O lobo urbano Esta é uma obra de ficção sem nenhum compromisso com a realidade. As eventuais características dos personagens com pessoas reais, bem como seus costumes, moral e valores são mera coincidência e, os desvios das normas sociais padrão não são passíveis de julgamento pelas leis que regem a sociedade. O leitor deve saber, antes de iniciar a leitura do conto, que: 1. A estória se desenvolve no universo fictício A.B.O, de indivíduos alfa, beta e ômega, originados a partir de transmutações acidentais do genoma humano com o genoma de lobos, ocorridas num passado remoto. 2. Indivíduos alfa tem constituição física portentosa, são grandes, musculosos e fortes, são sexualmente muito ativos, por conta do ignus, uma espécie de cio regular que os obriga a copular incessantemente até que os altos níveis de testosterona desse período voltem ao normal. Essas cópulas não têm a ver com sentimentos de afeto ou amor por aqueles com quem copulam, são meramente uma necessidade fisiológica que precisa ser atendida para aplacar sua agressividade; embora, muitos alfas procurem especialmente por ômegas, numa quase caçada, para resolver essa questão. Também são donos de caralhos gigantescos, emitem um rosnado primitivo que, a exemplo do que acontecia com lobos, serve para marcar território, afugentar outros alfas, mostrar poder; sobre os ômegas exerce dominação e seu efeito é sempre terrível apavorando-os. Para manter sob controle suas características lupinas, os alfas precisam ingerir pílulas o que os torna semelhantes aos betas, os seres humanos normais que não sofreram nenhuma transmutação genética. Embora sexualmente se envolvam tanto com fêmeas alfa e indivíduos beta de ambos os sexos, são os ômegas que mais os atraem. Os de boa índole são protetores, cuidam e defendem tanto betas quanto ômegas dos alfas mais agressivos e mau caráter. 3. Indivíduos ômega formam a menor porcentagem de transmutados, mal chegam a 1% da população total e, pouco mais de 10% destes são ômegas masculinos, o que os torna além de raros, extremamente cobiçados tanto por betas quanto por outros ômegas, mas especialmente por alfas, por serem muito bonitos, sedutores, sensíveis, muito carinhosos, de constituição bem mais frágil mesmo quando tem uma musculatura definida, ainda mais se comparados aos alfas. Ao entrarem na adolescência, começam a apresentar um cio, chamado oistros, que pode se manifestar algumas vezes durante o ano, particularmente no outono e na primavera, caracterizado pelo aumento do cheiro adocicado e suave que exalam tornando-os alvos sexualmente desejáveis. O aumento de feromônios circulantes em suas veias durante o oistros também vem acompanhado de sintomas muito dolorosos que se espalham pelas entranhas e, de um intumescimento e concentração do fluxo sanguíneo na mucosa anal, fazendo com que as glândulas ao redor de seu ânus produzam um discreto corrimento que os indivíduos alfa são capazes de detectar pelo olfato a longas distâncias e, que os deixa completamente alucinados querendo copular com o ômega por todo período do cio, que costuma durar cerca de 4 ou 5 dias. Eu estava tenso havia quase uma semana desde que recebi a ligação de que tinha sido aprovado no processo seletivo para um novo emprego. Naquela manhã, meu primeiro dia na nova empresa, o nervosismo estava à flor da pele. Tinha dormido mal de tanta ansiedade com aquele emprego, pois não se tratava simplesmente de uma nova empresa, uma nova função, mas de me ver livre do domínio do Louis, o alfa com o qual estava envolvido num relacionamento que não desejei e que me subjugava, sem que houvesse algum sentimento amoroso. Era tão somente sexo que levava o Louis a exercer sua dominação sobre mim, uma vez que ele havia se casado com uma garota beta dois anos depois de me conhecer. Louis era um alfa para quem os sentimentos tinham pouco valor, seus envolvimentos sempre visavam unicamente o sexo, o domínio sobre alguém mais fraco, a imposição de seu cacete enorme como forma de poder. Eu o conheci há cerca de cinco anos, no verão, quando conclui a faculdade e fui viajar com um grupo de amigos. Assim que sentiu meu cheiro ele veio ao meu encalço. Minha experiência com alfas se resumia ao bullying que sofria na escola, por isso temia-os com a mesma intensidade que temia um leão. Eu havia ‘ficado’ com dois betas até então, sendo o primeiro o responsável por me desvirginar e o segundo um carinha com quem me envolvi por ele ser extremamente carinhoso e, por quem realmente senti estar apaixonado. O Louis foi o responsável por intimidá-lo e me tirar praticamente à força dele, com seu rosnado aterrador e ameaças à sua integridade. Alfas se valiam dessas táticas para subjugar oponentes e tirá-los de seu caminho quando desejavam alguma coisa. Outros ômegas talvez tivessem achado a atitude do Louis uma demonstração de interesse legítimo, de boas intenções, uma demonstração de paixão, mas eu não a encarei dessa forma. Fiquei triste por me ver privado do meu namorado, que pouco ou nada podia fazer contra um alfa como o Louis para me manter junto dele. Embora o Louis exercesse uma atração física e sexual bastante intensa sobre mim, eu logo percebi que dificilmente me apaixonaria por ele e, que a recíproca também seria verdadeira. Ele me tirou do meu namorado por vaidade, por uma questão de domínio, nada mais. Desde então, eu vivia submisso a ele, aos seus caprichos, aos seus desmandos. Quando se envolveu com a garota que veio a desposar, me manteve em seu apartamento de solteiro, como um de seus caros objetos de valor, uma vez que, como a maioria dos alfas, além de poder, já novo havia acumulado uma boa fortuna. A esposa era outro de seus trunfos a ser exibido para amigos e para sociedade, pois também não a amava, segundo ele próprio me confessou. Eu estava cansado daquela vida, daquela submissão sem amor, do sexo dolorido que ele me impunha com seu membro colossal, o que me levou a procurar um emprego e desejar me desvencilhar do jugo do Louis e me mudar daquele apartamento, que mais me parecia uma gaiola na qual estava aprisionado impedido de voar em liberdade. Ele não sabia das minhas intenções e, provavelmente, acabaria comigo quando soubesse o que fiz. Alfas não admitem serem traídos, enganados. Se um ômega ousasse fazê-lo estava praticamente decretando sua sentença de morte. Mas, eu precisava tentar, pois viver daquela maneira também era uma sentença de morte. Não me bastasse todo o estresse pelo qual estava passando com a perspectiva do novo emprego, da nova vida que se abriria a partir dali, quando me enfiei sob a ducha naquela manhã, meu cio se materializou. Os sintomas se fizeram sentir há mais de uma semana, aquela irritabilidade sem causa já me prevenia de sua chegada, mas como eu os tinha muito esparsos durante o ano e bastante irregulares, não dei grande importância aos sintomas, achando que faziam parte da ansiedade na qual estava mergulhado. - Que merda! Que merda! Justo hoje! Não dava para esperar uns dias? Agora fodeu de vez! – resmunguei debaixo da água morna que caia sobre meus ombros, escorria corpo abaixo, levando do meu rego o muco rosado que as glândulas perianais expeliam. Perdi um bom tempo tentando conter aquele corrimento, quando finalmente me vesti e estava pronto para sair, percebi que estava tremendamente atrasado. Só me faltava essa, pensei com meus botões, chegar atrasado já no primeiro dia. Feito um maluco saí às pressas, achando que recuperaria o tempo gasto na contenção do cio, dirigindo por ruas alternativas menos congestionadas. Tudo parecia conspirar contra mim. Eu já começava a relaxar ao perceber que estava quase chegando à empresa e que teria pelo menos uns dez minutos para relaxar antes de encarar meu novo ambiente de trabalho e me apresentar ao meu chefe. Subitamente, vindo numa ultrapassagem pela direita sem nenhum sinal de seta, um carro se enfiou no exíguo espaço entre mim e o veículo da frente que precisou frear abruptamente quando o semáforo entrou no amarelo. Ele já havia fechado o motorista que estava emparelhado comigo na faixa da esquerda a algumas centenas de metros atrás, mas como não havia conseguido, se aventurou na manobra arriscada e proibida vindo a colidir com a traseira do veículo que seguia a minha frente e com parte da lateral dianteira do meu carro. Pronto! Lá estava eu, começando a ter uma crise de choro de tão estressado com aquele acidente que me custaria talvez o tão almejado emprego. Engolindo o choro e enxugando as lágrimas, desci do carro tomado de uma fúria incontrolável. O sujeito que provocou o acidente, um alfa grande e possesso desceu também vindo a passos largos na minha direção como se quisesse dar cabo de mim. Imediatamente ele farejou o ar e percebeu que eu era um ômega e que estava no cio. Meu cheiro floral e penetrante chegou as suas narinas e o deixou ainda mais exaltado. - Você não viu que eu estava pedindo espaço para mudar de faixa? – rosnou ele furioso, o que me fez estremecer. No entanto, acho que por conta do meu nervosismo, eu não me acovardei como faria qualquer outro ômega normal diante do rosnado de um alfa. - Você não pediu espaço, você simplesmente se enfiou onde não o havia! O resultado está aí! Se soubesse dirigir saberia que ultrapassagens pela direita são proibidas! – minha voz menos intimidadora, mesmo assim, acabou soando como uma ameaça. - Como é que é? Você se atreve a me questionar? Perdeu o juízo? – rosnou mais forte e incontrolado, agora sim conseguindo me deixar apavorado. A mulher que estava com ele tentou impedir que ele viesse para cima de mim, mas não era páreo aquele sujeito truculento e bruto. Suas palavras e pedidos foram simplesmente ignorados. O sujeito do carro da frente no qual ele também havia batido, era um beta que, mais prudente do que eu, tentava se fazer menos presente diante da fúria daquele alfa descontrolado. Ao chegar junto a mim, meu cheiro o deixou alucinado, e ele agarrou meu braço com sua pata enorme e cravou suas unhas na minha pele perfurando-a. Machos alfa mantinham resquícios lupinos, como a projeção dos dentes caninos e das unhas quando entravam no estado de ataque à suas vítimas. Ele ia me estraçalhar, pensei comigo mesmo, procurando ao meu redor alguém que pudesse me socorrer. Não havia ninguém à vista, pelo menos ninguém que se atrevesse a enfrenta-lo naquele estado. Com ambas as enormes mãos me sacudindo como se eu fosse um boneco, e me prensando contra a lateral do meu carro, em seus olhos injetados vi que seria estraçalhado ali mesmo. Comecei a chorar depois de ter soltado um ganido pungente, o que costumava funcionar algumas vezes quando machos alfa partiam para o ataque sobre ômegas indefesos. Uma das mãos acertou meu rosto e, por alguns segundos, tudo ficou escuro diante dos meus olhos. Quando vi a luz do sol daquela manhã novamente, a mão em riste já vinha mais uma vez na direção do meu rosto. Tornei a gritar, outro ganido agudo e pungente, antes de fechar os olhos e tentar proteger meu rosto com as mãos, mas o golpe não veio. Ao invés dele, um rosnado ainda mais forte e furioso que fez todos ali parados e envolvidos no acidente sentirem uma dor que os penetrava até os ossos. Eu quase desmaiei com o rosnado e, teria caindo feito um saco vazio em plena avenida não estivesse escorado na lateral do carro. Não foi meu agressor a rosnar daquela maneira, foi um alfa enorme, muito musculoso que o soltara para intimidar o sujeito que me batia. Houve uma tentativa de ele reagir, também rosnando, mas logo percebeu que não seria páreo para o cara que estava vindo me salvar. Afastando-se a passos cautelosos, retraindo os lábios para mostrar os caninos salientes, ele sabia que havia chegado a hora de negociar e de assumir sua culpa pelo acidente. Isso não demoveu o alfa que veio ao meu auxílio de partir para cima dele, socando-o, atacando-o furiosamente como um lobo destemido. Nem os gritos de socorro da mulher que acompanhava o causador do acidente, impediram que ele arrebentasse a cara do sujeito. Nesse interim, apareceram duas viaturas policiais, ficando claro que os ânimos teriam que ser controlados a qualquer custo. Um dos policiais era um alfa, que logo ao me farejar, veio ouvir minha versão do que tinha acontecido. O alfa que me salvou, soltou um grunhido quando viu o policial se aproximar de mim, como quem sinaliza que eu já estava sob sua proteção. O policial também foi cauteloso, um embate com aquele outro alfa não estava em seus planos e nem podia fazer parte de sua atuação como agente da lei. Ele me ouvia com atenção, esboçava um sorriso e não parava de aspirar o ar procurando sentir o cheiro do meu cio. Eu estava encolhido no meio daqueles dois alfas, o que os deixava excitados e satisfeitos com aquela demonstração de submissão e fragilidade. Ao mesmo tempo em que me ouvia, com a voz ainda um pouco insegura, e fazia anotações em seu relatório, o policial precisava disfarçar a ereção que crescia em sua calça. O mesmo acontecia com o sujeito musculoso que me acudiu. Sem sair do meu lado, ele estava numa posição na qual a leve brisa que soprava naquela manhã levava o cheiro do meu cio diretamente para suas narinas farejantes. Nenhum dos dois impediu que eu notasse sua excitação e seus membros cavalares distendendo o tecido das calças. Ser um ômega diante de um alfa sempre causava certa apreensão. Nunca se sabia, com certeza, quais eram as intenções deles para conosco, se apenas um coito para aliviar os sintomas de suas necessidades fisiológicas, ou se havia uma intenção de estabelecer uma relação de outra natureza, mais afetiva e duradoura. Naquele momento eu não pensava noutra coisa que não o meu novo emprego que já devia ter ido para o espaço. Quem toleraria um atraso daquele logo no primeiro dia? De repente, me senti muito fragilizado, teria que continuar sob o jugo do Louis, até outra chance aparecer. O sujeito que me salvou parecia ler a minha mente, sua mão pesada veio ao meu ombro e ele discretamente me puxou para junto daquele corpão quente e grande, como se quisesse me inspirar segurança. Eu ergui meu olhar para aquele par de olhos verdes como esmeraldas e sorri timidamente, fazendo aparecer naquele rosto lindo e másculo o mais reconfortante dos sorrisos. - Meu nome é Kevin, vou testemunhar a seu favor na delegacia, não precisa ter medo, tudo vai se resolver e esse sujeito vai arcar com todos os prejuízos. – disse ele, numa voz branda e grave que adentrou meu corpo e o aquietou. - Exatamente, Tyler! Vou apresentar meu relatório ao delegado atribuindo unicamente a esse sujeito a culpa pelo prejuízo que você e este senhor tiveram no acidente. – afirmou o policial. Tivemos que esperar os guinchos das seguradoras retirarem os veículos do local. Meu carro estava bastante danificado. Na verdade, era o carro do Louis, ou o que ele me dera de presente no último aniversário, e ia ser difícil explicar aquele acidente e, principalmente, meu destino naquela manhã. Eu segui para a delegacia de carona com o Kevin, ele estava sendo não apenas gentil, mas estava querendo garantir que eu sairia com todos os meus direitos assegurados daquele