Revanche incestuosa

Revanche incestuosa
Ricardo não se lembrava de absolutamente nada daquela época, pois contava pouco mais do que cinco anos de idade quando sua mãe e suas irmãs, poucos anos mais velhas, flagraram seu pai passeando com a outra família num shopping num sábado às vésperas da Páscoa. Sua reminiscência mais antiga ia até aquele dia em seu pai chegara em casa no início da noite e ele e suas irmãs tiveram que ir até o quarto delas e ficarem ali, por ordem da mãe, enquanto uma discussão ferrenha entre seus pais, com gritos e choros, se desenrolava no andar de baixo da casa. Ricardo também teve vontade de começar a chorar, especialmente quando olhava para as expressões nos rostos de suas irmãs, que pareciam estar compreendendo o que estava acontecendo e, se mostravam profundamente abaladas por algo que ele era incapaz de decifrar. Aquele dia o marcou por ter sido o dia em que seu pai veio se despedir dele, logo após o fim da briga. O que ele não sabia era que aquele abraço um tanto quanto frio, com o qual seu pai o envolveu enquanto as lágrimas desciam de seu rosto infantil, seria o último que receberia dele debaixo daquele teto, uma vez que ao cruzar a porta com malas e pertences que havia carregado até o carro, nunca mais regressou.
As coisas foram se aclarando em sua mente à medida que crescia ouvindo ora a mãe, ora os avós maternos, ora os vizinhos e ora os parentes se referirem ao seu pai em termos sempre pejorativos e de censura. A vilania dele ia tomando proporções cada vez mais funestas quanto mais ele começava a compreender a vida. Aquele sábado fatídico do qual ele quase nada sabia, havia selado seu futuro e o de sua mãe e irmãs para todo o sempre. Aquela mulher, Denise, e aquele garoto um ano mais velho do que ele, Vitor, que ele veio a conhecer meses depois, eram a segunda família de seu pai. Ricardo levou um tempo para entender quem de fato eram essas pessoas, mas logo descobriu que elas haviam lhe privado do convívio com seu pai que, à época, ele idolatrava como a um herói. Foi essa ligação que talvez o levou a frequentar a nova casa do pai com muito mais frequência do que suas irmãs, que sempre se recusavam a passar os finais de semana com o pai e a família número dois quando ele os vinha buscar.
Ele também levou um bom tempo antes compreender o que significava aquela expressão contrariada sempre presente na cara da Denise quando ele ia passar uns dias na casa dela; bem como o motivo de ela sempre o tratar friamente, quando não lhe censurando por qualquer coisinha, ralhando com ele quando surgia uma desavença banal entre ele e o Vitor, ou quando o pai lhe dava um pouco de atenção na frente deles. Primeiramente ele desenvolveu medo dela, depois uma rejeição crescente e, finalmente, na adolescência, um ódio mortífero, que fazia brotar dentro dele um lado obscuro e tenebroso que só queria ver aquela mulher sofrendo as mais terríveis agruras. Ricardo passou a colaborar ativamente para as desgraças daquela mulher, regozijava-se quando o pai discutia com ela, muitas vezes por razões que ele havia criado sorrateiramente para que o pai não o percebesse, jogando exclusivamente sobre a mulher a culpa pelos fatos. Com o Vitor ele usava do mesmo estratagema, fazendo parecer que o vilão era sempre seu meio-irmão e, quando este levava uma surra, Ricardo disfarçava sua felicidade diante da desgraça alheia.
Esses pequenos sofrimentos pelos quais via aquelas pessoas passarem eram uma forma de se ver recompensado por tudo que havia mudado em sua casa. O sorriso e a alegria de viver que pareciam ter desaparecido da fisionomia de sua mãe, a repentina falta de dinheiro que obrigou que ele e suas irmãs passassem a depender da compra de roupas em brechós, dos natais e datas comemorativas com os quais tinham que se contentar com alguma lembrancinha dada pelos avós ou parentes como se fossem uma esmola, a mobília e a manutenção da casa que ia cada dia carecendo de mais cuidados e iam se tornando desgastados e envelhecidos, enquanto na casa da Denise tudo era substituído por mero capricho e não por necessidade, tudo estava ligado àquele dia em que seu pai os deixou por aqueles estranhos. Ricardo queria se rebelar, queria jogar na cara do pai toda sua inconformidade com a situação, queria mandar aquela vadia e seu rebento à merda, mas sua índole pacata e a certeza de que haveria um contraponto com consequências que iam acabar respingando nele próprio, em sua mãe e suas irmãs, o impedia de tomar qualquer atitude drástica. Convencido de que a tática da guerrilha que vinha empregando seria a melhor forma de minar a vida daquelas pessoas, ele se comportava como um filho exemplar. Graças a isso, seu acesso à casa do pai estava sempre aberto, embora a Denise fizesse de tudo para lhe provar o contrário.
Até o destino parecia conspirar a seu favor. Ele e o Vitor estudavam no mesmo colégio, o meio-irmão tinha dificuldade com as matérias, havia sido reprovado um ano e, apesar de mais velho estava na mesma classe que o Ricardo, o aluno com as maiores notas da turma. Para evitar os gastos com professores particulares tentando enfiar na cabeça mimada do filho bastardo, o pai obrigara a Denise a engolir a sua presença constante naquela casa para desempenhar o papel de instrutor do filho preguiçoso. Vitor era um bonachão, o coitado no início também não sabia que sua felicidade tinha sido construída sobre a desgraça alheia. Com o passar dos anos e, a situação consolidada, ele via com bons olhos a presença daquele meio-irmão a quem se afeiçoara sinceramente. Nem a opinião da mãe o convencia do contrário e, aos argumentos dela ele sempre tinha uma resposta pronta na defesa do Ricardo. Mesmo tendo levado inúmeras surras na infância por conta das artimanhas do meio-irmão, ele encontrava nele um apoio para suas próprias carências. Na adolescência, com os hormônios fervilhando, aquele corpo languido, esguio, com uma aparência perturbadoramente misógina e aquela bunda tentadoramente carnuda do Ricardo o levava a ter pensamentos libidinosos e carnais, que o jeito doce e inocente do meio-irmão só deixava ainda mais sedutores. Aos dezoito anos, quando não podia ver um buraco sem sentir uma comichão de enfiar sua pica nele, sonhava em comer o cuzinho do Ricardo, era mais que um sonho, um delírio, era uma obstinação quase doentia.
Ele era esperto, já tinha notado o interesse predatório e lascivo do Vitor sobre seu corpo, e viu nisso mais uma arma da qual podia se valer para devolver todo o mal que lhe fizeram. A mesma sanha sexual que identificara no meio-irmão estava presente em seu pai. Agora ele sabia o que o tinha feito constituir uma segunda família, a disseminar aquela infelicidade e os problemas vividos por ambas, a devassidão carnal do pai, um sujeito que carregava nos genes uma herança pouco digna. Apesar do nome, Yves Medeiros du Bonnett, ele trazia o que pior podia haver em sua ascendência francesa, dos tempos longínquos das incursões daquele povo pelo território nordestino brasileiro. Baiano de nascimento, trouxe na bagagem genética a inconsequência, a malemolência, o caráter dúbio, a torpeza da miscigenação de gerações que culminou por constituir aquele povo. Não era fácil de admitir, mas essa mistura explicava muito do comportamento de seu pai, bem como muito de suas características físicas. A ancestralidade francesa havia embranquecido a miscigenação baiana, restando, no entanto, os cabelos crespos. Mas, não era preciso ir mais longe do que sua avó paterna para constatar de onde eles vinham. A mesma origem parecia ser a responsável por aquele furor incontrolável de manter o sexo dentro das calças que, acabou ganhando o reforço francês pelo assanhamento travestido de romantismo com o qual não tinha dificuldade alguma de levar as mulheres para a cama. Por vezes Ricardo se perguntava se era mesmo filho daquele homem, com o qual o passar dos anos o fez notar diferenças cada vez maiores. Não se assemelhavam nem física nem moralmente. Seus traços, assim como os de suas irmãs, tinham uma forte influência materna. Pouco se via daquele homem neles. Contudo, Ricardo acreditava que boa parte do que sentia em seu peito em relação ao pai e sua nova família, podia ser atribuído à herança paterna. Era dali que parecia brotar aquela raiva, aquele desejo de vingança, aquela vontade de remediar o prejuízo que ele, sua mãe e irmãs sofreram por conta dessa tresloucada atitude de seu pai. Se isso fazia parte de sua personalidade, ele a usaria a seu favor, sem medir as consequências, nem se arrepender de seus atos.
Em meio a todas essas mazelas, Ricardo ainda descobriu sua homossexualidade. Para um adolescente cuja vida já não era nenhum mar de rosas, essa descoberta mais parecia um castigo do que algo do qual pudesse se orgulhar. Como quase tudo em sua vida, ele demorou a identificar e dar um nome para aquilo que o perturbava quando via um colega de escola desenvolvendo músculos, ficando sensualmente peludo, ganhando um rosto anguloso no qual crescia uma barba, notar, após a prática de esportes, debaixo dos chuveiros, aqueles cacetes se avolumando e encorpando entre as pernas da molecada. Enquanto ele parecia estar ficando para trás, com seu corpo se definindo embora sem muitos pelos, e despertando o interesse dos colegas por seu rosto expressivo e bonito, por suas coxas grossas e lisas que sustentavam uma bunda enorme e redonda, foi entendendo que seria diferente deles. Tornou-se tímido e um tanto retraído, por não conseguir mais competir de igual para igual com aquela molecada que ia adquirindo força física e quase sempre o derrotava nos esportes dos quais participava. Longe de o excluírem, o que era mais perturbador, eles o queriam por perto, eles o queriam tocar, eles o queriam nu debaixo dos chuveiros, eles o perturbavam com observações libidinosas, eles o desejavam sexualmente. Afora alguns abusos, ofensas e gozações, no geral ele curtia aqueles desejos carnais que via brilhando nos olhares da molecada. Conscientizou-se de que era um gay, e precisava aprender a ligar com mais essa característica de sua personalidade da melhor forma possível. Entre se conscientizar de sua situação e abri-la para o mundo havia um abismo a ser transposto, e isso ele deixaria para mais tarde, o mais tarde que pudesse.
Aos poucos, aquelas tardes passadas a sós no quarto com o Vitor debruçados sobre apostilas, fórmulas matemáticas, químicas e físicas, iam se tornando quase uma tortura para se livrar o assédio de seu meio-irmão. O descarado o importunava com uma mão boba que não parava de apalpá-lo, com a verbalização de sacanagens, com a exibição daquela estrovenga cabeçuda que parecia brotar do chumaço de pentelhos densos e negros entre suas coxas peludas, com a revelação de flagrantes ereções que ele jurava serem motivadas por suas nádegas apertadas debaixo de suas roupas, as quais tentava arrancar para ter acesso à sua intimidade. Ricardo pensou em parar de frequentar aquela casa, de deixar seu irmão se foder sem sua ajuda com as matérias, de revelar ao pai o assédio que sofria, enfim, de pôr um ponto final naquilo de alguma forma. Mal havia parado de aparecer na casa do pai, já foi alertado por este de que era sua obrigação enquanto irmão de ajudar o Vitor com os estudos. Deixou de se empenhar se o irmão tinha ou não assimilado as matérias, apenas cumpria sua jornada de estudos ao lado dele, conforme havia exigido o pai. Abordou o assunto do assédio que vinha sofrendo, mas o pai foi categórico ao afirmar que essa era mais uma de suas atitudes mimadas que já deveria deixar de lado por não ser mais nenhuma criança. Em resumo, nada mudou. Ou quase nada, não fosse esse quase, uma curiosidade por descobrir o sexo e, um desejo que começava a queimar dentro de suas entranhas, fazendo com que seu cuzinho começasse a piscar cada vez que o Vitor se aproximava dele com aquele corpão quente e afervorado pela concupiscência.
Ricardo fez dezoito anos. A mãe achou que a data não poderia passar em branco. Junto com as filhas organizou uma festa surpresa, algo simples, bem ao estilo e gosto do filho que nunca fora de muita badalação, apenas alguns parentes, obviamente apenas de seu lado da família, alguns colegas do colégio com os quais Ricardo ainda mantinha amizade e, uns poucos da faculdade onde acabara de ingressar junto com o meio-irmão, uma vez que este decidira seguir a mesma profissão. Embora estudassem novamente na mesma turma, Vitor não fazia parte do seleto grupo de convidados. A grande surpresa da festa foi o namorado que sua irmã trouxe pela primeira vez para dentro de casa, Marcelo. Ela o havia conhecido há poucos meses na fila de um show. Começaram a se encontrar e acabaram engatando um namorico sem pretensões, por isso sua irmã relutava em apresenta-lo à família. A primeira troca de olhares entre Ricardo e Marcelo, enquanto apertavam as mãos ao serem apresentados um ao outro, não podia ser mais profunda e significativa. Ricardo sentiu como se um cataclismo atravessasse seu corpo quando aquela mão forte e quente envolveu a sua. Algo indecifrável aconteceu com o Marcelo quando seus olhos viram aquele brilho tímido, mas avassalador nos olhos verde-citrinos do Ricardo, o qual se intensificou ao ter aquela mão macia encaixada na sua.
Aquela impressão que o Marcelo havia deixado nele, inicialmente fugaz, repentinamente não lhe saia da cabeça. Marcelo era cinco anos mais velho, aos vinte e três anos era um homem feito. Não lhe restava mais nenhum traço adolescente. Alto, corpo muito bem estruturado e musculoso, rosto jovem e tremendamente másculo, cabelos charmosamente desalinhados e um sorriso que se formava naqueles lábios vermelhos que deixava Ricardo em êxtase, cada vez que se moldava naquele rosto viril. No entanto, ele não se esquecia de que Marcelo era o namorado da irmã, portanto, um território ao qual ele não podia ter acesso. Com os passar dos meses, conformou-se com a amizade que cresceu entre eles. Marcelo nunca demonstrou nenhum interesse que não o de camaradagem para com o irmão de sua namorada. Mesmo assim, ambos se sentiam muito próximos um do outro, a ponto de confiarem e partilharem coisas íntimas nas conversas que tinham. Foi dessa maneira que Marcelo foi descobrindo o relacionamento que Ricardo tinha com a nova família de seu pai, uma vez que para a namorada aquelas pessoas não existiam. Certa ocasião e, por acaso, Marcelo encontrou Ricardo e Vitor juntos. Ricardo os apresentou inocentemente, sem saber que dali em diante os dois o aporrinhariam com algo que Ricardo não conseguia entender.
