Segredos do Passado – 1# Parte Secrets of the past is a story by Kherr of a boy who was raped and had his virginity taken by his stepfather, a tycoon weapon smuggler. (Brazilian Portuguese Version) A suntuosa e exclusiva mansão de 2400 metros quadrados, projetada pelo mais conceituado escritório de arquitetura da Europa, circundada por 2 hectares de jardins e, localizada nas colinas da área mais rica de Marselha tinha mais de 500 convidados que iam de ilustres empresários, poderosos políticos, bilionários homens de negócios a influentes personalidades mundiais, naquela tarde de sábado 17 de maio de 1986 de sol ameno e céu azul do Mediterrâneo. Comemoravam o 51º aniversário de Hakeem Kateb, um dos mais ricos e poderosos empresários europeus, cujos negócios embora legalizados nem sempre conferiam com as atividades realizadas em sua dezena de empresas e, cuja fortuna também desconhecida somava alguns bilhões de Euros e que, por um desses infortúnios do destino, se tornou meu padrasto. Os convidados que vieram dos lugares mais distantes ao redor do mundo, ou chegaram em jatinhos particulares ao Aéroport Marseille-Provence de onde foram trazidos de helicóptero ou em limusines blindadas até a festa. Os mais próximos encheram a rua e a alameda que conduzia do portão de entrada da propriedade até a casa com seus carros de luxo conduzidos por motoristas uniformizados ou, por eles mesmos, quando o modelo chamativo de um Porsche, Ferrari, Bentley, Rolls-Royce ou Lamborghini expressasse o status do piloto que o conduzia. Embora estivéssemos no meio da tarde, eu já estava bêbado e um tantinho chapado pela brisa do Skunk que havia fumado há cerca de uma hora atrás. Foi nesse estado de euforia, hilaridade espontânea, percepção sensorial aumentada e um bocadinho descoordenado que subi ao palco onde a banda The Cure contratada por um cachê que alimentaria algumas centenas de famílias do terceiro mundo, se apresentava com o hit In Between Days. Juntei-me ao vocalista que cantava com aqueles mesmos olhos vermelhos e injetados com os quais eu estava enxergando as coisas. Juro que não reparei que tinha saído do meu quarto usando nada mais do que uma camisa social com as mangas enroladas até os cotovelos e que, a depender dos movimentos que fazia, deixavam à mostra meu sexo pequeno, mas bem formado, com suas bolinhas rechonchudas ou as nádegas lisinhas e carnudas separadas por um rego profundo onde se camuflava um cuzinho que não primava pela castidade. Mesmo aqueles que não estavam prestando atenção para a banda passaram a fazê-lo quando os rumores de que o enteado mais jovem do anfitrião estava praticamente pelado sobre o palco. - Senhoras e Senhores! Ladies and Gentlemen! Mesdames et Messieurs! Um momento de sua atenção, por favor. – comecei balbuciando ao pegar o microfone das mãos do vocalista. – Como todos sabem, esta festa é em comemoração ao aniversário do querido, ilustre e arquimilionário, ou talvez eu deva até dizer, arquibilionário Sr. Kateb, uma vez que ninguém, nem mesmo o fisco francês sabe qual é a fortuna do meu padrasto. – bastaram essas palavras para o clima começar a ficar tenso. – E, é até bom que ninguém saiba, porque a origem dela é bem nebulosa. – continuei, precisando me amparar no ombro do guitarrista já que, por alguma razão, tudo a minha volta estava rodopiando. – Bem, mas não é esse o ponto! Os ilustres senhores e senhoras estão aqui para homenagear meu padrasto como seus fiéis puxa-sacos uma vez que cada um aqui presente se beneficia dessa amizade interesseira. Mas eu vou lhes contar um segredinho, o Sr. Kateb não faz amizades, só negócios e se algum de vocês se atrever a enganá-lo nesses negócios, estejam certos, ele .... – no meio do discurso reconheci o embaixador do Reino Unido ao lado de uma mulher que não era sua esposa. – Ah, olá digníssimo embaixador para a França de Sua Majestade, sua esposa sabe dessa beldade que o senhor trouxe a nossa festa? Onde a conseguiu, nos classificados de acompanhantes? Não o culpo, como é quase impossível arranjar uma mulher bonita na Inglaterra, o reino das barangas, a começar por Sua Majestade naqueles tailleurs coloridos e a mal-humorada Primeira-Ministra, sua escolha por uma garota de programa se justifica. A França está cheia delas, são vadias charmosas! O senhor sabia que a França é o país das mulheres vadias? Ou será que é a Itália, sim, acho que é a Itália! Não, não, agora me lembrei, as mais vadias são daquele país da América Latina, o do Carnaval. Lá as vadias desfilam nuas pelas ruas. – eu já não sabia mais o que estava dizendo. – Mas, voltemos à homenagem! Quem mais ilustre está aqui, deixe-me ver. Ah, Sr. Yuli Vorontsov! Os senhores o conhecem, o embaixador da União Soviética para a França? Esse seu smoking já viu dias melhores, não foi senhor embaixador? Com a economia do seu país em ruínas eu imagino que até deva estar faltando comida na sua casa, estou certo? Mas não se preocupe, passe pela despensa, um dos nossos criados vai lhe dar algumas latinhas de Skazka Caviar Beluga que deve andar escasso na embaixada, embora não nas mesas do Secretário-Geral Gorbachev nem dos líderes do alto escalão do Kremlin. – meu tom irônico criou rugas no semblante do embaixador e, de certo, um desejo mórbido de me esganar por expôr a miséria na qual as Repúblicas Socialistas estavam afundadas. – Onde eu estava mesmo? Ah, sim, homenageando meu padrasto! Só mais um minutinho e eu volto a falar das proezas dele. Antes preciso agradecer a presença do nosso Ministro de Relações Exteriores, amicíssimo do meu padrasto que o está ajudando com os grupos mercenários separatistas na guerra civil do Congo, afinal as jazidas de diamantes, cobre e estanho não podem cair nas mãos de qualquer um, não é mesmo? Mande um abraço para o Mitterrand e, se quiser, leve um pratinho de macarons Ladurée, foram encomendados diretamente na Maison des Soeurs, em Nancy, tenho certeza que ele vai gostar da lembrancinha. – minha língua pérfida estava deixando os convidados entre constrangidos, pasmos e radiantes com tanta baixaria, e eu podia ver os sorrisos de diversão surgindo naquelas caras que, também por algum motivo desconhecido, estavam um pouco retorcidas. Quando foquei no Hakeem seu rosto estava transfigurado, ele já devia ter ordenado que os seguranças me tirassem dali o mais rápido possível, para evitar um escândalo ainda maior, seria uma questão de minutos para me arrastarem à força e me trancafiarem nalgum aposento da casa. – Oi Sr. Toissant! Vocês conhecem nosso chefe do Departamento de Polícia? Então, eu os apresento Monsieur Toissant, o carequinha de bigode fino e gravatinha borboleta ali. – sentenciei, apontando para o sujeito. – Dizem as más línguas que ele perdeu os cabelos do topo da cabeça por minha causa, de tantas vezes que seus gendarmes me levaram para a Chefatura por promover desordens, dirigir embriagado e acima do limite de velocidade, de me meter em confusões nas baladas, e nem sei mais de que tantas outras coisas que me acusaram. Mas, ele sempre dá um jeitinho, não é Monsieur Toissant? Nosso anfitrião Sr. Kateb deposita boas quantias na sua conta bancária nessas ocasiões não é, Monsieur? E, de repente, voilá, as provas contra meus delitos somem como que por magia. – eu quase não conseguia mais ficar em pé, e o pilantra do vocalista tinha enfiado a mão sob a minha camisa e a alojado sobre o meu rego. – Safado! Pelo que vejo no meio das tuas pernas seu pau deve ser pequeno, mas quando terminar a apresentação passa no meu quarto, é lá que vão me trancar daqui a pouco, e quem sabe não fazemos um troca-troca gostoso. – sugeri com a língua embolada enquanto encarava o sujeitinho com o rosto coberto de maquiagem bizarra. Mal terminei a frase e meu irmão do meio, Aubin, me abraçou e começou a me tirar de cima do palco, no que logo foi auxiliado pelo chefe dos seguranças, Ayoub, um quarentão parrudo com quase dois metros de altura, careca e com uma barba tão cerrada que parecia que os cabelos lhe nasceram no lugar errado, na cara ao invés da cabeça. Ele já estava acostumado a lidar comigo quando eu ficava bêbado e chapado, ou quando me metia em confusões. - Cale essa boca, Fabien! Será que você não consegue ficar alguns dias sem promover um escândalo? O que foi que você andou consumindo outra vez, seu desmiolado? – questionou meu irmão, o único que parecia ainda ter algum sentimento por mim. - Só um pouquinho de uísque e um tantinho de skunk! Algum deles deve ser falsificado, essa porra me deixou de estômago embrulhado, mano! Devíamos processar esses falsificadores, não acha? Fala para o Kateb processar eles, fala! Se eu pedir ele vai me mandar à merda! – respondi, segurando-me em seus ombros para não cair, quando o Ayoub me jogou sobre o ombro como se eu fosse um saco de farinha e me carregou até meu quarto. - Você gosta de arrumar uma boa encrenca, não é seu moleque? O seu pai está furioso com você, pode esperar pelas consequências do que acabou de fazer. – afirmou ele, quando me deitou sobre a cama. - Ele não é meu pai, eu já te disse mais de mil vezes! – exclamei num rompante de fúria. - Que seja! Isso não vai fazer diferença quando ele te castigar. – retrucou ele. - Ele gostaria de me matar, sabe Ayoub? Esse é o maior desejo daquele sujeito. Confessa para mim, Ayoub, quantas vezes ele já não te mandou dar cabo da minha vida, fazendo parecer um acidente, uma queda de algum penhasco, um tiro no meio da cabeça que ninguém vai saber explicar de onde veio, conta para mim, Ayoub? – perguntei, continuando agarrado ao braço musculoso dele. - Não diga bobagens, Fabien! Ninguém pediu para eu te matar! Você está tão chapado que nem sabe mais o que está dizendo! – respondeu ele - Você faz tudo o que ele manda, Ayoub! Se ele mandar, você vai me matar, que eu sei! Pensa que eu já não o ouvi te mandando se livrar de uns desafetos e, depois de uns dias, eles aparecerem mortos nas páginas dos jornais ou nos telejornais? Você faz tudo o que ele manda, os serviços sujos, e todos acreditam que ele seja um empresário bem-sucedido no setor de Importação e exportação; mas ele é um criminoso que eu sei. Você acha que está em dívida com ele por ele ter dado uma vida descente para sua mãe e sua irmã aqui na França, mas você não deve nada a ele, Ayoub. Nem foi ele quem encontrou as duas precisando se prostituir nas ruas de Orã para sobreviver quando você veio tentar uma vida melhor aqui na França e perdeu contato com elas. - Eu nunca vou te matar, seu moleque sem-vergonha! Você sabe disso, por isso me dá essa trabalheira toda, correndo atrás de você para consertar suas confusões. – retrucou ele, procurando me ajeitar sobre os travesseiros. – Eu sei que foi você quem as encontrou e as trouxe para cá, e até pediu ao Kateb que lhes comprasse a casa e lhes desse uma mesada da qual elas sobrevivem até hoje. No fundo você é um bom menino, sem juízo, mas é um bom menino! Por isso, não fique falando essas besteiras por aí, sem provas do que está dizendo, ou melhor, inventando quando fica chapado. – no fundo, o Ayoub sabia que eu tinha razão, mas bater de frente com meu padrasto não era a coisa mais inteligente a se fazer. - Deita aqui comigo, Ayoub! Tire as roupas e deite aqui, me segure em seus braços e fique aqui comigo, meu estômago está se contorcendo todo. Eu queria chupar o seu pau, você deve ter um pauzão pelo que dá para notar nas calças dos teus ternos. Eu faço um boquete bem gostoso, já me disseram isso, você precisa experimentar, vou fazer um bem especial para você, Ayoub. - Seu estômago está se retorcendo porque você encheu a cara e sua tolerância ao álcool é baixíssima, fora que misturou alguma droga. Me fala onde está a droga, Fabien, eu preciso confiscá-la, você bem sabe! - Você é um chato e estraga prazeres, Ayoub! - É, eu sei! Onde enfiou a droga, Fabien? - Ali! Deixa um pouquinho, eu vou precisar! – respondi, apontando para um navio esculpido em madeira que estava numa das prateleiras sobre a minha mesa de estudos. - Não vai precisar, não! Isso é que vai te matar, não eu! - E o boquete, Ayoub? Me mostra seu pauzão, mostra! E não me deixe aqui sozinho! - Não vai ter boquete nenhum! Larga a mão de ser safado! Não posso ficar com você, preciso