Heranças de um coito Foram dez anos longe dali, quando minha família se mudou para outro bairro e eu ingressei na faculdade, ficando a casa para trás, na rua tranquila em frente a uma imensa praça. Uma sucessão de inquilinos relapsos e vândalos ao longo desse tempo, a deixou em péssimas condições, apesar da solidez da construção, sua funcionalidade excepcional e traços arquitetônicos da fachada estilizada que lembravam os chalés típicos dos alpes suíços. Ela me foi dada de presente pelos meus pais quando voltei depois de uns anos morando no exterior. Carecia de uma boa reforma e atualizações, mas eu estava determinado a encarar a tarefa. Um amigo dos tempos do colégio, Lucas, que tocava uma pequena construtora após concluir o curso de engenharia, se prontificou a me ajudar. Ele e eu sempre tivemos uma relação estreita, mesmo depois de eu ter lhe contado, aos quinze anos, que achava que era gay. - Você gay? Como chegou a essa conclusão? Acordou essa manhã e, ao se olhar no espelho, constatou que se transformou num gay. – retrucou ele, quando lhe fiz a confissão. - Pare de tirar uma com a minha cara! Claro que não foi assim! Sei lá, eu me sinto diferente dos outros caras, de você inclusive, mas não sei explicar direito como. Nem sei se isso tem explicação, talvez seja apenas assim, e pronto. – devolvi. - Você tem vontade de dar o cu, é isso? – questionou ele, ainda achando graça do que eu falava. - Não seja ridículo! Nunca pensei nisso, eu hein! – respondi exaltado. - Então não estou te entendendo! Se não pensa em dar o cu, não é gay! – concluiu ele - E a pessoa é gay só porque quer dar o cu? Acha que é simples assim? – questionei. - Óbvio! O que mais seria? - Quem sabe algo do tipo, eu não vejo as garotas como os outros caras, como vocês. Vocês não pensam noutra coisa que não seja ver os peitinhos delas, dar uma espiada, nem que seja rapidinha, nas calcinhas, ou no que está no meio das pernas delas. Vocês ficam babando feito idiotas quando uma garota dá uma abertura para vocês, mesmo que sem a menor das intenções, achando que ela está a fim de vocês. E o pior, ficam se masturbando com uma revista de mulheres peladas que estão completamente fora do alcance da tara juvenil de vocês. É basicamente isso. Eu não curto nada disso. Pelo contrário, às vezes, até me flagro dando umas espichadas de olho para uns carinhas, coisa boba, mas acontece. Tipo o Fernando, nosso professor de educação física, eu acho ele lindo, sexy, um homão dos mais gostosos que eu já vi. – revelei. - Isso não é ser gay! Eu diria que é mais uma esquisitice sua, das tantas que você tem! Você é certinho demais, preocupado demais, obcecado demais, tudo é demais em você. Por isso, agora deu para achar que é gay, só porque o professor Fernando te dá uns sorrisos você já acha que ele é sexy – resumiu ele. - Tá bom! Eu desisto, você não ia entender mesmo. – exclamei, percebendo que teria que trabalhar essa questão comigo mesmo. - Pensando bem, só tem uma coisa que poderia te fazer ser um gay, essa sua bundona! Cara, fala sério, qual outro moleque você conhece que tem uma bunda como a sua? É um troço único, tem um formato como nenhuma outra bunda que eu já vi, e é grandona, cara. Bota grandona nisso! – afirmou ele, sem estar me gozando, apenas relatando o que achava da minha bunda. - Quer dizer que em vez de você me ajudar, vai ficar falando da minha bunda! Apontar os defeitos dos outros não vai me ajudar em nada, sabia? - Eu não disse que era um defeito você ter essa bunda! Ela é bem bonitinha e gostosinha, se é que quer a minha opinião sincera para alguma coisa. – retrucou ele. - Esse tipo de opinião eu dispenso! Está vendo por que eu acho que sou gay, eu nunca ia reparar na bunda de outro cara ou de uma garota. – respondi desiludido. - Ia reparar no que então, nas picas? - Talvez, quem sabe! Você é igualzinho a todo mundo, só pensa em sexo, em trepar, em foder, em comer, em bucetas, em picas e por aí vai. – afirmei inconformado com a simplicidade a que ele reduzia uma questão que para mim era tão importante, descobrir que sentimentos confusos eram aqueles que me atormentavam dia e noite. - Ué, não é isso que todos fazem? Quero dizer, as pessoas normais fazem! - Pronto! Agora resolveu que também sou um anormal! - Anormal, não! Eu já disse, esquisito! Você é esquisito! – reafirmou ele, convicto. Apesar dessa enorme diferença de pensamentos, o Lucas e eu íamos crescendo e nos tornando cada vez mais amigos, mais próximos um do outro. Confidências como essa foram ficando cada vez mais comuns nos nossos papos, selando nossa amizade. O Lucas se casou cedo. Ele sempre foi mais imaturo do que eu, embora tivéssemos a mesma idade cronológica. Empolgou-se com uma mulher dez anos mais velha do que ele, quando estagiava numa empresa de engenharia durante a faculdade. Ele não passava de um garoto deslumbrado pela atração física que causava nas mulheres com seu porte atlético e uma sensualidade que fazia parte de seu charme. Ela era uma balzaquiana que começava a ficar para titia quando resolveu se valer da virilidade dele para engravidar. O casamento não durou dois anos. Ela o trocou por um italiano que a levou à tiracolo, junto com o filho, para seu país quando deixou a empresa em que trabalhava. Para o Lucas foi uma fase difícil. De repente, ele amadureceu uma década em poucos meses; comigo, seu único amigo capaz de compreender seu sofrimento, longe daquelas conversas que poderiam auxilia-lo nesse momento complicado da vida. Quando nos reencontramos, ambos tinham saído de relacionamentos que haviam deixado marcas profundas; ele havia já alguns anos, e eu pouco antes de regressar ao Brasil, pois havia perdido para um câncer o homem que se tornara a razão do meu viver, um colega da pós-graduação que tinha conhecido em Londres; que ao partir abruptamente, no auge da juventude, deixou meu coração e minha alma em frangalhos. - Sempre gostei dessa casa! Acho as linhas da fachada muito bem combinadas e, se bem me lembro, seu quarto ficava naquela lateral, com as duas janelas viradas para o quintal do vizinho, daqueles que tinham um filho que você detestava, como era mesmo o nome do cara? – afirmou o Lucas, quando nos encontrávamos diante da casa onde morei boa parte da minha infância, e que ele chegou a conhecer bem, dado que vivia enfurnado conosco, por ser filho único e não ter irmãos para aporrinhar, o que costumava fazer comigo. - Tem razão, tinha me esquecido de como é bonita. Se bem que está bem judiada, vamos ter um trabalhão, não é? – questionei, sentindo uma súbita saudade daquele tempo em que minhas preocupações eram tão menores quanto a minha idade. - Talvez, vamos dar uma olhada lá dentro e eu te digo! E o nome do cara, qual era? – insistiu ele, pois havia notado que a simples menção daquele vizinho mexera comigo. - Qual seu interesse nisso? É o maior babaca que eu já conheci! - É que eu me lembro de como você costumava ficar puto da vida com o sujeito, só não sei porque motivo, pois você nunca me contou esse segredo. – o Lucas tinha dessas, dava para ser enxerido quando queria gozar da minha cara. - Que segredo? Não tem segredo nenhum! O cara era uma besta em forma de moleque, só isso! – revidei exasperado por ele continuar com aquela insistência. - E o nome dessa besta é...? - Ah, Lucas! Vá se catar! Não foi para isso que eu te chamei aqui. Se continuar a me encher o saco vou arrumar outro engenheiro para fazer a reforma. – asseverei fintando. - Ui, que nervosinho! Acabei de lembrar, é Carlos o nome do moleque. Escreve o que estou dizendo, ainda vou descobrir o segredo da tua birra com ele. – tripudiou - Quer que eu te demita antes mesmo de começarmos? Vai continuando com essa porra de assunto e você vai descobrir como sei ser implacável. – afirmei, segurando o riso que a cara dele estava provocando em mim. - Está bem, por hora vou fingir que esqueci esse assunto. Hoje eu saberia te responder aquela pergunta que você me fez anos atrás, quando começou a desconfiar que era gay. Você é gay porque é cheio das frescuras, embora disfarce muito bem. – afirmou sem pestanejar. Dei um beliscão nos flancos dele, o que o fez soltar um protesto e um palavrão. O fato do Lucas ter mencionado o Carlos, aquele meu vizinho que tanto odiei quando moleque, foi me trazendo inúmeras recordações, e me tirou o sono naquela noite. Os Aguirre, era assim que aqueles vizinhos eram conhecidos, tinham três filhos, cuja fama de serem lindos era sabida por todas as garotas da rua. Otto o mais velho, era uns seis anos mais velho do que eu, Carlos o segundo, uns três anos e, Júlio o caçula, tinha a minha idade. O Otto era um daqueles caras que, juntamente, com o professor Fernando, faziam parte da minha lista de homens que me deixavam de queixo caído por achar seus torsos cabeludos o que havia de mais encantador. Eram tesões atléticos de machos que pululavam em meus sonhos nas mais extravagantes e licenciosas situações. O Carlos, por sua vez, era pelo qual eu tinha uma birra de origem desconhecida e, cuja recíproca também parecia ser verdadeira. Nos detestávamos sem nenhum fato concreto ter colaborado para isso, apenas a existência do outro já servia de combustível para essa desavença. Quando ele deu para implicar comigo na adolescência, foi a gota d’água, o início de uma guerra de provocações e insultos que se alimentava a cada vez que nos víamos. Já o Júlio era todo na dele, um cara zen, para quem tudo estava bom. Ele era o único dos três que frequentava o mesmo colégio que eu e, por conta disso, muitas vezes fazíamos as tarefas de casa juntos, ora na minha casa, ora na dele; coisa que eu procurava evitar ao máximo, alegando abertamente o quanto execrava aquele pulha do seu irmão do meio. Já naquela época, o Júlio me gozava toda vez que eu me referia ao Carlos daquele jeito, rindo e afirmando que era porque formaríamos o par perfeito se um de nós fosse mulher. - Você não vai começar a agir igualzinho feito seu irmão, vai? Que idiotice é essa de par perfeito? Eu lá quero ser sequer um par com aquele traste do seu irmão. – reafirmava eu, com todo meu empenho quando o Júlio soltava asneiras como essa. Ainda naquela noite, por conta do Lucas ter me feito recordar daqueles anos em que fomos vizinhos dos Aguirre, o fato que mais me marcou e que se transformou no motivo de eu passar a odiar o Carlos, ao qual o Lucas se referiu como o segredo que nos levou àquele impasse e, que ele queria descobrir, também voltou para me atormentar. Estávamos às vésperas das provas finais, na escola o Júlio tinha ficado com o meu caderno de química para conferir os resultados de uns exercícios com os quais ele tinha tido dificuldade. Precisando dele para estudar para a prova do dia seguinte, fui até a casa dele buscar o caderno. Dei de cara com o Carlos enfiado unicamente num short e todo suado, pois estava malhando numa barra instalada na garagem. - Pode entrar! – disse ele, sem interromper o exercício de barra com pegada supinada que estava fazendo. – O Júlio deve estar no quarto dele, você conhece o caminho. – emendou, fazendo questão de me mostrar como era ágil naquele exercício idiota. Caí mais uma vez feito um patinho na jogada malandra dele. Fui entrando na casa e não havia ninguém à vista. Chamei pelo Júlio sem obter resposta. O quarto dele estava vazio, assim como toda a casa, conforme constatei instantes depois, ao perceber que tinha sido ludibriado. Mesmo assim, ao ver a mochila do Júlio sobre uma poltrona, fui procurar pelo meu caderno e o encontrei no meio das coisas dele. Ao me virar para sair, topei com o Carlos barrando a porta, ainda um pouco ofegante por conta dos exercícios. - 38,2 cm de bíceps, está bom para você? Quer sentir como é duro? Dá uma apertadinha, dá! – exclamou ele, para me provocar. - Diz para o Júlio que peguei meu caderno de volta e, faça-me o favor de sair da minha frente! – respondi ríspido com a cara fechada. - Tenho outra coisa durinha para você pegar se quiser! – devolveu ele, não me deixando passar pela porta. - Sai da minha frente, Carlos! Que saco! Vá se exibir para quem gosta disso, o que não é o meu caso. – revidei furioso, tentando forçar a passagem por aquele corpanzil que já naquela época contava com 1,80m de altura e uns 80 Kg e que mal se mexeu com minha investida. - O que eu tenho de músculos nos braços você tem nessa bundinha