O namoro de sua irmã com o Marcelo terminou pouco mais de um ano depois, quando ela veio a conhecer e se apaixonar verdadeiramente pelo homem que viria a ser seu marido. Nesse interim, Marcelo e Ricardo praticamente deixaram de se ver, limitando-se a umas poucas trocas de mensagens no celular. Só voltaram a se encontrar numa balada, quando Ricardo conheceu a garota que o Marcelo estava ficando. Combinaram de se encontrar no dia seguinte, para colocar o papo em ordem. A sugestão partira do Marcelo, o que deixou Ricardo feliz e, ao mesmo tempo, intrigado. Quem deixa uma garota ficante plantada em pleno sábado e vai bater papo com o irmão da ex-namorada? Que importância isso tinha, pensou Ricardo, se aquele homem atraente parecia ter ficado ainda mais charmoso e estupendamente másculo no período em que ficaram sem se ver? Combinaram um cineminha, uma pizza depois da sessão que terminou pouco antes da meia-noite.
Talvez o papo mais prazeroso que o Ricardo já tivera com alguém não queria terminar, apesar do avançado da hora e, dos garçons praticamente os enxotarem porta afora para poderem fechar o estabelecimento. Marcelo dirigia o carro que, ao Ricardo se dar conta, descia a serra rumo ao litoral. Ele não se atreveu a perguntar qual seria o destino final daquele percurso que o facho potente dos faróis cortava na escuridão da estrada sinuosa, especialmente, porque a mão do Marcelo, de um momento para o outro, pousou pesada e firme sobre sua coxa, fazendo-o estremecer até a raiz dos cabelos. Será que estamos querendo a mesma coisa, questionou-se, abismado com a constatação. A resposta veio tão logo Marcelo fechou a porta atrás de si, quando entraram no apartamento de praia de sua família e, tomou o corpo aturdido do Ricardo nos braços e o comprimiu contra a porta, ao mesmo tempo em que colava sua boca na dele. No escuro, percorreram o caminho que os levou à cama, onde chegaram praticamente nus. Ricardo ainda não acreditava que suas mãos podiam passear por aquele corpão musculoso e peludo tão lascivas e devassas quanto sua imaginação permitia. Em meio à excitação sentia um temor inexplicável, um desejo de que aquele homem o possuísse, lhe tirasse a virgindade, lhe penetrasse o cuzinho ensandecido e piscante. Ao acender a luz ao lado da cabeceira da cama, Marcelo viu naquele olhar doce que o encarava assombrado, o mesmo desejo que ardia no corpo dele. Beijaram-se muitas e demoradas vezes, sem dizer nada. Nenhuma palavra seria capaz de expressar o que estava acontecendo dentro deles, então, para que valer-se delas? As peles sensíveis e arrepiadas, o tremor que percorria seus corpos, os músculos que se retesavam eram mais do que suficientes para expressar o que queriam. Marcelo tirou a benga da cueca bem diante do rosto do Ricardo, a ponto de ele conseguir sentir o aroma viril que emanava dela. Com um cuidado e uma delicadeza que jamais pensou existir em suas mãos, Ricardo a segurou e a levou aos lábios. Um gemido de luxuria escapou da boca do Marcelo quando ele os fechou ao redor daquela cabeçorra úmida, cujo sabor quase fez seu cuzinho começar a convulsionar. Ricardo a sugou carinhosamente, sorvendo aquele fluido transparente de sabor ligeiramente salgado que minava aos borbotões após seus lábios terem tocado naquele cacetão que pulsava cada vez mais forte entre seus dedos, expandindo-se colossalmente. As mãos intrépidas do Marcelo o agarraram pelos cabelos, afundaram seu rosto naquela pentelhada densa, meteram a pica rija na sua goela fazendo-o perder o fôlego.
- Mama minha caceta, tesão! – grunhiu o Marcelo, enquanto Ricardo tentava desesperadamente respirar com aquela jeba entalada em sua garganta.
Embora nunca tivesse feito aquilo, Ricardo se empenhou em saborear o pinto do Marcelo com um carinho que jamais dedicou a alguém antes. Lambeu-o, sugou-o, chupou-o por toda sua extensão, fez com que a ponta de sua língua deslizasse sobre aquele emaranhado de veias saltadas por onde conseguia sentir o sangue correr latejando, enquanto o Marcelo soltava o ar estridentemente entre os dentes cerrados, contorcendo-se de prazer. Ricardo jamais pensou que tivesse tanto poder sobre um homem ao fazer aquele boquete que lhe dava tanta satisfação. Marcelo o privava da rola cada vez que sentia estar a ponto de gozar, o que não o demovia de seu intento de extrair dela o sumo que estava ansioso por saborear.
- Desse jeito, você vai me fazer gozar na sua boca! Tesão do caralho! – exclamou num grunhido agoniado quando estava prestes a ejacular naquela boca aveludada e quente que o afagava.
- Goza! Deixa eu sugar seu leite! – balbuciou o Ricardo, interrompendo brevemente o boquete.
- Quero gozar no seu cuzinho! – afirmou o Marcelo com uma expressão libidinosa e predatória no olhar. – Dá esse tesão de bunda para mim, dá! – suas palavras nada mais eram do que grunhidos de um macho sexualmente alvoroçado.
Ricardo segurou brevemente aquele rosto hirsuto em suas mãos, encarou-o com uma brandura sem igual e pousou um beijo tórrido naqueles lábios. Ambos sentiram como se seus corpos fossem se diluir um no outro. Marcelo virou Ricardo de bruços, abriu aquelas coxonas lisas, quase gozou ao ter aquelas nádegas carnudas e separadas por um sulco tão fechado que não se conseguia ver seu fundo ao alcance das mãos, e do que mais lhe aprouvesse. Apartou-as lentamente expondo a diminuta rosquinha rosada que se camuflava no rego lisinho, quase ensandeceu ao vê-la piscando de desejo por ele. Mordiscou a pele lisinha das nádegas, ora aqui, ora acolá, deixando marcas indeléveis de seus dentes cravadas naquela alvura virginal. Ricardo se agitava sobre a cama, gemia de puro tesão. Marcelo lambeu a rosquinha pregueada, o que fez Ricardo soltar quase um gritinho, expressando todo o tesão que o acometia. Marcelo nunca tinha deflorado um cu, estava tão afoito para fazê-lo que foi incapaz de controlar a força e a sanha que sentia por aquele orifício imaculado. Ele pincelou a cabeça da pica ao longo do rego, umedecendo-o com seu pré-gozo, apontou-a sobre a fendinha cobrindo-a completamente de sua visão, forçou-a contra a roseta de preguinhas que se contraiam alucinadamente, ouviu o gemido que escapou da boca apreensiva do Ricardo, excitou-se com isso. Usando de uma força desmesurada por não se tratar de uma mulher com a qual deveria amenizar sua investida, forçou mais uma vez a glande estufada sobre as preguinhas, enfiando parte de seu membro rijo como uma rocha naquela carne macia, úmida e quente, ao mesmo tempo em que sua mão sufocava o grito que escapou da boca do Ricardo. Este sentiu sua carne se rasgando ao se distender até o limite de sua elasticidade, ainda insuficiente para permitir a passagem daquele cacete grosso que o invadia. Por uns segundos pensou em pedir que Marcelo o soltasse, mas assim que sentiu a verga pulsando entre seus esfíncteres rotos, tomou-se de uma paixão por aquele homem que o convenceu a se entregar de corpo e alma àquele invasor, que sabia estar ensandecido e tomado de amores por ele. Enquanto continuava a meter seu falo naquele cuzinho apertado, Marcelo enfiava dois dedos na boca do Ricardo para mantê-lo ocupado e distraído chupando-os e, sublimando a dor com a qual o impingia. Nenhuma buceta se comparava ao que seu membro estava sentindo mergulhado naquela maciez incrivelmente estreita e apertada, nem mesmo o cu descabaçado de um antigo vizinho que fodia com certa frequência, assim que seus hormônios o fizeram procurar por orifícios onde pudesse despejar toda sua voracidade sexual. Enquanto Ricardo gingava o corpo debaixo do seu, gemia lasciva receptivamente, entregava-se por inteiro a sua avidez, Marcelo se deu conta de que ele era único, de que o que sentia por ele nunca tinha sentido antes, de que o queria por toda uma vida.
- Amo você, seu viadinho tesudo! – grunhiu junto à orelha dele, enquanto a mordiscava e descarregava toda sua gana naquele cuzinho acolhedor.
Ricardo pensou em responder que também o amava, no entanto, será que ele sabia o que é o amor de verdade? Sua cabeça se encheu de dúvidas. Havia tantas pessoas que juravam o amor, havia casais que o alardeavam aos quatro ventos para depois enganarem, atraiçoarem e se separarem como havia feito seu pai. Tudo o que ele sentia pelo Marcelo ficaria guardado em seu coração. Não seria uma foda, nem a primeira e mais maravilhosa que um homem pudesse lhe dar, que o faria confessar seu amor, que naquele momento lhe pareceu sua maior fraqueza diante daquele macho que o possuía numa selvageria desatada. Porém, isso não o impediu de ser carinhoso, de aconchegar aquela pica que se movia num vaivém cadenciado e dolorido, esfolando e arregaçando suas entranhas, de entregar tudo de bom que havia dentro dele para aquele homem, seu primeiro homem. Marcelo tirou brevemente a rola do seu cuzinho, protelando mais uma vez o gozo, ele aproveitou para girar o corpo ficando deitado de costas, abriu um sorriso convidativo para o rosto que o encarava e, de onde se via brotar algumas gotas de suor nas têmporas. Aquele curto desengate o fez perceber que se sentia muito mais ligado àquele macho do que imaginava, estendendo os braços para envolver aquele tronco peludo e largo, puxou-o sobre si, ao mesmo tempo em que abria as pernas até a altura dos ombros do Marcelo, expondo seu cuzinho lanhado, convidando-o a penetra-lo e a se satisfazer em suas entranhas. Ganiu quando a pica voltou a mergulhar em seu cu, deslizando de uma só vez até o talo e fazendo aquele sacão bater contra seu reguinho. Marcelo sorriu ante sua permissividade e continuou a fodê-lo, bombando, metendo, socando aquele cacetão no seu cuzinho e o levando a sentir uma felicidade imensa, um prazer sem igual. Envolto nessa bruma de satisfação, Ricardo sentiu seu ventre se retesar, o gozo vindo lenta, mas obstinadamente e, eclodir em jatos que melaram sua barriga. Olhou bem no fundo dos olhos do Marcelo, quis gritar de tanta felicidade, quis dizer – eu te amo – mas, só gemeu e ergueu a pelve para que a pica do Marcelo o atingisse no fundo de seu corpo, ele teve medo de pronunciar as palavras e elas virem a se perder no nada algum dia no futuro. Aquele olhar doce, no entanto, foi avassalador para o Marcelo. Ele intensificou os impulsos com os quais metia a caralho naquele cuzinho que agora era seu, não se reprimiu mais quando sentiu seus músculos se retesarem, sua pelve se contrair e, o gozo começar a jorrar em jatos abundantes e viscosos. Ele simplesmente deixou a porra sair livremente, libertando-o de toda aquela tensão, daquele esforço e dando vazão ao prazer que ia tomando conta de seu corpo suado e exausto. Ricardo o beijou quando começou a sentir a porra escorrendo para dentro dele, eram os mais carinhosos e expressivos beijos que já havia trocado com alguém. Ele também o envolveu em seus braços, deslizou as mãos leves e delicadas sobre suas costas, acariciou sua nuca demonstrando a felicidade que estava sentindo por ter sido galado com sua porra. Não havia submissão mais completa do que aquela que ele estava demonstrando e, Marcelo nunca se sentiu tão macho depois de uma foda, tão realizado consigo mesmo.
Não fizeram mais do que cochilar até a primeira luz do alvorecer apontar no céu, pois ambos continuavam agitados, inquietos e excitados, seus corpos querendo repetir aquela conjunção que os havia unido. Resolveram caminhar pela praia, embora soprasse uma brisa fria naquela estação do ano. Não havia viva alma na faixa de areia lambida pela espuma das ondas. Ricardo pegou na mão do Marcelo, deu-lhe um beijo suave no canto dos lábios e sorriu. Foi sua maneira de dizer o quanto estava feliz com tudo o que estava acontecendo entre eles. Marcelo gostava de sentir aquela mão delicada na sua, embora não fosse muito menor do que a dele e nem tivesse traços de feminilidade; era uma mão masculina, mas uma mão que ao deslizar sobre sua pele ou segurar sua verga lhe proporcionava um prazer indescritível. Ele queria ter ouvido um – te amo – quando transaram, o que não aconteceu; porém, todas as atitudes do Ricardo o induziam a concluir que o que ele estava sentindo por ele era recíproco. Durante todo aquele ano que namorou a irmã do Ricardo, nunca negou a si mesmo a atração que sentia por ele e, que ia muito além do desejo carnal de foder aquela bunda sedutora. Em poucas semanas, depois daquela expressiva troca de olhares que tiveram ao serem apresentados, ele sentiu que desejava mais daquele homem recatado, mas cheio de vitalidade e autoconfiança. Trabalhou reservadamente a questão de se envolver com outro homem, não um macho do tipo alfa como ele, mas um homem que se rendesse a ele tanto na cama quanto no cotidiano; sem, contudo, ser um boneco submisso ou afeminado. Desde que fodeu o cu daquele colega de escola na adolescência, Marcelo havia percebido que existiam homens mais másculos do que outros, mais propensos a se satisfazer sexualmente do que outros, mais inclinados a dominar do que outros e, que essa era sua natureza. Ele percebeu que Ricardo havia notado isso logo no primeiro encontro, no primeiro aperto de mãos e, que aquele sorriso doce que lhe dirigiu, nada mais era do que o reconhecimento dessa virilidade exacerbada. No caminhar da volta, Marcelo meditava a esse respeito, pois caminhavam praticamente em silêncio, parecia que o barulho das ondas e aquele toque de mãos falavam por si. Ele sentiu a ereção se formando debaixo da bermuda, ficou contente quando notou que Ricardo a havia visto e ficado ligeiramente corado. Decidiu que assim que chegassem ao apartamento o enrabaria, fazendo-o regressar para São Paulo com o cuzinho encharcado de sua porra. Quando entraram no apartamento e ele tomou Ricardo pela cintura, este jogou sensualmente a cabeça para trás, em seu ombro, empinou a bundinha e, ao ter sua bermuda abaixada, deixou-se penetrar por seu cacete inflexível que já lhe doía na virilha toda contraída. Aquele homem era seu, estava convicto.
Marcelo e Ricardo começaram a fazer planos de morar juntos. Marcelo estava mais determinado, chegava a ser até exigente em algumas conversas. No entanto, Ricardo hesitava, pois isso poria fim aos dias que passava na casa do pai e, ele sentia que precisava dar o troco por tudo que ele, sua mãe e suas irmãs haviam sofrido quando foram abandonados à própria sorte. Não era um sentimento nobre, ele sabia disso, mas a revolta que sentia dentro de si superava qualquer argumento em contrário. Já não bastasse sua própria consciência, Marcelo o aporrinhava com aquela desconfiança de seu envolvimento com o meio-irmão, de quem ele não gostava, mesmo tendo-o visto menos do que meia dúzia de vezes.
- Não gosto que você frequente a casa do seu pai tantas vezes! – afirmou certa vez, ao voltar a insistir para que morassem juntos.