cuidar da segurança da festa. – devolveu ele. – Vou pedir que lhe tragam um chá e algum medicamento para curar essa ressaca. Mais tarde, quando a festa acabar, venho ver se está melhor! - Vai passar a noite comigo, deixar eu chupar seu pauzão? - Ah, moleque, você é um caso perdido! Comporte-se, volto mais tarde! - Eu amo você, Ayoub! Casa comigo? – murmurei, já sem forças quando ele ia saindo. - Também amo você, moleque safado! Mas, não vou me casar com você, você é muito novinho para mim, não curto ninfetos bobocas! – zombou ele quando saiu pela porta que trancou após a cruzar. - Depois que eu te der meu cuzinho, quero ver se ainda vai me chamar de ninfeto boboca, seu troglodita desalmado! – exclamei, e foi a última coisa da qual me recordo daquele dia penoso. Encontrei a família reunida no terraço em frente a piscina à mesa do café na manhã seguinte quando desci. O Hakeem se levantou assim que me viu chegar, sem terminar a refeição. Quando cruzou comigo ainda estava com aquela cara de quem está pronto para praticar um homicídio. Foi por isso que eu lhe lancei um sorriso sarcástico, isso me divertia. A claridade do sol entrava nos meus olhos como se fossem adagas e eu me apressei a colocar os óculos de sol. - Que papelão foi aquele ontem, Fabien? Você perdeu o juízo de vez? Vou acabar mandando te internar num manicômio! O Hakeem está furioso com você, e com razão, você o humilhou diante de todos os convidados e ainda debochou deles. Você não mede as consequências dos teus atos, Fabien? – recriminou-me minha mãe assim que me juntei a eles. - Eu quero que ele se foda! Não me importo se ele está furioso, se está cagando, ou se está morrendo! Eu quero que ele se foda, só isso! – devolvi insolente. - Você não merece tudo o que ele faz por nós, Fabien! Devia se envergonhar por tratá-lo dessa maneira. – ponderou o Gilles, meu irmão mais velho. - Foda-se você também, seu puxa-saco! Você está tão obcecado em ser o futuro Sr. Kateb, o futuro chefe da gangue de criminosos que é capaz até de lamber o chão onde ele pisa. Você é um cretino, Gilles! - Repete o que disse, seu veado do caralho! Eu arrebento a tua fuça, seu puto escroto! – devolveu ele aos berros, vindo me agredir. - Parem! Parem já com isso, vocês dois! – gritou minha mãe, acenando para o segurança que estava mais próximo para que viesse nos apartar. – Eu estou te avisando, Fabien, a minha paciência com você está por um fio. Não abuse! - E a minha paciência com vocês já foi à merda faz tempo! – berrei. - Você nunca foi assim quando pequeno! Foram essas más companhias, as bebedeiras e esse tanto de drogas que você consegue com eles que te transformaram nisso que é agora. Eu já não sei mais o que fazer com você, Fabien! – recomeçou minha mãe - O seu cinismo é impressionante madame Haydée Faucher Beaufoy Kateb, chega às raias da comédia! Uma cínica com classe! Deveria haver um prêmio para mulheres como você! – exclamei irônico. - Se continuar a falar assim com a mamãe eu juro que te arrebento, Fabien e, dessa vez, ninguém me segura! – afirmou o Gilles, se preparando para outro embate. - Já mandei vocês pararem! - Nós poderíamos viver como uma família normal, o papai não nos deixou numa situação financeira ruim, viveríamos confortavelmente naquela casa que sempre foi um lar enquanto o papai estava vivo. Mas isso não lhe bastava, não é mãe? Você precisava brilhar no topo da alta sociedade, você precisava continuar a frequentar os ateliês de alta costura, você não sobrevive sem as suas joias, sem toda essa ostentação, sem esse batalhão de criados e seguranças que nem nos permitem ter um minuto sequer de privacidade; e então, surgiu esse argelino filho da puta nascido na sarjeta que ascendeu na vida praticando crimes de toda espécie, passando a perna nos sócios, mandando matar pessoas que atravessam seu caminho e subornando governantes para enriquecer e usufruir do poder. Você não hesitou; assim que ele se engraçou por você e te prometeu um mundo de luxo você não pensou duas vezes. Mal um ano depois de o papai morrer, mãe, mal um ano! – gritei descontrolado socando a mesa com fúria. – Eu nunca vou te perdoar, nunca! Você conhece muito bem esse criminoso, sabe do que ele é capaz, mas finge que não vê para não perder suas regalias. Você é tão cínica quanto ele! – continuei gritando. - Cale-se Fabien! Cala essa boca! – berrou ela, erguendo a mão para estapear meu rosto, que eu consegui impedir agarrando o braço dela e apertando-o com força sobre a mesa, até meu irmão Aubin me obrigar a soltá-la. - Nunca mais ouse erguer a mão para mim, está me ouvindo? Nunca mais, mãe! Não sei o que sou capaz de fazer com você se voltar e me ameaçar. – vociferei agressivo. Ela começou a chorar, encenar e se fazer de vítima eram suas atuações preferidas, e nunca me comoveram. Naquele clima insuportável deixei a mesa, minha cabeça estava estourando, a briga tinha piorado os sintomas da ressaca e eu precisava ficar longe daquilo tudo. Estava indo em direção à garagem onde uma luxuosa e caríssima coleção de carros era enfileirada junto às paredes num ângulo de 45 graus. No caminho cruzei com o Ayoub fazendo sua ronda e falando no rádio intercomunicador com algum segurança. - Aonde vai? – perguntou ele - Não é da sua conta! E, nem pense em me passar um sermão, já estou cheio deles por hoje! – respondi, fazendo-o rir. - Arrumou encrenca logo cedo? - Me deixe em paz, Ayoub! Não estou para gracinhas! Estou com tanta raiva que sou capaz de estrangular o primeiro que encher o meu saco! - Então vai ficar com mais raiva ainda quando eu te disser que você está proibido de sair sem que um dos seguranças o escolte o tempo todo. – comunicou ele - Como é? Está brincando comigo? Você me conhece, sabe que não vou me sujeitar a isso sob hipótese alguma. - Eu não te avisei que a sua provocação de ontem ia ter consequências? Foi uma ordem direta dada pelo seu pai para todos os seguranças, ameaçando-os de punição caso falhem em te vigiar de perto. É por isso que eu te peço, Fabien, não arrume encrenca, pois pessoas que precisam dos seus empregos serão prejudicadas. Seja bonzinho, Fabien! É um pedido meu! - Eu já disse para você não se referir àquele crápula como meu pai! Ele não é meu pai, ele é um merda! – berrei zangado, pois as pessoas tinham a mania de me considerar filho daquele miserável. – Onde o desgraçado está, quero falar com ele agora, pois se ele pensa que vou cumprir as ordens dele está muito enganado. Ele que enfie suas ordens no cu! – esbravejei - O Sr. Kateb saiu pouco depois do café da manhã. Tenha juízo, Fabien! Não quero me ver obrigado a tomar alguma atitude mais rude com você. Lembre-se, não sou seu inimigo, minha função é garantir a segurança de todos vocês, não castigar meninos rebeldes. - Não me trate como se eu fosse um garotinho, Ayoub! Eu tenho 21 anos, não sou um moleque! – devolvi - Mas age o tempo todo como um! – atreveu-se a afirmar, lançando um sorriso apaziguador para ver se conseguia me dobrar. - Escolheu ao menos um segurança bonito para ser a minha sombra? – perguntei, aproximando-me dele e enfiando dois dedos entre os botões da camisa dele para puxar os pelos de seu peito. - Para você fazer o que fez com aquele garotão pobre coitado que se deixou seduzir e foi aliviar os testículos na sua cama? Precisei demiti-lo por causa disso, você bem sabe, perdi a confiança nele. – retrucou ele. - Você é muito mau, Ayoub! Muito, muito mau! – devolvi, pegando na rola dele com a outra mão. – Fiquei esperando por isso aqui na noite passada, você tinha me prometido que ia voltar quando a festa acabasse, mas não voltou. – o autocontrole daquele homem era impressionante, o pauzão nem se mexia com as minhas carícias, como se estivesse anestesiado. - E você é um putinho muito do safado! Pode tirar a mão daí que não vai conseguir nada do que está imaginando! E só para você não achar que sou mentiroso, eu voltei ao seu quarto depois da festa, você dormia feito um anjinho, quem te visse até pensaria que você é a mais pura e inocente das criaturas. – revelou - Se sua missão é me proteger, por que não ficou deitado lá comigo conforme te pedi? Você foi negligente, é isso? – perguntei, com um brilho sedutor no olhar que o encarava cheio de desejo. - Chapado como você estava não precisava de proteção, não tinha mais como se meter em encrenca. - Teria sido a sua chance de colocar esse pauzão no meu cuzinho sem que ninguém soubesse. – provoquei - Eu jamais faria isso com você! Não é porque resolveu ser um putinho que vou me aproveitar de você, seu moleque safado! Eu não saberia explicar de onde surgiu a minha obsessão por esse homem, só que começou a se manifestar durante a adolescência com os primeiros hormônios circulando nas minhas veias. Ele certamente colaborou para eu me reconhecer gay, pois sua masculinidade e virilidade me encantavam. O Ayuob tinha o dobro da minha idade, mas era um sujeito atraente apesar daquela careca precoce. Quando jovem, ainda na Argélia, engajou-se numa organização paramilitar onde desenvolveu seu físico musculoso, aprendeu táticas de combate e guerrilha, adquiriu domínio sobre armamentos, inclusive os destinados às forças armadas governamentais, tornando-se um mercenário que chegou a atuar na Guerra do Saara Ocidental a favor dos rebeldes Frente Polisário contra o Marrocos e a Mauritânia, financiados e apoiados pela Argélia e pela Líbia. Ele perdeu o pai ainda menino e foi por influência de um tio que se engajou nessa organização livrando assim a mãe de criá-lo. Como mercenário e já um tanto quanto afastado da mãe e da única irmã, amigos o convenceram a tentar a sorte na França, para onde se mudou quando uma empresa de segurança privada contratou seus serviços. Foi nessa época que conheceu o Hakeem que o contratou como chefe de segurança de suas empresas e, posteriormente, como responsável pela segurança da família e da casa, um cargo de muita confiança. O Ayoub tinha um olhar duro, frio que afastava as pessoas e as faziam ter medo dele. Creio que fui o único a conseguir enxergar naqueles olhos escuros o que restou do garotinho pobre e órfão que perambulava pelas ruas de Orã, para onde sua mãe se mudou depois de enviuvar, para ficar mais próxima das irmãs. Eu reconheci aquela nesga de doçura, medo, insegurança que ainda restavam neles. Um dia, mexendo em seus pertences quando invadi seu quarto, encontrei uma fotografia desbotada na sua carteira. Ele, a mãe e a irmã estavam retratados nela. Sondando como quem não quer nada, descobri de quem se tratava e onde poderia ser seu paradeiro atual, pois ele perdera contato com elas ao se mudar para a França. Passei dois meses inteiros das minhas férias de verão do colégio procurando por elas com as poucas informações de que dispunha. Jamais imaginei que ia encontrá-las numa situação tão degradante, ambas tendo que se prostituir para sobreviver. Trouxe-as comigo para a França, apesar de elas estarem relutantes e, numa das raras conversas civilizadas que tive com o Hakeem, sem agressões e trocas de insultos, convenci-o a abrigá-las numa casa própria em Marselha e a lhes dar alguma ocupação para que pudessem se manter. Eu era um adolescente ingênuo e, na época, não me dei conta de que aquela generosidade teria um preço. Custeando a mãe e a irmã, o Hakeem comprava a fidelidade do Ayoub, bem como seu silêncio para todas as suas atividades ilícitas. Ainda me lembro da alegria e emoção do Ayoub quando o coloquei frente a frente com a mãe e a irmã. Ele nunca me agradeceu, nem fez qualquer menção a minha atitude, mas eu sabia que no fundo ele gostava de mim e era profundamente grato; por isso sempre fez vista grossa para as minhas traquinagens, nunca era rude quando tinha que me castigar e, em algum lugar bem lá num canto do coração dele, havia um espaço que era destinado exclusivamente a mim. - E então, como vai ser, vai acompanhado do segurança ou quer ficar trancafiado em casa? – questionou ele, impositivo. - O segurança é tesudo? - Fabien, Fabien! Seja um bom menino! Designei o Laurent para vigiá-lo, comporte-se! - O Laurent? Meu avô é mais jovem do que ele! Ele não vai dar conta de me acompanhar! – devolvi frustrado, pois o Laurent era o mais velho dos seguranças e devia estar com uns 