Como conquistei meu macho dominador Fazia calor na noite de verão que mal havia começado. O costumeiro vento que sobrava do mar e, invadia as amplas portas de correr da sala, refrescando a casa debruçada na encosta dos morros que margeavam a pequena praia, ainda não começara a soprar. O casal, que aproveitava os parcos dias de folga na rotina estafante do trabalho, havia terminado de jantar e, se distraía em frente à televisão, com as pernas de ambos se entrelaçando, numa intimidade de longa data. Assistiam a um filme cuja estória versava sobre um desafortunado menino que se via obrigado a ir morar com os únicos parentes distantes que lhe restavam, após a morte de seus pais, num acidente automobilístico. E, a difícil retomada de sua vida numa família em que nem todos partilhavam do desejo de acolhê-lo. Guardadas as diferenças do motivo, da situação e dos sentimentos envolvidos, ambos identificaram uma linha que permeava a estória, com a deles próprios. Uma troca de olhares, daqueles que só aqueles que se conhecem profundamente, são capazes de trocar e se entender, sem que nenhuma palavra precise ser pronunciada, levou-os ao passado, num flashback que os fez se abraçarem e unirem seus lábios num beijo terno de emoção. Um deles era o Cesar e o outro o Marcelo. Há vinte anos, o interior do estado do Paraná não era um lugar que oferecia muitas possibilidades de estudo. Embora fosse o caçula de dois filhos de um próspero fazendeiro da região, excelente aluno, e filho um pouco mimado, mas muito carinhoso, eu me sentia irrequieto com o fato de ingressar numa universidade, para continuar minha formação. Oito anos mais novo que meu irmão, cuja carreira já estava se consolidando, eu era o xodó do meu pai. Um homem de compleição física avantajada, que conseguiu transmitir ao primogênito não apenas a força muscular e a determinação de caráter, mas a mesma tenacidade protetora. Ao passo que para mim legou um porte físico menos musculoso, embora muito harmonioso e bonito. Alto, com olhos de um verde intenso, sorriso fácil e cativante, a aparente fragilidade que se escondia sob a pele muito clara e lisa, talvez fosse o maior motivo para que meu pai me tratasse com mais cuidado e proteção. Eu sempre o amei incondicionalmente, seu senso de justiça e seu espírito agregador, além da masculinidade que lhe extravasava pelos poros, despertavam meu carinho e minha necessidade constante de afagá-lo. Já adolescente, eu ainda costumava me sentar em seu colo e acariciar seu rosto áspero pela barba cerrada. Ele não disfarçava a satisfação que isso lhe causava e, mal controlava o tesão que minha bunda arrebitada provocava ao se esfregar em seu cacete. Nessas ocasiões, ele me envolvia em seus braços peludos de um jeito todo especial, e como eu redobrava minha atenção para com ele, sua pica endurecia sob as calças, cutucando a carne macia das minhas nádegas. Não raro, eu percebia, ao levantar, que ele melara a cueca, e aspirava o cheiro viril que seu pré-gozo espalhava pelo ar. Eu me sentia lisonjeado e, ele era capaz de me dar o mundo se eu pedisse. Por isso, quando comecei a pedir para ingressar numa faculdade em São Paulo, sua rejeição inicial, teve que ser driblada com muita habilidade. Quando ele enfim concordou com minha vinda para São Paulo, resolveu contatar um primo, em segundo grau, com o qual tínhamos pouco contato e, que morava aqui, a fim dele me abrigar em sua casa. Tratos estabelecidos, promessas de me comportar e mais uma tonelada de conselhos, marcaram meu embarque para a capital paulista. Embora já houvesse feito muitas viagens para o exterior, me impressionei com o tamanho da cidade e sua complexidade. Esperei em vão, por mais de quatro horas, para que o tal primo viesse me buscar na rodoviária, conforme o combinado. Cansado da viagem e da espera, resolvi seguir rumo ao endereço que anotara numa agenda, sem ter a menor ideia donde ficava a rua para a qual solicitei que um taxista me levasse. Fiquei perplexo quando o taxista me deixou diante duma casa num bairro arborizado e de ruas largas, quase uma hora depois. Nesse espaço de tempo, dava para cruzar minha cidade umas dez vezes. Antes de apertar o botão da campainha, ouvi sons que se pareciam com os de uma discussão, e hesitei por alguns minutos, antes de fazê-lo. Um homem grande e forte, talvez uns dois ou três anos mais velho que meu irmão, com cabelos negros muito curtos e, uma barba igualmente farta, que provavelmente não havia sido feita há uns dois dias, dava-lhe