- Ele é meu pai, tenho o direito de ficar na casa dele tanto quanto o Vitor, de ter as mesmas regalias e atenção que ele tem. – devolveu o Ricardo.
- Você está numa competição com seu irmão, é isso? Não entendo porque você se submete ao desprezo da Denise e ao aproveitamento que o Vitor faz de você só para se dar bem nos estudos. Pelo que sei seu pai não o distingue em nada por conta disso. Por que então insistir em frequentar aquela casa onde você não é bem-vindo? Suas irmãs não se importam com ele, e vivem suas vidas sem essa necessidade mórbida, por que não faz a mesma coisa? – questionava o Marcelo.
- Porque é meu dever fazer meu pai sentir na pele tudo o que nos fez! Sou o homem da casa, tenho que fazer isso pela minha mãe e por minhas irmãs injustiçadas. – respondeu o Ricardo.
- Ou será porque você sente alguma coisa por seu pai e seu irmão que você não quer admitir? Não gosto da sua proximidade com o Vitor. Ele é bem folgado com você às vezes, muito atrevido para o meu gosto. O que vocês ficam fazendo quando estão juntos e sozinhos? Fico puto só e imaginar vocês dois juntos. Tem certeza que não acontece nada durante esses supostos estudos que fazem juntos? – indagava o Marcelo, tomado de ciúmes.
- Não diga besteira! Não sinto nada por eles. Que ideia absurda! – retrucou Ricardo exasperado, como se lhe tivessem tocado numa ferida ainda não cicatrizada.
- Já pensou que você pode se machucar com essa vingança?
- Que vingança? Não estou querendo me vingar de ninguém, quero apenas cobrar o que é nosso por direito.
- O divórcio dos teus pais já resolveu essa questão. É hora de você por um fim nesse relacionamento doentio, para seu próprio bem. – argumentou Marcelo, no que foi mais uma vez ignorado.
Para variar, Vitor o explorava a dois dias de uma prova na faculdade, para a qual não havia nem se dado o trabalho de juntar o conteúdo, sabendo que Ricardo o faria e seria preciso apenas pressioná-lo a compartilhar tudo com ele. Se não o fizesse por vontade própria, o pai o forçaria a fazê-lo. Assim, Ricardo perdia mais um final de semana estudando com o meio-irmão e deixando seus interesses pessoais em segundo plano. Ambos acordaram tarde, Ricardo por estar exausto e ter tido uma semana atribulada, Vitor por pura preguiça.
- Acorde, anda! Ainda tem muita matéria para revisar. Vou tomar meu banho e quando voltar espero que esteja em pé. – disse Ricardo ao acordar o Vitor com sacolejos brutos no ombro do irmão que, do contrário, não despertaria.
Ao voltar para o quarto com a toalha amarrada à cintura, Vitor só faltava roncar. Não fizera nada do que lhe foi pedido. Estava largadão na cama, pelado, com apenas uma pequena ponta do lençol cobrindo seu sexo com uma explícita e imensa ereção matinal. Fazia tempo que Ricardo se impressionava com a nudez do irmão, disfarçando o quanto podia aquela sensação estranhava da qual era acometido ao constatar que Vitor era um macho cheio de predicados. Por que raios o Marcelo precisou questioná-lo sobre seu envolvimento com o irmão? Era isso que o estava abalando, agora que o via ali todo largado com sua nudez provocante. Tentou afastar esse pensamento, assim como seu olhar sobre aquela pica e aquele sacão peludo do qual conseguia ver uma das bolas não coberta pelo lençol. Foi flagrado antes de poder desviar o olhar.
- Gostando de ver minha rola? Vem dar uma chupadinha nela, vem! – invitou o Vitor, sorrindo devassamente com a cara sonolenta.
- Vá se foder!
- Quero foder sua bundinha! Vem, deixa eu te enrabar! Vou arregaçar esse cuzinho gostoso bem devagarinho! – continuou Vitor, lascivo e exibindo seu falo por inteiro.
Ricardo apressou-se em vestir uma roupa para proteger seu corpo desnudo do olhar predatório do irmão, mas mal teve tempo de separá-las, quando foi sumariamente agarrado pelo Vitor que, com uma gravata, o lançou sobre a cama e o imobilizou com o peso de seu corpo. Ricardo agora sentia a caceta excitada roçando suas nádegas e se insinuando em seu rego apertado. Entre protestos e tentativas de se livrar dos braços potentes do irmão, não lograva mais do que exacerbar seu tesão. Com o rosto sufocado no travesseiro, sentiu o membro rijo do Vitor penetrá-lo com um impulso brusco. Gritou ao sentir aquela dor aguda do rompimento das pregas anais, mas o som abafado no travesseiro mal podia ser ouvido dentro do quarto. Um segundo impulso, antes de ele conseguir relaxar os esfíncteres, o golpeou atolando praticamente toda a pica do irmão em seu cuzinho estreito. Dessa vez seu ganido pungente ecoou entre as paredes, inutilmente, uma vez que o pai e a Denise não estavam em casa e ninguém ouviria seu clamor. Lembrou-se da maneira cuidadosa e gentil com a qual o Marcelo o desvirginou, e começou a chorar. Em seu íntimo estava traindo o homem que amava, recebendo a pica do irmão em suas entranhas, mesmo que não houvesse procurado por isso. Era o que mais lhe doía naquele instante.
- Caralho de cuzinho apertado, sua putinha gostosa! – grunhiu o Vitor junto ao seu ouvido.
- Para Vitor, você está me machucando! Me solta! – protestou choroso.
- Eu solto se você prometer que não vai tentar escapar. – devolveu o irmão, ensandecido pelo tesão de estar com seu falo mergulhado naquela fenda constrita.
- Prometo! – retrucou Ricardo, conformando-se em deixar o tarado se aproveitar de seu ânus.
Seguro de que sua presa não fugiria, Vitor diminuiu a força com a qual subjugava o irmão e, passou a fazer sexo com toda a luxuria que o instigava. Passada a estupefação de estar sendo currado, Ricardo começou a sentir, através da sanha desenfreada do irmão por seu corpo e seu cuzinho, o poder que tinha nas mãos para submetê-lo aos seus caprichos e vontades. Era só deixar que ele tivesse livre acesso ao seu corpo, aos seus afagos, a uma meiguice fingida de que estava gostando de ser enrabado. Ele começou a gemer libidinosamente, sublimando a dor e fingindo estar sentindo prazer, rebolou fazendo com que a verga enfiada em seu cu fosse agasalhada por sua mucosa quente e úmida. Vitor grunhia de tanto tesão, sentia-se o mais viril dos machos ao submeter seu irmão, outro homem, à sua lascívia, com a conivência e submissão dele. Como seu estado de excitação já se prolongava desde que acordara, não demorou a notar que o gozo estava prestes a explodir. Bastou uma reboladinha e uma travada na musculatura que envolvia seu pinto, que o Ricardo deu em meio a mais um gemidinho safado, para que o primeiro jato de porra jorrasse em toda sua plenitude. Seguiu-se um segundo, um terceiro, tantos que ele desistiu de contá-los, apenas inseminando aquela carne macia que o agasalhava com tanta devoção. Ao terminar, deixou o peso de seu corpo cair sobre o do irmão, ambos tinham a respiração acelerada e, tentavam entender a extensão daquilo que acabara de acontecer.
- Você é um bruto, sabia? Estou todo dolorido. E, não pense que não vou contar tudo ao papai. Você não tinha o direito de fazer isso comigo! – sentenciou o Ricardo.
- Conte! Pode contar. Vou alegar que foi você quem me provocou, vamos ver em quem ele vai acreditar. – devolveu o Vitor, contando com a cumplicidade do pai, que em se tratando de sexo, também não tinha muitos escrúpulos. – Além do mais, eu sei que você gostou. Você ficou o tempo todo requebrando essa bundona na minha pica, feito uma puta safada. – emendou prepotente.
- Desgraçado! – Ricardo não ia chorar, não ia se fazer de vítima, ao contrário, ia se valer do tesão do irmão para manipulá-lo a seu bel prazer. Também não se furtou à chance de contar tudo ao pai assim que teve a oportunidade.
- Outra vez essa ladainha de que o Vitor me fez isso, o Vitor me fez aquilo! Larga a mão de ser marica e resolva suas questões com seu irmão como homem. Não venham aporrinhar meus ouvidos com as besteiras de vocês dois. – sentenciou o pai, conforme Ricardo já previa.
- Só que desta vez não foi uma besteirinha qualquer, o Vitor fodeu meu cuzinho! – protestou enérgico.
- E ele diz que não fez nada disso! É sempre a mesma coisa, um jogando a culpa no outro. Vocês já não são mais moleques para agir dessa forma. – retrucou o pai que, no fundo, sabia que o Vitor seria perfeitamente capaz de ter enrabado aquela bunda carnuda.
Desde então, Ricardo não pensava em outra coisa que não dar o troco de tudo pelo que o faziam passar. Sua cabeça estava voltada exclusivamente para arquitetar planos contra os moradores daquela casa, os responsáveis por ele e sua família terem perdido a paz.
Numa instabilidade emocional da qual a Denise começou a sofrer, viu surgir uma oportunidade de fazer aquela mulher pagar por tudo que fizera sua mãe padecer. Ela nunca o quis naquela casa, deixava isso evidente para quem quisesse ver. Também vigiava o marido de perto para que ele não desse nada àquele filho ou às suas irmãs, além da pensão que a justiça havia determinado, nem mesmo algum gesto de afeição. Fazia a cabeça do marido para que os visse como seus inimigos, e não como sua ex-família que um dia lhe fez a felicidade. Denise sempre foi uma mulher instável, além do caráter corrompido, sofria com a baixa autoestima, com uma incapacidade de ligar com suas fraquezas, com seu ciúme doentio por suas conquistas materiais e afetivas. Crescera num lar onde um pai autoritário levava as duas filhas na rédea curta, e a mãe, algumas vezes debaixo do açoite. Assistiu a pelo menos duas surras que a mãe levou e que jurava nunca terem acontecido, enquanto ela e a irmã tremiam apavoradas num canto presenciando o espetáculo grotesco. Tão logo pode, fez de tudo para agarrar um homem e se livrar do jugo do pai, mesmo que para isso tivesse que arrancar esse homem de outra família. Foi assim que ela engravidou do Vitor, de seduzir e do deslize de um homem cuja maior necessidade era esporrar em qualquer buraco para se sentir macho. Não sossegou enquanto não tirou esse homem de sua família e o obrigou a cuidar dela e do filho que estava em seu ventre. Agora, passados alguns anos, sentia que já não tinha mais a mesma persuasão sobre esse homem, que ele continuava interessado em novidades, e que ela já não representava mais nenhum desafio a ser conquistado. Aos 40 anos ela entrou em crise, sua instabilidade emocional se tornou um fardo e ganhou um diagnóstico, esquizofrenia. Ricardo viu nisso um universo a ser explorado e passou a agir para que essa mulher fosse perdendo cada vez mais a pouca sanidade que lhe restava. Seu primeiro alvo foi o pai, que era alimentado com todo tipo de informação que o levava a duvidar, questionar e discutir com a esposa. O segundo foi o Vitor que, em troca de poder meter sua pica naquele cuzinho, acreditava cegamente em tudo que o Ricardo dizia de negativo sobre sua mãe. A infeliz já não contava mais com o apoio de nenhum dos dois para se livrar daquele filho e meio-irmão que era acolhido debaixo de seu teto cada vez com mais entusiasmo. Qualquer tentativa de mudar a situação, acabava sendo imputada à sua doença, que só evoluía apesar dos inúmeros medicamentos que ingeria. O declínio perceptível daquela mulher enchia o Ricardo de satisfação.
O único a censurá-lo pelo que estava fazendo era o Marcelo e, eram seus argumentos, os únicos que traziam consequências à sua consciência. Ele não queria se sentir culpado, mas uma voz interior o acusava de forma fervorosa. Superá-la exigia mais do esforço, exigia passar por cima de sua índole pacífica e agregadora, mas era uma necessidade da qual ele não podia abrir mão, ou jamais encontraria paz consigo mesmo. Ricardo, mesmo assim, contava tudo ao Marcelo. Foi a forma que encontrou de amenizar a culpa que sentia por seus atos. Só não contou que estava transando com o meio-irmão, faltou coragem para tanto. Marcelo não gostava do Vitor e, sua desconfiança de que algo estava rolando entre o namorado e aquele sujeito desprezível só fazia crescer. Marcelo e Ricardo brigavam toda vez que o mais insignificante acontecimento ocorrido entre o namorado e aquele sujeito chegava aos seus ouvidos.
- Ou você vem morar comigo ou continua frequentando a casa do teu pai, você escolhe! – chegou a ameaçar Marcelo, tomado de ciúmes.
- Se você me amasse como diz, não colocaria as coisas nesses termos! Como posso abandonar meu pai? Você faria isso se eu te exigisse a mesma coisa? – retrucou o Ricardo.
- A situação é bem diferente! Meu pai nunca saiu de casa e constituiu outra família. – devolveu o Marcelo.
- Mas ele continua sendo meu pai! Será que você não consegue entender isso?
- Eu entendo! Só não gosto que você passe tanto tempo naquela casa. Sua mãe também pensa assim. Só você insiste nessa convivência.
A única maneira de contornar a situação, que ficava cada vez mais difícil, era apelar para as lágrimas. Elas rolando pelo rosto do Ricardo, tiravam o chão do Marcelo, e ele dava um tempo nas cobranças. Quanto tempo ele ainda cederia era difícil de dizer, mas enquanto aquele amor que pulsava em seu peito ditasse as regras, ele não pressionaria o namorado.
A satisfação de ter o Vitor comendo na sua mão não tinha paralelo. Ele até deixara de sair, de procurar por um rabo de saia com o qual podia extravasar sua tara, só para comer o cuzinho do irmão, que se entregava e o deixava fazer toda e qualquer sacanagem que lhe vinha à mente. Nem uma puta se mostraria tão desfrutável quanto o Ricardo e, para ter seus favores, ele abdicava de tudo e o servia como um escravo, sem questionar.
Havia um tempo que o pai vinha percebendo a mudança no comportamento do Vitor. Da antiga implicância com o irmão, ele agora fazia de tudo para agradá-lo. O Ricardo também não reclamava mais tanto quanto antes, parecia que continuar ajudando o irmão preguiçoso nos estudos já não o incomodava mais tanto quanto antes. Ele haveria de descobrir a causa dessa mudança repentina. O diálogo com o Vitor sempre foi mais aberto e espontâneo do que com o Ricardo. Ele via muito de si mesmo naquele filho, um macho que procurava o prazer e o privilégio de copular antes de qualquer sentimento piegas, sempre considerado um acessório para conseguir seu intento, e não uma causa em si para estar com alguém. Assim como ele próprio, Vitor gostava de alardear suas proezas sexuais, e foi dessa maneira que ficou sabendo que as antigas intimidações, expressas como bravatas contra o Ricardo, de que queria foder seu cuzinho se tornaram reais. Ele chegou a sentir uma comichão na pica quando o Vitor lhe contou como tinha entrado naquele rabinho apertado pela primeira vez. Ricardo era um viadinho muito do gostoso, cujo jeito tímido e discreto só instigava os mais voluptuosos desejos carnais, constatou o pai. E, desde então, pensava naquela bunda roliça como nunca havia pensado antes, com um arroubo incestuoso.
