Quando o dia da viagem chegou, levantei cedo pois não conseguia dormir
Jefferson veio me buscar em meu alojamento e seguimos.
O tempo de trajeto era de 3 horas de carro e foi muito prazerosa. Durante toda a viagem, me parecia que o mal estar de antes havia enfim passado. Conversávamos animadamente, sobre assuntos diversos. Tal como fizemos a primeira vez que saímos. Mas não tinha como negar que havia algo diferente. Pois eu não sentia mais sobre mim aquele olhar predador que tanto me deixava apreensivo e ansioso.
Jefferson foi um perfeito profissional. Me deu dicas sobre o campeonato, pediu que eu me preparasse no sentido de minhas emoções. Pois, segundo ele já tinha percebido, meu nervosismo era meu pior adversário.
- Imagino que deva ser difícil se apresentar para sua família, normalmente criamos expectativas de impressionar nossos pais. Meu conselho é se abstrair. Você não está lá por nenhum deles. Está lá por você. Imagine-se como se estivesse sozinho no tatame. Só existe um juiz que é você mesmo. Pessoas que exigem demais de si mesmas como eu e você costumam se dar bem com essa estratégia.
Jefferson falava com segurança, parecendo me entender muito bem, meus medos e aflições. Eu o olhava dirigir, a postura relaxada na estrada, o olhar perdido no horizonte, como seus olhos brilhavam refletindo a luz do sol...
Chegamos em minha cidade e Jefferson me deixou em casa antes de seguir para o hotel.
Desta vez, não houve convite dele para ir ver seu quarto...
Entrei e me deparei com uma casa estranhamente vazia. Chamei minha mãe, procurei e nada. Quando estava no quintal, Helena, nossa visinha de muro, local onde ela e minha mãe conversavam as vezes por horas, quem me informou que ela havia viajado, que passaria o fim de semana na casa de meu irmão e da nora.
A noticia não me decepcionou ou surpreendeu. Por alguma razão, eu esperava isso. Não me lembro de ter criado expectativas a respeito dela me ver me meu primeiro campeonado estadual. Mesmo que fosse a 20 min de sua casa.
Acho que nunca tinha ficado sozinho em casa e a sensação ao fim era boa. Tomei um banho e fiquei nu em casa, andando assim pelos cômodos, vendo tv, preparando um lanche na cozinha. Nunca me senti tão a vontade dentro de minha própria casa.
Lá pelas 19 horas, Jefferson me ligou, para combinar o horário que me buscaria. Um impulso dado pela coragem de minha liberdade recem descoberta, me fez fazer o convite dele ir para lá. Talvez economizar no hotel e dormir em minha casa. Mas ele educadamente recusou.
- Precisa descansar, garoto. Durma cedo. Relaxe. Se eu for aí, vamos ficar falando e posso acabar te deixando mais ansioso do que queremos
Bem, não era esse meu plano. A verdade é que só por falar com ele ao telefone, fiquei imensamente excitado. Lembro de, enquanto conversava com ele, passar a mão entre minhas pernas e acariciar meu próprio orifício. Ouvindo sua voz grossa.
- Então vamos fazer o seguinte. Amanhã, as 18h eu passo aí. Esteja arrumado. Vamos chegar bem cedo para que eu possa te ambientar lá. Aproveito e te apresento umas pessoas importantes. Então... Patrick, você está me ouvindo?
- Oi? - fui acordado de meu extase. Meu dedo já tinha entrado por completo em meu orifício. - Sim. Sim.
- Ta fazendo o que? Distraido dessa forma.
- Nada demais - e tirei o dedo de mim e segurei a vontade de rir. - Eu... Eu queria te pedir desculpas pelo que falei no vestiário.
Aquele meu rompante o tinha deixado sem palavras. Ele titubeou e então aceitou as desculpas. Mas recusou novamente ir até minha casa.
Desligamos.
Eu estava pegando fogo. Queria muito o ter ali. Me aproveitar de minha coragem inédita, de poder ser eu a fazer alguma coisa. Me entregar a ele como homem e não como o garotinho da noite em seu quarto de hotel. Embora... Acho que o que eu tinha realmente falta era de ser tratado como o garotinho.