uma aparência um tanto quanto truculenta, mas muito viril. - O que é? – perguntou secamente, ainda da porta de entrada da casa. - Boa tarde! Sou o Cesar, filho do seu primo Eduardo. – respondi tímido. - Ah! Vamos entrando! Nossa, me esqueci completamente que havia combinado de buscá-lo na rodoviária! Me desculpe! Como foi que você chegou até aqui? – perguntou, embaraçado pela gafe cometida. - Peguei um taxi, pois achei que deveria ter havido algum contratempo. – expliquei ainda desconfortável diante daquele completo estranho. - Há mais de quatro horas eu deveria estar esperando por você no desembarque. Nem sei o que dizer, nem como me desculpar desse total esquecimento. – continuou, ao me ajudar a levar minha bagagem para dentro da casa. - Não se preocupe, afinal estou aqui são e salvo. – completei sorrindo, ao dar uma passada de olhos pela ampla sala, muito bem decorada, onde havíamos entrado. - Sente-se! Vou chamar a Luiza! Quer tomar alguma coisa? – inquiriu, antes de me deixar a sós acomodado numa das poltronas viradas para um jardim. - Obrigado! Não, estou bem, obrigado! – respondi, quando ele já se afastava, desaparecendo por um corredor. Fiquei sentado ali por cerca de meia hora antes que vozes, vindas do corredor, começaram a se aproximar. Marcelo então me apresentou sua esposa Luiza. Uma mulher magra, de estatura mediana, com a pele grudada nos músculos, cabelos tingidos que chegavam até os ombros, um olhar vago e pouco expressivo, que denotava enfado com aquela apresentação. Procurei ser o mais gentil e sorridente possível, sem que isso houvesse abalado minimamente seu estado de espírito. - Talvez você queira descansar um pouco antes do jantar, deve ter sido uma viagem cansativa? Vou te mostrar seu quarto. – perguntou o Marcelo, procurando amenizar um pouco o impacto da minha chegada àquela casa. - Não estou cansado, mas gostaria de um banho, para trocar esta roupa de viagem. – desabafei, feliz por poder me livrar daquele cheiro de ônibus que impregnava todo meu ser. Durante o jantar, conheci a Carolina, filha do Marcelo, uma garotinha de olhos escuros como jabuticabas maduras, curiosa e sorridente, em seus três anos de idade e, que se mostrou muito animada com minha presença, procurando por minha atenção o tempo todo. E, o Bono, um boxer faceiro e brincalhão, que em pouco tempo veio a se tornar a minha companhia mais constante naquela casa. Os vestibulares começaram poucos dias depois da minha chegada a São Paulo. E, esperançoso, aguardei a divulgação dos resultados, pelas semanas subsequentes. Nesse período, pude constatar que o relacionamento do Marcelo e da Luiza era o pior possível. Acostumado a um lar onde as demonstrações de afeto e amor eram inúmeras, me sentia desalojado naquele ambiente árido de emoções. Vez ou outra ouvia discussões que depois se traduziam em caras fechadas e trocas de frases quase monossilábicas. Certa noite após o jantar, quando eu já havia me recolhido ao quarto, seguido pelo caminhar saltitante do Bono, pela porta entreaberta, pude conferir mais uma discussão. - ... e você ainda permite que esse encosto se aloje aqui dentro! – proferia a voz estridente da Luiza, num ataque de fúria verbal. - Você havia concordado com o pedido do meu primo e ainda, se mostrado contente por termos companhia, uma vez que você dizia que eu só a deixo de saco cheio. – o Marcelo retorquiu furioso. - Isso foi naquele tempo. Agora as coisas mudaram. - protestava ela aos berros. - Isso foi há um mês. Como alguém pode mudar de opinião a toda hora a achar que os outros vão se acostumar a essa inconstância delirante? – contra argumentou o Marcelo. Fui dormir profundamente chateado naquela noite, e quase não preguei os olhos. Senti saudades de casa e do colo do meu pai. Era a primeira vez que estava fora de casa me sentindo desta maneira. Todas as outras vezes curtia cada minuto dos lugares que visitava, mas desta vez provei o gosto amargo da rejeição. No dia seguinte saíram os resultados do vestibular e o meu nome na lista de aprovados, me fez dar pulos de alegria. Liguei para casa dando a notícia e partilhando minha felicidade. Como não passaria despercebido, logo meu pai me perguntou como estava minha estadia na casa do Marcelo. Minha voz me denunciou, para alguém que me conhecia como a palma de sua própria mão. Procurei amenizar os fatos e disse que talvez com o tempo fosse melhor eu procurar um lugar mais próximo da faculdade, pois o trânsito seria um incômodo constante. Meu pai