50 anos. - Se você não criar nenhum problema enquanto o Laurent estiver te escoltando, prometo que penso numa substituição. Mas, só se você se comportar, combinado? - O Alain, quero o Alain! – exclamei. – Temos um trato, não vá dar para trás, eu me comporto por algumas semanas e depois você designa o Alain. – impus - Putinho chantagista! Não é assim que a coisa funciona! Eu é quem decido quando, se e quem vou escalar, não você! – devolveu ele, divertindo-se com a minha escolha, pois o Alain era um machão de 25 anos bem dotado que não conseguia manter o pauzão dentro das calças; já tinha traçado três criadas da casa em seu primeiro ano conosco. - Troglodita insensível! Juro que um dia você vai enfiar seu pauzão no meu cuzinho e eu vou te proporcionar um prazer como você nunca sentiu na sua vida. - Convença-se de uma vez por todas que não curto ninfetos, muito menos tão veadinhos como você! - É o que veremos! Você dissimula, mas eu sei que você sente vontade de me foder, de se saciar no meu buraquinho e de descobrir como minhas carícias podem ser prazerosas. – afirmei, o que o fez esboçar aquele sorriso padrão de escárnio, para esconder o que realmente sentia. Cumprir promessas não era o meu forte, especialmente aquelas em que se exigia de mim um comportamento que eu não estava disposto a ter. Duas semanas depois das minhas fotos com a bunda e os genitais de fora sobre o palco soltando o verbo contra o Hakeem terem preenchido as páginas sociais dos principais jornais da França, no que foi considerado o escândalo do ano por expôr os problemas da vida privada do venerável Sr. Kateb, eu voltaria a ser manchete no dia seguinte a um tumulto com direito a quebra-quebra numa badalada casa noturna de Marselha. Fui acompanhado de outro notório encrenqueiro, Philip Montpelier, filho de um banqueiro que também vivia às turras com a família. Tinham tentado domar seu gênio indócil internando-o num colégio na Suíça, porém foi expulso de lá no segundo ano, nem a generosa contribuição que o pai se dispôs a presentear ao colégio demoveu a direção de expulsá-lo. Eu vinha saindo com ele com certa regularidade depois de terminar o relacionamento com meu último namorado, um estudante que conheci na universidade. Já nos conhecíamos antes de eu namorar esse estudante, tínhamos transado umas duas ou três vezes num ano em que, por coincidência, ambos tinham ido passar as férias de verão em Ibiza. O Philip é um sujeito marrento, difícil de domar, e que se julga meu dono desde que começamos a ficar juntos. Metido em esportes radicais e com uma turma de uma academia de jiu-jitsu que frequentava, comprava briga por qualquer olhar enviesado. Eu não me prendia a ninguém, se gostava do cara, principalmente seus atributos físicos, pois quase nunca me dava ao trabalho de analisar o restante, pois disso não obteria prazer algum durante as trepadas, deixava a coisa rolar para ver onde ia dar. Assim que chegamos a balada por volta das 2h da madrugada, notei que um carinha loiro com fisionomia de viking começou a me secar. Também já o tinha visto em algum desses lugares agitados e sofisticados, mas não chegamos a fazer contato. Eu estava na pista de dança com uma galera de amigos, tinha tomado duas tequilas, um shot de Bourbon e cheirado uma carreira de cocaína, o que fazia meu corpo flutuar na pista, os gingados sensuais chamavam a atenção, o suor que começou a me incomodar foi o pretexto para tirar a camisa e deixar o tronco bem estruturado se mover com graça ao som da música. O Philip era bastante rijo e quando dançava mais parecia um robô, além de alegar que menear o corpo e rebolar os quadris com sensualidade era coisa de veado, o que ele obviamente não era e não queria parecer ser, embora gostasse de enfiar sua pica avantajada no cuzinho de um deles. Ele me olhava de longe, sentado no balcão com dois amigos da academia, vigiando para nenhum gaiato folgar comigo, enquanto eu lhe devolvia sorrisos lascivos que ele bem sabia eram o aperitivo para o que viria a acontecer depois quando fossemos para a cama. O viking chegou junto, primeiro me dirigindo sorrisos contidos, depois dançando tão próximo que nossos corpos se tocavam a todo instante e, quando percebeu que eu fiquei a fim dele, as mãos começaram a ficar atrevidas com ele me abraçando por trás e me encoxando enquanto eu rebolava na virilha dele até conseguir sentir a solidez de sua ereção. Quem alertou o Philip para o que estava rolando na pista foi um dos colegas ao lado dele. Ele largou o copo de bebida sobre o balcão e se aproximou de mim querendo me tirar da pista. Como me neguei e até me pendurei nele colocando uns beijos em sua boca, o viking decidiu que não perderia a chance de sentir o quanto as minhas nádegas polpudas podiam ser generosas com sua rola. A troca de socos começou ali mesmo e foi esquentando, quando o Philip começou a aplicar os golpes de jiu-jitsu no viking e nuns amigos que vieram ajudá-lo, foi a deixa para que os amigos do Philip deixassem o balcão e entrassem na briga. Os seguranças da casa noturna entraram na peleja e, em minutos, a zorra estava instalada, mesas e cadeiras voavam por todo lado, sujeitos iam se estatelar contra as pilastras, garrafas e copos estilhaçados eram usados como armas. Os paparazzi de plantão tinham o que queriam, material para ilustrar os jornais do dia seguinte, com ricos e endinheirados se engalfinhando feito bestas primitivas. E, para tornar tudo ainda mais picante, o pivô da briga, Fabien Beaufoy, o extravagante, charmoso e atrevido enteado gay de Hakeem Kateb, cuja última façanha nem havia chegado a esfriar. Sabendo que ia enfrentar mais outra punição do Hakeem, tratei de me esconder, evitando as câmeras dos paparazzi, pois apenas os relatos verbais não venderiam jornais e poderiam facilmente ser negados. Refugiei-me nos banheiros após me assegurar que não tinham me visto escapulir de fininha. - Outra confusão? Percebo que essa é sua diversão predileta, estou errado? – perguntou-me um sujeito parrudo, cuja fisionomia também não me era estranha e que, por sinal, era um macho bem interessante. - Julgando os outros por si mesmo? – devolvi irônico - O que te leva a crer que sou dado a arrumar confusões? - Porque acabo de te reconhecer. Você esteve na festa do Kateb, estava menos descontraído do que agora, mas estou te reconhecendo. Smoking talhado na medida nem para esconder e nem para exibir demais essa montanha de músculos, gravatinha borboleta, taça de sauvignon blanc segurada com elegância na mão, olhares intensos e escrutinadores tanto para as mulheres com mais classe quanto para os velhacos com quem faz negócios sob anonimato para a Central Intelligence Agency, acertei? Uma versão mais jovem de James Bond, o 007, esbanjando charme para preencher as noites solitárias e saciar esse cacetão dentro da calça. Mas aposto que não vive tantas aventuras e perigos quanto ele. – devolvi com um risinho de triunfo. O sorriso que ele abriu era de deixar as pregas do cu piscando, o caralho do macho ficava ainda mais viril quando mostrava ligeiramente os dentes. - Conseguiu notar tudo isso em apenas um relance, ou já estava de olho em mim há algum tempo? – questionou - Digamos que tenho um olhar aguçado para certas coisas e pessoas! - E eu seria uma dessas pessoas! - Talvez! - Já que mencionou, também sou bom observador! Gostei do que vi debaixo daquela camisa quando se propôs a homenagear seu padrasto e promoveu aquele escândalo. – citou com a libertinagem brilhando nos olhos de um azul pálido. - Outro disfarce, quem diria? O macho com pinta de garanhão também gosta de um gay! É só para variar o cardápio, ou é apenas mais um disfarce? – indaguei, num joguinho que começava a ficar interessante. - Não é você quem tira conclusões a partir do que observa? Diga-me você, o que acha que eu sou? – ele estava me seduzindo, ou achava que estava, com suas meias palavras e insinuações. - Certamente é um heterossexual, porém não se furta a apreciar tudo o que cai na sua rede! – respondi. O risinho de anuência dele quase me fez beijá-lo. A polícia em peso já havia chegado, apartado a briga e disposto todos os frequentadores sentados enfileirados no chão da casa noturna, antes de invadir os banheiros a procura de mais culpados. Fui imediatamente contido e arrastado pelo braço por dois policiais que me conduziram até o salão principal, antes de cruzar a porta do banheiro olhei para trás e o 007 já não estava mais ali. Os flashes dos paparazzi explodiram no meu rosto que eu tentava cobrir com as mãos, ao mesmo tempo que baixava o olhar para o chão. - Há quanto tempo está namorando o Philip Montpelier, Fabien? Como se conheceram? Sua família e em particular seu padrasto aprovam esse relacionamento? Seu namoro com o Philip é sério ou apenas mais uma forma de você afrontar sua família? E os Montpelier, como encaram o relacionamento de vocês? Fabien! Fabien, só mais uma declaração! Você está sendo acusado de prejudicar os negócios de Hakeem Kateb, isso procede? – foram as perguntas que pipocavam nos meus ouvidos. - Só tenho uma resposta! Vão se foder! – retruquei, erguendo o dedo médio em riste para a cara deles. - Fabien, você terá que me acompanhar até a chefatura! Sugiro que o faça de modo espontâneo e sem truques, será melhor para todos! – verbalizou o chefe do departamento de polícia de Marselha, outro velho conhecido meu e cupincha do Hakeem. - Quanta honra Sr. Toissant! O senhor em pessoa vindo me prender mais uma vez! O senhor sabe que amanhã mesmo a sua conta bancária vai estar mais recheada, não é? – provoquei rindo, pois a expressão sisuda da cara dele me fazia rir. - Isso não é nenhuma brincadeira Sr. Fabien! Sua ficha no departamento está ficando cada vez mais longa, quando cair nas mãos de um juiz todo esse seu passado tumultuado vai pesar contra o senhor. – ele falava com tanta seriedade que parecia acreditar no que dizia. - Eu sei como o senhor preza pela justiça, Sr. Toissant e, longe de mim, querer tumultuar a sua chefatura. Vou lhe pedir apenas um favorzinho, me trancafie com esse bonitão aqui, ele não parece um daqueles vikings meio bárbaro cheio de testosterona, e só avise a minha família amanhã, pois esse tumulto todo só começou porque ele está a fim de foder o meu cuzinho. Não podemos deixar um macho lindo desses na mão, o senhor não concorda? – retruquei, fazendo o chefe de polícia parecer um palhaço mais uma vez. Ele espumava de raiva, fosse eu alguém não vinculado ao peso do sobrenome Kateb, ele teria mandado me surrar ali mesmo até eu nem mais saber quem era. A polícia estava tendo mais trabalho para impedir que os paparazzi e jornalistas alertados às presas chegassem a mim do que para deter os responsáveis por destruírem boa parte da casa noturna que, certamente, amargaria um tempo fechada para recuperar os estragos. Durante essa vigilância tumultuada, consegui escapar do policial encarregado de me manter sob controle, assim que o sósia do 007 me acenou ao volante de um Corvette C4 conversível vermelho. Ninguém mais nos viu pelo restante da madrugada, nem soube do nosso paradeiro. - Para onde está me levando, James Bond? Está me sequestrando? – caçoei, enquanto ele dirigia feito um louco pelas ruas estreitas com os faróis do carro desligados. - Quem diria que alguém com uma carinha tão inofensiva é capaz de arrumar tanta confusão? Deve haver ao menos umas dezenas de pessoas feridas com o tumulto que você provocou. – devolveu ele. - Ah, é claro, eu fui o responsável por tudo, como sempre! Pode me explicar que culpa eu tenho se dois caras começam a se socar em plena pista de dança e isso se transforma num quebra-quebra generalizado? Não dei sequer um tapa em alguém, como pode me culpar? – inquiri contrafeito - Atiçando dois machos alfa com esse corpo seminu. – respondeu ele, sem titubear. – Você sabe como provocar os brios de um macho, e não diga que não era isso que estava fazendo lá dentro! – afirmou - Você foi um deles? – indaguei provocativo - Não sou do tipo que se deixa abalar tão facilmente! – respondeu com certo desdém. - Isso significa que para conquistá-lo terei que usar uma tática mais sofisticada? – perguntei, alisando a coxa grossa e musculosa dele - Duvido que funcione! Sou imune