episódio. Ele notou as lágrimas descendo pelo meu rosto, fingiu ignorá-las, a princípio, mas por fim, tentou me consolar. - Sei que está assustado, mas não precisa ter medo de mais nada, estou aqui com você! – disse, retendo com as costas dos dedos outra lágrima que descia pelo meu rosto. - Eu sei! Obrigado! Obrigado por tudo! Você me salvou, nem sei como agradecer! – balbuciei, só pensando na reação do Louis quando eu me visse obrigado a revelar tudo aquilo. - Me dando outro daquele sorriso doce que me deu há pouco! – exclamou ele. Só na delegacia, já mais calmo, fui reparar em detalhes do Kevin. Era o macho alfa mais lindo que eu já tinha visto. Ele inspirava segurança, seu autocontrole parecia ser inabalável, aquele rosto hirsuto era puro tesão, seus braços musculosos e aquele peitoral largo o lugar mais confortável para se estar. Ele não tirava os olhos de cima de mim, disfarçava a cobiça contida neles, me encarando de esgueira para não parecer tão afoito e agressivo. No entanto, a ereção que não cedia, denunciava o que se passava dentro dele. Eu não podia estar mais vulnerável àquele macho intrépido, exatamente no primeiro e mais intenso dia do meu oistros, onde minha cabeça só tinha pensamentos libidinosos para com machos. Não adiantava disfarçar, nós ômegas éramos amadores em esconder quando estávamos prontos para aceitar o galanteio de um macho a fim de copular, especialmente durante os cios. O Kevin estava sentindo isso em todos os seus poros, não só meu cheiro o instigava, mas a situação frágil na qual me encontrava, contribuía para que ele se sentisse atraído; sexualmente atraído, pelo meu corpo e pela minha bunda, da qual não desgrudava o olhar lascivo e libertino. Por meio de uma ligação dei a saber que sofrera um acidente e que estaria na empresa tão logo fosse liberado da delegacia. Provavelmente me dispensariam assim que me apresentasse para o trabalho, mas era o certo a fazer. A manhã chegava ao fim quando finalmente tudo havia se resolvido, ou pelo menos, o começo daquele problema. - Você está machucado, precisa curativos nesses ferimentos que o sujeito deixou em você! – disse o Kevin, quando se propôs a me levar a uma farmácia para tratar deles. - Obrigado! Você já fez muito por mim. Perdeu sua manhã e seus compromissos comigo, lamento ter empatado seu dia. – devolvi, ao me recusar que me levasse a mais algum outro lugar. - De fato, deixei alguns assuntos importantes por resolver, mas nada que não seja contornável! Deixe que eu te leve até em casa, suas roupas estão sujas de sangue. – observou, tocando com suavidade nas marcas deixadas pelas garras daquele sujeito abrutalhado. Por mais atraído que eu estivesse pelo Kevin, seria imprudente ele saber onde moro. Se por acaso resolvesse ir ter comigo em casa, haveria uma grande chance de se encontrar com o Louis, e isso seria um desastre completo. Era preciso se despedir dele ali mesmo, inclusive lhe dando um falso número de celular, para que não me ligasse e eu tivesse que explicar ao Louis quem era esse tal de Kevin. Corri para casa, tomei outra ducha, cobri os ferimentos com curativos, inseri um novo absorvente na cueca, pois o que eu havia colocado naquela manhã para conter o corrimento do cio já estava empapado. Toda aquela agitação com aqueles alfas ao meu redor, haviam exacerbado meu oistros. Parti rumo a empresa sem ilusões. Os demais funcionários do setor no qual eu iria trabalhar voltavam do almoço quando a funcionária do departamento pessoal me levou até o setor, depois de me apresentar a empresa. Eu estava acostumado a suscitar certo furor quando chegava a algum lugar. Sem falsa modéstia, minha beleza chamava a atenção, era algo que tornava os ômegas visados, e contribuía para nossa vulnerabilidade. Tive que aprender a ligar com isso desde cedo, mas ainda ficava muito encabulado diante de novas situações como aquela. Felizmente, todos os funcionários e funcionárias do setor eram betas, à exceção de um único ômega bem mais velho do que eu e, que parecia estar com vida profissional e afetiva totalmente resolvida. Foi ele, depois de me apontar o box no qual ficava minha mesa, quem me alertou sobre o mau humor com o qual nosso chefe havia chegado à empresa naquele dia. - É um alfa! Um tremendo alfa, se me entende! O que tem de atraente e bonito, tem de bravo quando está com a macaca. Não sei o que deu nele hoje, mas está uma fera, berrando feito um doido por qualquer coisinha. Normalmente até que é bem sensato e ponderado, mas quando sai do sério vira o cão! Para seu azar, vai conhecê-lo justamente num desses dias! – exclamou, praticamente sussurrando com medo de suas palavras chegarem a ouvidos alheios. - Tomara que não me mande embora já no primeiro dia, por conta do meu atraso! Também tive uma manhã horrível! – devolvi, começando a ajeitar meu espaço de trabalho, assim que ele me deixou para voltar aos seus afazeres. Clarice era a secretária chefe do setor, uma senhora simpática e de sorriso fácil que me recebeu com muita cordialidade. Jovens ômegas como eu, mal saídos dos cueiros, eram uma tentação para balzaquianas como ela. Ela me ajudou a providenciar tudo de que eu precisava para desempenhar minhas funções no espaço que me destinaram, junto a parede onde grandes janelões davam uma bonita vista para o pátio da empresa, a arborizada avenida onde estava localizada e os suntuosos edifícios comerciais da calçada oposta, reluzindo a paisagem do entorno em suas vidraças escurecidas, como se fossem gigantescos espelhos. Eu estava recebendo as instruções do rapaz da informática de como cadastrar uma senha de acesso ao sistema da empresa e do conteúdo disponível para realizar minhas tarefas quando o ramal da minha mesa tocou. - Tyler! Ele o está chamando em sua sala. – avisou a voz sorridente da Clarice, que ao mesmo tempo acenava de sua mesa em minha direção. Senti um frio na barriga. Saber que se tratava de um alfa em pleno dia de mau humor, tornava minha tarefa de tentar justificar meu atraso ainda mais difícil. Eu já me via gaguejando, enrubescendo e, precisando reunir todas as minhas energias para não cair no choro diante dele, caso começasse a me passar um sermão pela falta de pontualidade e profissionalismo. Ômegas eram assim, extremamente sensíveis, se deixando levar pelo choro toda vez que sentiam uma ameaça com a qual não pudessem lutar. Precisei bater na porta por três vezes antes que uma voz grave viesse lá de dentro me mandando entrar, era minha mão que tremia tanto que mal fazia os nós dos dedos tocarem a madeira. Entrei a passos leves, minhas pernas pareciam feitas de chumbo. A sala ampla e muito iluminada ficava num dos cantos do edifício, o que propiciava que duas paredes fossem revestidas pelos mesmo janelões da sala na qual ficava meu box. Ele estava de costas para a entrada, voltado para a lateral menor do L que sua ampla mesa formava, teclando com tanta força que parecia querer destruir o teclado do computador. Apoiado sobre um dos ombros estava o fone de seu ramal que ele prendia com o rosto inclinado, passando um esporro em quem estava do outro lado, mencionando as falhas que encontrava numa planilha aberta na tela. - É a terceira vez que te mando consertar essa porra, só esta semana! Não abuse, George! Estou chegando ao limite com você! Se estas correções não estiverem na minha mesa até o final do expediente, pode procurar outro emprego! Já fui tolerante demais com você! – gritava ele, deixando me esperar com o coração na boca. De tão assustado, não reparei que aquela voz não me era estranha, de que aqueles ombros largos e, espere um segundo, que essa camisa de listrinhas finas azuis e brancas, essa não era a mesma camisa que .... - Então finalmente você se resolveu se apresentar para o trabalho, senhor ..... – ele interrompeu sua fala exasperada assim que farejou o ar, se virou rapidamente e me viu parado tremendo diante de sua mesa. – Tyler? – completou, entre surpreso e repentinamente feliz. - Kevin? Perdão, digo, Sr. Kevin! Eu não sabia que... isto é, eu .... Ãhn....Quer que eu...Ãhn, ... volto outra hora? Eu posso....Ãhn, quer dizer. – gaguejava eu feito um idiota, querendo sair correndo dali, querendo não sentir aqueles olhos lindos me secando da cabeça aos pés, querendo que aquela umidade no meu cuzinho sumisse como que por magia, querendo que ele não sorrisse daquela maneira para mim. - É só Kevin! Especialmente para você, é apenas Kevin! Então você é o novo funcionário que designaram para o meu setor! Finalmente uma surpresa boa nesse dia, não é? – questionou. Eu apenas anuí com um aceno de cabeça, pois se abrisse a boca, continuaria a gaguejar feito um estafermo. Eu continuava parado ali como se tivesse criado raízes. Ele caminhou em minha direção, procurando controlar a ansiedade dos passos. Aproximou-se e inspirou profundamente para que meu cheiro entrasse em seus pulmões. Ainda sem ousar me tocar, ele me circundou e começou a ficar excitado. Alfas sempre tem esse comportamento quando ficam próximos a um ômega no cio, eles os cercam, os cheiram, começam a se resvalar neles, começam a exercer sua dominância, dão leves rosnados para que o ômega se submeta, que aceite a abordagem sem reagir. Foi exatamente o que eu fiz quando pude sentir o calor e o odor carregado de testosterona que o corpão dele emanava. Recolhido em mim mesmo, olhando o chão, eu sentia o tesão que ele estava sentindo por mim vindo em ondas que arrepiavam minha pele. - Você não faz ideia do quanto estou feliz de reencontrar você! – sussurrou ele junto ao meu ouvido, fazendo o ar morno de seu hálito roçar minha orelha. – Fiquei com tanta raiva quando vi aquele sujeito batendo em você esta manhã, que foi impossível me controlar. Eu precisava acabar com ele! – continuou, falando pausadamente, para me mostrar que também sabia ser controlado quando preciso. – Você é tão lindo, Tyler! – emendou, deixando escapar não o que ia em sua mente, mas a perturbação pela qual sua virilha estava passando. - Eu também, Kevin! Estou feliz por saber que você será o meu chefe! – exclamei, sem mesmo ter pensado que minha última frase podia ter uma intepretação dúbia. - Não quero ser apenas o seu chefe, Tyler! Eu quero mais que isso, muito mais que isso! – ele ronronava para que eu cedesse a sua investida. Antes de ele levar a mão ao meu queixo e levantar meu rosto para que eu o encarasse e visse o brilho de desejo reluzindo naquelas esmeraldas hipnotizantes, eu reparei na enorme ereção que havia outra vez dentro de sua calça, como naquela manhã, quando ficava ao meu lado me dando suporte. Eu sorri tímido quando ele elogiou meus olhos azuis, que percebi, o estavam cativando até o cerne das entranhas. Então ele levou as mãos à minha cintura, as deslizou sobre a camisa subindo pelo meu tronco, enquanto seu rosto se aproximava da minha nuca, seus lábios se moviam antecipadamente como se estivessem chupando minha pele. Minha respiração ficava cada vez mais acelerada, pelo meu corpo passavam espasmos que ele conseguia sentir nas mãos que o envolviam e o paralisavam. Ele me encoxou e me fez sentir sua ereção e suas intenções comprimindo-a contra as minhas nádegas. Ele respirava profunda e lentamente, tateando, analisando, estudando todas possibilidades que meu corpo ensejava. Embora pouco experiente com alfas fazendo esse tipo de abordagem comigo, eu sabia que aquele era um momento crítico. Qualquer ínfima recusa, por parte de um ômega, de passar por esse tipo de abordagem de um alfa, um gesto de rejeição mesmo que sutil, uma frase de protesto mal formulada, um afastamento brusco gerava uma reação violenta, um rosnado raivoso e até um ataque cujas consequências eram impossíveis de se prever. Portanto, eu deixei que o Kevin me abordasse livremente, mostrando minha submissão e o agrado que sentia com seu cheiro viril. Ele beijou minha nuca, apertou meus mamilos através da camisa quando sentiu que meus biquinhos estavam enrijecidos de excitação e, me encoxou com mais força esfregando, com um rebolado sensual, sua ereção na minha bunda carnuda. - Ah Tyler! Como você é gostoso! – grunhiu ele, deixando se levar pelo êxtase. - Estou tão feliz por estar aqui com você! Quando nos despedimos esta manhã tive receio de nunca mais voltar a vê-lo! – revelei sincero. - Não vou te deixar escapar! Nunca mais! – devolveu ele, ciente de que era apenas uma questão de tempo, pouco tempo, para ele se apossar completamente daquele corpo delicado e ao mesmo tempo cheio de predicados no qual se esfregava tomado pelo tesão. Por mais que eu estivesse nas nuvens, parecendo estar vivendo o sonho de todo ômega, eu não podia me esquecer da existência do Louis, de que me livrar de seu despotismo não seria tão simples assim. Ele não me amava, mas não ia abrir mão do que tinha comigo para outro alfa sem protestar, sem me ameaçar, sem me punir. Alfas são possessivos, só expulsam de suas vidas aqueles que os traem, os desafiam ou os desobedecem e, quando o fazem, o fazem de maneira cruel. Só me dei conta de quanto tempo estávamos naquela pegação na sala do Kevin quando o telefone sobre sua mesa tocou, me dando um baita susto, por eu estar reclinado sobre ela com ele praticamente montado em cima de mim, bolinando sofregamente o biquinho de um dos meus mamilos com uma mão tarada que enfiou através da camisa, após desabotoar três de seus botões, roçar delicadamente os caninos que projetou para fora no meu pescoço e, simular movimentos de vaivém na minha bunda como se estivesse me fodendo. O estremecimento do meu corpo com o susto também o assustou tirando-o daquele transe sensual e o trazendo para a realidade. - Sim Clarice! – exclamou ele, sem parar de me bolinar. – Não obrigado, Clarice. Não vou mais precisar de nada por hoje. Boa noite e bom descanso! Ah, Clarice! Ainda há mais alguém no setor? – questionou. – Não, não, por nada. Pode ir então, boa noite! Até amanhã! – concluiu. Saber que eu estava a sós com ele me deixou aflito. No estado de excitação em que estava, aliado ao estimulo constante que meu cio lhe provocava, eu já me via sendo possuído por ele. Machos alfa naquele estado dificilmente deixam de copular, e o Kevin já estava excitado comigo há horas. Se ele quisesse perpetrar o coito eu não teria como negar, pois alfas excitados não admitiam recusas por parte de ômegas nessa questão. Ao que parece eu estava abusando da sorte naquele dia. Primeiro, ao enfrentar insanamente o alfa que colidiu com o meu carro, e agora, sugerindo ao Kevin que me soltasse sob a alegação de que se fazia tarde e que era melhor deixar nosso assunto para outro dia. Em suma, sugerindo que ele controlasse aquele tesão todo sem consumar o coito. Ômegas não tinham esse direito, não podiam negar sexo a um alfa e eu, mais uma vez naquele dia, transgredia um preceito básico. - Você está sem o seu carro, eu te levo para casa! Aliás, vou te dar carona todos os dias tanto para vir quanto para voltar, até seu carro sair da oficina. – afirmou ele. Eu não ousei questionar, sabia que ele não tinha desistido de me foder só porque o expediente chegara ao fim. A esperança dele continuava acessa querendo consumar o coito na minha