tesuda! Dá uma pegadinha aqui, dá! Uma pegadinha rápida! – disse, dando uma sacudida na pica dentro do short. – Tenho certeza que você vai gostar! - Você é uma besta! Além disso, não sei se você sabe, mas quanto maiores os músculos, menor o cérebro. O seu não deve ter nem o tamanho de um grão de feijão. – retruquei caçoando. - Isso não existe, é pura invenção sua! Está desdenhando porque me acha um tesão e fica dando uma de virgenzinho recatado. – No fundo você sabe que tudo em mim é grande e tem medo de experimentar! – emendou, se vangloriando, e ainda pegando no cacete - Outra informação para esses seus parcos neurônios, quanto mais músculos menor o pinto. Portanto, não faça propaganda enganosa dessa mixaria aí. – retorqui, começando a ficar preocupado com a cara zangada que começava a se desenhar em seu semblante contrariado. - É mixaria, é, seu viadinho! Quer sentir a minha mixaria nesse seu rabão, quer? – questionou, me prensando com o corpão suado contra o batente da porta - Me solta, Carlos! Vá se foder! Me deixa sair! – contestei enraivecido e apavorado com aquela demonstração de força. Ele arrancou o caderno da minha mão e o lançou sobre a poltrona, me imobilizando com um abraço e tentando me beijar. Eu me debatia, socava o peito dele com as duas mãos cerradas e não conseguia impedir o avanço brutal dele. De repente, senti uma de suas mãos amassando minha nádega debaixo da bermuda. Não foi só pavor que senti naquele momento, mas um arrepio sensual que percorreu toda a minha espinha. Que troço estranho era esse? Subitamente, parecia que eu estava pegando fogo, um calor se espalhava pela minha pele, especialmente onde as mãos dele me tocavam. Como meus socos pareciam inócuos, eu espalmei as mãos sobre o peito vigoroso e suado dele, e tentei empurrá-lo para longe. Quanto mais eu forçava, mais ele me apertava em seus braços. O corpão dele era quente, dava para sentir nas palmas das minhas mãos, sensualmente quente e excitante, o que me levou a tirá-las rapidamente dali, interrompendo aquele contato que fazia meu corpo todo tremer. O Carlos ficava cada vez mais excitado, dava ver no olhar cobiçoso dele, na imensa ereção que expunha uma cabeçorra arroxeada saindo pelo cós do short, e sentir na maneira com a qual ele procurava estreitar o contato entre os nossos corpos. Como eu continuava me debatendo, ele me lançou sobre a cama, montando em mim e levantando minhas mãos acima dos meus ombros e as imobilizando contra o colchão. Eu já não sabia mais o que estava sentindo, era um misto de raiva, impotência, sensualidade, excitação e medo. Não adiantou muito eu ficar movendo meu rosto de um lado para o outro para fugir de sua boca, ela logo cobriu a minha com força e determinação, o que me fez parar de fugir daquela quentura e daquele sabor que invadia licenciosamente minha boca. Nem sob tortura eu ia admitir como aquilo era maravilhoso e, muito menos, que aquela cobiça toda do Carlos estava me dando um tremendo tesão. Após aquele primeiro contato entre as nossas bocas, algo nele também mudou. Ele já não me subjugava com tanta força, nem forçava a situação; apenas deixava-se envolver por aquela onda lasciva que percorria sua pele em contato com a minha. Eu estava sem camiseta e sem a minha bermuda, para onde tinham ido eu não sabia dizer, agora tudo que me cobria eram aquelas mãos deslizando impudicas pelo meu corpo, tocando partes nunca antes tocadas por algum estranho. Eu parecia querer mais, embora não soubesse que mais era esse. O Carlos sabia. Tanto sabia que levou um dedo até as minhas preguinhas anais e passou a movê-lo em círculos gananciosos, aos quais seu olhar predador dava ares de luxúria. Tudo para mim era um enorme desconhecido, uma incógnita que as fórmulas matemáticas que eu conhecia seriam incapazes de solucionar. Medo ante tudo isso era o que eu estava sentindo, muito medo. Esse pavor só fez aumentar quando o Carlos se levantou e tirou o short, deixando cair um imenso e pesado cacete do qual pingava um líquido translúcido e aromático que encheu o ar do quarto de um perfume almiscarado. - Tá aí a mixaria! 24cm, se quiser saber! Pode medir! – exclamou ele, divulgando soberbo o seu dote avantajado. Eu estava tão embasbacado e hipnotizado por aquele caralhão cavalar que não consegui articular as palavras, somente engoli em seco, sem tirar os olhos daquilo. Ele se movia à revelia do Carlos, crescendo e enrijecendo a olhos vistos. A cabeçorra insuflava e se tornava ainda mais destacada da já absurda grossura daquele falo. As veias que o revestiam iam se enchendo e se tornando salientes, o que me fez sentir um frenesi convulsionante no cuzinho. Meu olhar abismado percorria cada centímetro daquela rola e penetrava naquele chumaço de pelos escuros onde um sacão cavalar formava um volume globoso. Nele, se distinguiam os dois colhões pendendo em alturas diferentes e, tão insinuantes que dava vontade de tocá-los. O Carlos foi percebendo que eu estava diferente. Que, subitamente, eu não reagia mais com aquela braveza e, que meu olhar ganhara uma doçura pela qual ele ficava cada vez mais embevecido. Ele voltou a se inclinar sobre mim, já esperando uma reação agressiva de repúdio, mas ela não aconteceu, o que o fez colar lentamente sua boca na minha. Só podia haver alguma droga naquela saliva morna que se misturava com a minha, pois eu o deixei abrir as minhas pernas e levar meus joelhos até os ombros, sem nenhum dos meus costumeiros protestos. Ele fez o cacetão deslizar no meu reguinho liso e apertado, endurecendo a pica a tal ponto que lhe causava uma ligeira dor. A primeira tentativa de enfiá-lo na rosquinha pregueada, que ele podia distinguir perfeitamente na ponta da cabeçorra, fracassou. Na segunda, meu grito e minhas mãos agarrando seus bíceps, lhe confirmaram o êxito logrado. Ele estava dentro de mim, sentia meus esfíncteres apertando sua pica e prendendo-a entre aquela maciez úmida e quente, que lhe proporcionava um prazer inesperado. - Ai, Carlos! Está me machucando! Dói muito, por favor não me machuque! – gani, sentindo minha carne distendida e aquele homem enorme entrando em mim. - Não era uma mixaria? Do que está reclamando agora? – questionou ele. - Era isso que você queria, não é seu depravado? Provar que é mais forte do que eu, que tem um pau enorme. Pois bem, já provou! Pode me soltar agora. – respondi amedrontado com o que aquele cacetão latejando furiosamente dentro de mim poderia me causar. - Não quero te machucar, prometo! Também não quero provar nada. – retrucou ele com uma sinceridade e uma tenacidade no olhar que bastaram para me convencer. - O que você quer então? - Quero você! – sussurrou ele, tão afavelmente junto ao meu ouvido, enquanto o mordiscava, que fez meu cuzinho destravar permitindo que o novo impulso dele fizesse a pica deslizar até o fundo do meu cu, me preenchendo com aquela enormidade. Ele ficou um tempão dentro de mim, se mexia de vez enquanto, fazia um vaivém cadenciado que ia esfolando minha mucosa anal e abrasando meu cuzinho e me fazendo gemer lasciva e permissivamente. Era no tronco musculoso dele que eu me segurava, em suas costas que eu cravava as pontas dos meus dedos, a ponto de deixa-lo todo arranhado, em sua nuca vigorosa que eu deslizava carinhosamente as mãos, fazendo com que ele me beijasse cada vez com mais ímpeto. Os beijos dele abrandavam a dor que as estocadas enérgicas espalhavam pelo meu períneo, me fazendo sentir primordialmente o tamanho dele, sua quentura, sua virilidade preenchendo cada espaço das minhas entranhas acolhedoras. Todo meu corpo era perpassado por espasmos involuntários, por um prazer inusitado, por tanto tesão que eu já não queria mais me ver desgrudado do corpo e da rola dele. Ao dar por mim, eu estava gozando, envolvendo aquele torso suado em meus braços e deixando meu pinto esporrar livremente sobre meu ventre. Pensei no vexame, mas não me importei com ele. O que eu estava sentindo era tão maior e mais significativo que não valia a pena me preocupar com uma besteira dessas, embora aquele gozo expusesse irremediavelmente tudo o que eu estava sentindo. O Carlos parecia não se contentar em estar todo entalado dentro do meu cu, seus beijos e sua língua se movendo numa dança insólita com a minha queriam se fundir em algo único. Meus ganidos e aquele gemer contínuo o estavam deixando maluco, sem que ele conseguisse controlar aquele frenesi que crescia em sua virilha e fomentava contrações involuntárias em seus testículos. Por alguns segundos, ele cogitou tirar a verga do meu cu e esporrar do lado de fora, mas aquele roçar delicioso da minha mucosa agasalhando o caralho apressou tudo, e o primeiro jato de porra eclodiu volumoso e desenfreado, trazendo consigo um prazer que ele nunca havia sentido antes. Ele ficou me encarando o tempo todo que durou o gozo, esporrando e procurando desvendar no fundo dos meus olhos o que significava aquela imensidão esverdeada e fulgurante, quase transparente que, mesmo assim, não lhe dava uma resposta satisfatória. A única coisa da qual tinha certeza, era daquele prazer incomensurável que se instalara em seu peito, confundindo e embaralhando seus pensamentos e, quase impossível de admitir para si mesmo. Bastou eu ver o sangue entre as minhas coxas para despertar daquele torpor que me envolvera até então, assim que ele tirou o caralhão do meu cuzinho. Aquele sangue era minha vergonha, e eu fiquei furioso com o Carlos, como nunca tinha ficado antes. Ficou escancarado que eu era gay, e para a última pessoa nesse mundo para quem eu queria que ficasse sabendo disso. - Me desculpa, eu não quis .... – começou ele quando viu minhas coxas tingidas de sangue. - Você fez de propósito! Está contente agora? Era isso que você queria, não é, seu crápula desgraçado! – interrompi-o exaltado, envolto naquele vexame todo. - Não! Eu juro que .... Eu não queria .... – gaguejava ele tentando se justificar. - Pare de me olhar desse jeito! Eu preciso ir ao banheiro, me ajude a parar esse sangramento. – eu estava desesperado com aquilo, como eu ia explicar aquele sangue no meu cu se aquilo não parasse logo e eu tivesse que recorrer a alguém para me ajudar. O pavor não me deixava raciocinar direito, e eu já me via tendo que contar aos meus pais, ou pior, a um médico o que tinha feito. - Calma, Rafa! Isso logo vai parar de sangrar! Não precisa ficar nesse desespero todo. – afirmou ele. – Foram só algumas preguinhas que rasgaram! – emendou, como se fosse um expert no assunto, o que me deixou ainda mais irado. Por que eu estava tendo a sensação de que ele estava feliz com aquilo? - Pare de me pedir calma! Calma como, se não é você que está na minha situação? Nunca vou te perdoar por isso, você fez de propósito, eu sei! – vociferei exaltado. - É como se fosse o teu cabaço! – exclamou ele. Eu perdi o controle e parti aos socos para cima dele. - Cretino! Eu vou te matar, desgraçado! – berrei, enquanto começava a chorar de tão aturdido que estava. Entrei em casa tão afobado que consegui atrair a atenção da minha mãe e da empregada que estavam na cozinha envolvidas com sei lá o que, correndo diretamente para o meu quarto. Na veloz passagem pelas duas, minha mãe acabou me interpelando, sem obter resposta. - Você não tinha ido pegar seu caderno com o Júlio? Onde vai com tanta pressa e as mãos abanando? – questionou ela. Eu só pensava no meu cu sangrando. Ninguém podia ficar sabendo de nada, ou eu ia cair na boca do povo. Tudo por causa dele cavalo estúpido. Passei quase duas horas trancado no banheiro, torcendo e rezando para que os lenços umedecidos que eu passava pelo rego saíssem sem nenhum traço avermelhado; ao mesmo tempo em que maldizia aquele canalha do Carlos. Felizmente o sangramento cessou, mais por conta de eu ter parado de esfregar os lenços sobre as preguinhas que haviam se rompido do que propriamente pela gravidade das lesões. A aflição de ver meu cu sangrando é que me levou aquilo, eu achava que todo mundo ia ficar sabendo o que nós tínhamos feito no quarto do Júlio. Aleguei não estar disposto a jantar quando minha mãe veio me avisar que todos já estavam à mesa. - Ah! O Carlos está lá embaixo, ele veio te trazer o caderno de química que você emprestou para o Júlio. – disse ela, junto com o aviso da janta. - Pede para ele deixar o caderno, depois eu desço para pegar, por favor mãe. - Você