Regina e a Dança dos Sete Véus
Chegamos em casa, entre a ida e a volta do aeroporto, já estava escurecendo. Colocamos as malas do nosso amigo no quarto de hóspedes, e fomos para a sala. Regina providenciou as bebidas e aperitivos, conversamos um pouco, ele disse que não costumava ter muitos amigos, mas que considerava nossa amizade especial, que éramos duas pessoas também especiais por vários motivos, e queria que considerássemos uma proposta que ele iria fazer. Nisso, minha esposa interrompeu a conversa e disse: “- Antes de qualquer assunto sério , quero que vejam algo que preparei especialmente e apenas para vocês dois ! Fiquem aqui bebendo e aguardem !” Ela saiu e foi em direção ao nosso quarto. “- Então, qual é essa proposta? Fiquei curioso” “- Envolve uma viagem internacional relacionada, indiretamente, à Ordem, mas implica em muito mais que isso, então Regina precisa estar junto para que eu explique exatamente o que é.” “- Viagem internacional? Nossa, parece algo importante” “-Não se preocupe, não teria custo algum, todas as despesas seriam pagas pela Agência..” Ele silenciou após falar “Agência”. “– A sua empresa de advocacia?” Nisso, chega Regina. Ela apagou totalmente as luzes da sala. As cortinas “blackout” eram para isso, quando quiséssemos assistir filmes na tela grande da sala, como em um cinema. Mas agora, com certeza, era outra coisa. Propositadamente, ela deixou tudo escuro por um tempo, como que para criar um clima de suspense.
Um ou dois minutos escorreram, lentamente. Então, uma luz se acendeu no centro da sala ( Nossa sala tem várias luminárias , que permitem diversas combinações de luminosidade , controladas separadamente) . Regina estava ali, altiva, movimentando-se sensualmente, os pés descalços sobre o tapete macio, coberta com véus transparentes de várias cores. Ela ia fazer a Dança dos Sete Véus exclusivamente para nós. ( a descrição desta dança, com detalhes, e o significado, pode ser vista na parte XV do conto “A Sociedade Secreta do Sexo”). Ela, como havia feito naquela tenda, pegou uma taça dourada, com uma bebida que certamente era aquela usada no ritual, e a sorveu delicadamente com seus lindos lábios. A música que ela escolheu para a dança começou a tocar.
Os cabelos dela ondulavam suavemente , e movia os braços lentamente. Eu e nosso amigo estávamos sentados, já sendo hipnotizados pela graciosidade dos seus movimentos. Ela já apresentava uma luminosidade própria, talvez eu tivesse desenvolvido meus sentidos para observar isso, talvez qualquer um que a visse pudesse ver o mesmo.
Os meneios sensuais dos quadris dela , os movimentos das mãos, tudo nos envolvia. Então o primeiro e fino véu caiu aos belos pés de Regina. Uma luminosidade de cor violeta, como uma chama, era visível sobre a cabeça dela. Muito lenta e suavemente, caiu o segundo véu , depois o terceiro. A chama violeta , ao fluir para baixo, se tornava um azul escuro e depois mais claro . O corpo de minha esposa ia se deixando entrever, nesses suaves movimentos. Senti meu corpo estremecer , ela me olhou com aqueles lindos olhos verdes e sorriu docilmente.
Mais um véu caiu, revelando os lindos seios, mamilos endurecidos. Os movimentos agora eram mais sensuais, mais lascivos , quando ela tirou o véu e revelou o belo ventre. Eu e Nguvu estávamos imóveis, como que paralisados, quase sem respirar. Ao cair o penúltimo véu. As cores daquela aura de energia fluíam, brilhantes. E Regina, finalmente, sem hesitar, retira o último, ficando completamente nua à nossa frente . Estávamos paralisados, de verdade. Regina, novamente, parecia uma Deusa de tempos remotos.
Perdemos a noção do tempo, havia essa energia estranha no ar, a luminosidade diferente. Ela dançava lenta, sensualmente, se aproximando de nós dois, que estávamos completamente pasmos. Mesmo já tendo visto essa dança da outra vez, o efeito foi devastador. Minha esposa, nua, então se sentou aos meus pés . Eu a admirava dos pés à cabeça. Desnorteado, sem saber o que fazer, se a adorava como uma deusa ou se a agarrava selvagemente, eu apenas olhava... então ela se levantou suavemente, sentando no meu colo, e me beijou apaixonadamente. Senti seus seios macios de encontro ao meu peito. Ela suspirava baixinho, beijando a minha orelha e o meu pescoço. Eu a beijava, totalmente apaixonado, afinal ela era o que de mais precioso havia neste mundo. Ela, então, estendeu o braço ao nosso amigo, que apenas observavam, pasmo, e também beijou seus lábios. Nguvu a beijou carinhosamente. Ele foi tirando devagar a roupa, e eu fiz o mesmo. Tudo estava acontecendo como se fosse em câmera lenta, e com aquela energia fluindo no ambiente . Nguvu a acariciava, beijava seus seios, enquanto eu beijava a boca de Regina. Ela suspirava e gemia baixinho, para não dispersar aquela energia intensa que permeava tudo. Nguvu a acariciava com muito cuidado e carinho, e parecia que naqueles momentos em que ela pedia para fazer devagar, com suavidade e delicadeza, estava nos preparando para este momento. Enquanto pensávamos que ela estava apenas pensando em sexo, em maneiras diferentes de ter prazer, até mesmo brincando e se divertindo com isso, ela estava desenvolvendo seu controle dos campos energéticos envolvidos nas práticas esotéricas. Nosso amigo beijava e dava mordidas leves pelo corpo de minha esposa, que continuava no meu colo, me acariciando e beijando. Ela estava em êxtase, e já tinha pequenos espasmos em algumas partes, indicando que um orgasmo se aproximava. Mas era um orgasmo diferente, porque não estava havendo estímulo no clitóris, nem penetração. Era apenas a energia que fluía para cima e para baixo, ritmicamente. As carícias e beijos continuavam, e tanto eu como Nguvu estávamos imersos naquele verdadeiro mar de energia. Então, ela deixou a cabeça cair para trás, suspirando e estremecendo inteira, num orgasmo prolongado. Ondas de prazer percorriam todo o corpo de Regina, que brilhava como se estivesse em chamas. Ela gemia e estremecia por inteiro no meu colo. Nosso amigo a abraçava por trás agora, apertando-a contra si. Minha esposa sussurrava palavras desconexas o orgasmo dela continuava, seus músculos estremecendo levemente. Ela novamente parecia que ter entrado naquele estado de êxtase que poderia se prolongar por várias horas. O corpo dela vibrava, e ela permanecia com leves tremores nas pálpebras fechadas, a boca entreaberta. Eu a acariciava e beijava seus lábios, Nguvu a beijava de leve na nuca e nas costas. O tempo foi passando e Regina permanecia daquele jeito. Mas ainda era sexta-feira, ninguém tinha pressa de nada. Nem poderia ter.
