Renascido para o amor - Parte I

Renascido para o amor – Parte I
Eu a vi sentada na orangerie, tomando seu costumeiro chá da tarde, com os dois scottish terriers brancos aos pés de sua cadeira como tantas outras vezes, mas naquele dia hesitei em perturbá-la ante a situação que estávamos vivendo. Foi ela quem me acenou com sua mão afilada assim que me viu, alertada pela excitação dos dois cães.
- Sente-se, Lucas, e me acompanhe no chá. Faz três dias que não o vejo. Esta casa está cada dia mais silenciosa e isso me deixa um pouco apreensiva. – disse Lady Sybill com sua voz macia e aristocrática.
- Ando bastante assoberbado desde que Sir Edward adoeceu. - não deixava de ser curioso eu ainda trata-lo tão formalmente diante de outras pessoas, depois de tudo que aconteceu entre nós, pensei com meus botões. - Lamento não tê-la procurado antes e nem lhe feito companhia. – devolvi, servindo-me de uma xícara perfumada do Darjeeling que o samovar de prata mantinha aquecido sobre a mesinha na qual ela acabara de colocar sua leitura e os óculos.
- Já leu? – perguntou, notando que meu olhar havia procurado pelo título do livro, House without Guardians, de Heinrich Böll.
- Sim! Faz algum tempo. Remeteu-me à minha própria história, embora sem a mesma dimensão da perda sofrida pelos protagonistas Martin e Henry. – respondi.
- Foi o que também me ocorreu até o ponto aonde cheguei da leitura. Não sei por que a associei a você e, a sua vida. Desculpe-me se estou sendo indelicada ao mencionar minha impressão. – revelou.
- De forma alguma! É seu direito expressar suas opiniões. – respondi, estando convicto de que não gostaria de saber sua opinião sobre muitas coisas, pois não saberia como encará-la sem me sentir humilhado e indigno.
- Nesses quase dez anos que está conosco, eu aprendi a admirá-lo! A vida nos brinda com essas surpresas, de vez em quando, basta estarmos abertos e livres de preconceitos para entender que cada um tem seu destino a cumprir. Não nos cabe julgar aquilo que não compreendemos. – afirmou ela. Eu sabia que estávamos entrando num terreno perigoso, e procurei me sustentar naquela xícara de chá.
- Eu também a admiro muito! Aprendi e aprendo muito com a senhora. Gostaria de um dia ter ao menos um décimo da sua autoconfiança. – asseverei, notando que meus batimentos cardíacos estavam se acelerando e me levando àquela insegurança com a qual nunca soube lidar.
- Como está o Edward? – questionou, mudando de assunto por notar meu constrangimento. A perspicácia dela era algo espantoso, aliado a seu refinamento era capaz de provocar uma hecatombe nas pessoas, sem que a pudessem acusar de qualquer vilania. Era uma aristocrata no mais amplo sentido da palavra, não negando sua origens.
- Bem, dentro do possível! Ele tem estado mais calado nestas últimas semanas. Creio que a última conversa com o médico tenha-o conscientizado da gravidade da situação. – comentei.
- É engraçado que depois de tantos anos vivendo ao lado dele, eu não esperava outro comportamento de sua parte. Sir Edward sempre achou que seria eterno. Deve estar enfrentando seus próprios fantasmas diante da morte iminente. – a calma e a frieza com a qual ela se referia ao marido não me espantaram, eles nunca sentiram nada um pelo outro e, cada vez mais, eu tinha certeza disso.
- É difícil avaliar o peso que a morte representa para cada pessoa. Mas, pela introspecção dele nessas últimas semanas, creio que deve estar enfrentando um dilema inesperado. – afirmei, tentando pensar numa maneira de interromper aquela conversa.
- Eu acredito que ele vai te fazer falta, não é? – questionou. Tudo o que eu temia começava a ganhar corpo.
- Sim, sem dúvida! Ele me deu a oportunidade de desenvolver minha carreira. Eu serei sempre grato por isso! – respondi.
- Esteja certo de que isso não custou a ele o menor esforço! É ele quem deve se sentir grato por você existir em sua vida. Você deu a ele o que de mais precioso um ser humano pode ter, a sua juventude. Não há preço que pague por ela. Portanto, nunca deixe de cobrá-lo, pois essa dívida ele nunca vai poder te pagar como se deve. – ela me intimidava com suas palavras, e eu não tinha mais dúvidas de que ela sabia de tudo.
- Ele já fez muito por mim! – exclamei.
- Qual nada! O que ele fez por você? Aquele tal Addington, conselheiro da Oxford University, que te indicou para o Edward é um notório capacho que faz qualquer coisa para enfiar algumas libras nos próprios bolsos e angariar fundos para projetos da universidade que o poder público não financia. Ele certamente te indicou o Edward e suas empresas, disfarçando-se como coaching da sua carreira. Mas, no fundo estava prestando um serviço particular para seu mecenas. O Edward usou esse pretexto para conseguir tirar de você a força e a beleza da sua juventude. – ela sabia. O que eu podia responder?
- Eu não tive muitas opções. Entrei nessa focado na minha carreira. Não contava com o que viria atrelado. – devolvi. A senhora deve me achar um depravado. Não tenho como me opor.
- É por isso que você não precisa sentir gratidão pelo que o Edward fez com você. Tudo foi calculado e orquestrado com o único fim de satisfazê-lo. Ele lhe deve muito! – afirmou ela. – Eu nunca pensei mal de você. Sei que foi tão vítima quanto eu. – emendou melancólica.