Mas aquela não seria a noite de minha oportunidade. Não seria. Então, peguei novamente o telefone e pedi um lanche, do restaurante de minha rua que há muito não comia.
Só me dei conta de que ainda estava pelado quando a campainha tocou. Peguei o mais próximo que tinha, uma toalha, para me cobrir e receber
Ao abrir a porta, vejo um rosto famíliar.
- Patrick?
- Wallace?
Wallace era um garoto da escola que eu sentia uma certa... Atração. Foi meu primeiro crush, por assim dizer. Embora ele fosse meio mal comigo. Já tinha escrevido sobre ele em meu blog algumas vezes. Histórias fictícias, infelizmente. Onde ele e alguns amigos me cercavam nos banheiros, me chamavam de viadinho e me humilhavam, logo antes de perceberem que eu estava excitado e resolverem levar a brincadeira pra outro nível.
- Caramba, quanto tempo - ele se surpreendeu. Seu sorriso ainda era bonito. Embora a idade não tivesse feito a ele tão bem assim. Era forte nos tempos do colégio, mas seu estirão de crescimento o havia deixado magro. Tinha um aspecto cansado, mas devia ser devido ao trabalho. Eu, por outro lado, estava melhor que nunca.
- Caramba, tá malhando pesado - comentou, olhando meu corpo com ar de aprovação. Aquele olhar sem interrsse carnal, mas um reconhecimento de aprovação de um homem para outro
- Valeu. Você também tá ótimo - menti, mas por um lado, eu de fato ainda era capaz de sentir algum tipo de atração por ele. Acho que o encontrar ali, em condições diferentes das do tempo de colégio, onde ele era o pegador e eu o patinho feio, massageou meu ego de tal forma que me fez olhar para ele ainda como o garoto da escola que eu era doido pra pegar.
Peguei o lanche e fui pegar o dinheiro. A toalha estava mais frouxa e eu fingi não perceber. Parte de minha bunda ficou desnuda enquanto eu pegava a carteira.
A minha frente, havia uma cristaleira, por onde eu podia, na surdina, ver o que se passava atras de mim. E fiquei animado ao ver que seu olhar, ora e outra, caia sobre mim e sobre a pele que a toalha deixava mostrar. Demorei para pegar o dinheiro, mais do que precisaria. Me deleitando com aquele momento.
Minha mente começou a divagar pelos periodos de escola, quando Wallace e sua turma eram os bam bam bam do colégio. Eram garotos bonitos, desejados pelas garotas. E como todos os garotos cujo ego juvenil eram excessivamente massageados, tendiam a ser meio babacas com os meros mortais.
Ser zoado de viado era uma coisa comum no colegio, a ponto de, chegando um tempo, nem me importar mais. A turma de Wallace era uma que gostava de entoar esse coro. A coisa, normalmente não saia dessa zoação. Não eram um grupo agressivo, como normalmente vemos em filmes e seriados que tratam o tema do bullying. E no meu caso, minha insegurança se devia mais a minhas próprias incertezas do que qualquer coisa. Eu evitava usar o vestiário junto dos demais meninos, pois não queria ver seus corpos nus.
Mas teve uma tarde, após as aulas, em que eu suei demais na aula de Educação Física e, após enrolar bastante no pátio, fui tomar um banho achando estar vazio. E foi ali, em meio ao banho, que escuto a porta abrir e o som de uma conversa animada entre Wallace e seu colega Manoel.
- Fala, bicha - Wallace saudou, rindo. Eu não respondi, fingindo não ouvir. Como sempre fazia.
- Relaxa. Viado é tudo surdo - zombou o companheiro.
Riram mais, desta vez mais contidos.
- Será que ele não ta ouvindo mesmo, ou ta ignorando ? - Wallace questionou, parecendo achar graça.
- Sei la - Manoel descartou - Vamos testar. Hey, viado, lava direito esse cu, que hoje vamos lhe enrabar.
Me arrepiei na hora, mas tentei não fazer sinais.
- Boa - Wallace riu mais, tentando se conter - se liga na bundinha do Patrick. Quase passa por uma menina.
- Pode crer. Assim, de quatro pra não ver o pau, e botando um saco na cabeça dele, da pra fuder até - Manoel ponderou.
- Bora fuder ele? - Wallace sugeriu.
- Ta maluco, cara? To zoando aqui.