casa provavelmente, daí a oferta da carona. - Não quero te dar todo esse trabalho. Você já fez tanto por mim hoje. – retruquei. Mas, o olhar que ele me lançou não precisou de palavras, seus olhos lindos diziam claramente – NÃO ME DIGA COMO AGIR – eu simplesmente baixei o rosto e fiz conforme ele queria. O cio dos ômegas era algo tão arraigado em nossa genética que controlava completamente nossas mentes, ou melhor dizendo, descontrolava-as, uma vez que precisávamos resolver nossas necessidades fisiológicas com o primeiro macho que aparecesse. Por isso, era comum termos amigos ômegas homens que se relacionavam conosco apenas para amainar essas necessidades que o corpo pedia. Outra possibilidade, eram as injeções que controlavam os sintomas dos oistros; mas eu particularmente, sofria intensamente com os efeitos colaterais que elas provocavam, como tonturas, cólicas muito doloridas e uma fotofobia que me impedia de me expor a qualquer tipo de luz inviabilizando até as mais corriqueiras atividades cotidianas. Eu só me valia delas em último caso. Eu queria o Kevin, queria-o tão intensamente que me entregaria a ele mesmo sabendo que podia ser apenas por uma vez, para ele me experimentar como ômega, já que muitos alfas tinham esse comportamento. Só que ele me parecia diferente dos demais. Podia ser apenas outra das minhas impressões estapafúrdias, mas eu o desejava de uma maneira completamente louca e diferente. Se não o tivesse conhecido há questão de poucas horas, eu podia jurar que tinha me apaixonado por ele. Porém, como eu disse, o cio dos ômegas era algo tão complexo que provavelmente eu não estava no meu juízo perfeito ao pensar assim. Quando ele estacionou em frente ao meu edifício, fui acometido por um tremor incontrolável. Ele percebeu. - O que foi? Por que está tão nervoso? - Nada não! É impressão sua. – respondi, mentindo - Não minta para mim! – revidou autoritário - Desculpe! - Anda, diga o que está acontecendo! – exigiu - Sei que está esperando que eu o convide para subir, mas eu não moro sozinho. – balbuciei inseguro, pois apenas parte daquilo era verdade. Eu não ‘morava’ com ninguém, teoricamente, mas morava no apartamento de um homem e, esse homem era o macho alfa que me sustentava até então. Eu não queria me abrir com o Kevin logo assim de cara, no primeiro dia em que nos conhecemos, e lhe contar toda a minha tumultuada história com o Louis. Também não queria inventar uma desculpa mentirosa, pois cedo ou tarde ela seria descoberta e ele ia achar que eu não passo de um embusteiro. Eu queria dar certo com ele. Eu queria que ele fosse meu homem e, para isso, tudo tinha que ser revelado a seu tempo, tudo tinha que acontecer a seu tempo. - É um homem? – eu sabia que o questionamento dele seria exatamente esse. - Sim! – tomara que ele não pergunte mais nada, pensei, pois dali em diante eu teria que mentir. - Sei! – a exclamação foi tão vaga quanto o olhar dele. - Conhecer você foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos, Kevin! Não sou apenas grato pelo que fez esta manhã, mas vou fazer de tudo para que nossa amizade seja algo maravilhoso para nós dois, prometo! – asseverei. - Não quero ser apenas seu amigo. Quero muito mais! – devolveu ele. - Eu também, Kevin! – sussurrei, me inclinando em sua direção e tocando suavemente minha boca na dele. Sem perder um segundo sequer, ele me agarrou e meteu a língua na minha boca, enquanto eu, com um beijo sem pressa, lhe demonstrava todo o carinho que sentia por ele. Durante o beijo ele levou a minha mão até sua ereção. Aquela já devia ser a décima que ele teve naquele dia por minha causa. - Essa sua boquinha me deixa maluco, Tyler! Misericórdia! – ronronou ele. Enquanto em pensamento, concluía que jamais havia sido controlado pelo cheiro de um ômega como estava acontecendo comigo. Eu não podia deixa-lo na mão. Abri lenta e sensualmente sua braguilha. Enfiei minha mão macia na abertura até encontrar o caralho dele, o que foi fácil devido ao seu tamanho descomunal, bem como, pelo pulsar intermitente. Assim que meus dedos o tocaram, senti a umidade de sua excitação lambuzando minha mão. Puxei-o delicadamente para fora, afastando o tecido para que o sacão também ficasse exposto. Imediatamente minhas narinas sentiram o cheiro almiscarado e tentador que vinha da virilha dele. Para nós ômegas, machos alfa tinham um cheiro atraente e delicioso que era, em parte, responsável por nossa entrega e submissão a eles. Meus olhos azuis e subservientes o encararam com doçura antes de eu abaixar a cabeça e colocar na boca aquela jeba gigantesca que eu segurava na mão. O Kevin colocou o peso de ambas as mãos sobre a minha cabeça, deu uma ligeira levantada das ancas do banco e se ajeitou, abrindo mais as pernas, para que seu falo ficasse livre para ser chupado pelos meus lábios mornos que o circundaram cheios de tesão. Seu gemido ecoou na restrita cabine do carro e, com ele, veio um abundante fluxo de pré-gozo que eu sorvi assim que ele se misturou à minha saliva. Chupei a pica do Kevin com todo desvelo, afincada e carinhosamente, sugando sua excitação e engolindo-a sem reservas. Ele se contorcia, elogiava meu desempenho, me instigava a continuar e prometia que eu haveria de sentir sua rola no meu cuzinho muito antes do que eu esperava. O que ele aparentemente não esperava, e o deixou perplexo e tremendamente feliz, foi constatar que eu estava engolindo cada um dos jatos de porra que ele ejaculava fartamente na minha boca, ao não mais conseguir controlar o gozo, depois de sentir as fisgadas no baixo ventre levando-o ao orgasmo. - Tyler! Bendita hora que nossos caminhos se cruzaram esta manhã! Você é lindo, gostoso, doce e tudo mais com que sempre sonhei. – confessou, enquanto eu terminava de limpar com lambidas sensuais toda a extensão de sua jeba. - Boa noite, Kevin! Vou continuar sonhando com você como estou fazendo desde esta manhã. – externei amoroso. Deu para ver na cara dele que não era bem assim que ele queria que a noite terminasse. Nem eu. Mas, eu precisava resolver a minha questão com o Louis antes de me envolver com outra pessoa. Era o que dizia a minha índole, era o certo a se fazer. Antes do meu celular tocar na manhã seguinte, entraram duas imagens pelo Whatsapp, eram do Kevin. Um emoji sorridente, uma fotografia do rosto dele também sorrindo com a legenda – para você adicionar à sua agenda de contatos – e, a voz ligeiramente rouca dele me desejando um bom dia e avisando que estaria na porta do meu edifício dentro um quarto de hora para me levar ao trabalho. Meu coração estava aos pulos quando desliguei. Será que esse alfa vai mesmo ser o alfa dos meus sonhos? Eu não torcia por outra coisa. Assim que entrei no carro ele aspirou o ar, meu oistros continuava ativo, o que fez redobrar a intensidade do sorriso que me dirigia. Fui parar direto nos braços dele com o abraço resoluto que me puxou contra seu tronco. O beijo longo, úmido e lascivo aconteceu sem o menor pudor por parte de ambos. Ao me soltar e colocar o carro em movimento, nossas respirações estavam afogueadas. - É assim que você cumprimenta seus funcionários? – perguntei, para provoca-lo. - Só aqueles que vou levar para cama! – respondeu ele desavergonhadamente. Eu devolvi um sorriso tímido. Saber que ele me desejava era maravilhoso, restava saber se ficaria comigo depois de conseguir meus favores sexuais. - Dormiu bem? – perguntei, para disfarçar meu acanhamento com a resposta direta dele. - Não tão bem como teria dormido se você estivesse comigo! - Você é sempre tão direto? - Na maioria das vezes! Por que, isso te incomoda? - Não! Me encabula. – respondi sincero. - Seu rostinho fica ainda mais lindo quando está ruborizado! – exclamou, o que bastou para eu corar de verdade. Ele riu, eu me encolhi. – Gostei muito do que fez ontem ao nos despedirmos! – acrescentou, depois de uns minutos de silêncio constrangedor. - Foi muito atrevido de minha parte, não foi! Fiquei com muita vontade e não resisti. – revelei - Então espero que fique com vontade muito mais vezes! Nunca antes alguém havia engolido minha porra durante um boquete. Eu adorei! – confessou. - Não pense que sou um cara promiscuo, por favor! Como eu disse, me deu vontade. Nunca tinha sentido essa vontade antes, eu juro! – revelei com franqueza. - Não estou pensando nada! Só estou feliz que estejamos nos entrosando tão bem. Quero que se sinta à vontade comigo para fazer o que quiser. Estamos combinados? - Eu me sinto à vontade com você! Também nunca senti isso assim tão rápido por alguém. Ele teve dificuldade de me deixar trabalhar em paz naquele dia. Meu oistros ativo o deixava inquieto, provocava-lhe ereções, não me deixava sair de seus pensamentos, então ele ficava me rondando, mesmo sabendo que no setor não havia outro alfa que pudesse sentir o cheiro do meu cio e me assediar. Alguns machos beta costumavam ficar mais atirados quando ômegas no cio estavam próximos. Eles não tinham a capacidade sentir o cheiro dos ômegas, mas os feromônios que exalávamos despertavam a libido de alguns deles, sem que tivessem consciência disso, era algo puramente instintivo, talvez um resquício evolutivo primitivo que não se perdeu. O Jeff e o Aaron eram os únicos dois beta que sentiam sua libido lhes perturbar quando eu me aproximava. O Jeff era um belo macho beta corpulento, solteiro, de riso fácil e atitudes gentis que procurava atrair minha atenção. Ele o fazia sempre longe das vistas do Kevin, pois sabia que frente a um macho alfa não teria a menor chance e, ainda corria o risco de ser atacado por ele, pois ômegas eram por direito e privilégio unicamente de machos alfa. Mesmo assim, eu gostava dele e logo ficamos amigos. O Aaron era casado com uma mulher beta, pai de dois filhos pequenos, e também um homem muito atraente. Ele me via mais como uma parte reprimida de sua vida sexual que, embora satisfatória e ativa com a esposa, mantinha no fundo de seu inconsciente um desejo por aventuras fora do padrão. Um ômega bonito, carinhoso e prestativo como eu podia muito bem complementar essa tentação reprimida, o que o levava a manter uma estreita relação de coleguismo para comigo, e que eu devolvia na mesma proporção. Tal como o Jeff, ele sabia que era regalia exclusiva do Kevin, não apenas como chefe, mas como macho alfa, me abordar para intimidades. No final do expediente daquele dia, ao me dar carona, percebi que o Kevin não tomava a direção para a minha casa. Ele conversava descontraidamente comigo, pensando que eu não repararia no trajeto que estava fazendo. Eu não perguntei nada, não era preciso, eu sabia qual seria nosso destino final e não o culpava. Durante todo o dia, ele até que havia se comportado bastante bem para um alfa que estava sentindo entrar continuamente em suas narinas o cheiro do cio de um ômega facilmente acessível aos seus instintos. Ele só se descontrolou uma vez, quando num grupinho, saímos no horário do almoço para um restaurante próximo à empresa. Quando fui ao banheiro lavar as mãos, ele me seguiu e me enlaçou pela cintura, fungando e aspirando minha nuca num frenesi descontrolado. Eu, como bom ômega, deixei que o assédio se perpetrasse. Franqueei a pele do meu pescoço à sua libertinagem, firmei meus pés ligeiramente afastados junto à pia para que as encoxadas vigorosas dele não me deslocassem do lugar, suspirei ao sentir que ele havia projetado os caninos, e que eles arranhavam sutilmente minha pele, e soltei gemidos lascivos quando senti a ereção dele querendo se insinuar no meu rego. O que escapava de sua boca não chegava a ser o rosnado de dominação dos alfas, mas um ronronar mais afável cuja finalidade, porém, não diferia em intenção. Quis lembra-lo de que estávamos num lugar praticamente público, mas quando um alfa estava tendo esse comportamento, era arriscado demais mencionar qualquer coisa no sentido de demovê-lo de seu interesse. Quando nos juntamos aos outros na mesa, ficou evidente que eu tinha sido assediado. Eu ainda tremia, procurava camuflar os vergões vermelhos do pescoço, respirava curto e acelerado, procurando evitar contato direto com olhar do Kevin. Enquanto ele, chegou caminhando com as pernas bem afastadas, arfando intensa e profundamente, evitando falar para que ninguém notasse que seus caninos ainda estavam projetados além do alinhamento dos demais dentes, mas não escondendo o volume aumentado dentro da calça, até porque não havia como camuflar uma coisa enorme como aquela. De qualquer forma, aquilo serviu de alerta para todos que estavam na mesa, ele estava se valendo de seu direito sobre mim. - É aqui que você mora? – perguntei, já sabendo a resposta quando ele estacionou diante da garagem de uma casa numa rua de pouco movimento a menos de três quilômetros do meu apartamento. - Sim, é! Você disse que morava com alguém e não podia me deixar subir até seu apartamento, eu não tenho esse problema! – respondeu ele - É uma história complicada, Kevin! Eu vou te contar, esteja certo! Só te peço para ter um pouco de paciência comigo. – retruquei - Já percebi que é! Não se aflija, não vou te pressionar! Mas, também não vou perder tempo. Sei que o cio dos ômegas é bastante dolorido, que precisam estar com alguém, preferencialmente um alfa para poder suportá-lo. Sei também que você está passando pelo seu sozinho, além de tudo o que está enfrentando nesses últimos dois dias. Só quero estar com você, te dizer que não precisa passar por isso sozinho. – aquela voz grave, pausada e onde ele colocou toda a pouca doçura que um alfa tem, me comoveu. - Obrigado! Obrigado por tudo que está fazendo por mim, Kevin! – devolvi, me lançando em seus braços assim que entramos na casa e ele se livrou do que carregava consigo sobre um aparador junto à porta. - Não é você quem tem a agradecer, sou eu que estou ganhando o melhor presente que já tive. – retrucou ele, me apertando com força, me beijando com a língua vasculhando voluptuosamente minha boca e, amassando minhas nádegas como se fossem propriedade sua. Comemos praticamente em silêncio o jantar que ele comprou num restaurante de comida contemporânea a caminho de casa. Não que não houvesse assunto, mas as nossas trocas de olhares já bastavam para exprimir o que ia dentro de nós. Estávamos tendo um entendimento raro de acontecer, mas que, ao acontecer entre um alfa e um ômega, podia significar um vínculo permanente, senão eterno, bastando para isso que o alfa marcasse o ômega definitivamente como seu, através de uma mordida cuja cicatriz raramente se apagava. Eu já carregava essa cicatriz. Ela tinha sido feita pelo Louis quando se apossou de mim pela primeira vez. No entanto, nem todo alfa conseguia imprimi-la com a profundidade que a tornaria eterna, fosse porque o interesse no momento de a consumar estivesse restrito unicamente as suas necessidades sexuais, fosse porque o ômega não lhe tivesse despertado um interesse mais profundo, fosse porque a cicatriz representasse apenas um ato de selvageria. A minha continuava lá, já havia se esmaecido bastante, mesmo o Louis ainda me pegando de vez em quando, assinalando que eu pertencia a um alfa. Foi a primeira coisa que o Kevin