- Desde quando a senhora soube? – perguntei, gaguejando, pois não esperava ter que ouvir a verdade tão diretamente.
- Desde o primeiro dia em que ele te trouxe para esta casa. Não sei quando aconteceu a primeira vez de vocês dois, mas eu sempre soube que seria inevitável. Edward e eu nunca dormimos juntos, uma única vez sequer. Foi o acordo que fiz com ele quando aceitei os planos de nossas famílias. – revelou.
- Lamento tê-la feito passar por isso. Eu não entrei nisso de caso pensado. Só vim a descobrir que minhas funções não se restringiriam aos serviços nas empresas quando fui tomado de surpresa e quase nada podia fazer sem que isso representasse o ponto final de todos os meus sonhos. – afirmei.
- Não é você quem me deve desculpas! Repito, você é apenas uma vítima nessa história toda. Não o culpo por nada. Teria sido uma estupidez abrir mão de tudo o que ele pode te oferecer. Há momentos na vida em que não se deve dar ouvidos a escrúpulos ou a uma moral infame ditada por quem nunca passou por dificuldades na vida, ou que se esconde atrás das religiões e das togas. - Eu sabia que um dia essa conversa entre nós teria que acontecer, só não esperava que fosse sem eu ter me preparado antes.
Pouco tempo depois de ter perdido meu pai, aos catorze anos, por conta de um câncer diagnosticado tardiamente, eu tinha sido escolhido pelo Rotary Club de nossa cidade para um intercâmbio no exterior. Pensei em desistir, pois minha ida para a Inglaterra significaria ter que usar uma poupança que meu pai havia feito com esse propósito. No entanto, minha mãe insistiu que eu fosse, já que esse também era o desejo do meu pai. O intercâmbio previa um ano de estudos na conceituada St. Paul’s School e a moradia numa casa de família, participante de uma ONG, cujo objetivo era proporcionar educação de qualidade para estudantes de países do terceiro mundo, pelo mesmo período. Ao final do ano, minhas notas A+ em todas as disciplinas chamou a atenção da direção da escola. Eles me acenaram com uma bolsa de estudos integral e a continuidade de moradia, caso minhas notas permanecessem nesse patamar. Eu aceitei o desafio e, a família onde eu já residia, ficou contente com meu desempenho e me permitiu continuar morando com eles. Minhas notas também me habilitaram a pleitear uma vaga na Oxford University ao término do ensino médio e, minha estadia na Inglaterra foi se estendendo por mais quatro anos até a conclusão do curso de direito. Eu estava no último semestre quando conheci Sir Edward Wandsworth, através do diretor pedagógico, uma espécie de coach que ajudava os estudantes com as melhores notas a obterem empregos em empresas conceituadas ou multinacionais. Edward era o único filho de uma família aristocrata falida que depositava todas as suas esperanças num casamento arranjado para poder continuar frequentando as altas rodas da sociedade inglesa. Seu porte atlético e uma tendência a não se importar com as maledicências da sociedade londrina, levaram-no a conhecer Sybill Ashbourne, filha única de um duque que soube manter sua imensa fortuna apesar das modernidades que haviam praticamente acabado com todas as grandes fortunas da aristocracia inglesa. O duque de Ashbourne adquiriu imensas glebas de terra na Índia e investiu alguns milhões de libras na construção de ferrovias nos estados de Madhya Pradesh, Chhattishgarh e Odisha favorecendo o escoamento de diversos produtos pelo porto de Paradip no Golfo de Bengala, consolidando sua fortuna. Edward e Sybill se casaram por imposição das famílias, nunca sentiram a menor atração um pelo outro, mas aceitaram seu destino para o bem de todos. O título de Sir veio após quatro anos de casamento quando Edward foi condecorado pela rainha por suas polpudas doações a diversas instituições britânicas. Faziam parte de suas empresas um estaleiro e duas indústrias siderúrgicas e duas destilarias na Escócia. Quando o Sr. Addington me apresentou Sir Edward de maneira pomposa e respeitosa, eu não sabia o que me esperava, de tão empolgado que fiquei com a oferta de me tornar o secretário particular de um empresário daquele naipe.
- Então este é o garoto prodígio do qual você me falou! – disse Edward, quando entrei no gabinete do Sr. Addington e ele me estendeu sua mão massuda.
- Tenho certeza de que ele pode atender a todos os seus anseios! – exclamou o Sr. Addington, colocando em seu rosto bolachudo uma expressão que me intrigou, mas que o outro interpretou com clareza.
- Está me parecendo que sim! Preciso confiar mais uma vez no seu olhar sagaz, não é? – retrucou Sir Edward. Aquilo me fez pensar que não estavam falando das minhas habilidades profissionais, mas eu era ingênuo demais aos vinte e dois anos para interpretar o que aqueles sexagenários falavam.
- Sir Edward vai lhe abrir todas as portas para que você tenha uma carreira brilhante! – exclamou o conselheiro.
- Espero poder atender às suas expectativas. Prometo que vou me esforçar muito para isso. – prometi ao recém conhecido, que me examinava atentamente da cabeça aos pés.
- Não tenho dúvida disso, meu jovem! Na sua idade somos movidos pelo entusiasmo e ele é capaz de nos levar longe se bem orientado. – devolveu ele.
