Tesão e perigo em Alto Mar - Final

Tesão e Perigo em Alto Mar
Depois do café da manhã o Aaron e o Chad foram colocados numa lancha e deixados em Clyde River, uma aldeia espremida entre as montanhas e o mar; desolada, fria e esquecida do mundo. Eu não os vi partir, cuidava de preparar a ceia de Ação de Graças para aquela noite. E também, por que temia mais confusão.
O Nate só reapareceu durante a ceia. Sentou-se distante da minha mesa e me ignorou. Os homens estavam animados com a surpresa, e pelo fato do Mike ter anunciado durante o jantar que um grande cardume estava a menos de seis horas do barco, com a promessa de uma pescaria farta.
- Ei capitão! Em todos esses anos de mar o senhor se lembra de alguém se preocupar em fazer uma ceia para comemorar este dia? – disse um dos pescadores, erguendo seu copo de vinho.
- É a primeira vez que vejo um taifeiro de navio pesqueiro se preocupando em servir uma refeição distinta numa data comemorativa. – complementou outro.
Eram quatro da manhã quando a sirene tocou avisando que o cardume estava nas redondezas. Todos os tripulantes se dirigiram ao convés e começaram a lançar as redes. Eu acordei sozinho na cabine e resolvi acompanhar o serviço, talvez o Nate estivesse por lá e eu podia tentar conversar com ele. Quando a grua ergueu a primeira rede, pouco antes do alvorecer, ela estava repleta de linguados se debatendo numa massa gigantesca. Os gritos dos pescadores ecoaram por todo o barco e chamavam a atenção de focas e leões-marinhos deitados nos icebergs que flutuavam ao redor. Mandriões e gaivotas sobrevoavam o barco em círculos como se fosse uma coroa, esperando seu quinhão quando as vísceras dos peixes começassem a ser lançadas no mar. Por mais de dezoito horas o trabalho foi incessante, os homens não tinham um minuto de descanso. Eu levava constantemente algo para eles comerem, e só faltava alimentá-los na boca, pois mal tinham tempo de engolir as refeições. Quando aquele cardume começou a se dispersar e já não vinham mais tantos peixes na rede, havia tempo que anoitecera. Aos poucos as últimas tarefas iam sendo realizadas e a tripulação descia para se jogar na cama. Vi o Nate sentado num cordame no convés da proa com o olhar perdido no horizonte. Seria o momento de enfrenta-lo? Estava sofrendo com a indiferença dele e precisava dizer isso a ele.
- Trouxe um chá quente para espantar o frio. – comecei timidamente.
- Não quero conversar. – disse ríspido, sem pegar a caneca da minha mão.
- Sei que está zangado, mas quero que saiba que estou triste por você não conversar comigo. Gosto muito de você e sinto sua falta. – perseverei.
- Qual é a sua? Sente a minha falta mas senta na pica do primeiro que está a fim do seu cuzinho! – desabafou rude.
- Você sabe que eu não fiz isso. É muita grosseria da sua parte me dizer isso. – revidei magoado.
- Você sabia que estava me deixando maluco. Te provoquei para ver se você cedia, mas você se fez de difícil comigo, queria se passar por recatado. No entanto, bastaram aparecer duas rolas para você extravasar a viadice. – continuou, libertando as palavras que trazia travadas na garganta.
- Eu não me fiz de difícil com você nem com ninguém. Apenas me comportei de acordo com meus princípios. – retruquei
- Belos princípios! O que você fez? Se trancou naquela cabine, sem roupa, com dois caras que não escondiam o tesão que sentiam por essa sua bundinha de garotão dos trópicos, e caiu de boca e cu nas picas deles. Sim, por que eu sei que você e aquele cara colocaram as calças às pressas quando me ouviram bater na porta, e o outro filho da puta precisou se enfiar debaixo das cobertas para esconder o caralho empinado. – à medida que ele ia despejando todo aquele rancor a aspereza na voz ia desaparecendo, e a sensação de ter sido traído era o que mais o atormentava.
