A Mentira - Parte III - Fazendo descobertas

A Mentira – Parte III – Fazendo descobertas
Meu irmão estava plenamente recuperado do acidente bem antes que o Roberto. Isso possibilitou que saísse à procura de informações sobre seus colegas de infortúnio. Quanto aos que faleceram na queda do avião, não havia nada a fazer além de transmitir suas condolências aos familiares. No entanto, em relação ao Roberto, ele descobriu um pouco de quem era esse colega com o qual havia feito algumas aventuras. Dentre as descobertas que fez, uma estava relacionada à viagem dos pais do Roberto ao exterior. Na verdade, não se tratava de uma viagem a passeio, mas, sim, uma mudança de residência, o que explicou o fato de não serem localizados e, nem de estranharem o sumiço tão prolongado, uma vez que, ao entrarem em contato com o gerente da oficina mecânica da qual o Roberto era proprietário, ele os informar que o Roberto tinha saído numa de suas expedições aventureiras. Eles já haviam se acostumado aos longos períodos que o filho passava viajando e, não deram maior importância ao seu sumiço. A mesma postura teve o gerente da oficina que, conhecedor da índole do patrão e amigo, não se preocupou com nada além de tocar o negócio adiante.
Quando recebi essas informações do meu irmão, confesso que estava prestes a contar tudo para o Roberto, a fim de ele talvez preencher aquele lapso em sua memória com mais facilidade. Mas, isso significava perdê-lo, pois ele voltaria para São Paulo e cuidaria de seu restabelecimento de alguma forma que não me envolvesse. Meu egoísmo falou mais alto que o bom senso, assim como aquela paixão que já se instalara em meu coração. A última coisa que eu queria era vê-lo partir, privar-me de cuidar dele e daquelas coisinhas que me davam tanto prazer; amá-lo mesmo que platonicamente, até criar coragem de abrir o jogo e revelar minha paixão. Nada nele sinalizava que fosse capaz de se envolver com outro homem, mesmo assim, eu não consegui abrir mão dele. A cada dia que a mentira se estendia, eu sabia que sua revolta seria maior, a traição seria mais pérfida, meu caráter mais questionável, tudo isso só me trazia mais angustias e aumentava meu receio de revelar a verdade.
Depois de fazermos amor pela primeira vez, é que tudo se tornou mais difícil. Ele acreditava que tinha transado com seu parceiro, o que talvez não tivesse feito se soubesse que éramos praticamente estranhos, que o único elo que nos unia, na verdade, não era um compromisso oficializado, mas tão somente o contato com o meu irmão. Se antes já era difícil abrir mão dele, depois de ter minhas entranhas encharcadas com seu sêmen, tornou-se impossível abdicar daquele homem e do amor que sentia por ele. Um dia, uma hora a mais ao lado dele era tudo que eu queria preservar.
Havia mais de três semanas que as seções de fisioterapia tinham terminado. Eu já caminhava com firmeza e só precisava recuperar a massa muscular perdida pelo longo período de internação e convalescença. Por isso, o confinamento no apartamento estava quase me enlouquecendo. Mesmo não tendo recuperado minha memória, era notório que eu não era o tipo de sujeito habituado a ficar restrito a locais confinados. O Andrezinho saía para o trabalho pela manhã e só regressava no final da tarde, deixando-me sem ter o que fazer por longas e intermináveis horas, que pareciam não passar nunca quando ele não estava ao meu lado. Comecei a fazer curtas caminhadas nas proximidades do condomínio tanto apara me exercitar, quanto para afastar o tédio da solidão e do confinamento. Eu tinha a nítida sensação de que meu dia só começava quando o Andrezinho voltava do trabalho e eu podia ouvir sua conversa, sentir seu perfume pairando no ar, observar aquela bunda sensual preenchendo suas calças e, desfrutar de seus beijos e suas carícias que pareciam ter sido guardadas uma vida inteira apenas para mim.
Na manhã em que o carro do Andrezinho não deu partida e, ele teve que ir de Uber para o trabalho, resolvi ocupar meu tempo procurando um mecânico e levar o carro a uma oficina. Com a indicação do porteiro do edifício, encontrei uma oficina mecânica a algumas quadras de distância. Uma estranha sensação tomou conta de mim ao adentrar na oficina, uma familiaridade com aquele ambiente que chegou a me deixar atordoado. Alguns flashes vararam minha mente com tamanha insistência que voltei a sentir aquela dor de cabeça que me castigou nos primeiros dias após recuperar a consciência.