Na mesma semana fui ao escritório de Sir Edward num edifício elegante no centro financeiro de Londres. Após me levar a alguns setores espalhados por cinco andares do edifício, ele me perguntou se eu podia começar na semana seguinte. Eu quase não cabia em mim de contentamento, e aceitei a proposta sem pestanejar. Liguei na mesma noite para o Brasil para contar a novidade à minha mãe e ao meu irmão mais velho, Murilo. Chorávamos os três ao telefone, gratos pelo destino estar nos contemplando com essa benção.
Um mês após a minha contratação, Sir Edward me levou a sua casa pela primeira vez, uma mansão na Kensington Palace Gardens, onde conheci sua esposa Lady Sybill, cuja perspicácia no olhar, brotando de seus olhos azuis, me deixou ainda mais nervoso do que eu já estava por estar num lugar com aquele luxo todo. Em pouco tempo, eu despachava com Sir Edward todas as manhãs no escritório no térreo e, muitas vezes, ficava para almoçar por insistência dele. A presença de lady Sybill não era frequente à mesa, o que me levou a deduzir que não tinham uma vida comum. Quando ela participava das refeições, era Sir Edward que permanecia quase o tempo todo calado, enquanto ela tratava de assuntos leves, após ter me feito quase todas as perguntas para me conhecer melhor.
Antes de findos os primeiros seis meses, Sir Edward e eu fizemos uma viagem aos Estados Unidos para tratar de negócios. Já então, eu sabia que não era dos meus serviços enquanto advogado que ele precisava, pois havia um departamento jurídico que cuidava de todos os contratos e assuntos pertinentes à área. No entanto, era exatamente como advogado que ele se consultava comigo, perguntando minha opinião a respeito de cada assunto novo que se apresentasse. Era também como um consultor que ele discutia qualquer pormenor que havia nos contratos e outros documentos que estava para assinar. Certa vez o indaguei quanto a não se valer dos advogados muito mais experientes do que eu que ele mantinha nas empresas para consultar a opinião deles. Ele apenas me respondeu que sabia de antemão o que eles pensavam e, que isso não o interessava. Na ocasião ele me devolveu a pergunta querendo saber se eu não estava feliz com as coisas como estavam. Eu disse que estava muito feliz e que estava aprendendo muito com ele.
- Então deixemos tudo como está! Ambos estamos satisfeitos, é isso que importa! – concluiu ele.
Na viagem para os Estados Unidos ele estava muito descontraído e falante, como nunca o tinha visto antes. No dia seguinte à nossa chegada foram fechados todos os negócios objeto da viagem. Eu estranhei quando ele me disse que ficaríamos até o final daquela semana nos Estados Unidos e, mais ainda, quando ele me convocou para um passeio de barco pela baía de São Francisco. Até então, eu pouco tinha participado da vida social privada dele, à exceção e um ou outro jantar menos formal em sua casa. Deixamos o hotel cedo pela manhã e, apesar da previsão do tempo afirmar que os próximos três dias seriam ensolarados, caía uma chuva fina quando o carro da locadora de iates veio nos buscar. Eu estava apreensivo, pois nunca havia subido num barco e temia passar mal a bordo, uma vez que meu estomago não era lá essas coisas. Ao expor minha preocupação, Sir Edward riu e, o capitão do veleiro de 55 pés colocou dois comprimidos na minha mão, enquanto um tripulante tomava todas as providências para zarparmos em pouco mais de uma hora. Eu recusei o convite do capitão para conhecer o interior do veleiro. Haveria tempo suficiente para isso nos próximos dois dias, quando ele seria nossa moradia se deslocando pela baía de São Francisco e pelo litoral sul passando pela baía de Monterey até Carmel. O sol despontou enquanto o veleiro manobrava deixando o cais. Procurei não pensar no meu estômago e admirar a maravilhosa paisagem da baía de São Francisco. Foi o suficiente para ele não me incomodar. Sir Edward veio se juntar a mim no deck, depois de conversar por mais de meia hora com o capitão. Durante todos os anos na Inglaterra nunca havia precisado de uma sunga e, as três que Sir Edward comprou para mim, numa lojinha descolada no boulevard próximo ao cais, me pareceram ousadas demais, depois de tanto tempo sem expor meu corpo ao sol. No final do dia, quando fui a minha cabine para tomar um banho antes do jantar, notei que a sunga havia deixado uma marca bastante visível sobre as minhas nádegas e, que o sol, apesar de manso, havia tirado aquela palidez doentia da minha pele.
- O sol lhe fez muito bem! – afirmou Sir Edward, enquanto comíamos uma lagosta grelhada acompanhada de uma salada multicolorida.
- Eu gostava de ir à praia com os meus pais quando criança, depois de passar as férias de verão voltava para São Paulo completamente bronzeado. – revelei.
- Fico imaginando como você ficaria lindo todo bronzeado. Eu te custearia um mês de férias para poder ver essa imagem. – retrucou Sir Edward. Quase me engasguei com a folha de radicchio que estava na minha boca. Ele nunca tinha feito um comentário tão obsceno me envolvendo.
- Não faz nem um ano que estou trabalhando para o senhor, não penso em férias tão cedo. – devolvi constrangido, procurando no entorno pela presença do capitão ou do tripulante temendo que tivessem ouvido o disparate.
- Te assustei com minha observação? – questionou ele, divertindo-se com meu embaraço.
- Não! Claro que não! – exclamei. Ele sabia que eu estava mentindo.
Essa viagem se estendendo além do fechamento dos negócios, esse cruzeiro descabido com um funcionário recém-contratado, essa ousadia repentina me deixaram de sobreaviso. Tudo fazia parte de um plano arquitetado por Sir Edward e, aos poucos, eu fui me dando conta de que em breve eu teria que lidar com uma situação bastante delicada.
