Pedreiro Safadão _ Continuação

Desta vez eu não contava com a mão protetora do Sergio, e quando o anuscópio começou a me distender as pregas eu cravei os dedos encravando-os no lençol que cobria a mesa de exames. Ajoelhado e de quatro, com as pernas bem abertas, eu gemia enquanto ele movimentava o retoscópio rígido dentro do meu cuzinho. Quando o procedimento terminou, meu corpo todo tremia, e eu só consegui descer da mesa com a ajuda do médico. Por um breve instante, enquanto ele me ajudava a ficar de pé, e eu apoiava minhas mãos sobre seus bíceps enrijecidos abaixo do jaleco, eu tive a nítida impressão de sentir que ele experimentava um tesão que procurava disfarçar. Algo me dizia que aquela estranha disposição do tecido do jaleco tinha uma forte ligação com o que ele estava sentindo, e que, sem aquele jaleco, seu estado priápico estaria desvendado. Tentei espantar esse pensamento impudico enquanto voltava para casa, mas as minhas necessidades clamavam mais alto, motivadas pela falta que eu sentia do Sergio.
O resguardo que eu havia me imposto foi muito além daquele recomendado pelo médico. Primeiro, por que eu não me encontrava em condições de enfrentar o caralhão grosso do Sergio enquanto o fantasma daquelas fissuras não desaparecesse. Segundo, por que eu temia ter contraído alguma doença daquele crápula, e precisava ter a certeza de que isso não tinha acontecido. E, terceiro, por que eu ainda não conseguira readquirir aquela confiança psicológica que me permitisse me entregar à premência sexual dele. Mas estava completando cinco meses desde aquele domingo trágico, e eu não percebia no Sergio nenhuma intenção de fazer sexo comigo. Ultimamente eu acordava à noite, agitado e com a nuca úmida de suor, quando tinha os sonhos interrompidos enquanto transava com ele. Em sonho eu chegava a sentir meu tesão por ele me levando à loucura, enquanto sentia sua rola latejando nas entranhas. Será que ele não me quer mais? Eu me sentia como um vaso que se espatifara no chão, e que teve seus pedaços colados. Estava novamente inteiro, mas as trincas entre os cacos colados estavam lá, testemunhas do remendo.
- Você anda muito calado ultimamente. O que está acontecendo? – perguntou, numa madrugada em que voltávamos de uma balada.
- Estou com um monte de trabalhos da faculdade. – respondi.
- Você sempre tirou isso de letra. Eu sei que tem alguma coisa mais séria. O que foi que o médico te disse na última consulta? – insistiu.
- Nada. Ou melhor, que está tudo bem. – retruquei.
- Você está me escondendo alguma coisa? Está tudo bem mesmo? – seu tom de voz se tornou duro e inquisitivo.
- Não estou escondendo nada. Eu já disse que está tudo bem. – respondi áspero.
- Então por que você está assim? Esquisito. – continuou.
- Por que você acha que estou esquisito? E, por que perguntou da consulta? Você acha que eu peguei alguma coisa daquele sujeito? – desabafei, tentando descobrir a razão dele não ter me procurado mais.
- Por que, os exames mostraram alguma coisa? – perguntou, enfático.
- Não! – disse, exaltado. – Eu não estou mais inteiro como você queria, não é? – as últimas palavras já saíram entrecortadas pelo choro.
- De onde você tirou essa ideia? Estou me controlando há meses para não pressioná-lo com a minha vontade de comer esse teu cuzinho, e você me vem com essa de não estar mais inteiro. Que bobagem é essa? – vociferou zangado.
- É que eu pensei que você não sentia mais o mesmo por mim depois daquilo. – murmurei.
- Pois pensou errado! – exaltou-se. – Estou respeitando os seus limites, mesmo tendo que fazer todo tipo de concessões. Inclusive a de ficar só na punheta. – disse, mais condescendente.
- Você não merecia passar por isso. Eu sei como você é fogoso e cheio das necessidades. – falei, acariciando a coxa dele enquanto dirigia.