- Você está se sentindo bem? Posso ajuda-lo com alguma coisa? – perguntou o rapaz que veio ao meu encontro, vindo dos fundos da oficina onde estava debruçado sobre um carro cujo capô estava aberto.
- Não! Sim. Quer dizer, estou bem. Na verdade estou procurando por socorro mecânico para um carro que está aqui próximo e que não quis dar a partida esta manhã. – respondi, um pouco atrapalhado.
- Vou pedir para um dos meus rapazes acompanhá-lo até o carro para ver qual é o problema. – retrucou ele.
- É o motor de partida, ele recebe a carga elétrica, mas não aciona! – exclamei, numa total compreensão do defeito do carro. Eu entendia muito bem de mecânica automobilística. Eu sou engenheiro mecânico. Eu tenho uma oficina mecânica em São Paulo. Eu tirei uns dias de folga para ir ao Itaimbézinho com uma galera da agência de eco-turismo. Eu embarquei num bimotor que começou a perder altitude e entrou em queda livre. Eu sentia muitas dores quando o zumbido e o estrondo da queda cessaram. Eu mal podia me mover, nem respirar, e fazia muito frio antes de tudo virar uma escuridão. Eu estava de posse de toda a minha memória novamente. Quase soltei um grito de alívio e felicidade.
- Você tem certeza de que está bem? Sua expressão parece revelar que esteja acontecendo algo de errado com você. – afirmou o rapaz, encarando-me desconfiado.
- Acabo de recobrar a memória! Sofri um acidente há alguns meses e havia perdido parte da memória. Ao entrar aqui tudo se aclarou. Também sou dono de uma oficina mecânica em São Paulo. – desembestei a esclarecer num contentamento que não tinha tamanho.
- Ótimo! Eu mesmo vou acompanha-lo até o carro e você me conta esse negócio de ter recuperado a memória. – disse o rapaz, pegando uma maleta de ferramentas e me acompanhando.
O conserto do carro do Andrezinho foi muito fácil e rápido, bastando levar o motor de partida à oficina e trocar algumas peças. Ao regressar ao apartamento, tive o ímpeto de ligar para ele e contar a novidade. Só então tive a certeza de que nunca fui casado com o Andrezinho, de que sequer fomos namorados, de que o tinha visto, senão uma, duas vezes, no máximo, na companhia do irmão Bernardo. Comecei a me perguntar por que ele mentiu afirmando que éramos casados. O que o teria levado a criar uma história tão mirabolante a respeito de nós dois? Por que ele omitiu tantas informações do meu passado, que talvez pudessem ter apressado a volta da minha memória? Mergulhei pelo restante da tarde nessas dúvidas e não encontrei nenhuma resposta que justificasse sua conduta. Ao ouvi-lo chegando do trabalho e destrancando a porta, com aquele sorriso de sempre e uma garrafa de vinho debaixo do braço que ele disse serviria para acompanhar o jantar especial daquela noite, não tive coragem de confronta-lo. Mesmo porque, fossem quais fossem as explicações que ele pudesse me dar, eu me sentia tão realizado ao seu lado que jamais colocaria essa situação em risco.
- O que tem de especial no jantar de hoje? – limitei-me a perguntar.
- Hoje faz quatro meses que você acordou do coma, é mais do que o suficiente para comemorarmos, não acha? – devolveu ele, todo entusiasmado e feliz.
- Claro! Claro que sim! Vamos comemorar. E, também vamos comemorar que seu carro está funcionando novamente. – retruquei, no mesmo instante em que resolvi que, por hora, não contaria nada a ele sobre a recuperação da minha memória. Talvez ele fosse me dispensar se soubesse que recuperei minha memória, uma vez que não precisava mais cuidar de mim. Eu o amava demais para me afastar dele. Não saberia mais viver sem todo aquele amor que ele me dedicava, sem mencionar que aquele cuzinho estava satisfazendo a minha rola como ela nunca fora satisfeita antes.
- Que cara esquisita é essa? – perguntou ele, ao ver-me refletindo com meus botões.
- Estou aqui pensando, depois do jantar vou querer a sobremesa lá no quarto, tão especial quanto o jantar. – devolvi libidinoso. Ele sorriu aquele sorriso devastador, que me confirmava que eu teria seu cuzinho e seus afagos.
- Você está me saindo um tarado de primeira depois da recuperação! – exclamou. Fui até ele e o beijei o mais intensa e pecaminosamente possível. Ele me retribuiu na mesma voluptuosidade.
