Lembro da primeira vez em que sonhei com ela. Uma mulher lindíssima, em um vestido de seda onde as cores escorriam como uma aquarela na chuva. Impossível esquecer alguém assim.
Era um sonho meio confuso, a gente sempre esquece os detalhes dos sonhos logo depois que acorda, mas a imagem dela persistiu, eu até tentei desenhar no papel para não esquecer. Mas ela era muito mais bela que meu desenho, e eu jamais esqueceria aquele rosto.
Depois daquela noite, ela apareceu em outros sonhos. Às vezes, passando na rua, em um elevador onde a porta estava fechando, em uma janela de carro...sempre a mesma mulher, estonteantemente linda.
E eu achei que devia ser o destino, que eu teria que encontrá-la, em qualquer parte do mundo onde ela estivesse.
Falando de mim um pouco...tive uma vida mediana, mas não posso dizer que tenha sido fácil. Comecei a trabalhar cedo para ter meu dinheiro trabalhei como office boy, depois artesanato, desenho e pintura, música, fiz faculdade... sempre aparecia alguma dificuldade, mas eu me esforçava e ia em frente.
Depois que ela me apareceu no sonho, eu me empenhei mais ainda, porque se eu a encontrasse, teríamos que morar em uma boa casa e ter uma vida confortável, mesmo que ela tivesse seu próprio emprego ou atividade.
Ela passou a aparecer mais frequentemente nos sonhos. Mas, quando isso aconteceu, novamente surgiram dificuldades na vida real. Comecei a achar que havia algo associado às duas coisas. Talvez se eu parasse de sonhar com ela, a vida ficasse mais tranquila.
Mas não era isso o que eu queria. Eu queria encontrá-la.
Morei em quatro Estados, mudei de casa várias vezes, apartamentos menores ou maiores, casas, dependendo da situação financeira. Tive várias namoradas, mas nenhuma era “Ela”.
Sabe quando você sonha que tem uma vida diferente, e esse sonho vai continuando nas noites seguintes, como se fosse um filme, ou uma outra vida? Passou a acontecer comigo, e eu achei que devia continuar morando nessa cidade. Talvez ela estivesse perto, por isso o sonho continuado.
Mas aí as coisas na vida cotidiana complicaram, e tive a séria impressão que realmente havia algo por trás disso. Comecei a estudar o assunto, a partir do conceito de “sonho que parece real” e “sonho lúcido”, e também a ler sobre ataques psíquicos e defesa contra eles. E por que? Porque eu estava certo que algo, ou alguém, não queria que eu encontrasse, literalmente, a mulher dos meus sonhos.
Ao estudar o assunto, li sobre técnicas de como “entrar” no sonho. Envolvia ( acho ) alguma coisa de desdobramento ou projeção astral. E fui praticando. Uma técnica que eu li, fiz até um curso depois, envolvia em se fazer a pergunta “ Eu estou dormindo ou estou acordado?” quando estivesse sonhando, aí, teoricamente, despertaríamos dentro do sonho, o que desencadearia o “ sonho lúcido”.
Em paralelo, eu estudava minhas técnicas de defesa psíquica. Eu podia sentir, intuitivamente, quem tinha más intenções ou tentava me prejudicar no trabalho, e procurava me afastar dessas pessoas ou usar alguma das técnicas para bloquear as energias negativas.
Uma vez, no início do sonho, senti uma presença ruim. Precisei usar uma técnica que me pareceu meio perigosa na época, não posso descrever aqui, mas a tal “presença” se afastou , e pude continuar o sonho. E foi justamente nesse sonho que consegui “entrar”.
A moça estava caminhando em um parque, lindíssima. Embora atraísse os olhares de quem passava, ela parecia indiferente. Eu não podia perder tempo, e me aproximei, meio sem jeito disse:
“- Olá” e ela, de maneira impossível, falou:
“- Eu estava esperando você...”