“- Acho melhor não penetrar agora, da outra vez as coisas não correram muito bem...” Sussurrei para nosso amigo. “- Concordo, ela teve um orgasmo psíquico, sinto que toda essa energia deve ter alguma finalidade. Ela não comentou nada com você?” “- Não, algumas vezes em que perguntei sobre esses contatos com outros planos, ela apenas sorriu.” “- Existem ensinamentos que só nos são passados quando atingimos outros níveis. Regina certamente aprendeu coisas que talvez nenhum de nós tenha aprendido, coisas reservadas apenas para ela”. Cuidadosamente, levamos minha esposa no colo para o quarto e a deitamos lá. Ela ficou na cama, nua e linda, estremecendo de leve e sussurrando algumas palavras que pareciam de alguma língua muito antiga, a qual eu não fazia ideia do que fosse. “-É possível canalizar alguma Deusa antiga, ou isso é uma entrada no Inconsciente, entrando em contato com os Arquétipos?” perguntei a Nguvu “- Independente da interpretação dada, essas energias existem, e depende exclusivamente de cada um de nós fazer uso dessa energia para uma finalidade positiva”. Bom, estávamos envolvidos nessa energia imensa, que fluía por toda a casa. Tínhamos que manter bons pensamentos e tentar canalizar o que estávamos recebendo para coisas boas, ou estaríamos agindo como Meister, que alterou a realidade para seus objetivos egoísticos.
Mas, afinal, a magia sexual tem o poder de alterar realmente a realidade, ou ela altera a nossa percepção de realidade?
Regina vibrava, sua energia fluía e refluía. E eu só pensava no quanto eu a amava, e o quanto eu queria que ela estivesse segura e feliz. Nguvu me olhou, como se lesse meus pensamentos. “- Vocês são realmente especiais, e merecem toda a felicidade possível”, disse, colocando a mão no meu ombro.
Por vezes, ela parecia levitar na cama, mas podia ser apenas o efeito daquela luminosidade que vinha dela. Então lembramos que continuávamos pelados. Coloquei um quimono ( que eu havia trazido de uma viagem ao Japão), e emprestei outro ao nosso amigo. Sentados aos pés da cama, discutimos assuntos como a energia sexual , suas manifestações e efeitos , algumas técnicas que eu havia estudado...e finalmente eu contei o que realmente havia acontecido a Meister, de como eu havia feito a projeção astral e “incorporado” no Lobo Negro. Ele não pareceu impressionado. “-Desconfiei desde que aconteceu, aquele animal nunca atacaria Meister, havia sido muito bem treinado. Sei que não preciso dizer isso a você, mas essa técnica deve ser usada para defesa, nunca para prejudicar pessoas inocentes. Essa e outras técnicas que, tenho certeza, você já deduziu após ter conseguido isso”.
Como as horas passavam, enquanto ele ficava ali no quarto, eu trouxe umas cervejas e petiscos. Não vou dizer ( embora dizendo) que ficar admirando uma mulher lindíssima , nua , tendo orgasmos por horas seguidas, é muito melhor que qualquer cinema.
Acabamos cochilando, um de cada lado da cama. De minha parte, tive sonhos realmente estranhos, envolvendo deidades de vários povos, um fluxo de energia viva que se espalhava pelo Universo como uma revoada de pássaros, um ponto desse mesmo Universo onde galáxias se formavam e retornavam para se extinguirem e então reiniciar o ciclo, um deus egípcio que veio falar comigo e me avisar para ter cautela com determinadas coisas... bem nessa hora, percebi a mão de Regina me tocando suavemente. “- Pesadelo, amor? Você parecia agitado.” “- Não, não foi bem um pesadelo. Talvez um aviso”.
Nosso amigo acordou um pouco depois. “- Regina, sua dança foi maravilhosa”. “- Preparei tudo especialmente para vocês...já vi que gostaram”. Eu a abracei e beijei. Nguvu, então, disse: “- Como eu estava começando a contar antes, tenho uma proposta para vocês, que envolve uma viagem internacional relacionada, indiretamente, à Ordem, mas implica em muito mais que isso. É uma viagem a Londres, mas saibam que isto envolve um segredo muito maior que o de sua Iniciação”.