Poucas horas depois, ele estava com a cara enfiada na minha virilha mamando meu cacete de maneira tão deliciosa que eu me via obrigado a me policiar para não acabar gozando em sua boca antes de conseguir me entranhar em seu cuzinho apetitoso. Fosse lá o que o levou a mentir sobre termos um relacionamento, eu me sentia recompensado por tê-lo em minha vida. Não apenas pelo aspecto sexual, mas pela pessoa generosa e afetuosa que demonstrava ser. Passados esses quatro meses sob o mesmo teto, eu não poderia querer outra vida que não essa. Por mais estranho que me parecesse admitir isso e, por nunca ter aventado a possibilidade de me unir a outro homem, apesar de já ter me sentido atraído por alguns, essa estava sendo a melhor a experiência da minha vida. Eu sei que isso só estava sendo tão positivo devido ao Andrezinho ser essa pessoa maravilhosa, pois meu gênio nunca foi lá dos melhores, tendo inclusive sido o motivo de alguns namoros não ter seguido adiante. Ele parecia não apenas me compreender em minha geniosidade, como também, me amar como nunca fui amado antes.
Eu refletia sobre tudo isso naquela noite, após termos feito amor de maneira sublime e lasciva, enquanto permanecia aninhado em suas costas com a rola amolecendo lentamente dentro do cuzinho todo esporrado dele. Sua respiração ia se tornando cada vez mais tranquila e menos ruidosa, depois de ter arfado e até ganido excitantemente enquanto eu o fodia, até ele adormecer em meus braços. Por alguns instantes cheguei a sentir remorsos do que havia planejado fazer sem lhe comunicar. Na tarde anterior, enquanto ele estava no trabalho, liguei para meu gerente em São Paulo, que se espantou por eu ter voltado a dar notícias depois de tanto tempo, avisando-o de que estaria na oficina em dois dias para tomarmos algumas decisões importantes. Sei que ele ficou apreensivo com minhas palavras, por isso, tentei tranquiliza-lo e deixar claro que precisaria contar com sua lealdade mais do que nunca. Dois dias depois, logo após o Andrezinho seguir para o trabalho, deixei um bilhete curto sobre a mesa da cozinha e embarquei num voo para São Paulo, a fim de decidir a minha vida.
“Preciso tomar algumas decisões. Não se preocupe comigo. Volto assim que puder, meu amor.” Era tudo que estava escrito naquele papelzinho amarelo que encontrei debaixo de uma caneca sobre a mesa da cozinha naquele final de tarde ao regressar do trabalho. Inicialmente, pensei que o Roberto foi dar uma de suas costumeiras caminhadas para fortalecer a musculatura das pernas numa área de lazer a poucas quadras de casa. Quando vi que passava do horário em que estávamos habituados a jantar, comecei a me preocupar. Teria ele se machucado, podia ter acontecido algum imprevisto, teria encontrado alguém e se esquecido do horário? Fui tomado de uma ansiedade doentia, pois ele nunca tinha saído por tanto tempo. Reli o bilhete uma centena de vezes. Que decisões ele precisava tomar? Esse – volto assim que puder – era tão vago que podia significar algumas horas, alguns dias, algumas semanas, talvez meses, talvez nunca mais. Eu estava apavorado com essa última hipótese. Estaria ele farto da convivência comigo? Não foi o que me pareceu ontem à noite quando deslizou insidiosamente seu caralhão para dentro do meu cu a procura de carinho. Faltavam alguns minutos para as nove horas quando a impaciência me levou a seguir na direção da área de lazer. A noite estava linda apesar de fria, um céu límpido deixava ver as estrelas tímidas e ofuscadas pelas luzes da cidade e, uma lua em crescente pendurada no firmamento. Havia apenas um casal de esportistas fanáticos correndo na pista que serpenteava por entre o arvoredo esparso naquela hora avançada. Retornei ao apartamento sabendo que não conseguiria pregar o olho se o Roberto não estivesse em casa quando eu chegasse lá. Ao adentrar ao apartamento a mesma luz âmbar das luminárias acessas da sala refletindo nas paredes e o mesmo silêncio que eu havia deixado para trás ao sair continuavam lá. Ao trancar a porta pelo lado interno, as lágrimas desciam pelo meu rosto, tão profusas e quentes, quanto o fogo que queimava em meu peito. O Roberto havia partido. Segurando mais uma vez o bilhete entre os dedos, sentado na cama sem um pingo de sono, meu pensamento foi invadido pela suposição de que ele havia recobrado a memória e descoberto a minha mentira e, em seguida, me abandonado. Chorei até ficar sem forças. Eu sempre soube que um dia isso ia acontecer. Eu havia esperado demais para contar toda a verdade, me acovardado diante de sua possível reação, deixado-o descobrir a mentira da pior forma possível, sem que eu pudesse explicar as razões que me levaram a tal loucura.