- É bom você ir tirando essa mão daí, não consigo dirigir e me concentrar nessa sua mão suave tão perto do meu cacete. – seu bom humor estava de volta, junto com um brilho predador no olhar arguto.
- Que caminho é esse que você está tomando? – indaguei, ao constatar que ele não estava na rota que nos levaria até a casa dele ou a minha.
- Já está mais do que na hora de você voltar a ser meu, não acha? – a safadeza transbordando junto com as palavras.
- Nunca deixei de ser seu! – afirmei. – Mas confesso que estou sentindo muita falta de você. – provoquei.
- Ah é? Pois não vai sentir mais. – disse, ao acessar a entrada de um motel que ficava no caminho da casa dele.
Senti uma agitação tomando conta do meu corpo. Aquela cara de ‘vou te devorar’ me excitava a ponto de sentir o cuzinho se contorcer de tesão. Era a primeira vez que eu entrava num motel, o olhar curioso percorrendo cada detalhe da suíte, e a imaginação rolando solta, me faziam sentir um revolucionário dando vazão a seus desejos, ou um depravado libertino, satisfazendo seus caprichos aguçados por aquele antro de luxúria.
- No que está pensando? – questionou, enquanto trancava a porta e acendia as luzes que iam deixando o clima mais sensual.
- No que as paredes deste prostíbulo de luxo já presenciaram. Não consigo deixar de me sentir um devasso. – minha cara ainda tinha aquela expressão de novidade, de insólito, e ele se divertiu com isso.
- É isso que me enlouquece em você. Esse seu jeitinho de garotão virgem descobrindo a vida. Há algo de tão ingênuo e instigante nesse seu jeito que não dá para não sentir tesão por você. – disse, vindo enrodilhar seus braços ao redor do meu tronco.
- Você deve me achar um bobinho, não é? Afinal, a maioria dos caras não é virgem aos vinte anos. – observei, me lembrando do dia em que perdi minha virgindade com ele.
- Pelo contrário! Acho isso o maior tesão. E é exatamente esse jeitão que deixa todo mundo doido por você. Extremamente bonito, corpão de dar inveja a qualquer um, bundona carnuda que enlouquece até as mulheres, e faz com que qualquer macho sinta aquela coceira gostosa na cabeça do caralho, só imaginando atolar a estrovenga no meio desses glúteos polpudos e apertadinhos, não dá para não deixar a imaginação voar solta. Uma loucura! – sentenciou, encantado.
- Deixe de ser exagerado! – censurei, mas ao mesmo tempo me sentindo mais confiante, uma sensação que andava escondida desde que o Emerson me fodeu.
- Sou apaixonado por esse seu jeito de homem brincalhão, educado e compenetrado socialmente e, do meninão vulnerável, desprotegido e frágil quando seu cuzinho é maculado entre quatro paredes e seus gemidos demonstram toda a sua sensibilidade. Isso dá um tesão da porra! Fora o carinho e sorriso envolvente que você não consegue esconder. Tem muita garota que não consegue deixar a gente tão tarado, quanto você. – derramou-se.
- Bem, deixar você tarado não é lá muito difícil. Aliás, este é seu estado natural. – falei, jocoso.
- O que é que você quer que eu faça? Eu não tenho culpa se meu pau gosta de tomar um ar. – devolveu arrogante. – Você pode até achar que eu sou um insensível, mas naquele dia em que eu te levei ao proctologista, e ele enfiou aquele espéculo, depois aquele instrumento para examinar seu cuzinho arrombado, e ficou movendo aquilo dentro de você, enquanto você dava aqueles gemidos de dor e apertava minha mão, me deu um puta tesão e uma vontade de te enrabar ali mesmo. – confessou.
- Sádico! Eu estava todo machucado, como você pode ser tão bruto? – disse, perplexo com sua sinceridade.
- É o que eu disse, você ali vulnerável, frágil, gostoso, dá uma puta vontade de proteger, de cuidar, de fazer você dar aqueles gemidos gostosos para a gente. Cacete! Eu não sou de ferro! – desabafou. – Aposto que o médico também não ficou imune àqueles gemidos. – acrescentou desgostoso.
