Escravo na terra dos Sheiks - Final

Escravo na terra dos Sheiks - Final
Eu não fazia ideia do que íamos fazer na ilha mediterrânea, uma vez que quase não comercializávamos pacotes turísticos para esse destino. Estava pronto e sem perguntas no horário que o Ahmed havia determinado. O voo de quatro horas até Nicósia, a capital, se deu sem nos falarmos, eu com a cara afundada lendo The couple next door, e ele teclando furiosamente seu tablet SurfacePro jogando Sekiro: Shadows die twice. O único incidente durante o voo se deu quando retribuí com um sorriso afetuoso, a gentileza do comissário de bordo tesudo, de ir buscar um chocolate meio-amargo que havia se esgotado na cestinha que ele passava entre os passageiros, rendendo-me um beliscão na coxa e uma encarada ciumenta do Ahmed. Do aeroporto Larnaca, onde o Ahmed alugou um Porsche semelhante ao dele, porém cabriolet, dirigiu sem pressa na direção sudoeste da ilha, como se quisesse me mostrar a paisagem, até o resort Annabelle na praia de Pafos. Tinhoso, ele não dava o braço a torcer, não puxando conversa durante todo o trajeto, embora eu notasse que ele não via a hora de eu lhe fazer alguma pergunta sobre nosso destino final, motivo daquela viagem, ou qualquer assunto que nos levasse a conversar civilizadamente e sem rancores. Eu estava disposto a não ceder, seria ele a ter que dar o primeiro passo para nossa reconciliação.
Logo saquei que aquela viagem tinha uma única finalidade, fazer a reconciliação entre nós. Ele não a verbalizou, mas ficava fazendo pequenos agrados para ver se eu cedia, o que não aconteceu.
- Na extremidade final dessa praia o nudismo é liberado, quer dar uma chegada até lá? – perguntou ele, no dia seguinte à nossa chegada ao resort onde dividimos a mesma cama num bangalô junto ao mar.
- Não, obrigado! Não tenho o mínimo interesse em ver gente pelada! – devolvi indiferente.
Mesmo assim, no final ensolarado daquela tarde, durante uma caminhada, ele tomou o rumo da pequena enseada onde alguns turistas tomavam sol na areia como vieram ao mundo. Eu sabia aonde ele queria chegar com essa abordagem até certo ponto infantil, e não cedi, apesar de ver em seus olhos o tesão de ver minha pele sem roupas banhada pelo dourado daquele sol vespertino. O entardecer foi um espetáculo, o sol se pondo sobre o mar, numa esfera perfeita dourado-acobreada e afundando calmamente nas águas azuis do horizonte. Percebi que ele voltou ao resort frustrado por não ter conseguido seu intento. Tomei uma ducha e fui continuar minha leitura no deck defronte ao bangalô e do mar num patamar mais baixo. Ele sumiu. Não ouvi nem vi ele se movimentando de um lado para outro numa impaciência que chegava a incomodar, como tinha feito há pouco. Pensei que talvez tivesse saído para espairecer. Mas, quando fui à procura dele, ouvi a ducha correndo no banheiro da suíte. A porta estava entreaberta e eu espichei um olhar lá para dentro. O Ahmed se masturbava, agitando aquele caralhão em sua mão e fazendo o sacão balançar pesada e sensualmente entre suas coxas peludas. Resolvi tripudiar sobre a situação dele.
- Precisando de ajuda aí? – perguntei, adentrando um pouco mais no banheiro e assustando-o.
- Engraçadinho! Vai procurar o que fazer em outro lugar! – disfarçou para não confessar o que desejava.
- Boa sorte! – tripudiei
- Eu devia te jogar em cima daquela cama e foder seu cuzinho até você se arrepender e pedir desculpas! – exclamou, quando vi os jatos de porra espirrando para tudo que lugar.
- Faça isso! Afinal, você está pagando, pode usar a mercadoria que adquiriu da forma que lhe aprouver! – devolvi, saindo dali, uma vez que aquele caralhão esporrando feito um gêiser começava a me dar tesão.
Se estava satisfeito quando saiu do banheiro, não sei. Ao menos tinha resolvido sua necessidade fisiológica, o que não o demoveu de persistir na safadeza, perambulando pelo deque do bangalô sob um luar romântico e um céu estrelado, com aquele cacetão sacolejando tentador entre suas pernas. Os homens árabes eram disciplinados a se resguardar do pescoço até abaixo dos genitais coibidos pela Sharia que proibia a exibição de seus troncos e genitais para não despertar a cobiça feminina. Era essa a razão pela qual usavam o thobe fechado até o pescoço. O que não os impedia de ter consciência do quanto seu tronco másculo e viril podia ser usado como arma de sedução. Era esse o ardil que estava tentando usar comigo, uma vez que tanto ele quanto o Khadil tinham percebido como fiquei fissurado em seus torsos nus. Não me rendi ao meu cuzinho se contorcendo de vontade de encapar novamente aquela benga, lutando contra mim mesmo e aquele desejo libidinoso. Eu havia desenvolvido uma teoria desde que meu contato com os homens árabes se intensificou. O tamanho descomunal de suas bengas devia ser resultado de nunca usarem alguma roupa íntima apertada que inibisse o crescimento dos caralhos dos meninos, promovido pelo efeito da gravidade. Trazer o bicho totalmente solto ganhando peso e crescendo sem que nada o impedisse resultava nesses caralhões, concluíra eu. Não se notava como eram bem-dotados até o dia em que se os via usando trajes ocidentais, onde não havia como camuflar aquelas vergas sem que seus contornos se desenhassem sob o tecido da calça.
Fui me deitar antes dele e, propositalmente, sem o cirwall, mas com uma das minhas cuecas ocidentais. O Ahmed ficou sentado na poltrona junto a saída para o deque por mais de meia hora. Eu teria dado um braço para saber o que se passava naquela cabeça. Finalmente, resolveu se deitar. A princípio, manteve distância, determinado a não se deixar seduzir por toda aquela carne polpuda das minhas nádegas que a cueca não cobria. Depois, fingindo casualidade, começou a se encostar em mim, roçando sutilmente uma de suas pernas peludas nas minhas. O pau endureceu em poucos minutos, a ponto de eu perceber a ereção resvalando na dobra entre a coxa e a bunda. O mais constrangedor, é que o meu também ficou duro, mas eu não ia lhe dar o gostinho de constatar isso. Numa das vezes em que acordei de madrugada, eu estava completamente enroscado no corpão quente dele. O mau humor do Ahmed voltou quando estávamos a caminho do aeroporto para regressar a Doha, sem que ele tivesse conseguido meter uma única vez sequer a pica no meu rabo. Ao chegarmos em casa, o Khalid estava a nossa espera, o que me levou a concluir que tinha sido ele a propor essa semana cuja finalidade era a de voltarmos às boas. Eu não precisava ser nenhum gênio para adivinhar o que começaram a conversar em árabe, o fracasso daquela empreitada inútil, quando os deixei a sós e fui me recolher.
Voltamos à rotina com aquele clima não dissipado. Dois dias após nosso regresso, um domingo em que a agência estava tendo um movimento acima do normal, uma vez que nos países árabes o domingo é um dia útil, o Ahmed se aproveitou do agite para lançar mais uma vez a isca. Ele já tinha acordado bem-disposto, assobiando, cantarolando, lançando olhares furtivos para a minha bunda como quem diz – de hoje não passa!
Os demais funcionários já haviam ido embora, eu fechava algumas reservas em hotéis da Costa Malfitana quando ele se aproximou da minha cadeira. Agi como se ele não estivesse ali, mesmo sentido o calor de seu corpo e sua respiração roçando minha nuca de tão perto que ele se posicionara.
- Ainda zangado? – arriscou, finalmente deixando a arrogância machista de lado.
- Acho que tenho motivos para isso, não tenho? – retruquei
- Não, não tem! – exclamou categórico
- Então temos um impasse!
- Porra, Lucas! Você é tinhoso, hein!
- Posso dizer o mesmo de você! – revidei, continuando meu trabalho e fingindo não lhe dar atenção.
- Tudo bem, então! Me desculpe! Era isso que você queria ouvir? Então conseguiu o que queria! Contente agora? – fiz força para não demonstrar a satisfação que me deu ver aquele machão acostumado a dar ordens se rendendo à minha vontade, até porque isso poderia resultar num desastre total se ele se sentisse acuado.
- É o que se costuma esperar de alguém que errou conosco! – respondi.
- Nós não erramos, talvez tiramos conclusões precipitadas! – afirmou, tentando manter a pose.
- Nunca passou pela minha cabeça fugir de vocês sem uma explicação. Eu só procurei me cercar de alguma escapatória caso vocês cumprissem as ameaças que me fizeram. – esclareci.
- O Khalid falou aquilo de cabeça quente, e eu endossei para que você se sentisse realmente intimidado. Nunca pensamos em te fazer mal. Você pode não acreditar, mas gostamos muito de você, muito mesmo, entendeu? – disse ele, colocando as mãos sobre os meus ombros e me massageando para ver se isso ajudaria na minha rendição.
- É a mesma razão pela qual eu não fugiria de vocês! – devolvi. O sorriso que se abriu no rosto dele era impagável, ensejando cobri-lo de beijos, de tão sedutor.
Uma coisa eu não podia negar, desde meu primeiro encontro com o Ahmed eu me senti atraído por ele. Não era apenas uma atração física, embora eu admita que o corpão musculoso dele e aquele rosto viril tiveram um tremendo impacto sobre mim quando o vi pela primeira vez, havia algo mais nele que fazia despertar em mim um sentimento muito mais profundo e consistente. Naqueles primeiros meses, em meio ao desentendimento que tivemos, a sensação de que os dois lados não se confiavam mutuamente, não dava para dizer que eu estivesse apaixonado por ele. Porém, mesmo naquele clima conflitante, havia se criado entre mim e ele algo que ia muito além daquele relacionamento que estávamos vivendo. Eu podia sentir, quando e pela maneira como ele me olhava, que dentro dele havia um sentimento por mim com o qual ele travava uma batalha contra si mesmo, pois conflitava com os preceitos de sua cultura e formação. E, devido a isso, eu o perdoei aceitando suas desculpas. Continuar vivendo naquele clima belicoso não faria bem a ninguém, e eu já havia decidido que continuaria trabalhando na agência, pois isso só alavancaria a minha carreira. Os métodos para me trazer ao Qatar podiam não ser os mais honestos, mas eu ganhava bem, vivia cercado de todo o conforto, desenvolvia meu potencial profissional e estava sendo cobiçado por dois machos que qualquer gay gostaria de ter.
Com as pazes refeitas, tanto o Khalid quanto o Ahmed acharam que o caminho para o meu cuzinho estava automaticamente liberado, o que só não aconteceu porque eu continuava não dando abertura para tanto. Ambos resolveram não forçar a barra temendo um novo conflito se o fizessem. A impaciência deles se multiplicava quando os cacetes vivenciavam súbitas ereções cada vez que eu lhes dirigia algumas frases amistosas ou, demonstrava que nosso desentendimento era coisa superada.
Para provar que não havia mais nenhum ressentimento de minha parte e, tendo acordado cedo naquele sábado, dia em que a agência não funcionava, me pus a preparar umas panquecas de banana com canela e uma shakshuka de ovos que o Ahmed adorava e, que costumava degustar rotineiramente aos sábados de manhã indo comigo até o Al Sufra no Marsa Malaz Kempinski ou ao Café #999. Ele deve ter acordado com o aroma do refogado de pimentões, tomate, cebola e alho nos quais eu lançaria os ovos para depois temperá-los com grãos de coentro, páprica doce, cominho e folhas frescas de salsinha, bem como o perfume da canela pulverizada sobre as panquecas de banana que se espalhou por todo o apartamento. Ele chegou à cozinha ainda um pouco sonolento, sem ter se dado ao trabalho de tirar a cueca de seda com a qual havia dormido e, com sua habitual gigantesca ereção matinal balançando acintosa e sedutoramente a cada passo que dava na minha direção.
- Sabah el kher! (= Bom dia!) – balbuciou, ao mesmo tempo em que se aproveitava do meu tronco nu, abraçando-o e colocando suas mãos cobiçosas sobre meus mamilos, acariciando-os até sentir meus biquinhos se enrijecerem de tesão.