- Eles me coagiram a aceitar as sevícias resignadamente. Primeiro por que eu não tenho força física para enfrentar um daqueles caras, quanto mais dois. Segundo, por que eu não queria protagonizar mais um escândalo, seu pai apenas me tolera nesse navio por não ter encontrado ninguém mais apto. Eu estou sozinho aqui, não tenho dinheiro, preciso desse emprego para me manter, não tenho para onde voltar, e me vejo obrigado a me submeter aos desmandos dos outros, aos seus caprichos e até à sua maldade, tudo para conseguir seguir em frente. Aqueles caras sabiam disso, e se valeram da minha vulnerabilidade para conseguir o que queriam. Ou você acha que eu cedi por que tinha algum interesse neles? Se pensou assim, eu te garanto que não sabe nada a meu respeito. – com as últimas frases também quis sair o choro, mas eu não ia dar esse prazer a ele. Já me sentia humilhado demais para expor minhas fraquezas tão abertamente.
- É um belo discurso, mas muda pouco a situação. – retorquiu secamente.
- OK! Você é quem sabe. Boa noite, Nate.
Os soluços convulsivos explodiram quando me deitei e agarrei o travesseiro. O que eu estava fazendo de errado para que as pessoas me tratassem com tanta frivolidade? E eu, que por uns instantes, ousei pensar que as palavras do Mike para com o filho pudessem ser verdade – VOCÊ ESTÁ MORRENDO DE AMORES POR ELE. Se o Nate estivesse sentindo o mesmo que eu estava sentindo por ele, não seria tão cruel comigo. Há dias que eu vinha percebendo que ele não era apenas um colega de jornada, nem tão pouco um novo amigo, muito menos aquele irmão mais velho que eu tanto desejava, ele era muito mais do que isso, eu havia me apaixonado por ele. Como admitir isso, e mais ainda, como ter coragem de deixa-lo saber disso? Era mais seguro continuar a levar a caneca de leite quente como forma de carinho, e ouvir suas opiniões sobre a vida nas conversas intimistas, no convés, debaixo do céu noturno.
Em meados de dezembro os tanques e as câmaras frigoríficas do Black Owl estavam repletos. Os icebergs representavam uma ameaça a mais durante o retorno, e nossa velocidade mal passava dos dois nós próximo ao círculo polar ártico. O convés amanhecia com uma camada de gelo de quase cinquenta centímetros, e enfiar a cara para fora se tornara uma aventura. Eu continuava só na cabine, ela se tornara meu refúgio depois do trabalho. Até aportarmos eu tinha um teto, depois quem sabe onde teria que ficar. Senti saudades do Nelson. A essas alturas ele já era papai. Seria compreensível se ele me pedisse para procurar outro lugar para ficar. Afinal, a casinha da West Hall Harbour Road era pequena demais para nós quatro. Mas, eu ia passar por lá, conhecer o bebê e felicitá-lo e à Nancy, desejar um Feliz Natal, retribuir a hospitalidade deles.
O Black Owl atracou no cais de Halls Harbour no início da tarde do dia 23 de dezembro com um sol fraco iluminando o gelo que cobria o atracadouro. O descarregamento começaria naquela mesma tarde e só terminaria quando o último peixe tivesse deixado as câmaras frigoríficas. Mas, esse era um serviço para os equipamentos e funcionários da cooperativa que os donos dos navios pesqueiros haviam criado para negociar e vender o pescado, entre eles o Mike. Os tripulantes eram recebidos por algum familiar ou amigo, muito discretamente. Ao contrário da festa que aconteceu na partida, quando muita gente ocupava o cais, a chegada se resumia a um abraço ou um beijo da esposa quando era esta que ia buscar o marido, e logo todos seguiram seu destino. Menos eu.
- Bruno! Você quer que o Nate te deixe em casa? Eu ainda vou ficar um pouco por aqui, preciso tomar algumas providências para o desembarque da carga. – disse o capitão, vendo-me um tanto perdido.
- Se não for um incomodo, eu aceito. Minha bagagem é um pouco pesada para caminhar quatro quilômetros com ela. – respondi, feliz por estar pisando em algo firme e estático, e não sentir mais o chão se movendo debaixo dos meus pés.
O Nate não disse uma única palavra durante o trajeto. Eu dei o endereço a ele quando entrei na caminhonete, e não soube mais o que dizer, por isso também fiquei calado. Junto ao 4173 da West Hall Harbour Road havia uma placa branca e vermelha da Royal lePage com as palavras FOR RENT e um número telefônico. A picape do Nelson não estava estacionada na lateral da casa. Chamei pela Nancy, sem obter resposta. Um casal de idosos que eu já conhecia de vista e, que morava três casas depois, passeava com seus dois Cocker Spaniel. A mulher me disse que eles haviam se mudado há mais ou menos dois meses. Não pode ser, pensei. Há dois meses a Nancy devia estar tendo o bebê.
- O que foi? Não tem ninguém em casa? – perguntou o Nate, com certa impaciência.
