A Pensão - Equipe Júridica - Parte 3



Flávio conduzia Michele pelos corredores da pensão, seus passos firmes e tranquilos ecoando suavemente no chão de madeira. Ela caminhava ao seu lado, observando-o com uma atenção crescente, admirando a leveza em sua maneira de falar, o sorriso fácil que constantemente iluminava seu rosto, a energia vibrante que parecia emanar dele. A cada vez que ele gesticulava para apontar algo — uma porta antiga com detalhes entalhados, um cômodo com móveis de época, um pequeno adorno na parede —, sua voz grave ressoava dentro dela, como uma vibração suave que percorria seu corpo, despertando sensações adormecidas.

— E aqui é a nossa modesta sala de leitura... mas, para ser sincero, quase ninguém se aventura por aqui para ler um livro — ele comentou, um sorriso travesso dançando em seus lábios enquanto piscava para ela com um charme natural e despretensioso. — O pessoal prefere mesmo é se reunir ali no jardim, debaixo da mangueira, para colocar a fofoca em dia.

Michele soltou uma risada genuína, jogando os cabelos longos para o lado com um movimento despreocupado. Ela se sentia estranhamente à vontade, uma sensação de liberdade que não experimentava há tempos, como se a atmosfera simples e acolhedora daquela pensão tivesse a capacidade de quebrar suas barreiras internas, de dissolver as tensões que a acompanhavam. Vestindo seus shorts curtos e sandálias rasteirinhas, sentia-se despojada de suas defesas habituais, e um pensamento único e avassalador dominava sua mente: o desejo impetuoso de se entregar ao jovem guia, de sentir o toque de sua pele, de se perder naqueles braços fortes. Aquele desejo a consumia, tornando o ar denso, era difícil para respirar. Ela só pensava em dar para o jovem guia.

— E você, Flávio? — Michele perguntou, a voz um pouco mais baixa que o normal, enquanto seus olhos curiosos percorriam o salão de leitura empoeirado. — Prefere se juntar às fofocas no jardim ou se perder nas páginas de um livro?

Flávio virou-se para ela, seus olhos castanhos brilhando com um humor travesso. — Sinceramente? Eu prefiro conversar com gente bonita — respondeu ele com um sorriso aberto e um olhar direto que não deixava dúvidas sobre o alvo de seu elogio.

Michele desviou o olhar por um breve instante, um rubor suave colorindo suas bochechas. Mas não conseguiu conter o sorriso que se abriu em seus lábios. Flávio percebeu o efeito de suas palavras e, com um movimento sutil, aproximou-se um pouco mais, seu ombro quase roçando o dela enquanto continuavam a caminhar.

— E aqui... — ele anunciou, abrindo uma porta de madeira maciça que dava acesso a um pequeno salão charmoso, banhado pela luz dourada do final da tarde que entrava pelas grandes janelas de venezianas brancas. A luz dançava no chão de madeira lustrada, criando um ambiente acolhedor e convidativo. — É onde a dona Marisa gosta de fazer alguns eventos especiais. Às vezes tem umas aulas de dança animadas, outras vezes umas rodas de música gostosas... e de vez em quando ela organiza uns jantares caprichados, com a comida deliciosa da Gisele.

— É um lugar muito bonito — Michele murmurou, sua atenção inicialmente focada nos detalhes encantadores do salão: os vasos de flores coloridas sobre as mesas de madeira, o piano antigo em um canto, a luz suave que realçava a atmosfera acolhedora. No entanto, sua concentração vacilou ao sentir a presença de Flávio se intensificar, o calor de seu corpo cada vez mais próximo do seu.

— Mas agora... agora está ainda mais bonito — ele sussurrou, sua voz rouca e baixa carregada de uma intensidade palpável, enquanto seus olhos escuros a fitavam de perto, sem desviar por um instante sequer.

Michele ergueu o olhar, seus olhos encontrando os dele, e por um breve momento, sentiu o ar escapar de seus pulmões. A profundidade dos olhos de Flávio, a sombra de um sorriso meio safado brincando em seus lábios carnudos, a leve abertura entre eles como um convite silencioso... uma onda de calor percorreu o corpo de Michele, fazendo seu pulso acelerar. A promessa solene de abstinência, que até então parecia uma barreira firme, agora se desfazia como fumaça ao vento, a tentação personificada diante dela, irresistível e iminente.
______

Enquanto a atmosfera carregada de desejo se instalava em outros cantos da pensão, na sala principal, um espaço amplo e com decoração clássica, o juiz Almeida estava recostado em uma poltrona de couro macio, um semblante de concentração forçada em alguns papéis que repousavam em seu colo. No entanto, a verdade era que seus olhos, astutamente disfarçados por trás das lentes de seus óculos de leitura de aro dourado, estavam fixos em Gisele. A cozinheira, alheia ao olhar do magistrado, movia-se pela sala com um espanador de penas coloridas nas mãos, realizando suas tarefas de limpeza com uma leveza contagiante. Seus fones de ouvido brancos transmitiam a melodia que a embalava, e ela dançava sutilmente enquanto trabalhava, um balanço natural e rítmico de seus quadris generosos, o corpo curvilíneo acompanhando o compasso da música invisível para os demais.