- Sabah el nur! (= Bom dia!) – devolvi, sem interromper o que estava fazendo e tentando disfarçar o aumento do tesão que se apossara de mim quando ele comprimiu o caralhão duro contra as minhas nádegas, cobertas apenas pela cirwall que só não escorregava para baixo devido a saliência da minha bunda, mas expunha as depressões inguinais superiores da minha virilha.
- Que novidade é essa? Pensei que fossemos ao Al Sufra como de costume. Acordei varado de fome! – disse ele, contente e safado por eu não estar rejeitando sua investida.
- Quis te fazer uma surpresa!
- Hummm, delícia! – devolveu ele, fazendo daquele roçar de pica na minha bunda uma verdadeira encoxada.
- Pelo visto você não acordou apenas varado de fome! – exclamei.
- Acordei com todas as fomes, especialmente depois de te encontrar aqui tão cheiroso e gostoso. – afirmou, enquanto puxava minha cirwall lentamente para baixo, expondo minha bunda. – Você me forçou a um jejum mais severo que o do Ramadã, agora vai ter que dar conta de me satisfazer! – acrescentou, despudorado.
- Você vai me fazer queimar essas panquecas, Ahmed! Segura sua onda!
- Me explica como? Não me peça o impossível! Você fica um tesão com esse tronco lisinho nu e cheiroso, e essa cirwall caindo da cintura, sabia? – sussurrou junto ao meu ouvido, lambendo meu pescoço e pincelando a rola babona no meu rego.
- Ai, Ahmed! – suspirei quando senti a cabeçorra úmida roçar minha rosquinha. Na tomada de ar para dar esse suspiro lascivo, meu cuzinho se projetou e encapou a enorme glande, praticamente sugando-a para dentro, auxiliada pela estocada vigorosa do Ahmed.
Soltei tudo que estava nas mãos e me agarrei a borda do balcão, enquanto ele continuava forçando e enfiando a pica no meu cu, só parando por uns instantes quando toda ela estava entalada no meu rabo, e apenas suas bolas pendiam ao redor dos meus esfíncteres.
- Ah, Lucas! Você não faz ideia do quanto eu preciso e gosto disso! – arfou voluptuoso na minha orelha, enquanto eu empinava a bunda contra a virilha dele agasalhando-o com o tesão sufocando o peito.
A transa foi curta, durou uns dez minutos, o que só reforçava o quanto de tesão havia se acumulado em nós desde aquele dia em que me desvirginaram. Eu gozei enquanto ele mantinha o vaivém cadenciado que esfolava minha mucosa anal, agarrado a mim como um macho na monta. Meus gemidos o ensandeciam, a bunda rebolando em sua pica era só devassidão, impedindo-o de retardar aquele gozo que vinha crescendo em seus genitais e que, explodiu feito um cano que se rompe, lançando jatos volumosos de esperma no rabinho macio e úmido que o encapava. Engatados e debruçados sobre o balcão da cozinha, nossas respirações aceleradas foram se acalmando lentamente, ao mesmo tempo em que nossos corpos relaxavam, meu cu atenuava os espasmos e a jeba dele amolecia. Assim que tirou o caralhão do meu cuzinho, do qual pingaram algumas gotas de porra, ele me puxou contra o peito e me beijou, perseguindo minha língua com a dele.
Apesar das panquecas estarem mais douradas que o normal por terem passado do ponto, ele as elogiou, como a tudo que eu tinha feito especialmente para ele naquela manhã. Foi o melhor desjejum que já tivemos, pois pairava no ar daquele apartamento um quê de romantismo que passaria a ser uma constante entre nós.
- Como sabe cozinhar tão bem?
- Não sei cozinhar! Já me virei algumas vezes na cozinha, mas nada além disso.
- Pois eu acho que ficou muito melhor do que aquilo que servem nos locais que frequentamos. E digo isso, não pelo tempero que rolou enquanto você preparava o nosso café da manhã, mas porque está simplesmente uma delícia.
- Posso preparar nosso café todas as manhãs, se quiser. Assim não precisamos enfrentar as filas de espera que costumamos encarar. – devolvi.
- Vou adorar! – exclamou com um sorriso ladino.
- Vai rolar apenas o café, combinado? A sacanagem não vai fazer parte do cardápio! – avisei. Ele riu sabendo que não ia cumprir essa regra.
Voltar às boas com o Ahmed foi melhor do que eu esperava. Sempre o achei um tesão de macho, e constatar que ele queria algo mais do que apenas sexo comigo, tornava-o ainda mais encantador. A prova de que ele estava tentando estabelecer algo entre nós, surgiu quando vi que já havia se passado um mês e o Khalid não tocava no assunto de transar. Para ele, o clima desconfortável depois da nossa discussão continuava pouco propício a se falar sobre isso, quanto mais colocar em prática. Estava na cara que o Ahmed não tinha comentado nada com ele sobre já estar se enfiando na cama comigo havia algum tempo, o que me levou a suspeitar que não o fizera por ciúmes de ter que me dividir com o primo.
- Sabe o que acho estranho, o Khalid não ter mais dormido aqui. – comentei com ele numa manhã em que seguíamos para o trabalho.
- Por quê? Está sentindo falta da rola dele? – devolveu amuado
- Não precisa ser grosso! Foi apenas uma observação. – respondi.
- Não é o que está me parecendo! – exclamou. – Com qual de nós você gosta mais de transar? – perguntou, depois de uns minutos de silêncio.
- Vocês estão disputando alguma coisa?
- Como assim? Claro que não!
- Então não vejo razão para esse tipo de pergunta!
- Achei que você gostava mais de mim! – confessou, por fim.
- Se essa é sua impressão, é porque deve ser verdade. – afirmei
- Jura?
- Olha para a frente que você continua dirigindo desse seu jeito maluco e o semáforo lá adiante já fechou faz um tempão. – avisei, enquanto ele me encarava com uma deliciosa cara abobada.
Dois dias depois, ele contou ao Khalid que eu já não estava mais aborrecido com eles devido as ameaças que me fizeram e, na mesma noite, levei a rola do Khalid no cu até ele ficar todo assado. Na noite seguinte, ele reapareceu como se uma única trepada não fosse suficiente para tirar todo o atraso. O Ahmed e eu estávamos aconchegados no sofá da sala vendo um filme quando ele apareceu. Nos encarou com desconfiança, como se tivesse percebido que entre nós pairava alguma coisa da qual ele se sentia excluído. Sentou-se ao meu lado e me roubou um beijo libidinoso, com direito a linguada e passadas de mão na minha bunda, antes de me entregar a mesma caixinha que havia me dado no dia em que me compraram as roupas no shopping.
- Agora está com o diâmetro adequado ao seu pulso! – afirmou ele. O relógio Patek Philippe numa versão mais reduzida estava dentro da caixinha.
- Eu havia pedido para vocês não me darem esses presentes, pelo que me lembro! – devolvi contrariado. – Parece que estou me prostituindo em troca deles, dá para entender?
- Não é essa a nossa intenção! Presentear você não tem nada a ver com nos dever favores sexuais. – afirmou o Khalid, sempre o mais impulsivo e direto em suas respostas.
- Aceite, Lucas! Sabemos que não está se vendendo. – insistiu o Ahmed.
- Só se me prometerem que será o último, ok!
- Foi o primeiro, do que você está reclamando? – sentenciou o Khalid. – Quanto a ser o último, isso eu ainda preciso decidir. – acrescentou, me fazendo ver que com ele não tinha esse negócio de questionar suas atitudes.
Um período sensacional transcorreu a partir dali. Tudo estava às claras, cada um sabia o que esperar daquele relacionamento e, tivemos tempo para aparar todas as arestas e viver em harmonia. Eu já não me sentia mais engaiolado. Minhas caminhadas que, a princípio só se restringiam aos arredores do prédio onde morava, foram se estendendo pela minha curiosidade ou mesmo pela procura de alguma loja ou outro estabelecimento comercial quando queria adquirir alguma coisa. Nenhum dos dois fazia mais objeções ao me concederem liberdade para ir e vir. Numa ocasião, o Ahmed até disponibilizou as chaves de um de seus três carros estacionados na garagem do prédio praticamente sem uso.
- Não tenho licença de habilitação para dirigir aqui no Qatar, lembrei!
- Então já está mais do que na hora de providenciarmos isso! – respondeu ele, o que me levou a concluir que não estavam mais fazendo um controle cerrado sobre mim. A confiança mutua foi restabelecida.
A homossexualidade proibida e até punida no Qatar não era impedimento para que os gays pudessem ser vistos por diversos lugares em Doha, principalmente nos hotéis, bares e restaurantes de luxo onde circulavam muitos estrangeiros, como pude constatar nas várias vezes em que frequentamos esses lugares. O hotel Marsa Malaz Kempinski localizado numa ilha artificial na capital Doha, onde o Ahmed gostava de ir aos sábados pela manhã para tomar o desjejum, o restaurante tailandês Benjarong Doha, no hotel Dusit, localizado no centro empresarial da cidade a dois quarteirões da agência e até a churrascaria brasileira Ipanema uma das inúmeras opções de comida internacional do hotel Marriott às margens do Golfo Pérsico eram lugares por onde circulavam muitos gays, tanto cidadãos locais como estrangeiros, muito discreta e disfarçadamente, mas com as mesmas intenções e desejos de qualquer gay em outro lugar mundo afora. Uma vez, quando estávamos num lugar desses, até cheguei a fazer um comentário com o Khalid e o Ahmed a respeito da facilidade com que teriam encontrado um gay em sua própria cidade, sem ter que me trazer do Brasil para servir aos seus propósitos. A resposta foi um sumário não, por conta de os gays Qatari, justamente por causa do que as leis islâmicas proibiam, não manterem uma constância num relacionamento. Algumas trepadas após se conhecerem e o cara desaparecia, não respondia mais as ligações e evaporava sem deixar vestígios, pelo receio de que sua condição fosse delatada ou descoberta pelas autoridades. A polícia chegava a infiltrar policiais nos aplicativos de sexo gay e nesses locais sabidamente frequentados pela comunidade homossexual para delatar e prender os gays que se atreviam a desafiar a lei da Sharia. E isso, é o que levava os gays a tomarem todas as precauções para não serem apanhados, incluindo não manter relacionamentos prolongados.
- Diante disso é mesmo mais fácil buscar um gay escravo sexual num país distante. – afirmei, quando o Khalid terminou sua explicação.
- É assim que você se sente? – questionou ele, carrancudo. Logo me fazendo arrepender das minhas palavras, embora fossem verdadeiras.
- Às vezes! Quando vocês me dão presentes caros, por exemplo. – respondi, para que soubessem da sinceridade dos meus sentimentos.
- Já te expliquei que não é com essa intenção que te presenteamos! – devolveu com firmeza. – Isto é, excetuando isso aqui. – emendou, antes que eu revidasse e, colocando na minha frente um pacotinho embrulhado com esmero.
- O que é isso? – questionei, enquanto hesitava se o devolveria sem abrir ou se o desembrulhava para satisfazer os egos daqueles machos.
- Abra! Não sei bem se é um presente para você ou para nós. – disse o Ahmed, curioso para ver qual seria minha reação ao abri-lo.
- Agora novamente, o que é isso? – tornei a perguntar, mais enfático, uma vez que não sabia o que era aquele objeto de silicone que retirei de uma espécie de nécessaire. Os dois se entreolharam e esboçaram um risinho sarcástico, o que me fez repetir a pergunta, já enfezado, pela terceira vez. – Que troço é esse? – eu não conhecia aquilo, mas pelo formato, desconfiei para que servia.
- Não reconhece? – perguntou o Khalid, piscando para o Ahmed e tentando disfarçar aquele sorrisinho libidinoso.
- Não, não sei o que é! – respondi, agora sem disfarçar o quanto estava zangado com aquilo.
- Vem comigo! – disse ele, pegando o objeto da minha mão e o enfiando no bolso enquanto me levava em direção aos banheiros. A minha dúvida acabou ali. Eu já sabia o que era aquela coisa.
