Brincando com fogo - Parte 2 de 2

Acordei na manhã seguinte sozinho e com um bilhete ao lado da cama:
"Bom dia, Fábio. Como sabe, tive de ir trabalhar. E não quis lhe acordar, pois dormia tão pesado. Fique a vontade. Coma alguma coisa, ligue o computador, a televisão. Não temos reservas entre nós. Quando voltar, poderíamos conversar, então se quiser me esperar aqui, eu não me importaria. Um abraço."
Levantei e fui ver minhas roupas que tinham secado. Apesar do convite e de saber que era sempre bem vindo em sua casa, não quis ficar e peguei tudo e saí, quase em fuga, trancando a casa com a chave reserva que eu sabia ficar guardada na cômoda.
Ainda tinha dificuldades de crer que a noite anterior havia sido real. E mais dificil ainda esquecer. Cheguei em casa e percebi que estava mais eufórico que de costume. Minha mente não parava de me levar para aquele momento na cama. Se fechasse os olhos, era capaz de ver seus olhos me encarando, enquanto me fodia com vontade
Pensar naquilo não estava me fazendo bem. Precisava me livrar daquele acúmulo de energia. Aproveitei e fui malhar, treinando mais pesado que nunca.
Almocei pela rua e voltei pra casa. Cansado, sentei no sofá e tentei inutilmente não pensar em Rodrigo. Ficava me perguntando até que horas ele trabalharia. Sobre o que queria conversar e se ele se lembrava da noite anterior. E se se lembrava como eu me lembrava.
Peguei o celular e não havia nenhuma mensagem. Abri então o Instagram e lá também não havia nada. Acabei olhando seu perfil e vi a última foto que postou, há 21 dias, antes de ter o coração despedaçado. Sempre achei o sorriso de Rodrigo muito bonito. Seus olhos brilhavam de um jeito todo especial quando estava feliz
Acabei fitando aquela foto por incontáveis minutos, lembrando daquele mesmo sorriso na noite anterior. Enquanto ele me atentava, lambendo minha bunda. Foi então que me dei conta do que estava fazendo e larguei o celular como se este estivesse em brasas.
- O que está acontecendo? - desabafei comigo mesmo.
Eu não conseguia parar de pensar naquela foda. Como eu queria repetir. Como eu queria sentir ele de novo dentro de mim. Era desesperador.
- Ah não - a ficha caiu - Não pode ser.
Não acreditava que eu estava gamado. Com uma única foda, eu já estava pensando na próxima vez que teria tal oportunidade. Eu me recusava a acreditar nisso. Não podia estar acontecendo
Percebi que precisava desabafar e recorri à unica criatura com quem poderia fazer isso naquele momento.
- Não pode ser. Depois de tantos caras, tantas transas, eu fui gamar com uma foda só. Justo no Rodrigo. Acredita nisso? Eu que nunca entendi esses caras que gamam depois de uma noite de sexo, agora tô aqui, feito idiota, olhando o celular atrás de mensagens de macho. Não aceito. Não mesmo. E também, agora pensando. Por que afinal ele não me mandou uma única mensagem? Nada, nem um "oi". Está trabalhando esse tempo todo? Uma ova. Aposto que se fosse uma daquelas piranhas que namorou, já tinha ligado. Caramba. Da pra parar de se lamber um minuto, Januário, e me dar atenção? Não vê que eu tô num dilema aqui, meu filho?
Meu gato então parou com sua higiene e me olhou, sem parecer dar muito interesse
- Obrigado pela atenção - bufei - Mas quer saber. Você está certo. É isso que eu tenho de fazer. Ignorar. Isso não tem importância, não mesmo. Não teve pra ele, se não ele teria ligado, e não vai ter pra mim. Não mesmo. Não, meu amor. Fábio Mendes não é homem de gamar numa piroca. Não senhor Por mais gostosa que seja. Admito, sejamos justos, Rodrigo fode muito bem, mas eu não vou cair assim tão fácil. Logo passa. Você verá. Só tenho de me manter ocupado. Vamos ver... O que eu posso fazer?
Então me levantei e decidi aproveitar o dia de forma útil e manter a mente ocupada. Aproveiei para faxinar todo meu apartamento, ato esse que já estava devendo a mim mesmo tem um tempo Limpei tudo de forma furiosa, sob o olhar atento de Januário que tinha a certeza que eu havia me entregue a loucura. Quando terminei, estava exausto, mas bem. Tomei banho, alimentei o gato e fiz um lanche. Depois , sentei no sofá pra pensar qual seria meu proximo passo em manter a mente sã.
Olhei meu celular para ver se tinha alguma festa rolando. Opção para um sabado a noite não faltavam, mas todas começavam depois das 23h e ainda eram 18h.