- Olha só nas mãos de que pervertido eu fui cair! – exclamei.
- Um pervertido que é tarado por você, e que está morrendo de saudades dessas preguinhas apertadas e gulosas. – disse, depois do beijo úmido e quente que deixou nos meus lábios.
Esses beijos esfomeados, aquela energia e testosterona que ele transpirava, como um verdadeiro macho no cio, tinham o poder de me desnortear, de provocar um frenesi que percorria minha espinha, e fazia a musculatura da minha pelve se contrair e concentrar todo o calor naquela região. A mão dele entrou pelo cós do meu jeans e firmou a carne rija e morna das minhas nádegas entre seus dedos. Era sublime sentir aquela gana outra vez. Eu o desejei dentro de mim, e meu olhar lânguido demonstrava minha vontade. Procurei por sua boca de sabor intenso e vigoroso, selando meus lábios aos dele, e deixando a saliva viril dele me invadir. Enfiei ambas as mãos por debaixo da camiseta dele e deslizei os dedos sobre os pelos sedosos do seu peito, que arfava com a respiração acelerada. Senti que minha calça e minha cueca desciam pelas coxas, e que seus dedos procuravam pelo meu cuzinho enrugado no fundo do rego apertado. O desejo que percorria meu corpo era tão intenso que eu arrebitei a bunda para franquear o acesso dele ao meu cu. A necessidade que eu tinha dele estava estampada no meu rosto suplicante.
- Tudo isso é saudade de mim? – perguntou, como se estivesse prestes a fazer uma travessura.
- É. Quero você! – sussurrei em sua nuca.
- Eu também quero você! Quero tudo o que é meu, e você é meu. – murmurou, entre os dentes cerrados.
Ele abriu a braguilha e pegando minha mão, enfiou-a em sua virilha. Meus dedos se fecharam ao redor daquele caralho consistente, eu o tirei para fora, e me ajoelhei diante dele. Seus olhos se iluminaram com a devassidão que estava prestes a experimentar, e se fixaram em cada movimento que eu fazia para abocanhar aquela glande suculenta e úmida. Ao comprimir os lábios ao redor daquela jeba, e mover a língua, em círculos, ao redor da cabeçorra que estava na minha boca, ele soltou um bramido rouco de prazer. Eu me sentia poderoso e onipotente ao causar aquele prazer nele, e redobrei meu afinco e minha persistência. O cheiro másculo que vinha do sacão portentoso que balançava diante de mim me instigava. Ele saiu de dentro das calças e abriu mais as pernas, enquanto segurava minha cabeça para garantir que aquele prazer que estava sentindo não fosse interrompido. Meu olhar procurava o dele, enquanto a língua massageava seus testículos ingurgitados. Os quadris dele se contraíram num movimento brusco que voltou a estocar a rola na minha garganta, e ao mesmo tempo em que um gemido gutural saia de sua boca, os jatos de porra enchiam a minha, que ávida e cuidadosamente, deglutia aquele néctar saboroso.
- Tesão do caralho! Que boca carinhosa e sedenta é essa? Lambe o leitinho do teu macho, lambe. – grunhiu satisfeito.
- Você é tão saboroso, senhor Sergio! – exclamei, após deixar aquela verga latejante completamente limpa.
- Sou, é? Tem mais um bocado para você provar. – segredou num quase sussurro.
Eu o acariciava debaixo da espuma densa que havia se formado na superfície da banheira de hidromassagem. Deslizava a ponta dos dedos pela nuca dele e depois beijava o caminho que meus dedos haviam percorrido. A água tépida nos envolvia com turbilhões que fluíam sobre a pele, como se fossem mãos invisíveis a aliciar nossos corpos. Depois que o Sergio acionou o controle remoto que estava ao lado da hidromassagem, a voz doce e sensual de Ella Fritzgerald, ressuscitou as confissões românticas de Moonlight Serenade numa versão remasterizada que saia suavemente pelas saídas de áudio do teto da suíte. Antes