A confirmação veio quando Khalid se fechou comigo numa das cabines do banheiro e ergueu meu thobe acima da cintura e arriou a cirwall até minha bunda ficar completamente exposta. A mão voluptuosa dele acariciou a pele arrepiada das minhas nádegas, seu olhar estava fixo no meu com aqueles olhos de tigre brilhando de tanta luxúria. Ele tirou o objeto do bolso e o esfregou dentro do meu rego. Minhas pernas começaram a tremer e um calor insuportável fez surgir algumas gotas de suor na minha nuca. Ao encontrar a portinha do meu cu ele o forçou para dentro, me obrigando a agarrar seu braço musculoso para conseguir ao menos um apoio físico, já que o psicológico estava à deriva. Sabendo que eu ia soltar um gemido ou qualquer outro som aflitivo quando aquela coisa entrasse no meu rabo, ele me beijou. Simultaneamente, meus esfíncteres iam sendo distendidos para que aquilo se alojasse no meu cuzinho, e eu gemia com a língua dele na minha boca. Eu agora tremia todo, da cabeça aos pés. Ele tinha um sorriso safado na cara e acariciava meu rosto. No meu cuzinho, uma sensação de preenchimento e plenitude espalhava um tesão incoercível.
- Vamos voltar para a mesa! – disse ele, deixando aquilo entalado no meu rabo e me instigando a me recompor.
O Ahmed tamborilava ansioso o tampo da mesa da área externa do restaurante de comida árabe Smat, ao lado do Salata Park na avenida costaneira Corniche, que margeava as águas azuis e refrescantes do mar naquele dia tórrido, quando voltamos a nos juntar a ele.
- E então, como está sendo a experiência? – perguntou, fazendo a mesma cara ladina do primo.
- Vocês dois são uns tarados pervertidos! – devolvi num resmungo, com aquela coisa que estava entalada no meu cu me deixando quase doido de tanto tesão. Ambos riram. – O que pretendem com isso?
- Nos sexshops virtuais é conhecido por Apollo Prostate Probe, tenho certeza que vai curtir muito os estímulos que ele vai te provocar em pontos jamais sonhados. Queremos que ele te deixe num estado de excitação que só te fará pensar nas nossas rolas como substitutas à altura do que ele te proporcionar. Você ainda não conhece nem a metade do potencial dessa coisa! – exclamou o Ahmed, tirando uma espécie de controle remoto de dentro da nécessaire que havia ficado sobre a mesa. Assim que ele apertou a tecla, eu precisei me controlar para não soltar um grito, pois aquela coisa começou a vibrar no meu cu me obrigando a cruzar as pernas e contrair meus esfíncteres anais com receio de que aquilo saísse do meu rabo.
- Por Alá, faça essa coisa parar! – exclamei desesperado.
- Sabíamos que ia gostar desse presente! – disse o Khalid, se esbaldando de contentamento com a travessura que acabara de fazer.
- Isso é tortura, sabiam?
- Espere algumas horas e você vai descobrir o que é tortura. – asseverou.
Excepcionalmente, o Khalid passou aquela tarde toda na agência. O objetivo daquela quebra de rotina era apenas um, acompanhar meu comportamento com aquela coisa enfiada no cu que, para minha salvação, resolveram não colocar mais para vibrar. Mesmo assim, ela roçava minha próstata me deixando num tesão incontrolável. Eu olhava para os dois e não pensava noutra coisa que não sentir as jebas deles ocupando o lugar daquele troço. Era isso que queriam, me deixar tão agitado e sensível para que, no momento em que fossemos transar, minhas entranhas estivessem tão excitadas clamando por seus falos que tudo o mais seria uma orgia sem precedentes. E era mesmo o que estava acontecendo. Eu só queria chegar em casa e ir para a cama, abrir minhas pernas e deixar que seus caralhões me enchessem de prazer.
Tão logo entramos em casa, fui agarrado e despido, posto a chupar os cacetões babando que tiraram para fora e pincelavam na minha cara. Na minha cama, o Khalid puxou o plug anal para fora e meteu com força a pica rija que o atormentara pela tarde toda no meu cuzinho. Eu gani e rebolei feito uma puta com aquela jeba engatada no rabo, procurando extrair dela todo o prazer que o plug havia produzido em mim. Enquanto o Khalid me fodia, eu chupava a caceta do Ahmed, sorvendo dela aquele sumo aquoso que escorria abundante, enquanto meu olhar preso ao dele, se desfazia de ternura e tesão. Não haviam se passado nem cinco minutos desde que o Khalid me penetrou e eu comecei a gozar. Estava com tanto tesão e tão excitado que a porra escapou antes mesmo de eu estar em plena ciência do que meu corpo sentia. O Ahmed encheu minha boca de sêmen logo em seguida. Eu a engolia à medida que os jatos enchiam minha boca, ao mesmo tempo em que gania, sem parar, pela dor e pelo prazer que o vaivém do Khalid provocava no meu cuzinho. Quando minha língua terminou de limpar o caralho lambuzado de porra do Ahmed, ele me deixou com o Khalid, até ele se satisfazer e me deixar com o cu todo esporrado.
- Sabe agora por que eu questionei se esse presente seria para você ou para nós? – perguntou, ainda arfando e todo suado quando se lançou ao meu lado e me puxou para cima de seu peito peludo. – Foi perfeita a maneira pela qual você sugava minha pica para dentro de você, nunca senti tanto tesão. – asseverou, deixando-se afagar pelos meus dedos inquietos passeando entre seus pelos.
Fiquei intrigado pelo Ahmed não ter ficado no quarto até o Khalid terminar comigo e ele me enrabar. A mesma atitude ele já tivera outras duas ou três vezes, me deixando logo após gozar no meu rabo ou na minha boca enquanto eu e o Khalid continuávamos a transar. Seria ciúme, pensei comigo. Afinal, ele já havia se mostrado enciumado em algumas situações, mas não com relação ao Khalid onde, pelo que constatei, havia sido compactuado que ambos me foderiam. O que era então aquela reação que, no começo, não existia? Que fosse ciúme era um delírio, uma fantasia minha, pois eu estava sentindo algo por ele cuja definição não queria admitir em segredo nem para mim mesmo. Assim que o Khalid adormeceu, eu fui ter com o Ahmed no quarto dele, apesar do avançado da madrugada.
- O que quer aqui? – perguntou, assim que terminei de fechar a porta atrás de mim.
- Ficar com você! – respondi, me enfiando debaixo dos lençóis sem mesmo esperar por um convite ou uma aprovação.
- Já não teve o suficiente por hoje? – a voz ranzinza parecia confirmar minhas suspeitas, ele estava enciumado.
- Foi uma tarde exaustiva, para dizer o mínimo. Mas, não tive o mais importante. – respondi, deslizando minha mão sobre o abdômen dele para ver se estava nu e, para que ele continuasse a me inquirir.
- E o que é esse importante? – perguntou, caindo na minha isca.
- Você! – sussurrei rente ao rosto dele, ao mesmo tempo em que minha mão não encontrava empecilhos para chegar ao cacetão dele. – Por que está zangado? – perguntei
- Não estou zangado! – exclamou de imediato.
- Não? Então está com ciúmes? – eu esperava como resposta um sonoro sim.
- Ciúmes? Claro que não! – devolveu ele, fingindo descaso. Eu sabia que ele estava mentindo e meu coração quase saiu pela boca.
- Ah! Eu pensei que fosse ciúme. – afirmei, rolando para cima do corpão dele e colocando um demorado e devasso beijo em seus lábios. Ele me agarrou e me apertou com tanta força que pensei que fosse quebrar minhas costelas.
- Eu quero você só para mim, Lucas! – murmurou ele, quando nossas bocas se soltaram.
- Pode não parecer, mas você já me tem só seu. – balbuciei. – Aqui, veja! – emendei, colocando a mão dele sobre meu peito, onde meu coração pulsava acelerado. – Ana ahibuk! (= amo você!) – sussurrei, surpreendendo com a expressão dita em árabe, que pedi a um colega da agência para me ensinar.
- Ana ahibuk aydana! (= também amo você!) – devolveu sorrindo
- Me ensina a falar árabe? – pedi, afagando o sacão peludo que estava na minha mão. – Tenho certeza de que você vai gostar muito mais de me ouvir sussurrando sacanagens em seu ouvido no seu idioma do que numa língua estrangeira. – justifiquei. Ele riu.
- Isso é verdade! Se o que você me diz, num idioma estrangeiro, quando esse cuzinho está tomado de tesão por mim, não sei o que sou capaz de fazer com ele quando você me provocar em árabe. – sentenciou
- Vou gostar de descobrir! – exclamei lascivo e provocante.
Me puxando pela nuca, ele colou a boca na minha num beijo carregado de paixão, que eu retribuí acariciando seu rosto entre as mãos. Não demorou muito para que minhas nádegas resvalando no cacete dele o deixassem duro como uma barra de aço e empinado feito um poste. Minha boca sedenta e úmida se soltou dos lábios dele, desceu para o queixo, percorreu a base da mandíbula, se perdeu em beijos suaves afundada no pescoço que ele franqueava só para sentir meus toques sutis que o enchiam de tesão. Era como se eu estivesse beijando um cacto espinhento, a barba cerrada espetando meus lábios, os deixaria inchados e sensíveis. Rebolei um pouco e isso colocou o caralhão entre as bandas estreitas da minha bunda. Com as mãos espalmadas sobre o peito dele, me firmei sobre os joelhos e levantei a bunda sobre a qual ele aproveitou para apertar minhas nádegas e sondar, com um dedo devasso e inquieto, a rosquinha lanhada pelo primo. Sentei-me lentamente sobre o pauzão que ele acabara de ajustar sobre a fenda do meu cu. Gemi e apertei o peitoral peludo dele quando a chapeleta dilacerou minhas preguinhas e penetrou no meu cuzinho. Segurei tanto a respiração quanto as ancas, até meus esfíncteres se amoldarem à estrovenga pulsátil que me invadiu, antes de deixar cair mais um pouco do meu peso sobre ela, enfiando-a mais profundamente no meu introito anal. As mãos dele me seguravam firmemente pelos flancos, garantindo que minha bunda seguisse numa única via, a que a levava para dentro de sua virilha e alojava toda sua pica em mim, deixando apenas o sacão de fora, roçando o rego escancarado. Ora gemendo, ora ganindo quando a cabeçorra da pica comprimia minha próstata, eu me movia sobre o Ahmed como se estivesse cavalgando um garanhão impetuoso e arisco. Ele desfrutava do prazer de sentir seu membro se movendo de um lado para o outro dentro do casulo quente e úmido que o agasalhava, e também gemia num sibilo grave e rouco. Vez ou outra, afoito e não conseguindo controlar o tesão, ele erguia a pelve e me estocava com força até eu ganir.
- Ai, Ahmed! – aflorava involuntário aos meus lábios, expressando aquele misto de prazer e dor que sua presença volumosa nas minhas entranhas provocava. O regozijo iluminava seu rosto, que não parava de encarar o meu, numa comunhão conivente.
Em dado momento, ele ergueu o tronco, abraçou com força o meu, levantou-se da cama comigo pendurado ao seu pescoço, deu alguns passos à esmo ao redor da cama, enquanto estocava meu cu e me beijava mordendo e mastigando meus lábios. Depois, voltou a me deitar sobre o leito, inclinou-se sobre mim ainda com os pés firmemente apoiados no chão e meteu profundamente o caralhão num vaivém cadenciado no meu cuzinho, só parando quando dominado pelo gozo, ejaculou toda a porra que abarrotava seus colhões. A essência pegajosa daquele macho querido me encharcando me fez gozar também, num prazer libertador.
- Nunca senti tanta felicidade desde que você entrou na minha vida! – afirmou ele.
- Por causa do que faço para satisfazer seu pauzão, ou pelo que sinto por você? – questionei.
- Ambas as coisas! Elas se completam e, me completam! – devolveu ele. Adormeci nos braços dele, pouco depois, enroscado em seu corpo, e sentindo o ressoar tranquilo da respiração dele imerso num sono satisfeito.
Não deixei de transar com o Khalid, não porque esse fosse meu desejo, mas pelo combinado que havia entre os dois. Conforme afirmou o Ahmed, numa das vezes em que o questionei quanto a exclusividade que eu sonhava ter com ele, a palavra empenhada por um muçulmano para com outro, tinha mais valor do que qualquer contrato escrito, e ele não podia voltar atrás na que empenhou junto ao primo, se este não abrisse mão dela. O Khalid nunca o fez. Em conversas com ele, depois de ter meu cu usado e esfolado pela intemperança dele, eu o interpelei quanto à razão de fazer sexo comigo se tinha uma esposa. Ele precisava mais do que ela podia lhe oferecer, tanto em quantidade quanto em diversidade, respondeu ele. Essa era a razão pela qual havia me trazido para o Qatar; para a sua vida e a do primo, ambos fissurados num gay rabudo, onde podiam satisfazer todas as suas fantasias sem que uma gravidez indesejada pudesse macular sua honra e a de suas famílias, algo de extrema importância na cultura deles.