- Bem. Melhor eu dormir um pouco e descansar pra me esbaldar. Vem comigo, Januário.
Então fomos deitar. Mas o sono não chegava. Estava cansado de todo o exercício e da faxina, mas a mente não desligava. E ficar deitado, aninhado na cama, era pior.
Tentei pensar em qualquer coisa, mas invariavelmente minha mente corria para a noite anterior. Meu pau endureceu contra minha vpntade e eu tive certeza de que não ia dormir.
- Foi mal, filho. Mas vou precisar de um pouco de privacidade agora
Levantei e tirei Januário do quarto, que me olhou bastante ofendido. Fechei a porta e me preparei para apelar.
Não gostava muito de me masturbar, mas não via outra forma de exorcizar aquele tesão maldito do corpo. Peguei meu celular (e não haviam mensagens, não de uma certa pessoa, pelo menos) e comecei a ver uns vídeos que meus contatinhos me mandavam pra me animar.
Não foi fácil manter a ereção naquelas circunstâncias. Tudo parecia meio forçado, diferente de quando estava tentando cochilar que a ereção veio de forma natural. Mas eu não ia desistir
- Vamos lá, amigão. Ajuda aqui - falei com meu próprio órgão.
Então, a coisa estava quase indo quando a campanhia toca.
- Puta que... - e levantei, ajeitando o órgão na cueca. O meu síndico tinha o hábito de bater em de porta em porta para dar os anúncios mais ridículos. Qual o problema daquele homem com mensagens em grupos de whatsapp?
- Oi. O que foi agora... O que você tá fazendo aqui? - me assustei ao dar de cara com Rodrigo. Então tentei contornar, pois pude ter soado rude - Foi mal eu só não... O que você está fazendo aqui? - acabei desistindo, pois não consegui pensar no que falar.
- Oi Fábio. - e sorriu sem graça - o porteiro me deixou entrar.
- Bem, justo. Ele te conhece. É quase como we morassemos juntos, não é? - e tentei rir, mostrando casualidade. - Mas não ligou ou avisou que viria.
- Aham - e coçou a cabeça - Eu queria, mas a verdade é que não consegui. O trabalho demorou mais do que eu esperava e eu sinceramente não sabia o que falar contigo, então não queria começar nada por mensagem. Precisava vir falar contigo direto. Estou atrapalhando?
- Ah... Não, nem um pouco. Entra - e avyri passagem - Eu estava... Lendo. Isso. Lendo.
Rodrigo entrou e sentou no banco em frente a bancada que separava minha cozinha da sala
- Aceita água, suco, cerveja.
- Ainda estou um pouco de ressaca. Então nada de álcool.
- Tenho uma tônica - sugeri.
- Perfeito - e sorriu agradecido e eu desviei o olhar. Não era bom ficar olhando muito para as covinhas de seu rosto.
Eu o acompanhei com uma água comum e sentamos de frente um para o outro em silêncio.
- Então - tentei depois de cansar da situação embaraçosa. - como foi hoje no trabalho?
- Foi ótimo - mostrou-se motivado - Fechamos enfim um projeto importante. Sinceramente, eu pensei que não renderia. Mas depois de ontem, devo dizer que acordei bem melhor. Eu estava precisando da noite de ontem
- De que parte, especificamente? Digo... Que bom - e bebi, pois comecava a acreditar que era melhor eu manter calado
- De toda ela - admitiu, seu rosto corava ligeiramente. - Era na verdade sobre ela que eu queria falar.
Quando dei por mim, já estava o atropelando com palavras:
- Rodrigo, relaxa. Ontem você bebeu demais e não estava direito. Pagou uns micos, falou bobagens, chorou. Foi uma noite completa em muitos sentidos. Não sei o que você lembra então...
Resolvi então parar pois percebei que, como sempre acontecia quanto estava nervoso, estava falando muito rápido.
Rodrigo me olhava com um rosto sereno que era difícil identificar o que significava, mas me deixava constrangido.
- Olha - começou, dando um gole - eu admito que eu não lembro muito como cheguei em casa depois dos drinks, mas... Do que aconteceu quando acordei de madrugada... Eu lembro de tudo.
Quase me engasguei com a água.
- Eu costumo fazer isso com as pessoas - soei pedante e ele riu.
- Acredito... Eu... Não estava tão bêbado assim quando acordei e... Eu quis mesmo experimentar.
- Muito bom - felicitei - sempre bom manter a mente aberta.
Eu ja estava quase tendo um infarto. Ansioso para saber o que ele falaria e ainda assim com vontade de largar ele em casa e sair correndo.