procurou em mim na manhã tumultuada em que nos conhecemos, mas isso não o intimidou. Ele não só estava disposto a fazer com que ela se desvanecesse permanentemente, como tencionava cravar a sua, essa sim, para todo o sempre. Ômegas costumam perder uma cicatriz superficial em duas ocasiões, quando outro alfa cravava a sua com mais intensidade e subjugação, roubando o direito de posse do anterior, ou quando engravida, e seu corpo, ao mesmo tempo em que gera a criança, perde todos os traços deixados pelo alfa anterior. Ao me despir para ir à ducha, o Kevin voltou a me abordar. Desta vez determinado a consumar a cópula até eu estar totalmente rendido a ele. Não ia ser difícil, eu mesmo já sentia isso, quando o vi completamente nu, pela primeira vez, andando na minha direção. Um calafrio percorreu minha espinha quando meus olhos ousaram sobre aquele corpão enorme. O Kevin era o maior macho alfa que eu já tinha visto, a nudez amplificava essa impressão, através daquela musculatura muito desenvolvida, da pelagem sensual que revestia seu tronco largo no formato de um grande triângulo invertido, seus braços vigorosos e suas coxas maciças. O caralhão que pendia totalmente livre entre suas pernas e gingava de um lado para o outro, juntamente com o sacão gigantesco, a cada passo que ele dava, além de descomunal, estava me parecendo bem maior do que na noite anterior, quando eu mamei nele o néctar viril que ele ejaculou na minha boca. Eu não era propriamente um ômega daqueles muito pequenos, franzinos e frágeis. Mas, diante do Kevin, as proporções saltavam à vista. Só essa diferença já era bastante para que um alfa marcasse um ômega, além da cicatriz. As picas colossais dos alfas impingiam não só dor e sofrimento durante a cópula, como feriam sobremaneira os cuzinhos sensíveis dos ômegas. Apesar de saber que era isso que me esperava, eu estava radiante, feliz como nunca havia me sentido. Eu queria ser do Kevin, essa era a única certeza que eu tinha naquele momento. A transformação que se deu nele ao me ver completamente nu saltava à vista. Além do sorriso e do brilho no olhar cobiçoso, seu tronco se insuflou, os pelos dos braços e pernas se eriçaram, talvez até outros, mas nestes eu não vi a transformação acontecendo. Toda a musculatura se retesou fazendo com que o contorno de cada um deles se salientasse sob a pele. O cacetão pesado se encorpava e começava a se elevar revelando, à medida que subia, o sacão globoso e peludo que estava abaixo dele. Enquanto se distendia, a cabeçorra arroxeada ia aflorando, acintosa e úmida. Era certo que o Kevin estava tomado pelo tesão e isso despertava o meu. Ao dar os últimos dois passos que me separavam dele, meu frenesi aumentou e uma tremedeira tomou conta do meu corpo. Foi nesse estado que ele o sentiu quando suas mãos me apalparam e me trouxeram para junto dele. Me encarando, ele sorriu. Eu ia baixando o olhar tímido quando ele colocou sua mão debaixo do meu queixo e me reteve para um beijo carregado de luxúria. Notando que eu o retribuía afetuosamente, ele começou a mover aquelas mãos enormes sobre a minha nudez. Minha pele parecia queimar ao toque dele. Meu pinto começou a endurecer aumentando meu acanhamento. - É maravilhoso ver que eu te excito! – exclamou, me fazendo corar. – Adoro quando fica vermelhinho assim! – emendou, voltando a me dar um beijo impudico que me fez gemer. Aquele peitoral vigoroso e peludo, ao alcance dos meus afagos, me deixou assanhado. Meu cuzinho se contorcia e, devido ao oistros, ficou todo molhado exalando o cheiro que assinalava minha aptidão para receber um macho dentro dele. O Kevin ficava cada vez mais impulsivo, me apertando, deslizando suas mãos sobre as minhas nádegas e as amassando, enquanto arfava numa respiração que vinha audível do fundo do peito. As primeiras vocalizações de dominância começaram a entrar nos meus ouvidos, aumentando o medo que eu tinha dos alfas naquele estado. Todo ômega se arrepiava e se encolhia inseguro ao ouvir aquele som ganhando força, crescendo de um ronronar, passando por uivos e chegado finalmente aos rosnados perigosos. À medida que o tesão do Kevin aumentava, comigo em seus braços, esses sons só ganhavam força. Ele ia me foder, daquele estágio em diante não havia mais volta. O gigantesco caralhão deixava gotejar longos fios translúcidos de pré-gozo, que lambuzavam minhas grossas coxas lisinhas ao roçarem nelas. Ele me virou de modo a eu ficar de costas para ele, me deu uma encoxada enérgica que colocou sua rola distendida entre as bandas apertadas da minha bunda e, me deu um chupão na nuca, próximo à marca que o Louis deixou em mim. A cicatriz o atentou. Com as pontas dos dedos ele circundou os quatro pontos onde os caninos do Louis perfuraram minha pele. O rosnado que o Kevin emitiu me fez estremecer da cabeça aos pés, ao percorrer minha espinha como um raio gelado. Machos alfa costumam ficar muito agressivos ao constatarem que o ômega do qual estão a fim, já estava marcado e tinha sido usado por outro alfa. Normalmente, eles o mordiam e o fodiam até quase aniquilá-lo, pois perdiam o interesse por não serem os primeiros a possui-lo. Eu sabia o risco que estava correndo, por isso me virei ligeiramente na direção dele, soltei um gemido de rendição e contraí os glúteos aprisionando o cacetão dele na maciez quente deles. Imediatamente senti o resultado. A força com a qual ele estava me apertando diminuiu sensivelmente, o rosnado voltou a ser um ronronar lascivo e seus lábios agora lambiam carinhosamente meu pescoço. Ele estava me poupando numa evidente demonstração de que seus sentimentos por mim não se resumiam à posse sexual. - Gosto tanto de você, Kevin! – balbuciei, para que qualquer vestígio de animalidade que porventura ainda dominasse suas atitudes fosse dissipado. - E eu de você, Tyler! Não vou te machucar! – era tudo que eu precisava ouvir e, para mostrar como isso me deixou contente, comecei a rebolar, a acariciar seu rosto atrás de mim e a me mostrar carnalmente disponível. - Não prometa o que não pode cumprir! – exclamei baixinho, encarando aquela jeba colossal que pendia entre suas pernas. Ele riu orgulhoso. - Então deixe-me mudar a frase, vou tentar não te machucar! – asseverou com um risinho malicioso, no que eu sabia ser impossível ele cumprir. Ele me tomou no colo e me colocou sobre a cama. Veio para cima de mim com a tara de um lobo solitário, me beijou demoradamente para conseguir meu consentimento e minha rendição, inclusive para se autocontrolar e não me foder com a selvageria da qual estava tomado. Minhas carícias em sua nuca, na altura da implantação dos cabelos, ajudaram muito nesse desiderato, pois a força com a qual começou mordendo meus lábios foi se transformando em pegadas delicadas. Da boca ele foi descendo pelo meu pescoço, colocando beijos úmidos, lambendo minha pele, mordiscando onde sentia minhas veias latejando com o tesão que me consumia. Ao chegar aos mamilos, voltou a sentir a tara insana se apossando dele e, em meio às lambidas dos biquinhos salientes e enrijecidos, projetou os caninos para fora fazendo com que deixassem vergões eritematosos sobre a minha pele muito branca e ao redor dos mamilos acastanhados. Eu suspendia a respiração toda vez que ele cravava os dentes nos meus peitinhos e os tracionava, soltando um gemido uivado ao sentir que estavam prestes a ser lacerados. Ele então, me soltava, passava as pontas dos dedos sobre o mamilo escoriado e o beijava com carinho. Tão logo me vi solto, fui em direção à caceta dele. Enfiei as pontas dos dedos na pentelhada densa de sua virilha e comecei a acariciar o pauzão e os dois imensos colhões, o que o fez grunhir. Coloquei a cabeçorra na boca e comecei a chupar. A babinha farta e ligeiramente salgada que a pica começou a minar deixava-a suculenta e saborosa, com todos os aromas essenciais dele penetrando minhas narinas. Ao se mesclar à minha saliva também liberada aos borbotões minha boca se enchia me obrigando a engolir tudo aquilo para não sufocar. - Caralho, Tyler! Como você chupa bem uma caceta! – grunhiu o Kevin, enlevado naquele prazer. Se ele soubesse que só foi a partir daquele boquete do dia anterior que eu passei a gostar de chupar uma rola, a rola dele, talvez se sentisse mais privilegiado ainda. Eu nunca gostei de chupar um caralho, detestava quando o Louis me obrigava a mamar o dele, sentia engulhos só de sentir o cheiro e chorava quando ele o estocava violentamente na minha garganta. Mas, o fazia pois não podia deixar de atender às ordens de um alfa. Com o Kevin tudo era diferente, o cheiro dele me atraia, o sabor do pré-gozo dele parecia um néctar dos deuses, quanto mais a pica dele vertia, mais eu o desejava. Empenhei-me tanto em sugar, lamber e mordiscar aquele cacetão reto, grosso, carnudo, lindamente ornado em toda sua extensão por um emaranhado de veias salientes, só esperando que o Kevin ejaculasse novamente na minha boca para eu engolir sua essência máscula, que me perdi no meio daquelas coxas peludas e musculosas onde meu rosto estava enfiado. No entanto, ele queria ir além, desta vez ele queria esporrar meu cuzinho depois de o arregaçar. Ao partir para cima de mim com essa intenção estampada em seu semblante libidinoso, voltei a me sentir inseguro. Eu sofri muito durante os coitos com o Louis, tinham sido como os que a maioria dos ômegas pegos por alfas relatavam, uma dor quase insuportável, sequelas que levavam dias para cicatrizar, dolorosas mordidas espalhadas por todo o corpo. Se com o Louis havia sido assim, pensei, o que restará de mim quando o Kevin tiver consumado a posse do meu cu, uma vez que era dotado de muito mais força e de um caralho bem maior? Porém, foi no olhar brando de seus olhos verdes que encontrei sossego para minha aflição. Ele me encarava de um jeito doce, protetor, o que me fez abrir lentamente as pernas quando ele se inclinou sobre mim, franqueando meu cu molhadinho, projetando a mucosa vermelha e intumescida. O olhar do Kevin imediatamente foi laçado por ele. Deslizando um dedo ao longo do reguinho liso e aberto, ele o levou até a fendinha rubra e úmida. Ao se aproximar da minha rosquinha eu gemi lascivamente. Ele enfiou o dedo nela e eu gani, enquanto meus esfíncteres, involuntariamente, chuchavam desenfreados aquele intruso bem-vindo. Ele o movia lá dentro, sentindo a quentura e a maciez daquele orifício, enquanto eu gemia seu nome esticando as sílabas que o formavam até elas se desvanecerem num arfar profundo. Após retirar o dedo, ele enfiou o rosto entre as minhas pernas, me fez sentir o pinicar de sua barba hirsuta na pele alva das nádegas e, sua língua se movendo sobre as minhas preguinhas num lamber tarado. Cheguei a soltar um gritinho, pois meu corpo nunca havia sentido tamanho prazer, nem espasmos intensos e incontrolados como aqueles. Ao me lamber compulsivamente, o Kevin sentia todo o meu oistros, o que o ensandecia e fazia aflorar seus mais primitivos instintos. Seus olhos brilhavam de luxúria quando pegou no caralho e o apontou sobre a minha rosquinha, um impulso abrupto o colocou dentro do meu cu. Meu ganido, semelhante ao de um cão sendo violentamente agredido ecoou pelo quarto, deixando o Kevin desvairado. Eu tentava inutilmente segurar seus impulsos espalmando minhas mãos sobre suas coxas e afastando-as do meu cu. A determinação e a força dele eram tamanhas que o caralhão continuava deslizando para dentro de mim, abrindo, rasgando e dilacerando tudo que encontrava pela frente. O prazer que aquilo lhe proporcionava e meus ganidos submissos o estimulavam a consumar a posse, metendo a pica até o talo no meu rabo. Embora estivesse sob o domínio de uma sanha primal, ele procurava ser carinhoso comigo, vindo ao encontro da minha boca pousando beijos, lambendo meu pescoço, mordiscando a borda inferior da minha mandíbula, esfregando seu rosto no meu para ampliar aquele contato, aquela junção que nossos corpos experimentavam. Era como se ele todo quisesse entrar em mim, procurando uma toca, um refúgio para suas necessidades e para seus sentimentos. Ao contrário de instantes atrás, eu agora o enlaçava e o puxava para cima de mim, mesmo ganindo com aquela dor que se espalhava pelo meu baixo ventre, eu o queria dentro de mim. Ele rosnava instintivamente para me subjugar, não tinha percebido ainda, no meio de tanto prazer, que eu o recebia cheio de dengos e carícias. Quando se deu conta de que eu estava receptivo e aceitando sua cópula sem oposições, ele grunhiu meu nome, me beijou com intensidade e carinho, iniciando um vaivém lento e cadenciado daquela jeba no meu cuzinho que foi me levando à loucura. Pela primeira vez eu estava sentindo prazer durante o coito. Por mais dolorido que ele ainda fosse, do cerne dele surgia aquela sensação única e inusitada que me fazia sentir parte do corpo do Kevin. Era uma fusão tão intensa que eu não encontrava palavras para descreve-la; por isso, só gemia voluptuosamente para demonstrar minha felicidade. - Ah, Tyler! Você nunca mais vai ser de outro! Você é só meu, só meu! – rosnava ele. Ao fazê-lo, pensei que fosse me morder, me marcar, como faziam todos os alfas quando tinham se apossado de um ômega. No entanto, ele não o fez. Esperei em vão pelos caninos perfurando minha pele e se encravando na minha carne, mas nem a sensação nem a dor vieram me confirmar que ele me marcava como seu. As estocadas no meu cuzinho, essas sim, continuavam inclementes, vigorosas, ferinas detonando meu rabo. Subitamente comecei a chorar, levado pelas emoções desencontradas que estava sentindo. Passou pela minha mente que ele só queria me foder, sentir o prazer que meu cuzinho apertado era capaz de lhe oferecer, mas sem me marcar, sem deixar sua marca impressa na minha pele como símbolo de pertencimento. Além da maneira receptiva e carinhosa com a qual eu o estava tratando, eu nada podia fazer. Cabia exclusivamente ao alfa determinar quem ele marcava e para quê. Não era algo que ômegas pudessem reivindicar, ou mesmo pedir aos alfas que fizessem, por mais apaixonados e sentimentalmente envolvidos que se sentissem por eles. Essa prerrogativa cabia aos alfas. O Kevin me beijava, enxugava as lágrimas do meu rosto e continuava impulsivo movendo sua pica naquele vaivém que começava a ganhar força. Meu último recurso, travar os esfíncteres anais com força para reter e morder sua rola, começava a deixa-lo tomado de um tesão tão grande que sua musculatura se retesava segundo após segundo. Contrações se apossavam de seu baixo ventre, espasmos percorriam o sacão dele, única parte de seus genitais a não estar entalada no meu cuzinho, tudo o conduzia ao gozo. Ao ver seu peito se insuflando e o rosnado brotar de sua boca, eu soube que ele havia chegado ao orgasmo. Antes dele, meu clímax explodiu numa esporrada que escorreu lentamente da minha barriga para os flancos. Bastou ele me ver gozando para que o primeiro jato de porra inundasse meu cuzinho. Estremecendo de tão contraído que estava seu baixo ventre, ele ejaculava num frenesi de alívio. - Tyler, seu tesão da porra! Esse é meu presente para você! – grunhiu ele, ejaculando jato após jato no meu casulo acolhedor. Eu