entrara em contato com o pai do Marcelo, e este, pelo visto, deve ter feito alguma crítica ao filho. - O que foi que você foi fofocar para seu pai, sobre o que está acontecendo aqui em casa? – perguntou o Marcelo, apertando com força meu braço, assim que cheguei entrei em casa, depois de efetuar minha matrícula na universidade. - Eu? Não disse nada! Não sei o que se passa aqui que possa servir de comentário. – respondi assustado com a força que ele agarrava meu braço. - Não é o que parece. Meu pai se achou no direito de me exigir explicações sobre o que está acontecendo com você. – continuou ele, cada vez mais exacerbado. - Mas eu juro que não fiz comentário algum sobre minha estadia com vocês. Aliás, só tenho a agradecer o fato de me receberem em sua casa e, ainda disse que estou adorando tudo por aqui. – retorqui, me encolhendo diante da cólera que via estampada em seu olhar. - A última coisa de que preciso nesta casa são mais problemas do que os que eu já tenho! – exclamou, ainda apertando meu braço, com os dedos potentes, qual garras de uma fera. - Eu não quero atrapalhar sua vida. Sinto muito se estou te trazendo problemas. Talvez seja o momento de eu voltar para casa. – balbuciei, sentindo um nó me apertando a garganta. - Por hora você não vai fazer nada que piore ainda mais a situação, está entendendo? – ordenou, enquanto, finalmente, soltava meu braço. - Entendi. – respondi acuado, antes de subir para o meu quarto. Percebi que havia entrado numa fria, e mesmo querendo me livrar daquela situação, não quis colocar mais lenha na fogueira. Eu senti uma empatia pelo Marcelo, desde o primeiro dia, e não queria me transformar num transtorno na vida dele. Na manhã seguinte, um sábado, tomamos um parco café, servido pela Luiza, pois a empregada folgava nos finais de semana, no meio de um silêncio constrangedor. Distraí a Carolina, que chorava querendo a atenção da mãe e, com isso deixava o ambiente ainda mais tenso. Ela, felizmente, demonstrava um interesse especial por mim e, qualquer careta ou trejeito que eu fizesse, logo a faziam dar gostosas gargalhadas. Enquanto eu tentava enredar uma conversa, para quebrar aquele silêncio, ela veio em minha direção, com os bracinhos estendidos, pedindo colo. Mas só consegui que os dois, ou acenassem afirmativa ou negativamente, com a cabeça, ou emitissem um ‘sim’ ou ‘não’, sem o menor interesse pelo que eu dizia. Eu não conhecia nada da cidade, o que dificultava qualquer intenção de sair dali para me distrair com algo mais animador do que o tédio daquela casa. Por fim, para a alegria estabanada do Bono, fui dar uma volta com ele pelas redondezas. Uma semana antes do início das aulas na faculdade, num final de tarde chuvoso, logo depois que o Marcelo voltara do trabalho, a Luiza abarrotou seu carro com algumas malas e objetos, acomodou a Carolina, que berrava a plenos pulmões, enquanto esfregava seus olhinhos cheios de lágrimas, no banco de trás do automóvel e, saiu dizendo que um advogado cuidaria do assunto de agora em diante. Eu assistira a cena da janela do meu quarto e, não me atrevi a sair de lá. Ouvi o Marcelo perambulando pela casa a noite inteira, mas não tive coragem de perguntar se ele estava precisando de alguma coisa. A tênue luminosidade do alvorecer atravessava as venezianas, quando consegui pegar no sono. Acordei assustado com os latidos do Bono e, quando desci em direção à cozinha, percebi que o Marcelo já não estava mais em casa. Já passava da hora em que a empregada costumava chegar, mas ela não veio naquele dia, nem nos seguintes. Concluí que a Luiza devia tê-la dispensado. Também mal vi o Marcelo nos dias que se seguiram. Ele chegava tarde e se fechava no quarto. Pela manhã descia vestido e na maioria das vezes nem passava pela cozinha, ia para a garagem, entrava no carro e saía sem dizer palavra. A casa começou a virar um pardieiro, a louça se acumulando sobre a pia, as minhas roupas e as do Marcelo se amontoando na lavanderia, e a geladeira ficando mais vazia a cada dia. Comecei a me virar como pude. Tratei de limpar a casa, especialmente a cozinha, lavei e passei nossas roupas e, fui fazer o supermercado, entre o que havia de mais urgente a ser feito. Quando o Marcelo voltou do trabalho naquele início de noite, foi diretamente para seu quarto, como de costume. Instantes depois, fui atrás dele, queria ver se ele não gostaria de comer alguma coisa antes de deitar. A porta do quarto não estava fechada e, ainda no corredor, pude ouvir a água do