que a água da banheira esfriasse totalmente, eu comecei e enxugar os cabelos do Sergio em movimentos delicados e carinhosos. Ele cerrou os olhos e me puxou para junto dele. O pinto dele começou a endurecer assim que tocou minha pele molhada e quente. Eu me deitei na cama e o puxei por cima de mim, beijei-o intensa e demoradamente, antes de enlaçar minhas coxas ao redor de seus flancos e senti-lo distender minhas pregas e me penetrar com aquele falo grosso e urgente. Um ganido escapou entre meu arfar acelerado, e aquela dor aguda e pungente foi se aprofundando no meu ser. A musculatura anal retesada comprimia, num amor transbordante, aquela anatomia descomunal que ele ia inserindo lenta e progressivamente em mim. Eu me senti novamente pleno e recuperado, enquanto afagava suas costas.
- Eu te amo. Amo muito, muito. – gemi, erguendo minhas ancas de encontro a sua virilha, para sentir aquele homem ainda mais dentro de mim.
A luz do alvorecer começava a atravessar as nuvens ainda carregadas de um azul e cinza intensos quando deixamos o motel, do domingo preguiçoso. As avenidas pareciam mais largas devido ao pouco trânsito e, um ou outro atleta de fim de semana, passava correndo pelas calçadas vazias. Aquelas cenas contrastavam com o que eu sentia por dentro. Eu estava preenchido, encharcado, com a essência daquele homem que a pouco fazia parte de mim mesmo, e eu descobri que não saberia mais viver sem ele.
- Eu preciso de você. Não me deixe mais tanto tempo sem poder ter você. – disse, verbalizando o mesmo sentimento que me acometia.
- Não sei o que seria de mim se você não fizesse parte da minha vida. Acho que ela nunca seria tão plena e maravilhosa. – falei, afagando a implantação de seus cabelos na nuca.
- Isso me faz lembrar que precisamos encontrar um lugar só nosso. Não quero mais me privar de ficar com você, de precisar depender de datas, lugares e horários marcados com antecedência. – argumentou.
- Assim que a casa ficar pronta, meus pais vão mobiliar um apartamento, menor do que o que moramos hoje, mas que vai servir justamente para esses momentos em que um lugar mais próximo do centro de São Paulo seja necessário. Podemos usar aquele espaço. – retruquei.
- Quero algo meu, mesmo que pequeno. Agora conto com a grana do meu emprego, dá para ter algo sem luxos, mas aconchegante. Ainda mais se você estiver comigo. – aquelas palavras carregavam uma promessa.
Decorridos dezoito meses daquela primavera que havia enchido de cores as árvores do condomínio, a casa recebeu nossa mudança. Eu ensaiava uma maneira de dizer aos meus pais que aquele quarto cuidadosamente planejado e decorado, não seria ocupado por muito tempo. Que eu decidira morar com o Sergio, e que aquilo significava muito além de uma mera mudança de endereço, que aquilo significava partilhar nosso amor e deixar nossas famílias cientes disso.
Esperamos contestações, negativas enfurecidas, indignações e reprimendas morais, mas nada disso aconteceu. Acho que o espaço que cada um construiu na família do outro, falou mais alto na hora de nos prevenir das dificuldades que talvez fossemos enfrentar. Eu continuo minha faculdade e recebo com frequência propostas para fotografar, desfilar, ou fazer campanhas publicitárias. O Sergio está sendo sondado pelo chefe direto, quanto a um cargo gerencial e, nosso cantinho, reflete cada dia mais, a felicidade que preenche nossas vidas.
Foto 1 do Conto erotico: Pedreiro Safadão _ Continuação

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Ficha do conto

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Nome do conto:
Pedreiro Safadão _ Continuação

Codigo do conto:
63855

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
20/04/2015

Quant.de Votos:
10

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