- Você está gostando do Ahmed, não está? Foi traído em suas próprias convicções! – afirmou o Khalid certa vez em que conversávamos sobre isso.
- Acho que sim! – respondi. – Eu sei que vocês querem apenas sexo descompromissado comigo, nunca me iludi quanto a isso.
- Mas, foi pego desprevenido por sentimentos que não consegue controlar, não é? – ele estava certo, embora eu relutasse em admitir.
- Depois de resolvermos nossas desavenças e, de constatar que vocês dois são pessoas boas, apesar do método esdrúxulo que usaram para me atrair até aqui, eu aprendi a gostar de vocês. O que o envolvimento sexual ainda fez, foi aprofundar esse sentimento. – afirmei
- O sentimento é recíproco, esteja certo disso! E, por parte do Ahmed, eu sei que você passou a representar muito mais do que um parceiro sexual. Eu vou ser sincero. Eu gosto de você, gosto muito, da sua índole, da sua personalidade, do seu corpo, do bem que me faz transar com você, já o Ahmed, apesar de gostar disso tudo também, está apaixonado por você, tão traído pelos próprios sentimentos quanto você. – revelou sincero. – Se me permite, vou dar a você o mesmo conselho que dei a ele, deixem esse sentimento os levar até onde for, sem questioná-lo ou reprimi-lo. Apenas deixem que flua livre e o tempo dirá no que vai dar. – emendou, me dando um abraço companheiro.
- Tenho medo de me machucar! – exclamei sincero.
- A vida adulta pode ter esses reveses, mas não deixe que eles o impeçam de extravasar tudo o que sente. – e, se não for tão fácil passar por uma decepção como ele queria me fazer crer? Foi o que pensei comigo mesmo.
Eu satisfazia o Khalid, confesso até com prazer. Ele é um macho fogoso, muito atraente, que sabe dar prazer durante o sexo e é gentil e afetuoso nas demais coisas, não havia porque eu, um gay agora plenamente assumido, não viver essa experiência. Nas inúmeras viagens que ele se via obrigado a fazer devido aos negócios, era a minha companhia que ele queria junto a si. A sensação de se sentir livre, sem as imposições que um casamento impõe, é que me levaram a conhecer diversos lugares em diversos países, sempre tendo aquele macho como parceiro de noites cheias de encantamento e prazer. Enquanto isso, era no cotidiano com o Ahmed e, nas viagens de lazer que fazia com ele mundo afora, que residia o amor e a paz que ele me proporcionava. O sexo com o Ahmed tinha outro sabor, era não apenas pleno, mas carregado de paixão e cumplicidade de ambos os lados.
As demandas do trabalho e essas viagens nunca mais me permitiram voltar ao Brasil. A saudade que sentia da minha família era parcialmente sublimada por chamadas de vídeo, em breves conversas em datas muitas vezes específicas. O Khalid e o Ahmed nunca me impediram de visitar meus pais, depois que resolvemos nossas diferenças. Eram mesmo outras demandas que me levaram a não voltar ao Brasil, já fazia mais de oito anos. Eu desfrutava de liberdade total para ir e vir como bem me aprouvesse, nosso pacto de confiança nunca foi abalado. Mesmo assim, eu me sentia mais confortável quando na companhia deles. O longo tempo vivendo no Qatar ainda não tinha sido o suficiente para que eu assimilasse completamente aquela cultura, aquelas leis severas, aquele preconceito religioso que dita as regras da sociedade, sem que o governo e as leis constituídas se opusessem a esse preconceito e, ao comportamento muitas vezes bárbaro de seus executores. O Khalid e o Ahmed eram vítimas desse sistema que os impedia de viver livremente suas escolhas. Mas, não se opunham a ele. Burlavam-no veladamente, no máximo, para atender suas necessidades. Eu os fiz enxergar isso numa clareza jamais sonhada por eles, sem nunca desmerecer as crenças nas quais foram criados. Seria muita pretensão de minha parte, e eu não a tinha, em absoluto.
A gente só tem a dimensão do quão insignificantes, pequenos e impotentes somos diante de crenças milenares e uma cultura que estabelece suas leis baseadas nelas quando se é vítima dessa sociedade. E eu, depois de quase nove anos vivendo feliz meu primeiro relacionamento homossexual, dedicando todo meu amor ao Ahmed, pude sentir essa repressão em toda sua magnitude.
- Vou me casar! – a frase pronunciada cautelosa e vagarosamente, quando eu cobria o rosto do Ahmed de beijos curtos e úmidos, após ele ter galado meu cuzinho até o talo fazendo amor comigo numa paixão avassaladora, caiu como um balde de água fria sobre meu corpo ainda envolto no tesão do sexo. – Com uma mulher! – emendou, ao me ver interrompendo abruptamente aquela carícia da qual tanto gostava. Só não perdi o chão porque estava deitado sobre seu corpo, envolto em seus braços.
- Casar? Como? Por quê? Com quem? – minha mente embaralhada pela revelação era só hesitação e perplexidade.
- Eu sabia que você ia reagir mal quando te contasse. Faz algumas semanas que estou ensaiando um jeito certo para te contar, mas não existe esse jeito certo. Porém, quero que você entenda minhas razões. Sei quanto você é compreensivo, e você vai me entender. – continuou ele, despejando aquela realidade sobre mim.
- Eu no seu lugar não teria tanta certeza da minha capacidade de ser compreensivo, especialmente em se tratando de te perder. – retruquei.
- Você não vai me perder! Eu te amo! Vai ser como com o Khalid, você vai me compartilhar, só isso. – afirmou.
- Só isso? Como pode dizer uma coisa dessas? Se você me amasse como diz, não faria isso comigo. – eu começava a ser traído pelos sentimentos com um nó se avolumando na minha garganta.
- Me ouça, Lucas! Não fique assim. Você vai entender tudo, e nada vai mudar entre nós, nada, entendeu? – agora era ele quem segurava meu rosto entre as mãos e procurava tornar aquela notícia menos desastrosa. – Um homem saudável e bem-posicionado não pode continuar solteiro em nossa sociedade sob o risco de interpretarem isso como um desvio comportamental, uma confirmação de que sua sexualidade é discutível, entende. Eu estou com 38 anos, já devia ter me interessado por uma mulher e nossas famílias já estarem discutindo um enlace matrimonial. No entanto, ao invés disso, eu vivo sob o mesmo teto com outro homem, também solteiro e, ainda por cima, muito atraente e com traços muito menos másculos em relação ao padrão da minha cultura. Estou sendo pressionado pela minha família para me casar o quanto antes. Há até uma garota em vista, cuja família também está empenhada em entrega-la a mim. Eu preciso tomar uma decisão, não posso mais adiar essa questão. – revelou.
- Você a ama? Quem é ela? Vocês vêm se encontrando sem que eu saiba? Você já dormiu com ela? – nem sei porque estas perguntas saiam da minha boca, uma vez que as respostas a elas não fariam nenhuma diferença, não o manteriam junto a mim, só cravariam mais fundo aquela dor em meu peito. O nó na garganta continuava lá, reprimido; mas as lágrimas que afloraram nos meus olhos eu não pude segurar.
- Me ouça, Lucas! O não responde a todas essas perguntas. Eu sei de quem se trata, é uma parente distante do marido de uma das minhas tias, mas só a vi uma vez na vida, isso faz uns vinte e cinco anos. Não a amo, mas isso nunca foi relevante nos casamentos muçulmanos, nos quais se propala que o amor vem com o convívio. Não dormi com ela, nunca a toquei, juro! – asseverou constrangido.
- Então como pode se casar com uma criatura dessas? Você não é um beduíno que perambula entre as dunas do deserto sem ter conhecimento do mundo ao seu redor. Você estudou em países ocidentais, assimilou nossa cultura, sabe que essas tradições são coisas ultrapassadas, como pode aceitar uma coisa dessas, Ahmed? – questionei.
- Não é tão simples assim, Lucas. Até para os meus negócios é importante que eu seja casado com uma mulher da minha cultura, está tudo interligado, compreende?
- Não, Ahmed, eu não compreendo e nem quero! Onde fica o amor que você diz sentir por mim?
- Ele não vai mudar nem diminuir por conta de um casamento, Lucas. Só não vamos mais continuar morando juntos, mas isso eu e o Khalid já estamos providenciando. Você continuará morando nesse apartamento ou, noutro lugar se quiser, e vamos nos encontrar sempre, como você e o Khalid fazem hoje. – afirmou
- É a isso que você chama de nada mudar entre nós? Eu serei o que seu? Um amante, uma prostituta sustentada por seu dinheiro e não por seu amor? O que eu serei, Ahmed, me diga?
- Sei que a notícia te abalou, você está falando sob o impacto da revelação, não está conseguindo pensar com clareza. Em alguns dias sua ótica sobre o assunto será outra, tenho certeza. – disse ele, me apertando contra o peito como se isso fosse diminuir meu sofrimento.
- Se você me ama, por que não nos mudamos para outro país onde possamos viver nosso amor sem tantos obstáculos e preconceitos? Podemos viver no Brasil se você quiser, ou em qualquer lugar, mas juntos. – argumentei
- Minha vida, meus negócios, minha família, tudo está aqui, Lucas. Não posso simplesmente jogar tudo pelos ares. – afirmou ele.
- Você não pensou assim quando você e o Khalid armaram a tramoia para me trazer para cá. Eu abandonei minha família, abandonei meu país, tudo sem mesmo saber o que me esperava, além de uma promessa de emprego. Nem havia um amor como o nosso em jogo e, mesmo assim, eu deixei tudo para trás. – resumi.
- É diferente, muito diferente! Você precisava desenvolver sua carreira, e vindo para cá conseguiu e alcançou seu objetivo. Afora ela, não havia outras coisas em jogo das quais fosse imprescindível não abrir mão. – ponderou.
- É um jeito peculiar de ver as coisas. Um cara simples, de origem modesta como eu tem pouco a perder se tiver que abandonar tudo para se dar bem na vida. Já você, nem em nome de um amor que diz sentir aí dentro, cogita ceder em nada para preservá-lo. – ouvindo minhas palavras, naquele momento, deixei de acreditar no que ele dizia sentir por mim, e fui tomado de uma dor sem tamanho, um desamparo como jamais senti, uma frustração que me arrancara a vontade de viver.
O clima entre nós três não podia ser mais frio e imparcial do aquele que se seguiu nas semanas seguintes. Eu continuava a agir com todo o profissionalismo na agência, único lugar onde conseguia esquecer por algumas horas o infortúnio que se abalara sobre mim. Afinal, era para isso que tinham me trazido a esse país. O Khalid perdeu algumas horas tentando me convencer a aceitar os fatos, sob a mesma alegação de que nada mudaria. Porém, tudo já estava diferente. Eu me sentia uma concubina, mais do que em qualquer outra época, quando ele vinha passar a noite comigo, me usando e fodendo meu cuzinho com seu caralhão não saciado plenamente pela esposa, em troca de carinho que aparentemente ela também não lhe dava conforme suas necessidades. Com ele, isso fazia parte de um pacto e eu, lá atrás, já havia me rendido à situação e a aceitado como irreversível. Contudo, com o Ahmed havia algo mais sólido em jogo. Eu tinha me apaixonado por ele, e contava passar o restante dos meus dias ao lado daquele macho que supria todos os meus anseios de gay. Ficamos dias sem nos tocarmos depois que ele me fez a revelação, não havia clima para demonstrações de afeto, muito menos sexo conivente. Quando finalmente não conseguiu se segurar mais, com a comichão na virilha a lhe cobrar as necessidades de macho, ele me enrabou numa noite em que veio ter comigo em minha cama, mesmo sabendo que havia uma grande chance de ser rechaçado. Foi o coito mais sofrido que eu já tive, primeiro porque me senti um objeto sexual em suas mãos, depois porque ele, magoado pela minha inconformidade com aquela situação, me socou sua jeba cavalar com a fúria de um macho que não estava tendo suas decisões acatadas.