Ela não tardou a acontecer. Eu havia me enrolado num cobertor leve, enquanto admirava as milhões de estrelas que piscavam no céu por onde passava uma nuvem ou outra em frente à lua cheia. Sir Edward havia descido até sua cabine pouco depois do jantar e regressara sentando-se à minha frente no sofá do deque. Durante todo o dia ele estava usando um short e uma camiseta polo, agora só trajava um short ligeiramente largo nas pernas, sem cueca, pois eu pude ver sua rola rente à coxa peluda. Ele percebeu que eu havia notado seu membro e não fez questão de camufla-lo. Eu nunca o tinha visto com tão pouca roupa, e seu peito largo revestido de pelos densos e grisalhos também me inquietou. Ele estava bastante bem para um homem de sessenta e cinco anos. A pele obviamente denunciava sua idade, mas a musculatura que estava abaixo dela ainda exibia um vigor extraordinário. O capitão havia fundeado o veleiro a uns 1500 metros da costa pouco depois do jantar e desapareceu de vista juntamente com o tripulante que, antes de descer, perguntou se precisávamos de mais alguma coisa. Subitamente me senti inseguro sozinho com Sir Edward naquele deque balançando suavemente sobre as águas do Pacifico.
- Boa noite! Estou surpreso por não ter passado mal a bordo, e acho até que esse balanço vai me fazer dormir feito um anjo. – disse, ao descer para minha cabine.
Eu mal havia me despido quando a porta da cabine se abriu e Sir Edward entrou com uma expressão voraz no rosto que me sorria. Quando o vi trancando a porta soube que havia chegado a hora e, que muita coisa mudaria em nosso relacionamento dali para frente. Ele se aproximou de mim pelas costas e enleou seus braços na minha cintura, ao mesmo tempo em que comprimia seu corpo contra o meu. Senti um frio percorrendo minha espinha e, por alguns segundos, interrompi a respiração quando sua mão tocou acintosamente minha bunda.
- Você não sabe o quanto tenho esperado por esse momento. – murmurou ele, ao pé do meu ouvido.
- Não sei o que dizer! Nem sei o que fazer, talvez não esteja preparado para o que o senhor quer. – balbuciei confuso.
- Não diga nada por enquanto. Você não poderia estar mais pronto para o que eu quero, deliciosamente pronto! – devolveu ele, vasculhando minhas nádegas impudicamente.
Ele virou meu rosto em sua direção e me beijou a boca de maneira devassa e predadora. A ereção dentro de seu short ganhou consistência e eu a sentia resvalando minhas coxas. Fui tomado por um calor que se espalhou pelo meu corpo. Ele me inclinou sobre a cama e tirou o short. Uma jeba imensa e cabeçuda balançava entre suas pernas emergindo da virilha pentelhuda. Ele deitou-se sobre mim e tornou a me beijar, desta vez enfiando sua língua na minha boca, ao mesmo tempo em que amassava meus glúteos. Não sei o que me levou a abrir as pernas e começar a me movimentar aleatoriamente sobre o colchão, fazendo com que nossos corpos se esfregassem um no outro. Eu não sentia absolutamente nada por ele, mas meu corpo clamava por um desejo libidinoso. Sir Edward tocou um dos meus peitinhos e o apertou com força entre sua mão. Eu gemi. Ele torceu o biquinho saliente que havia se enrijecido e saltado do mamilo com seu toque. Em seguida, lambeu-o, chupou-o e, cravando seus dentes nele e no mamilo, mordeu e tracionou com força até me ouvir gemer e agitar mais meu corpo debaixo do dele. Ao soltar o peitinho depois de algum tempo vandalizando-o, uma marca arroxeada ficou gravada na pele abaixo do montículo que havia se formado. Ele o circundou com sua mão e me encarou com uma expressão de posse.
- Tão perfeitos e saborosos quanto os de uma menina moça! – exclamou depravado.
Aos poucos, ele foi se erguendo e ficou de joelhos ao lado da minha cabeça. Sua verga à meia bomba pendia bem diante do meu rosto. Ele a pincelou na minha cara e, quando começou a ficar úmida de pré-gozo, roçou-a sobre meus lábios.
- Chupa! – ordenou. Eu obedeci, como se estivesse cumprindo qualquer uma de suas ordens.