está se sentindo mal? O que deu em você para ficar tanto tempo trancafiado nesse quarto? Deixa eu ver se está com febre. – de nada adiantou eu afiançar que estava bem, ela insistia para eu descer e comer alguma coisa. - Depois eu vou mãe. - Não vai agradecer o Carlos por ter trazido seu caderno? Olha os modos, Rafael! – era só o que me faltava, ter que olhar para aquele desgraçado depois de tudo o que ele me fez. Mais calmo, embora com os pensamentos a mil rodopiando na minha cabeça, eu só conseguia ver aquela jeba enorme e dura para qualquer canto que olhasse. Não me bastasse isso, ainda conseguia sentir a pele suada do Carlos colada na minha e aquela sensação insólita que voltava a me causar tremores por todo o corpo. Aquele cara cheio de músculos entrou em mim, eu o senti lá dentro, bem fundo, se revolvendo e me fazendo sentir coisas que eu nunca imaginei sentir. Tinha sido gostoso, muito gostoso. Era isso que ainda estava me deixando com tanta raiva dele. Levou mais de duas semanas para que voltássemos a nos ver pessoalmente. Não houve nenhum daqueles nossos costumeiros entreveros, ninguém fez provocações, apenas nos encaramos desafiadoramente, o que foi o suficiente para eu sentir a raiva se formando em meu peito ao mesmo tempo em que aquela sensação prazerosa dele dentro de mim crescia na mesma intensidade. Passados uns poucos meses estávamos novamente em pé de guerra, ele tirando uma com a minha cara, e eu tripudiando sobre o narcisismo dele. Um ano depois, minha família se mudou, e não tive mais notícias dos Aguirre. Fiz força para nunca mais pensar naquele sujeito. - Rafael! Ei, tem alguém aí dentro? Rafa, está me ouvindo? – o Lucas estava chacoalhando meu ombro para obter minha atenção. - Hã? - Hã, nada! Você não ouviu porra nenhuma do que eu falei, não é? – questionou exaltado. – Depois você fica me culpando por eu não ter dito nada para você, quando me canso de te explicar o que vai ser feito. – emendou, se referindo ao modo como eu o acusava de fazer as coisas sem me avisar. - Ei, está bem! Estou te ouvindo, não precisa arrancar meu ombro por conta disso! – protestei - Está ouvindo o caralho! Então repete o que eu disse. – desafiou - Você disse que vai ser preciso fazer uma viga de concreto de reforço nesse espaço para suportar o peso extra do andar de cima depois de remover a parede que divide os dois quartos que eram meu e do meu irmão quando morávamos aqui. – afirmei - Hã, menos mal! Pelo menos de corpo presente você estava! – retrucou ele. – Por onde andou a sua cabeça, pois aqui é que ela não estava? – acrescentou, para não dar o braço a torcer. - Deixa de ser implicante! Bem, e essa viga vai acrescentar mais quanto ao orçamento? Já vou te avisando que não vou te dar mais nenhum centavo, essa é a última vez, combinado? Toda vez que a gente vem para cá você arruma mais despesas. – devolvi - Combinado o escambau! Você está fazendo uma reforma, é claro que toda hora aparece um probleminha aqui outro acolá, eu te avisei antes de a gente começar, não foi? - Só que esses seus probleminhas custam uma fortuna cada um! – reclamei. - Não é comigo que você deve reclamar, mas com a casa que ficou esses anos todos sem a devida manutenção. – eu sabia que ele estava coberto de razão e, no fundo, estava feliz por ser ele a me orientar com aquela reforma. - A casa não vai ouvir minhas lamúrias, então protesto com você! – devolvi, abrindo um sorriso para ele. - Juro que não sei como o Betão te aguentou por tantos anos, se fosse eu, no lugar dele, já tinha te enchido de porradas algumas vezes. – asseverou, fazendo menção ao meu namorado falecido. - Nossa! Precisa ser tão grosso? – devolvi entristecido. Subitamente, senti um vazio enorme crescendo em meu peito, o Roberto e eu fizemos inúmeros planos para a reforma daquela casa e de como íamos morar sob aquele teto, nos amando e curtindo aquela felicidade toda que advinha do nosso amor. - O que foi agora? Tá me desculpa, peguei pesado, não devia ter falado do Betão. Vem cá, sua manteiga derretida, me desculpa, ok? Saiu sem eu pensar! – disse ele, quando repentinamente me calei e toda a tristeza pela perda do Roberto se transformou em lágrimas que não consegui conter, e ele me apertou carinhosamente em seus braços. Ficamos parados ali no meio da bagunça da obra, eu precisava daquele ombro amigo para encostar a cabeça e deixar toda aquela tristeza aflorar sem ter que me esconder. O Lucas sabia o que eu estava sentindo e, mais uma vez, foi solidário e carinhoso. Nossa amizade tinha disso, um sabia que podia contar incondicionalmente com o outro. Não sei quanto tempo ficamos abraçados em silêncio, por aqueles instantes, o mundo se resumia àquela solidão que ainda estava mais viva dentro de mim do que eu imaginava. - Interrompo? – inesperadamente, fomos arrancados daquele devaneio e trazidos à realidade por uma voz grave e estranha de um sujeito que não reconheci imediatamente. - Não! Não interrompe nada! – respondeu prontamente o Lucas. – Como entrou aqui? O que deseja? – emendou, um pouco contrafeito com aquele aparição repentina, enquanto eu virado de costas para o sujeito, passava as costas das mãos nos olhos úmidos. - Rafael? Faz tanto tempo! Não se lembra mais de mim? – fui me virando lentamente na direção da voz, e quando reconheci aquele olhos esverdeados, senti como se um tufão fosse me varrer dali. - Carlos? – mal se ouviu minha voz. - Como você está? Meus pais me disseram que os antigos moradores se mudaram e eu vi as obras começando, então vim ver o que estava acontecendo. – respondeu ele, ainda constrangido por ter me flagrado naquele momento íntimo. – Não sabia que estava de volta. Como estão seus pais? – disfarçou ligeiro. - Tudo bem! Estão todos bem, obrigado! E os seus? – parecia que o chão sob meus pés se movia, e eu não estava apenas confuso, estava receoso daquele encontro. - Você deve ser o antigo vizinho do Rafael, prazer, sou o Lucas! – apressou-se a intervir o Lucas, vendo que ambos estavam embaraçados com aquele reencontro. - Lucas, Lucas, acho que me lembro de você frequentando a casa. Vocês estudaram no mesmo colégio, não foi? Meu irmão Júlio também estudou com vocês, está lembrado dele? – questionou o Carlos, ficando ligeiramente mais descontraído. - Sim, sim, ele estudou conosco. E você então é o Carlos! Acho que não chegamos a nos ver naquela época, mas ouvi falar muito de você. – se o Lucas estivesse no meu alcance ia levar outro daqueles meus beliscões, pois estava falando mais do que devia. - Nem imagino o que possa ter ouvido ao meu respeito. – dissimulou o Carlos, sabendo que eu devia ter dito horrores sobre ele. - Nada de especial, é que o Rafael, a Martina e o Sr. José Eduardo costumavam comentar sobre a amizade que tinham com a sua família, daí me lembrei do seu irmão, de você e, de outro irmão de vocês, não é? Se não me engano vocês eram em três, não é assim? – retrucou o Lucas. - Sim, o Otto que está casado e mora em Florianópolis com a família, eu e o Júlio. Você faz uma ideia do que é feito do Júlio, Rafael? – perguntou ele, me encarando diretamente pela primeira vez. - Não, não faço ideia, perdemos contato há tanto tempo. – respondi. - Ele está casado, de papel e tudo, com um ex-colega de faculdade. Eles moram aqui perto, vou te dar o endereço, ele vai adorar te rever. – a maneira como ele disse aquilo soava como uma provocação, mas eu não estava em condições, momentaneamente, de entrar num embate com ele. - Ah é! Legal! – retruquei - Bem! Desculpe a interrupção. Já que está voltando, não vai faltar oportunidade para nos falarmos, não é? Até mais! Até Lucas! – o Carlos apertou a mão do Lucas como se quisesse medir forças com ele, deu para sentir no ar o clima de machos se estranhando. - Dê lembranças minhas aos teus pais, uma hora dessas dou uma passada por lá para cumprimentá-los! – falei ao me despedir. - Eles vão adorar! Sabe o quanto gostam de você! – revidou ele. Aquele silêncio do Lucas, após a partida do Carlos não me enganou. Ele estava louco para me encher de perguntas, mas estava dando um tempo, devido às minhas lágrimas recentes. - Carlos, Carlão, finalmente fico cara-a-cara com seu desafeto! Ele até me pareceu gentil. – afirmou o Lucas. - Pode parando! Sei onde essa conversinha mole quer chegar, não vou te contar nada sobre esse sujeito. – revidei, procurando outro assunto que o envolvesse. – Essa viga de reforço então vai ser feita esta semana, é isso? - Você trepou com esse cara! – o Lucas não mediu as palavras - Lucas! – berrei veemente com uma voz que ecoou grave e exasperada pelos cômodos vazios. - Trepou! – reafirmou ele, categórico. – E como isso foi acontecer, se vocês dois pareciam gato e rato sempre se engalfinhando? - Não quero falar sobre isso! É passado, já foi! Nunca mais vai acontecer, está me entendendo? Portanto, não toque mais nesse assunto, se não quiser perder a minha amizade! – ameacei - Nunca mais, é? - Nunca mais! – exclamei zangado. Ele deixou passar umas duas horas, voltamos a tratar de assuntos da reforma, e depois tornou a insistir com o único objetivo de desvendar o que para ele continuava sendo um mistério. Para ele, minha vida sempre foi um livro aberto, exceto por essa questão. A curiosidade o corroía há anos. - Ele te pegou à força, foi isso? Daí você ter ficado com tanta raiva dele. Só não entendo uma coisa, por que ele também sempre demonstrou tanto desafeto por você? E, sendo assim, como é que chegaram às vias de fato, quero dizer, a manterem relações sexuais? No meu entender, isso só acontece quando os dois estão a fim um do outro, ou estou enganado? – eu sabia que não ia me livrar de seu interrogatório, ele estava disposto a elucidar tim-tim por tim-tim daquela história. - Você é um porre, sabia Lucas! Cara, como você consegue ser um pentelho quando quer! – desabafei. – Eu detesto o Carlos porque ele é uma besta, simples assim. Ele só sabe se vangloriar com aquele físico ridículo. É só isso! – acrescentei - E como foi que vocês treparam? - Você não vai parar, não é? - Não, até você me contar tudo. - Pois bem, que seja! Mas, depois disso, você vai jurar que nunca mais vai tocar nesse assunto, estamos entendidos? - Não vou jurar nada! Se for preciso, volto a falar sobre isso, você bem me conhece, e não devia estar me impondo essas condições. - Nem sei porque ainda não te dei um chute no traseiro e te mandei à merda! Amigos como você são piores que os inimigos! - Está bem, blá...blá...blá! Agora desembucha! - Ele enfiou o pau em mim, foi isso. - Ora, deixa de ser besta! Que ele enfiou o pau em você eu mesmo já concluí. Eu quero a história toda. Relatei os acontecimentos daquele dia fatídico com a maior riqueza de detalhes de que me recordava. O que espantou a mim mesmo, foi que minha memória havia armazenado tudo, inclusive as sensações que senti e, que pareciam reviver à medida que eu narrava. - E foi isso, depois de enfiar aquela coisinha em mim, ele primeiro desapareceu por umas semanas, devia ter se arrependido da besteira que fez e não assumiu; depois, recomeçou a me tratar novamente como um cavalo que é. Está contente agora, seu enxerido? – questionei - Não! - Não, o que, Lucas? Porra, que saco! - Você disse que ele te mostrou a pica e ameaçou te foder depois de você ter desdenhado dela, certo? Então ele te pegou à força, para usar o termo correto, te estuprou, já que você não estava afim de levar rola, é isso? Depois você disse que ele te machucou de propósito, portanto, foi violento ao te subjugar. – enumerou ele, antes de declarar que eu devia ter aberto o jogo, pois aquilo configurava um crime. – Por que, então, você se calou e aceitou tudo numa boa? - Eu não aceitei numa boa, eu fiquei puto com ele. – respondi ligeiro. – Eu disse que o pau dele era uma mixaria, pois ele ficou se exibindo feito um pavão com aquela coisa. Ele não foi violento comigo. Usou um pouco daquela força toda que ele tem no começo, só para me impedir de acertar uns socos nele, depois que eu desisti de socá-lo ele não precisou mais usar a força. Mas, ele me machucou sim, e eu sei que foi de propósito. – reafirmei. - Sejamos justos! Sabendo que ele é um narcisista, chamar o pau dele de mixaria deixou ele furioso, qualquer homem com um pouco de brio ficaria. Você deve estar cansado de saber que homens têm orgulho da pica, desmerecê-la é super ofensivo. Eu não