chuveiro. Bati, mas ele não me ouviu. Empurrei sutilmente a porta e estarrecido, contemplei um cenário de guerra. O quarto estava mergulhado na penumbra, todo desarrumado, roupas espalhadas pelo chão e pelos móveis, restos de comida em suas embalagens e, um cheiro de ar viciado inundando todo o aposento. Chamei por ele, mas não obtive resposta. Abri as amplas janelas, comecei a recolher os restos de comida e levei as roupas sujas até a lavanderia. Depois de colocá-las na máquina de lavar, senti alguém às minhas costas. Era ele, apenas enrolado numa toalha, o largo torso peludo nu, os cabelos, ainda úmidos, em desalinho, e uma expressão dolorida dominando seu semblante cansado. Era um gigante derrotado. - Só quis dar um jeito nas roupas e no quarto. – me apressei a esclarecer, temendo que ele tivesse outro ataque de fúria, por eu ter entrado em seu quarto. - Obrigado! Você é muito especial! – devolveu, num tom que mais parecia um desabafo. - Fui até seu quarto para saber se você não quer comer alguma coisa. – continuei, mais confiante, depois de perceber que ele não havia se zangado comigo. - Na verdade estou com uma fome de leão! – exclamou, esboçando um leve sorriso. O primeiro que vi naquele rosto másculo. - Então venha! Espero que goste do que preparei, mas não espere nada fora do normal, pois não sei cozinhar. – convidei, animado com a concordância dele. Me pareceu que aquela era a primeira refeição, que não estava embalada, que ele comeu na última semana. Devorou-a em garfadas rápidas, sem levantar os olhos do prato. - Uhmmmm! Está maravilhoso! Se está uma delícia assim, sem que você saiba cozinhar, fico imaginando como seria se você soubesse. – elogiou, antes de voltar a se servir de mais um pouco. - Estou contente de que esteja gostando. Vou fazer outras coisas para que você não precise comer porcarias por aí. – acrescentei realizado, por voltar a vê-lo mais animado. Ele me encarou por alguns instantes de forma expressiva. Pareceu-me que desde o dia em que coloquei os pés em sua casa, era a primeira vez que ele realmente olhava para mim. Fiquei um pouco encabulado. De repente, não sabia o que fazer com as minhas mãos e, cabisbaixo, as palavras fugiram da minha boca. - Acho que te devo uma explicação. – começou, sem saber bem por onde iniciar aquela conversa embaraçosa. - Você não me deve nada! Estou aqui de favor, e o que acontece na sua vida não me diz respeito. – me apressei a dizer, para poupá-lo daquela situação. - Não é bem assim, você sabe. Em primeiro lugar, você não está aqui de favor. Seu pai fez um acordo comigo e está bancando a sua estadia aqui, muito mais do que eu estou te proporcionando. Em segundo lugar, meus problemas não podem resvalar em você, e prejudicar seu objetivo de conviver num ambiente tranquilo para poder se dedicar aos seus estudos. – proferiu calmamente. - Está bem. Eu só não quero ser um estorvo para você e sua família – interrompi novamente, ansioso para que aquela conversa terminasse logo. - Você não é um estorvo. A Luiza disse isso num momento de raiva, para me atingir. Não tem nada haver com você. Estamos descobrindo que nosso casamento foi um erro. Estamos tentando tapar o sol com a peneira há algum tempo e, agora a coisa explodiu. Sem volta, felizmente, pois me sinto sufocado pela inconstância das atitudes da Luiza. – disse pausadamente, como se cada frase fosse a expressão daquilo que lhe amargurava a alma. - Nem sei o que dizer. Lamento que estejam passando por isso. – balbuciei, não encontrando algo melhor para dizer. Depois dessa conversa o isolamento dele acabou. Tomávamos o café da manhã e jantávamos juntos desde então. Ele queria saber o que eu havia feito durante o dia e me contava como havia sido o seu. Eu o ouvia cheio de interesse. Gostava de ver a covinha que se formava no canto de seus lábios quando ele pronunciava o erre e, ficava olhando para os tufinhos de pelos grossos e alinhados sobre as falanges dos seus dedos. Ele, realmente, gostava da minha comida. Não a elogiava por educação, mas a saboreava com visível prazer, mesmo que fosse algo muito trivial. As aulas na faculdade haviam começado e meu dia passou a ficar mais cheio de afazeres. Comecei a receber telefonemas dos colegas de classe, fosse para conversar sobre algum trabalho em grupo, ou mesmo um convite para sair com a turma. Ainda não havíamos contratado outra empregada e, como eu voltava da faculdade antes o Marcelo chegar do trabalho, tentava dar uma ajeitada nas coisas. Comentei com ele