Gisele vestia uma calça legging preta que delineava cada curva de suas pernas fartas e uma camiseta de algodão vermelha, amarrada estrategicamente acima da cintura, expondo uma faixa de pele morena e acentuando ainda mais suas formas voluptuosas. Cada movimento, cada ondulação de seu corpo, parecia uma apresentação particular, um espetáculo silencioso que prendia a atenção do juiz. Almeida a observava com uma discrição quase teatral, permanecendo quase imóvel na poltrona, apenas o leve brilho em seus olhos denunciando seu interesse. Abaixo da mesa de centro de madeira escura, no entanto, um sinal inegável de sua excitação se manifestava: seu pênis crescia lentamente sob o tecido da calça, a visão daquela empregada sensual e despreocupada o deixando em um estado de crescente frenesi. Aquele espetáculo involuntário despertava nele desejos inesperados e intensos.


O juiz Almeida sentia o sangue pulsar quente em suas têmporas, uma onda de calor percorrendo seu corpo a cada movimento de Gisele. Aquela mulher possuía um magnetismo inexplicável, algo que ia além da mera atração física. Não era apenas a exuberância de suas formas, mas a naturalidade com que se movia, a despreocupação em seus gestos, como se fosse completamente alheia ao poder sensual que emanava. Essa inconsciência, paradoxalmente, tornava-a ainda mais fascinante aos olhos do magistrado.

Em um determinado momento, Gisele se abaixou para alcançar um canto empoeirado do rodapé com um pano macio. A curvatura acentuada de seus glúteos ficou ainda mais em evidência, a legging justa moldando-os com uma perfeição que parecia esculpida. A marca sutil de sua calcinha era visível sob o tecido elástico, e na imaginação fértil do juiz, a fenda de seus lábios vaginais se tornava um convite silencioso e tentador. Aquele vislumbre fugaz fez com que qualquer resquício de pensamento profissional se dissipasse de sua mente. Com um movimento abrupto, Almeida fechou a pasta de couro com um estalo seco, o som ecoando no silêncio da sala. Um leve suspiro escapou de seus lábios, uma rendição tácita à força daquela atração. Ele já não se preocupava em disfarçar seu interesse.

“Pecado...”, um pensamento atravessou sua mente, uma breve lembrança de seus votos e de sua posição social. Mas a advertência moral não foi suficiente para desviar seus olhos fixos na figura sensual da empregada. Ele permanecia ali, cativo daquela visão, entregue a um desejo proibido que florescia em segredo dentro daquela pacata pensão.

No andar superior da pensão, o silêncio reinava, quebrado apenas pelo rangido ocasional do assoalho de madeira sob seus pés. Michele e Flávio pararam diante da última porta do corredor, uma porta de madeira escura com detalhes entalhados que a diferenciavam das demais.

— E este aqui — Flávio anunciou, sua voz um sussurro rouco que ecoava no corredor estreito — é o quarto mais bonito de toda a pensão. Fica vazio na maior parte do tempo, esperando... só é usado quando alguém realmente especial chega. — Ele terminou a frase, seus olhos castanhos fixos nos de Michele, carregados de uma intensidade que a fez estremecer por dentro.

— Ah, é? — ela respondeu, um sorriso travesso brincando em seus lábios enquanto o provocava com um tom insinuante. — E quem exatamente tem o privilégio de definir quem é considerado "especial" o suficiente para ocupar este quarto?

— Eu — respondeu Flávio, sua voz agora firme e decidida, sem desviar o olhar do dela.

Um silêncio denso e carregado de eletricidade se instalou entre os dois. A distância que os separava parecia encurtar a cada segundo. Flávio deu mais um passo hesitante, aproximando-se ainda mais. Michele podia sentir a respiração quente dele roçar em seu rosto, inalando a embriagante mistura de cheiro de terra molhada que ainda emanava de sua pele, o aroma sutil de suor limpo, e, inegavelmente, o cheiro inconfundível do desejo que pairava no ar entre eles. Naquele instante, qualquer tentativa de fingimento se tornou fútil. A atração era um campo de força invisível, puxando-os um para o outro com uma intensidade avassaladora.

Flávio deu mais um passo cauteloso, a distância entre eles agora mínima, quase íntima. Michele podia sentir o calor suave de sua respiração em seu rosto, inalando a embriagante mistura de aromas que emanavam dele: a reminiscência terrosa do jardim, o frescor sutil do suor limpo, e inegavelmente, a nota selvagem e inconfundível do desejo que pairava no ar, denso e inegável. Qualquer pretensão de indiferença havia se esvaído, deixando apenas a pura e crua atração entre eles.

— Eu... eu realmente deveria ir — Michele murmurou, a voz rouca e hesitante, como se lutasse contra uma força invisível que a mantinha imóvel. Seus pés, porém, pareciam pregados ao chão, incapazes de obedecer à razão.

— Ou talvez... talvez você devesse ficar um pouco mais — Flávio respondeu em um sussurro grave, seus olhos escuros fixos nos lábios entreabertos de Michele, como se hipnotizado pela sua proximidade.

E ali, naquele corredor antigo da pensão, onde as paredes de madeira testemunharam inúmeras histórias silenciosas, com a luz dourada e lânguida da tarde se filtrando pelas janelas empoeiradas, pintando o chão com listras de luz e sombra, a atmosfera se tornou insuportavelmente quente, carregada de uma tensão que antecede a tempestade. O ar parecia vibrar com a intensidade de seus olhares e o desejo mútuo que finalmente encontrara um espaço para florescer.


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Comentários


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sexgrafia Comentou em 10/04/2025

Fiquei com a rola dura!




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Ficha do conto

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Nome do conto:
A Pensão - Equipe Júridica - Parte 3

Codigo do conto:
232900

Categoria:
Heterosexual

Data da Publicação:
09/04/2025

Quant.de Votos:
2

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