O cheiro másculo que impregnou minhas narinas me fez querer sorver aquela babinha aquosa e levemente salgada. Eu só conseguia por pouco além da cabeça, no formato de um cogumelo, na boca. Chupei aquela carne latejante e quente com empenho e dedicação. Ele soltava ruídos guturais e agarrando-me pelos cabelos, evitava que minha boca se afastasse de seu falo. Uma vez que estava ali fazendo o impensável com aquele macho, sondei curioso aquele sacão peludo com as pontas dos dedos. As bolonas se moviam dentro dele à medida que eu acariciava o sacão. Pelo olhar bárbaro que ele me lançava deu para perceber o quanto aquilo o excitava e deixava satisfeito. Foi a primeira vez que vi um olhar como aquele, selvagem e primitivo, motivado por uma ação minha. Ele me girou e fiquei de bruços. Minhas pernas ainda se agitavam não sei por que, abrindo-se, assanhando meu cuzinho e fazendo com que eu subitamente quisesse expor meu rego e meu cu para a sanha daquele macho. Sir Edward mordeu minhas nádegas exatamente onde a sunga havia deixado a indelével marca branca. Com a mesma volúpia que havia mordido meu peitinho ele investiu com os dentes naquela carne rija e polpuda, seguindo cada vez mais na direção do rego que ele havia aberto ao apartar as nádegas. Eu gemia tomado de um tesão incontrolável. Pensei que estivesse delirando quando ele lambeu as pregas que rodeavam meu cuzinho. Sua língua úmida e ágil sondava minha intimidade como se eu fosse uma cadela no cio. Prendendo-me entre suas coxas, que agora mantinham minha bunda encaixada em sua virilha, ele fez a pica babando deslizar ao longo do meu rego. Uma sensação de impotência aliada a um desejo carnal devasso me fez arrebitar a bunda, facilitando o caminho até meu cuzinho. Com o auxílio de uma das mãos, ele forçou a glande cabeçuda contra o olho do meu cu. Sentindo o cuzinho piscar na ponta de sua rola, ele a meteu com força dentro de mim. Simultaneamente, agarrei-me aos lençóis e liberei aquele ganido que assomou aos meus lábios, vindo de algum lugar profundo dentro do meu peito. Toda energia e gana daquele macho pulsavam dentro de mim. Ele ia metendo cada vez profundamente aquele cacete grosso no meu cu me fazendo gemer. Enquanto envolvia meu tronco num abraço potente, me fazendo sentir os pelos do peito colados nas minhas costas, ele movia o caralho em estocadas abruptas que alcançavam os mais íntimos recônditos das minhas entranhas. Meu cu começou a arder com o vaivém da pica esfolando meu buraquinho travado pela potência dos meus esfíncteres anais. Essa tortura, e o prazer sincrônico desse vaivém já duravam alguns minutos quando comecei a perceber uma comichão avassaladora percorrendo minha virilha e se concentrando no meu saco. Num deleite inexplicável comecei a gozar, por sorte sobre a toalha de banho que havia deixado sobre a cama, pois os jatos de porra que eclodiam da minha rola pareciam não ter fim. Sir Edward sussurrava indecências junto a minha nuca, enquanto a lambia e chupava, em nada lembrando aquele empresário ponderado e sisudo que eu conhecia. Suas estocadas foram ficando mais brutas, meu cuzinho ardia além do suportável, eu gemia aumentando o tesão dele. Quando estava prestes a pedir arrego, ele reduziu o ritmo das estocadas, mas as meteu mais profundamente em mim e, de repente, senti que a rola entalada no meu rabo se inflou e, um estremecimento em todo corpo dele, acompanhou a ejaculação que encheu minha ampola retal com sua porra espessa e pegajosa. Eu podia ver o céu estrelado emoldurado nas duas escotilhas laterais da cabine enquanto o caralho de Sir Edward amolecia lentamente dentro de mim, amenizando aquela dor que tomava conta do meu períneo. Quando limpei com a toalha que estivera debaixo de mim a umidade que se fazia sentir entre minhas nádegas, notei que estava sangrando. Então esse é meu cabaço, pensei comigo mesmo e, eu o entreguei a um macho pelo qual não sentia nada além de respeito por ser meu patrão. Senti uma tristeza profunda por ter desperdiçado minha primeira vez daquela maneira, sem amor, sem paixão, sem romance. Quando ele me puxou para cima de seu peito, tirei esse pensamento da cabeça e o acariciei, brincando com as pontas dos dedos entre aquele matagal de pelos grossos que ia até sua virilha num caminho reto que passava por sua barriga. Ele procurou minha boca e me beijou enfiando a língua em mim e deixando seu sabor na minha saliva. O que estava feito, estava feito, não havia nada a se fazer para voltar atrás e, muito menos, se lamentar. Nem sempre as opções que se apresentam são aquelas que gostaríamos de escolher. Questionei-me quanto a minha própria fraqueza, permitindo que aquele homem me fodesse sem tomar uma atitude que qualquer outro macho teria tomado. Será que eu era mesmo macho, ou não passava de um viado covarde que não lutava por nada? Aonde teria me levado rebelar-me contra esse assédio? Tinha realmente sido tão ruim sentir aquele homem me penetrando com gentileza e cuidado, procurando um pouco de afeto no ocaso da vida?
Três semanas após o regresso da viagem aos Estados Unidos, Sir Edward mandou que eu me mudasse para um dos dez quartos de sua casa, alegando que seria mais prático para despacharmos estando eu ali por perto. Lady Sybill não fez nenhum comentário a respeito, apenas me tratava com a gentileza e condescendência próprias de sua estirpe. Muitas vezes quando Sir Edward entrava em meu quarto e me fodia até quase o amanhecer, eu me perguntava como aquela mulher podia ser tão fria e insensível, mantendo aquela posse aristocrática, enquanto o marido fornicava com um jovem que tinha idade de ser seu filho debaixo do mesmo teto. Mesmo depois de passados quase dez anos nunca encontrei a resposta, até aquela conversa na orangerie.
Quando havia completado um ano trabalhando para Sir Edward, recebi um telefonema do meu irmão informando que minha mãe fora internada às pressas e que seu estado era bastante grave.
- Por que você não me ligou antes? Há quanto tempo ela está doente? Essa sua mania de me poupar de tudo passou dos limites dessa vez! – ralhei com ele.
- Não te escondi nada. Ela foi internada ontem após passar mal aqui em casa. Segundo os médicos é um AVC e há pouco a ser feito para reverter a gravidade do quadro. – disse ele com a voz embargada.
