revigorar, me sentir novamente um macho cheio de testosterona, pronto a satisfazer meus instintos e aquele cuzinho receptivo.
Comecei a notar uma mudança na Monica. Eu quase não a procurava mais, fazia-o esporadicamente para cumprir meu papel de marido e, praticamente terminava o coito como um comensal que não se saciou com o prato que lhe serviram. Ela nunca havia passado por isso em todos esses anos de casamento. Sua insegurança a fez mudar os cortes e cores do cabelo, ousar mais na escolha das roupas, especialmente as íntimas, expressar seu desejo de fazer uma cirurgia plástica, aconselhar-se confidencialmente com a Ligia sobre o que havia de mais recente no arsenal para seduzir os homens. Era cômico assistir àquilo e, até um pouco cruel da minha parte, sabendo que nada do que ela fizesse me deixaria com tanto tesão quanto um simples e doce sorriso do Eduardinho.
A única coisa que me angustiava, às vezes, era saber que minha felicidade tinha data para terminar. O Eduardinho se formaria em pouco mais de cinco anos, talvez até arrumasse um namorado antes disso com todo esse fogo e esse corpo escultural que certamente não passava despercebido dos marmanjões da idade dele; teria que fazer escolhas como provavelmente aceitar as portas abertas que meu irmão já acenava preparar para seu futuro. O certo é que eu o perderia algum dia. Eu procurava não pensar nisso e, sofrer por antecipação. Mas, a realidade inevitável, por vezes, me deixava triste. Era ele mesmo que me tirava dessa melancolia. Vendo-me pensativo e soturno, me perguntava o que eu tinha. Eu respondia, tomando seu rosto entre as mãos, saudades.
- Que saudades, tio?
- De você! – eu respondia.
- De mim? Mas, eu estou aqui, bem na sua frente!
- Saudades, lá no futuro, dos dias em que me lembrar o quanto você me faz feliz! – esclareci.
- Seja em que futuro for eu sempre serei seu, eu sempre serei seu garoto! – exclamou ele, com um sorriso, antes de tocar meus lábios num beijo cúmplice.
Para minha aflição, esse dia veio mais rápido do que eu esperava. Aos quarenta e poucos, cinco anos passaram mais depressa do que se pode supor, estando-se no auge produtivo da vida. E, foi isso que aconteceu. Quando o Eduardinho já não era mais meu sobrinho hospedado temporariamente em minha casa, mas meu amante e meu companheiro de vida, a sua formatura em poucas semanas veio com a mesma velocidade de um caça supersônico. Meu irmão já tinha armado todo um esquema para que ele fizesse a residência médica em São Paulo e, a concluísse numa instituição nos Estados Unidos. Eu era maduro o suficiente para saber que a vida é feita de ciclos. O meu com o Eduardinho estava se fechando. Não importava o quanto eu abria seu cuzinho com meu caralho, minutos depois ele se fechava num casulo cuja entrada não passava de um buraquinho rutilante e intumescido. Por isso, usufruir de cada momento desse, era viver a felicidade por mais algum tempo.
Eu tinha sido assediado nesses seis anos de faculdade sem dar chance a nenhum dos postulantes. Nenhuma carinha viril, nenhum volume acintoso entre as pernas, nenhum peito charmoso ofuscava o macho que tinha tudo isso e muito mais e, me preenchia cada desejo com seu sêmen pegajoso aderindo às minhas entranhas. O Rodrigo era o meu homem e isso me bastava. O final do curso se aproximando me trouxe as primeiras inquietações. Nada mais justificaria minha permanência em sua casa, afinal eu tinha uma carreira a desenvolver. Meu pai me suscitava a trilhar o caminho que estava abrindo para mim. Meu tio não era o tipo de homem que deixa um casamento para trás, mesmo que não deposite mais esperanças nele. Enquanto me tornava mais adulto, eu já não sabia se seria o tipo de pessoa capaz de viver à sombra de um relacionamento. Era aquele amor que eu sentia em meu peito pelo Rodrigo que começou a doer, com a impossibilidade de um perpetuar contínuo. Vez ou outra rolava pelo meu rosto uma lágrima, ora solitária, ora seguida de outras, quando esses pensamentos me vinham à mente. Era ele que as enxugava com o polegar grosso, me dava um beijo por onde elas haviam escorrido e, me perguntava o motivo delas.