Ele começou a passar alguns finais de semana na casa dos pais, era lá que as famílias promoviam os encontros entre ele e a garota. Ele voltava tristonho, ter que abrir mão do nosso relacionamento pesava na decisão que estava prestes a tomar, e o deixava dividido. Se aproximava de mim com uma fala mansa, dengoso como um gato se esfregando nas pernas do dono, na tentativa de me fazer mudar de ideia e aceitar aquela situação absurda. Ora eu tinha vontade de me ajoelhar diante dele e implorar que revisse sua decisão, ora eu tinha vontade de esganá-lo, ora eu me via prestes a dizer que me rendia as circunstâncias, aceitava o minguado sentimento que tinha para me dar e me submeteria a qualquer coisa só para continuar tendo as migalhas de sua atenção. Não, eu jamais chegaria a tanto. Nada nessa vida, nenhum macho por mais desejado que fosse valeria esse sacrifício, essa submissão doentia. Minha decisão foi tomada.
- Quero aproveitar que estamos juntos para dizer que quero sair da agência e voltar para o Brasil. – comuniquei, durante um almoço no meio da semana com os dois. – Nada mais me prende aqui, nem mesmo minha carreira, uma vez que de resto, nada mais me restou. Eu espero que vocês dois compreendam minha posição e me liberem do nosso compromisso. Dediquei nove anos da minha carreira à agência e fiz muito por ela, como vocês bem sabem. Dediquei nove anos da minha vida a vocês dois, proporcionando-lhes momentos incríveis de prazer e luxúria me dedicando feito uma gueixa aos caprichos de vocês. Não temos mais clima para continuar nos relacionando em nenhuma das esferas, vocês sabem disso. – expus decidido.
- Gostamos muito de você, Lucas! Achamos que você seria mais maleável. Para nós não é fácil deixar tudo e nos entregarmos aos nossos desejos e sentimentos, a repressão seria enorme, catastrófica. – afirmou o Khalid, enquanto o Ahmed mordia os lábios e via sua última esperança de ficar comigo fugindo pelo ralo.
- Não creio que vocês encontrariam alguém mais maleável do que eu fui todos esses anos, me dedicando a fazer a ambos felizes. Mas, eu também quero ser feliz. Eu também quero viver um amor em sua plenitude, sem ter que me esconder para não ser jogado numa prisão. Eu tenho como e onde conseguir isso, e é atrás disso que eu vou. – devolvi.
- Vamos sentir sua falta, muito Lucas, muito! – balbuciou o Ahmed, cujos óculos de sol embaraçaram com as lágrimas que se formaram em seu olhar perdido e desolado.
Na noite anterior ao meu regresso ao Brasil, fui ter com o Ahmed em seu quarto. Tinha passado a tarde com o Khalid numa suíte de hotel, dando o cuzinho pela última vez para aquele macho intrépido a quem, a bem da verdade, eu tinha muito a agradecer pela oportunidade de fazer uma carreira no estrangeiro e fazer um bom pé-de-meia.
- Posso entrar? – eu nunca havia feito essa pergunta antes, durante nove anos, ao adentrar aquele quarto, pois sabia que sempre seria bem recebido. O Ahmed estava estirado sobre a cama, de cueca, cabelos ainda úmidos pois tinha preguiça de secá-los, e me estendeu os braços querendo que eu me instalasse neles.
Eu me aproximei, tomei a toalha que ele havia lançado sobre uma poltrona e comecei a secar seus cabelos, como tinha feito centenas ou milhares de vezes durante aqueles anos todos. Ele se deixou entregue aos meus cuidados, abraçou minha cintura e beijou minha barriga nua, pois eu usava apenas um sunnah leve, quase transparente, devido ao calor dos últimos dias.
- Me perdoe! – balbuciou depois de um tempo, quando eu já havia terminado de secar sua cabeleira e deslizava meus dedos entre os cabelos a fim de alinhá-los. – Sabe o que eu aprendi convivendo com você todos esses anos? Que você é o cara mais forte que já conheci, apesar desse seu corpo esguio e, até certo ponto, frágil por exibir uma musculatura apenas levemente esculpida. Nem eu nem o Khalid, com essa profusão de músculos e testosterona, somos páreo para você. Podemos parecer gigantes todo poderosos, mas não passamos de anões perto da sua força. Eu te amo, Lucas, como nunca amei ninguém. Se eu fosse o cara macho que você sempre afirmou que eu era, não te deixaria partir, não abriria mão de você. Mas, eu não sou, Lucas. Eu não sou, e vou pagar um preço alto por isso. – ele me apertava e se refugiava em meus braços como uma criança desamparada.
- Não vou medir nem quantificar o amor que você diz sentir por mim, isso agora é irrelevante. O importante é que eu sei que te amo, e que preciso desistir de você para ser feliz. Também é um preço a se pagar. Essa noite não quero pensar mais nisso, quero partir sentindo você em mim. Quero partir deixando algo meu para você não se esquecer do que tivemos juntos. – devolvi.
Seu olhar estava pousado em mim, triste, mas sereno. Eu o beijei com a ternura de sempre, aquela que o fez se apaixonar por mim. Parava um pouco para observá-lo entre um beijo e outro. Meus dedos deslizaram entre os redemoinhos de pelos de seu peito desceram para seu abdômen e púbis, entrando sorrateiros em sua cueca, onde o cacete já começava a dar sinais de um tesão que se estendia para todo o corpo. De início, só acariciei a glande com as pontas dos dedos, observando como todo aquele mastro ia se encorpando, crescendo, exibindo as veias que pareciam afluentes de um rio à medida que ia se estufando para dar vida à ereção em curso. Ele também me observava, sem piscar, para não perder nenhum lance daquela carícia. Em poucos minutos a cabeçorra emergiu do cós da cueca, lustrosa e arroxeada, vazando um visgo almiscarado. Puxei a cueca para baixo e libertei o caralhão que caiu pesado sobre a coxa dele. Tomei-o na mão e me abaixei para abocanha-lo, circundando-o inicialmente com lambidas suaves. Ele pulsava forte na minha mão, como se fosse um bicho tentando escapulir do que o cerceava. Ficou tão duro que mal conseguia movê-lo. Chupei-o todo, do orifício uretral donde minava o pré-gozo ao sacão peludo onde os dois gigantescos testículos se moviam quando os punha na boca. O Ahmed, apoiado com ambas as mãos sobre o colchão, se movia inquieto como se estivesse sentado no dorso de um cavalo xucro. A respiração desordenada era um arfar estertoroso. Eu não parava de chupar, de lamber e mordiscar delicadamente a pica que tinha na boca. Ele soltava um gemido de quando em quando, ao mesmo tempo em que me segurava pelos cabelos e sussurrava meu nome. Quando eu parava uns segundos para recobrar o folego, ele me puxava para junto de si e colava sua boca na minha, como se quisesse me insuflar o ar que eu precisava. Numa dessas vezes, ele enfiou a mão sob a sunnah e a tirou de cima das minhas nádegas. Expostas e acessíveis, ele as amassou com força, abrindo meu rego estreito e introduzindo um dedo ganancioso na portinha da fenda corrugada que convulsionava com os espasmos que o tesão me provocava. Eu estava deitado ligeiramente de lado, ele se acomodou nas minhas costas, deixando o peso do corpo me comprimir contra o colchão. Os pelos de seu peito roçavam minhas costas nuas, seus beijos percorriam minha nuca, se revezavam entre os ombros, enquanto uma mão devassa bolinava sofregamente meu cu, me fazendo gemer. Pouco depois, ele estava dando dentadas nos meus glúteos, ferreteando-os como se quisesse cravar neles a sua marca. Quando ouvia meu ganido pungente, acariciava delicadamente o local, arrependido de ter me infringido aquela dor. Os pelos rijos de sua barba pinicavam meu reguinho apartado, e sua língua impudica lambia minhas preguinhas anais numa tara sem entraves. O nome dele sibilava em meus lábios, eu empinava o rabo me entregando para a cópula. Cheguei a soltar um gritinho quando senti a cabeçorra sendo pincelada na portinha do cu, antes de segurar a respiração já esperando a penetração impulsiva. Quase nove anos depois daquele caralhão ter entrado em mim pela primeira vez e me rasgado todo e, durante esse tempo todo, ter sido enfiado em mim com incontáveis formas e intensidade de rompantes, eu ainda padecia quando ele varava meus esfíncteres para se alojar no meu cuzinho apertado.
- Jamais vou encontrar um cuzinho tão exíguo, capaz de cingir meu cacete dessa maneira tão cintada. – grunhiu o Ahmed, enquanto me dava um tempo para que minha musculatura anal relaxasse permitindo a progressão e a penetração total de seu falo.
Deitado sobre mim, ele impulsionava os quadris estocando-os contra as minhas nádegas macias, completamente encaixadas em sua virilha. Eu gemia, me deixava foder porque era dali que estava retirando todas as forças para dizer adeus àquele macho. Repentinamente ele interrompeu o vaivém, sacou a jeba do meu cu e me virou de costas, entrando em meus braços como uma criança que se abriga no colo da mãe. Meu cuzinho ardia quando comecei a abrir as pernas e enrosca-las ao redor da cintura dele. Uma fincada abrupta colocou o cacetão novamente do fundo das minhas entranhas, dando início a um novo vaivém cadenciado. Ver o Ahmed com aqueles olhos cintilantes cheios de ternura focados em mim, me fez gozar, lambuzando meu ventre com minha porra tépida. Aos poucos, os olhos que me fitavam começaram a ficar marejados, o deslizar incessante da rola no meu cu se tornava mais lento, os músculos do Ahmed ficavam tensos e duros conforme eu apertava aqueles bíceps vigorosos. Ao mesmo tempo em que a primeira lágrima despencou de seu rosto, a pica ejaculava infindáveis jatos de porra no meu cuzinho. Quando terminou de me encharcar com sua virilidade, ele chorava com a cabeça apoiada no meu ombro e eu o abraçava num envolvimento mudo. Quando eu fosse desabar num choro convulsivo como o dele, ainda não dava para saber. Naquele momento, eu só sabia que ele viria, com a mesma certeza de que o sol sucede a lua por toda a eternidade.
O Khalid e o Ahmed me levaram ao aeroporto, tinham vindo praticamente mudos durante todo o trajeto do apartamento até o estacionamento. Nenhum de nós se arriscou a deixar escapar o que tínhamos comprimido no peito. Ao anunciarem a ordem de embarque eu, por alguns segundos, não sabia o que fazer, estava zonzo, atordoado, como se um abismo estivesse à minha espera para eu me afundar nele. O Khalid me apertou em seus braços e sussurrou um adeus no meu ouvido, aquilo repercutiu dentro de mim como se um punhal estivesse sendo cravado. Não me atrevi a olhar nos olhos do Ahmed, tive medo do que ia encontrar neles, tive medo de perder a coragem que me trouxera até ali. Tentei ser firme abraçando-o mais formalmente do que o fizera com o Khalid, mas ele me puxou contra si com tanta força e tanta necessidade que não consegui resistir.
- Amo você, Lucas! Amo você como nunca mais vou amar alguém nessa vida! – sussurrou ele, minando todo o esforço que vinha fazendo para não me descontrolar. Não consegui dizer nada, só passei minha mão no rosto dele e comecei a chorar.
Pelos imensos vitrais sob o telhado em forma de uma onda consegui ver os dois, lado a lado, seguindo o Airbus A350-900 da Qatar Airways em cuja primeira classe eu ocupava o primeiro assento atrás da cabine dos pilotos, enquanto o avião taxeava na pista permitindo que me vissem emoldurado na pequena janela oval. Duas aeronaves a nossa frente estavam na fila da decolagem, o que me permitiu vê-los acenando antes do avião voltar a rolar. Termina aqui a nossa história, para todo o sempre, pensei comigo mesmo, antes de cair num choro convulsivo. O rugido dos motores aumentou, o bico da aeronave embicou num acesso posicionando o avião na cabeceira da pista. Os saguões onde o Ahmed e o Khalid estavam ficaram distantes demais para que eu ainda reconhecesse os vultos atrás dos vitrais, que agora fulguravam tonalidades douradas à medida que os raios do sol os atingiam por diversos ângulos. A rolagem começou lenta, os motores faziam todo o avião trepidar, minhas costas foram pressionadas contra o encosto da poltrona. Do lado de fora, tudo passava num flash de menos de um segundo, o trem de pouso desgrudou da pista e nós penetramos nas nuvens, eu tive a sensação de que um cordão umbilical havia sido cortado, numa espécie de déjà vu, e eu estava livre, solto num imenso e perturbador nada.
- Está tudo bem com o senhor? – perguntou a comissária de bordo, em árabe, solidária com meu choro.