- Aquela senhora me disse que eles se mudaram há dois meses, mas não pode ser. – respondi. – Você se importa de me levar até o bar e restaurante, a esposa do meu amigo trabalhava lá antes de ter o bebê, alguém deve ter notícias deles.
- Claro! Sobe aí.
A amiga da Nancy me reconheceu assim que entrei no bar. Veio em minha direção com uma expressão taciturna.
- Não sabia que ainda estava por aqui. – disse ela, com um sorriso velado.
- Chegamos esta tarde no Black Owl. – respondi cumprimentando-a. – Fui até a casa deles e não havia ninguém, você sabe me dizer para onde eles foram?
- Você não soube? A Nancy deu entrada no hospital aqui de Centerville, com sete meses de gestação e uma forte hemorragia. Foi levada de helicóptero até um hospital em Halifax, mas o bebê, um menininho, não sobreviveu, e ela também quase se foi. – revelou ela.
- Não, eu não sabia de nada. Mas onde eles estão agora? – o Nelson devia estar precisando de mim.
- Eles se separaram. Ela voltou para a casa da mãe depois que saiu do hospital, e ele tirou as coisas da casa duas semanas depois e voltou para o Brasil. – ela acompanhava a mudança na expressão do meu rosto enquanto me relatava os fatos. Providencialmente eu estava ao lado de uma banqueta em frente do balcão do bar, precisei me sentar, pois de repente o chão parecia ter sumido debaixo dos meus pés.
- Vou tirar minhas coisas da caminhonete. Não quero prendê-lo mais. – balbuciei zonzo para o Nate.
- Está tudo bem com você? Aonde vai ficar? – questionou.
- Não sei. – consegui articular depois de muito esforço.
- Há uma família que está alugando um quarto da casa, deixaram um aviso, está logo ali na entrada, se você quiser continuar na cidade. – disse a moça.
- Sim. Acho que sim. Preciso mesmo esperar uns dias pelo pagamento. Seu pai me disse que faria o pagamento depois do Natal. – eu falava, mas nem minha mente e nem eu estávamos ali.
Nem sei por quantas horas fiquei ali sentado. As pessoas entravam e saiam e eu continuava ali, perdido e absorto em meus pensamentos. Começava a anoitecer quando resolvi seguir até o endereço que a garçonete me deu. Acertei os detalhes com os donos da casa e me enfiei no quarto. Adormeci sentindo a barriga roncando, havia me esquecido de jantar. Era quase meio dia quando alguém bateu na porta do quarto.
- Tem um senhor lá embaixo querendo lhe falar. – disse a esposa do meu senhorio.
- OK! Já estou descendo, é um instante só. Obrigado!
Sentado na varanda açoitada pelo vento glacial e usando uma grossa jaqueta com capuz revestido de pele, estava o Mike, esfregando as mãos enluvadas.
- Bom dia capitão! O que faz aqui? – inquiri curioso com aquela visita.
- Vim convidá-lo a passar o Natal lá em casa. Minha esposa preparou um jantar, e minha filha e o marido também estarão por lá. A menos que já tenha compromisso. – disse, com um sorriso paternal.
- Não. Não tenho nenhum compromisso. É uma reunião familiar, tem certeza que não vou incomodar?
- Ficaremos felizes em ter você conosco. Quero que conheça meu filho mais novo, ele tem a sua idade. Venho te buscar às 18:00 horas, está bem?
- OK! Estarei esperando. – confirmei. Era um convite, no mínimo, estranho para um sujeito que, algumas semanas atrás, não queria me ver em seu barco por nada nesse mundo.
Eu me sentia tão deprimido e arrasado, que não fiquei perdendo muito tempo tentando encontrar uma resposta. Durante a tarde fiz uma caminhada até a mercearia para comprar uma garrafa de vinho, não queria aparecer na casa do Mike sem alguma coisa nas mãos. Pouco depois das seis da tarde quem tocou a campainha foi o Nate. A família onde eu estava hospedado foi passar o Natal com parentes numa cidade a cerca de duas horas de Halls Harbour.
- Meu pai disse que você iria jantar conosco. – disse, quando abri a porta.
- Foi muito gentil da parte dele me convidar. Espero que não seja nenhum constrangimento. – argumentei, diante de sua indiferença.
- Não, nenhum.