a moleques atrevidos como você. - Ah, você também não! – exclamei irado. – Agora todos resolveram me chamar de moleque, como se fossem muito mais adultos do que eu, inclusive um sujeito feito você! Quantos anos tem, já chegou aos trinta, pois não me parece que tenha saído dos cueiros há muito mais tempo do que eu? Portanto, não banque o adulto responsável comigo! - Estou os completando hoje! – respondeu. Havia algo de melancólico na sua resposta. - Sério? É seu aniversário? Então vamos comemorar! – devolvi animado - Não acha que já aprontou o suficiente para uma só noite? A festa acabou, você vai aquietar o facho! – determinou. - Estraga prazeres! Deve estar completando 60 anos e não 30, seu velhaco! – protestei, fazendo-o rir. – Afinal, ainda não me respondeu para onde está me levando? Nem tente me levar para casa, a essa altura o chefe de polícia já deve ter alertado o Hakeem e devem estar me esperando para mais um daqueles sermões seguidos de ameaças e castigos. - Vou te levar para um lugar seguro, onde não vai arrumar confusão! – respondeu enigmático - E, onde é esse lugar, a sua cama? – perguntei, deslizando a mão que estava sobre a coxa dele até o volume abaixo da braguilha, que respondeu com um discreto pulsar quando foi tocado. – Você pode não se abalar tão facilmente, mas o que está aqui dentro tem uma opinião bem diferente! – exclamei exultante, ao perceber que ele não era indiferente a mim. Ele entrou na garagem de um edifício residencial na Corniche Président John Fritzgerald Kennedy no Endoume, subimos até o último andar e ele me fez entrar no apartamento amplo de design modernista com vista para o Feu de la Digue des Catalans e para Les Îles. Da sala havia uma saída através de duas portas envidraçadas para um terraço a céu aberto, foi lá que nos sentamos depois de ele preparar dois dry Martinis, sentindo o frescor da brisa do mar. - Então, James Bond, vai me dizer seu nome ou terei que continuar te chamando de 007? E por que me trouxe para cá, suponho que seja sua casa, ou a que a CIA banca para você fornecer informações aos seus superiores. – comecei, quando ele me encarava de um modo perturbador. - Burke! Declan Burke! Como soube que sou agente da CIA, andou me espionando? – respondeu ele. - É um nome bem sonoro! É seu nome verdadeiro ou o que lhe deram para essa missão na França? E, não, não precisei te espionar, não dedico meu tempo para esse tipo de assunto. – ele apenas esboçou um sorriso. - Por que acha que meu nome não é esse? Não gostou dele? - Por que no seu ramo de atividade nada é verdadeiro! - Acha que não sou verdadeiro? - A única coisa que é verdadeira em você é esse corpão tesudo de macho, e aquilo que senti no meio das tuas pernas enquanto você dirigia! - É sempre tão ousado? Atrevido eu acrescentaria! - Depende! Se algo me interessa, não fico embromando, vou logo ao ponto. - E, no caso, eu te interesso! Posso saber porque? - Eu já disse, corpão tesudo, macho cercado de mistérios, pauzão viril. – enumerei. Ele riu. - Bem que me disseram que você é um veadinho bem putinho! E foi o que pude observar na boate agora há pouco. - Preciso manter a fama! E foi por isso que me trouxe para cá, para ter uma noite de orgia com um veadinho puto? - Não! – ele foi tão lacônico e objetivo que fiquei em dúvida quanto as suas intenções. - Então foi para o quê? - Esses seus repetidos escândalos despertam a atenção e curiosidade dos jornalistas sobre seu padrasto e isso não é bom para aqueles que tem negócios com ele. Digamos que você não é um estorvo apenas para o Kateb, mas para muita outra gente. – revelou, o que não consistia em nenhuma novidade. - Devo encarar isso como uma ameaça, um aviso, ou o quê, James Bond? É essa a sua missão, se livrar de mim, me tirar do caminho entre os interesses da CIA e do Hakeem? E eu achando que íamos ter uma noite excitante como as que o verdadeiro 007 protagoniza com as beldades dos filmes que sempre se apaixonam perdidamente por ele, saciam-no na cama e são capazes até de morrer por ele. – devolvi sarcástico. - Você está assistindo filmes de espionagem demais, ou tem uma mente muito fértil, típica de moleques que não conhecem nada da vida. – retrucou, o que bastou para me tirar do sério. - Cretino! Você se acha, não é? Pois bem, você deu o seu recado. Se vai me matar, sugiro que o faça agora, pois eu estou indo embora. – despejei irado - Pode não acreditar, mas eu te trouxe para cá para sua própria segurança! Não tenho a menor intenção de te matar, mas sei que outros estão. Não é nada pessoal, são apenas negócios que se dificultam cada vez que você promove um dos seus escândalos. Sabe como são esses desgraçados desses jornalistas, eles vasculham, vasculham até encontrarem uma pontinha do fio da meada e depois, farejam e remexem até encontrar o que os interessados não querem que se descubra. Como eu disse, são só negócios, nada pessoal. Tanto faz você ser gay, lindo, sensual, provocante ou sarcástico, contanto que isso não afete os negócios deles. No meio daquele tumulto na boate podiam ter atirado em você e ninguém questionaria não ter sido por motivo passional; culpariam um infeliz qualquer em cujas mãos implantariam a arma do crime e tudo estaria resolvido. – senti um arrepio quando ele falou isso. - Isso significa que devo lhe agradecer por ter salvo a minha vida? O mocinho galã herói que me resgata num carro esportivo de luxo fugindo pelas ruas escuras, depois você me acusa de assistir filmes de espionagem demais. É patético. – devolvi. Ele sorveu o último gole do Martini e ficou me encarando. - Você deveria focar nas causas sociais que defende com aquele bando de inconformados e rebeldes da universidade com quem anda metido e consumindo drogas, é bem menos perigoso para você, isso eu garanto! – argumentou - Fez bem a sua lição de casa, me espionando e, aposto, até elaborando um dossiê que já deve estar nas mãos de algum maioral do Gabinete dos Estados Unidos ou do Pentágono de onde virá a ordem do que fazer com o gay que está atrapalhando as negociatas escusas, utilizando recursos obtidos ilegalmente através da venda de armas ao Irã para apoiar os Contras da Nicarágua apesar de a Emenda Boland ter restringido esse apoio. É esse o seu papel aqui na França, não é, fazer negócios com o Hakeem pois é por meio dele que essas armas chegam ao Irã bancadas pelo seu país, e pelo tráfico de drogas, ambas atividades acobertadas e com efetiva participação da CIA, mas que precisam ser mantidas em segredo para não comprometer os EUA, uma vez que vocês não podiam tolerar o pacto de cooperação econômica entre a Nicarágua, Cuba e a URSS, tudo em nome da luta contra os movimentos comunistas que se alastram naquele continente. – ele me ouviu espantado. - Vejo que também anda fazendo sua lição de casa! – ironizou - Posso parecer um idiota alienado, um veadinho fútil que só pensa em foder, mas você não me conhece, Declan Burke, ou seja lá qual for o seu nome verdadeiro! Não me julgue, pois as tuas atitudes não são nem um pouco louváveis. O que você faz aqui, cercado de luxo e mordomias repercute naquela merda de país da América Central atolado na miséria onde milhares de inocentes estão morrendo atingidos pelas armas que você ajuda a colocar lá dentro, ou pela miséria provocada pela guerrilha que vocês fomentam. – ele ficou um bom tempo em silêncio, espreguiçou-se na cadeira, era um homem apaixonante e, talvez fosse isso que mais me perturbava nele. - Você deve me odiar! - Não tenho porque te odiar! É você quem deve questionar seu caráter! – devolvi. Ele não me deixou partir, instalou-me num quarto confortável e luxuoso como todo o apartamento. Não faltava muito para amanhecer e eu não estava disposto a voltar para casa e enfrentar tudo o que me esperava por lá. A discussão com ele tinha me feito perder o sono, eu estava irritado com tudo, com a briga que o Philip provocou na boate, com o James Bond querendo me dar uma lição quanto às minhas ideologias, com a porra do Hakeem que ia me passar mais um dos seus sermões. Fui até o quarto dele depois de ter me despido, de alguma forma aquilo tudo tinha implantado uma excitação no meu corpo e a vontade de sentir uma rola pulsando no cuzinho só fazia crescer. Ele estava deitado de costas, só de cueca, pernas bem afastadas o que salientava o volume no meio delas, e na penumbra que permitia ver que não estava dormindo, mas acordado olhando para o teto com a cabeça apoiada sobre as mãos cruzadas atrás dela. - Perdeu o sono? Espero que não tenha sido pelo que falei. – disse ao entrar e engatinhar sobre a cama na direção dele. - O que quer aqui? - Testar se é mesmo verdade que não se deixa abalar tão facilmente por um gay que está louco de vontade de chupar a sua rola! – ele sorriu. - Esteja à vontade! Mas, não se zangue ou me culpe se não conseguir o que pretende. – ele parecia tão certo e seguro do que estava afirmando que encarei aquilo como um desafio. Eu quis beijá-lo, mas ele desviou o rosto; mesmo assim, beijei-o suavemente, na base da mandíbula, sobre a barba cerrada que pinicou meus lábios. Ele não reagiu. Pousei um segundo, mais úmido, mais quente e prolongado. Nem um sutil suspiro da parte dele. Seria tão imune ou avesso ao toque de outro homem, ou estava apenas pondo em prática seu treinamento de agente secreto? Só havia um jeito de descobrir, afagar aquele tronco maciço e largo, deslizar sensualmente a mão sobre ele rumando em direção à barriga trincada e musculosa, enfiando-a sorrateira e libidinosamente dentro da cueca para pegar naquele cacetão aconchegado dentro dela. Encarei-o o tempo todo enquanto minha mão se apoderava do pauzão pesado e grosso dele, e foi sublime notar que a respiração dele começou a se alterar, a ganhar profundidade e intensidade. Ele não era imune, ia lutar bravamente para provar que estava certo, mas com jeitinho e muita sedução acabaria nas minhas mãos. Arriei a cueca e pousei o primeiro beijo, com os lábios propositalmente bem úmidos, sobre a parte da cabeçorra não coberta pelo prepúcio, aspirando seu aroma másculo. No terceiro seu ventre foi acometido de contrações discretas da musculatura, num movimento ondulante sobre o qual eu coloquei a minha mão, começando a afagar os pelos entre os dedos. O pauzão começou a inchar, as veias que revestiam seu contorno foram ficando salientes com o sangue que chegava em impulsos fortes. A glande começou a emergir do prepúcio, arroxeada e lustrosa com a umidade da qual estava revestida. O perfume almiscarado se tornou mais intenso, e em minha boca a saliva se acumulava. Repetidos toques com os lábios e beijos ao longo do cacetão flácido começaram a enrijecê-lo, e ele começou a se movimentar sem que eu precisasse tocar nele. Fixei meu olhar no do Declan, que me encarava cheio de expectativa. Como o braço de uma grua se empinando o caralhão foi se distendendo, afastando-se do sacão peludo, foi quando minha mão se fechou ao redor dele e eu o distendi delicadamente terminando de o endurecer. O Declan deixou escapar o ar entre os dentes, o não se deixar abalar já tinha fracassado, ele foi tomado pelo tesão. Dali em diante eu estava no controle e, com os lábios fui cobrindo lenta e suavemente a cabeçona até ela preencher a minha boca e comecei a sorver o sumo translúcido ligeiramente salgado que ela vertia aos borbotões. Ele não fazia mais que emitir sons guturais roucos e se contorcer sentindo o falo sequioso sendo chupado com devoção, de onde vinha um prazer como jamais sentiu. Eu o punhetava ao mesmo tempo em que lambia e chupava a verga grossa por toda sua extensão, chacoalhando as bolas enormes e pesadas. Minha mão deslizava entre o umbigo e a virilha dele, acariciando aquele matagal de pelos e pentelhos encarapinhados. Com a língua se movendo em círculos sobre a uretra e os lábios encapando toda a glande, eu chupava com carinho enquanto o pré-gozo e a minha saliva se mesclavam antes de eu os engolir. - Fabien, seu putinho do caralho, não é à toa que a tua fama corre pela cidade toda! Que macho não morre de tesão com um boquete desses? – grunhiu ele, agarrando-me pelos cabelos e socando minha cabeça contra a virilha até a pica chegar na minha garganta. O que fez com a convicção de não se deixar abalar com o