O Edward fez questão de fretar um jatinho para me levar ao Brasil o mais brevemente possível. Havia nove anos que saí de casa sem nunca ter retornado. Quando o jatinho pousou na pista, pelo Whatsapp do meu celular entrou a mensagem do meu irmão informando que minha mãe acabara de falecer. Não tive tempo de me despedir dela ou de lhe dar um último abraço e um beijo. Senti-me tão desprotegido e só quanto um menininho perdido dos pais. No meu caso não havia mais como reverter essa situação, eu teria que continuar a viver carregando essa sensação opressora.
- Só me resta você. Venha comigo para a Inglaterra. Tenho certeza que meu patrão vai arranjar um emprego para você. Estaremos mais próximos um do outro, eu sinto tanto a sua falta, mano. – supliquei, ao voltarmos do cemitério.
- Que ideia maluca! Eu tenho a minha vida aqui, meu emprego estável no Banco Central, além de uma namorada com quem pretendo me casar. – respondeu o Murilo.
- Eu te garanto que a vida na Inglaterra é muito melhor do que aqui. É um país onde as coisas funcionam, onde o trabalho honesto é valorizado, onde não se tem pretensões de ficar rico, mas se consegue uma estabilidade na velhice. Tudo o que você tem aqui pode ser conseguido por lá. Venha comigo, mano, por favor? – insisti. Não o convenci e ele ficou.
Na semana seguinte eu estava desempenhando minhas funções, apesar do Edward querer que eu tirasse uns dias para deixar os eventos se amenizarem na minha mente. Eu sentia que ele fazia de tudo para me poupar, e fui franco com ele ao dizer que estava pronto para o trabalho e para tocar adiante a minha vida. Além de muito carinhoso na cama, ele me cobriu de mimos, alguns tão exageradamente caros que os contestei.
- Sou eu quem sabe o quanto vale a sua lealdade e o seu empenho, não discuta comigo quando procuro compensa-lo por parte da sua virtude. – retrucou ele, ante as minhas contestações.
Eu estava tão inteirado naquela casa e na vida do Edward e de lady Sybill que ninguém mais via o quão bizarra era aquela situação, exceto eu. Para muitos, que desconheciam o início desse convívio, eu era visto como um filho que ambos adotaram. Eu cuidava do Edward e de suas necessidades sexuais como se fizessem parte de minhas funções. Não me desgostavam seus arroubos, suas taras, sua necessidade de realizar suas fantasias, chegando mesmo, com o tempo, a me satisfazer com elas como se fossem minhas. Os anos foram passando, alguns assédios pelo caminho foram simplesmente ignorados ou dispensados e meu macho continuava a ser aquele homem que perdia lentamente suas energias. Até o dia em que sobreveio o primeiro infarto. A correria, o desespero, a perspectiva de mais uma perda me angustiaram por semanas. Quando ele estava recuperado das pontes de safena e stents implantados em suas artérias, já não era mais o mesmo homem. Levou quase meio ano até ele se aventurar novamente no meu cuzinho. Agora eu é quem tomava as rédeas, cavalgava seu cacetão que se mantinha rijo por pouco tempo antes de me molhar as entranhas, chupava a rola apressadamente antes de ela despejar a porra na minha boca. A retribuição dele não vinha mais através de um olhar satisfeito e prazeroso, porém de um sorriso de gratidão sem tamanho.
- Obrigado! Você é a pessoa mais doce e generosa que conheci em toda minha vida. – dizia ele, tentando se recuperar do esforço de uma excitação tão abreviada.
Quando o segundo infarto o levou a uma insuficiência cardíaca congestiva e o afastou dos negócios, ele passou a me confiar todas as tarefas. Em poucos meses estava tão debilitado que seu quarto se transformou numa enfermaria onde o entra e sai de médicos, enfermeiras e cuidadores não cessava dia e noite. Eu estava desolado, não só por ele e pelo que ele representava na minha vida, como pelo meu futuro que, repentinamente, parecia estar com os dias contados. Foi logo após uma visita de rotina de seu médico particular, que eu acompanhei até a saída, que ocorreu meu encontro com lady Sybill na orangerie. Nossa conversa naquela tarde foi talvez a mais longa que tive com ela e, também, a mais confidencial.
- Vou lhe revelar um segredo, algo que o Edward está prestes a levar para túmulo, um fato que tornou nossas vidas como são hoje. – continuou ela, servindo mais uma xícara de chá para mim e para si própria.
O que ela me contou me fez entender por que eles nunca se separaram apesar de nunca terem se amado. Durante o primeiro ano de casamento, ela fez uma viagem para a Grécia com duas amigas de infância, ainda solteiras. No navio conheceu um jovem expansivo e falastrão que gastava a fortuna do pai, um conde da aristocracia rural de Shropshire, viajando pelo mundo. Ele a acompanhou e, às amigas, por toda a viagem, ao fim da qual ela regressara à Inglaterra grávida, sem o saber. Quando soube da gravidez, tentou encontra-lo, mas ele se recusou a assumir a criança, temendo as represálias do pai. Não lhe restou outra opção senão revelar ao marido sua traição. Sir Edward a advertiu de que não criaria um bastardo, mas que estava disposto a ampará-la até a criança nascer e ser dada em adoção. No final da gravidez as coisas se complicaram e ela perdeu a criança e com ele o útero, bem como a possibilidade de dar um herdeiro a outro homem. Resignada com sua sina, ela permaneceu ao lado de Sir Edward, que enterrou o assunto em suas memórias e jamais voltou a tocar no assunto ou a lhe cobrar o que quer que fosse.
