Minha belíssima esposa Regina estava parecendo uma fêmea cibernética, toda ligada a cabos prateados e máquinas futuristas, em uma cama , e havia sido colocada ali por Mestre Waite, o chefe de nosso treinamento na Agência. Segundo ele, esse era o Salão da Tecnomagia.
“- E agora? O que acontece?” Perguntei.
“- Agora o Dr. Eldon assume.”
(- Ele não é um cientista maluco, né?) sussurrou Regina.
“- Não, não sou maluco, cara jovem nua...” respondeu um homem alto, magro, grisalho, com um longo jaleco branco.
“- Então? O que acontece?” repeti.
“- Agora você vem comigo.”
“- Mas...”
“- Venha, Número 1!”
Eu estava muito preocupado com minha esposa, e ele agora me vem com essa??
“- Onde estamos indo?”
“- Sem perguntas.” Bom, era o treinamento, talvez em alguma missão eu tivesse que fazer uma coisa enquanto Regina estivesse fazendo outra...mas o nervosismo me atacou. O que é que aquela porra de máquina fazia??
Fomos até uma sala, onde havia uma cabine de metal, com uma cadeira. Parecia uma daquelas cabines telefônicas britânicas, só que um pouco maior.
“- Tire toda a roupa.”
Havíamos combinado de não retrucar o que ele dissesse. Tirei a roupa, ficando pelado.
“- Agora sente na cadeira.”
A cadeira tinha algemas de metal , onde ele prendeu meus punhos e tornozelos. Em seguida, vendou meus olhos, eu parecia um daqueles condenados em uma cadeira elétrica. O que ele estava tencionando?
“- Agora, vou trancar esta porta e a porta da sala. Vamos ver como funciona essa sua “habilidade secreta!”
Hmm, certamente havia uma câmera na sala, que mostraria se eu saísse. Eu precisava pensar. E ver o que acontecia com Regina.
Esperei que Waite fechasse a porta da cabine, ouvi o barulho. Quando ouvi a porta da sala se fechando, projetei minha consciência no corpo dele. Pelos olhos de Waite, vi que estava fechando a porta da sala. Cuidadosamente, abri de novo. A câmera estava no alto, à direita. Notei que a mão dele ainda tinha restos do óleo com que ele tinha lubrificado a bucetinha e o cuzinho de Regina, e rapidamente passei na lente da câmera. As imagens ficariam borradas, dificultando a identificação do que acontecia ali. Procurei ser o mais rápido possível: abri a porta da cabine, soltei meu corpo, deixei as minhas roupas do lado de fora da sala, e , ainda no corpo dele, corri até o banheiro mais próximo, onde sentei no vaso. Se ele voltasse, demoraria um pouco até voltar ali. Então, voltei ao meu corpo, tranquei a cabine por fora, tomando o cuidado de deixar as algemas fechadas. Também fechei a sala por fora, peguei minhas roupas, vesti rapidamente e fui até o escritório dele. Usando a mesma técnica, fiz o guarda sair da entrada e entrar em outra sala, voltei e entrei no escritório, sentando na cadeira de Waite.
Quando ele entrou, levou um susto enorme.
“- Mas o que??? COMO???”
“- Senhor... O Sr. disse que queria ver como funcionava minha “habilidade secreta”...”
“- E como fez isso, homem???”
“- É confidencial, Senhor. Se o Sr. souber, outras pessoas acabarão sabendo, e então deixará de ser secreta. Concorda?”
“- Não, não concordo. E se você se voltar contra nós?”
“- Isso só aconteceria se vocês fizessem algo de ruim com minha esposa. E , para garantir a segurança dela, vou manter meu segredo comigo.”
“- Você se teletransporta? Ou é uma Projeção Astral?”
“- Não é Projeção. Estou aqui mesmo.” Peguei a adaga que estava na mesa e girei entre os dedos.
“- Está me ameaçando, Número Um?”
“- Não, Senhor. Mas quero ver minha esposa.”
“- Vamos, eu tinha que ir lá ver como ela estava mesmo. Mas, falando sinceramente, eu esperava que umas duas horas trancado naquela cabine fossem fazer bem a você.”
Ahã...tá. ( pensei)
Já no corredor, vimos que a coisa não estava indo bem. Havia fumaça. Fumaça escura mesmo, não névoa. E ficava mais espessa, quanto mais nos aproximávamos do “Salão da Tecnomagia”.