- Hasanana shukrana lak! (= Tudo bem obrigado!) – balbuciei, tentando colocar um sorriso de agradecimento no rosto empapado de lágrimas. Nada estava bem, e eu desconfiava de que nunca mais estaria.
Pisar novamente dentro de casa depois de quase uma década foi uma experiência prazerosa que, no entanto, durou pouco. No terceiro dia após meu regresso, passada aquela euforia da chegada onde todos queriam saber como tinha sido a minha vida longe de casa, fui interpelado pelo meu pai e meu irmão sobre como tinha conseguido ser tão bem remunerado no meu emprego, quem tinha financiado todas aquelas viagens durante as quais eu lhes enviara cartões-postais de diversas partes do mundo e, qual a origem do dinheiro que revelei ter para abrir minha própria agência. Meu pai era um homem simples, pouco afeito a aceitar as novidades, sempre muito desconfiado de tudo e, que se julgava dono de uma moral inquestionável. Meu irmão se valeu da minha ausência para incutir na cabeça do meu pai alguns pormenores da minha vida que lhe tinham passado despercebidos. Em nenhum contato nesses anos todos eu fizera menção a uma namorada ou algo parecido. Em todas as fotografias que eu enviei só aparecia cercado por homens, especialmente dois que eram presença constante. A primeira agência de recrutamento do bairro onde consegui participar do processo seletivo, tinha sido fechada pouco mais de um ano depois, por envolvimento com o tráfico internacional de pessoas e cadeias de prostituição tanto feminina quanto masculina, tinha dado no noticiário, ressaltou meu irmão.
- Você foi dar a bunda no estrangeiro? – atreveu-se a perguntar meu pai, depois de enumerar suas desconfianças.
- Eu fui trabalhar! Mostrei o contrato que firmei com meus patrões antes de sair daqui, não se lembram? – eu queria esganar meu irmão, por ter envenenando meu pai contra mim.
- Emprego rendoso esse seu emprego, hein, mano? Estou precisando de um assim para mim. Conseguiu juntar uma pequena fortuna sendo um simples agente de viagens. – enfatizou.
- Onde quer chegar com essa conversa, seu merda! – questionei enfurecido.
- Sabe quem esteve aqui algumas vezes procurando por você? Júlio César! Sabe quem é? – continuou provocando.
- É um amigo que eu fiz quando trabalhava na loja de roupas masculinas do shopping. O pai dele era dono da loja de suplementos para esportistas que ficava a lado. – respondi
- Você é viado? – perguntou meu pai, na lata. Pois foi durante a minha ausência que ele enxergou o que nunca tinha enxergado antes.
- Sou! – respondi. A chaga deixada pela despedida do Ahmed era tão recente e me fazia sofrer tanto que nada mais tinha importância. Que soubessem da verdade, que me trucidassem, que me executassem para pôr fim aquilo tudo, e eu poder descansar em paz.
Fui sumariamente expulso de casa naquele mesmo dia, tendo que procurar abrigo na casa de uma prima e seu marido para não ficar ao relento. Quase uma década entregando, religiosamente, todos os meses o meu salário nas mãos dos meus pais para que tivessem a casa bem mais confortável e a vida menos atribulada de quando eu a deixei, não pesou nada na balança. O imenso vazio deixado pelo Ahmed já não era mais o único com o qual eu teria que viver.
Tudo o que eu não tinha era tempo para me lamentar. Havia prioridades maiores a serem resolvidas do que verter lágrimas por aquilo que já não existia mais. Imbuído dessa premissa, saí à procura de um lugar para morar. Encontrei uma casinha num conjunto de ruas cercadas por muros que garantiam tranquilidade e davam charme as casinhas sem muita pretensão ao luxo. Não chegava a ser um condomínio, apesar do acesso estar restrito aos moradores. Como precisava priorizar minha própria agência de turismo, que consumiria boa parte do dinheiro que recebi do Khalid e do Ahmed a título de provisão previdenciária, uma vez que nunca estive legalmente empregado na agência deles, me meti mais uma vez num financiamento para complementar o sinal que havia dado na aquisição da casa. Assim, teria um teto e um lugar de trabalho, sem depender de favores alheios.
Ambos projetos se realizaram em poucos meses e, uma sensação de vitória me inspirava no dia em que inaugurei a agência. Os contatos internacionais que fiz durante os anos que passei no Qatar foram decisivos no deslanchar da agência. Antes de completar um ano, a demanda me levou a abrir uma filial no Rio de Janeiro, outro polo para o qual convergiam muitos dos pacotes turísticos que negociávamos no exterior.
Fiz questão de montar a equipe da filial no Rio sob minha supervisão direta. A agência de recrutamentos tinha instruções de me apresentar todos os currículos dos candidatos que haviam se apresentado, inclusive aqueles que eles não julgavam aptos aos cargos de agente de viagens. Me desloquei duas vezes até o Rio de Janeiro para entrevistar pessoalmente os candidatos selecionados pela agência. Ninguém se destacou em particular, exceto um carinha que estava para completar a faculdade de turismo dentro de poucos meses, Bernardo se chama o rapaz no qual identifiquei um brilho nos olhos que tinha sido meu velho conhecido, por estar refletido no espelho toda vez que eu me punha diante de um, anos atrás. Na conversa com ele, tenso e retraído, mas perseguindo seu objetivo com uma obstinação que eu também conhecia muito bem, soube que estava diante de alguém que me traria bons augúrios e, com quem poderia contar para fazer da filial um sucesso. Contratei-o de imediato, apesar das reversas que os recrutadores da agência fizeram à sua inexperiência. Nunca me arrependi da escolha.
Há muito eu não me dava ao luxo de caminhar despreocupadamente por um shopping num sábado pela manhã. Nos últimos tempos aquilo me parecia um completo desperdício de tempo e esforço, uma vez que não era tido a vaidades. Além da necessidade de adquirir algumas peças de roupa, o que me levou até o shopping no qual eu havia trabalhado, foi a curiosidade de saber se a loja ainda existia e, se seus produtos ainda tinham a mesma qualidade que me arrastou até lá. Talvez, inconscientemente, também pesou na decisão o fato de querer rever o filho do dono da loja de suplementos, mas isso meu ego não queria admitir, apesar da falta que eu estava sentindo de um homem. Certamente o e-mail que recebi do Ahmed naquela semana também pesou nessa decisão. Ele me cumprimentava pela inauguração da agência, me propunha uma parceria para trabalharmos nos pacotes turísticos e de negócios para todo o Oriente Médio cujas demandas vinham crescendo e, me revelava no OS, após o último parágrafo, que sentia muito a minha falta. As palavras que havia escolhido para encerar aquele e-mail denotavam certa tristeza e a não superação do que havíamos vivido juntos. Me questionei pelo fato de um homem recém-casado, que ainda devia estar vivendo sob os prazeres da noite de núpcias, continuar a se declarar para outro homem com o qual havia partilhado alguns de sua vida. Não deveria ele estar descobrindo apaixonadamente os prazeres de ter o amor da esposa, ou será que esse amor não existia naquele casamento consumado seis meses após as negociações entre as famílias terem se iniciado? Estranhamente eu precisei fechar rapidamente a tela do computador ao terminar a leitura, pois meus olhos se umedeceram e uma constrição se instalou na minha garganta.
- Por um acaso, você saberia me dizer quando a loja de suplementos nutricionais para esportistas, que ficava aqui ao lado, fechou? – perguntei ao vendedor que havia me vendido duas camisetas polo na loja em que trabalhei.
- Não, não sei. Eu nem sabia que havia uma loja dessas por aqui, sou novo nesse emprego, não tem nem um ano. – esclareceu o rapaz, comprovando que o rodízio de funcionários continuava o mesmo de quando eu trabalha na cadeia de lojas.
- Será que alguém mais antigo saberia me informar? – insisti
- Talvez o Sr. Mendonça, o gerente, ele é o mais antigo nessa loja. É aquele senhor ali! – respondeu ele
- O senhor poderia me informar quando a loja aqui ao lado fechou?
- Desde que estou aqui é a mesma loja, já faz cinco anos. Se houve outra, foi antes disso. – respondeu o gerente. – Se você está procurando suplementos nutricionais para esportistas, tem uma loja no térreo, ao lado da academia, que vende artigos esportivos. – emendou, achando que eu estava interessado nesses produtos.
- Ok, obrigado!
Por fora, as vitrines exibiam basicamente roupas e artigos esportivos como bolas, chuteiras, pesos, caneleiras, óculos de natação e por aí vai. Eu estava com as mãos suadas e não compreendia o porquê. Detido ante as vitrines, percebi que num dos cantos do fundo da loja havia um setor de suplementos nutricionais. Nunca usei nenhum desses produtos, mas mesmo assim, entrei na loja e me dirigi àquele setor. Não estava procurando nada em especial, só observando os produtos, afirmei ao rapaz musculoso que veio me perguntar se precisava de ajuda. Certamente não foi aquele corpão marombado e talhado em academias que fez minha voz gaguejar e, muito menos a secada que ele deu na minha bunda. Havia cerca de uma dúzia de clientes na loja quando eu o vi surgir atrás do balcão do lado oposto ao que eu estava trazendo uns itens para o cliente que o aguardava. Não consegui identificar, de imediato, o que havia mudado naquele rosto, pois ele continuava atraentemente viril, resplandecendo uma libertinagem disfarçada na qual repousava boa parte do charme daquele homem sexy.
- Júlio! – deixei escapar num sussurro que mal eu pude ouvir.
- Como? – perguntou o garotão musculoso que ainda não tinha conseguido desviar seu olhar cobiçoso da minha bunda e começava a se excitar com a minha presença, o que se podia constatar pelo volume crescendo debaixo da calça esportiva com o emblema de uma grife famosa estampada na perna esquerda, pouco abaixo de onde a ereção distendia o tecido. Não prestei atenção nele, só naquele rosto.
Quando o cliente que o Júlio estava atendendo se dirigiu ao caixa, eu me aproximei. Minhas pernas começaram a tremer, minha boca estava seca e eu não sabia a razão de tudo aquilo.
- Lucas? É você Lucas! – exclamou ele, assim que me viu.
- Júlio!
Ele tinha um sorriso encantador dirigido a mim. Algo também o travou. Nos aproximamos tanto que comecei a sentir o calor do corpão dele. Por uns segundos, ninguém conseguiu dizer uma palavra, apenas procuramos no olhar um do outro, aquilo que um dia podia ser dito sem o uso de palavras. Estava tudo lá, a atração mútua, o beijo libidinoso roubado dentro do provador, a licenciosidade daquele boquete no escurinho do cinema, o final de semana destinado ao meu descabaço, interrompido pelo roubo da moto, a despedida sem que nossos corpos se conhecessem na intimidade. Ele pegou minha mão e a levou aos lábios, colocando um beijo nela. De repente, estávamos apenas nós dois naquele espaço, não víamos nem ouvíamos mais ninguém, apesar da loja continuar cheia de clientes.
- Não sabia que tinha voltado.
- Voltei faz uns seis meses.
- Tanto tempo! – aquilo me soou como uma censura por não tê-lo procurado antes.
- Fui expulso de casa, precisei encontrar um lugar para morar e também estive ocupado montando minha agência de viagens. – esclareci, tentando justificar meu relapso.
- Quis ter notícias suas e fui a sua casa, mas na segunda tentativa, seu irmão me deu uma carraa, me mandando procurar outro viado para foder, porque você eu já tinha perdido para um empresário árabe. – revelou.
- Esse mesmo veneno minou minha relação com os meus pais, e foi o motivo da minha expulsão de casa.
- O importante é que está de volta! Não faz ideia do quanto estou feliz em te ver. – afirmou
- Eu também, Júlio. Eu também! Não te esqueci.
- Pois é, eu também não me esqueci de te esquecer. Naquela época eu não tinha como te segurar ao meu lado, não tinha nada a lhe oferecer, não podia deixar que você não vivesse seus sonhos. – disse ele, e eu soube ali que nossa história ainda não havia terminado, talvez estivesse apenas começando.