- Talvez essa revelação te faça compreender o tipo de compromisso que existe entre o Edward e eu. E também, por que nunca contestei sua presença nessa casa e o que ela significava. – concluiu.
- Sem dúvida! Agora consigo entender muita coisa. – devolvi.
- Percebe por que nunca o culpei de nada? Nossas vidas nunca foram partilhadas, apenas o espaço onde vivemos. Nunca me importei com os casos que o Edward teve, assim como ele nunca cuidou de se meter na minha vida. – comentou.
- Quero frisar mais uma vez, que nunca premeditei qualquer investida em Sir Edward. Eu simplesmente deixei acontecer o que ele estava querendo de mim. Sempre que reflito sobre isso me julgo um fraco, um homem sem brios, um homem incapaz de preservar sua própria incolumidade. Apesar disso, aprendi a ter um apresso e estima por Sir Edward. – afirmei.
- Não seja tão severo consigo mesmo! Você perdeu seu pai muito cedo, cresceu afastado de sua família, é natural que tenha se sujeitado ao homem que representava a força e a segurança que você precisava. É isso que eu faço questão que o Edward te pague. Ainda hoje vou ter com ele e exigir que ele o ampare após sua morte. É o mínimo que ele lhe deve. – sentenciou ela.
- Não faça isso! Ele está muito debilitado e não deve passar por contradições, hoje mesmo o médico reforçou essa orientação. – pleiteei.
- Edward não precisa ser poupado de mais nada, ele está nas últimas e precisa acertar suas pendências, a fim da morte encontra-lo com menos culpas. – alegou ela, e cumpriu horas depois.
No domingo pela manhã fui acordado pelas pancadas insistentes da enfermeira, que passara a noite com o Edward, na porta do meu quarto. O ventilador mecânico já não conseguia suprir suas necessidades de oxigênio e um pulso fraco anunciava a crise final que se abatera sobre seu corpo de setenta e cinco anos. Pouco antes do almoço ele cerrou definitivamente os olhos, segurando minha mão entre as dele. O choro que não saiu da minha garganta no dia em que meu pai faleceu, emergiu com toda força naquele momento. Aquela foi a primeira morte que presenciei tão de perto, sem imaginar o impacto que ela foi capaz de gerar em mim. Lady Sybill ficou reclusa em seu quarto naquele dia e no seguinte, apenas descendo para seguir rumo ao cemitério num vestido preto discreto. Manteve-se altiva e não verteu uma única lágrima quando o caixão baixou à sepultura. Aceitou e retribuiu as condolências com elegância e desprovida de qualquer afetação. Foi nela e naquele comportamento discreto que me espelhei para conduzir e tomar todas as providências necessárias.
- Eu quero que você fique nesta casa e continue a fazer as mesmas coisas que fazia antes da morte do Edward. – disse ela, assim que voltamos do cemitério. – Vou precisar da sua ajuda para tocar os negócios dele que, definitivamente, não me interessam. E não conheço ninguém mais hábil e honesto do que você para isso.
- Fico lisonjeado com suas palavras. Mas, sinceramente, não sei se é conveniente eu continuar morando aqui. Não quero que surjam rumores que possam abalar sua reputação. – devolvi agradecido.
- Na minha idade a reputação não vale mais nada! Eu deixei de viver minha vida por conta dessa reputação. Não vou dar ouvidos ao que pensam de mim, essa é uma das regalias que se tem ao ficar velha. Fique, e não se importe com os outros! – sugeriu ela.
Eu mergulhei no trabalho nos meses que se seguiram procurando esquecer aquele relacionamento peculiar que tive com o Edward. O que não imaginei é que seria tão difícil. Eu não saberia explicar de que tipo era o meu sentimento em relação a ele, mas de alguma forma sua morte tinha deixado marcas em mim. Lady Sybill também travava uma luta consigo mesma procurando se esforçar para tocar os negócios do marido adiante, mesmo detestando o que fazia. Nascida em berço de ouro e, numa família onde as mulheres tinham sido educadas para o casamento com alguém tão ou mais abastado, o trabalho era visto como algo que se delega a subordinados, a pessoas que não tiveram a mesma origem aristocrática, a gente que tinha uma realidade muito adversa da deles.
- Isso é enfadonho Lucas! Vamos fazer uma pausa, minha cabeça está girando. – disse ela numa das manhãs quando estávamos despachando no escritório, como eu fazia quando o Edward estava vivo.
- Claro! Porém apenas um breve descanso. Alguns papéis precisam estar nas mãos da diretoria da siderúrgica antes do almoço. O courier já está a caminho e deve chegar daqui a pouco. – avisei.
- Estou pensando seriamente em me livrar desses negócios do Edward, definitivamente não tenho paciência para esses assuntos. Não fosse você eu estaria perdida. Ademais, não será a falta deles que vai me deixar mais pobre, tenho mais que o suficiente para o que me resta de vida. – sentenciou ela.
- Talvez a senhora devesse mudar a perspectiva pela qual enxerga os negócios de Sir Edward. Há mais de quatro mil funcionários nessas empresas, portanto, quatro mil famílias que dependem desses empregos para seu sustento, o que nos leva talvez a mais dezesseis mil pessoas. Aldeias inteiras na Inglaterra não têm tantos habitantes. Pense no que seria dessas pessoas se nós não dedicarmos um pouco do nosso tempo para que elas possam continuar a realizar seus sonhos de vida. – ponderei.