Isso foi um choque para mim! Mas procurei me manter calmo. Fui perguntar o nome dela, mas ela parecia ler meus pensamentos...(claro, era um sonho)
“- Meu nome é Regina”
Regina...eu não poderia esquecer jamais. Regina.
Fomos caminhando pelo parque, e conversamos. Tínhamos muito em comum. Gostos literários e musicais, entre outras coisas.
Começou a chover fino. Como era um sonho, arrisquei:
“- Meu carro está bem ali na esquina. Quer uma carona?” Nem perguntei se ela havia vindo com seu próprio veículo, mas isso não importava.
Fui interrompido pelo despertador.
“- Ah nãaaao!!!” Eu tentei fechar os olhos e continuar o sonho, mas nada.
Corri para ir ao meu trabalho. Durante o dia, notei um aumento da pressão e do estresse , cobrança de resultados...havia algo tentando evitar que meus sonhos continuassem. Respirei fundo, fechei os olhos e usei técnicas de mentalização para me focar no trabalho, sem permitir interferências. Algumas vezes, fazer bem o que você sabe fazer é a melhor defesa contra pessoas invejosas ou com dor-de-cotovelo.
Na noite seguinte, felizmente, o sonho continuou. Mas eu estava prevenido com duas ideias que eu tivera: uma, ter um caderno ao lado da cama, para anotar tudo o que lembrasse depois; outra, prestar atenção ao redor, e não apenas em Regina. E por que? Para tentar localizar onde era o parque, se era na mesma cidade, se havia algum prédio conhecido, alguma referência...
E foi o que fiz.
Começou a chover fino.
“- Meu carro está bem ali, na esquina. Quer uma carona?” Ela não me respondeu, apenas grudou no meu braço a me disse, sorrindo:
“- Vamos então! Não quero estragar meu cabelo” Ela falou isso, mas senti que era outra coisa. Será que ela estava sonhando comigo também todo esse tempo?
Entramos no carro, nessa época eu tinha um carro importado, e no sonho era o mesmo.
“- Onde você mora?” Perguntei, para poder levá-la.
“- Não quero ir para casa agora.”
“- Quer ir lá em casa? Podemos ouvir música , conversar mais...”
“- Tudo bem, mas só ouvir música...” Pena, achei que no sonho daria para ir direto aos “finalmentes”.
Fomos até o meu apartamento ( alugado) , mas bem decorado, eu tinha um equipamento de som muito bom, e perguntei a ela o que queria ouvir, ela falou o nome de um cantor alternativo pouco conhecido, mas que eu tinha a coleção completa dele.
“- Ah, achei que você não teria...nossos gostos são quase iguais!’
Ficamos ali, e em dado momento, eu a beijei. Ela correspondeu. Fui ousando e tentei mexer no soutien dela, mas ela não deixou, apenas sorriu e falou:
“- Não..,” mas com um sorriso, que poderia significar “talvez na próxima...”
Novamente, o despertador acabou com a festa. E, no trabalho, o previsto: encrencas surgidas “do nada”. Notei que vinham de uma determinada pessoa, que fazia comentários negativos sobre mim, mas que ao final não se mostravam verdadeiros. Só que, nesse meio tempo, deixava impressões ruins no ambiente de trabalho.
Fui falar com o cara, perguntando o motivo dele ficar falando mal de mim sem motivo algum.
A resposta dele não teve nada a ver, ele simplesmente falou:
“- Conheço um feitiço ( ele falou isso mesmo!) onde eu coloco um lenço branco em cima da cama, e eu uma semana você vai fazer tudo o que eu mandar, até pedir as contas daqui”
Obviamente, fiquei muito preocupado, e resolvi usar uma técnica que envolvia não apenas projeção astral, mas a criação de uma forma-pensamento, no caso, pensei em um grande Lobo. Meu receio era que, uma vez criada essa forma-pensamento, ela não se desfizesse após resolvido o problema, ficando como um “encosto”. Mas fiz isso nessa noite, e me tomou muito tempo, fiquei em claro, o que me deixou sem o sonho...
E se o sonho não voltasse?