meu assédio, hein, macho gostoso da porra? Pensei comigo mesmo, quando ele estava completamente rendido à minha investida e não fazia nada além de se entregar ao tesão que estava sentindo. Esse domínio sobre os machos me excitava, me dava a real dimensão do poder que eu tinha sobre os homens, por mais relutantes que fossem em admitir que um gay pode lhes proporcionar prazeres nunca imaginados. Esse era um deles, Declan Burke, se é que seu verdadeiro nome é realmente esse, um machão com pinta de galã capaz de fazer qualquer mulher ficar com a bocetinha molhada só de imaginá-lo enfiando sua tora de carne intrépida dentro dela. Precisei de pouco mais de dez minutos lambendo, sugando e mordiscando aquele falo latejante para extrair dele o leitinho denso e esbranquiçado que o Declan despejou na minha boca urrando enquanto gozava, sem desgrudar o olhar fascinado do meu rosto que se enchia de satisfação a cada jato de porra engolido. As pontas dos dedos dele percorriam minha cabeleira, enquanto seus urros guturais enchiam o clima do quarto de luxúria. Só larguei o cacetão depois de haver lambido até a última gota de esperma, limpando a chapeleta. - Este é meu presente pelo seu aniversário! Espero que tenha gostado! – exclamei ao deixá-lo esparramado sobre a cama ainda imerso na lascívia do gozo, ao regressar para o quarto de hóspedes. - Aonde pensa que vai, veadinho da porra? Volta aqui! – ordenou indignado por ter sido abandonado como algo que foi usado e já não tinha mais serventia. Eu não me detive, voltei ao quarto e me lancei sobre a cama. Ele me seguiu e invadiu o quarto num rompante, atirou-se sobre mim e começou a me beijar aleatoriamente onde encontrava qualquer espaço livre sobre a minha pele, no que mais parecia um leão devorando sua presa. - Seu putinho gostoso do cacete, o que pensa que está fazendo, quase me matando de tanto prazer e depois me largando insaciado e morrendo de tesão? – sussurrou ao mesmo tempo que mordiscava e chupava meu pescoço, esfregando o corpão excitado contra o meu. - Contente-se com o presente que te dei! Afinal, você não disse que é do tipo que não se deixa abalar facilmente? – provoquei. - À merda com o que eu falei! Esqueça! Eu quero esse rabão, eu quero teu cuzinho! Com essa bundona toda nua vai querer me cobrar pelo que falei? Só quero te enrabar! – grunhia ele, como se eu estivesse no cio. Fiquei me agitando debaixo dele dificultando, propositalmente, ele encaixar o caralhão no meu rego estreito e o enfiar no meu cuzinho; o que só o fez me agarrar com mais força, apertando meu tronco contra o dele com seus braços musculosos. Ele rugia na minha orelha, tomado pelo tesão, como se seu rugido fosse um sinal de dominância ao qual eu deveria me render. Aos poucos, fui afastando ligeiramente as pernas e empinando o rabo, cessando simultaneamente a agitação como se estivesse me entregando, momento no qual ele meteu com um impulso forte o caralhão no meu cuzinho. Eu gritei, fiquei completamente imóvel, segurei a respiração pois a dor aguda se alastrou por toda minha pelve. Ele teve a certeza que me tinha, arfou e beijou meu ombro para, em seguida, empurrar o pauzão com mais uma estocada forte para o fundo do meu cu. Meus ganidos o excitavam, confirmavam a posse, o domínio. Me sentir submisso a sua vontade e desejos era por si só um prazer único que ele estava disposto a usufruir em sua plenitude. - Está me machucando, seu bruto! – gemi, sentindo a verga grossa deslizando para dentro das minhas entranhas dilacerando tudo que encontrava pelo caminho. - Para um veadinho puto e safado como você, esse cuzinho está bem mais apertado do que eu pensava. O que foi, nunca sentiu uma pica como a minha ou está fazendo charminho? – inquiriu ele, mergulhando fundo na maciez úmida que encapava sua rola. - Troglodita! Bruto selvagem! Se eu soubesse que você é essa besta insensível e bruta não teria te dado seu presente de aniversário. – balbuciei, atormentado pela dor imperiosa que fazia meu corpo inteiro estremecer sob o jugo dele. - É nisso que dá quando um veadinho tesudo como você provoca os brios de um macho! Vai levar rola no cu! – exclamou, bufando feito um touro com o tesão crescente que o dominava. - Eu esperava que você fosse civilizado e gentil! – devolvi, deixando-o me foder com ardor, pois nem eu mesmo saberia dizer o que estava me dando mais prazer, sentir aquele macho completamente alucinado por mim e pelo meu cuzinho ou, aquela dor gostosa se espalhando pelo meu baixo ventre. - Você é uma perdição, moleque! Uma perdição diabólica! – ronronou ele, bombando meu cuzinho com força, ao mesmo tempo em que enfiava dois dedos na minha boca para sufocar meus ganidos libertinos. Tomado pela luxúria e prazer daquele corpão atado ao meu, não consegui mais protelar o gozo. Ele foi se formando com os espasmos que tanto contraíam meus esfíncteres anais mastigando o caralhão dele quanto retesavam a musculatura do meu ventre. Soltei um ganido agudo quando comecei a esporrar liberando toda tensão acumulada. Ele se realizou me vendo gozar. - Está gozando veadinho tesudo? Está, não é; está gozando com a minha rola de macho entalada no seu cuzinho, não é putinho gostoso? – cobrava ele, num ronronar desvairado. - Ai, James Bond, seu puto! – devolvi, tomado pelo prazer. Ele riu da chacota, mas foi imediatamente tomado pelo gozo que se materializava em suas entranhas preparando-se para ejacular toda porra que ainda abarrotava seus colhões. O sêmen espesso e pegajoso começou a escorrer sobre a minha mucosa anal, inundando meu cuzinho com sua virilidade, enquanto ele urrava e grunhia tomado por um estado de luxúria indescritível, deixando-se cair pesadamente sobre mim. Permanecemos engatados até nossas rolas amolecerem por completo e nossas respirações voltarem ao ritmo normal levando consigo aquela quentura que abrasara nossos corpos. Ele saiu de cima de mim e se largou esparramado entre os lençóis amarfanhados e os travesseiros espalhados sobre a cama. Eu me inclinei sobre ele, beijei-o com ternura e doçura, afaguei os pelos molhados de suor do torso dele, enquanto ele segurava minha cabeça entre as mãos e retribuía os beijos ardentes enfiando sua língua na minha garganta. Quando nos encaramos foi como se algo desconhecido e inusitado penetrasse fundo em nós, eu nunca tinha sentido nada parecido. Contudo, aquilo me deu vontade de me aninhar nele, de me entregar à carícia daquela mão que deslizava sobre as minhas nádegas, e de usufruir a deliciosa sensação que era massagear aquelas bolonas peludas que haviam acabado de inundar meu cuzinho com seu conteúdo viril. - Onde esteve? Estamos a horas te esperando, seu inconsequente! – berrou furioso o Hakeem quando entrei em casa e o encontrei ao lado do chefe de polícia, Sr. Toissant. - Por aí! Não é da sua conta! – respondi. – Oi, Sr. Toissant, como foi a sua noite? – zombei, ante a cara sisuda e raivosa que ele me dirigiu. - Fabien! – gritou o Hakeem, quando percebeu que eu não ia parar, a caminho do meu quarto, para ouvir seu sermão. – Pare onde está, Fabien! Caralho moleque, eu não respondo por mim se der mais um passo! O Sr. Toissant está aqui para cobrar explicações quanto a destruição que você provocou naquela boate. Isso não é nenhuma brincadeira, Fabien! – emendou no mesmo tom exaltado. - E você vai fazer o que, Hakeem, hein? Me fale, o que você vai fazer comigo, seu desgraçado? Acho melhor você pensar duas vezes antes de me ameaçar, não acha? Ou se esqueceu de que tem o rabo preso comigo, hein, seu miserável! – questionei, fazendo-o repentinamente controlar a raiva que estava sentindo e refletir sobre o que perderia caso eu desse com a língua nos dentes. – Para início de conversa, eu não quebrei um único copo naquela boate, então não sei pelo que tenho que responder, já que não fui eu quem protagonizou o quebra-quebra. E o senhor, Sr. Toissant, sabe muito bem disso! Mas, como é mais fácil vir aqui e cobrar propina do meu padrasto do que encontrar os responsáveis pela destruição, o senhor está aqui, certo de que vai se dar bem outra vez. – acusei, fazendo-o perder a empáfia e baixar o olhar diante dos dois policiais que o acompanhavam. - Isso são modos, Fabien? – questionou minha mãe, que apareceu atraída pelos berros. - Não se meta nisso! – exclamei, encarando-a desafiadoramente. – Hakeem, deposite umas migalhas na conta do excelentíssimo chefe de polícia de Marselha, como sempre, e tudo está resolvido. Estou sem saco para aturar e mesma faladeira de sempre. – sugeri, encarando o Hakeem e o Sr. Toissant, que já estava acostumado a ser humilhado por mim, mas ciente de que era mais vantajoso financeiramente passar por isso do que me levar preso, onde as consequências posteriores podiam ser bem danosas. - Me perdoe pelo meu filho, Sr. Toissant! Ele anda impossível, não sabemos mais como controlar esse gênio rebelde dele. – desculpou-se minha mãe, fazendo-o parecer ainda mais tolo. - Não se preocupe, madame Kateb! Eu sei como esses jovens podem dar trabalho. Creio que já tenho as informações de que precisava, como seu filho acaba de mencionar, não foi ele o responsável pela destruição na boate. Vamos encontrar os culpados e cobrar deles pelos danos. – o sujeito era um imbecil sem tamanho, avarento e ganancioso, por isso se submeteu àquela espera humilhante para ter mais alguns Euros em sua conta bancária. Enquanto ele dispensava os dois policiais, o Hakeem colocava em suas mãos um cheque que deveria ser bem polpudo, pois um sorriso parvo de satisfação se esboçou na cara dele. - Eu estou farto de passar por isso cada vez que você promove um escândalo! – afirmou o Hakeem quando o Sr. Toissant partiu. – Não pense que vou ficar encobrindo eternamente suas confusões, minha paciência tem limites, e você está à beira de esgotá-los. – emendou, enquanto minha mãe se prendia ao braço dele numa tentativa de acalmá-lo. - Vá se foder! – explodi, deixando-os no escritório, confabulando quanto ao que fazer comigo. O Philip apareceu uns dois dias depois do quebra-quebra na casa noturna, tinha uns hematomas na cara o que me fez tirar o sarro dele. - Se veio aqui para me cobrar explicações sobre o que aconteceu naquela noite, pode dar meia volta, já ouvi sermões demais! – comecei, antes de o deixar falar. - Porra, Fabien, quem era aquele cara? - E eu que vou saber? Sei lá! Era um sujeito que começou a dançar perto de mim e você resolveu que queria dar uma surra nele por conta disso. – devolvi - Foi só isso mesmo? - Claro, o que mais seria? - Pensei que você estava dando bola para ele! - Pensou errado! - E nós, como ficamos? Estamos bem, não é? Quero te levar para um passeio de veleiro, para esquecermos tudo isso, para ficar juntinhos, estou com uma puta vontade de transar com você outra vez. – afirmou. - Acho melhor darmos um tempo, esperar o clima esfriar, esperar os jornalistas pararem de publicar fofocas sobre nós. – sugeri, pois ainda sentia os efeitos que a trepada com o Declan haviam deixado no meu cu. – Andei faltando muito na faculdade e preciso recuperar as matérias que perdi, você entende, não é Philip? – ele se mostrou compreensivo, o que já era um ponto a menos na minha consideração por ele. Eu perdia o interesse pelos machos que se deixavam dobrar com meus argumentos, eles pareciam perder a virilidade, aquela força e impetuosidade que todo macho que se prese precisava ter para eu me interessar por ele. Eu o deixaria de escanteio por um tempo, talvez ainda pudesse ser útil quando me desse vontade de sentir uma pica no cu. Hakeem Kateb estava envolvido indiretamente através de conchavos em diversos conflitos bélicos, como um grande distribuidor de armas. Ele não tinha escrúpulos, fornecia-as a quem pagava mais, mesmo que para isso tivesse que prejudicar os negócios de seus aliados. A guerra civil em El Salvador era um deles; ele fornecia armamento da URSS aos diversos grupos revolucionários que compunham a Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional que eram apoiados pela Nicarágua e por Cuba. Na Guerra Irã-Iraque em sociedade com outro poderoso traficante de armas, o líbio Tarek Mansour, Hakeem abasteceu com armamento a minoria curda rebelde que se valia de táticas de guerrilha na região montanhosa do