Fiquei sabendo durante o jantar que combinamos para aquela noite em minha casa, que ele e o irmão tinham mudado e adaptado para as novas demandas o foco das lojas que o pai lhes deixou quando se aposentou. Contei a ele como tinham sido os anos que estive fora, o que vi, como desenvolvi minha carreira, como servi às necessidades primais de dois machos, e o que me levou a regressar. Durante a narrativa, não tentei me justificar por nada, não procurei amenizar minha libertinagem servindo sexualmente dois homens ao mesmo tempo. Eu queria que o Júlio soubesse quem eu era, sem mentiras ou omissões e, que eu tinha um passado. Se esse passado não fosse propriamente virtuoso, ao menos era digno, como tudo o que aconteceu nele.
- Não precisa me contar como viveu todos esses anos. Eu também não hibernei. Fiz minhas estripulias, e não foram poucas. Me envolvi com outros caras e com garotas. Engravidei uma delas, mas felizmente a gravidez não chegou ao fim, tendo valido só pelo fato de terminar aquele relacionamento sem futuro. Não estou com ninguém, e você? – perguntou ao terminar seu relato.
- Também não! – ele esboçou um sorriso disfarçado.
- Como eu disse essa manhã, não me esqueci de te esquecer. Você mamando minha pica dentro do cinema é uma cena recorrente na minha mente. Meu tesão por você continua o mesmo! – ousou, quando me deu uma encoxada enquanto eu abria uma garrafa de vinho.
- E o meu está provocando um reboliço no meu corpo, com você tão perto e tão assanhado. – confessei.
- Há dez anos temos uma coisa não terminada. Chegou a hora de terminá-la, não acha? – balbuciou no meu ouvido, enquanto suas mãos entravam debaixo da minha camiseta polo e se apoderavam dos meus mamilos.
Soltei um suspiro, profundo e longo, estava acontecendo outra vez, um homem a quem nunca fui indiferente, estava me bolinando e me mostrando com seu tesão o que queria. Seria apenas uma obstinação por terminar algo que tinha ficado sem ser resolvido ou, seria a retomada de um sentimento que ficara guardado por uma década? Com aquelas mãos libidinosas apertando os biquinhos dos meus mamilos e, aquela ereção se esfregando na minha bunda era impossível saber. Minha única certeza naquele momento, era a de que eu desejava aquele homem com todo o furor das minhas entranhas.
O Júlio enfiou os dedos indicador e médio de uma das mãos nos meus lábios. Eles estavam molhados. Ele os acabara de retirar de dentro da sua cueca, depois de ter acariciado a sua glande.
- Isso te lembra de alguma coisa? – perguntou, num quase gemido soprado na minha orelha, e que me fez estremecer da cabeça aos pés.
- Algo delicioso que nunca consegui esquecer! – respondi balbuciando, antes de começar a lamber os dedos que ele ia aprofundando na minha boca.
Achei que ele fosse me foder ali mesmo, satisfazendo-se com o que estava esperando há anos; mas logo percebi, num contentamento radiante, que a intenção dele era construir algo bem mais duradouro a partir daquele coito. Voltamos à sala, cada um com sua taça de vinho na mão, e sentamo-nos tão próximos no sofá que nossos ombros se roçavam ao menor movimento. A luxúria crescia à medida que sorvíamos cada gole de vinho e ficava estampada no brilho dos nossos olhares que não deixavam de se escrutinar, procurando por aquelas minúcias que haviam se perdido no tempo. Ele passou o braço sobre meus ombros e eu me reclinei no dele. Não era uma cena de dois caras tomados de tesão um pelo outro como estávamos naquele momento, mas uma cena de dois amantes que se reencontravam e que não precisavam se apressar, pois teriam o restante de suas vidas para extravasar toda a volúpia que carregavam em seus corpos. Eu o beijei, começando com um toque suave na borda de sua mandíbula que foi se estendendo até os lábios quentes com o sabor do Cabernet. A mão dele voltou a entrar por baixo da minha camiseta e, depois de ficar um tempinho bolinando meu peitinho com o bico enrijecido, puxou-a por cima da cabeça, expondo meu tronco liso e nu. Sua boca abandonou a minha e foi devorar um dos meus mamilos, lambendo-o, chupando-o e mordendo-o enquanto o tracionava preso entre os dentes. Eu apoiava seu rosto entre as minhas mãos e o afagava, sentindo a tara dele crescendo durante a arremetida ao meu mamilo. Meu pau endurecia e meu cuzinho convulsionava pestanejando as preguinhas.
- Me põe para dentro de você! – grunhiu ele, sem tirar a boca do meu mamilo
Puxei-o do sofá e, envolvi minha cintura com seus braços enquanto o levava para o quarto. Deixei que me despisse lentamente, tocando e admirando minha nudez explícita a cada peça retirada. Meu corpo fervilhava de desejo com aquele olhar cobiçoso focado nele. Meu rosto enrubesceu quando ele olhou para o meu pinto duro e abriu um sorriso sacana por constatar meu tesão. Disfarcei começando a desabotoar sua camisa. À medida que a abria, mais daquele torso másculo e peludo caía na voracidade das minhas mãos. Puxei a camisa para fora da calça e fiquei diante daquele abdômen trincado, peludo, viril. Ele sentia prazer em me ver idolatrando sua masculinidade. Abri o colchete de gancho e o zíper da calça dele, afastando o tecido para os lados e me deparando com o cacetão maciço e teso debaixo da cueca. Baixei a calça até os joelhos dele, a partir de onde ele terminou de se desvencilhar dela. Uma rodela úmida marcada na cueca revelava onde estava a cabeçorra babando. Aproximei meu rosto e inspirei profundamente para sentir o aroma másculo de nozes maduras que emanava daquela umidade. Lambi e beijei a rodela através do tecido, extraindo um sonoro gemido do Júlio. Enfiei a mão dentro da cueca e sai com ela segurando o caralhão, que imediatamente coloquei na boca, lambendo e chupando-o com devoção. Era a mesma excitação, o mesmo coração quase saindo pela boca, o mesmo sabor e o mesma textura daquela carne que eu havia mamado na escuridão furtiva do cinema. Como daquela vez, ela latejava entre os meus lábios, só estava maior e mais calibrosa por não pertencer mais a um garotão recém-saído da adolescência, mas a um homem no vigor de seus trinta e poucos anos. Também era o mesmo o meu tesão de chupar uma caceta suculenta de macho, algo que passou a fazer parte dos meus mais secretos desejos, desde aquela sessão de cinema perdida no passado. O Júlio apenas ronronava, deixando-se chupar enquanto acariciava meus cabelos e mantinha meu rosto enfiado em sua virilha, procurando controlar a volúpia que o consumia. Era o pré-gozo abundante escorrendo da pica que denunciava seu tesão e, mesmo este, ele deixava ser sugado livremente pela minha avidez. Quando ele me puxou para cima e me beijou com uma intensidade animalesca, eu soube que havia chegado o momento de me entregar a ele. Dei dois passos trôpegos até a cama e fiquei de joelhos enquanto ele me agarrava pelos quadris e se ajoelhava diante do meu rego aberto por suas mãos espalmadas sobre meus glúteos. Desta vez, por sorte, ele não viu minhas faces ruborizadas por ter meu cuzinho piscante secado pelo olhar libidinoso dele. Ele começou a beijar e morder minhas nádegas lisas, enquanto seu polegar se movia sobre as minhas preguinhas me fazendo soltar miadelas ululadas feito uma gata no cio. Um brado sibilante ecoou pelo quarto quando a língua úmida dele começou a vasculhar minha fenda anal, aquela era a sensação mais delirantemente maravilhosa que se podia sentir, um macho destemperado pelo tesão saboreando o casulo onde ansiava enfiar seu cacete. Eu me virei para trás, e vi o Júlio postado impávido de pernas ligeiramente abertas e firmemente assentadas no chão, com aquele caralhão sólido parecendo um tronco a centímetros da minha bunda, e a boca ligeiramente torta esboçando a sanha de me foder. Prendi a respiração ao sentir a cabeçorra pressionando a portinha do meu cu. Apenas aquela vontade de me entregar a ele foi novamente o arroubo que me fez suportar a dor de ter meu cuzinho arregaçado pelo caralho intrépido de um macho. Ele meteu com força, num impulso brusco e único, enfiando de uma só vez, um quarto daqueles 24 centímetros na minha fendinha estreita, desfrutando do prazer de ouvir meu ganido sensual e submisso.
- Ah, Lucas! Como eu sonhei com isso! – grunhiu ele, entre dentes.
- Ai, Júlio! – gani pungente e permissivo.
Meus gemidos ecoavam pelo quarto enquanto ele socava a pica no meu cu fazendo meu corpo todo estremecer e se ressentir de sua gana. Eu não sabia por quanto tempo ainda ia aguentar naquela posição que lhe permitia meter o caralhão até o talo no meu cuzinho, fazendo suas bolas abarrotadas colidir contra meu reguinho apartado. Instintivamente, eu tentava escapulir, mas ele me puxava de volta pelas ancas num movimento simultâneo a uma nova estocada. A impressão que eu tinha, era a de que, a qualquer momento, aquela jeba colossal aflorasse na minha boca. Os gemidos – Ai, Júlio! – foram se repetindo a cada estocada e ele percebeu na vocalização deles, que a dor se sobrepunha ao prazer. Aquela vontade incontrolável de me possuir fizera-o se esquecer, no meio de todo aquele tesão, da força física de seus músculos avantajados e do tamanho titânico de seu membro. Ele o tirou do meu cuzinho lanhado, me fez deitar na cama, encaixou-se entre as minhas coxas, me beijou vorazmente com um carinho indulgente, enquanto eu abria e retraia minhas pernas expondo e oferecendo meu cu.
- Você quer ser meu, não é Lucas? – sussurrou ele, metendo novamente a pica no meu cuzinho.
A penetração lenta e contínua sob o olhar de tesão dele me fez gozar. Eu vinha me segurando desde a posição anterior quando meu pinto e meu saco sacudiam soltos pelo ar absorvendo todo o prazer que aquele macho engatado em mim me proporcionava. O Júlio ainda não estava pronto, precisava daquele vaivém rítmico que fazia meus esfíncteres apertados se esfregarem ao longo de sua jeba. O prazer também o torturava, contraía em ondas seus testículos para que expulsassem todo o conteúdo que os abarrotava. Ele intensificou o vaivém que, por vezes, avançava aos solavancos ao invés de deslizar, motivado pelo retesamento de todo seu baixo ventre e pela concentração em sua virilha, de toda a energia que precisava liberar. Uma estocada abrupta da cabeçorra contra a minha próstata extraiu dos meus lábios mais um ganido esganiçado e desencadeou o gozo. Os jatos libertadores, da porra espessa e morna, foram enchendo meu cuzinho com sua virilidade. Quase ao mesmo tempo, eu balbuciei o nome dele e ele o meu, a sintonia mais que perfeita para nossos corpos que, enfim, puderam se fundir num único ser.
- Quer ser meu para todo o sempre? – perguntou ele, quando seu cacete amolecia lentamente no meio da minha mucosa acolhedora.
- Sempre fui seu, Júlio! Apesar de tudo o que aconteceu, eu sinto que sempre fui seu, e quero que isso se perpetue até o fim dos meus dias. – respondi, ciente de que, o que sentia por aquele homem, de alguma forma, sempre esteve vivo dentro do meu coração.
Ainda levou alguns meses para que tivéssemos a certeza daquele amor. A cada dia convivido crescia a necessidade de unirmos nossas individualidades e formarmos um casal. Houve protestos, especialmente da minha família, que me definiu como uma vergonha catastrófica a ser esquecida e relegada a imoralidade. Levou anos para conseguirem enxergar que a minha felicidade junto ao homem que amava, podia não ser algo tão execrável, mas os senões nunca desapareceram por completo. Os pais do Júlio foram mais tolerantes. Surpreendidos a princípio, mas percebendo no filho uma felicidade que ele nunca havia expressado naquela intensidade antes, me acolheram sem distinções. Hoje, uma casa abriga não somente o nosso amor e o cotidiano de estarmos juntos, mas um cachorro que faz um verdadeiro alvoroço quando nos vê agarrados fazendo amor, querendo participar do que ele julga ser uma brincadeira, e amigos que nos visitam constantemente e compartilham da nossa felicidade.