Ficou me olhando e eu a ele. Vontade de gritar. O silêncio era pior do que quando ele estava falando.
- Eu... Gostei muito - admitiu - Acho que foi a primeira vez que me senti tão conectado a alguém na cama.
- Rodrigo, calma. - ri, nervoso - Não venha com esse linguajar romântico agora. Eu não sei se diria conectaaadooo, sabe? - tentei dar pouca importância.
- Como você chamaria então? - perguntou paciente. Parecia estar se divertindo me vendo daquele jeito.
- Eu diria que nos entendemos bem - medi as palavras - foi um sexo... Digamos... fácil. Fácil, pois não precisamos inventar muito para nos entendermos. Foi prazeroso justamente porque conseguimos nos deixar levar. De forma natural.
- Resuma o que houve em uma palavra - propôs.
- Conexão - falei rápido demais e me amaldiçoei por não ter conseguido um mísero sinônimo naquelas circunstâncias.
Rodrigo riu e ficou me olhando.
- Eu falei. E você, o que achou de ontem?
Tive vontade de continuar com minha máscara de desdém, inventar qualquer coisa, afastar Rodrigo como afastei tantos outros antes dele. Mas diferente de antes, essa era a primeira vez que eu não queria isso de fato. E também, Rodrigo estava tendo tanta coragem de se abrir comigo daquela forma que seria muita mesquinharia minha não fazer o mesmo.
- Olha... Foi bom pra caralho - soltei, na falta de algo melhor, e ele riu - Eh, meu amigo. Devo admitir que você fode bem. O que eu posso dizer? Acho que.. sinceramente não lembro quando alguém me fudeu tão bem assim.
Rodrigo ficou me olhando, tentando esconder a pontada de orgulho que sentia com minhas declarações.
- É a primeira vez que penso tanto em alguém com quem transei. E olha que eu transei muito - ri, sem jeito.
- E o que faremos agora? - perguntou, paciente.
- Sinceramente... Não faço idéia.
- Eu vou ser bem honesto. Não pensei que fosse querer tanto repetir a dose... Mas eu quero
- Cuidado - alertei - você prometeu não se apaixonar por mim - brinquei.
- Você sabe melhor que ninguém que não sou bom para cumprir esse tipo de promessa.
Aquilo me deixou sem palavras e ele recuou um pouco
- Não estou dizendo que estou apaixonado - explicou - só... Que gostaria de ver até onde isso vai dar. Quem sabe começar do zero. Eu te levo pra comer, nós conversamos e vemos...
- Você está me chamando pra um encontro?
Ao que ele deu de ombros
- Acho que sim - sorriu sem jeito.
- Caramba. Isso é muito novo pra mim.
- E você acha que pra mim não?
- O que? Você chamar alguém pra um primeiro encontro? Não.
E rimos juntos.
- Você não está afim?
- Não é isso. Só estou... Digerindo...
- Está com fome?
- Pra ser honesto, não. Acabei de lanchar.
Ele pensou e assentiu
- Pra falar a verdade, o pessoal saiu depois do trabalho e me encheu o saco pra eu ir, pra comemorar o final do projetor. Acabei comendo alguns petiscos antes de conseguir escapar e também estou sem fome. - e pensou, brincando com a lata de tônica vazia - e acho que também não temos muito mais a nos conhecer, não é? Então... E se formos direto pra terceira parte?
E me olhou pelo canto do olho.
- Rodrigo me propondo ir direto aos finalmentes? - estranhei em tom zombeteiro.
- Foi você quem disse que eu deveria tentar
E desceu do banco e veio até mim, colocando-se entre minhas pernas
Ele estava bem perto, seus dedos alisaram meu joelho, subindo devagar pela coxa. Ficamos nos encarando em silêncio.
- Estava com saudades - falou por fim.
- Eu também. - assumi.
Rodrigo se achegou e me deu um beijo tímido. Suave. Apenas roçando os lábios. Eu, por outro lado, enlacei e devorei-lhe.
Não tardou e ele me acompanhou, colando o corpo um no outro, matando aquela sede que nos consumia
Ele pegou minhas nádegas e me ergueu, carregando-me pelo corredor. Na afobação, errou a porta
- Aqui é o banheiro. O quarto e lá. Lá - avisei e ele corrigiu o trageto.
Me jogou na cama e pegou meu short, puxando junto da cueca e deslisando os tecidos pelas minhas pernas. Depois segurou minha bunda e a ergueu, tendo total acesso ao orifício que ele atingiu com a boca, tendo a precisão de um atirador de elite.
Sua língua parecia ter vida própria e dançava em meu interior. Desta vez, gemi a vontade, sem precisar me conter
Eu o fitava e de vez em quando ele olhava em retorno, e ficávamos nos encarando. Ele me chupando e eu gemendo.
- Minha vez - disse quando não aguentei mais.
