Eu sonhava há muito tempo com uma belíssima mulher, seu nome era Regina. No início eram sonhos comuns, depois se tornaram aqueles sonhos com continuação, onde recomeçam de onde parou ...e aí passei a ter os “sonhos lúcidos”. ( Ver o episódio anterior)
Talvez não houvesse nenhuma Regina, talvez fosse apenas uma criação da minha mente, mas era muito, muito real para mim. Nos sonhos, tentei observar lugares ou coisas que pudessem me dar uma localização. Consegui, após pesquisar fotos na Internet, saber qual o parque onde havia falado com ela. Depois, o centro comercial...lugares onde eu nunca havia ido, mas eram reais, e ficavam no mesmo bairro.
Naquela noite, eu estava dormindo, e de repente ouvi grunhidos ferozes, era o Lobo que eu havia “conjurado”, lutando contra algo ou alguém. Mas não vi nada. Quando consegui dormir, caí direto em um novo sonho lúcido.
Agora, eu estava em uma praia naturista, em uma cadeira de praia. E vi Regina chegando, totalmente nua, belíssima.
“- Amor... você cochilou... tudo bem?”
“- Tudo...” Não falei que achava que aquilo era só um sonho, estava tão bom que eu queria apenas aproveitar. Ficamos bebendo creveja e conversando...
Depois que ela tomou bastante sol, para manter seu bronzeado total, sem marcas, fomos para nossa cabana ( ela foi indo na frente) e tomamos uma ducha, depois deitamos. Ela me abraçou e me beijou docemente. As carícias foram aumentando, e então penetrei sua bucetinha, ela gozou gostosamente.
“- Ai amor, te amo tanto!”
Depois, penetrei o cuzinho dela, batendo as bolas nas nádegas dele, e dando tapas, ela me disse que gostava . Ela teve vários orgasmos. Gozei gostoso dentro dela. Depois de relaxar um pouco, voltamos para a praia.
Acordei desse sonho me sentindo muito bem, cheio de energia.
Fui trabalhar normalmente, mas após o trabalho, fui verificar pessoalmente o tal parque e o centro comercial.
Fiquei algum tempo nos dois lugares, mas não vi nem sombra da mulher dos sonhos. Talvez fosse realmente só minha imaginação... como é que uma mulher belíssima daquelas iria “amar tanto” um cara comum como eu?
Aí me dei conta... se ela trabalhava, talvez só fosse a esses lugares nos finais de semana. Ou após o expediente.
No sábado seguinte, resolvi ir àquele centro comercial. Almocei lá, observando as lojas, tentando vislumbrar Regina.
Vi um casal à minha frente, parecia ser ela. Acelerei meu passo, disfarcei , mas não era Regina. Eu queria ver essa mulher, mas passava tanta gente, e nada.
Passaram algumas horas, precisei comprar algumas coisas para os seguranças não desconfiarem...e andava com as sacolas, assim eu passaria apenas por um cliente meio indeciso, que ia e vinha pelos corredores.
Eu me sentia um idiota. Procurando uma mulher que eu nem sabia se existia, e pensando que iria encontrá-la na minha primeira ida a um lugar que eu vira apenas em sonho. Mas era aquele lugar, e era igual ao que eu havia visto nesse mesmo sonho.
Decidi ir para casa, e retornar outras vezes lá. Pelo menos, caminharia um pouco, faria um lanche, compraria alguns objetos para decorar a casa...
Então eu a vi. Era Regina, com toda a certeza!
Mas ela estava acompanhada... e, coisa muito curiosa... Ela usava uma coleira dourada no pescoço , com uma argola presa a uma fina corrente de ouro, ligada ao cinto do seu acompanhante. E uma tornozeleira dourada. O homem era um Negão alto e musculoso. Eles vinham no sentido contrário, pelo corredor. Ela me viu, e teve um sobressalto. Sorriu timidamente e abaixou o olhar. Em seguida, apontou uma vitrine, o que fez o Negão olhar para o outro lado.
Senti que deveria me afastar logo, então virei o rosto para não dar na vista, e entrei em uma loja qualquer.
O susto dela me provou que ela me reconheceu, certamente também sonhava comigo! Mas tinha esse relacionamento com aquele homem.
E a corrente? Era um sinal de submissão? De dentro da loja, vi que ela olhou na minha direção quando ele não estava olhando, e sorriu novamente, piscando um olho. Mas com a mão, fez um gesto como se fosse “some daqui”. O que fiz imediatamente.