que precisávamos resolver esta questão, mas parece que ele não dava muita atenção. Não queria aborrecê-lo com minha insistência, no entanto, às vezes ficava um pouco chateado com a indiferença dele. Afinal, eu não estava ali para bancar a faxineira de ninguém. Até que certo dia, reparei que ele gostava de chegar em casa e encontrar tudo arrumado com meu toque pessoal. Ele sentia um prazer indisfarçável nisso. Também notei que ele começou a me olhar, profundamente deleitado, acompanhando, minuciosamente, cada tarefa que eu fazia. Depois me elogiava e fazia qualquer coisa para me ver dando um sorriso em sua direção. - Quem é esse Zé Mané, tal de Pedro, que só esta semana já te ligou três vezes? – perguntou certo dia, antes de me avisar que meu colega estava no telefone. - É um colega da faculdade. – respondi ingênuo, sem atentar para o tom sarcástico da sua pergunta. - Que tanto assunto vocês dois têm para conversar, se já se encontram na faculdade praticamente o dia todo? – continuou questionador. - Acho que vamos até um barzinho hoje à noite. Ficamos de acertar os detalhes. – respondi apressado, antes de atender ao telefone e, sentindo que seu olhar intrigado me acompanhava. Quase dois meses depois de sair de casa, num sábado pela manhã, a Luiza apareceu para pegar os pertences que havia deixado para trás, naquela noite funesta. Seu cumprimento foi econômico e pouco cortês como os anteriores. Notei que ela distribuía olhares meticulosos por todos os ambientes, e um misto de desagrado e incredulidade configurou seu rosto. Pareceu-me que não era bem aquela organização e tranquilidade que ela esperava encontrar na casa. Fui para o meu quarto para deixar o Marcelo e ela mais a vontade e, para me poupar de novas discussões. Mas elas não aconteceram. O Marcelo se limitou a deixá-la pegar suas coisas sem interferir e, ajudou-a a colocá-las no carro. À medida que elas saíam de sua casa, ele se sentia mais leve e sem amarras. Pouco depois de ouvir o barulho do carro da Luiza saindo do acesso da garagem, ele irrompeu pela porta do meu quarto todo agitado e contente como nunca o havia visto até então. - Vamos dar uma volta. Vem, se apressa. Quero te mostrar uma coisa. – disse, todo sorridente. Circulamos por horas, por diversos pontos da cidade. Ele tagarelava como se fosse um guia turístico, tamborilando com os dedos no volante, o ritmo das músicas que estavam tocando no som do carro. Vez ou outra, pousava a mão sobre a minha coxa, explicando o que era determinado edifício ou como se chamava o local pelo qual estávamos passando. Eu senti uma felicidade enorme com essa proximidade e, não queria que aquele passeio tivesse fim. Já era noite quando ele estacionou em frente a um restaurante e entramos para jantar. - Gostou? – perguntou, assim que escolhemos uma mesa, próxima à janela que dava para a calçada, e nos sentamos apreciando o movimento lá fora. - Adorei! É uma cidade cheia de contrastes. Parece estar fervilhando, o que agita a gente. – respondi, satisfeito como uma criança que acaba de ganhar um presente. Fomos para casa tarde da noite, envolvidos pelo papo que fluía sem barreiras. Eu estava cansado de tanta novidade e, ao mesmo tempo, encantado com o Marcelo. Nunca havia me sentido tão atraído por alguém. - Obrigado pelo passeio. Vou subir para o meu quarto e tomar uma ducha relaxante. – agradeci agitado quando estávamos de volta em casa, me dirigindo até a escada. - Eu é que agradeço por você estar aqui e, pela companhia fascinante. – disse ao me perseguir e tomar minha mão entre as suas. - Deixa disso! – respondi, enquanto sentia meu rosto se afogueando. Depois de sair do chuveiro, resolvi descer e levar a toalha molhada até a lavanderia, junto com algumas roupas. Ao passar pelo quarto do Marcelo, pela fresta da porta aberta, notei que ele estava no chuveiro, entrei a aproveitei para pegar as roupas que ele deixara sobre a cama. Já na lavanderia, depois de estender a toalha molhada, comecei a colocar peça por peça na máquina de lavar. Me demorei um pouco segurando a cueca que ele acabara de usar, acariciando o tecido entre os dedos. Meu olhar estava perdido para além daquele espaço, quando o Marcelo se postou atrás de mim, numa encoxada forte, abraçando-me pela cintura. - Lava a minha cueca com tuas próprias mãos! – sussurrou ao meu ouvido, de modo que o ar quente que saía de sua boca roçasse os pelinhos do meu pescoço, fazendo com que se arrepiassem. - Ahn? – deixei escapar assustado, voltando a me dar