Regina e a Irmandade - Em busca de Val

Antes de viajar para a Alemanha, eu e Regina teríamos algum tempo para descansar e organizar algumas coisas, como a segurança da casa, colocar todas as contas em débito automático...os passaportes já estavam em ordem, devido à viagem anterior ( lembrando que esta história se passou antes da Pandemia e do Brexit).
Uma noite, enquanto dormíamos, repentinamente senti uma presença em nosso quarto. Eu me sentei rápido, o que despertou Regina.
“-O que foi, querido?”
Era Val, estava deitada de bruços entre nós, na cama, totalmente nua, olhando para nós com seus olhos penetrantes... havia surgido do nada, tão repentinamente como havia desaparecido.
“-Oi.”
( É preciso esclarecer que nossa cama é bem grande. Quando montei meu estúdio anterior, comprei essa cama prevendo mais de duas pessoas, e quando mudamos para nossa nova casa , eu a trouxe . Então, Val estava confortávelmente deitada entre nós ).
Eu a olhava, pasmo. Eu sabia que a havia visto antes. Mas onde? Onde?
“- Amor, você está olhando tanto pra ela que ela vai derreter!” Regina me fuzilou com os olhos. Mas eu não podia deixar de me sentir como que hipnotizado por ela.
“- Não se preocupe, Regina. Ele só ama você. Só está tentando lembrar.
“- Lembrar do que?”
“- Do caminho não percorrido. De uma outra vida, que poderia ter acontecido.”
“- E acaso nessa vida ele estava com você?” Regina olhou fixamente para Val.
“- Não. Aliás, não estou realmente aqui.”
E era verdade. Embora parecesse intensamente real, levei a mão aonde ela estava, e não consegui tocá-la.
“- Então o que é? O que você quer dizer?”
“-Preciso da ajuda de vocês dois. Preciso que me encontrem. Na primeira vez que estive aqui, foi uma projeção mais física. Mas agora, embora eu tenha conseguido acumular um pouco da energia de seus orgasmos anteriores, só pude aparecer assim.”
“- Mesmo imaterial, é impressionante.”
Minha esposa estava claramente enciumada. Ela olhava para mim e para Val, sem entender direito qual seria a ligação entre nós. O pior é que nem eu sabia.
“- Mas você falou em encontrar. Você está perdida em algum lugar, e conseguiu se projetar para cá?”
“- É mais ou menos isso. Na verdade, estou presa em um local subterrâneo, e, ao tentar a projeção astral, fui atraída pela sua energia no episódio do Lobo Negro. Através disso, fiquei sabendo do que aconteceu com vocês depois. Consegui captar parte da energia que vocês – principalmente Regina – emitiam, e finalmente pude entrar em contato físico.”
“- E onde está seu corpo físico? Como podemos chegar lá?”
“- Esse é o problema, não sei. Fiquei desacordada por um bom tempo, posso ter sido transportada até de um país para outro. Mas suponho que tenha sido em algum lugar próximo de onde vocês estavam, porque eu estava muito fraca. E nem tinha experiência em projeções. Achei no começo que era um sonho ou pesadelo.”
“- Suponho que você, então, me viu praticando as técnicas e entendeu o que estava acontecendo.” Era difícil me concentrar com aquela aparição nua e linda bem junto de mim, e mais ainda com minha esposa tendo uma crise de ciúme, mas tentei me acalmar, embora o volume do meu cacete duro aparecesse por baixo do lençol. Então pensei... se pudéssemos usar uma das técnicas de magia sexual que eu havia estudado, talvez conseguíssemos direcionar mais energia para a forma astral de Val.
“- Regina, meu amor, e se fizéssemos aquela técnica para tentar controlar a energia...”
“- Você só pensa nisso, hem? E com essa gostosona aí...”
Val sorriu. Ela sabia o efeito que provocava. Mas entendi quando ela disse que inicialmente parecia um sonho lúcido. São coisas muito parecidas, a diferença é que, no caso da projeção astral, é uma experiência real .
Notei uma coisa diferente. De repente, eu conseguia sentir a pele de Val encostada no meu braço. Com certeza, a energia do meu desejo sexual estava ajudando a materializar a forma astral dela.
Regina também sentiu o mesmo. E ficou como que mesmerizada, olhando para ela.
“-Nessa outra vida, que pode ter acontecido apenas em um sonho, em alguma noite estrelada de primavera, éramos nós três.”
Dizendo isso, Val beijou calidamente os lábios de Regina. E ela sentiu o toque.
Nos abraçamos, nós três. Nossas bocas se uniram. Não pude deixar de pensar no caso dos súcubos, que eram formas femininas que sugavam a energia de suas vítimas, e apareciam frequentemente durante sonhos, e com essa energia podiam viver centenas de anos. Mas aquilo estava muito bom, e se ela era um súcubo, então eu queria sucumbir ali mesmo.
Novamente, senti um fluxo grande de energia, mas parecia ser algo recíproco, mais como uma troca de energias do que alguém sugando de outro. E, se fosse assim, talvez Val não pudesse retornar para nos informar onde seu corpo estava, se é que ela era mesmo quem dizia ser. A solução seria direcionar essa energia, e havia uma técnica e uma posição específica para isso.
Pedi a Regina para ficar nessa posição, e ela entendeu . E gostou, porque era ela que seria penetrada e não Val, sua “rival”. Não vou descrever aqui, mas essa posição pode ser encontrada nos livros de magia sexual. Provavelmente não para este fim...
Nessa posição, eu e Regina passamos a nos movimentar, enquanto nossa excitação aumentava, Val nos acariciava e beijava, o que aumentava em muito nosso tesão. Eu bombava meu cacete na bucetinha dela, e sentia o fluxo de energia aumentando. Então veio o primeiro orgasmo. Regina estremeceu por inteiro, abraçada a Val.
Mais uma vez os redemoinhos de luz apareceram. Val brilhava, agora com uma luz mais para violeta do que azulada. Ela nos beijou, sorriu e desapareceu novamente Regina arfava e suspirava, ainda sob os efeitos daquele orgasmo.
“- Foi bom, querido, mas acho que ela não devia ficar aparecendo sem avisar” E soltou uma gargalhada.
E agora? Antes de viajar para Berlim, em nossos dias de suposto descanso, tínhamos que ir em busca de Val.
“- Amor, ela disse que talvez estivesse perto de nós quando você se projetou no Lobo Negro. E se ela estivesse presa em uma masmorra, exatamente como eu? Talvez ela tenha sido capturada por Meister antes de mim. E, depois que Meister foi neutralizado e a Irmandade de Hímeros sob investigação, ela esteja abandonada por lá, talvez até sem comida ou água...”
“- Tem razão ! Nesse caso, precisamos ir logo procurá-la...”
“- Mas você estava muito interessadão nela . Seria esse o motivo dela contatar você? Lembrou de onde você a conhece?” Repentinamente, me veio um lampejo. Corri para nossa biblioteca.
“- Amor, o que foi?”
“- Lembrei!!”
“- Onde?”
No meio de alguns livros de arte, em nossa biblioteca, peguei instintivamente um livro. As bordas das páginas estavam amareladas. Dei uma folheada e mostrei à minha esposa.
“-Mas é ela!!! Impossível! Nessa foto ela está idêntica! Mas é de...”
“-Vinte anos atrás.”

CONTINUA