- O que vai ser de nós quando eu me formar e voltar para São Paulo?
- Vamos saber que fizemos tudo que nossos corações desejaram. – respondeu ele, não deixando que eu visse seu olhar úmido se formando.
- Tenho medo do vazio que vou sentir aqui dentro. – disse, tocando as pontas dos dedos sobre o peito.
- Não vai haver um vazio por muito tempo aí dentro. Aposto que vão chover candidatos a ocupar esse espaço. – tentou amenizar com um sorriso bobo.
- Mas esse lugar é seu, só seu! – argumentei.
- Eu nunca vou desocupá-lo, só vou ceder um cantinho para quem te merecer. – retrucou ele, com a voz embargada.
- Entra em mim, titio? – sussurrei, antes de ele me preencher com toda sua potência e virilidade. – Amo você! Sempre vou te amar! – gemi.
- Eu também, garoto! Eu também! – grunhiu ele, deixando que a lágrima que aflorou no canto de seu olho pingasse no meu rosto, antes do toque dos seus lábios sedentos tocarem os meus.
Ele partiu duas semanas após a formatura. Ver o carro se afastando e desaparecer na esquina, enquanto eu a Ligia e a Monica acenávamos da entrada da garagem, foi um teste para o meu coração dilacerado. A casa perdeu parte de seu brilho, foi o que todos constatamos dias após sua partida. A Ligia se queixava da falta de um companheiro para suas saídas, mesmo com o tal Fernando se fazendo cada vez mais presente. A Monica talvez tenha sido a que menos sentiu, mas fazia referência à falta de alguma coisa que o Eduardinho fazia rotineiramente e que já fazia parte de nosso cotidiano. Nosso labrador, Charlie, fazia visitas regulares ao quarto que havia hospedado meu sobrinho à procura das brincadeiras e dos afagos que costumava receber em abundância. Eu experimentava uma sensação de abandono, não só aqui nessa casa, mas no apartamento do Campeche, ao qual só fui duas vezes para desativar tudo, pois ficar lá dentro sem o Eduardinho deixava tudo mais dolorido.
Retornar a São Paulo foi muito mais difícil do que eu havia imaginado. Além de não haver para onde voltar, uma vez que meu pai morava com sua nova companheira e, minha mãe com seu antigo sócio e pai de um garoto. Eu não queria morar com nenhum deles, não queria contato com seus novos parceiros e agregados, não queria participar de suas novas vidas. Meu irmão estava morando com uma garota, pois também não quis ficar com nenhum deles. Havia passado o primeiro ano após a separação dos meus pais com a minha mãe e, tinha detestado a experiência. Quando surgiu a oportunidade de sair de lá, não pensou duas vezes. Enquanto eu estive em Floripa mantive muito contato com ele e, ele vinha nos visitar assim que tinha uma folga.
- Posso ficar alguns dias aqui com vocês? – perguntei, ao chegar a São Paulo, sem que ninguém o soubesse.
- Claro, mano! O tempo que quiser.
- Não vai ser por muito tempo, o pai já me arranjou uma residência na área da cardiologia e, o pouco que vou ganhar já é suficiente para eu arranjar meu próprio cantinho. – esclareci.
- A Clarice e eu estamos pensando em casar. O que você me diz? – perguntou.
- Do jeito que vocês dois arrulham feito um par de pombinhos, não sei o que estão esperando. – respondi. Ambos riram.
- Você é que não está com uma cara boa. É barra passar o que nós dois passamos. Não ter nem para onde voltar depois desses anos todos. – argumentou ele.
- Verdade! Mas, quando eu fui para Floripa já não contava mais voltar a viver com nenhum deles. Que sejam felizes! – retruquei.
- É só isso mesmo, ou você deixou alguma coisa para trás? – questionou ele. Apesar da distância eu e ele havíamos nos tornado muito próximos. Após a separação dos nossos pais ficou evidente que só tínhamos um ao outro e, aquelas rusgas de adolescência ficaram no passado. Meu irmão conseguiu perceber minha dor logo de cara.
- É meio constrangedor te contar o que vou te contar. Não sei o que vai pensar de mim depois de ouvir o que tenho para dizer. Talvez nunca mais queira me ver também. – afirmei, assim que a Clarice nos deixou a sós.
- Desembucha logo, está me matando de curiosidade! Se tiver que te esganar, só vou saber depois de você abrir o bico! – exclamou ansioso.
- É que só depois de chegar em Floripa eu vim a descobrir isso. – comecei, meio inseguro.