conta do que estava acontecendo. - Quero ver você lavando a minha cueca. – prosseguiu, reforçando a encoxada e, segurando meu corpo em seus braços, da mesma maneira que meu pai fazia quando eu me sentava em seu colo. Meus pés pareciam estar chumbados no chão. A sensação aquele corpo enorme colado ao meu, transmitindo todo seu calor, me fez obedecer àquela ordem sem protestos. Enquanto eu lavava a cueca ele esfregava o volume, que ia crescendo entre suas coxas, na minha bunda carnuda, coberta apenas pelo tecido sedoso do short que estava trajando. Nossos corpos bailavam ao som de uma música imaginária, tocada pelos sons da nossa respiração. Num movimento impetuoso ele me tirou do chão e me carregou até seu quarto, enquanto eu mantinha meus braços ao redor de seu pescoço, e me deixava conduzir no balanço cadenciado de seus passos. Quando ele reclinou minhas costas sobre o colchão, seus olhos tinham um brilho ousado e voraz. Sua mão deslizou do meu ombro para cima de um dos meus mamilos, que sobressaia do peitinho, cujo contorno bem delimitado e durinho, se elevava do tronco. Fitou-o com desejo, por alguns minutos, antes de começar a palpá-lo, como que para conferir sua textura e maciez. Roçou os tufinhos de pelos dos seus dedos grossos na minha auréola, fazendo com que o biquinho do meu mamilo se tornasse rijo e saliente. Uma onda de calor começou a abrasar meu corpo. Meu olhar petrificado não perdia um só movimento dos seus dedos. Em seguida, ele aproximou a boca do meu mamilo, me deixando sentir seu hálito morno. - Teus peitinhos têm um contorno perfeito, parecem ter sido lapidados por quem sente o maior tesão num peitinho de menina moça. – sussurrou, cheio de cobiça, me encarando fixamente e analisando minha reação. Com muito custo e tomado de uma coragem repentina, consegui mover minha mão em direção ao seu rosto e, alisar aqueles pelos negros que espetaram minha pele como espinhos, deslizando-a suavemente, num desejo contido, que já durava semanas. Foi o sinal que ele esperava para ter a certeza de que podia investir com segurança. As mãos dele começaram então, a me palpar sem pudores, tateando sobre minha pele alva e lisa, que há tempos o incitava. Um tesão desenfreado se apossou de mim e, senti que o mesmo estava acontecendo com ele. Quando seus lábios úmidos tocaram os meus, abri levemente a boca, para deixá-lo capturar os meus entre os seus, numa mordida sutil e carregada de desejo. Aos poucos ele começou a aplicar mais força, esfregando sua boca na minha e, invadindo-a com sua língua. Senti o gosto de sua saliva penetrando em mim, num fluxo quente de luxúria, e me deixei tomar por ele. - Gosto tanto de você! – exclamei gemendo. - Quero você inteiro só para mim! – ele retorquiu, pronto para se apossar de mim. Ele passou a me chupar e lamber. Senti sua língua deslizando pela nuca, num arrepio que me imobilizava. Pouco depois ela já estava nos meus mamilos, com a ponta desenhando círculos cada vez mais concêntricos, que culminaram com ele me mordendo e deixando a marca de seus dentes na minha pele. Soltei um gemido tímido e contido que o excitou ainda mais. Meu short foi descendo à medida que ele enfiava suas mãos dentro dele para apalpar minhas nádegas rijas e, ele terminou por tirá-lo, deslizando-o até meus pés. A visão das minhas grossas coxas, completamente lisas e revestidas por uma pele tão imaculadamente alva, que pareciam virginalmente intocadas, o fez perder o pouco de controle que ainda o reprimia. Ele me virou de bruços e separou minhas coxas, fazendo com que o contorno da minha bunda se tornasse mais evidente. Movido pelo instinto predador, ele agarrou minhas nádegas, abriu meu rego e começou a lamber meu cuzinho, num frenesi que era só tesão. Um quase grito escapou da minha boca quando sua língua úmida se insinuou entre as minhas pregas anais. Foi a sensação mais maravilhosa e sensual que alguém me provocara. Naquele instante eu soube que seria dele, que ele dominaria meu corpo a seu bel prazer. Quando olhei para trás, ainda deitado de bruços e completamente entregue, vi-o se livrando da bermuda do pijama e, liberando um cacete enorme e grosso. Segurando-o em uma das mãos ele me virou e me fez encará-lo. Uma glande, saliente e arroxeada, brilhava reluzente com o líquido aquoso de saia de seu orifício. O cheiro de macho carregado de testosterona tomou conta do quarto. Ele deslizou a pica pelo meu rosto, dando leves batidas ao redor da minha boca. Lambuzado por aquela calda máscula, comecei