Waite relutou, mas segui correndo até lá. Quando cheguei, a visão era terrível:
A maioria das máquinas estava destruída. O Dr.Eldon estava no chão, desacordado. Havia uma espécie de “Buraco Negro” em uma parede, que sugava as coisas. E Regina, desacordada, estava sendo lentamente sugada para aquele abismo. Lá no fundo, vi o que me deixou ainda mais preocupado: Os dois olhos flamejantes. O “Terror do Abismo”!!!
Ela estava meio longe para que eu a alcançasse... só havia um meio, algo que eu havia prometido a mim mesmo nunca fazer:
Entrar na consciência dela e fazê-la acordar ! Mas isso iria me expor para Waite.
Eu não podia perder tempo.
Sentei no chão e pulei para a consciência de minha esposa. Parecia tudo nublado. Tive que fazer muito esforço para abrir os olhos.
Ao abrir, vi o “Terror do Abismo” se aproximando, um vulto enorme, aqueles olhos...
Fiz toda a força que pude, parecia que um redemoinho puxava o meu...o nosso corpo... mas fui me apoiando onde podia, e me afastando do buraco.
Em um dado momento, senti que me movimentava melhor. Consegui me levantar. Me apoiando em uma das paredes, tentei empurrar com os pés a maca, que tinha rodas. A maca deslizou em direção ao buraco, fechando-o quase por completo. Mas ainda estava ali...
Lembrei do Ritual anterior, onde esse buraco havia aparecido. Envolvia um orgasmo muito intenso e um pouco de sangue!
Regina estava segurando seus orgasmos desde a manhã ...Ngucu a havia provocado, depois Waite, com o vibrador... depois a máquina... me arrastei ( dentro de Regina) até o meu corpo. Waite olhava pelo vão da porta, não sabia se entrava ou não. Parecia que o vulto tentava empurrar a maca.
Abri o cinto e baixei as minhas calças, pegando meu próprio cacete com as mãos dela. Em seguida, voltei ao meu corpo e abracei minha esposa, foi uma sensação muito estranha! Parecia que eu estava nos dois corpos ao mesmo tempo...Mesmo com ela meio tonta e confusa, fui beijando e acariciando, apertando a bunda, os pontos do prazer, ela começou a estremecer. Mas eu também sentia...
“- Aiiii...amor...mas Allan disse...”
“- FODA-SE O ALLAN! VEM CÁ!” Fiz ela cavalgar meu cacete. Fiz alguns gestos mágicos. Os círculos no chão e no teto, ainda bem, ajudaram.
Penetrei a bucetinha dela , dando tapas na bunda. E eu sentia os tapas...
“- Hmmmm..Ahnnn....” Puta que pariu, bem na hora que precisa, ela começa a demorar pra gozar...beijei os seios dela, mordisquei os mamilos... acelerei...então, veio o orgasmo:
“- AAAAAAAAAAHHHHHHHHHHTÔGOZANDOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!”
Coloquei meu punho na frente da boca de Regina:
“- Agora morde! Morde com força, tem que sair sangue!”
“- AAAIIIIAMOOOOOR MAS....”
“- Morde com força!!”
Ela mordeu. Assim que o sangue começou a sair, um filete foi direto na direção do buraco, formando aquela teia de energia, e a sucção foi diminuindo. Regina desfaleceu , caindo ao meu lado, e eu fui , com meu punho sangrando, em direção ao buraco, até que fechasse totalmente. Com a manga da camisa, comprimi o lugar do sangramento.
Waite se aproximou, pasmo.
“- MAS O QUE ACONTECEU????”
“- Eu...nós...” Eu estava no meu corpo e no dela. Regina me olhou, mas eu também estava me olhando...
“- Amor... tô vendo duplo!”
Eu a abracei. E me abracei.
“- Estamos misturados???” ( pareceu que ouvi a voz dela dentro da minha mente) Ela sorriu, eu sorri.
“- Será isto o tal “Casamento Alquímico?”
“- Alguém pode me explicar o que aconteceu aqui???”
“- Waite...Senhor... espere um pouco...as coisas estão...”
O Doutor Eldon foi levantando devagar.
Segurei Regina e a abracei. Fiz um grande esforço, e, devagar, senti que estava voltando totalmente.
“- Aiii amor! Você entrou dentro de mim para me salvar...” Pronto, meu segredo estava exposto. Mas não, Waite, pelo jeito, prestara mais atenção no buraco negro do que em mim.
“- Mas como??? Como fez esse ritual a jato?”...
Apontei para os círculos.