Não bastassem esses pensamentos incestuosos poluírem sua imaginação e, o sexo com a Denise tornar-se cada dia mais conturbado e insatisfatório, o Ricardo vinha se acercando dele sempre afetuoso e apegado. Mesmo estando com mais de dezoito anos, não deixava, de vez em quando, de sentar em seu colo, abraçar seu pescoço e beijá-lo como fazia quando criança para disputar sua atenção com o irmão. Naquela época ele não tinha as nádegas proeminentes e fartas de agora e, nem ele sabia que o filho tinha inclinações homossexuais. Atualmente, quando se via obrigado a interferir ativa e autoritariamente nas constantes discussões dos filhos, Ricardo o procurava cheio de meiguice, sentava-se em seu colo e se desculpava por ter lhe causado aborrecimentos, enquanto o Vitor fazia exatamente o contrário, amarrava a cara, ficava sem lhe dirigir a palavra por dois ou três dias e, não se mostrava nem um pouco arrependido de seu mau comportamento.
Foi após mais uma dessas discussões que se deu o que ele até então, sempre tinha conseguido disfarçar sem que o Ricardo o percebesse, uma ereção incontrolável, atroz até, ao sentir aquela bunda quente roçando seu sexo dentro do short. A pica se avolumou a tal ponto que era impossível Ricardo não a estar sentindo, mesmo assim, o filho continuava esfregando aquela abundância em sua virilha e, se justificando inocentemente das provocações sofridas pelo irmão. Dessa vez ele não recuou ou afastou o filho de seu colo, outra crise emocional recente da Denise estava a lhe impor um jejum sexual de mais de uma semana e, para alívio e conforto de todos, ela tinha ido descarregar a crise na casa dos pais. Ricardo parecia estar querendo compensá-lo daquela secura deslizando e acariciando-o tão despretensiosa e libidinosamente com suas mãos delicadas que era impossível resistir aos encantos daquele corpo tão esculturalmente talhado.
- Tem alguma coisa dura no seu bolso papai. – observou o Ricardo, gingando os glúteos para se afastar da rigidez de sua rola.
- Não tenho nada nos bolsos. – asseverou o pai, no mesmo instante em que encarava o filho não mais com um olhar paterno, mas com a lascívia descarada de um macho excitado.
Ricardo imediatamente reconheceu aquele olhar. Sentiu uma descarga energizada percorrer sua coluna, deliciosa e intensa. Seu pai nunca havia habitado seu imaginário sexual, embora fosse um homem bastante atraente e másculo, com aquela maturidade que inspira segurança e solidez. A resposta do pai o deixou consciente do que estava acontecendo, aquela coisa dura que cutucava suas nádegas nada mais era do que o caralho cheio de tesão do macho em cujo colo estava sentado. O destino parecia estar conspirando a seu favor. Nem na mais remota hipótese ele havia sonhado que pudesse atingir os brios e o que restava da sanidade da mulher que desfizera sua família, fazendo sexo com o homem dela. Contudo, aquele brilho vibrante e exaltado no olhar de luxuria do pai só tinha uma explicação, o desejo de ter sua pica agasalhada por aquela bunda que gingava em seu colo. Toda e qualquer relutância moral, princípio de caráter ou tabu quanto a fornicar com o próprio pai deixou de existir, e ele percebeu que bastava continuar com aquele comportamento carinhoso para que os entraves éticos do pai sucumbissem aos seus encantos.
- O que é isso, então, que está me cutucando? – perguntou com uma ingenuidade fingida. Sem nenhuma reserva, o pai lhe mostrou do que se tratava.
- Desculpe, mas não consegui evitar! – exclamou o pai, sem nenhum remorso aparente.
- Não precisa se desculpar, papai! Deixe-me tentar suprir suas carências, você sabe o quanto eu te amo. – respondeu meigamente o Ricardo. Aquela doçura nas palavras, saindo daqueles lábios carmim junto com um sorriso sedutor, ultrapassaram a fronteira de sua capacidade de resistência.
- Ah, meu filhote tesudo, como eu te quero! – exclamou o pai, praticamente grunhindo de tanto tesão e, procurando numa avidez descontrolada pelos lábios sequiosos do filho.
Ricardo envolveu o pescoço do pai, deixou-se beijar lascivamente, retribuiu a intrepidez da língua que vasculhava sua boca, chupando-a para sentir o sabor e a inquietude daquele macho. O pai perdeu completamente as bridas da decência, agarrou as nádegas do filho e começou a devassa-las. Enfiou as mãos dentro da bermuda do filho e sentiu a pele arrepiada e quente daquela bunda gostosa, percebeu que ele usava uma jockstrap, o que o deixou ainda mais excitado, pois concluiu que o filho, que nunca foi um esportista convicto, a usava com a finalidade de seduzir a tara incontrolável do Vitor. Um pouco do encanto ingênuo do filho se quebrou dentro dele naquele instante. O moleque conhecia o caminho e os ardis necessários para deixar um macho de quatro por seus atributos. Por outro lado, os minguados escrúpulos que o impediam de copular com o próprio filho, caíram definitivamente por terra.
- Ai, paizinho! – gemeu o Ricardo, quando sentiu o dedo do pai roçando sua rosquinha anal. O pai ensandeceu com aquele gemido permissivo.
Ele queria aquele corpo completamente nu ao seu dispor. Tirou desajeitadamente a camiseta do filho e expôs seu tronco bem formado, onde dois mamilos acastanhados tinham os biquinhos excitados de tanto tesão, e prontos para serem lambidos e chupados por sua boca sedenta. Como se estivesse sentindo cócegas por seu rosto com a barba por fazer pinicar a pele lisinha de seu peito, Ricardo se agitava em seu colo, movendo e esfregando a bunda no seu falo tão duro que chegava a doer, deixando-o devorar aqueles peitinhos sensuais. Ricardo deslizava os dedos longos e finos pelo rosto áspero do pai, acariciando-o com ternura, e lhe franqueando o acesso impudico aos seus peitinhos. Não seria nenhuma violência se apossar daquele corpo, uma vez que o filho o estava entregando livre e espontaneamente à sua sanha predatória. Talvez até o estivesse desejando, essa hipótese o encheu de satisfação. Ele gostava de se sentir desejado, gostava quando lhe veneravam o dote com que foi premiado, gostava quando podia esporrar livremente numa fenda quente e acolhedora, sem que isso implicasse em consequências e, o filho estava ali, lhe entregando tudo isso com o mais ladino dos sorrisos estampado na cara.
- Preciso me livrar desse short, não aguento mais a minha pica presa e esmagada dentro dele. – afirmou o pai.
Ricardo deslizou as mãos sobre o peito peludo do pai, enquanto ele mesmo deslizava para baixo do colo e se ajoelhava diante das pernas que o pai abriu assim que aquele peso saiu de cima de seu falo. Havia uma rodela úmida no tecido do short exatamente em cima de onde estava a cabeçorra que podia ser vista pulsando de tanto tesão. Ricardo a cheirou, inspirando o ar profunda e lentamente, deixando que o aroma almiscarado penetrasse suas narinas. Seu cuzinho piscou de felicidade. Depois, aproximou a boca e começou a lamber aquela mancha. O pai soltou um gemido rouco. O cacetão aprisionado latejava sob seus lábios quando ele resolveu puxar o cós do short onde os botões de pressão foram se abrindo em sequência, e expondo uma virilha extremamente peluda, na qual se alojava o caralhão que saltou assim que a abertura o permitiu, lançando algumas gotas translúcidas e viscosas no rosto do Ricardo. Elas tinham um perfume delicioso, o que o instigou a pegar a rola em seus dedos e abocanhar aquela cabeçorra lustrosa de onde um fluido abundante escorria sem parar. Ao mover a pica de um lado para o outro para poder melhor chupar e lamber aquela carne intrepidamente excitada, Ricardo contemplava os dois imensos testículos se movendo dentro do sacão globoso. O pai abria ainda mais as pernas, gemia e grunhia feito um leão enjaulado, agarrava-o pelos cabelos e pressionava seu rosto dentro da virilha numa sanha desenfreada, para ter seu sexo sugado por aquela boquinha aveludada e gentil. Ele chegou a ser bruto, não por que quisesse impingir qualquer sanção àquele comportamento depravado do filho, mas por pura vontade de ter seu membro mamado até a exaustão. Socou-o na goela do moleque que, mesmo se atrapalhando um pouco e se engasgando, continuou no seu afã de chupar aquele cacete indomado. Ricardo erguia seu olhar submisso e ao mesmo tempo atrevido fitando as reações que despertava no pai. Embora não tivesse muita prática em mamar a caceta de um macho, pois o fizera menos de meia dúzia de vezes com o Marcelo, sentiu que estava fazendo tudo certo, tanto para seu próprio prazer, quanto para o do pai que o encarava embevecido e transbordando de tesão. Ele ainda relutava se devia deixar o gozo eclodir na boquinha macia do filho ou se devia simplesmente ejacular no rosto dele. Já havia tirado o pau da boca do moleque por duas vezes, protelando o gozo. Porém, aquela sensação prazerosa que acometia sua virilha estava novamente ganhando força, seus testículos estavam ingurgitados e cheios clamando por alívio. O moleque pressentiu o que estava para acontecer e, se empenhou ainda mais com aquela língua e aqueles lábios chupando sua glande sensível. Com um urro emergindo diretamente de seus pulmões, ele ejaculou naquela boquinha safada, que ia, desesperadamente, engolindo toda aquela fartura que ele costumava esguichar ao chegar ao clímax. Atônito e transbordando de prazer, ele observava a devoção com a qual o filho consumia sua porra, deglutindo-a e saboreando até a última gota que se alojava no canto de seus lábios.
- Você é tão gostoso, paizinho! – exclamou ele, após engolir toda a porra.
- Está me deixando maluco, sabia? – devolveu o pai.
- Quero te encher de carinho. – afirmou o molecão, cujo cuzinho o pai agora firmou como sua principal meta.
Vitor estava em seu quarto, a última coisa que o pai queria era que ele viesse a descobrir o que estava prestes a fazer, era uma questão de concorrência. Sua primeira vez com o Ricardo haveria de ser só dele. Havia muito a explorar e a extrair daquele corpo sensual, para isso precisava da exclusividade dos afagos do Ricardo. Levou-o ao seu quarto, trancaram-se. Ele lançando olhares de cobiça descarados, o filho se encantando com o que pendia desperto entre suas pernas, e que acabara de saborear. Trouxe-o para junto de si, espalmando as mãos sobre suas nádegas. Ele começou a acariciar seu peito, algo que lhe dava muito prazer e o excitava por ter sua masculinidade, tão evidente naquele tórax largo, explorada com curiosidade e carinho. Deixou o pinto endurecer livre e despudoradamente, sabendo que isso também excitaria o filho, facilitando seu acesso àquela bunda carnuda. Ao desnudá-la viu como as tiras da jockstrap a empinavam, deixando à mostra o rego estreito cuja profundidade e seus segredos se mantinham camuflados entre os glúteos musculosos. Ricardo subia e descia as mãos sobre os pelos do peito do pai, seduzindo-o. Teve suas nádegas agarradas com força novamente, e procurou pela boca do pai, onde começou a beijá-la com toques leves, contínuos e apaixonados. Tanto provocou que o pai meteu a língua em sua boca, o que lhe permitiu chupá-la. A respiração do pai se acelerava à medida que ficava mais excitado, ele procurava controlar a sua para não perder a concentração do que estava fazendo. Somente depois de ter seu pai de quatro a seus pés, louco por seu cuzinho quente, é que ele podia se dar ao luxo de aproveitar cada minuto daquela conjunção carnal. Ele caminhou lentamente em direção à cama, o leito conjugal no qual seu pai se satisfazia com a Denise, era ali que realizaria sua vingança contra aquela vadia, fazendo seu homem trai-la sem remorsos com o próprio filho. O pai o perseguiu como um garanhão persegue uma égua no cio, ao ver aquela bunda nua gingando e aquele corpo se lançando languido e convidativamente sobre a cama. Ele apartou as nádegas e, começando a perder o controle com o tesão em ebulição, namorou aquela rosquinha rosada piscando em sua direção, tentando-o, seduzindo-o, provocando-o. Ele enfiou a cara no reguinho espraiado, começou a lamber aquele cuzinho assanhado feito um louco, o filho gemia e se contorcia com sua investida, não lhe negando nada, pelo contrário, entregando-se e clamando pela cópula. O moleque era lisinho feito uma fêmea, afora uns poucos e esparsos pelos restritos aos genitais, nada o virilizava. O pai adorava essa pele aveludada e lisinha em suas presas, por contrastarem com sua masculinidade exacerbada.
Ele não se cansava de lamber aquelas preguinhas que estava para rasgar, enquanto o Ricardo gemia e expressava toda sua vontade de ser possuído. Ele ganiu quando sentiu seu dedo pérfido entrando no cu e se movimentando em círculos dentro daquele casulo úmido.
- Ai, paizinho! – gemeu o safado, pedindo pica.
O pai lançou o peso de seu corpo sobre o do filho, pincelou a cabeçorra babando da verga ao longo do reguinho e, quando sentiu a rosquinha chuchando seu falo, deu um impulso brusco que o alojou no rabo do moleque. Ricardo soltou um gritinho, agarrou-se aos lençóis, segurou a respiração esperando ansioso pelo próximo sem se importar com os tremores que estavam assolando seu corpo. Ele já havia aprendido que aquele era um momento crítico, de pura dor, de se deixar lanhar pelo macho que estava sobre ele, antes de começar a desfrutar dos predicados de quem o possuía. Mesmo sabendo que o filho não era mais virgem, ele não quis machucá-lo, uma vez que seu dote sempre infringia algum dano onde penetrava. Pacientemente esperou que o moleque relaxasse, que voltasse a chuchar seu falo com os músculos anais sugando-o para dentro. Deu então outro impulso vigoroso, a pica entrou naquele rabo rasgando tudo que estava pela frente. Ricardo gritou, um gritinho pungente, cheio de tesão. Refez-se novamente, empinou a bunda para que o pai metesse mais um pouco daquela rola em seu cuzinho, deixando-o completamente alucinado por sua carne quente e receptiva. Era isso que ele queria daquele macho, a sanha irrestrita por seu rabo, a não objeção a nada que ele viesse a lhe pedir, o total domínio sobre as vontades do pai e, uma escravidão cabal.