- Anda, cara! Fala de uma vez. Você descobriu que só tem uma bola, descobriu que é viado, descobriu que é mais burro do que eu! – despejou, sem pensar no que falava. Eu me calei e o encarei, olho no olho. A verdade mergulhou no cérebro dele no mesmo instante.
- Isso mesmo que você está pensando. – afirmei.
- Você é .... – ele não queria ser o primeiro a dizer a palavra. Se estivesse enganado estaria cometendo uma blasfêmia.
- Sou homossexual! É isso. – balbuciei.
- E daí? Não é por isso que você está assim todo borocoxô. Não conheço bichinha que não seja toda alegrinha. – disse, querendo fazer graça para desanuviar o clima.
- É pior! – eu tinha começado com isso e agora precisava terminar, mas a coragem tinha desaparecido.
- Pior? Até agora não vejo onde que é que está o drama. É gay, ponto final! – argumentou ele.
- Eu passei todos esses anos tendo um relacionamento com o tio Rodrigo. Apaixonei-me por ele, por isso descobri que era gay. E, ele se apaixonou por mim e, quis viver essa experiência comigo. Ele é um cara incrível, difícil de não se encantar com ele. Não sei como vai ser de agora em diante, estou sem chão. – revelei.
- Caraca, mano! Que babado! O tio Rodrigo, quem diria! E a Monica, e a Ligia? Ninguém desconfiou de nada? – quis saber.
- A Ligia, tenho certeza que não! A Monica deve ter ficado com a pulga atrás da orelha, mas nunca viu nada. Sabe como é o sexto sentido da mulherada, nunca se sabe. E, em se tratando de desconfiar dos maridos, elas são experts. – ponderei.
- Se não descobriu, que se foda! Merece por ter aquele nariz empinado se achando melhor que os outros. – sentenciou ele.
- Ela até que é legal, à maneira dela. – afirmei.
- Legal lá pras negas dela! Se ela fosse a única mulher no mundo meu cacete morria sem nunca ter conhecido uma xana. – zombou. – Mas, e você? Cara, você é gay! Mano, você nunca deu bandeira! Que piração! E o tio Rodrigo? O cara não nega as origens, puta tarado! Aposto que foi essa sua bunda de tanajura que deixou o cara doidinho! – ele levava a situação na brincadeira.
- Você está se divertindo com a situação, mas garanto que não tem nada de engraçado nisso. – afirmei circunspecto.
- É claro que é engraçado! A vida é engraçada! Você sai daqui o maior nerd e volta apaixonado pelo nosso tio tarado. Vai me dizer que isso não é engraçado? – argumentou.
- Eu não era nerd, ele não é tarado! Metade do caminho de volta eu estava chorando dentro do carro. Essa é que a realidade. – afirmei.
- Você acha que ele não vai encarar isso de frente e assumir o relacionamento de vocês? – questionou.
- É evidente que não! Você já imaginou o escândalo? O pai vai romper com ele, se é que não vai fazer coisa pior. Isso ia detonar a família dele, não quero que isso aconteça.
- Cara, só você para pensar nos outros numa hora dessas! Porém, você tem razão. Ia ser um escândalo com consequências imprevisíveis. – afirmou.
- Pois então! Deixa como está. O que não tem solução resolvido está! Vou ter que aprender a lidar com esse vazio aqui dentro.
- Só aí? – questionou caçoando. – Brincadeira! Cara, meu maninho é gay! Vou amar ter um irmãozinho frutinha! – exclamou, me abraçando com tanta intensidade e carinho que tive a certeza de que essa notícia não modificou em nada o que sentimos um pelo outro.
- Amo você, sabia! – murmurei, com os olhos embaçados.
- Só não vá se apaixonar por mim! – devolveu presunçoso. Eu dei um leve tapa na cabeça dele e, nos abraçamos novamente.
Pensei em preencher aquela ausência que me comprimia o peito com um substituto, após verificar que aumentar a procura pela Monica não tinha resultado em nada de satisfatório. Havia um garotão no escritório, atraente e um pouco delicado, que acendia um furor em alguns rapazes e homens da empresa. Sua tática para se fazer notar era se fazer de difícil. Alguns homens e rapazes tentavam derrubar a barreira que ele havia imposto, num jogo para ver quem levava a melhor e comia aquele cuzinho. Não sei onde estava com a cabeça quando resolvi fazer o mesmo, muito discreto, mas contundentemente. Ele cedeu facilmente, talvez presumindo que obteria alguma vantagem mais adiante, tendo