- Começo a entender o que Edward viu em você além de seus atributos físicos, Lucas. Você é de uma generosidade sem igual. Você pensa mais nos outros do que em si mesmo. Não tome isso como uma censura, pelo contrário. Eu não tenho dúvida de que o Edward viveu seus melhores anos desde quando você entrou na vida dele. Quantas carências aquele homem não viu supridas ao seu lado? Desculpe-me se o constranjo com minha sinceridade. – afirmou ela. – Porém, vou lhe dar um conselho, um conselho de amiga e de quem gosta muito de você, de verdade. Não se esqueça de você. A vida é mais curta do que você pode imaginar. Talvez você não perceba isso agora, aos trinta e um anos, mas acredite, ela é muito curta. E, você precisa e merece alguém que te faça feliz, feliz de verdade, como deve ser. Não alguém que apenas sugue o seu amor e devolva pouco em troca. – emendou.
- Eu não desgosto da vida que tenho. Na verdade, sou grato pelo que conquistei. De qualquer forma vou tentar seguir seu conselho. – respondi constrangido, pois era muito embaraçoso ouvir aquela mulher falar tão abertamente sobre meu relacionamento com seu ex-marido. – Mas, voltemos aos papéis! – acrescentei, para por um fim naquela conversa.
- Vamos a eles! Não quero ser acusada de deixar milhares de pessoas à mingua! – exclamou, fazendo troça das minhas palavras.
Pouco antes do inverno precisei fazer uma viagem até a Escócia, onde um grupo italiano estava vindo para fechar um contrato de importação com uma das duas destilarias que o Edward tinha naquele país. Seria uma viagem curta, de no máximo três ou quatro dias, na qual eu também deveria aproveitar para discutir com o gerente comercial uma melhor posição no mercado internacional. O Edward estivera a quatro anos fazendo uma inspeção e determinando ampliações e modificações nessas destilarias, mas eu não o tinha acompanhado. Conhecia o gerente comercial, Aaron Conners, apenas através de e-mails e ligações. E, ao ser recepcionado por ele no saguão do aeroporto de Edimburgo fiquei impressionado com seu porte másculo. Ele me pareceu um daqueles celtas primitivos que, empunhando uma espada e uma armadura, tratavam lutas sanguinárias para defender seu rei e, de lambuja, ainda se deitavam com as mais belas garotas das aldeias, nos filmes que retratavam o passado daqueles países. O sujeito devia ter uns dois metros de altura, quase outro tanto de ombro a ombro, um cabelo e uma barba bem aparada ruivos, e mãos que pareciam que iam esmagar as minhas quando ele me cumprimentou com um sorriso largo de dentes muito brancos. A reação dele, ao me identificar, não foi menos impressionante. Por uma fração de segundos eu podia jurar que ele se encantou comigo, pela maneira como seu olhar rapidamente ganhou uma expressão gananciosa e libidinosa. Os dias seguintes confirmaram minha suspeita. O Aaron se valeu de todo seu charme sedutor para me levar para a cama. Não poupando nem abordagens mais ousadas, como me exibir sua ereção em pleno jantar com os italianos debaixo da mesa do restaurante e, repetindo a investida, acompanhada de um beijo roubado, dentro do carro ao me deixar na porta do hotel.
- Venha para a minha casa esta noite! Garanto que nenhum dos luxos desse hotel vai te proporcionar uma estadia na Escócia tão agradável quanto a que eu tenho para te oferecer. – afirmou, na maior cara de pau.
- É um convite tentador Aaron! Mas, eu passei por um processo doloroso recentemente, e não teria como contribuir com tudo que você merece. – apesar de estar declinando da proposta, eu não podia negar que meu cuzinho tinha se assanhado todo ao vislumbrar o tamanho daquela rola endurecendo dentro das calças dele.
- Não diga isso! Você pode não só deixar um homem muito feliz, como pode leva-lo à loucura com esse seu jeitinho tímido. A contragosto e, pode ter certeza, a duras penas, vou te conceder o seu tempo. Quem sabe numa outra ocasião, você não aceite minha proposta, pois sei que sou capaz de te proporcionar muita alegria. – devolveu brioso.
- Eu não imaginava que vocês escoceses fossem tão galanteadores e diretos em suas abordagens. Isso faz mais o estilo daqueles italianos com quem estivemos há pouco. – respondi.
- Tudo depende do estímulo! E, você é estimulo para isso e muito mais. – retrucou gracejando e tomando minha mão ente as dele para beija-la sensualmente. Suas pernas continuavam bem abertas com o volante entre elas e, sua ereção estava deixando uma mancha úmida na calça, que ele não se preocupou em ocultar. Desde o início do segundo infarto do Edward eu não soube mais o que era sentir uma rola pulsando dentro do cu, esses quase dois anos de secura, não me deixaram mover o olhar admirado daquele sexo promissor. Contudo, eu não queria, mais uma vez, misturar meu lado profissional com o afetivo.
- Vou levar esse elogio como um futuro crédito a seu favor! – exclamei. Ele riu, mas ficou decepcionado por não rolar nada.
Continua ...
Foto 1 do Conto erotico: Renascido para o amor - Parte I

Foto 2 do Conto erotico: Renascido para o amor - Parte I

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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
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Nome do conto:
Renascido para o amor - Parte I

Codigo do conto:
134647

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
07/03/2019

Quant.de Votos:
2

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3