Fui para casa e pesquisei , primeiro sobre a tal corrente e tornozeleira, era um símbolo de dominação, e de algumas seitas . Depois, se era possível que duas pessoas se encontrassem e namorassem em sonhos lúcidos. Li algumas histórias, algumas tristes, onde o casal só se encontrou no mundo real após muitos anos. Noutra, o homem havia morrido e ela ficou sozinha.
Fui deitar pensando nisso. Mas, devido ao que havia acontecido anteriormente, acendi incenso, fiz algumas visualizações de proteção, e “conversei” com o meu Lobo.
Dormi e sonhei. No sonho, eu estava naquele mesmo lugar, o centro comercial, e vi Regina pedindo para ir ao banheiro ( assim pareceu) , enquanto o seu acompanhante entrava em uma livraria. Ela segurava a corrente na mão. Fui na mesma direção.
No corredor que dava para os banheiros, cheguei perto dela, ela segurou no meu braço, me beijou rapidamente, dizendo:
“- Amor, tome cuidado!” E colocou algo no bolso do meu paletó.
Acordei nesse momento. Não tive tempo de ver o que ela havia colocado no meu bolso, no sonho. Teria que esperar a noite seguinte, e rezar para que houvesse algo no bolso do paletó.
Eu precisava trabalhar, mas dirigi pensando naquilo o tempo todo...
Cheguei no meu local de trabalho, felizmente tudo corria bem desde que meu lobo começara a me proteger, e as finanças também estavam em ordem. Só me faltava uma namorada...ou melhor, faltava Regina na minha vida.
Eu estava trabalhando normalmente, e fui pegar um lenço de papel no bolso do meu paletó, sempre carrego alguns. Qual não foi a minha surpresa quando, dentro do bolso, peguei alguma coisa diferente... era um cartão de visitas. Nele, estava escrito “Nguvu Ya Kiume – Escritório de Advocacia”, com os dados do advogado, pelo nome devia ser o Negão... mas, atrás, escrito com letra apressada, havia um endereço , uma data e horário. Era impossível!
Uma colega que trabalhava à minha frente me falou:
“- Nossa, você está pálido!! O que houve?”
“- Ahn...nada...acho que comi algo ontem que não me caiu bem...”
Mas era impossível!! Um sonho não poderia ter colocado nada no meu bolso!!
Olhei de novo o que estava escrito, sem acreditar: o endereço, a data e a hora. Regina queria me encontrar , mas havia colocado o cartão no meu bolso em um sonho!!
Eu estava ficando maluco, só podia ser...ou então... Revi todos os meus passos naquele centro comercial. Será que ela não havia passado por mim antes e colocado o cartão no menu bolso sem eu perceber?
Mas a ideia do sonho lúcido se entremeando com a realidade era provável, afinal eu já havia feito uma forma-pensamento para me defender...e como é que Nietzsche dizia mesmo? “ Quando você olha para o Abismo, o Abismo também olha para você”, ou seja, ao entrar nesse meio mágico, a magia aparece em toda parte.
Não sonhei com Regina naquela noite, nem na outra. Talvez, tendo-a visto em carne e osso, o sonho se desvanecesse. E talvez ela quisesse apenas se encontrar comigo para dizer que era casada e não poderia mais me encontrar, nem em sonho.
O dia e a hora marcada chegaram, tive que sair um pouco antes do meu trabalho, para não me atrasar. Era um endereço em um bairro nobre da cidade, acho que só haviam casas lá. Fui o mais rápido que pude. Cheguei quase na hora exata... logo eu, que gosto de chegar antes nos lugares. Fui olhando, eram casas luxuosas...
Pensei em parar um pouco antes e caminhar até o local, para não dar na vista, mas agora sim, tive o maior choque da minha vida...
Era ela! Regina estava na calçada, belíssima, mas com um ar preocupado, e tinha uma mala pequena, dessas de viagem que se leva dentro do avião, e uma bolsa grande.
Fui até lá, e ia descer do carro para abrir a porta para ela, mas ela abriu a porta de trás, jogou a mala e a bolsa, abriu a porta do passageiro, fechou rapidamente e disse:
“- Vamos, mas não corra para não dar na vista!”
Fui devagar naquela quadra. Quase na esquina, ela gritou:
“- Cuidado!!”
Freei de soco, um caminhão passou em alta velocidade, furando o sinal!
“- Precisamos ter muito cuidado”, ela disse.
“- Mas como? E o seu marido?”
“- Você é o meu marido.” Ela disse isso com convicção...mas era impossível!
“- Ah tá...e o Negão?” Falei, meio sem jeito.
“- Não dá pra falar agora. Precisamos ir.”