um caso com o dono da empresa. Levei-o algumas vezes a um motel, pois não queria macular o apartamento do Campeche que havia se tornado ainda mais significativo e importante na minha vida. Logo me persuadi de que não encontraria nele e, em mais ninguém, o que me faltava. O que o Eduardinho tinha me dado era muito mais do que um cuzinho apertado, infindáveis beijos ardentes e uma imensidão de carícias. Ele havia se doado por inteiro a mim, ele havia me entregue seu amor primeiro. Resolvi que me contentaria com o meu casamento, onde certamente já não havia mais paixão, mas onde talvez ainda pudesse haver amizade e um sexo morno.
Três anos após minha saída de Floripa e eu estava retornando mais uma vez a São Paulo. Provavelmente meu destino estava atrelado a essa cidade, pois eu parecia sempre estar retornando, sem ter onde ficar. Tinha passado o último ano nos Estados Unidos, envolvido com minha pós-graduação após a residência em cardiologia. Fazia algum tempo que não pensava no tio Rodrigo sem sentir um aperto no peito. No entanto, a longa conversa que tive com meu companheiro de assento durante o voo entre Boston e São Paulo, me fez lembrar dele. Não sei que associação eu fiz, pois um nada tinha haver com o outro, à exceção de um corpão másculo e a mesma rouquidão sensual na voz.
Roger tinha tudo o que eu aprendi a valorizar num homem. Era filho de pai americano e mãe brasileira. Trabalhava numa multinacional e estava voltando da sede da empresa onde também havia passado o último ano. Um pouco reservado e circunspecto a princípio, mas agradável à medida que as barreiras iam se quebrando. Um rosto másculo e anguloso, uma boca que seguramente beijava até nos deixar nas nuvens e, um olhar permanentemente carente que se escondia por trás de olhos muito argutos e antenados. Mãos grandes e vigorosas que provavelmente sabiam percorrer caminhos capazes de nos tornar reféns de seus desejos. Por duas vezes, eu havia notado seu olhar sobre mim na fila do check-in do Boston Logan International Airport, mais provavelmente sobre a minha bunda, que notei exercer um fascínio desmedido em muita gente. Quando descobrimos que seríamos vizinhos de assento no voo JJ8164, ele me dirigiu um sorriso reservado e enigmático. Eu retribuí imaginando que sabor teria aquela boca sensual que formava uma discreta covinha no queixo quando ele sorria. Nossa conversa começou tímida, perguntas e respostas sobre nossas identidades, profissão, motivos da viagem e por aí vai. Algumas horas depois, quando as luzes da cabine se apagaram e predominou o ronco monótono dos motores, o papo havia alcançado nuances menos formais. Quando o sono já nos fazia bocejar e os assuntos já não brotavam com a mesma prodigalidade, caí num sono que alternava a vigília com breves cochilos. O Roger, ao contrário, capotou. O peso que se tornava cada vez mais perceptível no ombro esquerdo era sua cabeça apoiada em mim, numa bizarra sensação de conforto. Um comissário que passou pelo corredor notou a despreocupada intimidade e nos encarou com o que suspeitei ser uma pontinha de inveja.
Eu não havia contado a ninguém da minha chegada. Dias antes da partida, tinha conversado com meu irmão que havia me dito que a cesárea da Clarice estava agendada exatamente para o dia da minha chegada. Resolvi que não os importunaria pedindo que me buscasse no aeroporto. Por azar, havia uma greve dos aeroportuários quando chegamos a Guarulhos transformando o aeroporto num caos. Aliado à greve dos aeroportuários, havia um tumulto junto às portas do desembarque promovido por um desentendimento entre taxistas e motoristas de aplicativos, que havia se transformado numa guerra onde a polícia se via incapaz de conter os ânimos. Eu tinha me despedido do Roger junto à esteira de recuperação das bagagens com uma troca de telefones. Acabamos por nos reencontrar em meio ao tumulto dos taxistas e motoristas de aplicativos.
- Está esperando que alguém o venha buscar?
- Não! Queria pegar um taxi, mas estou chegando à conclusão que vai ser impossível. Os ônibus que fazem a ligação entre aeroportos e outros pontos da cidade também não estão conseguindo chegar aqui.