Me pus de joelhos diante dele e fui desafivelando seu cinto. Rodrigo tirava a camisa enquanto eu arriava suas calças. Seu pau duro saltou pra fora e eu o peguei no ar como um cão treinado.
Chupei com vontade, matando a curiosidade do sabor daquele órgão.
- Nossa - regorgizou - Nossa, Fábio.
Mostrei que ele não era o único mestre com a boca naquele quarto. Engoli seu órgão enorme sem dificuldade, chupei toda a extensão. Lambi da cabeça a base, sentindo aquele cheiro de macho. Então, desci e chupei o saco, massageando com a lingua.
Rodrigo segurava minha cabeça, acariciando os cabelos e lutando contra o desejo de puxa-la com força. Mantinha os olhos fechados, rosto contorcido em prazer. Gemido alto e grosso
- Chega, chega - implorou e me pegou pelas axilas
Me jogou contra a cama e me virou, pondo-me de bruços.
Abriu novamente minha bunda e voltou a devorar com a boca
- Alguém aí ficou viciado - comentei em meio a risos de histeria.
Mas ele sequer respondeu, chupando minha bunda como se quisesse matar uma fome de anos.
Quando enfim se satisfez, subiu na cama e montou, como um grande cavaleiro. Encaixou e deixou a gravidade cravar fundo em mim. Abriu minhas pernas mais com os joelhos e se colocou melhor, e depois enfiou de novo.
Gritei.
- Desculpa, machuquei?
- Faz de novo - ordenei.
Rodrigo sorriu e se preparou para outro ataque.
Seu pau deslizou, parecendo que ia me empalar. Sequer tive voz para gemer e por um segundo achei ter visto unicórnios.
Não precisei pedir novamente, e apoiando a mão contra minhas costas, meu amigo se ajeitou e começou a rebolar, golpeando repetidas vezes a minha bunda. O estalo das colisões ecoando pelo quarto. Eu, imprensado como estava contra o colchão, mal respirava, quanto mais conseguia emitir qualquer som. Tive inclusive a nitida impressão que poderia acabar sendo sufocado, incapaz de reagir. Meu corpo, contorcido de extase, era incapaz de encontrar forças pra me erguer. Eu não tinha voz para falar. Estava, literalmente, a morrer de tanto prazer
Que bom que ele precisou se recuperar e se ajeitou. Aproveitei a oportunidade para também me corrigir e sentir o ar bem vindo retornar aos pulmões. Rodrigo me colocou de frente, apoiou minhas pernas em seu peito e voltou a meter. Seu suor pingava, mas ele também não parava. Olhar vidrado, como se estivesse possuído. Ele também, um escravo daquele tesão que poderia nos arrastar para outro mundo.
Nos beijamos e eu senti o gosto de seu suor.
Foi então que o ouvi chegar. Vindo do fundo de seu interior, aquele grunido, que crescia acompanhado da potencia de suas penetrações, até se tornar um urro potente quando jorrou em mim. Como eu amava aquele som. Poderia gravar e usar como toque para despertar toda a manhã. E depois, veio outra das minhas sensações favoritas, quando após o gozo, seu corpo desaba em mim e eu sinto todo seu peso e seu calor.
Ficamos abraçados, lutando para respirar, sorrindo feito dois bobos. Aquele silêncio só foi cortado pelo ronco oriundo de meu estômago.
- Acho que alguém está pronto pra aceitar aquele convite para comer - Rodrigo riu.
- Só me dá um minuto. Se eu levanto agora, desmaio - pedi, também rindo.
Ele usou suas poucas forças para se erguer acima de mim, ficando cara a cara. O beijei e ele correspondeu. Continuamos aquele momento de carícias por minutos a fio. Meu coração acelerando
Pela primeira vez entendi aquele sentimento chamado paixão, o qual Rodrigo tentou me explicar inúmeras vezes inutilmente. E compreendi porque Rodrigo se permitia saltar de cabeça nele, mesmo depois de ter quebrado a cara tantas e tantas vezes no fundo.
Acho que agora era a minha vez de pular.

Fim.


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Comentários


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emersonslima Comentou em 07/05/2022

Não considero um fim, por favor terminar esse conto 🙏🙏🙏 és ficaram juntos? Curiosidade me define.




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Ficha do conto

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fabiomendes

Nome do conto:
Brincando com fogo - Parte 2 de 2

Codigo do conto:
200581

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
06/05/2022

Quant.de Votos:
5

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