norte do Curdistão. Outro conflito que lhe rendeu fortunas foi a Guerra do Afeganistão; a invasão soviética para apoiar o governo comunista desse país contra rebeldes islâmicos, levou os EUA a financiarem e treinarem esses rebeldes, as armas enviadas clandestinamente aos rebeldes eram fornecidas por um traficante judeu, Sender Avraham, outro sujeito que venderia a própria mãe se isso lhe trouxesse lucros, e inimigo declarado do Hakeem. Manobras escusas do Hakeem levaram Sender a perder um enorme carregamento de armas que seguia embarcado num navio que foi interceptado pelas autoridades paquistanesas alertadas por companheiros do Hakeem quando navegava no mar Arábico próximo ao Golfo de Omã e do litoral do Paquistão. O prejuízo financeiro e as ameaças de morte tiraram o desafeto de cena, obrigando-o a se esconder com a ajuda da CIA, uma vez que o governo americano se via pressionado por um Congresso cheio de senadores judeus. Hakeem passou a ser o fornecedor de armas a partir daí. A Guerra Civil Angolana, especialmente no período entre meados e o fim dos anos 80 se constituiu em outra formidável fonte de lucros para o Hakeem. A guerra que foi usada como campo de batalha de uma guerra por procuração da Guerra Fria por governos rivais da URSS, EUA, Cuba e África do Sul, fez disparar a venda clandestina de armamentos que eram fornecidos aos revoltosos sem que os financiadores soubessem que as facções rebeldes que eles apoiavam também eram abastecidas pelos rivais. O preço pago por todo esse sigilo, fez com que o Hakeem vendesse cada metralhadora, fuzil ou toneladas de munição a preço de ouro. Enquanto não desconfiassem que ele fornecia para os dois lados, tudo estaria sob controle. Contudo, todos esses conchavos, essas falcatruas, essas traições também o fizeram coletar inimigos que queriam ver a sua ruína, ou ter sua cabeça sobre uma bandeja. Essa era a principal razão para ele se cercar de um esquema de segurança tão rígido sob o comando do Ayoub. Atingi-lo diretamente, ou a alguém intimamente ligado a ele fomentava esquemas de vingança. Eu estava saindo da faculdade naquele final de tarde, tinha me demorado além do fim das aulas porque combinei de me encontrar com um carinha do curso engenharia com quem vinha flertando há alguns dias, depois de um encontro casual na biblioteca onde rolaram uns beijos e uns amassos entre os corredores de livros. Eu nunca o tinha visto antes, pois se transferiu no início do semestre, além do edifício da engenharia ficar um pouco distante do edifício da faculdade de relações internacionais. Não sei ele estava precisando mesmo de uma lapiseira ou se só usou isso como pretexto para se aproximar da mesa onde eu anotava uns trechos dos quais precisava para montar uma dissertação. Começou a puxar conversa, sem parar de analisar todo e qualquer movimento que eu fazia, particularmente os dos lábios que pareciam fasciná-lo. Me convidou para um café na cafeteria que ficava no térreo da biblioteca, durante o qual não parou de esquadrinhar a minha bunda. Quando notei o interesse dele, aliado a ereção que ficava ajeitando dentro do jeans e aquele olhar lupino de seus olhos verdes, comecei a seduzi-lo. Ainda na cafeteria ele me deu uma encoxada discreta, mas firme, e amassou um dos meus glúteos, deixando meu cuzinho todo ouriçado. Retornamos correndo para a biblioteca e fomos até o ponto mais ermo, onde ele me prensou contra uma das estantes e começou a me beijar e bolinar, afogueado pelo tesão. Sua boca tinha um gosto adocicado e quente, o que só fazia meu desejo por sua rola aumentar. Desabotoei e abri o zíper da braguilha puxando o caralhão excitado e melado dele para fora; fui me ajoelhando aos pés dele e abocanhei a jeba, chupando-a com gula até o escutar soltando os primeiros gemidos lascivos enquanto se contorcia todo. Peguei o sacão peludo e quente na mão e comecei ordenhá-lo, ele grunhia tão alto que quase nos delatou para a bibliotecária sessentona que vigiava os salões como uma águia. - Vai me fazer gozar, cacete! Que tesão da porra essa sua boca aveludada! – grunhia ele, enquanto eu trabalha com afinco naquele cacetão duro feito uma barra de ferro. Ele me puxou para cima, me virou de frente para a estante de livros e arriou minha calça e cueca, deixando minha bundona carnuda toda exposta. Ao sentir sua mão afoita entrar no meu rego à procura da minha rosquinha soltei um gemido que também quase nos denunciou. Ele me empurrou com força contra a estante, se posicionou atrás de mim fazendo as nádegas se encaixarem em sua virilha. O roçar dos pentelhos dele no meu cuzinho me ensandeceu, empinei e franqueei o rabo e, com uma estocada firme, ele meteu a jeba sedenta no meu cuzinho. Tive que morder a manga do meu agasalho quando as preguinhas rasgaram. - Ai, vai devagar! – gemi sensual. Ele agarrou meu tronco, chupou minha nuca e continuou estocando meu cu até a rola inteira ficar atolada em mim. Feito uma égua ou uma cadela que aceita a monta, eu me agarrava à prateleira com tanta força que cheguei a derrubar alguns livros. Arfando e chupando a minha pele ele não parava de bombar. Aquele entra e sai abrasando meus esfíncteres estava me deixando louco, e eu não parava de pedir para ele me foder, mais e mais. Meu pinto balançava solto a cada estocada dele e, sem eu o tocar, comecei a gozar. Os jatos de porra voavam para todos os lados, atingindo os livros que estavam nas prateleiras inferiores. Aos poucos, seu corpo foi enrijecendo, os impulsos ficando mais vigorosos me machucando mais e, junto a um bramido rouco ele se despejou todo no meu cuzinho. Ele bombava e ejaculava ao mesmo tempo, me inseminando as entranhas efervescentes com sua porra viscosa. Desde então, vínhamos marcando encontros para transar. Ele estava atrasado, mais de meia hora. Eu já começava a ficar impaciente, tinha prometido acompanhar minha mãe a uma exposição de arte numa galeria onde ela prestigiava novos talentos, quando dois sujeitos metidos nuns ternos vagabundos se aproximaram e me arrastaram para trás de uma coluna larga que sustentava o pórtico do edifício central da universidade. Um pano molhado foi apertado contra a minha boca e nariz, dele vinha um cheiro etéreo e meio adocicado, enquanto eu tentava gritar e respirar ao mesmo tempo. Uma moleza foi se apossando do meu corpo e quando encarei um dos sujeitos, eu estava nos braços dele, sendo carregado para uma van estacionada ali perto. Depois não vi nem senti mais nada. Acordei sozinho num cubículo sem aberturas exceto uma porta metálica. Sentia engulhos, a visão estava embaçada, a boca seca, e uma fraqueza generalizada. Comecei a gritar por socorro e com as forças que ainda me restavam, esmurrei a porta provocando ecos que reverberavam sem que ninguém aparecesse. Não faço ideia de quantas horas permaneci trancado ali, até a porta se abrir, a cara de um dos sujeitos que me abordou surgir e me puxar para fora. Estávamos num galpão maior de teto abobadado e tudo que se falava lá dentro ecoava pelas paredes. De um Jaguar preto desceu um homem sessentão, o que lhe restava de cabelo formava uma ferradura que contornava a parte de trás do crânio, o topo era calvo e lustroso. Ele nem precisou tirar os óculos escuros, reconheci-o de imediato, o traficante judeu, Sender Avraham. - Você vai ligar para o seu pai, vai mandar que ele coloque um milhão de dólares numa maleta que deve ser deixada nesse endereço, sem nenhum truque se quiser que você volte para casa vivo. – ordenou, colocando um pedaço de papel com alguns garranchos na minha mão. - Ele não é meu pai, porra! – berrei, segundos antes de uma bordoada estalar no meu rosto e deixar meu ouvido zunindo. - Escuta aqui, seu veado filho da puta! Não me interessa quem é ou não filho daquele desgraçado. O que eu sei é que você vai ser entregue dentro de um saco e sem vida se ele não fizer o que estou mandando. Agora ligue para ele, moleque! – gritou, enquanto o sujeito que havia me carregado no colo até o carro me arrastava para junto de um telefone. - Ele não vai fazer o que está mandando, porque se eu morrer ele estará livre de um de seus maiores problemas. Vai achar que sou eu quem está aplicando o golpe da grana nele. – afirmei. – Você estava na festa, viu como eu o humilhei diante de todos, e é tão idiota que acha que ele vai fazer o que está pedindo só porque sou enteado dele. Faço uma ideia de como foi fácil para ele enganar um imbecil feito você! – dessa vez a mão que me acertou com um soco na barriga foi a do próprio velho. Ele mesmo quase perdeu o equilíbrio quando desferiu o soco, e precisou ser amparado pelo sujeito que estava ao lado dele. Fiz a ligação, o Hakeem desatou a rir do outro lado da linha, achando que eu queria arrancar dinheiro dele. Foi só quando o Sender pegou no fone e com sua voz rouca de fumante inveterado repetiu a ordem que ele acreditou no que estava acontecendo. - Mato o moleque veado, Hakeem, não duvide disso! Se dentro de quatro horas o dinheiro não estiver no endereço que passei, vai receber o corpo dele na porta da sua casa. – ameaçou o judeu. Senti um calafrio percorrendo minha coluna, na briga entre eles, eu não passava de uma provocação e exibição de poder. Para nenhum dos dois minha vida valia sequer um cêntimo de Franco. A longa espera começou. O judeu entrou no Jaguar e o motorista saiu do galpão cantando pneus e deixando um eco a reverberar atrás de si. O sujeito que havia me entorpecido com o clorofórmio não parava de me encarar. Ele e o comparsa estavam com sobrepeso, o ar estagnado do galpão os fez suar e ambos se livraram dos paletós baratos, ficando apenas de camisa que desabotoaram para o tórax ventilar. Ambos os tinham bem cabeludos e junto com a tez escura não negavam sua origem argelina ou tunisiana. Gay que é gay não o deixa de ser nunca, e eu estava ali para provar quando me deparei com aqueles pelos abundantes forrando os torsos deles. O que me entorpeceu sacou logo o significado daquele olhar que eu tentava disfarçar, e se aproximou de mim. Fechou a mão enorme no meu queixo e o apertou. - Gosta de machos, não é moleque veadinho? – perguntou, libidinoso. Não respondi, apenas tentei me livrar da mão dele, mas não consegui, pois ele esmagava meu queixo. – Somos dois aqui, dispostos a satisfazer seus desejos! E temos tempo, pode rolar um bacanal bem gostoso, o que acha? – comecei a tremer feito gelatina, pois ambos acariciavam as rolas e me encaravam como um predador encara a presa. Com uma cordinha que o capanga conseguiu na saleta onde ficava o telefone, eles amarraram meus punhos, enquanto eu suplicava para não fazerem nada comigo. Eles já haviam tomado a decisão, iam me foder, aliviar os colhões no meu cuzinho sem que o patrão soubesse. Tive as roupas tiradas com cuidado para não se rasgarem e deixarem provas do que estavam prestes a perpetrar. Parado nu com as mãos amarradas nas costas, me examinaram e bolinaram como se estivessem admirando uma obra de arte. - Gays costumam ser bonitos e gostosos, mas você se superou, veadinho! – disse um deles, enquanto apertava o bico do meu mamilo entre os dedos. O outro explorava minhas nádegas com sua mão áspera, tecia elogios, se excitava manipulando o cacete dentro da calça. O que apertava meu mamilo me puxou para um beijo, um gosto de tabaco invadiu minha boca e voltei a ter engulhos. Ele tirou a camisa, estava tão suado que os pelos grudaram na pele. Desfivelou o cinto e desabotoou a calça abrindo a braguilha e tirando um cacete grosso e troncudo lá de dentro, quase duro. A chapeleta era enorme, devia perfazer um terço de todo caralho, e dela gotejava o pré-gozo. Eles me puseram de joelhos e ele pincelou a rola babada no meu rosto. - Chupa, putinho! – ordenou, me agarrando pelos cabelos enquanto socava a rola na minha garganta. Sem conseguir respirar direito, comecei a mamar a caceta, quando senti um sabor de mijo me engasguei e sufoquei, afastando rapidamente a boca para não vomitar. Ele esbofeteou meu rosto com tanta força que eu despenquei no chão. Ele veio me erguer com um dos punhos cerrados e eu implorei. - Não, por favor, não! Eu me engasguei, foi só isso! – afirmei, para me safar do soco, voltando a abocanhar a pica. Ele devia estar há muito tempo sem gozar, porque