A casa estava envolta num perfume de canela e especiarias que vinha da cozinha. Havia um aroma de Natal por todo lado, das velas acesas sobre o frontão da lareira, da resina do abeto enfeitado com bolinhas e guirlandas douradas próximo à janela da sala e dos nós de pinheiro estalando no fogo acolhedor da lareira. A esposa do Mike me recebeu de avental preso na cintura com um abraço e um beijo amistoso. Agradeceu a delicadeza do meu gesto e disse que o vinho seria o acompanhamento perfeito para seu assado. O irmão do Nate era um sujeito brincalhão e expansivo, parecia a versão jovem do Mike. A filha deles e o marido eram um casal ainda em lua-de-mel, depois de dois anos de casamento.
- Eu soube que você foi o responsável pelos homens não terem perdido nenhum quilo durante esta temporada. – argumentou a esposa do Mike. – toda vez que meu marido volta dessas incursões tenho que ajustar suas calças, pois ele chega a perder uns cinco quilos.
- Me parece que os tripulantes não acharam minha comida de todo ruim, embora eu nunca tenha cozinhado num lugar onde, nem as panelas e nem o que estava dentro delas, queria permanecer no lugar.
- Nem me fale! Eu imagino como deve ser uma cozinha dentro dela banheira sacolejando no mar. – gracejou ela.
Eu percebia o olhar petrificado do Nate sobre mim, mas ele continuava sentado numa poltrona próximo à lareira e não fazia nenhum comentário. Depois de algum tempo ele se levantou e foi até a copa, onde começou a beliscar algumas coisas que já estavam dispostas em pratos enfeitados. A pretexto de dar uma mãozinha para a esposa, o Mike também desapareceu na direção da cozinha. Fiquei um tempinho conversando com a filha e o genro dele, que se mostrou interessado em saber alguma coisa sobre o Brasil. De onde eu estava sentado dava para ver o Mike e o Nate conversando na copa que antecedia a cozinha. Quis ser uma mosca para saber o assunto daquela conversa, que estava deixando o Nate com uma expressão anuviada. Entre o meu papo com o casal dava para ouvir sutilmente alguns trechos da conversa que rolava na copa.
- Não é bom para você ser tão severo e duro em seu julgamento. Mesmo por que, eu vejo que você está sofrendo com isso. – era a voz tranquila do Mike.
- Eu não estou sofrendo. De onde você tirou essa ideia? – retrucou o Nate.
- Você é meu filho e eu te conheço. Eu posso dizer que criei uma série de expectativas quanto a você e seus irmãos, mas nem sempre a vida real é como nós a desejamos. O que também não significa que por isso ela tenha que ser propriamente ruim ou boa, ela apenas é como é. Temos que aceitar algumas coisas e tentar ser feliz com a maneira como a vida nos apresenta essas coisas. O que eu e sua mãe queremos é que vocês sejam pessoas realizadas com as escolhas que fizerem. – a que escolhas ele estaria se referindo?
- Não posso confiar nele. Ademais o que garante que ele se preocupe comigo como eu me preocupo com ele. – retrucou o Nate.
- É essa sua teimosia que te deixa cego. Eu percebi o interesse dele por você muito antes dele próprio se dar conta disso, creio eu. Ou você acha que ao separar uma parte daquilo que os homens devorariam se ele não o fizesse, dizendo isso é para o Nate, não se esqueçam de deixar um pedaço para o Nate, vou pegar esse para o Nate, e assim por diante, acontecia por simples acaso? E quando você estava esmurrando aqueles dois sujeitos, em evidente supremacia e vantagem, e só ele, na aflição de saber que algo de ruim podia te acontecer, não conseguia ver nada além do perigo que você corria, e implorava por socorro, atirando-se cegamente sobre um deles na tentativa de que não te machucassem. O que você acha que foi aquilo, senão a forma dele dizer que você é importante para ele? E o que foi que ele tentou fazer nas semanas seguintes? Apesar da sua cara emburrada, ele tentava de todas as maneiras te mostrar quanto carinho tem para te oferecer.
- Quem garante que não era arrependimento pelo que fez? – questionou a voz cética do Nate.
- Deixe de ser cabeça dura! Enxergue o que está escancarado diante dos teus olhos. Ele não fez nada de errado. Eu me penitencio até agora pelo que ele passou com aqueles sujeitos. Isso não devia ter acontecido, e nós temos culpa disso. – as palavras do Mike eram sofridas e faziam um mea-culpa sincero. – Esse rapaz superou todos os seus limites. Enfrentou os extremos para levar adiante seus planos. Aceitou por necessidade e falta de opção o que muito homem calejado se recusou a fazer. E não fez nada de cara amarrada. Ou você se esqueceu das palavras de ânimo e incentivo que vinham acompanhadas daquela caneca de leite quente, que ele tinha para qualquer um que estivesse esmorecendo. Esse rapaz tem um espírito nobre, intrépido, valente e amoroso. Só um tolo seria capaz de dispensar o carinho de alguém assim. – ele estava falando de mim. Eu nunca pude imaginar que ele tivesse essa visão a meu respeito, me conhecendo tão pouco.