O moleque rebolava debaixo dele quando terminou de enfiar todo seu falo naquele cuzinho. Gania de dor, pois ainda não tinha conseguido alcançar a fase do prazer. Foi preciso contê-lo com um abraço forte ao redor do tronco, acariciar seus mamilos, para que o rebolado não acabasse por expulsar sua pica do cuzinho. O pai sussurrava junto a sua orelha como era gostoso estar dentro daquele cu, confessava abertamente seu tesão, o que foi fazendo Ricardo relaxar, sublimar a dor e começar a desfrutar daquele vaivém cadenciado que ia lentamente esfolando suas entranhas. O pai era um exímio fodedor, constatou logo. Um macho destinado a procriar, a espalhar seu esperma de forma dadivosa a qualquer orifício que acolhesse seu pinto. Ricardo sentiu pela primeira vez que estava traindo o Marcelo, pois aquela sensação sublime de um macho currando seu cuzinho ele só havia sentido quando transou com o Marcelo. Esforçou-se para afastar aquele sentimento de culpa, pois precisava focar em satisfazer o pai, só assim alcançaria seus objetivos, que via cada vez mais próximos.
- Ai meu cuzinho, paizinho! – gemeu Ricardo de prazer, enquanto ele bombava freneticamente aquele cu.
Ouvir aquele lamento profano saindo dos lábios agoniados do filho desencadeou o gozo. Ele intensificou as estocadas, aprofundando-as até as bolas, que se comprimiam dentro do rego exíguo, e leitou aquele cuzinho como faria um touro inseminando uma vaca. Deixou a porra jorrar em jatos abundantes, enquanto seu corpo era tomado pelo prazer. Ricardo havia parado de se agitar, estava completamente refém de sua tara, rebolando com cuidado para que todo aquele esperma que ele estava inoculando nele se espalhasse por suas entranhas. Ele nunca havia se sentido tão recompensado depois de uma foda. Inseminar o filho com a mesma porra com a qual o havia gerado, além de ser uma experiência única, atestava sua supremacia de macho alfa.
- Ricardinho, meu filhote tesudo! Você me deu o mais valioso presente que eu já recebi. – ronronou ele, enquanto fungava no cangote do moleque.
Aquelas palavras soaram como música nos ouvidos do Ricardo. Pela primeira vez desde que se conhecia por gente, ele soube que seu pai era só dele, que mesmo que viesse a compartilhá-lo com alguém, aquele homem estaria ligado à sua vida da maneira mais ampla e irrestrita possível; eram pai e filho, eram amantes, eram cúmplices, eram parceiros sexuais.
Ricardo cobriu o pai de afagos e beijos, que ia depositando carinhosamente no rosto e no corpo suado, depois que este tirou a pica de seu cuzinho. Ficaram deitados ali por um longo tempo, maravilhados com o que acabara de acontecer. A umidade pegajosa do pai formigava no seu rabo, enquanto ele brincava com a caceta flácida e pesada entre seus dedos, o que ia relaxando seu mais novo macho.
O pai foi pouco discreto com sua nova conquista. Tão logo surgiu a oportunidade, fez o Vitor saber que também estava enrabando o Ricardo, nem por um momento passou por sua cabeça que o filho o recriminasse. Sabia que a solidariedade masculina prevaleceria sobre qualquer outra questão. Eles eram os machos daquela casa e ditariam as regras para quem estivesse sob aquele teto. Foi disso que Ricardo se valeu para manipulá-los contra a Denise, quando não um contra o outro. Ele estava ciente de sua posição privilegiada devido ao poder que tinha de incitar o tesão deles. Um tesão que não encontrava limites, que cederia a qualquer capricho só para ser vivido em sua plenitude.
Em pouco tempo, Ricardo conseguiu a proeza de levá-los ambos para a cama. Aconteceu numa tarde em que a Denise foi se encontrar com algumas amigas no shopping. O Vitor era o mais fácil, bastava expor um pouco da nudez de seu corpo, sensualizar o olhar, para que uma ereção começasse a se erguer entre suas pernas. O irmão excitado correndo atrás dele, encurralando-o pelos cantos e encoxando-o à vista do pai, culminava despertando o tesão deste. Foi assim naquele início de tarde que previa ser de puro ócio, não fosse o surgimento da possibilidade de se refestelarem no cuzinho daquele viado sexy.
- Paizinho, manda o Vitor para com essas gracinhas! – protestou Ricardo, quando o irmão tentava arrancar sua calça.
O pai não interveio de imediato, esperou que a superioridade muscular do Vitor alcançasse seu intento. Ante a bunda desprotegida do Ricardo, tomou-o em seus braços numa suposta atitude de proteção. Acariciou-a libidinosamente, até que o moleque começasse a lhe devolver os afagos e aceitar resignadamente seus beijos. Para provocar o outro filho, enquanto amassava as nádegas do Ricardo em suas mãos vigorosas, arregaçava o reguinho, permitindo que o Vitor visse a rosquinha rosada no fundo dele. Vitor não perdeu tempo e tirou a caceta para fora, acariciando-a entre os dedos. Excitado pelo calor que o corpo do pai emanava, Ricardo abriu a braguilha do pai e mergulhou a mão carinhosa na pentelhada densa, até encontrar um falo já tão rijo que mal conseguia movê-lo. O pai gemeu. Atrás dele, Vitor se aproximara e pincelava a verga no rego que o pai mantinha apartado, professando sacanagens em seu ouvido. Ele estava subitamente apreensivo, nunca excitara dois machos simultaneamente, sabia que pagaria um preço por tamanha luxuria. Demorou para suas mãos hábeis conseguirem tirar o pintão do pai de dentro da calça, mas assim que o tirou, ajoelhou-se a seus pés e começou a chupá-lo, sob os sonoros gemidos de prazer do progenitor. Vitor postou-se ao lado do pai, exigindo que ele também chupasse sua pica. Começou a revezá-las em sua boca, deliciosamente babonas e intrépidas, latejando dentro de suas mãos. Pai e irmão o observavam deleitados com tanta submissão. Num momento qualquer levaram-no para junto do sofá, reclinaram-no no espaldar estreito o que fez com cada uma de suas pernas pendesse para um lado e expusesse sua bunda. Tão logo voltou a ter a pica do pai diante do rosto, voltou a mamá-la com zelo e empenho. Dela minava o sumo saboroso do qual ele tanto gostava. Ricardo olhou brevemente para trás quando sentiu que a mão do irmão roçava seu cuzinho, mas o pai logo trouxe seu rosto e sua boca de volta para o caralho babão. Vitor se posicionou atrás do irmão para montá-lo, trocou a mão pelo cacete e projetou sua pelve com força contra a bunda macia, enfiando-o de uma só vez, quase até o talo. Ricardo gritou com a pica do pai atolada na goela. Vitor era bruto, na presença do pai quis mostrar do que era capaz, quis exibir sua macheza para o único ali que era páreo para suas bravatas.
- Não machuque seu irmão! – ralhou o pai, quando Ricardo o encarou com um olhar pungente e suplicante. – Se quer ser um macho de verdade, seja gentil e dê prazer ao seu irmão, e terá tudo o que ele tem para te satisfazer. – emendou, como se estivesse ensinando um aluno.
Vitor pouco pensava no que Ricardo tinha a lhe oferecer, queria mesmo é exercer seu poder de foda, detonar aquele cuzinho apertado, romper aquelas preguinhas e fazê-las sangrar como vinha fazendo desde a primeira vez que enrabou o irmão. Era isso que o fazia se sentir mais macho, as sutilezas eram coisa de boiola, eram premissas do irmão e não dele. Na sua visão torpe, era o irmão que devia ser meigo, carinhoso e devotado ao seu pinto e, por tabela, a ele próprio. Mas o pai não permitiu que ele lanhasse o cuzinho do irmão como das outras vezes, obrigou-o a proporcionar prazer ao Ricardo, a aconchegá-lo nos braços, a meter sua pica judiciosamente naquela fendinha libertina. Ele não demorou a perceber que fazendo como o pai mandava, ele estava conseguindo muito mais prazer do que antes. E, enquanto Ricardo gemia sua penúria, os dois se regozijavam como velhos comparsas de farra. Vitor gozou no cu do irmão pouco depois, ao descadenciar as estocadas e mergulhar, o mais fundo que conseguiu, naquele casulo úmido. Encharcou-o até a brecha. O pai precisou se controlar para não gozar na boca do filho, ao constatar que o outro já o galava. Vitor puxou a pica vagarosamente para fora, enquanto Ricardo a mastigava com seus esfíncteres e juntava suas pernas para não deixar o esperma vazar. Ele podia não morrer de amores pelo irmão, mas aquele líquido precioso tinha um valor inestimável para ele. Sentir um macho encharcando seu cu com ele, atestava seu poder de satisfazer esse macho.
Ricardo continuava praticamente deitado sobre o encosto do sofá, suas pernas tremiam depois que aquele vazio imenso se formou após o cacete do irmão sair do seu cu. O pai o enlaçou, reclinou-se sobre ele, beijou sua nuca e seguiu em direção à boca, onde a boca dele cobriu a sua num longo e carinhoso beijo. O cuzinho do filho se fechava lenta e paulatinamente, tinha algumas pregas rotas e inchadas pelo destempero do Vitor. Não foi difícil voltar a estirá-las com a cabeçorra de sua jeba, tendo que superar apenas a elasticidade que a pica do filho, menos grossa que a sua, não havia distendido. Ricardo ganiu mais uma vez, a dilaceração de algumas pregas sempre era dolorosa e, só encontrava consolo em seu desejo de se entregar aos homens. O pai não tinha a mesma pressa do irmão, sabia tirar todo o proveito de uma situação. Penetrou-o devagar, mas com firmeza, alojou-se em suas entranhas, obrigou-o a mastigar e ir expulsando seu pinto suavemente para fora, antes da cabeçorra ser expulsa, ele voltava a estocar a rola lá no fundo, o Ricardo gemia, ele gemia, a luxuria se espalhava pelo ar. O cuzinho do filho pedia pica, sugava-o para dentro de suas entranhas, enquanto a mucosa anal se constringia ao redor de seu falo, como se o estivesse a acariciar. Vitor fora até o banheiro mijar e lavar o cacete. Voltou para junto deles e forçou a rola nos lábios do irmão, que o envolveram e sugaram a procura de mais uma leitada cremosa. O pai foi se retesando, sua pelve dava impulsos bruscos, um rugido gutural preencheu a sala e, seu cuzinho já encharcado, foi absorvendo todo aquele gozo tépido e pegajoso que se espalhava em suas entranhas.
- Caralho, como esse moleque é gostoso! – exclamou vitorioso.
- É a nossa putinha! – complementou o Vitor. Exausto, Ricardo não se objetou. Fosse como fosse, ele é quem se sentia um vitorioso. Dois machos satisfeitos simultaneamente. Esses encontros viraram rotina, bastava se encontrarem sós em casa e a sacanagem rolava solta.   
Denise notou a flagrante mudança de comportamento do filho em relação a ela e, não fossem suas crises a modificar sua percepção das coisas, poderia jurar que o marido também já não era o mesmo. Em relação ao filho, primeiramente sentiu um certo orgulho, pois era evidente que ele passara a abusar também sexualmente daquele intruso que se alojara em sua família, que ela era obrigada a tolerar por conta da inflexibilidade do marido quanto a esse assunto. Cada vez que via o filho saindo do quarto do intruso com aquele brilho libertino no olhar e aquele sorriso de quem acabara de se saciar, aumentava sua certeza de que o outro havia sido subjugado pelo garanhão que criara. No entanto, tudo que dizia de negativo sobre o Ricardo, o filho ignorava ou até rebatia, tomando a defesa do meio-irmão, deixando-a com a pecha de megera. Quanto ao marido, tentava entender o porquê de ele não a procurar mais com a mesma frequência, de se mostrar frio ante suas carícias que, a bem da verdade, ela se esforçava para conceder sem muito entusiasmo. Era evidente que estava perdendo terreno dentro de sua própria casa para o enteado. Esposo e filho sempre se posicionavam a favor dele, como se estivessem sob o efeito de um feitiço. Esse isolamento agravou sua doença, seus delírios, sua depressão.
- O Vitor só está agindo assim comigo por sua causa! Eu sempre soube que você seria uma influência negativa na vida do meu filho. – afirmou ela.
- Eu, uma influência negativa? Não fui eu quem o mimou, quem fez dele um preguiçoso sem responsabilidade, quem o fez se tornar essa pessoa egoísta. Que eu saiba ele tem avançado no colégio e na faculdade às minhas custas, mesmo me tratando como seu fosse seu capacho. Se meu pai não tivesse me obrigado a ajudá-lo ele provavelmente jamais teria chegado à faculdade. Era isso que você queria?
- Não tente se vangloriar, pois não é mérito seu o que ele conquistou. – devolveu ela. – Você é um estorvo em nossas vidas, você, suas irmãs e sua mãe, sempre a perturbar seu pai com pedidos.
- Nunca pedi a ele mais do que é sua obrigação enquanto pai.
- Com toda essa idade você deveria ter vergonha de pedir as coisas para seu pai. Vá cuidar dos teus interesses e dos de sua família!
- Posso dizer o mesmo em relação ao Vitor. Se eu sou um parasita como você diz, ele é o quê? Um traste que não faz nada sem a ajuda de outros, exceto procurar diversão.
- Aposto que você está entre as diversões dele, sua bicha enrustida!
- Não precisa apostar, pode ter certeza! Seu filho trepa comigo, sim. E é por isso que ele está abrindo os olhos e percebendo o tipo de mãe que ele tem. Uma vadia que precisou tirar o marido de outra mulher para receber um pouco de atenção.
- Ao menos eu criei um filho macho, e não um viado como fez a sua mãe. Me orgulho de saber que ele é macho e que está se divertindo com você. – afirmou furiosa.
- Ainda bem que pensa assim! Pois seu marido está fazendo a mesma coisa, procurando em mim aquilo que você não consegue lhe dar, ou naquilo que ele já não está mais interessado em você. – devolveu o Ricardo, sarcástico. Horas depois, ela havia se empanturrado com as medicações que o psiquiatra havia prescrito e, sem resultados, entrou em mais uma crise. Tanto o marido, quanto o Vitor, já estavam cansados delas e não demonstravam nenhum interesse pelos eternos problemas existências dela. Ricardo se rejubilava com a desgraça daquela mulher.
Enquanto por um lado as coisas conspiravam a favor do Ricardo, por outro, os problemas e as brigas com o Marcelo só aumentavam. Além do ciúme quase doentio que sentia do Vitor estar praticamente grudado no Ricardo, ele não concordava com o que chamava de vingança que o Ricardo estava fazendo com o pai e sua nova família. Por mais que Ricardo negasse que estivesse se vingando, o que em seu íntimo era uma verdade, Marcelo via em cada ato do namorado um motivo para censurá-lo. Suas exigências para que ele deixasse a casa do pai, voltasse a morar com sua mãe e irmãs, ou viesse morar com ele não cessavam.
- Não tenho como me sustentar sem a ajuda do meu pai, enquanto não concluir a faculdade. – alegava Ricardo.
- Ele pode continuar te custeando mesmo sem você morar com ele. – retrucava Marcelo.
- É a obrigação dele! Não é justo que o Vitor receba tudo que deseja e minhas irmãs e eu fiquemos a ver navios. É isso que quero reparar ficando lá. – argumentava Ricardo.