- Minha irmã está vindo me buscar, posso te dar uma carona.
- Seria ótimo! Acho que essa baderna ainda vai perdurar por horas.
Eles me deixaram diante do prédio do meu irmão que, mais uma vez, me abrigaria por uma temporada. Depois de uma ducha e roupas frescas, estava prestes a sair para visitar a Clarice na maternidade, o primeiro filho do meu irmão havia nascido horas antes, quando meu celular tocou e o rosto do Roger apareceu na tela. Havia sido ele mesmo a colocar seu número na minha agenda.
- O que está fazendo? Podemos nos encontrar para almoçar juntos?
- Indo conhecer meu primeiro sobrinho. Podemos sim, onde?
Tudo aconteceu tão rápido que um mês depois eu acordei na cama dele onde havíamos passado a noite nos amando como se fossemos um casal em lua de mel. O Roger estava aninhado em mim, seu braço me continha junto ao seu peito e, eu sentia os pelos dele roçando minhas costas, assim como sua respiração que roçava minha nuca com um sopro morno. Eu comprimia sua ereção entre o rego e ainda sentia toda a umidade que ele havia despejado em mim.
Meses depois, recebi uma ligação da Ligia. Ela e o Fernando iam se casar na primavera e ela queria que eu fosse seu padrinho, junto com uma amiga dos tempos de colégio. Seus argumentos incluíram uma pequena chantagem emocional, muitos elogios a minha pessoa e juras de amor fraternal. Não havia necessidade de nada disso, pois eu topei na hora. Gostava dela como se fosse realmente minha irmã. Hesitei por duas semanas se levaria o Roger comigo, mas acabei decidindo que sim, uma vez que estávamos prestes a morar juntos e, eu já o considerar meu marido. Antes disso, eu só queria lhe contar mais pormenorizadamente, sem contudo mencionar detalhes íntimos, sobre o meu caso com o tio Rodrigo, do qual ele já estava parcialmente ciente.
- Quer dizer que agora vou conhecer o primeiro dono desse cuzinho? – ironizou, com uma ponta de ciúmes.
- Ahã! Se você não se importar?
- Claro que não! Estou bastante seguro do que me pertence. – revidou, cheio de si.
- Presunçoso!
- A questão é se vai se comportar diante do rival. Espero que não seja necessário eu mostrar a ele quem manda no território agora.
- Bobo! O tio Rodrigo é um homem maravilhoso, generoso, amoroso e todos os ‘osos’ que você puder imaginar. Ele jamais faria nada para impedir minha felicidade.
- Hummm! Muitos elogios para alguém que você diz fazer parte do seu passado. – resmungou ele.
- O Rodrigo vai fazer parte da minha vida sempre, não só do meu passado. O que mudou é que eu amo você agora e, o que vivi com ele vai ser sempre uma doce lembrança. Nada do que você precise ter ciúmes. – afirmei.
- Não sei não, se sou capaz de ser tão desprendido. Para ser sincero, essa história de ‘doce lembrança’ não me agrada nem um pouco. – retrucou.
- O que vou dizer eu, com o seu passado cheio de casos e lembranças? O que me garante que todos eles ficaram para trás? – questionei. Ele me abraçou, enfiou a língua na minha boca num beijo demorado e, enfiou a mão por baixo da minha cueca até agarrar minha nádega e enfiar um dedo no meu cu, fazendo movimentos circulares lá dentro que me deixaram doido.
- É isso que te garante que é só você que me importa! – grunhiu ele, com o tesão exacerbado.
O Roger e eu chegamos à Floripa dois dias antes do restante da família. Fazia tempo que eu não os via todos reunidos, eram as ocasiões especiais que tinham esse poder. A Ligia não cabia em si de felicidade, e eu podia compreender o porquê. O Fernando era um cara legal, eu não sabia se ele lhe seria fiel a vida toda, pois me parecia que ele era constituído da mesma inquietude do tio Rodrigo, o que fazia com que se vissem como dois galos de rinha. Por debaixo daquele comportamento civilizado eu sabia que cada um deles tinha suas restrições em relação ao outro. A despeito de a Monica insistir para ficarmos hospedados na casa do meu tio, o Roger e eu preferimos ficar no mesmo hotel dos demais convidados. Pela não insistência do tio Rodrigo, eu percebi que ficou mais confortável por não ter que confabular com seu sucessor mais do que o necessário.