a lamber o orifício por onde ela saía abundante e cheirosa, sugando-a com volúpia desmedida, que ia aumentando quanto mais eu engolia aquela jeba pulsátil. Ele se contorcia, gemendo com meu ímpeto insaciável. Comecei a brincar com suas bolas. Acariciava-as com um cuidado extremo, temendo machucá-lo de alguma forma, mas ele sentia seu tesão aumentando, estimulado pela maciez da minha mão. A pica dele já estava com uma consistência que me obrigava a manipulá-la com mais força, para conseguir movê-la. Minha boca morna a havia deixado assim e, ele agora segurava minha cabeça, estocando-a garganta abaixo. Um urro seguido de uma contração o fez despejar, pelo menos, oito jatos de porra em minha boca. Engoli-os sofregamente para não me afogar em sua abundância. Olhei para cima e vi que ele sorria satisfeito com minha atitude submissa. O esperma pegajoso e denso tinha um sabor delicioso e, eu não deixei que uma gota sequer se desperdiçasse daquele néctar viril. Lambi-o até que seu pau estivesse limpo. Minha mão acariciou seu ventre, e foi subindo pelo peito, onde ele a beijou e segurou, firmemente, entre a sua, me puxando para junto de si. Passei meus braços ao redor daquele tronco enorme e quente, oferecendo meus lábios para seus beijos excitados. - Adoro que me chupem o caralho e degustem minha porra. Você faz isso de maneira tão carinhosa que não há como não gozar muito. – disse, me apertando contra seu corpo. - É a primeira vez que engulo porra! E eu amei. Acho que por ser a sua. – confessei meio tímido, mas realizado por tê-lo satisfeito. Ele sentou-se, com as pernas bem abertas, recostado na cabeceira da cama, cada vez mais agarrado ao meu corpo. Ele me puxava para perto dele e não parava de me beijar. Essa proximidade me permitia sentir sua gana por mim, o tesão guiava seus atos, e ter minha pele quente em suas mãos o deixava louco de desejo. Os beijos sutis, toques suaves dos meus lábios abaixo do seu queixo e, em seu pescoço, estimulavam uma de suas zonas erógenas mais sensíveis e, o Marcelo se deleitava com essa atitude, acompanhada das carícias que meus dedos faziam nos pelos de seu peito. Ele olhava para mim enlevado, se perguntando o porquê de tanto carinho e entrega. Desejou que o mundo parasse naquele quarto, e que aquela felicidade fosse eterna. Uma de suas mãos pousou sobre a minha e me guiou até seu pau, para que meus afagos tratassem de prepará-lo para o que ele mais queria naquele momento. Penetrar meu corpo e se aninhar nele. Quando o Marcelo começou a deitar o corpão enorme sobre o meu, espasmos involuntários se apossaram de mim, era o frêmito dos meus desejos clamando por aquele homem que, com suas ações cotidianas, arrebatara meu coração. Abracei-o pelo pescoço trazendo-o sobre mim, ao mesmo tempo em que abria as pernas e as levantava quase até seus ombros. Aquilo o excitou a tal ponto, que numa urgência selvagem e instintiva, começou a forçar o cacete de encontro ao orifício rosado que se camuflava no fundo do meu reguinho. A cabeçorra tocava minhas pregas anais e babava abundantemente, sôfrega de tesão. Eu gemia numa volúpia suplicante, atiçando-o ainda mais. Algo quente e úmido começou a dilatar meu esfíncter, distendendo-o entre uma dor lancinante, como se navalhas me dilacerassem as carnes. Cravei os dedos nas costas do Marcelo e travei os dentes, quando o senti entrando em mim. Por alguns instantes suspendi a respiração, deixando minhas entranhas se acostumarem ao volume que se alojara nelas. Deliciado com minha reação, ele aguardou até que eu conseguisse voltar minha respiração ao ritmo quase normal, pois eu arfava assustado. Aquelas nádegas massudas que ele, disfarçadamente, ficava admirando no dia-a-dia, comprimidas sob a roupa e, que se moviam num balanço sensual quando eu caminhava, povoando seus pensamentos de fantasias e desejo, agora estavam alojando sua jeba num afago lascivo. Ele podia explorar seus recônditos e mistérios como bem lhe aprouvesse, com o consentimento pudico de seu dono. Procurei em seu olhar altivo a confiança que precisava para deixá-lo prosseguir. Depois de um beijo carregado de paixão, ele foi enfiando aquela tora entre minhas nádegas, com estocadas que me fizeram gemer, até que seu sacão se comprimisse contra meu rego. A pica do Marcelo pulsava, apertada pela minha musculatura anal, na mesma cadência forte do sangue que irrigava seu membro, mantendo-o dolorosamente rijo dentro de mim. Éramos um só corpo. O vai-e-vem fazia meu cuzinho arder, como se