- Ou será porque é a única maneira de continuar íntimo do seu irmão?
- O que você quer dizer com isso?
- Isso mesmo que você ouviu! Nada me tira da cabeça que ele se aproveita de você.
- Isso não é verdade! – exclamou Ricardo zangado. Em sua mente era ele quem estava se aproveitando das fraquezas do irmão e não o contrário, embora pudesse parecer que por Vitor ser o ativo e o fodedor naquela relação e, portanto, dominando, quem controlava a situação era ele.
As discussões entre o Ricardo e o Marcelo sempre acabavam num impasse, ficava o dito pelo não dito. Mas, a revolta e a raiva dentro do Marcelo só fazia crescer. Ele conhecia a boa índole e o caráter irrepreensível do namorado. Contudo, a cada atitude que o Ricardo tomava, ele tentava encontrar uma falha nesse caráter, um desvio de comportamento, algo que o fizesse não se sentir tão apaixonado por ele. E, ao não encontrar, remoía esse ciúme na solidão de seus pensamentos.
Na época em que Vitor completou dezoito anos, Denise infernizou a vida do marido até ele presentear o filho com um carro, mais um mimo imerecido que se somava aos tantos que estragaram a personalidade daquele moleque. Ricardo fez o mesmo pedido ao pai após completar dezoito anos, o pai relutante, ficou de pensar no assunto, e os meses foram passando. Ricardo, por conta do histórico de abandono, aprendeu a ser resignado, a se contentar com o pouco que lhe davam sem que isso ferisse seus sentimentos. Mesmo reconhecendo as injustiças, tentava corrigi-las apelando aos sentimentos e aos laços que o uniam ao pai, o que nem sempre resolvia a questão.
Desde que o incesto com o pai começou, percebeu que uma nova porta havia se aberto. Alojar a jeba carente do pai em seu cuzinho, cobri-lo de beijos e carícias, também abriu a mão sovina do pai. Nada mais lhe era negado, quando não dado antes mesmo de ele o pedir. Foi o que aconteceu com o carro que, repentinamente se materializou na garagem. A alegria de não ter que implorar pelo presente o deixou tão feliz que seu primeiro impulso foi retribuir na cama o veículo reluzente da garagem. O pai já contava com essa atitude dadivosa do filho, e tratou de tirar o máximo proveito daquele rabinho que, nos últimos tempos, vinha suprindo todas suas necessidades de macho.
Pai e filho começaram sozinhos. Ricardo, magnânimo como sempre, agasalhava a pirocona do pai cheio de afeto, gemendo deliciosamente com o vaivém do pai bombando livremente seu cuzinho apertado. Depois de um tempo, já galado e se dedicando a brincar com o falo e os testículos consistentes do pai, seus gemidinhos excitados, por conta do dedo que o pai movia em círculos dentro de seu cuzinho, despertaram a atenção do Vitor. Ele se juntou aos dois no quarto do pai e assumiu sua posição de segundo macho naquela relação. Ricardo chupava empenhadamente a rola do pai quando Vitor o penetrou na rosquinha lanhada. O cu ia arder por pelo menos dois dias, sua mucosa ia absorver praticamente toda a porra que os dois inocularam nele, mas tudo compensava a generosidade com a qual o tratavam agora. Ricardo deu o cu até os dois se darem por satisfeitos.
Horas depois, no início da noite daquele mesmo dia, Marcelo o convidou para uma festa na casa de um amigo. A primeira relutância do Ricardo surgiu quanto a se encontrar com o namorado, temendo que aquele seu caminhar com as pernas fechadas despertasse as desconfianças do Marcelo. A segunda veio por saber que após a festa o namorado também ia exigir seus carinhos sexuais, pois estavam há uma semana sem transar, e Marcelo subia pelas paredes quando privado de sexo. Não houve como recusar ou escapar da intimação. Na festa, apesar de conhecer boa parte dos amigos do namorado, sentiu-se retraído, por causa do cu que ardia como se uma brasa incandescente estivesse entalada nele.
- Está tudo bem com você? – questionou Marcelo
- Tudo! Só estou com um pouco de dor de cabeça. – respondeu Ricardo, já tomando um gancho para uma eventual desculpa posterior para não querer transar.
Os hormônios acumulados corriam soltos nas veias do Marcelo. Assim que o Ricardo entrou no carro quando ele o foi pegar em sua casa, o perfume de sua pele durante o beijo que trocaram deixou o Marcelo excitado. Durante a festa Ricardo o flagrou diversas vezes ajeitando o caralho. Tentou se manter a certa distância para não exacerbar as ereções do namorado, mas a cada troca de olhares entre eles, sentia o tesão do Marcelo aumentando e, sabia como aquela noite ia terminar. Três num mesmo dia jamais esteve em seus planos, ele não era uma puta. Que desculpas dar ao namorado carente sem magoá-lo para que não o possuísse e viesse a descobrir o que em sua cabeça se afigurava como uma traição? À medida que a noite avançava, Ricardo foi ficando tenso, assustadiço, inseguro.
- Eu prefiro que me leve para casa! Minha dor de cabeça está insuportável. – alegou quando saíram da festa e ele notou que Marcelo o levava para a casa de um primo que viajava com frequência ao exterior, e se ausentava por longos períodos, emprestando o apartamento para o Marcelo usar como garçonnière.
- Conheço um jeito de curar a sua dor de cabeça! – exclamou Marcelo, louco para ter seu amor nos braços e sua pica alojada naquele cuzinho sedoso.
- Não estou brincando, amor! Me leve para casa, por favor.
- Só fica comigo essa noite então! Estou morrendo de saudades suas. – talvez quando Ricardo estivesse em seus braços, já não se mostraria tão relutante, pensou consigo mesmo.
Ricardo lutou o quanto pode, chamou o namorado de interesseiro, de vândalo, por só pensar em foder seu cuzinho naquelas condições. Se havia algo na personalidade do Marcelo que o distinguia, era sua persistência, sua teimosia e sua determinação. Nos beijos que Marcelo roubava docemente dele, Ricardo se viu sem roupas pouco depois de haverem chegado ao apartamento. Esgueirou-se o quanto pode, fugiu de suas investidas e deixava Marcelo cada vez mais maluco por seu cuzinho, dando a impressão que estava fazendo charminho. Até que o indesejável e, aquilo que Ricardo já previra aconteceu. Em dado momento, quando o caralhão do namorado ainda continuava empinado, mesmo após Ricardo ter mamado até a última gota da deliciosa porra que ele ejaculou em sua boca, Marcelo abriu aquelas nádegas para ter acesso ao buraquinho do namorado.
- O que é isso? – perguntou de imediato, ao ver que, ao invés daquela rosquinha ter seu rosado característico e as preguinhas estarem tão juntas que mal se via a portinha do cu, elas estavam formando um montículo protuberante, inchadas, feridas e arroxeadas.
- Para, Marcelo! Eu te pedi para não fazer isso! – protestou Ricardo ao ter seu cu devassado.
- Foi seu irmão, não foi? Eu sabia que vocês estavam transando! – berrou enfurecido o Marcelo.
- Eu posso explicar, não fique assim, por favor.
- Explicar o quê? Que você está plantando uma galhada na minha testa com aquele filho da puta? – questionou irado.
- Vou te contar tudo, juro. Mas, me prometa que vai tentar entender o meu lado. – suplicou Ricardo. Pela primeira vez ele viu que a chance de perder seu verdadeiro amor estava se concretizando.
- O que você quer que eu entenda? Que o meu namorado está me traindo com o próprio irmão e eu devo aceitar isso numa boa? Sinto muito te decepcionar, mas não tenho inclinação para ser corno. Eu devia te encher de porrada, isso sim! – retrucou ensandecido pelo ciúme.
- Eu finalmente tenho o controle naquela casa! A Denise está pagando por tudo que fez de ruim para minha mãe, minhas irmãs e eu. Meu pai e o Vitor estão sempre me defendendo dos ataques dela. – sentenciou Ricardo, tentando justificar seus atos.
- O que você quer dizer com seu pai e o Vitor? Você não está dando o cu para os dois, está? – quando isso passou pela mente do Marcelo, ele começou a caminhar de um lado para o outro, passando a mão nos cabelos numa atitude de desespero total.
Ricardo apenas acessou positivamente com a cabeça, que baixou timidamente por que sentiu vergonha ao ouvir essas palavras saindo da boca de outra pessoa. No que ele havia se transformado para levar adiante uma revanche contra tudo que sofrera? De repente, parecia que suas razões já não eram mais suficientes para justificar o que estava fazendo.
- Fala olhando na minha cara, você deixou seu pai meter o caralho no teu cu? Fala, Ricardo! Deixou? – exigiu o Marcelo, aproximando-se do namorado e agarrando seus ombros com tanta força que sentiu as articulações estalarem sob seus dedos. Ricardo não encontrou forças para responder, apenas deixou as lágrimas descerem pelo rosto envergonhado. – Você está vendendo seu corpo em troca de atenção e reconhecimento do seu pai, sua puta? Viado rameiro! – berrou encolerizado o Marcelo, no mesmo instante em desferiu um bofetão naquele rosto arrependido.
Ricardo tentou revidar, apesar da vergonha e, de ter constatado que não tinha agido corretamente, não ia se deixar intimidar mais uma vez, nem pelo homem que amava. Durante toda sua vida ele sempre baixou a cabeça, sempre se resignou, sempre deixou que os outros fizessem dele o que bem entendessem, não seria mais assim. A defensiva do Ricardo deixou Marcelo possesso, descontrolado, ele começou a dar socos no namorado que, não só se defendia, como revidava seus golpes. Brigaram feio, como dois cães se engalfinhando. Marcelo levava uma vantagem física sobre o namorado e achava que este deveria se submeter incondicionalmente a ele. O fato de Ricardo não aceitar essa submissão tão facilmente como ele queria, deixava-o enfurecido e agressivo. Ele bateu tanto no namorado que este mal conseguia se mexer. Quando o teve sob seus golpes, contido e subjugado com ele queria, cerrou o punho e o dirigiu para aquele rosto perfeito e lindo pelo qual se apaixonou à primeira vista. Ricardo gritou quando viu aquele punho vindo em sua direção, e foi isso que o salvou de ter algum osso do rosto fraturado, pois Marcelo parou assim que aqueles olhos doces e arregalados de pavor encontraram com os seus. Ele não podia fazer isso com o amor de sua vida, por mais raiva que estivesse sentindo naquele momento. Ele jamais poderia ferir o homem que queria proteger e aninhar em seus braços, o homem que era a razão de seu viver. Ricardo se recompôs como pode, o corpo dolorido como se um trem tivesse passado sobre ele, chamou um carro de aplicativo e partiu sem que o namorado respondesse ao seu adeus. No dia seguinte, nem eram os hematomas e as marcas dos socos que levou do namorado que doíam mais, era aquele vazio no peito, aquela sensação de abandono, de ter perdido seu homem para sempre que o atormentava. E, essa sensação não passara mesmo no decorrer das semanas. A dimensão do amor que sentia pelo Marcelo só se mostrou em toda magnitude depois que se separaram. Nos meses seguintes não se procuraram, por razões distintas, cada um achava que estava certo e o outro errado.
A briga com o Marcelo teve pelo menos um desfecho imediato, Ricardo deixou a casa do pai e voltou a morar com a mãe e as irmãs. O pai não quis aceitar suas razões, tinha sempre um argumento contra cada justificativa que o Ricardo lhe apresentava. A saída do filho de sua casa significava que teria suas carências de volta, que ninguém as satisfaria como o Ricardo vinha fazendo. Privado de um sexo de qualidade e frequente, teria que aturar, sem nenhum bálsamo a lhe aliviar as agruras, os achaques doentios da Denise. Ele estava farto deles e, desde que sentiu como Ricardo o cobria de carinho, fartou-se dela também. Como não conseguia mais fazer sexo com o filho com a mesma frequência de antes, começou a procurá-lo alhures. Seu carisma, seu corpo atlético e seu sorriso sexy não demoraram a encontrar uma outra mulher na própria empresa em que trabalhava.
Enquanto a notícia e a separação caíram como uma bomba na casa da Denise, Ricardo festejou como se tivesse ganho na loteria. A mulher suplicou, implorou, humilhou-se o quanto pode a fim de manter o relacionamento, mesmo sabendo que o marido tinha uma amante. Ela precisava fazer isso para manter seu padrão de vida, pois tinha sido apenas essa a razão de ela ter arrancado aquele homem de sua família. Ela nunca havia movido uma palha para se manter, deixou de depender do pai para depender de um marido que lhe desse tudo em troca de se atocaiar em sua buceta. Prendeu seu homem com uma gravidez quase instantânea, que mal lhe deu tempo de refletir sobre se queria ou não continuar ao lado daquela mulher. Ardilosa, ela soube mover os pauzinhos para que ele abrisse mão da família que tinha para assumi-la e ao filho que crescia em seu ventre. Contentou-se com o papel de amante por um tempo, o filho já completava um ano de vida e seu homem continuava ligado à esposa na qual acabara de fazer mais um filho. A notícia de que a mulher estava grávida deixou-a em polvorosa, temente de que pudesse ser largada a qualquer momento. Foi então que deu o golpe de misericórdia no homem e o trouxe em definitivo para a casa que ele mantinha para ela e o filho. Agora era ela quem estava sendo largada à própria sorte, trocada por uma amante mais fogosa. O apartamento em que viviam nunca foi passado para o seu nome como tantas vezes o marido havia jurado fazer. Depois de quase vinte anos de convívio, ela estava prestes a ficar no olho da rua com o filho parasita que nem sonhava em cuidar de si próprio e da mãe desvalida. Ela saiu daquele relacionamento, nunca oficializado, praticamente com uma mão na frente e outra atrás. A mesma situação em que fizera questão de deixar a primeira esposa de seu homem. Os pais dela, sem muitos recursos, tiveram que abrigá-la e ao neto preguiçoso, numa vida de penúria e crises emocionais que se agravavam dia-a-dia.
A alegria de ter dado o troco àquela mulher e seu filho durou pouco, Ricardo já não pensava mais tão vingativamente como antes. Não se sentia efetivamente culpado de nada, continuava achando que ela teve o que merecia, mas quando se lembrava da última briga que teve com o Marcelo, seu coração se comprimia como se estivesse sendo esmagado por um trator.
Ele e o Vitor se encontravam na faculdade, única regalia que o pai continuava a bancar para o Vitor depois de sua saída de casa. Nem a radical mudança em sua vida fez o Vitor abrir os olhos. Ricardo sentia pena dele, a despeito de tudo que sofrera em suas mãos, percebeu que gostava um pouco dele, que tiveram seus destinos cruzados e modificados por um pai carente que procurava nas relações sexuais um lenitivo para o vazio que sentia na alma. Viver aquele tempo ao lado do pai tinha lhe feito conhecer quem ele verdadeiramente era. Àquele ou àquela que lhe suprisse com dedicação, afeto e carinho aquele grande vazio que carregava dentro de si, ele se tornava generoso. Tinha sido exatamente assim que as coisas aconteceram quando Ricardo passou a copular com o pai e a cobri-lo de carícias e atenção, ganhou não só um macho, mas também o mais generoso pai do mundo.