Quando dei por mim, o casal e o irmão caçula do Nate me encaravam pasmos. Eu estava chorando e nem me dei conta disso. As lágrimas desciam pelo meu rosto sem que eu fizesse nada para ampará-las. Eu nem as sentia, só continuava imóvel e com o olhar perdido.
- Oi Bruno! Está tudo bem com você? – era o irmão do Nate, parado ao meu lado sem saber o que fazer.
- Hein? ... Como? Desculpe eu não entendi o que você ... – só então percebi que estava chorando.
- Aconteceu alguma coisa? Podemos te ajudar? – disse a irmã do Nate, vindo também ao meu encontro.
- Posso ir ao banheiro por um instante? – perguntei, vexado e sem uma explicação para aquela cena.
Quando voltei para sala com a cara recomposta por um pouco de água fria, ninguém mencionou o fato, todos agiram como se nada tivesse acontecido. O jantar transcorreu ameno e alegre até bem tarde da noite. Me prontifiquei a ajudar com a louça, e a conversa descontraída continuou na cozinha até a madrugada.
- Você dorme aqui esta noite! – exclamou minha anfitriã. – Vou levar a roupa de cama até o quarto do Nate e vocês se ajeitam por lá. – emendou.
Ele me ofereceu a cama dupla e macia, garantindo que ficaria bem sobre uns edredons esticados sobre o tapete de pele de bisão. Não aceitou minha recusa.
- Quero me desculpar com você! – disse o Nate, depois de nos deitarmos e as luzes da casa terem sido apagadas.
- Desculpar do que?
- Você sabe. Fui injusto com você. Sei que aquilo que aconteceu com você foi culpa minha. – a escuridão parecia facilitar aquilo para ele.
- Eu só quero esquecer que aquilo aconteceu. Não sei se há culpados nessa história. O ser humano se transforma quando está sob pressão ou quando não há nada que imponha limites. – ponderei.
- Pois é, nesse caso eu devia ter sido esse limite. Foi para isso que meu pai me mandou ficar com você. E eu falhei. – ele estava ressentido consigo mesmo.
- Isso não é verdade. Eles souberam se valer de sua ausência.
- Tenho ciúmes de você! – a frase veio depois de um longo silêncio, eu já estava quase pegando no sono.
Qualquer coisa que eu dissesse em resposta seria pouco para o tanto de felicidade que essa revelação me deu. Olhei para o lado, a pouca luminosidade só me permitia ver aquele amontoado de edredons do meu lado, e dentro deles o Nate deitado de costas apoiando a cabeça sobre as duas mãos. Saí da cama e me debrucei sobre o olhar espantado dele. Segurei seu rosto barbudo entre as mãos e colei minha boca na dele lenta e suavemente. Ele passou os braços ao redor do meu corpo e começou a enfiar a língua da minha boca. O gosto dele era úmido e tentador. Eu sentia os pelos do peito dele roçando meus mamilos e não consegui esconder o tesão que estava sentindo. A mão pesada e grande dele acariciava minhas costas, e ia descendo sensualmente até entrar debaixo da minha cueca. Nossas línguas se entrelaçavam e se sorviam numa dança libidinosa. Ele apertou minha nádega e eu senti sua ereção roçando na minha coxa. Deixei os dedos deslizarem pelo pescoço dele e se afundarem nos pelos do peito dele. A ressonância dos batimentos cardíacos dele era palpável na ponta dos meus dedos. Beijei o peito dele exatamente onde estava o coração e, aos poucos fui deixando um rastro de beijos ao longo de sua barriga até o cós da cueca, de onde vinha um cheiro sensual e viril.
- Você sabe como torturar um homem. – balbuciou, enfiando os dedos nos meus cabelos e levando minha cabeça para junto dele.