brasas me queimassem por dentro. Mas os jatos de porra que ele despejou em mim, depois de um longo período movimentando sua pica dentro de mim, no qual tudo o que não fossemos nós dois, havia desaparecido; aliviaram meu desespero e me encheram de um sentimento primitivo e único, tão intenso, que uma lágrima fortuita rolou pelo canto do olho. Gozei de tanto prazer, aliviando todo o temor acumulado, ao mesmo tempo em que sorria docemente para ele, em sinal de admiração e devoção. A sutileza da cena penetrou cada poro do Marcelo, arrepiando sua coluna vertebral de cima abaixo, satisfazendo-o como nunca antes. - Amo você! - balbuciei realizado. - Diga que me quer. Que quer que eu seja seu macho. Porque você, de agora em diante, é meu. Todo meu. Só meu. – murmurou, antes de me beijar e penetrar sua língua em minha boca receptiva. - Quero você, meu macho querido! – disse, proferindo pausadamente cada palavra, para que ele as recebesse como jura do meu amor. - Tesão da minha vida! Você me enlouquece com esse jeitinho todo seu. Todo devotado a mim. Vou cuidar do você com todo meu amor e dedicação, como um macho provê sua fêmea! – exclamou, como que estabelecendo um contrato consigo mesmo. O primeiro semestre daquele ano estava terminando. Faltava ainda uma última semana, dedicada aos exames, para que eu pudesse me considerar em férias. Algumas semanas antes, meu pai havia telefonado cobrando meu regresso, assim que as atividades na faculdade findassem. - Faz um tempão que não tenho um descanso. Acho que vou com você, visitar seus pais. O que me diz? – perguntou o Marcelo, numa manhã, durante o café. - Eu vou amar! Estava aflito pensando em deixar você aqui. Eu ia morrer de saudades!! – respondi, explodindo de contentamento com a chance de tê-lo comigo, totalmente livre de compromissos. - Então está decidido. Não imagino você solto por aí, sem que eu saiba o que anda aprontando. Vou com você! – afirmou categórico, enquanto se deliciava com meus beijos entusiasmados. No segundo dia depois que voltei para casa, a perspicácia do meu pai fê-lo perceber que o Marcelo e eu andávamos um tanto quanto próximos demais. Ás vezes, pegava-o nos observando pelo canto do olho, como um detetive que avalia cada gesto ou palavra, tentando desvendar o que se esconde por trás deles. A sensualidade contida nos meus abraços, já não era tão evidente. As atitudes protetoras e dominadoras do Marcelo o incomodavam sobremaneira. Era um rival daquele amor inocente que partira há seis meses atrás. Não tardou para que os visse conversando isoladamente, numa tarde depois que o Marcelo e eu havíamos voltado de um passeio até a fazenda. À distância, notei que parecia uma conversa tensa. Não discutiam, mas o Marcelo estava se impondo de modo firme e decidido. Comecei a temer que algo saísse errado nessa conversa, que pudesse me afastar dele. Quando finalmente vi que meu pai abraçou o Marcelo com um sorriso complacente, soube que nosso destino estava selado. - Teu pai é duro na queda, hein? Que tanta proteção é essa com o filhinho caçula? – questionou quando voltamos a ficar sozinhos. - Sou muito apegado a ele, só isso! – respondi - Apegado? Ele é um grude com você! Chego a sentir ciúme dessa pegação toda. – confessou de cara amarrada. - A última coisa que você precisa sentir por mim é ciúme. Você sabe que é meu macho! ... E você, conseguiu dobrar a fera? – sussurrei em seu ouvido, enquanto lambia discretamente sua orelha, após me certificar que não nos observavam. - O que é que eu sou seu? – perguntou ele, com um contentamento indisfarçável e uma safadeza oculta por trás do sorriso. Esses vinte anos foram de um construir cotidiano, não apenas de coisas materiais, mas de uma relação carregada de sentimentos, angústias, confiança e respeito, fazendo com que aquela paixão inicial, alicerçasse aquele amor cúmplice de agora. Mal a última cena do filme desaparecia na negritude da tela, ao som de uma música passional e, os beijos que os dois trocavam começaram a instigar seu tesão. Nem as primeiras lufadas do vento que começara a invadir a casa, conseguiu interromper a sequência de carícias que terminou com o Marcelo inundando o cuzinho do Cesar com seu esperma másculo e dominador.
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Excelente! Chega até ser curioso, tudo o que os passivos desejam é um macho maduro e gostoso para tomarem conta de suas vidas! Essa história, mesmo que fictícia, desvela esse sentimento com todo o requinte de um bom escritor.