Era através do Vitor que ele ficava sabendo do agravamento do quadro esquizofrênico da Denise. Menos preocupado com o destino dela, Ricardo quase sentia vontade de colocar o irmão no colo, como tinha feito tantas vezes depois que o Vitor deixava aquela enxurrada de porra em seu cuzinho. Sentiu-se inábil para secar as lágrimas do irmão quando soube que a Denise havia se suicidado. Ela vinha fazendo uma verdadeira maratona por consultórios psiquiátricos para resolver a questão de ter sido abandonada pelo marido. Numa tarde chuvosa, quando aguardava na antessala de mais um especialista que haviam lhe indicado, ela aproveitou uma breve saída da recepcionista para se lançar ao vento, como uma borboleta, do janelão de vidro do décimo primeiro andar. O que restou dela junto a entrada do edifício foi uma massa disforme e ensanguentada. Ricardo nunca se sentiu culpado pelo destino trágico dela, mas a dor do meio-irmão afetou seus sentimentos por muitos dias. O pai não foi ao sepultamento, coube a ele estender o ombro onde o irmão se debulhou em lágrimas.
Todos esses acontecimentos fizeram com que Ricardo não conseguisse tirar o Marcelo de sua cabeça. Ele o amava, ainda o amava, e muito. Provavelmente mais do que antes, quando sua mente se ocupava daquela revanche que ele agora achava estúpida. Lembrou-se que nunca verbalizou seus sentimentos para o namorado, com medo de que, ao fazê-lo, tiraria o foco de seu objetivo primordial. Como esse homem me amou por tanto tempo sem que eu nunca lhe confessasse meu amor, perguntou-se a si mesmo. Com a visão do rosto desolado de solidão do Vitor à beira da sepultura da mãe, que ainda se mantinha viva diante de seus olhos no dia seguinte ao enterro, Ricardo resolveu procurar o Marcelo. Ele não sabia qual seria sua reação, não sabia se sequer seria recebido por ele. O pouco que sabia através de amigos que tinham em comum, era que ele continuava sem ninguém, que já não era tão frequente nas rodinhas de amigos, que enviara currículos para empresas no exterior para onde planejava se mudar, apesar da excelente posição que ocupava na empresa onde trabalhava. Para o Ricardo, reconquistar seu único, primeiro e verdadeiro amor, tornou-se uma corrida contra o tempo, e ele apostou todas as suas fichas nessa reconquista.
- Oi Marcelo! É o Ricardo. Tudo bem com você? – sua mão estava suada e o celular escorregava dentro dela. Ele se identificou pensando que o Marcelo talvez já tivesse tirado seu nome da lista de contatos. Estremeceu quando este pensamento lhe passou pela mente, ser descartado com um simples toque na tela do celular, a tecnologia tinha tornado fácil se livrar das pessoas.
- Oi! Tudo! E, com você? – ouviu como resposta, a voz não era nem um pouco amistosa. Ricardo pensou em desligar, mas seria uma tremenda falta de educação. Porém, estava com medo de prosseguir, um homem que foi capaz de lhe dar uma surra, provavelmente ainda teria muitos desaforos para falar.
- Sentindo saudades suas! – exclamou, achando que assim desarmaria seu oponente.
- Depois de todos esses meses?
- Tive receio de te ligar e você desligar na minha cara. – confessou, era melhor ser o mais sincero possível. Coisas não ditas em seu devido tempo tinham acabado com o namoro, repetir o mesmo erro seria tolice.
- Você sabe que eu jamais faria isso com você!
- Também pensei que você jamais me desse uma surra, mas você deu.
- Foi para isso que me ligou? Para cobrar explicações ou exigir desculpas?
- Não! Claro que não! Você teve seus motivos. – quanto mais calmo ele pudesse manter aquele homem, melhor. Só assim, ele lhe ouviria.
- Bom saber que você reconhece isso!
- Eu queria me encontrar com você, é possível? – partir logo para o tudo ou nada, é a melhor solução, antes que a conversa descambe por um caminho sinistro.
- Para que? – ele não estava facilitando as coisas, típico do Marcelo quando se enfurecia.
- Sinto sua falta! Tenho vontade de olhar no seu rosto, de constatar por mim mesmo que você continua lindo! – sua voz começou a tropeçar e a engasgar. Estava prestes a começar a chorar, mas não o faria dando a impressão de estar apelando. Sua vontade era a de dizer que o amava, que sua vida sem ele não fazia sentido, que se atiraria a seus pés pedindo perdão se ele assim o quisesse. Mas, calou-se e engoliu aquele nó entalado na garganta.
- Você está bem? – a voz do outro lado tornou-se doce, preocupada.
- Sim! – a brevidade da resposta fez com que o Marcelo percebesse que ele estava chorando.
- Aonde quer se encontrar? – aquele homem maravilhoso estava abrindo uma brecha, com um pouco de sorte talvez ele também ainda o amasse.
- Onde você quiser!
- Naquele café de esquina a algumas quadras da casa da sua mãe, lembra? – Ricardo achou que ele fosse sugerir sua casa, mas percebeu que ele ainda continuava cauteloso e com o pé atrás. Sim, ele se lembrava. Jamais esqueceria daquele lugar, foi lá que o Marcelo lhe confessou que estava a fim dele, pouco depois de terminar o namoro com a irmã.
- Está perfeito! Quando?
- Amanhã pela manhã. Tenho um compromisso hoje. – talvez até fosse verdade que ele tinha um compromisso, mas conhecendo-o como Ricardo o conhecia, sabia que podia ser uma maneira de não se mostrar muito interessado naquele encontro.
- Fico te esperando às 11:00 horas, tudo bem?
- OK! Até amanhã! – Ricardo agora tremia da cabeça aos pés, não sabia se de euforia ou, por ter que enfrentar o Marcelo cara a cara no dia seguinte.
Ricardo mal pregou o olho naquela noite, estava num estado de ansiedade tão intenso que parecia patológico. Seu futuro dependia daquele encontro, daquelas poucas horas, quem sabe minutos, que teria para convencer o Marcelo de que ainda o amava. A ansiedade incontrolável o fez chegar ao café uma hora antes do combinado, pois não queria que o Marcelo tivesse que esperar por ele. No entanto, aquele encontro também estava tirando o Marcelo do prumo, geralmente controlado e autoconfiante, ele estava uma pilha de nervos. Já estava sentado numa das mesas externas que ficavam sob os galhos esparramados de uma imensa figueira, a algum tempo. Assim que viu o Ricardo dobrando a esquina e caminhando pela calçada em sua direção, seu coração disparou. Ele o reconheceria mesmo que estivesse infiltrado numa multidão, pois achava-o único. Os cabelos caramelo ondulados estavam um pouco mais compridos do que se lembrava, um vento leve, que também agitava as toalhas das mesas, desalinhou-os, e aqueles cachos esvoaçavam ligeiramente. Ele estava vestido com simplicidade, uma camiseta branca de malha canelada e gola em V, não justa, mas assentada como se fosse uma segunda pele cobrindo aquele tronco bem delineado pelos músculos definidos, sem serem trabalhados; e um jeans que realçava suas coxas grossas e, especialmente, a volumosa bunda roliça. Por mais simples que fosse qualquer roupa que aquele corpo recheasse, tinha-se a impressão de que eram peças de grife. O caminhar do Ricardo era firme, porém parecia que ele flanava a cada passo. Estava deliciosamente lindo, um tesão. Ele passou por dois sujeitos que acabaram de desocupar uma mesa próxima da qual Marcelo estava, parados na calçada ao lado de duas motocicletas de alta cilindrada colocando os capacetes, um deles disse alguma coisa para o Ricardo; que ele não conseguiu ouvir de onde estava, provavelmente uma cantada, pois ambos fixaram os olhares naquele corpo sedutor e naquele rosto bonito enquanto faziam um comentário entre si. Sem o notar, Marcelo cerrou o punho com força, um reboliço tomava conta dele quando via um par de olhos babando daquela maneira sobre o Ricardo. Duas balzaquianas ocupavam a primeira mesa junto a calçada próxima da entrada do café, ambas praticamente devoraram o corpo sensual daquele rapaz jovem demais para elas, mas do tipo exato que devia povoar seus sonhos eróticos, elas lançaram um sorriso pecaminoso na direção dele, que respondeu com um discreto esboço benevolente nos lábios que não chegava a ser um sorriso, embora elas o tenham interpretado dessa forma. O molecão parrudo, cujos deltoides quase faziam estourar as mangas da camiseta colada ao tronco trapezoidal e, que atendia as mesas externas do café, lançou um olhar de cobiçoso de gavião sobre o corpo do Ricardo e, abriu um sorriso largo a título de boas-vindas assim que ele pisou na rampa de acesso ao café. O punho já cerrado do Marcelo desferiu involuntariamente um soco sobre a mesa. Era muito descaramento daquele sujeitinho se mostrar tão assanhadamente tarado pelo cliente que chegava, embora fosse notório que o molecão estivesse com os hormônios à flor da pele e, corpos tesudos, fossem de homens ou mulheres, inquietassem suas partes pudendas. Ricardo vislumbrou o Marcelo antes mesmo de perguntar ao molecão por uma mesa, deu uma breve consultada no relógio para se certificar de que não tinha se atrasado, abriu aquele seu sorriso de dentes largos e perfeitamente enfileirados em sua direção e caminhou até ele, com o molecão atrás, secando descaradamente a bunda que se movia, excitadora, a sua frente. Marcelo se arrependeu de ter escolhido esse lugar para o encontro, havia se esquecido de que os atendentes do café eram todos garotões musculosos e atraentemente sexys, devia ter optado por seu apartamento, e então o corpo tesudo do Ricardo seria admirado apenas por ele. Aqueles meses em que estiveram rompidos e afastados formavam um limbo do qual ele queria se livrar. Ao ter o Ricardo bem diante de seus olhos, sorrindo docemente para ele, teve a certeza de ainda amar aquele homem. Ele tinha que ser discreto, não demonstrar muita empolgação com aquele encontro, fazer-se de difícil para valorizar fosse lá o que o Ricardo tivesse a lhe propor. O molecão puxou uma cadeira para o Ricardo, enquanto eles trocavam um aperto de mãos. Marcelo não se levantou, receando que Ricardo viesse a se lançar em seus braços num daqueles seus abraços carinhosos, e ele viesse a perder completamente o foco daquele encontro, ficando vulnerável ao charme que ele certamente usaria para propor que reatassem.
- Uma água gelada, sem gelo extra e sem rodela de limão. – Marcelo apressou-se a pedir, num tom de voz grave e um tanto quanto rude, dirigindo um olhar carrancudo ao molecão para se livrar da presença dele o quanto antes, o que sabia ser a preferência do Ricardo, uma vez que ele não gostava de tomar café. Por que raios fui escolher este lugar, pensou consigo mesmo.
Ricardo estava visivelmente nervoso, esfregava impacientemente as mãos que estavam suadas quando Marcelo as teve entre as suas quando se cumprimentaram. Vê-lo naquele estado serviu para que Marcelo reassumisse o autocontrole, embora estivesse começando a notar que estava ficando perturbadoramente excitado. Era tudo no Ricardo que o deixava assim, desde a primeira vez que posou seus olhos sobre ele, quando ainda namorava sua irmã. Ele nunca imaginou que um dia fosse sentir tamanha atração por outro homem. Mas, Ricardo era um homem diferente de todos que ele já havia conhecido, era um homem de alma feminina, muito embora nada em sua aparência e seus modos remetesse à figura de uma mulher. Eram seus sentimentos, o que carregava dentro de si, que tinha aquela doçura e aquela sensibilidade para com os outros que as mulheres costumam ter e, que deixava os homens, particularmente os machos intrépidos seduzidos por ele. Como tinha acontecido há pouco, quando os dois motoqueiros, indiscutível e indubitavelmente heterossexuais, se sentiram seduzidos por aquele corpo escultural, sem saber se o Ricardo era um homossexual ou um heterossexual. Isso parecia nunca importar, não fazer diferença, a atração acontecia independente dessa questão.
Fazia muito tempo que Marcelo se arrependera de ter dado uma surra no Ricardo. Ele soube que o tinha feito por conta do ciúme que sentia dele. Quando viu aquele cuzinho, que julgava ser só seu, todo machucado e, ainda por cima descobrir que, pelo meio-irmão com quem nunca se afinou e pelo próprio pai de seu namorado com a anuência deste, perdeu a cabeça e socou a primeira coisa que encontrou pela frente para descarregar toda sua ira. Infelizmente e, para seu remorso, essa coisa era a paixão de sua vida. Foi seu histórico de vida, as ideias preconcebidas que são incutidas nos homens que o levaram a não correr atrás do Ricardo poucas horas depois de tê-lo coberto de porradas. O que seria de sua honra de macho ultrajado? Machos que se presam e se valorizam não saem por aí correndo atrás de quem os desafiou e desonrou, não foi isso que lhe ensinaram? Não era assim que agiam os homens? Pois bem, foi o que ele fez quando soube que o namorado estava dando o cu, feito uma puta, para o irmão e o pai. Não importava quais fossem suas razões, ele, como macho, não podia aceitar aquilo. Não, não podia. E, deixou que o namorado se fosse, por mais que o amasse e sentisse sua falta.
O mais patético é que, uma de suas primeiras atitudes, foi querer arrancar o Ricardo de seu coração se envolvendo com seu vizinho de andar, um homossexual divertido, cheio de amigos, baladeiro, que parecia ter tudo para fazê-lo esquecer definitivamente do ex. Só que, já na primeira vez que treparam, e ele meteu o pirocão no cu do rapaz, sentiu que faltava alguma coisa, faltava aquele carinho e aquela entrega incondicional com a qual o Ricardo agasalhava sua pica, faltavam aqueles afagos demorados e delicados que ele fazia manipulando suavemente seu escroto e seu pau depois que ele havia esporrado em seu cuzinho; enfim, faltava o essencial para ele se sentir realizado. Em pouco tempo a desilusão com o rapaz foi crescendo, as trepadas eram algo mecânico, que apenas satisfazia suas necessidades fisiológicas, e nada mais. Romperam, e continuaram vizinhos amistosos.
Como aquele fogo em sua virilha parecia arder sem dó nem piedade, exigindo que ele satisfizesse suas necessidades de macho, partiu para cima de uma antiga amiga de sua irmã que, toda vez que ficava sem namorado, lançava olhares libidinosos em sua direção, junto com o charme de uma fêmea insaciada. Marcelo passou por cima das reservas que tinha em relação à moça, fodeu-a já no primeiro encontro, sua necessidade de enfiar o caralho numa fenda superava qualquer dilema ético. Depois de sentir sua rola agasalhada pelo cuzinho do Ricardo, as bucetas lhe pareceram largas, elásticas demais, fáceis de serem laceadas, inertes como se fossem apenas um buraco oco, não tinham aquelas contrações musculares que apertavam e mastigavam seu cacete, que se comprimiam ao redor dele como se o estivessem acariciando. Ele notou que precisava fazer um trabalho muito mais extenuante com a mente do que com a pica para sentir prazer e gozar dentro de uma buceta. Deu um fora pouco sutil na garota, reconheceu depois, mas livrar-se dela era mais necessário do que se mostrar um gentleman.