Ele não voltou no dia seguinte, nem nos que se sucederam e, minhas esperanças iam diminuindo à medida que os dias passavam. Liguei para o Bernardo perguntando se ele tinha mais alguma notícia no Roberto, pois não podia contar que o tinha mantido praticamente em cárcere privado por quatro meses no meu apartamento, sem revelar os motivos que me fizeram cometer tal despautério. Na verdade, só havia um motivo pelo qual fiz tudo isso, eu era um gay enrustido que, ao encontrar um homem numa situação de nítida vulnerabilidade, me apaixonei por ele e me aproveitei de sua condição para mantê-lo ao meu lado. Revelar isso à minha família estava fora de cogitação, eles me crucificariam por tamanha baixeza, mesmo que aceitassem a minha condição sexual.
Duas semanas depois do sumiço do Roberto eu estava conferindo as ligações da minha conta de telefone. Para minha surpresa, apareciam três ligações para um mesmo número de São Paulo, feitas durante o horário em que estava no trabalho. Não havia mais nenhuma dúvida de que o Roberto havia recobrado a memória, pois ao ligar para o número, constatei tratar-se de uma oficina mecânica. Desliguei antes de ter coragem de perguntar por ele, mesmo por que não saberia o que dizer caso ele viesse a atender. Ele devia estar tão revoltado comigo e com a minha mentira que achou por bem partir sem entrar numa discussão ou criar um clima ruim. Mais uma vez, esse – volto assim que puder – assumiu a cara de um adeus definitivo.
Eu seguia para o trabalho todas as manhãs deixando minha essência reclusa naquele apartamento repentinamente tão vazio e solitário. Meu chefe já havia percebido minha melancolia e deu em cima de mim com uma determinação inusitada. Ele havia sacado que eu me envolvera com o acidentado junto com meu irmão. Até que ponto ele apenas podia supor que eu era gay, dada sua persistência em descobrir quem eu realmente era, eu não sabia. Ele devia ter concluído que eu era homossexual e, portanto, alguém vulnerável a sua tara. Essa batalha diária para me livrar de seu assédio estava tirando as minhas últimas forças, e me deixando cada dia mais deprimido. Segundo sua personalidade machista, eu, como gay, deveria ceder aos seus desejos, uma vez que, tal como as mulheres, era um ser inferior que estava ali para se submeter aos caprichos de um macho heterossexual. Naquela cabeça era impossível passar que eu não queria um homem qualquer, eu queria o Roberto, eu queria seu amor, eu queria seu perdão.
A quarta semana sem uma única notícia ou um simples telefonema do Roberto estava quase terminando. O que me atormentava não era apenas o fato de não saber de seu paradeiro, mas se ele estava bem, se não estaria perdido por aí sem se lembrar de parte de sua vida. Para não chegar em casa cedo e me deparar com aquelas paredes opressoras, eu havia começado a estender meu horário na empresa, só saindo muitas horas depois de findo o expediente. Mesmo assim, seguia para casa sem ânimo, apenas desejoso de me atirar na cama e tentar afugentar os pensamentos que me atormentavam.
Passava um pouco das dez e meia da noite quando enfiei a chave na porta de casa e notei que em apenas uma volta ela havia se destrancado quando, costumeiramente, eram necessárias duas voltas. Imediatamente despertei de um torpor que durava dias, meu coração se sobressaltou quando ouvi sons vindos da cozinha iluminada que lançava um clarão para dentro da sala imersa na penumbra. Ao mesmo tempo, senti minhas narinas sendo invadidas pelo cheiro de comida. Por alguns segundos pensei ter entrado no apartamento errado, o que não seria de espantar dado o quanto a minha cabeça andava embaralhada e confusa. Mas, não. A mobília e os objetos eram velhos conhecidos meus.
- Roberto! – chamei quase desesperado, num grito que saltou da minha garganta com força.
- Pensei que você não fosse mais voltar para casa hoje. – respondeu-me a voz que veio caminhando desde a cozinha até se materializar no Roberto de torso nu, trajando uma calça de moletom, e sorrindo para mim.
Atirei-me em seus braços sem nenhum pudor, soluçando feito uma criança desamparada. Ele me apertou contra o peito nu e quente, o que só aumentou meu choro. Toquei seu rosto com ambas as mãos, como que verificando se o que meus olhos estavam fitando era real ou apenas uma miragem criada pela minha imaginação solitária.