- Ora... Eu também. A idéia não era ver se ele estava ouvindo?
- Ah tah - Manoel parecia desconfiado, mas relevou - bem, não deve estar ouvindo mesmo. Se tiver, deve estar com o cuzinho piscando. Mas deixa ele pra la, vamos logo se não perdemos a hora e minha mãe vai ter um treco.
E sairam. Parecia que enfim o ar tinha voltado ao ambiente, e eu finalmente fui capaz de respirar.
De costas pra eles, não viram meu pau, que estava duro como pedra.
A perspectiva de ser enrabado ali naquele vestiário, ser chamado de viado, ser usado. Mesmo envergonhado, não fui capaz de negar que me excitou. Acho que me acostumei muito tempo a restos de afeto, e tal perspectiva me parece hoje a forma certa de me relacionar.
Mas naquela noite, anos depois, a presença de Wallace não só me fez reviver o tesão da época como algo mais. Algo diferente, inédito. Uma sensação de poder, de revanche. Ver ele ali, lutando para não olhar minha bunda, me fez sentir ainda mais tesão. Pois eu, o patinho feio da escola, havia crescido, havia dado a volta por cima. E mesmo Wallace não sendo mais o partido que era, ainda era capaz de me deixar excitado.
Me lembrava da sensação de acuamento no vestiário. Ali, com certeza a sensação era diferente. Eu estava por cima. E tal consciência cortava um pouco o meu barato, devo admitir. Então eu voltava aquela sensação, em que eu era a vitima, eu era o fragil, eu estava prestes a ser usado sem consentimento.
Sem pensar, esbarrei propositalmente no nó da toalha e a deixei deslizar. Abaixei rapidamente para pegar e pedi desculpas.
Ele estava corado, mas aceitou de bom humor.
Paguei o lanche e percebi que ele esperava. Quando ia desistir e sair, lhe ofereci uma água. Wallace estava aoeynas esperando um pretezto para ficar, pois aceitou sem delongas.
O levei pra cozinha e fui buscar o copo que ficava na prateleira de cima. Ao me esticar para pegar, desta vez, sem intenção, a toalha escorregou novamente. Diferente da primeira vez, e com intenção, não peguei. Apenas praguejei por ela estar escorregando e comentei
- Deixa essa merda. Tô sozinho em casa mesmo - meu desabafo foi também um aviso. Continuei de costas e sem saber o que se passava.
Mas não tive de esperar muito. Logo senti uma cbecinha quente tocar a linha entre minhas nádegas.
Fingi susto e olhei para trás, Wallace estava colado atrás de mim, pau duro pra fora. Não falou nada, apenas abriu espaço entre minjas nádegas e encaixou. Me abri e deixei passar. O pau entrou seco. Doeu mas eu segurei o grito. Sem dar tempo para se arrepender, Wallace meteu rápido e sem dó. Seu rosto indescritível. Um misto de tesão e raiva. Provavelmente frusttado por sua luta em controlar o impulso ter falhado tão miseravelmente.
Aquilo só me deixou com mais tesão. Ele levantou minha perna, apoiando-a na pia. Assim conseguiu penetrar mais. E mais forte. Ao fechar os olhos, conseguia me transportar de volta pra aquele vestiário. Nawuela tarde, onde a historia com ele e o amigo Manoel podia ter tido um final diferente.
O ouvi urrar atrás de mim e ele gozou
- Já? - questionei no impulso, sem querer E deu pra ver que minha decepção o atingiu como uma bofetada no rosto - só isso?
Com a cara fechada, guardou o pau novamente.
- Tenho de trabalhar - informou a contragosto. Uma tentativa de se desculpar, sem der o braço a torcer que seu desempenho havia sido muito abaixo do esperado.
Saiu e eu então comecei a rir. Ri até que meu tesão foi saindo e a vergonha começou a tomar conta, como acontecia sempre que eu deixava o meu desejo falar mais alto e me permitia tais experiências.
Mas ao mesmo tempo, algo agradável me acometeu. Um sentimento de vitória, de vingança, de conquista.
Comi mei lanche com muito mais apetite e dormi muito melhor
Nossa, essa série é a melhor que eu já li!!!
Muito bom.Apesar de não gostar da palavra submisso.Mas, muito bem escrito