“- Claro, os círculos amplificaram as energias. Estou começando a entender. Drake e Diana estavam certos, vocês são uma dupla e tanto...”
O Dr. Eldon finalmente se recompôs e falou:
“- Mestre Waite... er... hum...a culpa foi minha...”
“- Como assim?”
“- Eu ...”
“- Ele não resistiu” disse minha esposa.
“- Não resistiu ao que, Doutor??”
Regina apontou para sua bucetinha, olhando firme para Waite.
“- Eu...Senhor...ela não teve culpa de nada...ela estava imóvel, totalmente parada, a máquina estava analisando e calculando a energia dela, que era enorme... fiquei muito impressionado... então...”
“- Então o que, Doutor?”
“- Eu fiquei como que mesmerizado pela energia dela, fui atraído... e....e...”
“- E??”
“- Tirei o dispositivo dali...” Regina continuava apontando a bucetinha.
“- Aí explodiu tudo, e a energia criou o buraco para o Abismo!!! Se aquilo aumentasse, o Castelo inteiro iria pelo buraco!!”
Waite pegou o cientista pelo colarinho. Mas eu interferi.
“- Senhor...Mestre Waite...espere...e se...”
“- E se O QUE, Número Um?”
“- E se o ‘Terror do Abismo’ sentiu a energia imensa e manipulou a mente dele ?”
Waite soltou a gola do homem.
“- Este salão é um centro de pesquisas de Tecnomagia. E, com certeza, estas empreitadas na ‘Fringe Science’ entram em terrenos desconhecidos. O ‘outro lado’ pode estar tentando atravessar para cá, e mesmo através de tecnologias que desconhecemos...”
“- Tem sua lógica, er...Número Um?” Ele me estendeu a mão e finalmente nos cumprimentamos.
“- Vamos ter que chamar alguém para limpar tudo isso, e ver se temos os equipamentos sobressalentes. Pelo menos deveríamos ter. Número Um e Regina... podemos sair daqui.”
O Dr. Eldon me agradeceu baixinho.
“- Muito obrigado...acho que salvou meu emprego...”
Na verdade, eu achei que ele não havia resistido à beleza de Regina e quis “tirar uma casquinha” sem atentar para o caos que poderia ocorrer. Mas a hipótese do “Terror do Abismo” era possível. Diana havia dito ( citando Nietzsche) que, uma vez que olhamos para o Abismo, o Abismo olha para nós. E eu havia visto aqueles olhos flamejantes. Talvez estivesse procurando uma maneira de chegar até o nosso plano de existência.
Waite ia saindo, quando eu lembrei.
“- Esperem! A coleira e a tornozeleira!”
Corri até o canto onde estavam, felizmente não haviam sido sugados pelo “Buraco Negro”.
Coloquei no bolso.
“- Não é bom colocar de novo?” Ela perguntou.
Waite disse: “- Vamos esperar. Você falou três dias e três noites, há bastante tempo. Regina pode descansar um pouco dessas coisas.”
Regina olhou pra mim e sussurrou:
( - Você não está sentindo um troço estranho?)
( - Oque? )
( - Eu não falei nada...)
(- Mas eu ouvi...)
(- Isso mesmo. Estamos conversando sem falar.)
Estávamos nos comunicando telepaticamente ! Devia ter sido efeito da nossa fusão!
Waite notou algo.
“- Vocês estão muito quietos. Vocês nunca ficam quietos, estão sempre tagarelando, quando não estão trepando...”
O cara era bom.
“- Acho que essa experiência foi meio pesada”.
“- Foi mesmo. Venham comigo.”
Waite nos levou até os aposentos dele. E mostrou a banheira de espuma.
“- Podem dar uma relaxada ali. Vamos trocar de quarto.”
“- Não vou ter que ficar com você aqui?”
“- Agora não. Mas vou pensar. Vocês são terríveis, preciso descansar e reprogramar todo o seu treinamento.”
“- Eba, amor! Ganhamos um “upgrade” no nosso quarto!!”
“- Bem...não precisamos trazer nada, entramos pelados aqui , lembra? Mas seria bom ter aquele preparado da Irmandade para passar no meu punho, está ardido...”
“- Amor, lembra do Crítias, do Templo Oculto?”
“- Lembro, claro.”
“- Ele fez minhas marcas de chicotadas sararem com energia sexual”
“- É mesmo. Podemos ver se conseguimos...mas mais tarde, agora vamos tomar um banho.”
CONTINUA