- É você mesmo! – exclamei, feito um idiota, enquanto meus dedos tateavam sobre aquela barba que mais parecia uma lixa.
- Bem! Acho que sim. Até onde me recordo sou eu mesmo. Ou você já se esqueceu de mim em tão pouco tempo? – retrucou ele. – E, por que esse choro? Pensei que ficaria feliz em me ver. – emendou, secando meus olhos com os polegares.
- Amo você! – balbuciei, sabendo que continuava com uma cara de idiota encarando-o sem acreditar no que via.
- Também amo você! – exclamou ele, puxando-me para um beijo formado por uma sofreguidão saudosa.
Passado o transe inicial, ele me contou como havia se lembrado de tudo. Contou como sua memória havia voltado ao entrar naquela oficina, como começou a checar cada lembrança que lhe vinha à cabeça, até sair em busca do resgate do que havia ficado em suspenso após o acidente. Questionei-o por não ter me avisado de nada, de ter me deixado sem nenhuma explicação, do receio que senti ao pensar que o havia perdido para sempre. Ele sorriu com um quê de satisfação por saber o quão importante era para mim. Mas, tentou disfarçar esse prazer começando a me explicar os motivos de sua atitude.
- Eu precisava resolver algumas questões antes de voltar a te procurar. – afirmou. Eu não compreendi a extensão exata dessas palavras.
- Foi preciso um tempo para digerir a minha mentira, foi isso? Eu quero pedir perdão pelo que fiz, não sei que maluquice me deu quando comecei inventar todas aquelas mentiras. Eu só queria ter você ao meu lado, e você precisava de cuidados. Sei que foi errado o que fiz, e espero que consiga me perdoar algum dia.
- Tarde demais para pedir perdão! Eu já o perdoei há muito tempo, quando me dei conta do quanto você me ama para ter feito o que fez. Só posso me considerar o mais recompensado dos homens. – devolveu, voltando a me enlaçar em seus braços e a me beijar, como para compensar as semanas que esteve afastado do calor da minha boca.
As questões que ele foi resolver em São Paulo diziam respeito a sua mudança em definitivo para Curitiba. Ele resolvera por seu apartamento à venda, tornar seu gerente sócio da oficina mecânica para que seu envolvimento com o negócio fosse mais substancial e, instalar outra oficina em Curitiba para poder continuar a viver ao meu lado. Eu não cabia em mim de tanta felicidade quando ele revelava suas intenções. Talvez não tivesse escolhido o caminho mais digno de ter o Roberto junto a mim. Mas, ou por um desígnio do destino, por vontade divina, ou pela sinceridade do meu amor por ele, tudo acabou dando certo.
Era notório que o Andrezinho ainda carregava uma imensa culpa por ter mentido para me ter ao seu lado, mesmo eu revelando minhas intenções de continuar vivendo com ele. Seu caráter talvez nunca o fizesse estar completamente em paz consigo mesmo por ter criado todas aquelas mentiras. No entanto, eu não podia estar mais grato por ele as ter inventado, pois foram elas que me fizeram descobrir o verdadeiro amor da minha vida. Ao toma-lo em meus braços naquela noite do meu regresso, eu só queria colocar minha pica naquele cuzinho que me recebia com tanto alento e amor que seria impossível conceber a vida sem ele.
Foto 1 do Conto erotico: A Mentira - Parte III - Fazendo descobertas

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Comentários


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lordricharlen Comentou em 07/08/2019

Foi um das suas histórias que me fez me emociona parabéns gostei do começo ao fim, é entendi porque ele não questionou ele sobre ser casado com ele, já que tu explicou no capítulo 2.

foto perfil usuario 160832

160832 Comentou em 26/07/2019

boa noite ,esse foi um dos melhores contos que já li parabéns!!!

foto perfil usuario hafiki

hafiki Comentou em 24/07/2019

Parabéns! Belíssimo conto.

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Comentou em 24/07/2019

ADOREI !!! MARAVILHOSO.




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Ficha do conto

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kherr

Nome do conto:
A Mentira - Parte III - Fazendo descobertas

Codigo do conto:
141821

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
24/07/2019

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6

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