estava feliz, feliz como nunca me senti antes. Contudo, nessa felicidade parecia estar faltando algo. Não ter sido mordido pelo Kevin era uma lacuna nessa felicidade, e eu procurava uma explicação para ela, uma vez que ele afirmava por atitudes e palavras o quanto estava ligado a mim. Por determinação dele, passei mais duas noites dormindo e sendo fodido por ele, até o término do meu oistros, o que fez dele um dos menos doloridos dos últimos tempos. Estar com um alfa nesse período sempre aplacava o sofrimento de um ômega com seu cio. Havia meses que eu não procurava mais o Louis durante meus oistros. Eu queria passa-los com um alfa pelo qual nutrisse algum sentimento e, que esse alfa também sentisse algo por mim. O Louis já não sentia mais nada por mim, nem eu por ele, nossa conjunção precipitada havia sido um grande erro, do qual eu há tempos estava arrependido. Era tarde para mudar as coisas, eu estava marcado por ele, indelevelmente, mas estava marcado. Esse era o principal motivo de eu querer sair do apartamento dele, do domínio dele, e voltar a ser um homem livre e independente. Fiquei tão intrigado com o fato do Kevin não ter me marcado que, depois de algumas semanas, resolvi me abrir com meu melhor amigo, Baldwin, um ômega que conheci nos tempos de colégio, quando ainda éramos crianças e nenhum dos dois havia tido seu primeiro oistros. Ele era o irmão que biologicamente eu não tive. Também se tornou meu guia, uma vez que era um ano mais velho do que eu e, por ter mais dois irmãos mais velhos, parecia conhecer todos os mistérios do mundo, sobre os quais eu nada sabia. Vivenciei seu primeiro oistros na adolescência e, desde então nos tornamos confidentes, pois nunca mais parei de importuná-lo com minhas perguntas ingênuas sobre os tormentos que nossa sexualidade, enquanto ômegas, nos impunha. Quando eu tive meu primeiro cio ele estava lá, presente, solidário, tentando enfiar na minha cabeça que aquilo pelo qual eu estava passando não era o fim do mundo e que, sabendo tirar proveito daquele martírio, poderia conhecer um alfa com quem podia ter uma vida cheia de felicidade. O Baldwin conheceu seu alfa na faculdade, chama-se Tyson, um cara lindo e musculoso que nos foi apresentado por uma amiga durante uma curta viagem de final de semana que fizemos até a casa de veraneio da família dela. O primeiro olhar de cobiça do Tyson foi para mim. No entanto, na época, eu só de ouvir falar que havia um alfa nas proximidades, começava a tremer e me encolher como se fosse um caramujo, tamanho era o pavor que eles me incitavam. Eram tantas estórias que chegavam aos meus ouvidos, nem todas verídicas, do que essas criaturas poderosas faziam com os ômegas durante o sexo que eu simplesmente estremecia só de imaginar um deles me estraçalhando as entranhas com seu falo gigantesco. Como percebeu que comigo nada ia rolar, o Tyson se voltou para o Baldwin tão bonito, sexy e tesudo quanto eu. A maturidade do Bald o levou a aceitar o assédio do Tyson sem tanto receio e, a lhe devolver gentilezas e sorrisos que acabaram por conquista-lo. Durante aquele final de semana mesmo, os dois copularam pela primeira vez e, o Bald não parou de falar, por mais de um mês, do quanto tinha sido maravilhoso transar com o Tyson. Ficou até chato de tanto que falava daquilo. Embora eu o censurasse por não falar noutra coisa que não o tal do Tyson, as qualidades do Tyson, a força do Tyson, o tesão que era a pica do Tyson, ele se mostrou tão meu amigo que, durante um dos meus oistros mais dolorosos, ele chegou a encorajar o namorado a cuidar de mim durante aqueles dias. - Na boa, deixa o Tyson cuidar de você! Não precisa temer que haja um comprometimento depois de ele te pegar. Será só pelo tempo que durar o cio, depois ele te libera, sem te marcar. – garantiu o Bald, falando pelo namorado que me encarava cheio de expectativas de ter, mesmo que temporariamente, mais um ômega com quem pudesse exercer seu poderio de alfa. - Agradeço que o estão querendo fazer por mim, mas quando eu me entregar a um alfa será com amor, meu por ele e dele por mim e, será para sempre. – declinei, achando que a vida real era como ilustravam meus sonhos. Foi iludido assim que conheci e me entreguei ao Louis cerca de um ano depois, achando que ele seria meu príncipe encantado, o homem da minha vida, o macho alfa que faria meus sonhos fantasiosos virarem realidade. Quando o Louis me pegou e me marcou, eu estava tão apaixonado por ele que nem percebi que ele só estava comigo para satisfazer suas necessidades de macho alfa. Gani diversas vezes debaixo do jugo dele, com o caralhão dele me fodendo, com seus caninos marcando meu corpo virgem e sequioso por uma paixão que só era minha, até perceber que ele não sentia o mesmo por mim, que eu era um capricho. Mas, então já era tarde. Eu carregava a marca que ele imprimiu em mim, e lhe devia submissão. Afinal, esse papel servil era o destino de todo ômega na matilha de um alfa. - Por que você acha que ele não me marcou, Bald? O Kevin é tão determinado, tão protetor, achei que estava interessado em mim, que queria ser meu alfa. Não sei como fui me enganar tanto. Ele transou comigo durante meu oistros mas não me marcou. – revelei, procurando tentar entender o que tinha acontecido, compartilhando minha aflição com meu amigo. - Tyson! Ajuda aqui. – chamou ele pelo namorado, pois não sabia o que responder. – Alfas são criaturas mais do que enigmáticas, para dizer o mínimo, são seres indecifráveis, nunca se sabe o que se passa na cabeça deles. – emendou. - O que está acontecendo, Tyler? – perguntou o Tyson, solicito e com um sorriso amistoso. - Aconteceu que ele não me marcou. – conclui, ao relatar o que tinha acontecido entre o Kevin e eu. - Isso não quer dizer que ele não esteja a fim de você! Talvez a marca do Louis o tenha feito refletir se vale ou não à pena entrar em confronto com outro alfa. – ponderou o Tyson - Mas ele me defendeu com unhas e dentes daquele sujeito que colidiu com o meu carro e me agrediu. Você precisava ver a fúria com a qual ele o atacou. – afirmei. - Pode ter sido pela injustiça que o cara estava cometendo. Você sabe que não podemos ver um ômega sendo injustiçado sem tomar uma providência com quem a comete. É da nossa natureza, faz parte de liderar uma matilha. – afirmou o Tyson. - Então mais uma vez sou eu que estou enchendo a minha cabeça de ilusões. Fiquei tão ligado e aficionado ao Kevin que já me sentia apaixonado! Tem cara mais idiota do que eu? – questionei a ambos. - Não seja tão crítico consigo mesmo! Você é um sonhador, concordo. Meio bobinho, é certo. Basta um tesão de macho olhar e ficar babando por seu corpinho e por essa bunda que você já se apaixona pelo sujeito. Mas, isso não quer dizer que nunca vai encontrar o cara certo, o cara que vai te amar com todo o empenho que você também ama. – aconselhou o Bald. - É isso mesmo, Tyler! Deixe a coisa rolar. Dê tempo ao cara para saber se ele gosta mesmo de você e que está disposto a mover montanhas por você. E, enquanto isso, faça o mesmo, pense se esse tal de Kevin é mesmo o homem da sua vida. – argumentou o Tyson. - Vocês estão certos! Só que trabalhando todos os dias ao lado dele, não sei se quem vai me guiar é meu cérebro ou meu coração. – devolvi. Ambos riram tirando uma com a minha cara. Com o fim do meu oistros, voltei para o apartamento. Tive a impressão, quando me despedi do Kevin na entrada do edifício, após ele ter me convidado para jantar depois do expediente, que ele ia me pedir para que eu me mudasse de vez para a casa dele. Porém, ele me agradeceu pela companhia daqueles dias e pelo jantar daquela noite com um beijo e afagos no meu rosto. Estava na cara que eu estava fantasiando mais uma vez e que, certamente estava colocando a carroça na frente dos bois, se é que existia um sentimento dele por mim, além da atração sexual. Esta sim, incontestável. - Você é tão lindo, Tyler! – exclamou, quando roçava delicadamente o contorno do meu rosto com os tufinhos de pelos que tinha nas falanges, e me encarava com aquelas esmeraldas fixas em mim. – Obrigado! – emendou, num sussurro. - Sou eu quem tenho tudo a agradecer, Kevin! Você é meu chefe, não precisava fazer nada do que fez por mim desde que nos conhecemos. Obrigado por esses dias maravilhosos! – devolvi, com o coração batucando em meu peito, quando fui mais uma vez até ele e pousei um beijo carinhoso no canto de seus lábios. Apesar de estar entre meus objetos e me identificar com sua disposição por refletir meu estilo de vida, ao trancar a porta atrás de mim ainda no escuro, senti a opressão que aquele apartamento exercia sobre mim. Era algo indefinido que eu não conseguia explicar. Contudo, a cada dia que entrava nele, me sentia mais preso, aguilhoado a um passado que eu precisava deixar para trás. Imerso na penumbra, pois eu tinha o costume de só acender as primeiras luzes quando alcançava o ambiente para o qual estava me dirigindo, geralmente a cozinha, o apartamento me parecia ainda mais desolado. Assim que dei dois passos além da porta, senti o cheiro impregnando o ar, meu coração quase saiu pela boca, o ignus do Louis entrava pelas minhas narinas, forte, denso, carregado de feromônios despóticos. Um arrepio percorreu meu corpo que chegou a vibrar todo. - Pode-se saber por onde o senhor andou nesses últimos quatro dias? – a voz dele ecoou como um rosnado intimidador. – E, principalmente, com quem o senhor anda me traindo? – emendou, surgindo da poltrona no canto mais escuro da sala. - Tenho uma porção de novidades para te contar. – comecei gaguejando, enquanto pensava numa resposta que o satisfizesse sem enfurece-lo. – Estive com Bald! – menti, sabendo que meu amigo confirmaria minha versão se fosse questionado. - Ah é! E quando foi que esteve lá? – indagou, quando saquei que ele já tinha me procurado na casa do Bald. - Eu precisava de um tempo desse apartamento! – afirmei, num impulso repentino de coragem. - E esse tempo você se concedeu desfilando por aí com outro macho, não é? – ele rosnava, o que era um sinal de perigo, pois alfas não só rosnavam para intimidar opositores, como quando estavam prestes a atacar. - Não! – menti novamente, tentando ser o mais convincente possível. – Eu consegui um emprego, preciso ter uma ocupação para não me sentir um inútil. Não quero mais viver às tuas custas. Você sabe muito bem que já não existe mais nenhum motivo para estarmos juntos. Aliás, você já me trocou por aquela mulher faz dois anos. – despejei, para mudar o foco da conversa, embalado por aquela súbita coragem que surgiu nem sei de onde. - Um emprego? Que novidade é essa? O que te falta? Não banco todas as tuas despesas, não está confortavelmente instalado no meu apartamento? O que mais você precisa? – questionou sarcástico. - Liberdade e amor! – respondi direto. Por uns segundos ele não soube como revidar. - E isso você foi procurar nos braços de outro macho! - Não me consta que um emprego seja um macho! - Não se atreva a ser irônico comigo, Tyler! Você carrega a minha marca e me deve submissão, ou quer experimentar a fúria de um alfa em suas carnes? – ameaçou. - É só isso que tem para me oferecer, dominação, falta de amor e ameaças? – questionei. - Você está me afrontando, Tyler? É isso? - Não! Só estou expressando como me sinto ao seu lado. Você só me quer por capricho. Porque é motivo de orgulho frente a seus amigos ter um ômega submisso, bonito e pronto a ser usado sexualmente quando lhe aprouver. Mas, isso não é o que quero para mim. Quero um alfa que me ame, que compartilhe sua vida comigo, que me respeite e ao amor que tenho por ele. – afirmei. - Vejo que cometi um grande erro te deixando tanto tempo livre por aí. Eu devia ter me valido dos meus direitos e te usado muito mais do que usei. Mas, isso é facilmente corrigível. – aquele tom de voz me fez estremecer. Ele ia me punir, estava dizendo aquele olhar lupino ameaçador. Ele se aproximou de mim, enfiou a mão enorme na gola da minha camisa e, de um único puxão bruto, abriu-a fazendo com que os botões saltassem pelo ar. Encarando meu peito nu e arfando de medo, ele projetou os caninos num riso escarnecedor e atacou furiosamente um dos meus mamilos. Eu gritei quando senti os dentes perfurando minha pele. Me empurrando de encontro ao espaldar do sofá, ele se lançou sobre mim, continuou a arrancar minhas roupas enquanto eu me debatia em vão sob o peso de seu corpão musculoso e pesado. Assim que conseguiu afastar minhas pernas, ele se postou entre elas e, tirando o caralhão da calça, o enfiou brutalmente no meu cuzinho, que a destemperança do Kevin tinha deixado todo lanhado durante meu oistros. A ferocidade do Louis era tanta que ele nem percebeu que meu ânus intumescido ainda guardava sinais de outro alfa. Eu gania desesperadamente enquanto ele me impunha aquele coito de submissão. Inabalável ante meu sofrimento, ele dava vazão ao seu ignus, me subjugando com seu falo enorme e me dando mordidas por todo tronco, pescoço e braços com os quais eu tentava me defender de seu ataque selvagem. Quanto mais eu me debatia, mais excitado e feroz ele ficava externando todo seu poder de macho alfa. Ele esporrou abundantemente no meu cuzinho dilacerado, amainando parcialmente os sintomas reprimidos de seu ignus. Mesmo tendo gozado, ele não conseguia se desgrudar do meu cu, devido ao volume de sangue que insuflava o bulbo de sua rola gigantesca não permitindo a separação. Cada vez que ele puxava o cacetão para trás, eu gania feito uma cadela sentindo minhas entranhas sendo arrancadas pelo cu. O fato do Louis ser enorme, como todos os alfas, fazia com que a diminuição do bulbo de seu pênis só acontecesse com o fim da ereção, o que costumava levar mais de um quarto de hora após a ejaculação, período durante o qual eu continuava sentindo aquela dor pungente latejando por todo meu baixo ventre. Ele continuava transtornado depois de se desgrudar do meu rabo. A ereção não havia cedido por completo, e balançava acintosa e ameaçadoramente a cada passo que ele dava caminhando insanamente em círculos ao redor do meu corpo ferido e largado languidamente sobre o sofá. Eu sabia que qualquer tentativa de me levantar dali seria rechaçada com outro ataque feroz. Nem meu choro o sensibilizava naquele estado animalesco em que se encontrava. - Estou sangrando, preciso me limpar, Louis, por favor me ajude. – choraminguei, tentando obter sua atenção, enquanto me mantinha encolhido e submisso. Ele apenas olhou para mim, constatou que havia sangue entre as minhas coxas, ao redor dos meus mamilos e próximo à marca do meu pescoço onde cravara seus caninos. Não parecia que me autorizaria a sair dali, embora eu o encarasse suplicando. Ao esboçar um movimento para me levantar, ele rosnou furioso. - Me ajude, Louis! – voltei a implorar. Ele me pegou no colo e me levou até o chuveiro. Com o tronco em contato com o dele, dava para sentir os estertores do ar entrando em seus pulmões e o batimento acelerado de seu coração exaltado pela adrenalina que corria em suas veias. Ao menor movimento que eu fazia ele rosnava, seu olhar injetado ainda estava tomado pela animalidade. Da