acredito, a menos que ele seja uma aberração, que o pau dele seja uma mixaria, um cara com aquele tamanho deve ter um pau proporcional e, só por aí, já dá para ter uma ideia do tamanho da benga. Se ele não foi violento, você poderia ter se defendido, afinal, você não é nenhum fracote indefeso, vocês têm praticamente a mesma altura e, embora você não seja trabalhado nos músculos, também não é mirradinho. Tudo isso me leva a crer que você não o impediu porque sentia alguma coisa por esse sujeito havia tempos. Você parou de reagir quando percebeu que estava gostando da coisa, isto é, de ele estar te pegando. – o Lucas tinha essa mania de querer bancar o psicólogo, especialmente comigo. - Pronto, falou o Dr. Freud! Eu jamais devia ter aberto a minha boca, você fica elucubrando ideias malucas e acha que são verdades absolutas. – sentenciei. O safado, não sei como, parecia chegar às conclusões certas, como aquele mínimo de informações. - Obrigado pelo elogio! Essa reação me diz que cheguei ao ponto. Você gostou, esse é o fato! Você só não, ele também gostou. Como os dois sempre estavam medindo forças e ninguém estava cedendo, continuaram a se agredir, por medo de revelar o que realmente sentem um pelo outro. E, de repente, no meio do coito ambos descobrem o quanto aquilo era maravilhoso e prazeroso. – agora ele estava passando dos limites, jogar aquilo na minha cara assim, sem eu estar preparado, exigia uma resposta. - Ódio! Eu sinto ódio daquele cara, e nada mais. – afirmei com toda a energia - O reverso da mesma moeda! – exclamou ele, me encarando com um risinho petulante. - Do que você está falando? Que bobagem é essa agora? - Vocês sempre estiveram um afim do outro, vocês se curtem, vocês se amam, seus trouxas! Como não confessam nem a si próprios o que sentem, começaram a brigar feito cão e gato. Brigar foi a forma que encontraram para garantir a continuidade e justificar um jeito de se relacionarem, sem que nenhum ceda e, principalmente, sem que ninguém desconfie. Se realmente não sentissem nada um pelo outro, vocês simplesmente se ignorariam, cada um seguiria sua vida sem nem cogitar a existência do outro. Mas, resolveram ficar se espicaçando e assim tinham como levar o relacionamento adiante. – afirmou categórico, feito um bruxo que parecia ter vivenciado cada um dos meus episódios aguerridos com o Carlos. - Não dá para falar com você! Nem sei porque ainda insisto. – retruquei, pois não tinha argumentos para refutar aquilo que se desenhava como verdadeiro em minha mente. O Lucas soltou uma gargalhada de satisfação, o mistério estava desvendado. As palavras do Lucas ficaram martelando na minha cabeça. Se era mesmo verdade que eu nutria algum sentimento pelo Carlos, por que nunca percebi isso? Vivi anos vizinho dele, chances para chegar a essa conclusão nunca faltaram, então por que nem ele nem eu descobrimos que gostávamos um do outro? Numa visita aos meus pais, fui questionado se os Aguirre e outros vizinhos ainda moravam na rua, pois meus pais sempre tiveram ótimas relações com a vizinhança. Eu disse que si, que inclusive tinha encontrado o Carlos. - Sempre gostei daqueles meninos, a Marluce e o Thomás educaram muito bem aqueles rapazes. Toda vez que o Júlio vinha lá em casa estudar com você ele cumprimentava a gente com carinho. Os outros dois eram um pouco mais reservados, mas ainda assim, muito gentis e educados. Além de bonitos, sejamos sinceros. Me recordo da Marluce mencionar que inúmeras garotas viviam ligando na casa deles atrás dos meninos. Foi uma pena termos perdido contato com eles, são pessoas muito boas. – afirmou minha mãe, ao que meu pai fez coro. – Faço questão de ir com você um dia nas obras e visitar a Marluce. – emendou ela. Me senti meio ridículo quando toquei a campainha da casa dos Aguirre com um belo arranjo de astromélias, murtas, margaridinhas amarelas, rosas e cravínias nas mãos. Aliás, minhas mãos estavam suadas e eu mais inquieto do que deveria, afinal era apenas uma visita de cortesia a antigos vizinhos. Foi a Marluce quem veio me atender, e lhe entreguei as flores. - Rafa, como você cresceu e ficou um homem lindo! – começou ela, para meu constrangimento ganhar força. – O Carlos me disse que era você quem estava reformando a casa para voltar a morar nela. Que bom! Vamos ser vizinhos novamente. Como estão seus pais? O que é feito deles? Sinto tanta saudade da minha amiga Martina! Mas, vamos entrando, a casa é sua. Lembra de quando vinha estudar com o Julinho? Ele vai adorar saber que você está de volta. Thomás, veja só quem está aqui! – ela não parava de falar, me recordei que era elétrica, mas agora isso estava me encabulando. Fui respondendo às perguntas dela e, às que o Sr. Thomás também me fez, enquanto nos alojávamos numas poltronas de vime da varanda que dava para o jardim dos fundos, que eu conhecia praticamente como a palma da minha mão, pois estivera naquela piscina diversas vezes com o Júlio e a galera de amigos da rua. Me obrigaram a ficar para o almoço adiando minha partida e meus planos de uma visita breve. Fui me descontraindo à medida que constatei que o Carlos talvez não morasse mais com eles, mas não me atrevi a perguntar nada sobre a vida atual dele, embora estivesse curioso para saber o que ele andava aprontando. - Oi filhão, veja quem veio nos visitar! – exclamou o Sr. Thomás para alguém que estava atrás de mim. Torci para que fosse o Júlio, embora meu real desejo fosse que o Carlos estivesse parado ali. - Já nos encontramos umas semanas atrás! – era o Carlos. Demorei a me virar na direção dele para que ele não percebesse que repentinamente fiquei sem ação. - Sim, foi você quem nos contou que ele estava reformando a casa. – sentenciou a Marluce. - Veio sozinho? E o namorado, não veio inspecionar a obra com você? – ele era mesmo uma besta. Na primeira oportunidade me coloca numa fria diante dos pais. Ah, Lucas, depois você tem a coragem de me dizer que eu amo esse sujeito. Você está redondamente enganado, eu odeio ele. - Você também tem um namorado? O Julinho também se apaixonou por um rapaz, são casados agora, demorou um pouco para que o Thomás e eu nos acostumássemos a essas novidades. Na nossa época isso era tratado como pura sem-vergonhice. Os tempos mudam. Mas, o Julinho está feliz e é isso que importa. Eles se dão muito bem, graças a Deus! – dessa vez o falatório da Marluce me deu tempo de respirar e disfarçar o quanto fiquei abalado com a revelação do Carlos. - É os tempos mudam! – balbuciei constrangido. - Você precisa nos apresentar o moço, ele vem morar aqui com você? Também se casaram? – continuou ela, imperturbável com o clima tenso que se formou. - Não, por enquanto ainda não! – menti, sem saber porque não neguei que não tinha nenhum namorado, marido ou seja lá que nome as pessoas estejam dando a um casal homossexual. O que eu queria naquele momento, era esmurrar aquela cara desaforada do Carlos que continuava a me encarar de forma debochada. - O Otto também se casou, mas com uma mulher! – a exclamação parecia aliviar os sentimentos de mãe dela. – Nos deu dois netos lindos, um meninão e uma garotinha que é a coisinha mais fofa desse mundo. – revelou coruja. – O Carlos é que ainda não encontrou ninguém, não é meu amor? Mas, sei que não tardará a encontrar alguém que te ame tanto quanto você merece. – emendou ela. Ele a beijou na testa e lhe dirigiu um sorriso conivente. Não me admira que o crápula continue solteiro e sozinho, com esse gênio do cão, duvido que vá encontrar quem o ature; a menos que seja alguém cego e estúpido que se deixe levar pela aparência linda e exuberante da casca e não enxergue o miolo mofado, pensei com meus botões. Com o dia nublado e relativamente frio, a fabada asturiana que a Marluce serviu no almoço veio a calhar. Eu já havia comido esse prato algumas vezes quando criança assim que o Júlio e eu voltávamos da escola, e ele estava delicioso como me lembrava. - As únicas vezes em que comi fabada foi você quem fez, está uma delícia! - elogiei - Me recordo do quanto você gostava da minha comida, agora que vai morar aqui ao lado, vou fazer as que você mais gosta! – retrucou ela, satisfeita com meu elogio. - Precisa ver se o namorado dele também gosta de comida espanhola! – sentenciou o Carlos. - Aposto que gosta. Se teve a sensibilidade de se apaixonar pelo Rafa, é porque eles têm gostos parecidos. – devolveu a Marluce. Qual é a desse sujeito? Inventou, não sei como, que eu tinha um namorado, e agora ficava me atormentando com esse assunto. Já estava começando a cogitar em não vir morar na casa, pois esse babaca ia fazer da minha vida um inferno. Saí da casa deles no final da tarde, sob uma garoa gelada e com a promessa de voltar com os meus pais. Por sugestão do Thomás, o Carlos foi quem me levou até o portão. - Você é mesmo um cretino, não é? Para que foi inventar para os teus pais que eu tenho um namorado? O que você ganha com isso, me difamando diante deles? Vá cuidar da sua vida! – despejei, assim que ficamos a sós. - Cretino é você! Eu por acaso menti? Não inventei nada, eu vi você agarrado nos braços do cara que você me apresentou como sendo o engenheiro. Você deve ser o cliente Vip dele, para que ele te dê uns amassos enquanto toca a reforma, e quem sabe até umas bimbas. – revidou ele. - Você nem sabe o que viu, e já foi tirando conclusões! Em vez de ir xeretar onde não é chamado, vai procurar uma infeliz ou um infeliz que te aceite com esse monte de defeitos, seu babaca! – sugeri. - Vá se ferrar, ou melhor, vá se foder! Pede para o teu namorado te dar umas enrabadas para controlar esse seu mau gênio. Só mesmo uma pica no teu cu para domar essa índole selvagem. – devolveu ele. Enquanto isso eu entrei no carro e ele voltou para dentro pisando firme e bufando feito um bode velho. Caí na asneira de contar para o Lucas aquele encontro funesto. Ele primeiramente riu, uma risada safada, depois voltou a me afirmar que ambos precisávamos assumir o amor que sentíamos um pelo outro. - Que amor, seu maluco? Eu não acabei de dizer que minha vontade era a de esmurrar a cara daquele imbecil? De que amor você está falando? Aposto que ele, se pudesse, também ia me dar uns safanões por eu ter dito poucas e boas. – questionei. - É o amor! – cantarolou o Lucas, antes de soltar uma risada sem controle. - Bem, agora que eu te contei tudo o que você queria, eu vou exigir algo em troca! Você não vai desmentir essa história de ser meu namorado, promete? Sei que seu negócio é mulher, só mulher, e eu juro que não vou te fazer passar nenhum vexame em público. Deixa aquele cretino pensar que estamos namorando, talvez assim ele desista de me aporrinhar. – exigi. - Quer fazer ciúmes no sujeito me usando, é isso? Fala sério, Rafa! Sabe o que vai conseguir com isso? Ele vai te disputar no tapa com qualquer um que invente de se meter com você. E, sinceramente, eu não estou nem um pouco afim de ter a cara arrebentada por um macho ciumento. Além do mais, você sabe que a coisa entre a Sueli e eu está ficando séria, não quero que nada atrapalhe isso, entendeu? – argumentou ele. - Pode abrir o jogo com a Sueli, conta para ela que você só está me dando uma força, que não rola nada entre a gente. Ela vai entender. Ele não vai se atrever a fazer nada com você, não precisa amarelar! Vendo que não estou disponível, ele desiste. – conjecturei. - Vai se iludindo, vai! Preciso sondar a Sueli primeiro, se eu perceber que ela não gosta da ideia, estou fora, combinado? A Marluce tinha me dado o número do celular do Júlio e eu entrei em contato com ele. No colégio tínhamos uma boa amizade, não tão intima e forte quanto a do Lucas, mas consistente o suficiente para que frequentássemos a casa um do outro às vésperas das provas para estudarmos juntos. Na verdade, foi assim que mantive contato com a família dele enquanto morávamos vizinhos. O que me levou a ligar para ele foi o fato de eu ter ficado surpreso quando soube que ele tinha se envolvido com um outro homem. Eu nunca havia notado essa inclinação dele quando éramos adolescentes. Talvez tivesse sobrado um pouco daquela amizade dos tempos do colégio, e valia a pena retomá-la caso ele também estivesse a fim. Meus pais se prontificaram a fazer um churrasco em casa e convidamos a Marluce e o Thomás, o Júlio e o namorido, com a intenção de voltarmos a manter contato. Nossos pais tinham uma