No dia seguinte, curiosamente, o meu desafeto não apareceu para trabalhar. Como não era meu amigo, muito pelo contrário, não perguntei nada. Mas e se o Lobo que eu conjurei tivesse acabado com ele? Eu estava parecendo aquele personagem de gibi que mexia com magia e só criava confusão...
Bom, mas se ele tivesse morrido, apareceria no noticiário. Como esperado, o dia passou tranquilo, e notei que os colegas de trabalho também estavam aliviados, sem a presença negativa daquele cara.
Mas não sonhei naquela noite, nem na seguinte. E o cara também não apareceu no trabalho. Fiquei muito chateado, minha experiência de magia talvez tivesse estragado minha chance de conhecer Regina mais intimamente, mesmo que apenas em sonho.
No terceiro dia, resolvi perguntar, discretamente, a um colega que o conhecia melhor, o motivo dele estar faltando ao trabalho.
“ - Acho que ele teve um esgotamento nervoso...mas até foi bom, porque ele perturbava muita gente por aqui, inclusive eu...”
Nessa noite, curiosamente, o sonho continuou de onde havia parado.
Eu e Regina estávamos no mesmo sofá, e ela resolveu pedir um táxi para ir para a sua casa;
“- Mas eu posso te levar” eu disse.
“- Não dá. As coisas não são simples...”
Então, ela devia ter um marido, ou estava em um relacionamento, e não queria, ou não podia, me dizer onde morava.
Mas ela me beijou de novo antes de ir, e este foi um beijo apaixonado, nossas línguas se enroscavam , e eu acariciei o corpo dela com intensidade, inclusive ousei , apertando a bundinha dela, e ela não reagiu.
Só vi a direção que o taxi tomou, mas não peguei telefone, nada... eu só esperava que ela estivesse no próximo sonho.
Felizmente, meu trabalho sossegou. Mas, de novo, nos dias seguintes, não sonhei nada. Era como quando você conhece uma mulher e marca um encontro para dali a uma semana...era muito pouco para mim.
Passou uma semana, e aí surgiram os comentários no trabalho : O Fulano estava com mania de perseguição, e sem dormir há uma semana porque achava que um Lobo entrava no seu quarto toda noite. Então, havia dado certo...
Pensei em “desprogramar” o negócio do Lobo. Mas como? Talvez “conversando” com ele ( com o Lobo, não com o cara)...então, nessa noite ( outra noite sem sonhar com Regina), imaginei o Lobo perto de mim, e disse a ele:
“- Olha, muito obrigado por me defender...” Ele olhou para mim de um jeito que eu não pude sequer pensar em desfazê-lo; então, eu falei em pensamento:
“- Se tudo estiver calmo, fique por perto... mas se alguém tiver más intenções ou tentar me atingir, pode atacar”. E foi assim, desde então o Lobo me acompanhou e defendeu.
Mais uns dias, e o fulano retornou à mesa dele, mas nunca mais fiquei sabendo de comentários ruins sobre mim ou outros colegas de trabalho. De vez em quando, eu notava que ele olhava para mim com medo.
Voltei a sonhar na noite seguinte. Agora eu estava em um centro comercial, e encontrei Regina.
“- Que bom ver você!”
Ela me beijou nos lábios, discretamente. Segurou no meu braço, me puxando, e deixei que me conduzisse até um corredor meio vazio. Ali, ela me beijou de verdade.
“- Vi que você se livrou do espião. Onde está o seu carro?”
A coisa estava esquisita. Espião? Será que era o “feiticeiro tosco” do meu trabalho? Era ele, ou ele estava sendo influenciado por alguém ou alguma coisa?
Claro que pegamos meu carro, e eu ia na direção do meu apartamento, mas ela falou:
“- Lá não...”
“- Então... “ Ela apenas me olhou e sorriu. Resolvi dirigir até um motel. Resolvi ir a um bem legal, bem confortável.
“- Olha Regina, podemos apenas conversar, se você quiser. Mas eu tenho que ficar com você, eu sonho com você há anos!”