ducha caminhei tropegamente até a cama, receoso de que minhas entranhas escorregassem pelo imenso buraco que eu sentia estar aberto no meu cu. Era só uma impressão, pois assim que me ajeitei entre os travesseiros, o Louis veio para cima de mim, começou me bolinando as nádegas, lambendo meu pescoço e enfiando o dedo no meu cu que, ao contrário do que eu pensava, já havia se ocluído novamente numa fenda estreita e úmida. - Não, Louis! Chega, por favor! – gemi - Sou eu quem determina quando chega, e não você! – exclamou secamente. - Estou todo machucado, por favor, pare! - Enquanto esse fogo que está consumindo meu corpo não cessar eu não vou te largar. É seu dever me satisfazer quando estou nesse estado, você sabe. Cumpra sua obrigação como um bom e obediente ômega deve fazer. – sentenciou. Fiquei me agitando sob o peso de seu corpo para evitar que ele metesse o caralho no meu cu. Ele me mandou parar, mas o receio da dor me fez insistir. Um violento bofetão estalou na minha face, eu gritei e estagnei. Um segundo estava para ser desferido quando protegi meu rosto com as mãos trêmulas. - Vou te ensinar a me obedecer, Tyler! Abra as pernas e me dá esse cu, estou mandando! – berrou furioso. Meu grito ensurdecedor superou o dele quando o caralhão deslizou impune para dentro de mim, me preenchendo com aquela carne maciça e pulsátil. Gani durante mais de meia hora sob o jugo daquela pica, até ele encharcar minhas entranhas com sua porra pegajosa. No dia seguinte, sem forças e muito machucado, achei que não teria forças para ir trabalhar. Contudo, eu não podia me dar ao luxo de faltar ao serviço já nas primeiras semanas. Cobri os hematomas do meu rosto com uma base de maquiagem para não ser inquirido sobre aquelas marcas, e vesti uma camisa de mangas longas apesar de estarmos num verão particularmente escaldante, para esconder os ferimentos dos braços, tronco e pescoço. O Louis não quis me deixar sair, arrancou o celular das minhas mãos quando o Kevin ligou avisando que estava na porta do prédio para me dar carona. - Quem é esse sujeito? É o macho com quem você esteve se esfregando todos esses dias? – perguntou furioso. - Não, é meu chefe! Ele está me dando carona enquanto o carro não fica pronto. – expliquei. - Ainda não digeri essa história do acidente! Você não vai a lugar algum antes de me explicar, tim-tim por tim-tim, o que andou aprontando. – disse ele, disposto a não me deixar seguir para o trabalho. - Por favor Louis, eu tenho que estar no emprego às 08:00 horas, depois conversamos com calma e você vai ver que não estou fazendo nada de errado. Me deixe ir, por favor. – implorei. Ele me deixou ir com a condição de me levar até a empresa. Era óbvio que queria saber onde eu estava trabalhando caso precisasse me procurar. Tive que dar uma desculpa para o Kevin dispensando sua carona. Ele não a engoliu, avisou que me queria em sua sala assim que eu chegasse ao trabalho para explicar o que estava acontecendo. Que eu só estava começando a perceber a pontinha do tamanho do iceberg de problemas no qual estava metido ficou claro quando o Louis me deixou na empresa naquela manhã. - Por favor, Kevin, não me pergunte nada! Me deixe trabalhar sem fazer perguntas que eu não posso responder. – pedi chorando quando entrei na sala dele conforme ele havia determinado. - Que marcas são essas no seu rosto? – questionou, assim que colocou seus olhos em mim e se levantou da cadeira vindo na minha direção. - Eu escorreguei no chuveiro! – respondi, me esquivando de sua mão que queria acariciar meu rosto. - Não minta para mim, Tyler! – exclamou autoritário. - Então não me pressione, não me faça perguntas difíceis de responder. – devolvi, deixando as lágrimas descerem pelo meu rosto. - É o homem com quem você divide o apartamento, não é? Ele é um alfa, não é? Ele é seu macho, Tyler? A marca que carrega no pescoço é dele, não é? – as perguntas dele pareciam não ter fim. - Eu suplico, Kevin, não me faça mais perguntas! - Como não! Olhe para você, você levou uma surra, não foi? Como pode me impedir de fazer perguntas? Nisso ele se aproximou e tocou no meu braço, me fazendo soltar um gemido que o alertou para algo além do que eu estava mostrando. Sem se importar com meus protestos ele começou a desabotoar a minha camisa e, horrorizado, olhava para os ferimentos espalhados por todo meu torso, inclusive as mutilações nos mamilos inchados. O rosnado que escapou de sua boca pode ser ouvido por todo departamento, assinalando que aquele seria um dia em cada funcionário deveria se esmerar ao máximo para não cair nas desgraças de sua ira. - Você vai para a minha casa agora mesmo! Como pretende trabalhar nesse estado? Você já se viu no espelho, criatura? – vociferou, enquanto eu voltava a me cobrir com a camisa envergonhado. - Não, tudo menos isso, pelo amor de Deus, Kevin! Eu estou bem, me deixe seguir para o meu box, eu suplico. – devolvi com firmeza. - Tudo bem? Tudo bem, o caralho! Você tem muito a me explicar, Tyler. – sentenciou, inconformado em me deixar sair de sua sala naquele estado. Ninguém me perguntou nada sobre aquele rosto inchado, nem mesmo a Clarice, com a qual minha intimidade já se transformara numa amizade sincera; exceto o Josh, o ômega mais velho que trabalhava no departamento e soube, assim que me viu, que aquelas eram marcas feitas por um alfa enfurecido. - Por uns instantes pensei que tivesse sido o Kevin. – disse ele, ciente de que nosso chefe alfa estava me prendendo a ele. - Pelo amor de Deus, Josh, não! O Kevin nada tem a ver com isso. Ele é apenas meu chefe, nada mais. – asseverei. - Ele é um alfa solitário. Você um ômega jovem e lindo que despertou os mais primitivos instintos dele e, que ele conheceu exatamente no momento em que você passava por um oistros. Já vivi o bastante para saber no que isso vai dar, Tyler! Não precisa ter segredos para comigo. - afirmou - Está bem, ele foi gentil comigo por conta do cio, mas foi só isso, Josh, eu juro! – ninguém precisava saber que meu chefe e eu já havíamos compartilhado os prazeres da cama. Afinal, eu estava há apenas algumas semanas naquele emprego e não precisava que ninguém fizesse fofocas a meu respeito. - Se isso for verdade, então espere pelo que está para acontecer. Se eu bem conheço o Kevin, e os alfas de um modo geral, ele não vai sossegar enquanto ele não te marcar como propriedade dele. – afirmou categórico. Como eu gostaria que ele estivesse certo. Mas, pelas palavras e pela certeza que o Josh achava que tinha de conhecer os alfas, eu percebi que, na verdade, eram criaturas muito mais complexas e, que talvez, ninguém soubesse ao certo o que se passava em seu íntimo. Uma vez que o Kevin tinha me possuído, mas não me marcado. De uma hora para outra, me vi entre a cruz e a espada. De um lado, o Louis que largara da mulher e voltou a morar comigo no apartamento, mais intransigente e tirânico do que nunca, por saber das minhas intenções de me livrar dele e, da existência do Kevin, outro alfa querendo o que ele julgava ser seu. Do outro lado, o Kevin cada dia mais inconformado e furioso com as lesões das surras que eu levava do Louis e tentava esconder ou mentia sobre sua origem. Eu fazia de tudo para não misturar as coisas, para não levar ao ambiente de trabalho as mazelas que sofria dentro de casa. No meu ver, não era obrigação do Kevin cuidar de mim, pois não era o meu alfa. Sempre indignado, ele me colocava contra a parede, exigindo que eu largasse o Louis e tomasse providências legais contra os abusos dele. Isso gerava uma angustia sem fim em mim, uma vez que o Louis me ameaçava dizendo que tiraria o Kevin de seu caminho a qualquer custo. Ele afirmava isso com propriedade por andar envolvido em ações criminosas de onde tirava recursos escusos para manter o luxuoso status social que vinha ostentando desde que se casara. Também descobri que a mulher o deixara justamente por conta das falcatruas que ele vinha cometendo, uma vez que ela chegou a ser conduzida a interrogatório no departamento de combate ao tráfico de drogas, enquanto ele se refugiara no México por alguns meses, esperando as coisas esfriarem. Meu maior receio era o de que ele fizesse algum mal ao Kevin. Eu estava tão perdidamente apaixonado por ele que, só a suposição de perdê-lo, me levava às lágrimas. - Cada vez que você se recusa a vir morar comigo você me tira do sério. Não entendo por que continua morando com esse sujeito, mesmo levando essas surras. Só consigo imaginar que deve amar muito esse homem para permitir que faça isso com você! – indagava exasperado. - Eu nunca o amei, Kevin, nunca! Esteja certo disso! - Então deixe dele! Onde está a dificuldade de dar um pé na bunda desse sujeito? - Não é tão simples assim! – respondi, sem mencionar as ameaças que o Louis fazia contra ele, pois temia que os dois se enfrentassem. - Me diga onde está o problema então! Vamos encontrar uma solução juntos. Não suporto ver esse corpo lindo todo mutilado por um bárbaro sem escrúpulos. Ele vem te batendo há meses! O que está esperando, que ele dê cabo de sua vida? – questionou colérico. - Eu juro que vou tomar providências! É só uma questão de tempo, prometo. – respondia eu, mesmo sem ter algo estruturado em mente. - Vou te dar um ultimato! Se até o final deste mês você não sair daquele apartamento, eu juro que eu pessoalmente vou te arrancar de lá! – ameaçou. - Não faça uma besteira dessas, por favor! Você é meu chefe aqui na empresa, mas não pode se meter dessa maneira na minha vida pessoal. – afirmei, mesmo sabendo que isso o deixaria furioso. - Como é? Eu estou tentando te ajudar e você me diz que eu não devo me meter na sua vida privada? Foi isso que eu escutei? Eu já conheci ômegas submissos, mas você chega a ser uma aberração! É tão grande assim o que sente por esse alfa demoníaco? Sim, pois só sendo masoquista ou gostando muito do macho para apanhar e continuar envolvido com ele. Chego a pensar que ele deve ter uma pica muito da especial para você se submeter a tudo isso. – o despeito fez com que começasse a me ofender. - Para seu próprio bem, Kevin, não me ajude! - Ok! Se você gosta de apanhar do macho para quem se entrega, quem sou eu para julgar seus gostos. - Um dia você vai entender os meus motivos! Nossa relação esfriou depois dessa conversa. Ele continuava me rondando, especialmente durante seus ignus, pois não conseguia controlar o desejo que seus hormônios despertavam nele durante seu cio. Também ficava ousado e atrevido durante meus oistros, uma vez que os feromônios que eu exalava nesse período só conseguiam atiçar seus instintos másculos mais primitivos. Eu sofria duplamente. Nos ignus dele seu cheiro almiscarado de macho mal me deixava raciocinar, ele parecia estar espalhado por todos os lados. O departamento todo cheirava a ele, se eu entrasse no banheiro pouco depois de ele ter urinado, mesmo ele tendo dado a descarga, eu conseguia sentir seu odor viril, quando se aproximava de mim durante o ignus, meu cuzinho se umedecia e eu experimentava um frenesi por todo o corpo. Alfas e ômegas não conseguiam controlar ou ignorar os efeitos desses eflúvios, especialmente se já tivessem se unido carnalmente como o Kevin e eu, mesmo que uma única vez. Acabaram se passando alguns meses quando vi surgir uma esperança no horizonte. Ao regressar de um final de semana com o Bald e o Tyson, fui surpreendido com o Louis e mais dois outros sujeitos, dois homens beta, camuflando pacotes no forro de malas de viagem. Eu já havia estranhado o Louis não ter feito um escândalo e se oposto a me deixar passar o final de semana na casa de veraneio dos meus amigos. Agora estava claro porque não me ter por perto facilitaria seus esquemas criminosos. - Vá para o quarto e me espere lá! Seu cheiro está divino! Minha pica estava mesmo precisando de uns carinhos, e percebo que você está no ponto para cuidar bem dela. – sentenciou irônico quando sentiu o odor do meu oistros. Os dois sujeitos, por serem betas, só conheciam de ouvir falar o que acontecia entre alfas e ômegas durante os cios; contudo, riram feito abestalhados das palavras do Louis, chegando a ajeitar suas rolas dentro das calças sabendo que o comparsa ia me foder. Cansado da viagem, tive que servir o Louis durante três coitos, o que me levou a chegar ao trabalho no dia seguinte com o cuzinho todo arregaçado. Havia muito tempo que eu não guardava o esperma dele dentro de mim. Tirava-o assim que possível, sem que ele soubesse, para não ser vítima de sua raiva. Apesar de bastante raro, homens ômega podiam engravidar de machos alfa, bastando para isso que houvesse uma troca muito intensa tanto em nível carnal quanto sentimental durante a cópula consumada quando ambos estavam em seus respectivos cios. Minhas transas com o Louis nunca chegaram a esse nível de conjunção, mas mesmo assim que me livrava de seu sêmen para não correr o menor risco de gerar uma cria com esse macho. Isso nos levaria a ter obrigatoriamente algum tipo de contato pelo resto de nossas vidas e, tudo o que eu queria, era me ver livre dele o quanto antes. Ao chegar ao quarto, conforme ordenara o Louis, liguei para a polícia denunciando anonimamente o que tinha visto na sala. Eu estava nu debaixo do chuveiro quando os policiais invadiram o apartamento na base da violência e encontraram mais de vinte e cinco quilos de pasta base de cocaína pronta para ser despachada dentro das malas através de mulas. Caí nas graças do agente que chefiava a operação graças ao oistros. Ao me flagrar debaixo da ducha, o macho alfa parrudo, de rosto hirsuto, e cara de poucos amigos logo sentiu meu cheiro adocicado e floral, o que bastou para ele ficar de pau duro e me tratar de modo atencioso, embora sem descartar a hipótese de eu estar envolvido no esquema. - Sou o agente Lewis, cubra essa bunda para que possamos conversar! – sentenciou ele, visivelmente perturbado com a minha nudez. - Não, eu não conheço esses dois homens! Eu os vi pela primeira vez hoje, quando regressei de um final de semana na casa de amigos. Posso lhe dar os nomes e telefones deles caso queira confirmar minhas afirmações. Não, não sei o que contem esses pacotes. Meu namorado nunca me deixou saber quais eram seus negócios e, dentro desse apartamento, é a primeira vez que vejo algo semelhante. – relatei ao agente, que acabou me levando algemado, junto com os demais, à sede da chefatura para registrar meu depoimento. - Vou ser indiciado? Ou preso? Eu juro que não tenho participação alguma no que quer que meu namorado tenha feito. – emendei preocupado. - É uma formalidade! Até que tudo esteja esclarecido, terá que nos acompanhar. – disse o agente, que logo afrouxou as algemas do meu pulso a tal ponto que facilmente me livraria delas se quisesse. Eu ainda estava depondo quando o Tyson e Bald chegaram à chefatura para corroborar minha versão e me dar apoio. A chefatura estava cheia de alfas sentindo o odor do meu cio, tornando o clima naquele ambiente bastante tenso e perigoso para mim. Nem todo alfa se mostrava civilizado perante ômegas em pleno cio e, muitos deles simplesmente os tomavam à força se estivessem a algum tempo sem copular. Mesmo