Enfiei vagarosamente a mão dentro da cueca dele e passeei com os dedos sobre a rola consistente. A reação dela foi imediata e altaneira, fazendo a cabeçorra arroxeada sair da cueca. Eu a lambi mansamente, sentindo o gosto ligeiramente salgado do líquido que brotava da sua uretra. Um gemido brotou do fundo do peito dele, longo e prazeroso. Ele baixou a própria cueca dando espaço para aquele cacetão se expandir sem restrições. Ele me pareceu ainda maior a essa curta distância do meu rosto. Apesar da pouca luz e do púbis peludo, eu conseguia distinguir os contornos do sacão dele, e o achei lindo e másculo. Acariciei-o sem nenhuma reserva ou pudor, fazendo com que as bolas se movessem dentro daquele pacote globoso. O Nate segurou o pau e começou a esfrega-lo no meu rosto, me provocando com seu cheiro único e voluptuoso. Meus lábios se fecharam ao redor daquele colosso impávido, e eu comecei a chupar o néctar que não parava de minar. Sorvia dedicadamente cada gota daquele sumo prodigioso, ouvindo o arfar pesado e carnal do Nate.
- Nada que eu tenha provado é mais gostoso do que o seu sabor. – sussurrei.
Ele me agarrou e girou o corpo dele sobre o meu. Parecia que eu havia despertado uma fera. Os beijos que ele começou a me dar não eram mais contidos e censurados, mas lascivos e impudicos. A mão dele não saia das minhas nádegas, que ele apertava como se estivesse amassando papel. A impetuosidade selvagem dele me enchia de desejo. Eu conseguia sentir o tesão dele por mim emanando de sua pele quente. Eu quis ser dele. Minhas entranhas se convulsionavam, e ondas de uma quentura sedenta contraiam meu cu. Ele me virou de bruços e deslizou torturante e provocativamente minha cueca até os pés.
- Abra as pernas e me mostre o que você tem aí para mim. – ordenou, num murmuro que fez seu hálito morno resvalar no meu ouvido.
Eu empinei a bundinha com a marca da sunga bem evidente, imaculadamente branca e lisa, e apartei discretamente as coxas. Mesmo assim ele não conseguiu ver o que queria. O seu alvo ainda estava camuflado pelas nádegas carnudas, nas profundezas do meu rego estreito e apertado. Minha respiração não passava de inspirações e expirações ofegantes e superficiais, como as de um animalzinho assustado. Ela ficou em suspenso quando as mãos dele abriram meu rego, depois dele ter acendido a luz de um abajur, e poder admirar as pregas rosadas formando uma aura em torno do meu cuzinho. Ele deslizou um dos polegares para dentro daquele orifício que o atiçava. Eu soltei um ‘ai’ e um gemido quando me senti invadido. A ponta da língua dele se movia buliçosa sobre as minhas pregas e eu mal conseguia suster meu corpo de tanto desejo. Os pelos da barba dele espetavam minhas nádegas e deixavam umas manchas eritematosas desenhadas na alvura da pele que as cobria.
- Ai Nate! – gemi, exibindo todo meu anseio e meu tesão.
- O que você quer agora? Fala para mim, fala! – gemeu ele, deitando seu corpo pesado sobre o meu enquanto lambia minha nuca.
- Eu quero você! Por favor, eu quero você dentro de mim. – murmurei.
Ele pincelou a rola no meu rego até encontrar o que queria. Apontou a chapeleta contra a entrada do meu cuzinho e começou a forçar. Meu corpo todo tremia incontrolavelmente. O cheiro daquele macho sedento invadia minhas narinas e me alucinava. Temendo que meu grito fosse ouvido nos quartos vizinhos, ele afundou meu rosto nos travesseiros e meteu a pica no meu rabo. Aquilo foi tão abrupto e dolorido que o ganido só conseguiu sair da minha garganta quando o caralhão já estava cravado no meu cu e os meus esfíncteres já tinham se contraído, prendendo o invasor no meu íntimo, como acontece quando um raio ilumina o céu e o trovão só é ouvido depois de algum tempo.
- Não quero te machucar. Então relaxa esse cuzinho e deixa seu macho entrar aí. – gemeu, num sibilo rouco.
Como relaxar se o que quer entrar em você é tão imensamente proporcional ao homenzarrão que quer se satisfazer no seu cu? Por outro lado, como dar o carinho que você guardou todo esse tempo para entregar a ele? Amando-o, amando-o tão ou mais do que a si próprio. Foi assim que eu o deixei colocar todo aquele pau no meu rabo. Ele movia os quadris estocando a verga em mim, até o sacão bater contra as minhas nádegas. Ele me preencheu com seu desejo e sua voracidade, até me fazer gozar. Eu gemia convulsivamente, sentindo o vaivém daquele membro latejante, me possuindo de maneira primitiva e obstinada. A mucosa do meu ânus já estava em brasa quando ele saiu de dentro de mim. A seguir, me virou de costas e abriu minhas pernas. Tornou a meter no meu cuzinho e eu o envolvi com os braços ao redor de tronco. Eu queria segurá-lo, apertá-lo, senti-lo junto a mim, como se não