década de assuntos para pôr em dia. O Júlio que, como os outros irmãos, sempre tinha sido um cara lindo e cobiçado, ainda fazia jus ao adjetivo e, ao lado do tremendo gato com quem se casou, formam um belo casal. O bacana do reencontro, foi que não tivemos melindres em falar abertamente das nossas condições. O Júlio me confessou que suspeitava naquela época que eu era gay, pois tanto quanto ele, ambos tinham pouco ou nenhum interesse pelas garotas. Ele se descobriu gay bem antes de mim, e isso o levou a pensar que eu também era, embora reconhecesse que eu devia estar travando uma batalha comigo mesmo e, talvez até negando a minha condição. Ricardo, o marido do Júlio, é tudo com o que um gay pode sonhar, másculo, bonito, sexy e hipercarinhoso. Confesso que cheguei a ter aquela inveja boa do Júlio quando vi como o Ricardo era atencioso e protetor com ele. Quase uma utopia, coisa de filme hollywoodiano que, porém, ele estava vivendo com a maior naturalidade. - Foi meu irmão quem me contou que você estava reformando a casa dos teus pais com a intenção de morar nela. – revelou ele. - Pois é, estou às voltas com uma reforma que está detonando minha conta bancária. Ainda bem que tenho o Lucas, lembra dele, para me ajudar. – respondi. - Lembro, lembro sim! Vocês sempre foram muito chegados, não é? Eu trocava uns ‘ois’ com ele no colégio, mas era só. É um cara bem legal, pelo menos era naquela época; mas sempre tive a impressão que ele evitava os carinhas que, digamos, não eram tão machos quanto a galera dele. A única exceção era você. Não me surpreendi quando o Carlos me disse que estão namorando. Pensam em morar juntos naquela casa? – questionou - É, o Lucas é um cara maravilhoso, sempre nos demos muito bem. – limitei-me a responder, pois não queria que aquela mentira crescesse e acabasse por me fazer ser visto como uma pessoa pouco confiável. Mais uma vez eu devia essa situação àquele pulha do Carlos, não fosse ele se meter na minha vida, nada daquilo estaria acontecendo. - O Carlos também me contou que vocês já andaram se estranhando outra vez. Sabe que eu nunca entendi essa birra que vocês têm um do outro. O que me recordo é que vocês tinham altos paus durante a adolescência, chegava a dar medo quando ficavam se ameaçando feito dois leões. – afirmou - Seu irmão me tira do sério! Você e o Otto sempre foram gente boa, mas o Carlos é um traste, me desculpe a sinceridade, sei que é seu irmão, mas aquele sujeito não me desce. – asseverei. - Isso é tão bizarro, pois ambos são pessoas incríveis, tinham tudo para serem ótimos amigos, não faço ideia do que pode ter dado errado entre vocês dois. – retrucou ele. - Incompatibilidade de gênios! Nos odiamos. – afirmei. Eu não podia estar mais feliz com o resultado da reforma, a casa ficou moderna, linda e aconchegante. O Lucas não era apenas meu melhor amigo, era um cara com quem sempre pude contar e, do jeito que era possível, eu o amava um tantão, e ele sabia disso. Além dos problemas típicos de uma reforma, tive que lidar com os que o Carlos causou. Ele apareceu algumas vezes durantes estes meses. Vinha quando via meu carro estacionado na calçada com o único intuito de me aporrinhar com suas observações belicosas. Segundo observou o Lucas, essas aparições sempre se davam quando ele também estava presente, o que o levou a imputá-las ao ciúme que o Carlos sentia de mim. Como o Lucas também não simpatizou com o Carlos, aqueles breves encontros criavam um clima tenso e hostil, uma vez que o Lucas não era do tipo que aturava muita coisa. De minha parte, eu fazia questão de ignorar a presença do Carlos, quando não o mandava embora usando expressa e claramente todas as palavras para expulsá-lo de lá. Há poucas semanas do final das obras, e durante uma de suas aparições inoportunas, acabamos por ter uma briga feia por conta de ele ter me acusado de ser um ‘galinha’ e dar a cu para o primeiro macho que visse pela frente. A acusação sem o menor fundamento, se deu porque ele me flagrou mais uma vez abraçando o Lucas enquanto eu lhe dava um beijo por conta de um problema complicado surgido na parte hidráulica e que ele resolveu por meio de um custo bem abaixo do qual alguns especialistas tinham me passado. Sem a menor paciência para aturar seus rompantes, eu o mandei à merda, e que nunca mais voltasse a pôr os pés na casa. Ele ficou possesso, mas não se deu por vencido. Durante um jantar na casa do Júlio, ele voltou a me insultar e acabamos brigando pela milionésima vez. Foi quando decidi que colocaria a casa à venda ao final da reforma. Eu não ia conseguir viver com aquele sujeito como vizinho, me atormentando dia e noite como fazia quando éramos adolescentes. Ninguém se conformou com a minha decisão, especialmente o Lucas que tinha acompanhado todo o meu entusiasmo em viver naquela casa. Meus pais ficaram sem entender essa súbita mudança de planos e se entristeceram com a notícia, mas eu não podia revelar o real motivo de estar abdicando daquele sonho. Algo parecido foi a reação dos pais dele, para quem eu também não revelei a verdade. Me abri apenas com o Júlio e o Ricardo, pois o reatamento da nossa amizade permitia confissões daquele naipe. - Eu acho uma tolice você abrir mão do seu sonho, só porque meu irmão não para de te importunar. Vou ter uma conversa séria com ele, isso já ultrapassou todos os limites do bom senso. Ele não é mais nenhum garoto que pode ficar provocando os outros sem sofrer as consequências de seus atos. – asseverou ele. - Não! Por favor, não diga nada a ele sobre a minha desistência. Vai parecer que eu estou arregrando e que ele triunfou mais uma vez. – revidei apressado. - Quer dizer que vocês dois estão mesmo medindo forças até agora? Os dois são uns cabeças-duras! Que raios acontece com vocês? – devolveu ele curioso. Se eu contasse o que aconteceu entre nós na adolescência ele talvez compreenderia minha posição, mas isso eu não estava a fim de abrir para ninguém mais. Três imobiliárias afixaram as placas de – VENDE-SE – no gradil da fachada na semana seguinte à conclusão das obras. Fiquei sabendo por meio do Lucas, que tinha levado dois peões para buscar ferramentas e equipamentos que ainda tinham ficado na casa, que o Carlos tinha ensandecido de vez quando viu as placas e, que tinha ido ter com ele enquanto os peões colocavam os equipamentos na camionete. - Foi você quem meteu na cabeça do Rafa essa ideia de vender a casa? – questionou o Carlos, segundo o relato do Lucas. - Não! - De onde, então, ele tirou essa ideia? - Vai precisar perguntar isso diretamente para ele. - Já liguei no celular que meu irmão me deu e fui até a casa dos pais dele, mas não o encontrei. - Talvez ele não queira que você o encontre! - E porque ele faria uma coisa dessas? Se não estivesse sendo influenciado por alguém, ele não tomaria esse tipo de decisão. – a recriminação era dirigida expressamente ao Lucas. - É provável que tenha se cansado das tuas abordagens que, convenhamos, são muito impertinentes. - Não preciso que me digam como devo lidar com o Rafa, eu o conheço há anos, e isso é assunto nosso. - Então vire-se! O que eu sei, é que ele está saturado das suas atitudes, a tal ponto de desistir do sonho de viver nessa casa. O que eu, particularmente, lamento, pois gosto muito dele e gostaria de vê-lo feliz; coisa que dificilmente ele conseguiria tendo você como vizinho. – o Lucas não se intimidava com aquele sujeito arrogante e sua diferença com ele só aumentava. - E quem é você para afirmar que sou eu o responsável pela infelicidade dele? Se você não estivesse metido nessa história tudo seria diferente. - Diferente como? O Rafa não é mais aquele garotão ingênuo do qual você se aproveitou quando adolescente. Desde então, ele passou por muita coisa, inclusive a perda do namorado por quem estava apaixonado e com o qual teve momentos maravilhosos. – o Carlos ficou estupefato, era a primeira vez que isso lhe chegava aos ouvidos. - Perda? Como assim, que perda? – questionou atordoado. – E, para o seu governo, eu nunca me aproveitei dele! O que rolou entre ele e eu no passado não é da conta de ninguém. - O namorado dele morreu há pouco mais de dois, vitimado por um câncer, o que deixou o Rafa sem chão. – revelou o Lucas, a contragosto, pois ele achava que o Carlos não merecia nenhuma explicação. – Quanto ao que rolou no passado entre vocês dois, se você não tivesse sido um canalha, ele talvez não estivesse tão ressentido com você até hoje. - De qualquer maneira, ele, pelo visto, superou tudo muito facilmente. Não perdeu tempo para se pendurar no seu pescoço, não é? – aquilo tinha sido a gota d’água para o Lucas. - Você não passa de um canalha! Nunca soube e nem se preocupou com os sentimentos do Rafa. – o Lucas me disse que o Carlos intentou partir para cima dele. - Não seja mais idiota do que já é! Você não me intimida, há tempos tenho vontade de te enfiar umas porradas na cara. Além disso, esteja certo de que se eu estiver levando a pior, meus funcionários vão me ajudar a quebrar essa sua cara entojada. – ameaçou - Não tenho medo das tuas ameaças! Um, dois ou três não vão fazer a diferença. Se preciso, achato a cara dos três! Quem não merece o Rafa é você! Se sentisse por ele o que eu sinto, lutaria até o último suspiro para consegui-lo! - Então deixe de ser cretino, seu babaca! Apesar de você ter sido um crápula com ele na primeira vez dele, ele nunca te esqueceu. – afirmou o Lucas. – Eu não devia, mas faço isso pelo meu amigo Rafa e não por você, pois quero a felicidade dele, mesmo que isso esteja atrelado a um canalha feito você. Ele e eu nunca tivemos nada, além de uma amizade que vem rompendo os anos, cada vez mais sólida. O Rafa se aproveitou do que você achou que presenciou naquele dia e da confusão que você fez a partir daí, para te fazer ciúmes. Se ainda lhe resta um pouco de sensibilidade, pense a respeito. Por que ele faria você sentir ciúmes? - Porque gosta de mim? – segundo o Lucas, a cara que o Carlos fez ao chegar a essa conclusão foi a coisa mais bizarra que ele já tinha visto, e arrancou-lhe uma gargalhada ao ver aquele troglodita, que há pouco ameaçava todo mundo, ficar mais manso e atordoado do que um cachorrinho perdido. - Ufa! Finalmente esses neurônios conseguiram atinar com a coisa! – disse me o Lucas, esclarecendo que nem essa última ofensa causou alguma reação no Carlos, ele estava absorto com o que acabara de descobrir. - Me diga onde ele está, por favor! Não posso perdê-lo mais uma vez! – quem se espantou com essas palavras, dessa vez, foi o Lucas. O estrupício gosta mesmo do Rafael, concluiu, confirmando suas suspeitas. - Ele foi passar umas semanas na casa de praia da família, sabe onde fica? – segundo o Lucas, o Carlos virou as costas e saiu feito um raio, para um destino que ele não precisava ser nenhum vidente para saber qual era. Era uma quarta-feira nublada e fria de julho. O sol tinha feito uma aparição ligeira e derradeira quando já estava imerso pela metade no horizonte, lançando seus fracos raios dourados sobre o azul profundo do mar. A praia estava deserta, à exceção de dois pescadores amadores ao longe que tinham lançado suas redes na expectativa de terem peixe fresco no jantar. O vento que soprava de sudeste era frio e tinha o cheiro salgado do mar, e me obrigava a me encolher no abrigo grosso de moletom, enquanto acompanhava o pôr-do-sol sentado numa elevação de areia junto à praia. Eu estava tão absorto em meus pensamentos, ponderando o que faria da minha vida agora, que aquele sonho tinha se perdido, como tantos outros que já tive na vida, que não reparei quando ele se aproximou pelas minhas costas. A areia fofa impediu que eu ouvisse seus passos e quando o notei, ele já estava sentado ao meu lado. Por alguns segundos pensei em sair caminhando ao longo da praia para não ter que enfrentar mais essa batalha com ele. Estava cansado daquilo, de toda uma vida discutindo com aquele sujeito por algo que nem mesmo eu sabia dizer o que era. - Perdão! – disse ele, depois de uns minutos em silêncio quando também fixou seu olhar no horizonte. - Você não deveria estar aqui! Eu desisti, isso já não é o suficiente? - Mas eu jamais vou desistir .... de você! De nós! – devolveu ele, sereno e com um tom de voz doce que nunca ouvi sair daquela boca. - Pois deveria! Estou farto dessas brigas inúteis que não vão nos levar