“- Eu sei.”
Então, chegamos ao Motel. Sentamos em um sofá e nos beijamos apaixonadamente. Mas decidi não avançar o sinal, com essa história de “espião” tinha que haver algo mais.
“- Regina...por que não no meu apartamento? E essa história de espião?”
Ela não me respondeu, apenas me abraçou e beijou prolongadamente.
“- Eu te amo muito, nunca esqueça disso” ela disse.
Acordei num sobressalto, maldito despertador...
Ela me amava. E eu sentia que era real. E se fosse apenas sonho? Alucinação criada pelo meu intenso desejo de ter uma mulher linda como aquela? Mas, sentindo isso, e vendo que o meu apartamento supostamente estava comprometido, fui procurar uma casa. Eu estava decidido a casar com Regina, então tinha que ter uma casa melhor, com jardim, quintal...
Depois que o meu trabalho ficou mais tranquilo, eu podia procurar uma casa. Mas procurei manter o máximo sigilo. Não contei a ninguém, nem aos parentes. Enfim, vi uma casa legal, após ter visitado algumas dezenas. Eu senti que poderia viver ali com Regina.
Curiosamente, tive uma série de sonhos nas noites seguintes, mas não os “sonhos lúcidos”, eu acordava e escrevia o que lembrava, mas não conseguia “entrar” neles...era como estar vendo um filme. Eu morava naquela casa com Regina, saíamos diariamente para o trabalho, íamos ao cinema, fazíamos amor ...e eu, quando concluí a compra dessa casa, procurei mobiliá-la como eu via no sonho. A casa já era toda cheia de armários embutidos, então precisei comprar pouca coisa. Mas coloquei uma cama grande igual à do sonho, cobertores e edredons...e ingenuamente ( achei isso na ocasião) deixei espaços vazios nos guarda-roupas e armários, para quando “Ela” chegasse. Quem visse isso certamente me acharia maluco.
Então, tive um novo sonho, e Regina apareceu, mais real. Consegui “entrar”.
“- Senti sua falta! “ Ela me abraçou e beijou. Curiosamente, estávamos no apartamento anterior, do qual eu já havia me mudado. Não perdi tempo e a beijei, e fui tentando tirar o soutien dela. Ela relutou, eu disse que não faria nada que ela não quisesse.
“- Sei...” ela falou, mas deixou que eu fosse em frente. Soltei o fecho do soutien e fui acariciando os seios dela, ela ficou toda arrepiada, suspirando. Devagar, fui tirando a blusa dela, e ela ficou nua da cintura para cima, maravilhosamente linda. Ela deixou que eu retirasse os seus sapatos e a saia, e continuamos nos acariciando. Eu a beijava inteiramente.
Eu sabia que era um sonho, mas intensamente real. Do sofá, fomos para a cama, onde retirei sua calcinha. Notei que ela estava preparada para isso, pois havia se depilado inteira. Fui descendo dos seios até as coxas, que beijei e lambi, beijei e acariciei os pés perfeitos, depois passei para a bucetinha, beijando os grandes lábios, e o clitóris. Lambi e chupei a bucetinha dela, ela tremia.
Ela falou alguma coisa sobre dificuldade em gozar, eu pedi a ela que se acalmasse e relaxasse. Demorou, mas afinal ela gozou, teve um orgasmo muito intenso, apertando com força minha cabeça entre suas coxas, segurando meus cabelos, estremecendo inteira.
A seguir, penetrei sua bucetinha com meu cacete, beijando-a, beijando seus seios, ah, como eu havia esperado por isso!!!
Ela gozou várias vezes. Enfim, relaxou e adormeceu ao meu lado.
Se era só um sonho, por que não foi na casa nova, que estava em meus pensamentos nos últimos dias?
Acordei antes do despertador.
Eu precisava encontrar Regina, ou descobrir se eu estava apenas delirando.
CONTINUA
Reginha... realmente...tem razão!
Sofisticada, ela... Um champanhe não faria nada mal.