E agora, aqui estava o Ricardo, a sua frente, com toda sua beleza, tímido, nervoso, assustado como um passarinho, com seu perfume chegando até suas narinas e, seus pensamentos começaram a criar imagens lascivas daquele cuzinho que há tempos sua pica não frequentava. Não à toa estava excitado, não à toa queria se lançar sobre aquela mesa, agarrá-lo e fodê-lo até ele suplicar por clemência, que ele só concederia depois de ter galado todo aquele cuzinho.
Ricardo tomou a dianteira da conversa, explicou-se, justificou-se, desculpou-se, admitiu culpas que nem eram só suas e se declarou com aquele sorriso e aquela sinceridade que vinham do fundo de sua alma bondosa. Olhava fixamente os olhos de seu interlocutor tentando descobrir se suas palavras estavam servindo para alguma coisa, pois aquele rosto inerte o estava deixando cada vez mais inseguro. Por que cazzo ele aceitou o encontro naquele lugar, um lugar público onde não podia se aproximar do Marcelo, onde não podia tocá-lo, pois ele sabia que se o fizesse num local reservado, derrubaria aquela muralha de pedras que o estava impedindo de chegar ao coração do ex-namorado?
O encontro não saiu como o Ricardo havia imaginado, eles reatando com um longo beijo um nos braços do outro. Teve que se contentar com um até breve, a promessa de se reencontrarem numa data de um futuro próximo a ser combinada, se falariam pelo celular, trocariam mensagens enquanto isso. Depois de deixarem o café, de ele se sentar atrás do volante do carro, um choro convulsivo o obrigou a ficar alguns instantes parado ali em plena rua. Talvez nunca mais teria o Marcelo de volta. Todos seus atos foram inúteis, só serviram para minar seu futuro, uma vez que o próprio destino é que tinha se encarregado de corrigir todo o mal que aquela mulher fizera ao destruir sua família. Por que ele não enxergou isso antes? O caminho que ele trilhava agora não lhe permitia ver o que estava adiante, como um nevoeiro denso cobrindo uma estrada. Seu coração estava agoniado como jamais estivera.
Já um tanto quanto tarde da noite para uma visita ou o que quer que fosse, Ricardo foi atender à campainha de pijama mesmo. Ele destrancou e abriu a porta afobadamente quando viu de quem se tratava. Marcelo estava diante dele, sem aquele ar distante do encontro mais cedo, embora mal se pudesse identificar um sorriso em seus lábios, seus olhos tinham um brilho vivo, se não estivesse tão atordoado com aquela visita inesperada àquela hora, diria até apaixonado. O que ele não teve coragem de fazer em público, fez agora, atirando-se nos braços dele e cobrindo aquele rosto hirsuto de beijos. Sentiu os braços dele se fechando ao redor de seu corpo trazendo-o para junto do dele. Suas pernas começaram a bambear, os batimentos cardíacos dispararam e ele teve vontade de gritar a plenos pulmões que o amava, mas isso o obrigaria a desgrudar sua boca daquela que lhe retribuía os beijos acalorados. Quis ter certeza de que não estava sonhando, encarou-o de frente segurando seu rosto entre as mãos.
- É você, meu amor? – balbuciou incrédulo.
- Se sou seu amor, sou eu sim! – respondeu Marcelo, deslizando suas mãos sobre aquele corpo que voltava a ser seu.
Marcelo tinha saído do café furioso consigo mesmo. Por que bancou o durão, por que deixou transparecer que não estava mais interessado por aquele homem que todos cobiçam bem diante de seus olhos, se continuava tão apaixonado quanto da primeira vez que botou os olhos em cima dele? Ele o havia ofendido, dito coisas cruéis, dado uma surra nele e, ele voltou a procurá-lo deixando o orgulho de lado e, tão cheio de amor para dar quanto sempre teve. Não seria ele o juiz dos atos praticados pelo Ricardo, a questionar seus motivos, a apontar o dedo acusador para o que tinha feito; mesmo porque não saberia avaliar tudo o que ele sofreu durante toda a infância e a adolescência sem uma família estruturada, um pai ausente, uma mãe infeliz que só tentava dar o melhor de si para ele e suas irmãs; quando tudo o que recebeu dele sempre foi o mais puro e verdadeiro amor. Quem em sã consciência abre mão de um amor assim?
Quando estava a caminho da casa da mãe do Ricardo, Marcelo se questionava se o que o estava movendo era o tesão que o fez ter algumas ereções durante a tarde toda, a primeira ainda sentado na mesa do café, ao constatar o quanto desejava aquele homem, ou se era a paixão por ele que ainda ardia em seu peito. Porém, ao sentir aqueles braços e aquela boca se oferecendo generosa e carinhosamente a ele, teve a certeza de que ainda se amavam.
Ricardo estava sozinho em casa. A ex-namorada de Marcelo, agora casada, já não residia com eles. A mãe dele tinha ido ajudar uma irmã que fazia ovos de Páscoa artesanais para complementar a renda da família e que, com a proximidade da data, estava atolada de pedidos. A outra irmã do Ricardo estava passando o final de semana no sítio do noivo. A cabeça do Marcelo foi se enchendo de pensamentos libidinosos à medida que o Ricardo lhe dava ciência do paradeiro de todos.
Não devia haver nada debaixo daquela bermuda ligeiramente folgada do pijama, quando muito uma jockstrap que permitia livre acesso àquelas nádegas carnudas das quais ele tanto se ressentia. Marcelo sentiu que não conseguiria controlar a ereção que estava se formando dentro de seu jeans. Valeria à pena deixá-la simplesmente se desenvolver e exibi-la ao Ricardo, deixando-o saber o que ele queria, ou seria mais prudente disfarçá-la e avançar mais sutilmente até conseguir o acesso consentido àquele cuzinho? Decisão difícil quando a carne e os hormônios estão clamando por sexo com aquele homem. Resolveu aceitar o copo d’água que Ricardo havia lhe oferecido quando chegou, assim teria tempo de reposicionar a rola mal-ajeitada dentro da calça, juntamente com o saco que começava a doer de tão ingurgitados de porra que os testículos estavam. Ricardo era único, parecia ter a capacidade de ler sua mente, de adivinhar seus desejos, de prever suas palavras, ele amava isso nele. Quando recebeu o copo d’água de suas mãos, elas se encaminharam lenta e sensualmente em direção à sua virilha. Uma delas se fechou ao redor de sua pica extravagantemente dura e a acariciou. Ele soltou o copo sobre a primeira superfície que vislumbrou e o agarrou com força, trouxe-o para junto de si e meteu a língua naquela boca saborosa e aveludada, ao mesmo tempo que suas mãos se apossavam das nádegas quentes que encontrou, como ele previra, nuas e expostas entre as tiras da jockstrap. Ele foi tão contundente e voraz, usou de tanta força, que fez o Ricardo gemer, o mais melodioso e lindo som que ele já ouvira, o gemido da entrega, o gemido que ele emitia quando estava sendo enrabado, o gemido que demonstrava a dor e o prazer que ele estava sentindo. Como esse som lhe fez falta todos esses meses, pensou Marcelo consigo mesmo.
- Quero te foder! Preciso te foder! – verbalizou num rugido rouco que se assemelhava ao de um leão exigindo que sua fêmea preferida se submetesse à monta.
- Me fode! Faz o que quiser comigo. Eu preciso do seu amor como o ar que respiro. – sussurrou Ricardo, enquanto tinha as roupas arrancadas de seu corpo.
Marcelo atirou-se sobre o corpo nu, sobre aquela bunda onde esfregou seu sexo completamente rijo e babando como se fosse um animal. Meteu o caralhão bem no meio daquela rosquinha rosada com um único e brusco impulso, até que o grito de dor do Ricardo se dissipasse no ar. Ele o tinha de volta, todo seu, à sua mercê.
- De agora em diante você é só meu, entendeu? – Marcelo não conseguia compreender por que estava sendo tão bruto, quando o Ricardo já se mostrava completamente submisso às suas vontades. Era por puro medo de o perder outra vez, de outro macho entrar naquele cuzinho, de ele não ter a exclusividade daquele acesso.
- Eu sempre fui só seu! Meu único macho sempre foi você! – confessou Ricardo, deixando o furor incontrolado do Marcelo rasgar-lhe as pregas anais.
Amaram-se da maneira mais selvagem e primitiva, fundindo seus corpos até que apenas um único sentimento dominasse suas mentes, o amor que sentiam um pelo outro.
Marcelo e Ricardo voltaram a namorar. Ainda não foi dessa vez que Ricardo topou ir morar com o Marcelo, queria antes disso concluir aqueles dois anos de faculdade que faltavam e conseguir sua independência financeira para encarar essa união de pertences e compartilhamento de espaço, uma vez que a conjunção carnal já era uma realidade sem volta. Estavam sempre juntos, haviam participado às famílias o desejo de se casarem, o que para a mãe e as irmãs do Ricardo foi uma surpresa, pois não sabiam que ele era homossexual; já os pais do Marcelo, depois de superada a perplexidade da escolha do filho e de inúmeros conselhos para que reavaliasse suas decisões dado que enfrentaria todo tipo de preconceito da sociedade e passaria por muitas situações dolorosas, acabaram por abençoar aquela união. O que os induziu a concordar com a escolha do filho foi a convivência com o Ricardo, que soube demonstrar a importância que o Marcelo tinha em sua vida e o profundo amor que sentia por ele. Acabou conquistando a família toda.
Outra grande mudança na vida do Ricardo foi no seu relacionamento com o pai. Ele passou a usar a mesma estratégia que as irmãs usaram a vida toda, um convívio frio e pouco frequente. O pai só foi aceitar essa postura quando seu novo relacionamento lhe garantia a satisfação sexual que usufruía com ele. Ricardo sabia que seu pai não era um homem de criar laços afetivos, que seu objetivo primordial era estar sempre de posse de alguém em quem pudesse inocular seu sêmen, e que seria assim enquanto sua vitalidade o permitisse.
Vitor passou a viver às custas dos parcos recursos dos avós maternos mesmo após a conclusão da faculdade, que se tornou um enfado que se alastrou por mais de um ano e meio após o período de duração normal do curso, uma vez que deixou de contar com a ajuda do irmão nos estudos. Apesar de tudo, Ricardo sentia pena dele, da educação que a mãe havia lhe dado, daqueles mimos constantes nos quais fora criado e que fizeram dele uma pessoa sem objetivos e sem a mínima vontade de buscar seu futuro por conta própria. Ele estava sempre a pagar por essa criação equivocada e, mesmo assim, não assumia seus erros. Seria um eterno parasita, enquanto um hospedeiro desavisado ou cúmplice não pusesse fim a isso. Após a morte da mãe, ele tentou se agarrar ao Ricardo com unhas e dentes, pois tinha sido na bondade do irmão e em seu cuzinho que tinha experimentado os únicos e verdadeiros sentimentos que o fizeram se sentir feliz. Deixou de contar com a atenção do pai como tinha acontecido ao seu meio-irmão e meias-irmãs tão logo deixou de morar sob o mesmo teto dele, o que foi mais um golpe em sua frágil e distorcida personalidade. Ricardo sentia vontade de fazer algo pelo irmão, mas temia o ciúme do Marcelo, que jamais teve a menor empatia pelo sujeito, e não queria pôr seu namoro em risco.
Para ter a certeza de que Ricardo nunca mais fosse sofrer a influência maligna do pai e do irmão, Marcelo acabou por aceitar uma posição numa das empresas no exterior para onde tinha enviado seu currículo, levando seu amor à tiracolo após a conclusão da faculdade. Estabeleceram-se numa cidade pitoresca cercada de uma natureza exuberante num país europeu. Depois de um período de adaptações, regularização de documentos e validação de suas formações, puderam finalmente usufruir da vida a dois, como um casal. Encontraram uma pequena casa necessitando de alguns reparos, que um viúvo alugava, no mesmo amplo terreno onde macieiras e pessegueiros se misturavam a faias centenárias, no qual ele próprio residia. Era um senhorzinho solitário, simpático e septuagenário, que pareceu reencontrar no Marcelo e no Ricardo seu único filho, vitimado por um acidente quando contava mais ou menos a mesma idade dos dois. Ricardo sempre foi muito hábil com as mãos, punha-se a consertar tudo que encontrava de quebrado pela frente. Usou dessa habilidade não só para os reparos da casinha como também para reparar antigos defeitos na casa do senhorio, o que fez com que se afeiçoasse ainda mais aos dois. Guardavam e investiam boa parte de suas economias, pois o senhorio havia acenado com a possibilidade de compra da propriedade num futuro próximo. A casinha tornou-se um verdadeiro lar quando resgataram um enorme cão abandonado no qual se podia contar as costelas de tão desnutrido sob a pelagem fulva e lanuda e que, três meses depois, irreconhecível para quem o tinha visto vagando pelas ruas da região, se aconchegava entre os dois como um intruso bem-amado. Os invernos gelados e a neve caindo lá fora diante das janelas fascinavam a ambos, primeiro por inexistirem naquela intensidade no Brasil e, segundo porque era nessa estação, que convidava ao recolhimento, à hibernação, que transavam numa frequência leonina. À semelhança do rei das selvas, Marcelo andava em constante estado priápico e partia para cima da bunda do Ricardo ao mais tênue estímulo visual. Enquanto isso, Ricardo se aproveitava do aconchego que o frio estimulava para atiçar seu macho, brincando com aquele cacetão e aquele sacão que pareciam não querer sair de suas mãos carinhosas. Encaravam-se com doçura e cumplicidade, beijavam-se até os lábios entorpecerem e copulavam até sentirem seus corpos saciados e exaustos. Foi assim que viveram seu amor.
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Comentários


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as93 Comentou em 05/02/2021

Uau!

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casalbisexpa Comentou em 23/12/2020

delicia de conto e fotos

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nm55psp Comentou em 18/12/2020

A muito não lia algo que me despertasse a o mesmo tempo sentimentos, emoções, choro, riso e tesão. Não tenho palavras para comentar, nem tão pouco sugerir ou criticar. É perfeito. Não sei se é verídico, ou apenas uma história. Mas parabenizo por ser tão bem escrito. Votado!!!!!!!!

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mrjoutjout Comentou em 18/12/2020

Você é muito talentoso, cara. Gostei que dessa vez o passivo tinha bem mais agência, e até um lado obscuro que gostava das sacanagens incestuosas que rolavam. Parabéns.




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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
Revanche incestuosa

Codigo do conto:
169631

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
18/12/2020

Quant.de Votos:
12

Quant.de Fotos:
3