a nada. - Não vim para brigarmos! Vim para te dizer que te amo, que quero você desde a primeira vez em que te vi. Quero te dizer que sei que fui um tolo e insensível. Quero te pedir perdão, e uma chance, só umazinha, para te provar que você é tudo na minha vida. – fiquei abalado, nunca esperei que ele me dissesse algo parecido. - Até quando? Até você se gabar novamente da sua masculinidade, até me dominar e gozar outra vez em mim, provando que você é o macho e eu sou apenas um viado que precisa aceitar todos os seus disparates? Seu único foco sempre foi exibir sua virilidade, seja me mostrando seus músculos, sua força, seu pinto; e gozar me inundando com teu esperma, como fez naquele dia. - Sim, eu gosto de gozar, adorei gozar em você; mas também gosto da outra parte, na verdade, gosto mais dessa outra parte porque gozar é consequência natural dela. – eu estava achando aquele palavreado meio confuso, não fazia ideia do que ele estava falando. - E de que parte você está falando? - De ter alguém especial e estar com essa pessoa, compartilhar a vida com ela. – afirmou, me surpreendendo. – O que foi, só porque sou homem e ativo não posso gostar dessa parte? - Pode, claro que pode! Só estou te estranhando, e surpreso; nem parece você! - Isso porque você sempre quis me ver e julgar pelos teus parâmetros! – retrucou ele. - Nós nos magoamos muito, será que existe algo que possa superar essas mágoas? - Tem sim, o amor que sentimos um pelo outro! - Já não sei se o que sinto é amor, ou apenas uma teimosia que carrego no peito desde aquela tarde no quarto do Júlio. - Você sabe que é amor! Aquela tarde e o que aconteceu entre a gente nos uniu para sempre. Nós fomos apenas tolos ao não nos darmos conta do que aquilo significou. – afirmou ele, numa sensatez que me deixou espantado. – Você me acusou de ter te machucado intencionalmente, eu juro para você que não foi. Eu estava tão empolgado em ter você nos meus braços e, com tanto tesão por sentir seu corpo atado ao meu que deixei a tara falar mais alto. Foi só quando vi você sangrando que percebi que tinha extrapolado. Fiquei tão preocupado com você que fui te procurar na sua casa logo em seguida, mas sua mãe me disse que você não queria me ver. Fiquei arrasado, juro. Eu devia ter ficado ao seu lado, reconfortando seus medos, e assumindo minha culpa. – nunca mais tínhamos falado sobre isso esses anos todos, e agora aquilo ressuscitava das cinzas. - Nunca senti tanto medo quanto naquele dia, eu achava que todos iam descobrir o que tínhamos feito, por conta do meu cu sangrar daquele jeito. Sei que foi injusto da minha parte jogar toda a culpa em você por aquilo ter acontecido, mas tinha sido a minha primeira vez, e eu não passava de um boboca que não conhecia nada da vida. – assumi - Eu já tinha estado com algumas garotas do colégio e, da nossa própria rua, mas quando te vi sangrando foi como se eu me sentisse macho pela primeira vez. Naquele dia eu senti que era minha responsabilidade cuidar e proteger quem eu viesse a amar no futuro. O que eu não desconfiei naquele instante, foi que esse futuro começou a se desenhar logo nas semanas seguintes; fiquei apavorado, pois não estava pronto para assumir responsabilidades desse tipo, não soube lidar com a situação. O fato de ser três anos mais velho do que você não fazia de mim um homem, eu ainda era um garotão com muita testosterona nas veias, mas pouca responsabilidade para assumir meus atos. Eu não tinha como cuidar de você, não estava pronto para encarar um desafio desse porte. Contudo, aquela imagem de você fragilizado e assustado nunca se apagou da minha mente. Eu só queria te proteger. Desde então, sonho em ter você em meus braços, sonho com o carinho que você me deu naquele dia, sonho com o jeito doce que você me beijou quando terminei de galar seu cuzinho. Eu te amo Rafael! Amo muito! – confessou ele. Como eu queria que tudo aquilo fosse verdade. Havia uma última e fina fatia do sol no horizonte, já sem o poder de iluminar o firmamento que ia ganhando cada vez mais estrelas, ainda tímidas tremelicando sua luz distante. Estávamos sentados tão próximos sobre aquela elevação de areia que ainda guardava o calor do dia, que nossos ombros se tocavam. Ambos pareciam ter esgotado os argumentos, e ficamos em silêncio, admirando o final do pôr-do-sol. A mão dele foi se aproximando lentamente da minha, até envolvê-la. O calor que ela emanava não me deixou recuar. Eu conhecia esse calor, mesmo dez anos depois, eu o tinha vivo na memória, foi com essa quentura que ele cobriu meu corpo com o dele e me possuiu. Quem nos obrigou a procurar abrigo foi o vento gelado que se intensificava à medida que anoitecia. Haviam se passado horas antes de caminharmos pela praia deserta em direção à casa. - Posso passar a noite aqui? – perguntou ele. A espera pela resposta demorou mais do que ele supunha. - Pode! – respondi, sem saber se era isso mesmo que eu queria. Eu não queria mais sofrer por esse homem, pois foi só isso que ele me deu esses anos todos. Por outro lado, as palavras dele na praia estavam promovendo um caos na minha cabeça. Se elas fossem verdadeiras, eu podia amar esse homem como já o tinha amado uma vez. Se fossem falsas, eu ia sofrer novamente. - Eu mudei, juro! Não se negue a mim! Eu te amo e não posso me dar ao luxo de te perder como daquela vez. – eu preferiria que ele não dissesse essas coisas, pois só estavam fazendo o prumo da balança pender para uma rendição irrestrita em direção a ele. – Sei que você já me amou uma vez, o que fez aquela experiência e aquele dia serem tão especiais para nós dois. Tente só mais uma vez, por favor! – eu quase confessei que isso já vinha acontecendo, desde o dia em que nos reencontramos, mas não queria dar tanta moleza. Era tarde quando o deixei com um – Boa noite! – terminando de assistir a um filme na TV, com o qual estivemos nos distraindo talvez por falta ou coragem de ter o que conversar, uma vez que nossas conversas, até então, não costumavam ter um final feliz. Tinha acabado de me despir quando a porta do quarto se abriu. Estava me preparando para questioná-lo sobre a sua presença ali e sobre o que desejava quando, ao me virar na direção dele, deparei-me com ele sorrindo para mim, enfiado apenas na cueca boxer onde uma gigantesca ereção formava uma tenda. Tirei a minha cueca, pois sabia que não precisaria mais dela por aquela noite. Quando me abraçou por trás, eu já estava nu. O beijo úmido na minha nuca e a encoxada firme vieram ao mesmo tempo e provocaram um frenesi que se espalhou por todo meu corpo. Do corpo musculoso do garotão de uma década atrás ainda se faziam presentes todos os traços que me fizeram estremecer de desejo naquela época, mas a eles, haviam se somado pelos mais densos tanto nos braços quanto nas coxas e no tórax largo e cabeludo. Ele também havia crescido, tinha ganho, no mínimo, uns oito centímetros, estava mais homem, o que se refletia em seu rosto hirsuto e mais ciente de seu poder de sedução, o que anos atrás, ele precisava verbalizar propagandeando seu físico atlético e sua masculinidade. Sem ter que provar mais nada, era seu olhar sexy que transmitia sua avidez e sua virilidade, que não precisava mais ser alardeada, pois estava implícita naquele corpão másculo cheio de necessidades. A não ser pela minha respiração acelerada e ligeiramente intercalada por inspirações mais profundas, eu não reagia e nem negava nada àquelas mãos pesadas que acariciavam a pele dos meus ombros, contornavam meu tórax, afagavam meus mamilos excitados, desciam vorazes para o meu ventre deslizando sobre a minha pele arrepiada e quente, enquanto os beijos no cangote e mordiscadas nas minhas orelhas enchiam-no de um tesão incontrolável. A excitação crescente dele se fazia sentir nas minhas nádegas onde a rigidez do cacete dele cutucava minha carne polpuda. Por um tempo, fiquei alisando os pelos dos braços dele, enquanto minha cabeça levemente lançada para trás, pousava sobre seu ombro, dando espaço para que sua boca alcançasse a minha e a cobrisse com seus beijos lascivos, aos quais eu retribuía com franca generosidade e volúpia. Dei os dois passos que me separavam da cama e fui me inclinando sensualmente de bruços, enquanto ele tirava a cueca e vinha para cima de mim com aquele cacete colossal, ao qual os anos também acrescentaram mais alguns centímetros tanto no comprimento quanto na espessura, tornando-o assustadoramente cavalar. Apartando as bandas da minha bunda com ambas as mãos, ele expos minha fendinha rosada profundamente protegida no rego alvo e lisinho. Ao sentir a língua úmida dele lambendo minhas preguinhas eu soltei um gemido languido e permissivo. Havia mais de dois anos que nenhum homem tocava nelas e meu corpo carecia daquela sensação tanto quanto meus pulmões de ar. O frenesi cada vez mais intenso espalhava espasmos por todo meu corpo e eu gemia comedido como se estivesse no cio. O Carlos ficava cada vez mais excitado, sua gana predatória se manifestava através da força de sua pegada, que ia me cerceando e me imobilizando aos poucos, até eu estar subjugado e à mercê de sua tara. Mantendo minha bunda aberta, ele enfiou um dedo no meu cuzinho, movendo-o libidinosamente entre meus esfíncteres que o aprisionaram e o mastigavam em êxtase. Eu gemia sem o menor pudor, anunciando que meu tesão estava pronto para a junção carnal de nossos corpos. Ele enfiou um segundo dedo, distendendo as preguinhas que há tempos não sentiam tanto prazer, me obrigando a ganir. Ajoelhado próximo à minha cabeça, ele a trouxe para junto de sua virilha pentelhuda. O caralhão com a glande molhada e reluzente pendia a centímetros do meu rosto, fazendo com que seu perfume almiscarado invadisse minhas narinas e me instigassem a abocanhá-lo. Ao fechar meus lábios ao redor da cabeçorra o Carlos soltou um grunhido gutural e rouco, junto do qual um eflúvio abundante de pré-gozo viscoso escorreu na minha boca. Foi a primeira vez que senti o sabor dele, o sabor de macho, o sabor do homem que estava prestes a me foder o cuzinho que eu não via a hora de lhe entregar. Quando o Carlos me desvirginou, eu quase não tinha conseguido admirar seu falo tão de perto como agora. Minha mão mal dava conta de se fechar ao redor dele, tão grosso estava com todo aquele sangue a irrigá-lo e fazê-lo latejar, quente e duro. Era um cacetão reto e pesado que intimidava não apenas pelo tamanho, mas também pela intrepidez cobiçosa que exibia. À medida que ia adentrando ao denso emaranhado de pentelhos também ia espessando até se fundir com o sacão globoso, cujos testículos imensos tinham seu contorno delineado sob a pele coberta de pentelhos encaracolados. Segurando o cacetão numa das mãos, eu o ergui e coloquei primeiro uma das bolonas borrachoides na boca e a acariciei com movimentos circulares da minha língua ao redor dela. O ar escapava entre os dentes cerrados do Carlos como um sibilo rouco. Em seguida, abocanhei o outro colhão e dei a ele a mesma devoção afetuosa que ao primeiro. Ambos estavam perceptivelmente abarrotados e sua consistência quente era o prenúncio do que me esperava. - Quer me enlouquecer com essas carícias na minha pica, não é, Rafa? Se você soubesse como venho sonhando com isso todos esses anos. Mesmo no auge de nossas brigas eu conseguia ver esse olhar carinhoso no fundo dos teus olhos, e era ele que me dava esperanças, mesmo naqueles momentos mais improváveis. – sussurrou ele, contorcendo-se em meio a excitação que lhe anunciava o gozo iminente. A suculência daquela pica não me deixava soltá-la, o sabor másculo do Carlos descia pela minha garganta junto a uma salivação abundante. Ele me agarrou pelos cabelos, forçou meu rosto para dentro de sua virilha e começou a gozar, gemendo sacanagens e alardeando o prazer que minha boca aveludada estava dando ao seu cacete. A cabeçorra enchia toda a minha boca e eu precisava controlar a respiração para conseguir engolir os jatos de porra que ele ejaculava em mim, e que desciam goela abaixo como o mais sublime e divino néctar que eu já havia provado. - Caralho, Rafa! O que você está fazendo, seu putinho tesudo? Mamando minha porra desse jeito você acaba comigo, amor! Acaba comigo! – balbuciava ele, deixando o sêmen abundante fluir sem nenhum controle. Quando terminei de limpar a caceta lambuzada de porra dele, ergui meu olhar em