o Baldy não estando no cio, seu cheiro rescindindo a jasmim logo foi notado e o Tyson o obrigou a voltar para o carro assim que seu relato foi ouvido. Fotografias minhas depois das surras que o Louis me dava e, que eu lhes enviava para contar meu drama, foram mostradas ao delegado e serviram para me desvincular dos crimes do Louis. Também foram eles que ligaram para o Kevin contando o que estava se passando comigo. Quando o vi entrar todo esbaforido e preocupado na chefatura, perguntando por mim, não consegui mais segurar o choro. Para frustração do agente que havia me conduzido zelosamente à chefatura, eu me atirei em seus braços soluçando, colei minha boca à dele e lambi sua língua diante dos olhares estarrecidos de todos, ele me apertou com força contra o peito garantindo que tudo ia acabar bem. Pela primeira vez me convenci que sim. Lamber a boca de um alfa era um resquício primitivo que ômegas traziam em seu trajeto evolutivo e comportamental, e era um sinal de submissão, especialmente quando feito diante de outros alfas. Lobos tinham esse mesmo comportamento. Quando filhotes, lambiam a boca da mãe como forma de pedir comida e, quando adultos, lambiam a boca do lobo alfa em sinal de submissão. O Louis estava fora do meu caminho, eu estava livre de sua opressão, de seus desmandos, de sua brutalidade. E, o melhor de tudo, estava nos braços protetores do homem que amava, do alfa a quem queria dedicar todo meu amor e meu carinho. Ao sairmos da delegacia, o Kevin me levou até o apartamento para que eu pegasse as minhas coisas e me mudasse para sua casa. Tanto ele quanto eu queríamos distância daquele lugar. Àquela hora da noite não havia mais porteiro e eu precisei destrancar a porta da rua com a minha chave. O Kevin estava ao meu lado quando um estampido seco ecoou entre os edifícios da rua deserta. De repente, vi o Kevin desabando ao chão enquanto soltava um urro e levava uma das mãos ao ombro esquerdo. O tiro destinado a mim o acertou na escápula e saiu rente à clavícula sem atingir o ápice do pulmão, indo estilhaçar o vidro da porta, e deixando uma mancha de sangue crescendo em sua camisa. Meu grito foi tão agudo e desesperado que algumas luzes se acenderam nas janelas dos edifícios do outro lado da calçada, ao mesmo tempo em que mais disparos começaram a pipocar quebrando o silêncio. Instintivamente, me atirei no chão cobrindo o Kevin com meu corpo, enquanto ele me puxava para junto de si. Portas de carros bateram e, de repente, um corre-corre agitou a rua. Três homens descidos de dois carros estacionados a poucos metros da porta do edifício saíram em perseguição a dois sujeitos também saídos de um carro que tinha saído cantando pneus e que foi alvejado logo após iniciar a fuga, ficando atravessado no meio da rua. Demorei a entender o que estava acontecendo, até que um dos três sujeitos veio ao nosso encontro se identificando como policial e perguntando se estávamos bem. - Socorro, me ajude! Ele levou um tiro! – berrei, agarrando a manga da camisa do policial. - Vou acionar uma ambulância! E você está bem? – perguntou o homem, que parecia inabalado diante do ferimento no ombro do Kevin. - Ele está sangrando muito, me ajude a leva-lo até um hospital! – continuei berrando e sacudindo aquele braço vigoroso. - Acalme-se, os paramédicos já estão a caminho. – tentou me tranquilizar. - Está tudo bem, Tyler! Fique calmo como disse o policial, sinto apenas uma queimação no ombro nada mais. – disse o Kevin, mas isso não bastava para me deixar menos aflito. Ele podia ter morrido por minha causa, pensei, e isso estava me mortificando. Levaram o Kevin para a cirurgia a fim de retirar os estilhaços ósseos que o projétil arrancou ao perfurar a escápula e suturar os tecidos moles. Eu sacudia minhas pernas agoniado sentado na sala de espera do hospital quando o agente Lewis veio ter comigo. - Todas as suas noites costumam ser tão agitadas assim? – questionou irônico, ao ocupar o assento ao meu lado no pequeno sofá da sala de espera. - Você mandou seus homens me vigiarem, não é? Não acreditou no que eu disse na delegacia. Continua suspeitando que eu esteja envolvido nos crimes do Louis. Pois saiba que eu não menti em nenhum momento, tudo o que disse é verdade. Se isso te deixar satisfeito, saiba que fui eu quem ligou para a polícia assim que percebi o que aqueles homens e o Louis estavam fazendo com aquelas malas. Se não quer acreditar em mim, problema seu. – sentenciei irado. - Foi bom meus homens estarem por perto, não foi? Já pensou que a essa hora você e seu amigo podiam estar mortos. Graças aos meus homens um deles está morto e o outro confessando que sua morte tinha sido encomendada por seu ex-namorado. – revelou, com uma voz calma e segura. – Até termos todos os fatos esclarecidos você continua sim um suspeito em potencial. Não vou negar. – emendou. - Pense como quiser! A verdade vai mostrar que está completamente enganado a meu respeito. – afirmei. - Não vejo a hora disso acontecer! Seria um pecado um cara bonito e tesudo como você ir parar num presídio, ainda mais exalando esse odor de fazer qualquer macho perder a cabeça. – retrucou ele, abrindo um sorriso para me tirar da defensiva. - Não vai ser com elogios que vai conseguir me convencer que não está tentando encontrar uma contradição no meu depoimento. Seu trabalho é colocar pessoas na cadeia, e é isso que está tentando fazer comigo. – argumentei. - Engano seu! Estou tentando te proteger dos capangas do seu ex-namorado, só isso! - Também tenho o direito de duvidar do que diz! - Claro que tem! Mas, não pode duvidar disso aqui! Estou assim nessa situação conflitosa desde que te tirei debaixo daquele chuveiro. E, só estou assim, porque quero proteger essa bundona em pleno cio. – afirmou, me mostrando sua colossal ereção que acabara de tirar da braguilha. - Isso é assédio, sabia? – revidei, hipnotizado pela verga calibrosa daquele alfa. - Sou um alfa, como você bem pode constatar, e você um ômega no oitros, ninguém pode me condenar por sentir tesão por você. – asseverou. - É disso que vai se valer? - Não tenha receio, não vou te subjugar! Já vi o quanto aquele alfa lá dentro significa para você e, pode estar certo, torço para que ele se recupere logo e usufrua do seu amor. – me desarmei por inteiro com as palavras dele. - Desculpe, Lewis! Nunca passei por algo assim antes, polícia invadindo meu apartamento, meu ex envolvido com o tráfico de drogas, pessoas tentando me matar e, o homem que eu amo quase perdendo a vida por minha culpa. – devolvi, colocando um beijo no canto da boca daquele macho com a pica dura toda melada pelo tesão que meu oistros provocava nele. - Preciso de um pouco de espaço, ou vou enlouquecer! Aí sim você estará em perigo! – exclamou com um sorriso amistoso e lascivo iluminando aquele rosto viril, ao se mudar para o sofá da frente e guardar novamente o cacetão na calça. O Kevin teve alta dois dias depois. Ficou manhoso com o ombro enfaixado que o impedia de fazer muitas coisas, segundo a versão dele. Boa parte era para que eu cuidasse dele e continuasse ao seu lado acariciando-o e cobrindo-o de atenção. Eu não me importava, tê-lo comigo era tudo o que eu precisava. Já não me omitia em declarar meu amor por ele. O quanto ele estava disposto a aceita-lo eu não sabia, mas isso também não tinha importância, bastava meu peito sentir aquela quentura branda fervilhando dentro dele. - Eu só lhe trouxe aborrecimentos, desde que nos conhecemos. Tudo começou naquela manhã do acidente, e agora você está aí ferido por um tiro que era para mim. Nunca vou me perdoar! – afirmei, quando colocava colheradas de sopa em sua boca, mesmo sabendo que ele podia muito bem fazer isso sozinho com o braço direito completamente são. - Não diga uma bobagem dessas! Você só trouxe luz e agitação ao meu caminho. Uma agitação um pouco fora dos padrões devo confessar, mas que só me deixa com mais tesão. – respondeu ele, deixando-se afagar feito um gato dengoso entre uma colherada e outra. - Não sei o que seria de mim sem você! - Um ômega que deixa qualquer alfa maluco! – revidou sorrindo. - Só há um alfa que eu quero deixar maluco, você! – devolvi, deslizando a ponta do meu indicador sobre a trilha de pelos que ia da altura de seus mamilos até o interior da cueca para se juntar aos densos pelos pubianos. - Isso você já conseguiu no primeiro dia que nossos olhares se cruzaram. Desde então, você não me sai da cabeça. – afirmou. Eu o beijei, começando a tocar delicadamente meus lábios nos dele, envolvendo sua nuca com as carícias de uma das mãos, enquanto a outra deslizava para dentro da cueca e tirava de lá o caralhão latejante que crescia envolto nos meus dedos. Ele soltou um suspiro prazeroso, rouco e longo. Me encarava com doçura quando puxou meu rosto para junto do dele e começou a enfiar a língua na minha boca, saciando-se nos beijos que eu lhe retribuía cheio de tesão. Meu cio ainda não havia passado, estranhamente estava sendo o mais longo que eu já tivera, cinco longos e tumultuados dias, entre cólicas, fogachos e contorcionismos anais que liberavam um fluxo muito mais abundante do que das outras vezes. Seguramente meu odor também estava bem mais intenso, pois onde quer que eu entrasse, logo notava os alfas farejando impulsivamente o ar. Em minutos, minha mão estava toda lambuzada da excitação do Kevin. Eu me inclinei na direção da pica e comecei a lamber seu sumo viscoso, o que o fez soltar um gemido gutural. Enquanto me devotava a chupar seu caralhão, comecei a sentir um forte odor almiscarado. O Kevin começou a entrar num ignus exatamente naquele instante. Seu corpo todo começou a mudar, parecia estar aumentando a massa muscular, a pele estava mais quente, os pelos se eriçaram, contrações sutis faziam seus músculos se retesarem, era como se ele estivesse assumindo uma posição de ataque. Tocar na pele de sua nuca o fazia rosnar, não um rosnar de ameaça a um inimigo, mas um rosnar exigindo minha rendição. Estávamos entrando num dos mais tensos estados entre um alfa e um ômega, ambos no cio, prontos para acasalar, instigados pelos hormônios e pelos odores de nossos sexos. - É bom você não se agitar demais, lembre-se de seu ombro ferido! – disse eu, sentindo que ele estava prestes a montar em mim. - É bom você ficar bem comportadinho e me entregar esse cuzinho úmido sem fazer muita firula! – revidou, ao começar a vir sobre mim. - Kevin, seu machucado! – gemi, quando a mão dele se imiscuiu entre as minhas nádegas e começou a bolinar meu cuzinho. - Sssshhhh! Você vai ser meu! – grunhiu ele, dominado pelo furor do ignus. Amparando seu torso pesado, fui abrindo lentamente minhas pernas, trazendo os joelhos até quase a altura dos ombros, franqueando meu reguinho liso e meu cu intumescido pelo oistros. Ele encaixou a cabeça entre as minhas pernas, começou a lamber convulsivamente meu cu, ambas as suas mãos o seguravam aberto, a ponta de sua língua dançava entre as preguinhas, de quando em quando, um de seus polegares era introduzido na diminuta fenda rosada. Eu gemia incontrolavelmente, cedendo à sua investida, me entregando a sua luxúria devassa. Minha última visão, antes de liberar o grito que assomou minha garganta, foi a de ele pincelando a imensa pica na portinha do meu cu, pois com um impulso abrupto ele a meteu entre os meus esfíncteres anais que se distenderam provocando o grito pungente. - Ai, ai, ai, ai, Kevin! – ele já pulsava dentro de mim, o bulbo de seu pênis se insuflava comprimindo-o contra a minha mucosa anal quente e úmida, aconchegando aquele macho querido no meu íntimo. Raramente um macho alfa concedia um tempo para que as entranhas dilaceradas do ômega se acostumassem ao volume de seu membro, geralmente eles só paravam de meter quando sentiam as pregas do ômega circundando a base da caceta e o sacão que ficara de fora. Era isso que eu tinha ouvido de muitos ômegas, foi isso que eu vivenciei a cada coito com o Louis. Mas, o Kevin retribuía meu olhar doce com uma espera ansiosa, terna, voltando a me estocar com firmeza quando sentia minha musculatura anal se abrindo para ele num desabrochar acolhedor. De tão travado que eu estava, minha respiração ficou em suspenso. Meus esfíncteres anais travaram prendendo o caralhão latejante dele, a contração vigorosa e involuntária se estendeu por todos os músculos do períneo e o menor movimento da jeba do Kevin me fazia sentir dores lancinantes. Era assim que muitos alfas, sem paciência ou condescendência, arrebentavam o cuzinho dos ômegas durante a cópula, causando-lhes graves ferimentos. Porém, o deslizar da pica do Kevin para as profundezas do meu cu, foi me fazendo relaxar e aceitar aquele vaivém que ele iniciou de forma insidiosa. Chegava a ser sublime o cuidado que ele estava tendo para comigo, estando em pleno início de cio, quando os alfas estavam menos controlados e sujeitos a refrear seus instintos predadores. Entre beijos libidinosos acabei gozando, a porra escorria lentamente pela lateral do meu ventre onde os jatos foram parar. Envolto numa bruma de prazer, eu apertava o cu, mastigando a enorme rola que estava entalada nele. O Kevin arfava, soltava gemidos roucos, me apertava em seus braços com força, talvez temendo que eu lhe escapulisse, algo que jamais passou pela minha cabeça. Suas estocadas cadenciadas me ensandeciam de prazer e, meu acolhimento amoroso nutria o dele. Até a cadência rítmica dos nossos corações havia entrado em simbiose. Éramos um único ser, grudados pelo sexo, fundidos pelo amor numa conexão sem precedentes. Com os caninos projetados, o Kevin dava chupões no meu pescoço, deixava vergões vermelhos marcados na pele alva, rosnava como nunca o tinha ouvido rosnar. O som vinha entoado do fundo de seu peito e, inesperadamente, veio a mordida profunda e dolorosa, perfurando minha pele enquanto eu gania em agonia. O que eu tanto quis, aconteceu. Ele estava me marcando como seu ômega, estava se apossando de mim, estava estabelecendo sua hegemonia sobre meu corpo. Um pranto de felicidade sacudiu todo meu corpo coberto pelo dele. Como se fosse um bate-estacas o caralhão dele socava minha próstata, acelerando, ganhando ímpeto e força, enquanto ele ia ficando cada vez mais rijo com o retesar dos músculos. Junto com o gozo veio o urro longo, semelhante ao de um lobo uivando para a matilha do alto de uma colina, proclamando aquele território e todos que nele estavam como seu domínio. Os jatos de esperma tépido e pegajoso eram ejaculados em mim com tanto afinco que eu subitamente senti minhas entranhas produzindo um calor que nunca havia sentido antes. Foi como se meu corpo tivesse plena ciência do que estava acontecendo, enquanto eu não decifrava seu significado. Passaram-se algumas semanas até eu entender o que tinha acontecido naquele coito sublime. Juntamente com o Baldy e o Tyson, fazíamos um cruzeiro de três semanas pelas ilhas caribenhas de Barbados, Antígua, Granada, Grand Cayman e Martinica, aproveitando nossas férias. Atribuí à cinetose aquele mal-estar constante que surgiu nos três primeiros dias da viagem e, que não cedeu com a medicação que o médico de bordo me prescreveu. Numa