“- Pra onde?”
“- Para a nossa casa. Mas não dá para ir direto, temos que despistá-lo”
“- Quem? O Negão?”
“- O nome dele é Nguvu, eu dei a você o cartão”
Nisso , meu telefone tocou, estava no banco do passageiro. Regina havia sentado em cima. Ela, tranquilamente, ergueu um pouco o corpo , pegou o telefone e atendeu!”
“- Regina...pode ser do meu trabalho...”
“- É o Walter.”
“- Passa para mim, por favor...” Ela não passou, atendeu tranquilamente.
“- Oi, ele não pode atender agora... quem eu sou? Sou a ...namorada dele.”
Eu não estava entendendo. Ela falou em marido, agora namorada... eu estava doido, ela estava maluca...
“- Hmmm...sei...não, ele não vai...nós não vamos poder ir a esse pub hoje à noite. Temos outras coisas para fazer....Tá, eu aviso.”
“- Regina... eu ...te amo...mas Walter é meu amigo. A gente sempre sai para ir beber e conversar...”
“- Amor... eu estou nos livrando de muita encrenca. Hoje era o dia em que Meister ia falar sobre a Irmandade.”
“- Aimeudeus! Que Irmandade?”
“- A mesma Irmandade de Nguvu!!”
“- Mas você está com ele!!!”
“- Estava, porque o FILHO DA PUTA alterou toda a nossa realidade! “
“- Nossa... alterou a realidade?” Parecia absurdo...
“- Vire aqui. Vamos fazer de conta que você mora nesta casa.” E apontou uma casa qualquer.
“- Mas COMO eu vou fazer de conta que moro nessa casa?”
“- Tente relaxar e ver mentalmente, como se fosse em uma tela de cinema. Nós dois entrando nessa casa, Consegue fazer isso? ”
“- Consigo. Treinei muito para conseguir entrar no “Sonho Lúcido”. E para criar o Lobo.
“- Só que não era sonho lúcido. Você estava saindo do sonho para entrar no mundo real.”
“- Epa, não estou entendendo nada”
“- Este é que é o sonho, controlado por Nguvu. A realidade alternativa. Eu sou real, sempre fui real.”
“- Ah não...”
“- Claro que é confuso, agora as realidades estão se misturando. Mas continue, crie o pensamento que moramos nesta casa...”
“- Tá, estou vendo a gente morando aqui.”
“- Então vamos, isto deve confundir quem estiver tentando nos seguir.”
Dei mais umas voltas, repetindo o processo. Então, segui para a minha casa. Quando chegamos perto, ela falou:
“- Não acredito que você conseguiu comprar exatamente a nossa casa!”
“- Como assim?”
“- É aquela ali!”
“- Você viu no sonho?”
“- Não...é a nossa casa...mas acho que vai ser difícil explicar.”
Abri o portão eletrônico, e entramos.
Ela pegou a mala e a bolsa, correu para o quarto, e deitou na cama.
“- Ai amor, que bom! Estamos de volta!”
Fui mostrar a ela os espaços que eu havia reservado exclusivamente para ela.
Agora a coisa complicou. Todos os armários e guarda-roupas estavam com as coisas dela, como se ela já morasse ali há anos.
“- Mas ...”
Ela me abraçou forte e me beijou apaixonadamente.
“- Estamos de volta!!”
Era dia, mas ouvi o grunhido do Lobo.
“- É o seu Lobo?” Ela perguntou.
“- Você consegue ouvir?”
“- Consigo.”
Procurei observar com cuidado na direção dos ruídos. Pareceu-me ver um vulto alto, com a perna presa pela boca do Lobo.
“- Pode morder à vontade, Lobo!! Acabe com essa coisa!!”
Ouvimos mais uns grunhidos, e o vulto desapareceu.
“- E agora?” Falei.
Regina continuava abraçada em mim.
“- Agora é só esperar a noite passar, não encontraremos com Meister e não entraremos para a Irmandade. E viveremos uma vida normal , sem aventuras malucas, sem vultos rondando por aí...”
“Que aventuras malucas??”
“- Deixa pra lá meu amor, vem cá que eu quero te pegar de verdade!”
Ela começou chupando gostosamente meu cacete, me beijando inteiro, e fiz o mesmo com ela. Beijei-a dos pés à cabeça, demorando nos pezinhos , onde ela adora carícias. Depois, ela cavalgou o meu cacete, gozando bem forte.
Passamos para o cuzinho, comer a bundinha é algo que ela gostava muito ...ficamos assim por horas, até relaxar.
Finalmente, fomos dormir.
FIM