direção ao seu rosto em jubilo. Ele fechou as mãos ao redor do meu rosto e me beijou, puxando-me para seus braços e para seu tronco, onde os batimentos cardíacos se faziam sentir ao toque do meu. Ele foi se inclinando sobre mim, auxiliado pelos meus braços que o envolviam e pelas minhas mãos que afagavam sua nuca e suas costas. Enquanto me beijava, mordiscando meus lábios, lambendo minha língua, eu comecei a abrir as pernas que ele foi guiando até meus joelhos alcançarem meus ombros deixando meu cuzinho exposto. O Carlos se movia, o que fazia a pica resvalar ao longo do meu reguinho, excitando a mucosa sensível da glande e provocando nova ereção. Completamente rijo, o caralhão sentia minha fendinha piscando e, com uma estocada abrupta, o Carlos meteu a cabeçorra nela, dilacerando minhas pregas e me fazendo soltar um gritinho comedido. No primeiro instante, eu só senti a dor se espalhando dos esfíncteres para as profundezas da ampola retal. Eu me agarrei aos bíceps dele expressando toda a minha aflição. Ele deu mais uma forçada, a pica distendeu e varou minha musculatura anal me penetrando e me preenchendo, o que me fez ganir, enquanto ele, com o olhar fixo nas expressões agoniadas do meu rosto, sorria com aquela entrega incondicional. De estocada em estocada ele meteu todo o caralhão no meu cu, eu tremia como se estivesse atacado por uma febre delirante. Os espasmos me contraiam todos os músculos, inclusive os que se fechavam ao redor daquela pica e a mastigavam libidinosamente, atiçando a sanha e o tesão dele. Enquanto o vaivém cadenciado me fazia gemer num misto de dor e prazer, o Carlos arfava embevecido de todo aquele prazer que meu cuzinho quente lhe proporcionava. Durante as estocadas mais impulsivas, que socavam minha próstata num delírio quase doentio, eu me esporrei todo, liberando o gozo ao chegar ao clímax e gemendo o nome dele, enquanto meus lábios cobriam seu rosto com beijos amorosos. Enquanto eu me revolvia debaixo do corpão dele, ele gozou, despejando os jatos de porra o mais profundamente possível como se quisesse garantir uma inseminação eficiente. Seus beijos devotados eram pousados lenta e suavemente sobre o meu rosto, enquanto ele sentia a pica amolecendo envolta pela minha mucosa anal acolhedora. Quando nossas bocas se encontraram e o beijo comungado foi acontecendo sem pressa, eu travava os esfíncteres e apertava aquele cacetão que me preenchia com todo o carinho e amor que sentia por aquele macho. Algo nos dizia que não haveria mais brigas e disputas entre nós, que aquele sentimento que estávamos usufruindo naquele instante, selaria nossas vidas para todo o sempre. - Namora comigo? – perguntou ele quando, já desgrudados, ele afagava o contorno do meu rosto, que o encarava, com as costas dos dedos. - Você tem namorada! Quer se tornar bígamo? - Vou terminar com ela assim que voltar para São Paulo. Não rola nada importante entre nós. Estou com ela para ter com quem trepar sem ter que ficar caçando por aí. – afirmou na maior cara de pau. - É assim que você encara seus relacionamentos, alguém com quem trepar? – questionei, diante daquela frieza com que se expressava. - Nesse caso, sim! Eu já te disse o que quero, ter alguém especial e estar com essa pessoa, compartilhar a vida com ela. E você é essa pessoa. Posso ter demorado a me dar conta disso, mas sei que no fundo sempre foi o que quis. Eu te amo. – confessou, o que só fez aumentar o que eu sentia por esse homem. Até porque, nunca tinha visto tanta sinceridade naquele olhar doce que me encarava. - Você sabe que perdi meu marido há pouco. Ainda não superei completamente essa perda repentina, e não quero tomar uma decisão pautada na carência. – respondi, tão sincero quanto o olhar dele. - Entendo! Deixei-me ficar ao seu lado, suprindo essa carência. Se estiver perto de você sofro menos a sua ausência. – devolveu ele. - Você não é propriamente o homem mais paciente que eu conheço, pode levar um tempo para eu me sentir em condições de assumir outro relacionamento. – retruquei - Reconheço que sou afoito, mas acho que você podia me dar um crédito, afinal estou há anos esperando por você, desde aquela tarde em que te desvirginei e vim a descobrir, repentinamente, em plena transa, que te amava. – argumentou. Tê-lo ali comigo na cama tinha-a transformado num ninho, acolhedor e seguro. Algo pelo que eu vinha procurando desde que enviuvei. Nunca tínhamos conversado tão abertamente, nem antes nem depois daquele dia, como agora. Tive a impressão que nossos corpos entrelaçados, pele com pele, eram os responsáveis por todos os sentimentos guardados há tantos anos emergirem sem reservas. - Vamos dar uma caminhada na praia, vem! – exclamou ele, subitamente excitado, me puxando pelos braços e me levando até seu corpo nu parado ao lado da cama. - Ficou maluco? São quatro horas da madrugada. Você faz ideia do frio que está lá fora com esse vento todo? – questionei, achando que ele tinha perdido o juízo de vez. - Sou maluco, sim. Sou maluco por você! Quero fazer coisas malucas com você. Caminhar numa praia deserta em pleno inverno numa madrugada fria é só o começo das maluquices que quero fazer com você. – disse ele, sorrindo feito um garoto travesso. Não havia viva alma na praia quando descemos até ela, o que só reforçava a sandice do que estávamos fazendo. Um vento inclemente e gelado fustigava nossos rostos e, em pouco tempo, eles estavam enregelados. O céu limpo permitia ver os milhares de estrelas que o cobriam, e destacava a lua, em crescente, com metade de seu contorno brilhando num tom branco-prateado. Caminhávamos descalços, de mãos dadas, inicialmente na areia firme e úmida onde terminavam as ondas da maré alta, mas o frio nos levou a procurar pela areia fofa mais acima, que ainda guardava um pouco do calor do dia. De quando em quando, chutávamos a areia o que fazia surgirem faíscas alaranjadas à medida que a areia era lançada. Não fossem as ondas altas estarem quebrando tão próximas, num barulho cadenciado, talvez se pudesse ouvir os batimentos dos nossos corações, que estavam tão agitados em nossos peitos quanto aquelas ondas. Inesperadamente, surgiu ao longe no horizonte, uma estrela cadente que foi deixando um arco iluminado no céu até mergulhar na escuridão negra do mar. O Carlos me puxou para junto dele, agarrou meu queixo, o imobilizou e me beijou devassamente, enquanto enfiava a mão sob a minha calça de moletom e bolinava com as minhas nádegas, com a desfaçatez e ciência de que eram território seu e, do qual voltou a se apoderar assim que voltamos para casa quando a aurora já lançava seus primeiros raios de sol. Mesmo eu ainda estando com o cuzinho úmido e lubrificado da porra que ele havia ejaculado nele horas antes, eu gani quando a pica trespassou meus esfíncteres lanhados, consumando mais um coito envolvido na magia do amor. - Você me enlouquece quando geme desse jeito quando te pego, sabia? – sussurrou ele, no meu cangote. - Não consigo me conter, você é enorme! – balbuciei, sentindo as pregas se rasgando. - Então geme para o teu macho, geme! Só não quero te machucar. – ronronou ele, como se fosse possível de evitar, com aquele caralhão imenso que ia se entalando progressivamente no meu cuzinho. Mudei-me para casa reformada no mesmo dia em que contei aos meus pais que estava apaixonado pelo Carlos e que, talvez, fossemos viver sob o mesmo teto dentro de alguns meses. Afora estranhar a minha repentina mudança de planos, eles me disseram que sempre desconfiaram daquelas minhas brigas constantes com ele. Também me questionaram se eu tinha refletido bem antes de tomar essa decisão, e se contentaram com a minha resposta positiva, pois sabiam que eu não era dado a rompantes em decisões dessa envergadura. - Como foi que os pais dele receberam a notícia? – quis saber minha mãe - Não sei, ainda não estive com eles, e nem sei se o Carlos já conversou com eles. – respondi. - Hão de estranhar, com certeza. Não há quem não estranhe vocês dois sempre discutindo e agora se dizendo apaixonados. – retrucou ela. Quando revelei a reação dos meus pais para o Carlos ele confessou que ainda não tinha juntado coragem suficiente para se abrir com a família. - Quando o Júlio apresentou o Ricardo como namorado o tempo fechou lá em casa. Meus pais são daquele tipo de espanholada Riojana tradicional e retrógrada, e jamais sonharam que de seus três varões um trouxesse um macho para dentro de casa e o apresentasse como seu namorado. E, particularmente, me espantei com a coragem do Júlio, justo o caçula tomando uma atitude dessas. Foi aí que percebi o quanto ele amava o Ricardo, para passar por cima de tudo só para poder viver ao lado dele. Me senti um covarde naquele dia, pois já tinha certeza do meu amor por você, e não era capaz de admiti-lo nem para mim, quanto mais para os outros. – afirmou ele. - Imagine o que não vão pensar de mim, então. Vão achar que eu desvirtuei mais um filho deles. Vão me odiar quando souberem. – ponderei. - Não creio! Meus pais te adoram, sempre gostaram de você. Você não faz ideia de quantas vezes eles bronqueavam comigo quando a gente tinha aquelas brigas, sempre te davam razão. E, agora que veem a felicidade do Júlio ao lado do Ricardo, sabem que isso não é um bicho do outro mundo. – afirmou ele. - Ou vão achar que eu os traí, que confiaram em mim quando eu tinha segundas intenções com o filho deles. – argumentei - Tinha, é? – questionou, colocando aquele risinho lascivo na cara. - Deixa de ser tonto! O assunto é sério! - Só queria ouvir você confessando que é louco por mim, que não sabe viver sem mim, que me ama e que sou seu macho, só isso! É pedir demais? - Safado! Nem vem com esse charminho barato para cima de mim, seu tarado! – devolvi, sem lhe dar o gostinho de saber que era exatamente isso que eu sentia por ele. Eu já esperava que o Carlos passasse mais tempo na casa comigo do que em sua própria, mas não o chamei de imediato para morar comigo. Porém, isso não o impediu de ir abrindo seu próprio espaço. Tudo começou com ele fingindo se esquecer de levar as cuecas depois de transarmos, e eu as encontrar debaixo do travesseiro, muitas vezes guardando o cheiro de suas poluções; de encontrar uma camiseta suada largada displicentemente em qualquer canto; de gavetas com roupas intimas minhas estarem compartilhando espaço com as dele; de cada vez mais pertences pessoais dele estarem distribuídos pela casa. Foi o jeito que encontrou de marcar seu território, de deixar claro que havia um macho na área guardando o que lhe pertencia. Todos aqueles anos nos estranhando me aconselhavam cautela, pois ele não era fácil. A mesma opinião era partilhada pelo Lucas que, ainda inconformado de eu estar namorando o que ele definia como o sujeito mais intolerante, arrogante e grosseiro, não colocava fé num relacionamento duradouro entre nós dois. - Se eu fosse você pensava umas mil vezes antes de trazer esse troglodita definitivamente para a sua vida e para dentro da tua casa. Ele já deu provas mais que suficientes que sabe ser o cão quando as coisas não rolam como ele quer. Ademais, têm caras muito mais sensíveis e charmosos interessados em você, bem sabe disso. – argumentava ele que, não sei por que cargas d’água não engolia o Carlos nem na marra. - Você implica com ele! Sei que é um sujeito turrão, mas também sei que ele me ama. Depois, estou indo devagar, um passo de cada vez, para não entrar numa fria. - Ele já vive mais aqui do que em outro lugar, já tomou posse de cada canto da casa e de você na cama, e é justamente isso que não te deixa raciocinar direito. – sentenciou ele. - Não existe lógica no amor, ele acontece sem precisar de uma razão para isso. E não seja injusto comigo, você bem sabe que não me deixo levar por uns amassos e meia dúzia de beijinhos. – retruquei. - Só que pelo histórico de vocês dois, não são apenas amassos e beijinhos. E, sim, trepadas pornográficas que fazem suas preguinhas sangrarem e beijos com mais luxúria do que filmes de sacanagem. - Você só diz isso porque sabe que ele morre de ciúmes de você. - Por aí você calcula que tipinho sem noção ele é! Tão tapado que não percebe que meu negócio sempre foi e será mulher. - Segundo ele, se isso fosse verdade, você não ficava me abraçando como costuma fazer quando quer me consolar. - Abraços de amigo, abraços de quem se importa com sua