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Comentários


foto perfil usuario mordred24

mordred24 Comentou em 15/12/2023

Conto excelente tal qual os demais! Agora, mesmo sendo fictício, não sei se a escolha do Lucas foi das melhores: trocar dois machos do oriente médio por um amor juvenil? Sei lá, acho que ficaria por lá mesmo. Rsrs

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passivo10 Comentou em 26/03/2022

Concordo com o comentário do lordericharlen..família ingrata e quando vi o título do conto tbm pensei em outra coisa...mas está de parabéns...muito boa a história Votado

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lordricharlen Comentou em 08/10/2021

Família ingrata essa dele, gostei dele ter ficado com Júlio, confesso quando vi título eu imaginei outra coisa, como sempre tá de parabéns pelas histórias.

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oldjard Comentou em 13/07/2021

Perfeito !!!! Não consigo encontrar palavras !!!!

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osortudotesao Comentou em 05/07/2021

Delícia esse conto, parabéns pela sua consciência em te fazia feliz.

foto perfil usuario morenofogoso1

morenofogoso1 Comentou em 02/07/2021

parabéns pela sua escrita, muito boa a história. acho que ficaria melhor ainda se contada em forma de livro , com mais detalhes e a história mais prolongada .

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gutoalex Comentou em 01/07/2021

Muito bom adorei, sinto muito tesão em árabes, mas o final me suprendeu, parabéns

foto perfil usuario rabao2018

rabao2018 Comentou em 01/07/2021

Lindo. Perfeito . incrível um belo conto parabéns.

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morsolix Comentou em 01/07/2021

Muito bom




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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
Escravo na terra dos Sheiks - Final

Codigo do conto:
181526

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
30/06/2021

Quant.de Votos:
23

Quant.de Fotos:
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