- Primo, você está cada dia mais lindo! Estou pensando seriamente se fiz a escolha certa. Quem sabe eu não deveria ter dado em cima de você enquanto esteve aqui. – brincou, assim que nos reencontramos, e ela veio me abraçar toda eufórica. Ao desviar meu olhar para o tio Rodrigo, notei que aquele sorriso discreto em seus lábios queria expressar a mesma coisa.
- Deixa o Fernando ouvir uma declaração dessas! Se me recordo bem do jeitão dele pode ir dizendo adeus ao casamento. Retruquei.
- Isola! Nem pensar! – exclamou, batendo três vezes na primeira madeira que encontrou. – E esse amigo que você trouxe dos Estados Unidos, meu, que pedaço de mau caminho! – segredou-me baixinho ao pé do ouvido.
- Eu não o trouxe, nos conhecemos no voo de volta. – esclareci.
- Seja como for, que homem! Vocês dois vão ser o sucesso da festa entre a mulherada. – revidou animada.
Seria inevitável o tio Rodrigo e eu ficarmos a sós em dado momento. Eu não me sentia constrangido por causa disso, sabia que faz parte da vida. Mas, tentei adiar ao máximo esse encontro, pois temia pela minha reação e, pela do Roger, que não me perdia de vista. O encontro acabou acontecendo em plena festa do casamento. Ele me puxou para um canto mais sossegado e me apertou em seus braços como costumava fazer. Eu estremeci da cabeça aos pés. Eu nunca seria imune àqueles braços.
- Sinto muito a sua falta. – confessou.
- Eu também! Levou tempo para eu me acostumar que as coisas tinham mudado. – revelei.
- Você pode não acreditar, mas estou feliz por saber que você não está sozinho. – afirmou, mesmo eu não tendo dito nada sobre estar envolvido com o Roger.
- Eu sei que está. Você sempre quis a minha felicidade. E, fez muito para que eu me sentisse assim.
- E continuo querendo! Mesmo que seja com esse galalau! – exclamou, fazendo graça.
- O Roger é um cara maravilhoso! Você vai gostar dele.
- Disso tenho lá as minhas dúvidas, mas que ele sabe proteger seu tesouro não há do que duvidar. Pela maneira como te vigia feito um cão de guarda, dá para suspeitar do quanto te quer bem. Para mim é isso que conta. – afirmou.
- Não seja exagerado! – retruquei. – Contei ao meu irmão sobre mim e, sobre nós. Queria que você soubesse, caso ele venha tocar no assunto, coisa que duvido.
- Eu já suspeitava! Ele realmente não disse nada, mas deu a entender que sabia de alguma coisa e, que não tinha objeções a respeito.
- Precisei de muito apoio quando voltei a São Paulo. Estava sem chão! – revelei.
- Eu posso imaginar e, lamento ter sido o causador desse sofrimento.
- Nunca lamente por ter me ensinado o que é o amor! Vou guardar eternamente esses anos que passamos juntos, nem que eu viva cem anos. Foram os melhores que já tive até agora. – afirmei.
- Você não faz ideia do quanto é bom ouvir isso. Foram os meus melhores também, esteja certo. Mas, agora, você está precisando de um galalau como aquele; da sua idade, disposto a construir uma vida a seu lado, com energia o suficiente para te proporcionar o que isso aqui já não aguentaria mais. – disse, pegando no cacetão.
- Eu bem sei do que ele é capaz! Colocaria minha mão no fogo para provar o que digo. Não seriam alguns anos a modificar a energia contida nesse pauzão. – ele sorriu, me puxou contra si e me beijou descaradamente. Quando comecei a chupar a língua que ele havia enfiado na minha boca, senti sua mão agarrando minha bunda.
- Agora vá procurar seu macho! O que eu tinha para fazer, já fiz. Amo você, garoto! – exclamou com um ar libidinoso.
- Eu vou te amar para sempre, titio! – respondi, sussurrando junto a sua orelha. Ambos rimos. Essas palavras ainda tinham muito significado para nós dois.
Despedir-me dele novamente e, desta vez em definitivo, ao menos quanto aquilo que tivemos juntos, reabriu uma antiga chaga. Prestes a me tornar um cinquentão, começava a ficar mais emotivo e, algumas despedidas passavam a ter outro peso. A mim só restava torcer para que o tal rapagão cuidasse dele com todo o amor que ele merece. Dois dias após o casamento, o Eduardinho ainda passou em casa para se despedir, antes de regressarem a São Paulo. Mirei bem nos olhos do Roger quando apertei sua mão com uma força coercitiva que talvez fosse desnecessária, mas me ajudou a extravasar um pouco daquilo que estava sentindo e, sem meias palavras, aconselhei-o a honrar o privilégio que a vida estava lhe dando.