sentir sua pele contra a minha fosse quebrar aquele conjunto que se transformara num corpo único. Nos beijamos durante muito tempo, sem desgrudar nossas bocas, enquanto ele me penetrava e eu erguia meus quadris de encontro a sua pelve que se movia cadencadamente. Precisava ter a certeza de que ele estava entranhado e protegido lá no fundo, onde ninguém o tiraria de mim. Pouco depois de sentir o cacetão se avolumar entre as minhas pernas, ele esporrou marcando seu território. Eu conseguia sentir a umidade se esparramando no meu íntimo e não consegui conter as lágrimas de felicidade. Ele tirou a pica do meu cu e continuou a despejar seu néctar másculo sobre o meu peito. Os jatos esbranquiçados e cremosos caiam sobre meus peitinhos, e ele os esfregava nos meus mamilos. Me encarava com seu olhar penetrante, satisfeito e realizado. Depois, levou os dedos lambuzados de esperma para os meus lábios, assistindo deleitado eu chupar sua seiva máscula com todo o meu carinho. Acariciei seu rosto, percorrendo com a ponta dos dedos cada estrutura que o compunha, mesmo com os olhos vendados eu seria capaz de reconhecê-lo. Ele agora estava gravado para sempre na minha memória. Eu estava quase pegando no sono, com a cabeça deitada sobre o ombro dele, quando ele me pegou no colo e me deitou na cama. Enfiou-se, também nu, debaixo dos edredons e eu adormeci sentindo a respiração morna dele no meu pescoço, e o braço musculoso envolvendo minha cintura. O que eu sentia na bundinha eram os pelos da sua virilha, que roçavam minha pele querendo me ninar.
O dia de Natal amanheceu com um sol radiante refletindo na neve branca que caíra abundante durante a noite. Fiquei um bocado de tempo admirando o Nate dormindo. Esse foi um prazer novo que eu não conhecia. Quanto mais eu olhava para cada detalhe de seu corpo, mais eu me apaixonava por ele.
- Bela paisagem! – eu disse, quando ele começou a se mexer e abriu os olhos.
- Linda imagem, Bruno! – exclamou ele, acariciando meu rosto com a mesma mão que acabara de coçar suas bolas e alisar o pinto priápico. – Você não imagina quantas vezes eu sonhei com esta cena, acordar ao lado do seu corpo nu depois dele ter sido todinho meu, e ver esse sorriso no seu rosto. E todas às vezes eu acordei assim. – continuou, levantando o edredom e exibindo a verga dura. Antes que eu pudesse fazer qualquer comentário, ele estava em cima de mim, fervendo de tesão, apossando-se do meu cuzinho, apoderando-se do que lhe pertencia.
- O Nate me disse que você morava com uns amigos na casa dos Blake. – disse o Mike durante o café da manhã. – Mas, que eles se mudaram e a casa está para alugar.
- Não sei de quem é a casa. Mas, sim. Quando vim do Brasil fiquei lá, com um amigo e sua namorada, até o dia nossa partida. Eles eram as únicas pessoas que eu conhecia por aqui. – revelei.
- E o que pretende fazer quando receber seu pagamento? Se você não se importa de nos contar. – perguntou interessado. – Talvez queira encarar mais uma temporada no Black Owl, a de verão? – emendou, com um sorriso desafiador.
- Não sei ao certo. Fui pego tão de surpresa com a notícia de que o Nelson regressou ao Brasil, que nem tive tempo de pensar no assunto. – esclareci, ao mesmo tempo em que me dei conta que precisava tomar uma decisão. Outra decisão difícil da qual dependia todo meu futuro. – Talvez também volte de onde sai.
- Quero que saiba que vou me sentir lisonjeado se você resolver encarar outra temporada a bordo do meu barco. – confessou. – E se você quiser ficar, posso conversar com o velho Blake para que te alugue a casa por um bom preço. Eles não dependem desse dinheiro para sobreviver.
- Obrigado, capitão. Mas não sei se conseguiria me manter por aqui.
- Bem! Aqui não existe mais o capitão, e sim o amigo Mike, para te ajudar no que for possível. Também quero te dizer que você terá os mesmos quatro por cento dos outros tripulantes, você fez jus a cada centavo.
- Muito, muito obrigado. Sou muito grato por tudo que estão fazendo por mim. E, eu também os considero meus amigos. – disse, emocionado.
- Você já falou dos seus planos para ele, Nate? – interveio a mãe.
- Não! Queria contar esta tarde, quando pretendo leva-lo até Centerville. – revelou o Nate, contrariado pela quebra da surpresa.