ejaculou fartamente uns dez minutos depois, urrando feito uma besta apocalíptica, esparrando o esperma sobre o meu rosto. O outro já havia arriado parcialmente a calça e manipulava o caralhão reto e cabeçudo com uma expressão lasciva na cara mal escanhoada. Tão logo viu o parceiro terminar de esporrar, ele puxou meu rosto para dentro de sua virilha pentelhuda e me obrigou a mamá-lo também. Eu o fazia com as lágrimas descendo impiedosas pela face, temia não conseguir levá-lo ao gozo e ser brutalmente castigado por isso. Porém, sempre me elogiaram pelas mamadas fenomenais e, dessa vez, a coisa se repetiu. Ele tirou a jeba da minha boca segundos antes de o gozo eclodir, e ficou admirando em jubilo a porra leitosa escorrendo pelo meu queixo e pescoço. Achei que com isso se dariam por satisfeitos, porém não demorei a sentir um dedo entrando no meu cu. Quis me agitar para escapar do dedo devasso, mas fui contido pelos dois. Supliquei mais uma vez por clemência, mas fui ignorado, o dedo foi substituído pelo pauzão antes mesmo de eu me dar conta. Por sorte, nenhum dos dois tinha um falo avantajado, eram até pequenos proporcionalmente ao tamanho deles. E, mesmo o enfiando até o talo, o cacete só fazia cócegas pouco além dos esfíncteres. Gani e gemi alto fingindo um prazer e uma dor que efetivamente não estava sentindo, mas que o fez acreditar que estava tendo um excelente desempenho. A todo momento o pinto escapava do meu cuzinho por não o ter penetrado fundo o bastante, e ele gozou, não mais que algumas gotas aquosas quando estava fora do meu cu; cedendo, em seguida, a posição para o parceiro que enfiou a dele guiada por uma das mãos. Mesmo pouco laceadas, as pregas ainda arregaçadas deixaram a pica deslizar para dentro de mim. Voltei a simular um coito dolorido e prazeroso para conduzi-lo o quanto antes ao clímax. Ao sentir ele se retesando todo, na iminência de gozar, rebolei as ancas fazendo a rola escorregar para fora do meu cu. Ele não teve tempo de a meter novamente no buraquinho avermelhado que estava sob a mira de sua pica e os jatos leitosos de sêmen foram lançados no meu reguinho. O telefone tocou, um deles correu até a saleta e atendeu. Eu só pensava em sair dali vivo, pela primeira vez senti saudades de casa, e chorava de soluçar, dobrado nu em posição fetal sobre o piso frio. Algo devia ter dado errado, pois quando o sujeito largou o telefone veio correndo alertar o parceiro e ambos se vestiram às presas, quase se esquecendo de mim. - Vista-se, rápido, moleque! – ordenou o que atendeu o telefone. Mesmo sem as roupas ajeitadas sobre o corpo fui lançado para dentro do carro no qual haviam me trazido e deixamos o galpão com ele percorrendo as ruas estreitas em alta velocidade. A cidade ainda dormia, o lusco-fusco do alvorecer mantinha as luzes das ruas acesas e as densas nuvens carregadas de um cinza escuro prenunciavam chuva. Rodamos alguns quarteirões, na rotatória antes de pegar a saída para a Av. Général Leclerc ele quase capotou o carro, conseguindo controlá-lo quando estávamos debaixo da placa que indicava as saídas para Lyon/Aéroport Marignane. Tive o pressentimento de que seria levado para fora do país, onde seria mais fácil me matar sem deixar pistas. Contudo, o motorista pegou a A7 e minutos depois a A8 em Châteauneuf-le-Rouge quando imprimiu uma velocidade muito superior à permitida; não havia mais dúvidas, estavam me levando para Cannes ou mais provavelmente Nice. Isso se confirmou cerca de uma hora e três quartos depois, quando reconheci a entrada da cidade. Não havíamos percorrido nem 100 metros na Boulevard du Mercantour quando a abordagem aconteceu. Eu havia notado a van preta que se emparelhou por duas vezes ainda na A8, e achei que não era uma coincidência. Ela espremeu o carro contra o guardrail e, quando os vidros foram baixados, duas metralhadoras Colt AR15 começaram a disparar contra o carro; ao mesmo tempo em que reconheci um dos seguranças do Ayoub disparando, Aloïs, um trintão parrudo de origem islâmica que parecia não saber sorrir, pois estava sempre carrancudo. Lancei-me no chão do carro, ainda com as mãos e pés amarrados, enquanto os estilhaços de vidro caíam sobre mim. A cabeça destroçada do motorista pendia sobre o volante, o parceiro, que estava comigo no banco traseiro, havia levado um tiro superficial no pescoço e outro no ombro. Quatro homens armados desceram da van e se aproximaram cautelosamente do carro, eu continuava sem reconhecer um deles. O sujeito baleado fez mais alguns disparos contra eles e, me usando como escudo, enfiou o cano da pistola na minha boca. - Não tenho nada a perder! Vou matá-lo se não me deixarem prosseguir com a van! – anunciou. O Aloïs distendeu o braço sinalizando aos demais para não agirem. Eles não precisavam de palavras para se comunicarem, era como se cada um soubesse o que tinha que fazer com um simples gesto ou olhar. Ele pareceu aceitar os termos do capanga do Sender, e deixou o pequeno espaço entre a van e carro livre para que a transferência pudesse ser realizada. Com o que ele não contava, era que meus pés atados dificultariam a minha saída, ele teria que me arrastar e ao mesmo tempo manter a pistola na minha boca. Apesar de muito forte, quando já estava com o corpo dentro da van e tentava puxar o meu, o braço com o qual me cerceava cedeu um pouco e eu me deixei escorregar sobre o asfalto. O reflexo instantâneo do Aloïs não levou mais que uma fração de segundo, e o corpo do sujeito foi perfurado por uma saraivada de tiros, sacolejando até ele cair para fora da van ao meu lado. Assim que outro segurança me colocou para dentro da van e ela disparou pela pista do Boulevard du Mercantour, onde o baixo fluxo de automóveis do alvorecer não chegou a despertar a atenção de ninguém, tive uma crise de choro. O Aloïs me desamarrou e procurava me assegurar que tudo estava bem, que logo estaríamos em casa. E, foi o que realmente aconteceu. Todos me esperavam quando entrei na sala. Fui direto para os braços do Ayoub que chegou a ficar levemente encabulado, algo que nunca vi nele antes, e recomecei a chorar. - Acabou, acabou, você está em casa, está seguro! Acabou Fabien! – dizia ele, me apertando em seus braços, enquanto eu me agarrava ao tronco quente dele. O olhar que ele trocou com o Aloïs até eu consegui interpretar – Obrigado, bom serviço! Estão dispensados. – eles saíram discretamente sem dizer nada. - Tudo resolvido! – anunciou o Hakeem com um ar de triunfo. – Ele está de volta, são e salvo! – exclamou, fazendo parecer algo a se lamentar e não comemorar. - Estive a um passo de ser morto por sua causa! – exclamei em tom elevado. – Seus negócios são tão lícitos que as vidas de todos nós correm perigo, e você age como se fosse um herói por eu ainda estar vivo, quando bem sei que seu maior desejo é me ver morto, seu desgraçado! – ele não retrucou, entrou em seu escritório e fechou a porta. - Como pode ser tão ingrato, Fabien? Todos nós somos testemunhas do quanto o Hakeem se esforçou para te resgatar. – sentenciou minha mãe. - Não se faça de imbecil! Se me pegaram e tentaram me matar foi porque seu marido criou essa situação. Amanhã ou depois a vítima poderá ser qualquer um de vocês, inclusive você, que tanto o defende – acusei. - Você sempre foi mimado e dramático, Fabien! Não vou perder meu tempo escutando essa mesma ladainha que já ouvi centenas de vezes. – afirmou, também deixando a sala, o que fez dispersar os empregados curiosos que acompanham tudo pelos cantos. - Eu não sou dramático, não é Ayoub? Você acha que sou dramático? – perguntei, pois ainda estava agarrado nele. - Vá para o seu quarto descansar! E procure esquecer o que aconteceu, o importante é que você está aqui e seguro. – respondeu. Ele devia me achar dramático, por isso não respondeu o que eu perguntei. O Gilles não soltou sequer uma palavra, mas o Aubin veio me tirar dos braços do Ayoub e me envolveu nos dele. - Todos ficamos apreensivos e com medo de que acontecesse algo de ruim a você. Estou feliz que esteja em casa e bem, maninho. – as palavras dele só confirmavam aquilo que eu sentia, ele era o único que verdadeiramente se importava comigo, que talvez até me amasse um pouquinho, apesar de ser um irmão que pouco interagia comigo. – Siga o conselho do Ayoub, vá para o seu quarto descansar, depois tudo vai parecer menos assustador. – sugeriu - Não me deixe sozinho, Ayoub! – pedi, voltando a abraçá-lo. Ele me conduziu ao quarto, e lá me apertou diversas vezes contra o peito, demonstrando o quanto estava grato por eu ter sido resgatado vivo. A pedido dele, comecei a relatar como tudo aconteceu, ao menos a parte que eu presenciei, pois foi durante o meu relato que ele me contou como o dinheiro pedido não foi entregue e como o judeu Sender Avraham foi morto na emboscada que o Hakeem havia articulado, para não pagar o resgate. Enquanto conversávamos, me enfiei sob a ducha, meu corpo parecia rescindir ao fedor do suor daqueles dois e seus espermas. O Ayoub me observava com um brilho no olhar que ia além da satisfação de eu estar de volta, minha nudez parecia excitá-lo e, de quando em quando, ele desviava o olhar para o teto ou outro ponto focal para que sua excitação não se explicitasse atiçando o caralho de onde vinha uma comichão incontrolável. Ao terminar de me secar, deixei a toalha cair e o abracei. - Tive tanto medo, Ayoub! Eu nunca senti nada igual! Quando aqueles dois montaram em mim e me penetraram eu quis morrer, Ayoub! Juro, eu quis morrer! – exclamei soluçando. - Você não merecia isso, Fabien! É o único que não merecia isso! Eu teria dado a minha vida para nada disso acontecer com você! – retrucou ele, voltando a apertar contra o tronco. - Eu nunca mais vou me sentir seguro, não sei se conseguirei sair às ruas sem achar que a qualquer momento tudo vai se repetir, ou que, simplesmente, vão me dar um tiro e pôr fim à minha vida. Enquanto estivermos próximos ao Hakeem, todos estão sujeitos a morrer. Esse homem desgraçou as nossas vidas, Ayoub, ele acabou com a minha família. – despejei choroso. - Vou cuidar pessoalmente para que nada disso volte a te acontecer, ou a qualquer um dos teus irmãos ou mãe. Eu juro, Fabien! – asseverou, mantendo-me encaixado em seus braços apesar da ereção ter lhe fugido do controle. - Você é como meu pai, eu me sentia seguro perto dele, e me sinto seguro quando você me abraça. – confessei. - Estarei sempre aqui por você! Agora deite e tente dormir um pouco, passou a noite toda acordado, deve estar exausto. Quer me peça para lhe trazerem um calmante, vai dormir melhor? - Não, só quero que fique aqui e não me largue. – respondi, notando apenas então a ereção cavalar dentro da calça. – Você me quer, Ayoub! Eu sempre soube que você me queria, e aqui está a prova! – exclamei, acariciando a ereção. Ele ficou um pouco constrangido, não havia como negar o óbvio, e então resolveu apelar para a razão, afirmando que tinha idade para ser meu pai, que eu era um moleque desmiolado, que ele não tinha o direito de abusar de mim depois de eu o ter reaproximado da mãe e da irmã, que só estavam tendo uma vida descente por minha causa, e mais argumentos inconsistentes que enumerava para não admitir que o pauzão só estava tão duro porque minha bunda sempre o fascinou e, entrar no meu cuzinho eram visões que pululavam em seus sonhos. - Acontece que você não é meu pai, me desejar sexualmente não é um abuso, você não me deve nada e eu sou um pouco desmiolado sim, e talvez seja por isso que te acho um homem tão atraente e viril com quem faz um tempão que eu quero transar. – devolvi, enquanto abria a braguilha dele e tirava lá de dentro uma tora de cavalo, semi-rígida, pulsátil e melada. - Fabien, seu moleque, safado! Não brinca com isso! – grunhiu ele, excitado pelo contato macio e suave da minha mão em sua rola. - É o que eu mais quero, Ayoub! Brincar com o seu pauzão! – afirmei, fechando meus lábios ao redor da cabeçona estufada, o que o fez soltar o ar dos pulmões com energia. Ao mesmo tempo que chupava a glande e sorvia o pré-gozo que ela liberava, fui desabotoando e abrindo a calça dele até expor todo seu sexo cavalar, liberando o sacão peludo que imediatamente passei a massagear, afagando carinhosa e demoradamente