- Trate de fazê-lo feliz! Sei que você já se deu conta da preciosidade que tem em mãos. Portanto, faça por merecê-lo! Pode ter certeza de que a sua felicidade também reside nisso.
- Não pretendo fazer outra coisa! Qualquer afirmação que eu faça agora pode soar vazia, mas o tempo vai lhe provar o que estou lhe prometendo agora. – o sujeito era petulante e ousado, porém acreditei na determinação dele.
Já estávamos há uma meia hora na estrada. O Roger estava um pouco calado demais. Questionei-o sobre aquele silêncio.
- Algum problema? Você está tão caladão depois do que você e o tio Rodrigo ficaram cochichando.
- Nada de importante! – retrucou. Não me convenci.
- Não é o que parece.
- O que houve entre você e ele foi muito além de sexo, não foi?
- Em que sentido?
- Seu tio se apaixonou por você. Talvez ainda esteja. – afirmou, com uma preocupação que até então nunca havia demonstrado.
- O que tivemos foi muito intenso. Você tem razão, não foi só sexo. Ele foi a primeira pessoa que eu amei de uma maneira diferente daquela com que se ama pais, irmãos. – confessei.
- É aí que mora o perigo!
- Que perigo?
- Para mim. – devolveu lacônico.
- Hoje eu encaro meu tio como o melhor professor que já tive. Um professor que, com toda a paciência e carinho do mundo, me ensinou a amar e a fazer amor. Foi ele quem me preparou para você! Se hoje posso afirmar com plena convicção que te amo acima de qualquer outra coisa, é por que ele me ensinou isso. – sentenciei, colocando meu braço sobre o encosto do banco dele e, acariciando sua nuca junto à implantação dos cabelos, um ponto onde ele sentia uma excitação voluptuosa.
- Verdade? – junto com o questionamento surgiu um sorriso.
- A mais pura e real! – exclamei.
- Prometi a seu tio que faria de você a pessoa mais feliz desse mundo, e vou cumprir! Amo você como nunca amei ninguém antes. – confessou. – Agora tirei essa mão devassa daí, pois não consigo me concentrar na estrada e, veja o efeito que ela está provocando aqui embaixo. – emendou. A ereção descomunal formava uma saliência ao longo da coxa dele por debaixo da bermuda. Olhei pelo para-brisa para estrada momentaneamente vazia à nossa frente, virei seu rosto na minha direção e o beijei cheio de ternura. A outra mão abriu sua braguilha e libertou o caralhão que escapuliu dando um pinote e exibindo descaradamente a cabeçorra arroxeada e úmida. Eu afundei minha cabeça e chupei seu falo quente. A rola pulsava na minha boca com o mesmo fervor e intensidade que nossos corações.
Foto 1 do Conto erotico: Titio possessivo

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Comentários


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morenofogoso1 Comentou em 05/03/2022

Conto perfeito. essa forma de escrita com a narração de ambos os lados é muito boa . parabéns

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theweekend Comentou em 15/02/2020

estou sem palavras pra tamanha perfeição!!!

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20epoucos Comentou em 19/04/2019

Nossa seus contos são perfeitos. Adoro lê-los

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henry_pe Comentou em 17/02/2019

Conto maravilhoso, o ruim é que ele acaba. Ja quero mais. rsrsrsr faz uma parte 2.

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lordricharlen Comentou em 11/02/2019

Mais uma vez tu ti superar se, gostei da tua nova narrativa ver pelos dos lados, fiquei com pena do tio dele por não ter ficado com ele tu de parabéns gostei muito do começo ao fim.

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coroa72 Comentou em 26/01/2019

Conto muito intenso . Cheio de amor e sedução . Escrito por duas pessoas apaixonadas . Muito bom .




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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
Titio possessivo

Codigo do conto:
131920

Categoria:
Incesto

Data da Publicação:
24/01/2019

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14

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