felicidade, e não abraços com segundas intenções, muito menos sexuais. Eram raras as ocasiões em que eu ficava sozinho em casa, pois qualquer folguinha e o Carlos estava lá. Porém, surgiu uma oportunidade e o Thomás bateu à minha porta num domingo à tarde quando sabia que o Carlos não estaria lá e sim com uns amigos num jogo de futebol. Surpreso quando dei de cara com ele, logo fiquei apreensivo com o semblante sisudo dele, boa coisa não vinha daquela visita inesperada. - Sou um homem das antigas, Rafa e por isso mesmo vou logo ao assunto. A Marluce e eu sempre gostamos muito de você, desde criança, você bem sabe. No entanto, estou com dificuldade de entender esse seu repentino envolvimento com o Carlos, uma vez que vocês dois viviam se estranhando feito cão e gato. Também não é fácil aceitar que coloquei três filhos homens no mundo e agora me vejo cercado de genros e não noras. O Júlio, já no final da adolescência, dava sinais de ser um homem diferente, digamos assim, por isso, quando nos apresentou o Ricardo, não foi uma surpresa tão inesperada. Demoramos a aceitar a condição daqueles dois, mas a felicidade do meu filho vem nos mostrando que ele fez a opção certa, apesar de não ser a nossa. Contudo, o Carlos é diferente, sempre esteve envolvido com garotas e, agora, do nada, surge com essa novidade de que está apaixonado por você. Como se explica isso, pode me dizer? O que anda acontecendo entre vocês dois? – inquiriu ele. Talvez essa fosse a minha chance de colocar tudo em pratos limpos e, apesar de não estar preparado para tanto, resolvi encarar o desafio. - Também sempre gostei de vocês, fomos bons e queridos vizinhos e, ter estudado no mesmo colégio do Júlio nos aproximou ainda mais. É verdade que o Carlos e eu aparentemente nunca tivemos nada em comum, pelo contrário, vivíamos às turras. Mas, elas não eram gratuitas, tinham uma razão de ser, e o que as motivou aconteceu há uns bons anos, sem que houvéssemos planejado nada. Foi um rompante e, por isso, sem saber como lidar com a situação, começamos a brigar feito cão e gato. – eu não sabia se seria prudente entrar em detalhes, mas pela expressão interrogativa dele, parecia que tinha que revelar tudo. - Do que você está falando? O que foi que aconteceu de tão bizarro que vocês começaram a brigar? - Que seu filho sempre foi um exibicionista e narcisista você não duvida. Numa tarde em sua casa quando fui atrás de um caderno que havia emprestado ao Júlio antes de uma prova, o Carlos me enganou dizendo para eu entrar que o Júlio estava em seu quarto quando sabia que não estava. Cai feito um patinho na armadilha dele e, quando nos vimos a sós, ele começou a alardear seus bíceps, me exibindo seu tronco musculoso nu, a propagandear seu dote tirando o pau para fora e o chacoalhando acintosamente na minha cara, tudo para me intimidar. Bem! Eu debochei dele e minimizei o que ele tanto valorava. O resultado, você conhecendo seu filho como bem conhece, dá para imaginar, não é? Ele partiu para cima de mim, a princípio para me dar uns safanões, mas acabou se excitando e, de repente, ele estava com aquela coisa imensa no meio das minhas pernas. Aquilo tinha tudo para dar errado, para virar um ato de vilania, não fosse o fato de eu, subitamente, durante aquela intimidade, começar a sentir algo mais forte e incompreensível pelo Carlos, num primeiro momento. Ambos ficamos tão atônitos que a partir daí só conseguíamos discutir por qualquer pequena diferença. E, passados anos, ambos descobrimos que aquele sentimento que nasceu naquela tarde ainda está muito vivo dentro de nós. Portanto, como você pode constatar, não há nada de repentino no que está acontecendo agora. – embora meio encabulado e até envergonhado de expor minha intimidade daquela forma, eu me senti aliviado. - Quer dizer que o pilantra te .... Aquele moleque sempre foi o mais safado dos três. – resmungou o Thomás, mais para si mesmo do que para mim. Pela visível mudança em seu semblante, eu podia jurar que ele sentia orgulho pelo filho ter se saído um macho com tanta gana, um macho ibérico que não negava suas origens ‘calientes’. – E o que dizem os teus pais sobre isso? – questionou, quando o deslumbramento da descoberta de que o filho era um garanhão ainda lhe apaziguava o espirito. - Eu já fui casado, como você sabe, infelizmente fiquei viúvo e, meus pais sempre me ampararam nos momentos mais difíceis. - Você acha que você e o Carlos vão se entender, que podem ter um relacionamento pacifico e verdadeiro, sendo que só brigavam o tempo todo? Será que não vão continuar discutindo por qualquer besteira? Um relacionamento não pode ser pautado apenas em sexo. Argumentou ele. - Não sei dizer como será o nosso futuro. Sei que amo seu filho há muito tempo, e que ele também me ama, até possessivamente demais, às vezes. Mas, estou aprendendo a lidar com isso. É por isso que ainda não estamos morando sob o mesmo teto, eu quero ter certeza de que ele vai controlar aquele gênio birrento dele antes de compartilhar minha vida com ele. – afirmei sincero e seguro. - Vou te adiantar que vai ter muito trabalho! A Marluce e eu estamos tentando colocar esse moleque na linha há trinta anos. Apesar de ser responsável, trabalhador, ele também sabe ser bem impositivo com suas ideias. Quem sabe você com sua sensibilidade não acaba dobrando o pilantra. - É o que espero! Eu o amo muito, e acho que isso vai fazer a diferença. - Bem! Então me resta dizer à Marluce que teremos mais um genro e, podemos esquecer que teremos mais netos. – disse ele, abrindo um sorriso e vindo me abraçar. – Esteja certo que vamos torcer pela felicidade de vocês dois. – emendou, enquanto me dava um beijo na testa. - É incrível, basta eu dar uma folguinha e encontro meu namorado abraçado com alguém e aos beijos! – exclamou o Carlos, entrando subitamente, e nos encontrando ainda abraçados. - Olha o respeito, moleque! Eu sou seu pai, veja como fala comigo e, especialmente, com o Rafa, que espero coloque você nos trilhos algum dia. – revidou o Thomás, fazendo cara de pai ultrajado. - Sou bem crescidinho e já estou nos trilhos há muito tempo. Só não me acostumo com essas intimidades com meu namorado e futuro marido. – devolveu o Carlos, vindo ao meu encontro e me dando um beijo descarado e provocativo diante do pai. - Bem! Vou deixar vocês dois nessa sacanagem! - Obrigado, Thomás! Foi maravilhoso conversar com você. – afirmei, antes de ele partir. - Sou eu quem está feliz por ter tido essa conversa com você. Minha admiração por você cresceu ainda mais, meu garoto. – devolveu ele. - Posso saber que conversa foi essa com o meu pai? Aliás, o que ele estava fazendo aqui, aos amassos com você? – questionou o Carlos, quando ficamos a sós. - Veio me avisar para tomar cuidado com o filho pilantra dele e para não te dar moleza! – respondi, indo me encaixar nos braços dele. - Você ainda vai me contar essa história direitinho, não pense que vai escapar pela tangente fazendo gracinhas e vindo me bajular feito um gato manhoso. - Você me acha um gato manhoso? Sabia que posso ser bem mais manhoso quando você se comporta direitinho? – provoquei, descendo minha mão até o meio das pernas dele e fechando-a ao redor do cacetão consistente. - Sabe que se continuar me provocando assim vou te levar para o quarto e te dar uma bela lição, não sabe? – sussurrou ele, com o tesão a lhe queimar a virilha assanhada. Eu paguei para ver. Seduzindo-o com o olhar, enfiei minha mão debaixo da camiseta dele e fui suavemente explorar aquela delícia de pelos que formavam dois redemoinhos em seu tórax, a ponta dos meus dedos operavam uma verdadeira revolução nele quando ficavam tateando ao redor dos mamilos dele antes de deslizarem pelo meio do ventre até o umbigo. Só isso já era capaz de acelerar a respiração dele e deixar os cabelos eriçados na região da nuca, refletindo o frenesi que percorria sua espinha. Foi exatamente para lá que levei uma das mãos, afagando-o e puxando carinhosamente a implantação dos cabelos, enquanto a outra mão entrava sorrateira e gananciosa pelo cós da calça rumando diretamente para o caralhão que já começava a dar os primeiros pinotes. Encarando-o agora na minha frente, enquanto ele se entregava às minhas carícias, percebi que o Carlos era perfeito, mesmo seus defeitos tinham algo de fofo. - Sabe que vai precisar apagar todo esse fogo que está colocando em mim, não sabe. – disse ele, tentando inutilmente se controlar se fazendo de imperturbável. - Será que ainda não conhece as minhas qualidades? A essa altura você já deveria saber do que sou capaz. – devolvi, começando a pousar beijos libidinosos ao redor da boca dele. Prestes a capitular, ele sorriu, sabia que sua resistência estava no limite. Para superá-la de vez, dei uma apertadinha na cabeçorra da pica que acabou soltando um pouco de pré-gozo viscoso na minha mão. Eu a tirei de dentro da calça dele e levei os dedos lambuzados aos lábios, lambendo o sumo perfumado dele. - Caralho, Rafa! Você devia ser proibido de ser tão licencioso. Depois não reclame que fui bruto com seu cuzinho, você não me dá outra opção, pedindo para ser enrabado com essa safadeza toda. – ronronou ele, ao me apertar em seus braços com uma força crescente e aflitiva. Aproveitando-se da proximidade da minha boca, ele enfiou a língua nela e começou a enrosca-la na minha. As mãos que até então não sabiam bem onde se posicionar, foram diretamente para as minhas nádegas, arrancando o short que eu estava usando e vasculhando devassas o reguinho que mantinham apartado para que o acesso ao meu cuzinho pudesse ser feito por um dedo predador. Ao me ouvir soltar um gemido quando meteu o dedo na rosquinha anal, ele mordeu meu lábio. Assim que me foi possível, virei de costas para ele, encaixando a bunda nua na virilha dele. Ele me agarrou, tirou o cacetão sedento da calça e o meteu no meu rabo com um impulso abrupto, fazendo a cabeçorra se encaixar entre os meus esfíncteres. Meu ganido ecoou pelo ar e aumentou o tesão dele, que só pensava em me foder até estar completamente saciado. - Para o quarto! – ordenou ele, após um segundo impulso que aprofundou mais um tanto do cacete no meu cuzinho. - Assim? Não consigo dar um passo com você dentro de mim. – afirmei, sentindo a dor se espalhando entre as minhas pernas. - Vai ser assim mesmo. Quem mandou me provocar? – sussurrou ele, depois de mais uma penetrada. Gemendo e pisando como se estivesse caminhando sobre ovos, obedeci, seguindo lentamente na direção do quarto. A cada passo, o cacetão se movia nas minhas entranhas e despertava uma onda de prazer que superava a dor e me fazia ganir. A visão da cama foi como a de alguém perdido no deserto avistando um oásis, eu me lancei sobre ela com as forças já depauperadas pela pegada vigorosa do Carlos. Ele enfiou a pica até o talo no meu cu assim que me teve rendido debaixo de seu corpo e, aos poucos, foi começando um vaivém que socava o cacetão contra a minha próstata e me fazia urrar. Ele só me largou depois de ter esfolado e arregaçado minhas pregas anais que ardiam feito brasa. Em algum momento daquele transe sensual eu havia gozado e me esporrado todo, enquanto ele tinha se satisfeito enchendo meu rabo com sua porra quente e pegajosa que encharcava meu cu. Ficamos engatados por um bom tempo, nos beijando nos abraçando sem dizermos nada, apenas curtindo aquele coito que estava fadado a se repetir inúmeras vezes a partir daquele dia. - Quero que fique aqui! – exclamei, quando o caralhão dele já estava mole e apenas a cabeça estava presa nos meus esfíncteres. - É uma delícia ficar engatadinho assim em você, só com a cabeça da pica metida no teu cu, mas vou ter que te deixar daqui a pouco pois estou precisando mijar. – retrucou ele. - Não foi a isso que me referi, quero que venha morar comigo. – ele me encarou com os olhos marejados, tinha uma carinha abobalhada e que ainda processava o que tinha acabado de ouvir. – Eu te amo e preciso de você ao meu lado. Casa comigo? – emendei, sem resistir aquele rosto apaixonado que me encarava. - Faço tudo que você quiser, contanto que me deixe te amar cada dia mais. Quem precisa de você sou eu! Nem acredito que você é todinho meu agora, meu, só meu. – devolveu ele, me comprimindo contra seu peito e me beijando com todo carinho que havia em seu coração.
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