cada uma das bolas globosas e pesadas. O Ayoub se contorcia, rugia feito um leão pronunciando palavras como tesão, delícia, putinho, devasso, tesudo que chegavam aos meus ouvidos me estimulando a mamar a verga com mais empenho. Como enfiei uma das mãos debaixo da camisa na altura do abdômen e comecei a acariciar os pelos que o revestiam, ele desabotoou o restante da camisa e a tirou, exibindo-me seu torso maciço e másculo, pois sabia o quanto aquilo me fascinava. Depois, pegou minha mão entre as dele e a fez deslizar sobre o peitoral largo e cabeludo, parando de vez em quando para beijá-la e apertá-la entre as dele. Também desceu mais a calça ao erguer a bunda, liberando as grossas coxas e afastando bem as pernas, para que eu tivesse total acesso aos genitais colossais. Nos momentos em que o gozo ameaçava eclodir ele agarrava minha cabeça entre as mãos e a afastava rapidamente para o caralhão sair da minha boca cobiçosa; inspirava profundamente e a trazia de volta afundando-a nos pentelhos até a pica sufocar a minha goela. Como eu estava deitado de esguelha, enquanto mamava o pauzão, ele tinha acesso à minha bunda, e sua mão penetrava meu rego estreito abrindo as nádegas e permitindo o acesso ao meu introito anal corrugado, onde o dedo médio dele tateava afoito sobre as preguinhas plissadas. Um movimento ondulatório começou a agitar a musculatura pélvica dele, eu segurei o caralhão com firmeza e suguei a cabeçorra com força fazendo-o esporrar os jatos leitosos de sabor amendoado na minha garganta. Engoli-os com avidez para que não se desperdiçassem e para não me engasgar com sua abundância. O Ayoub rugia e não tirava os olhos da minha boca engolindo sua porra saborosa. Sorri na direção dele, o tesão estampado na expressão dele não tinha preço. - Será que existe algum macho que consegue resistir à sua bundinha? – perguntou ele, embevecido com o prazer que seu dedo sondando meu anelzinho quente estava lhe proporcionando. Escorreguei para cima do tronco dele e o beijei. Ele retribuiu prendendo meu lábio entre os dentes, fiz o mesmo com o dele e, os beijos foram ficando cada vez mais intensos, mais carregados de sensualidade e desejo. Ele tinha acabado de ejacular toda aquela fartura, mas o cacetão queria mais, estava tão afoito que nem chegou a amolecer por completo quando montei nele apertando-o entre as bandas da bunda. - Não deveríamos estar fazendo isso. Eu não deveria estar fazendo isso com você! Sinto como se estivesse sendo igual .... – eu sabia o que ele queria dizer e não o deixei terminar. - Não é a mesma coisa! Eu estou ciente de tudo e quero isso! Eu quero você, Ayoub! Nunca se compare a ele! – afirmei. – Você é um homem íntegro, forte, honesto e eu te amo. Sabe também que são pouquíssimas as pessoas que eu amo, e que você é uma delas e que preciso de você! – essa certeza ele tinha. - Você deveria vir com uma placa de aviso do tipo – Proibido ou Perigoso – porque com essa sua carinha e esse corpo consegue tudo o quer – sentenciou, acariciando meu rosto. – Eu sempre estarei aqui para você, Fabien! Não sei se isso faz alguma diferença, mas saiba que sempre estarei ao seu lado! - Faz sim, Ayoub, faz toda a diferença, e eu nunca vou deixar de te amar por isso! – asseverei. Nesse interim, o pauzão que ele fazia deslizar ao longo do meu reguinho ficou novamente tão duro que ele mal se aguentava; o que o fez girar para o lado e ficar em cima de mim. Voltamos a nos beijar, a língua dele vasculhava minha garganta e eu a chupava acometido de um tesão que aflorava todos os sentidos na superfície da pele fazendo com que o roçar do corpão dele a incendiasse de desejo. Fui lentamente abrindo as pernas, trazendo-as para cima junto aos flancos dele, em determinado ponto ele as terminou de içar e as colocou sobre seus ombros. Ele me encarou cheio de tesão, eu estava aberto, meu cuzinho estava à sua disposição e essa entrega irrestrita o ensandeceu. Ele levou um tempinho pincelando a cabeçorra úmida no meu anelzinho, lambuzou-o com o pré-gozo e, sem tirar os olhos da minha expressão suplicante e submissa, empurrou aquela tora de cavalo para dentro dele. Apesar de já esperar pelo meu grito, ele se mostrou preocupado quando o ganido agudo e pungente aflorou da minha garganta, pois a extrema sensibilidade da glande o fez sentir minha carne se rasgando para deixá-la entrar. - Doeu? Claro que doeu, que pergunta tola! Quero dizer, quer que eu tire? – balbuciou atrapalhado pela emoção e pelo tesão que a penetração lhe proporcionou. - Não, Ayoub, não quero que tire! Quero que me foda! Me fode, Ayoub! Só me fode! – sussurrei gemendo, e sentindo aquele colosso deslizar progressivamente nas profundezas das minhas entranhas. - Fabien, seu moleque putinho e safado! Há quanto tempo venho sonhando com esse momento. Sempre tive curiosidade em saber como seria sentir o seu carinho no meu cacete, ver esse olhar de prazer me contemplando, ter a pica encapada por esse cuzinho apertado. Ah, Fabien seu moleque travesso, você sabe mesmo como enlouquecer um macho, seu putinho! – ronronou, movimentando o caralhão num vaivém gentil e cuidadoso. - Por que esperou tanto tempo para experimentar? Não é de hoje que percebeu o quanto eu queria aconchegar esse pintão no meu rabo. – devolvi, deslizando minhas mãos crispadas pelo tesão sobre suas costas e nuca. Ele se movimentava devagar no meu buraquinho; no entanto, as estocadas eram fortes e impetuosas como se uma britadeira estivesse a cavar uma trincheira na minha carne trêmula. Eu arfava, gemia, gania sem parar de beijar seus lábios vorazes e sua boca saborosa como se o ar que precisava para respirar dependesse dela. Ele também arfava, mais apropriadamente, bufava, enchendo aquele peito enorme como se sugasse o ar para depois liberá-lo num estertor rouco. Não me contive com o prazer que sentia com aquele macho se saciando comigo, o gozo se produziu tão rápido que em meio aos gemidos me escapou da pica em jatos que vertiam sobre meu ventre. O cu esfolado ardia, o Ayoub acelerava o vaivém acometido pelo tesão que já não controlava mais, seus rugidos enchiam o quarto de devassidão e, estimulado pelos meus, seus músculos começaram a se retesar, o corpão estremeceu e o urro quase selvagem assomou junto com os jatos de porra que ele despejava no meu cuzinho em pleno estado de deleite. Estávamos ambos realizados, o preço da longa espera por esse dia foi recompensado pelo imenso prazer que estávamos sentindo. Acomodei-me em seus braços, cabeça deitada num de seus ombros, uma perna enfiada entre suas coxas peludas, os dedos deslizando suavemente entre os pelos do peito; os braços dele circundando minha cintura, uma das mãos espalmada sobre uma das nádegas, e aquela sensação de plenitude, de paz e segurança nos fez adormecer após todas aquelas horas de agonia, incertezas e perigos. Nada mais existia, apenas nossos corpos cansados, saciados e enrodilhados. Quando acordei estava sozinho na cama, e parecia que um trem havia passado sobre o meu corpo. Espreguicei-me na languidez de quem ainda está sonolento, na boca a saliva guardava o sabor da do Ayoub, no cuzinho esfolado formigava o esperma dele. Quando desci, no início da tarde, encontrei meus irmãos terminando de almoçar. - Ainda está vivo? Pensávamos que tinha morrido! Passou mais de 24 horas dormindo! – declarou o Gilles com seu ar de arrogância que parecia aumentar cada vez mais a medida que seu convívio com o Hakeem se estreitava. - Não provoque, Gilles! Deixe-o em paz! É tão difícil assim para você não o tratar dessa maneira? – questionou o Aubin, dirigindo-se ao Gilles. – Está melhor? Como está se sentindo? Ficamos muito preocupados quando disseram que você estava em poder deles. – me perguntou - Você teria comemorado se tivessem dado cabo de mim, não é Gilles? Você e seu ídolo supremo teriam se livrado do estorvo de suas vidas. – retruquei ao Gilles - Sabe o que eu não entendo, Fabien, é como o Hakeem ainda tolera todos esses seus abusos, essas confusões nas quais você se mete, nessas humilhações que o faz passar, ele e a todos nós com esse seu comportamento leviano e indecente. Não bastasse ser homossexual ainda age como uma puta barata que corre atrás da primeira rola que aparece. – sentenciou. - Chega, Gilles! Pare de o provocar, ele é nosso irmão! – interveio o Aubin - Pode deixar, Aubin! A opinião do Gilles a meu respeito não me importa, ele é um idiota! E é justamente por ser um idiota e imbecil que ele não entende porque eu odeio o Hakeem, quem sabe um dia ele mesmo descubra quem é de verdade o seu ídolo. E eu espero, sinceramente, que quando esse dia chegar, não seja tarde para ele. - O que você quer dizer com isso, seu palhaço? – retrucou - Nada, Gilles, nada! E, antes que eu me esqueça, vá se foder! – exclamei, apontando o dedo médio em riste na direção dele. Esse paspalho estava fascinado pelo poder, não seria capaz de enxergar um palmo a frente do nariz enquanto o Hakeem o mantivesse hipnotizado pelo dinheiro, luxo e poder. Fui à cozinha fazer uma refeição leve junto com os empregados, ali ninguém me atormentaria. Perguntei pela minha mãe e me disseram que ela e o Hakeem tinham voado à Paris no jatinho naquela manhã; minha mãe queria mandar fazer uns vestidos com seus estilistas famosos. Não consegui deixar de rir com a ironia e hipocrisia da situação. Há poucas horas o filho dela corria o risco de ser morto por conta das negociatas escusas do marido, e agora ela estava preocupada com a renovação do guarda-roupas. Essa era outra que não dava a mínima para o caráter pervertido do Hakeem, conquanto bancasse todos os seus luxos. Há muito eu não conseguia mais sentir nada por ela, uma mulher fria e desprovida de emoções. Também fui atrás do Ayoub, ele havia deixado a cueca no meio dos lençóis e, com ela nas mãos, encontrei-o na saleta de segurança de onde eram monitoradas todas as câmeras de segurança da propriedade. Ele estava com Fréderic que orientava a equipe que fazia a manutenção dos equipamentos ajustando os ângulos de captura das câmeras. Tão logo notou o que eu segurava nas mãos me levou para o quarto que ocupava na ala dos empregados quando pernoitava na casa. - Você esqueceu! – exclamei, afundando o nariz na cueca e aspirando seu aroma másculo, antes de a devolver. – Tem seu cheiro, que também ficou nos travesseiros e lençóis! – emendei, com um sorriso ladinho que o fez ficar encabulado. – Não lavei sua essência viril, ela continua todinha dentro de mim! - Ah, moleque, não começa! – exclamou num rosnado rouco, antes de agarrar meu queixo e me beijar voraz e voluptuosamente. No fim do beijo o pauzão dele estava duro, e eu o afaguei sob a calça. - Você sabe que fico puto quando me chamam de moleque, mas com você é diferente, eu gosto. É o jeito que você fala, a entonação, a firmeza, frente a você eu me sinto um moleque, o seu moleque! – afirmei. - Você é e sempre será o meu moleque! Um moleque que só me dá trabalho, que me enche de preocupações, aumenta a minha careca com suas confusões, mas que eu não trocaria por nenhum outro. – disse me apertando em seus braços. - Só isso? Pensei que te deixar com tesão, de pau duro e tarado como estava quando me fodeu também contasse. – devolvi com malícia. – Você seria um pai maravilhoso, Ayoub! Por que não se casa, você é um macho lindo e gostoso? Com a quantidade de sêmen que engoli ontem e o tanto que ainda está no meu cuzinho, você poderia ter pelo menos uma dúzia de filhos e uma esposa que não teria do que reclamar. – argumentei. Ele deu risada. - Você não toma jeito! – exclamou, passando o polegar sobre os meus lábios. – É tarde para isso, já passei da idade de conseguir uma boa esposa. Além disso, estou feliz por cuidar de vocês três e da sua mãe. Sei que sou pago para isso, mas de certa forma me sinto responsável pelo bem-estar de todos vocês, e de você em especial, e você sabe muito bem porquê. – asseverou - Eu sei, Ayoub! Eu tive o melhor pai do mundo, e você é igualzinho a ele, por isso te amo tanto! – afirmei. Ele não era homem de se deixar levar pela emoção nem de permitir que transparecesse, mas muitas vezes minhas palavras o deixavam como agora, com um brilho úmido nos olhos.
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