- Oh, querido! Desculpe, não pensei que estivesse fazendo uma surpresa para o Bruno. – desculpou-se constrangida, sem que eu estivesse entendendo o que se passava.
- Bem! Então nos deem licença. Vamos fazer uma caminhada para aproveitar o sol lindo que está lá fora. Voltamos para o almoço! – sentenciou o Nate.
Durante a caminhada ele me revelou o que eu já tinha percebido, que ele detestava essa vida sobressaltada a bordo de um navio pesqueiro. Só o fazia quando o pai não conseguia gente suficiente, ou capacitada, para tocar o serviço. Que seu desejo era trabalhar com o forte turismo de verão, quando Halls Harbour era invadida por milhares de turistas durante a temporada. Que já tinha um esboço do que pretendia fazer, e que daria inicio ao projeto logo depois das comemorações de final de ano, pois restariam poucos meses para que tudo estivesse pronto no verão. A empolgação e o entusiasmo dele me contagiavam à medida que ele detalhava sua ideia. Caminhávamos ao longo da costa rochosa tendo a superfície das águas da Baía Fundy aplainadas pelo vento frio. Nós nem o percebíamos, estávamos aquecidos por aquela cumplicidade que se alojara em nossos corações e, que agora unia nossas almas.
- Quero você do meu lado. Sei que esse não é o melhor lugar do mundo para se viver, mas eu prometo que vou te fazer feliz. Fica comigo? – os olhos dele brilhavam quando me encostou contra uma das paredes de madeira do farol Cape George, e me beijou segurando meu rosto em suas mãos.
- O melhor lugar do mundo para mim é onde você está. Eu te amo, Nate! Te amo desde o primeiro dia que te vi. – minha voz saiu embargada pela emoção, mas decidida e firme.
- Eu também te amo, Bruno. E quero você só para mim. – a voz envolvente e protetora dele fazia meu corpo vibrar como uma corda de violão.
Hoje completa um mês que o Nate e eu estamos morando na casinha branca de telhado acinzentado que alugamos dos Blake. Ela está acolhedoramente decorada. Tornei a receber mais um e-mail do Nelson, em retorno aos que eu lhe havia enviado, contando que suas aulas na faculdade de engenharia começam amanhã. Desde que apresentei o Nate para ele numa de nossas conversas no Skype, ele se refere a ele como ‘jambrão’, numa nítida alusão à decepção que sentiu ao saber que eu estava dando meu carinho para alguém que não ele. No fundo eu sei que ele está feliz por eu estar bem e seguro, que sua implicância não passa de um capricho de macho. O mesmo capricho que faz com que o Nate me questione por que vivo teclando ou conversando com ‘aquele seu amiguinho brasileiro’. Eu costumo rir da situação, e dizer que eles são os responsáveis pela felicidade que sinto hoje.
- Então deixe de teclar e vem cá, vem. Tem alguém aqui também precisando da sua atenção e querendo ser feliz. – está me dizendo o Nate, mexendo na pica e com aquela cara safada de quem vai me penetrar até eu pedir arrego.
Foto 1 do Conto erotico: Tesão e perigo em Alto Mar - Final


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Comentários


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kzdopass48es Comentou em 28/10/2016

Um marujo desses, é pra dar e se apaixonar! Betto

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marcosvenutti Comentou em 14/04/2016

Cara, eu adorei sua história e fico pesando, se existe essa "tal felicidade", como em uma música muito antiga cantada por um grupo chamado Trenda Alegria (infaltil) e pela atriz Lucinha Lins,onde será que ela mora??? Adorei mesmo.

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mattheuselias78 Comentou em 28/07/2015

Definitivamente meu escritor favorito, parabéns! História emocionante.

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petry Comentou em 26/07/2015

Parabéns, excelente conto! Pena que não tem continuação! :(

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lordricharlen Comentou em 20/07/2015

Excelente adoro tuas histórias me perco nelas, esperando a próxima história que eu vou me apaixonar.




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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
Tesão e perigo em Alto Mar - Final

Codigo do conto:
68063

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
19/07/2015

Quant.de Votos:
10

Quant.de Fotos:
1