tarde, estirados sobre as espreguiçadeiras do convés aguardando o pôr-do-sol, notei que o Tyson não tirava os olhos dos meus mamilos. Não era hábito dele, nem quando eu estava no oistros, ficar me secando daquela maneira desrespeitosa. Porém, ele estava tão compenetrado neles que até o Baldy ficou incomodado, sussurrando nos ouvidos dele uma reprimenda zangada. - O que deu em você? O Tyler não está no cio, quer fazer o favor de parar de espichar esse olhar de peixe morto para as tetas dele, ou está querendo arrumar confusão comigo? Pouco adiantou. No pouco mais de uma hora seguinte ele disfarçou, até porque o Bald o controlava de perto. Mas, bastou uma distração e seu olhar cobiçoso estava mirando novamente meus mamilos. Sugeri ao Kevin que fossemos à nossa cabine, alegando a volta da mareação, pois não estava entendendo o comportamento do Tyson e nem queria que os dois brigassem em plena viagem de férias. O Kevin, que felizmente não notara as secadas do amigo, acatou com alegria a minha sugestão. Ele andava cheio de dengos, a todo instante me puxava para seus braços, me dava beijinhos efusivos, ficava de pau duro com um simples roçar nas minhas coxas, então o isolamento na varanda da nossa cabine lhe permitiria ficar bolinando à vontade comigo. - É impressão minha ou essas tetinhas estão aumentando de tamanho? – indagou, ao chupar um dos meus biquinhos saltado e enrijecido. - Já não basta eu sentir toda a sua tara detonando meu cuzinho todas as noites, agora você vai arremeter contra meus mamilos durante o dia? – devolvi, procurando me safar de sua boca gulosa. Ele riu, sem interromper sua libertinagem. No entanto, a observação do Kevin e os olhares impudicos do Tyson não saíram da minha mente. Enquanto o Kevin tomava sua ducha e eu já me vestia para o jantar daquela noite, passei a mão sobre as minhas tetas em frente ao espelho. Elas estavam mais encorpadas, sem dúvida alguma. Senti uma alegria e um medo tão intensos simultaneamente que o Kevin me flagrou enxugando as lágrimas que rolavam pelo meu rosto. - O que está acontecendo? Por que está chorando? – questionou preocupado, jogando a toalha sobre a cama e vindo me abraçar com aquela jeba balançando acintosa à meia-bomba. - Você acha mesmo que meus mamilos estão maiores? – perguntei, com a voz embargada. - Eu estava brincando com você! Você sabe que não pode me levar à sério quando estou com o tesão à flor da pele. – respondeu, me acariciando e me beijando a nuca. Dois dias mais tarde, veio a certeza, minhas tetas estavam crescendo, e isso só tinha uma explicação, eu estava grávido. Fiquei me acariciando debaixo das duchas, sonhando para aquilo ser verdade, pois ainda estava em estado de choque. - Você está grávido, Tyler? – perguntou o Baldy quando viu que eu não tinha tirado a camiseta ao saltar do trampolim da piscina do navio, e emergir na superfície com ela colada ao corpo, salientando as tetas. - Não sei! Acho que sim! – balbuciei encabulado. - O Kevin já sabe? - Não. Ele só me disse que achava que meus mamilos estavam aumentando. – respondi - Alfas! São todos iguais, só reparam naquilo que lhes interessa. Andei dando umas broncas no Tyson por conta de ele ficar secando suas tetas. Não admira que o coitado estivesse sentindo tesão com elas. Safado! – retrucou meu amigo. - Não brigue com ele! Fiquei um pouco constrangido, pois não sabia porque ele estava olhando daquele jeito esquisito para mim. Ele sempre foi tão correto e digno. – devolvi. - Tenho que concordar, mesmo quando eu te oferecia ele para passar pelos oitros, ele ficava sem jeito e, me jurava que se você aceitasse a companhia dele, ele só transaria com você para aplacar seu cio, sem nenhum envolvimento sentimental. Amar, eu só amo você! Confessava. – disse o Baldy. - Vocês foram feitos um para outro! Eu nunca quis me interpor entre vocês por conta disso. Amo-os demais para perder nossa amizade. – afirmei. - Por que ainda não contou para o Kevin? Tem medo de que ele não curta ter esse filho? - Não! Pelo contrário, acho que ele vai ficar maluco quando souber. Quero ter certeza absoluta antes de encher a cabeça dele de esperanças. - Também acho! Do jeito que esse cara é louco por você desde o primeiro dia em que se conheceram, duvido que ele não pire quando souber que te engravidou. Mas, não se iluda, antes do final dessa viagem ele vai sacar. Cada dia elas ficam maiores, impossível ele não perceber. – ponderou meu amigo, me dando um abraço fraternal de apoio. - Ao mesmo tempo em que estou morrendo de felicidade, estou com tanto medo dessa gravidez. Já ouvi relatos apavorantes sobre desfechos fatais de ômegas que engravidaram de alfas. – revelei - Não é hora de você dar ouvidos a esse tipo de conversa! Muitos ômegas tiveram filhos lindos e saudáveis de alfas que os emprenharam. O Kevin é um tremendo de um macho alfa poderoso e saudável, você é um ômega com uma constituição física privilegiada em contornos e saúde, bem mais estruturada que a maioria. Portanto, gerar um filho não vai ser problema algum para você. Só não se deixe levar por estórias escabrosas que ninguém pode provar ao certo. – aconselhou, tentando me tranquilizar. De fato, eu mesmo conhecia ômegas que geraram filhos saudáveis depois de serem inseminados por machos alfa. A gestação de um ômega requer um acompanhamento médico restrito, pois a fase final é a mais crítica, uma vez que, ao contrário das fêmeas alfa, beta ou ômega, não existe uma via natural para expulsão do feto, tendo a retirada que ser feita cirurgicamente através de uma cesariana convencional. Era justamente esse o elo fraco do processo. Qualquer dificuldade em ter cuidados médicos num ambiente propício era fatal tanto para o ômega quanto para a criança. Ômegas costumavam evitar a gravidez e, quando essa acontecia, muitos recorriam a medicações para interrompê-la, particularmente se o alfa que os engravidou não se interessava pela prole. Contudo, as exceções provavam que um casal alfa e ômega podia ter filhos maravilhosos, a maioria, para não dizer a quase totalidade, de machos alfa, o que a genética ainda não conseguia explicar devidamente. - Não é do sol que você está fugindo se escondendo debaixo dessas camisetas, não é? – perguntou o Kevin, num instante em que eu ele ficamos a sós na praia, enquanto o Tyson aproveitava para dar uns amassos na bunda do Baldy nas águas azuladas da pequena enseada rochosa. - Não! - É o que eu estou pensando? – era incomum as palavras dele saírem tão tímidas, e o olhar dele brilhar daquela maneira. - Acho que sim! Não tenho certeza! Por isso não falei nada até agora. – me justifiquei. - Só conheço um jeito das tetas de um ômega crescerem dessa maneira! – exclamou sorrindo, com os olhos levemente marejados. - É? E que jeito é esse? – provoquei - Um macho alfa insemina-lo e engravidá-lo! Você está grávido, meu amor? – mal as palavras saíram de sua boca e, nos abraçamos tão intensamente imersos numa felicidade sem tamanho. - Tudo leva a crer que sim! Te amo tanto Kevin, por me dar a chance de gerar um filho seu, que não sei se existe felicidade maior. – devolvi, cobrindo-o de beijos. - Estou explodindo de felicidade, meu amor! Você grávido, grávido de mim! É o milagre do amor que sinto por você! – raras vezes tive a oportunidade de ver a comoção do Kevin como naquela tarde, seus olhos estavam úmidos, seu coração ecoava forte naquele tronco maciço e sensual. - Pode-se saber que agarração é essa que vocês dois estão protagonizando em plena luz do dia? – questionou o Tyson, ao se juntarem a nós com os cabelos ainda pingando. - Ou muito me engano ou o Kevin finalmente sacou o que essas tetas aumentadas do Tyler significam. – caçoou o Bald. - Como assim? – O Tyson ainda boiava. - Engravidei o Tyler! – exclamou o Kevin, numa alegria contagiante. - Sério? Você está .... – antes de terminar ele veio nos abraçar com seu corpão molhado e quente. Um turbilhão de sensações e emoções que nunca havia sentido antes dominaram meu corpo pelos meses seguintes. Ora eu chorava sem motivo aparente, ora sentia as entranhas fervilhando assim que sentia o cheiro do Kevin, ora o seduzia para sentir seu falo pulsando no meu cuzinho e sua boca unida à minha, ora ficava taciturno temendo pela hora daquele serzinho impaciente, que se movia no meu ventre, sair e, essa espera parecia não ter fim. O Kevin não se afastava mais do que alguns metros de mim, rondando, observando cada uma das minhas mudanças, ficando de pau duro nos momentos mais inconvenientes e querendo me penetrar, a despeito do barrigão que me fazia parecer uma leitoa. - Você está cada dia mais gostoso, Tyler! Teu cheiro está ainda mais sensual, doce e floral, estou pirando de tanto tesão. – afirmava, manipulando a verga grossa dentro das calças, que eu muitas vezes tirava de lá e começava a chupar me fartando em sua suculência viril. Minhas tetas se tornaram um magnetismo à parte. À medida em que cresciam, o Kevin não parava de bolinar com elas, chupava-as e mordia-as numa lascívia depravada, fascinado por aquele espetáculo da natureza. O crescimento das mamas nos ômegas começava assim que eram engravidados; ao longo dos meses seguintes, até o nascimento do feto, elas se avolumavam até alcançarem um tamanho que permitisse a pega por parte do bebê para mamar. Tecido adiposo e as glândulas mamárias proliferavam de forma surpreendente, até a produção de leite começar. Esse processo se mantinha durante aproximadamente um ano após o nascimento do bebê, permitindo que ele mamasse durante todo esse período, quando então cessava a produção de leite e as mamas voltavam ao tamanho normal para um homem. A partir daí o ômega estava novamente pronto para engravidar, se fosse inseminado por um macho. Minha hora chegou, eu estava surpreendentemente calmo, ao contrário do Kevin que acionou meio mundo de tão aflito que estava. O Baldy e o Tyson, como sempre, foram os primeiros a chegar ao hospital onde eu ia ser operado. - Como você está se sentindo? Dói muito? Você sente o bebê se mexendo? – o Baldy era um poço de dúvidas e angustias. Havia dois meses que descobriu que estava grávido. - Normal! Nada muito diferente do que já vinha sentindo nessas últimas semanas. – respondi. - Está vendo, meu amor, não é um bicho de sete cabeças. O Tyler está dizendo que está tudo normal. – sentenciou o Tyson, reconfortando o marido aflito. - Pode parecer normal para você que não está passando por isso, que continua com o seu cacetão indomável todo tranquilo e pomposo, enquanto nós ficamos do tamanho de uma orca e com o cu mais inquieto do que nunca. – revidou o Baldy, sempre exagerado, sempre culpando o Tyson por andar com o cuzinho arregaçado e sensível, muito embora fosse perdidamente apaixonado pelo marido e por sua intrepidez contumaz no quesito sexual. Tive que rir daqueles dois. - Já que estão brigando outra vez por conta desse fogo que não os deixa pensar em outra coisa que não trepar, o Kevin e eu queremos aproveitar que estão aqui conosco, solidários e amigos do coração, para convidá-los a serem padrinhos do bebê. – declarei. O Baldy emotivo feito uma manteiga derretida, começou a chorar enfiando a cara no peito musculoso do Tyson, enquanto ele sorria abobalhado agradecendo e aceitando o convite pelos dois. - Esse aqui deu para chorar por qualquer coisa! Está bem pior do que antes. – disse o Tyson que, porém, estava tão sensibilizado com aquele olhar marejado quanto o Baldy. Desde que soubera que ia ser pai, andava ainda mais protetor e carinhoso do que de costume. Um alfa típico, se sentindo responsável por todos que amava. - E esse aqui virou o bicho depois daquele cruzeiro quando soube que você estava grávido. Não tive um minuto de sossego depois disso, com ele enfiando esse caralhão no meu cu todo santo dia querendo me inseminar para eu também ficar grávido. Tanto fez que não deu noutra. Agora está desse jeito, se achando o suprassumo da macheza. – retrucou o Baldy. - Vocês são uns amores! – exclamei, feliz por ter aqueles dois atrapalhados como amigos. O Kevin me beijou com uma suavidade ímpar no momento em que me levaram ao centro cirúrgico para tirar o bebê. - Estou tão orgulhoso de ter um macho como você por marido! Obrigado por tudo querido, te amo muito! – balbuciei com a língua pesada, depois de terem me injetado um sedativo. Como esperado, tiraram do meu ventre um machinho alfa parrudinho e muito mais lindo do que eu via nos meus sonhos. O Kevin o examinava nas minúcias, embasbacado com o presente que a vida e nosso amor tinham lhe dado. - Você viu como ele é forte, como é lindo? – perguntou quando eu já estava de regresso ao quarto e o Brian, havíamos decidido há pouco que o bebê se chamaria Brian, sugava afoito minha teta, enquanto sua mãozinha gorducha espalmada sobre ela a amassava como que estimulando para que continuasse a lhe despejar aquele néctar na boquinha. - É lindo e forte como o pai! – sussurrei ao retribuir o beijo tórrido que o Kevin me deu. O Tyson e o Bald foram os primeiros a entrar no quarto pouco tempo depois. O Brian ainda estava no meu colo e não soltava a teta, ele havia secado as duas, mas mesmo cochilando, sugava o mamilo quente que tinha na boca. O olhão safado do Tyson estava novamente concentrado nas minhas tetas. Era impressionante como aquele macho alfa não conseguia controlar seus instintos. Precisou sentir um beliscão no braço, que o Bald deu cravando as unhas em sua pele, para ele deixar de focar minhas tetas e afastar os pensamentos libidinosos que poluíam sua mente. A enfermeira veio buscar o Brian para trocar a fralda e limpá-lo. O Bald continuou comigo no quarto, enquanto o Tyson deu uma chegadinha no banheiro para se masturbar, pois as imagens das minhas tetas sendo sugadas não davam trégua à sua rola fogosa. De repente, um potente uivo se fez ouvir na silenciosa noite de lua cheia, vindo do terraço no último andar do hospital e, que ecoou entre as fileiras dos prédios vizinhos. Eu o identifiquei na hora, era um uivo de felicidade que meu macho alfa estava emitindo para todos saberem do que seu peito estava tomado. - Cruz credo! Sinto um arrepio com esse som! Até parece que tem um lobo uivando por aí! – exclamou a enfermeira, antes de nos deixar após trazer o Brian de volta. O Baldy e eu nos entreolhamos e não conseguimos segurar o riso quando a enfermeira deixou o quarto. - Se ela soubesse quantos lobos urbanos existem por aí ficaria horrorizada. – disse o Bald. - É bom que poucos saibam disso, ou pensem simplesmente que os boatos que ouvem por aí sejam apenas lendas, fruto da imaginação de contadores de histórias. – retruquei, afagando carinhosamente meu filhote sentindo-o sugar o leite que saia das minhas tetas, imerso na mais genuína felicidade que o Kevin e essa criaturinha podiam me dar.
Faca o seu login para poder votar neste conto.
Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.
Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.
Denunciar esse conto
Utilize o formulario abaixo para DENUNCIAR ao administrador do contoseroticos.com se esse conto contem conteúdo ilegal.
Importante:Seus dados não serão fornecidos para o autor do conto denunciado.