Dor e solidão depois da foda - Continuação A rola estava muito maior do que eu me lembrava. Mas, o cheiro másculo que vinha dela era o mesmo que poluía meus pensamentos libidinosos, penetrante e afrodisíaco. Toquei delicadamente a ponta da língua sobre o meato uretral e comecei a provoca-lo, deslizando a língua em movimentos circulares ao redor da cabeçorra. A ereção dele se completou em segundos. O fluido viscoso que saia do pau dele atiçou minhas papilas gustativas e o frenesi me fez colocar aquela jeba na boca e sorver seus sabores. Tom soltou um gemido surdo e prendeu minha cabeça entre as mãos. O cacete pulsava na minha boca e eu lenta e demoradamente continuava a chupar aquela carne quente, ora com uma sutileza angustiante e ora com uma voracidade selvagem. Encarava-o com um olhar doce e submisso fazendo-o enrijecer-se de tesão. Segundos depois ele gozava na minha boca e, enquanto eu engolia aquela porra levemente amarga e ácida, ele acariciava o meu rosto. Depois, Tom me inclina sobre a cama e começa a passar as mãos enormes e grossas por cada curva do meu corpo, sente os músculos longos e pouco definidos se moverem trêmulos sob a pele imaculadamente branca e coberta com uma penugem loura que brilha dourada. - Ah, Edu ... meu tesão! – O gemido escapava-lhe entre os dentes. Eu olho para ele parado na beira do leito os braços fortes, as coxas grossas e peito aberto, um pescoço de touro, o rosto másculo brilhando de desejo, abro meus braços e os estendo na direção dele, em seus lábios se molda um sorriso predador. Envolvo-o em meus braços quando ele se deita sobre mim e o beijo carinhosamente. Sinto que estou arrebentando de tanto tesão, cada músculo se contrai sem que eu voluntariamente consiga controla-lo. As mãos dele percorrem minhas coxas até se alojarem nas minhas nádegas e ele começa a dedilhar o meu cuzinho. Ele as aperta, amassa, a força e a urgência fazem com que eu sinta dor. O mesmo acontece com os bicos dos peitos, pequenos e duros, que ele mordisca imprimindo o contorno de seus dentes ao redor das minhas auréolas intumescidas. Começo a abrir as pernas e as faço deslizar ao longo do corpo dele até que meus joelhos estejam na altura dos ombros dele. Ele as aparta e se aloja entre elas, volta a enfiar a língua na minha boca e o caralhão dele se aninha no meu rego. Chupo a língua dele e nossas salivas se mesclam formando um tônico que nos estimula para a cópula. Tom coloca o cabeção na entrada do meu cuzinho, tremo antecipando a dor. Num tremor mais forte, minha respiração se interrompe, então o cacetão acha o caminho e entra sugado para dentro pelos beiços do biquinho que as pregas formam. Meu ganido ecoa pela cabine do barco, enquanto o Tom sente meus esfíncteres se abrirem apertados em torno da sua tora. Sente que me possui, delicia-se com minha submissão, com a doçura da minha entrega à sua pica. O barco balança suavemente tal como um berço onde se está ninando um bebe. Ele passa os dedos pelo meu rosto contraído e encontra a serenidade absoluta, embalada pelas estocadas lentas que seu caralhão dá até o fundo do meu rabo apertado. Redescubro aos poucos o prazer da entrega total. O barulho das ondas batendo contra o cais lá fora, num ritmo cadenciado e lento, encobre os meus gemidos que parecem aderir à mesma cadência. As estocadas do Tom são vigorosas e espalham uma dor aguda por toda minha pelve; mas, não são mais tão brutas e desesperadas quanto da primeira vez que ele me teve. Ele aprendera a domar sua fúria, embora não a volúpia de seus instintos. Ele só voltou a me estocar com mais energia após seus músculos se retesarem, sentir o gozo a lhe ferver nos culhões, e liberar jatos escaldantes de uma porra morna e pegajosa no fundo do meu cuzinho. Um som gutural que emerge do peito dele como um brado triunfal reverbera pela cabine. Eu gozei em seguida, melando minha barriga e mamando com frenesi dentro do cuzinho o caralhão latejante do Tom. Ele permanece um bom tempo em cima de mim, desfrutando do arrepio que percorre sua coluna enquanto eu lhe afago a implantação dos cabelos na nuca e o beijo ao longo do queixo e pescoço. - Edu, Edu, ... meu virgenzinho de trinta anos. – murmurou num sorriso faceiro quando viu que em minhas coxas escorria um diminuto filete de sangue. - Não sou mais virgem! Um colega do colégio me tirou a virgindade há muitos anos. – respondi, troçando dele. - Ele não deve ter tirado o seu cabaço direito. – continuou malicioso, oferecendo-me uma caixa de lenços umedecidos. - Eu não diria isso. É que nunca me abri para algo tão grosso como o seu cacete. – elogiei. - Está me dizendo que em todos esses anos nunca mais ninguém entrou nesse cuzinho sedoso? – ele sabia a resposta, mas queria ouvi-la da minha boca. - Nunca mais conheci alguém a quem quisesse me entregar. – deixei as palavras saírem com tanta ternura que ele voltou a me abraçar, colou sua boca na minha e, de ladinho, enfiou a jeba novamente nas minhas pregas, me fazendo soltar um grito, abafado por seus lábios nos meus. Não me lembro dele tê-la tirado do meu cuzinho antes de cair no sono, quando ele já ronronava abraçado a mim. Acordei com o sol entrando pelas escotilhas e vozes no convés, estava sozinho na cama. Quando caminhei até o chuveiro senti minhas entranhas doendo. Mais inteiro, exceto pela fome que estava sentindo, subi ao convés onde o Tom finalizava os procedimentos para zarparmos. - Oba! Nosso hóspede acordou! Bom dia! – saudou, aproximando-se de mim e roubando um beijo rápido. - Bom dia! – retruquei encabulado, por sentir os olhares do homem e do garotão sobre nós. - Edu, este é o Lorenzo meu imediato, e aquele é o Jordan nosso ajudante. – apresentou-me, enquanto eu apertava a mão calejada do primeiro e dava um ‘olá’ para o segundo. – Está pronto para partirmos? – a descontração dele era evidente. - Posso fazer um café para vocês? – indaguei, ainda constrangido por descobrir que àquela altura os dois já sabiam o que havia rolado lá em baixo, e que isso se repetiria durante as próximas duas semanas. Um ‘estamos famintos’ em uníssono me salvou do embaraço, pois tive um pretexto para sair dali. As quase duzentas milhas náuticas entre Antibes e a costa da Córsega foram percorridas numa velocidade de cruzeiro reduzida em pouco mais de dez horas. Era o primeiro dia do outono, mas o sol parecia não se importar com o calendário, brilhou forte enchendo o Margareth II de luz e calor. O casario escalando as escarpas e o campanário da Eglise Sainte Marie Majeure em Lumio, na alta Córsega, já estavam com suas luzes acessas quando o Tom me mostrou como se fundeava uma embarcação. Durante toda a viagem eu ficava olhando para ele, gostava de vê-lo trabalhando em algo que lhe dava prazer, e percebia como ele se sentia livre e seguro de si quando conduzia o barco. Quando ele me flagrava com o olhar colado nele, dava um sorriso e me mandava um beijo pelo ar. Nenhum dos tripulantes estava usando o uniforme que costumavam usar quando fretavam o iate. Todos estavam descalços, de bermuda ou short e o torso nu. Ficava um pouco difícil manter a concentração em alguma coisa enquanto todos aqueles músculos torneados e bronzeados se moviam conforme eles executavam as tarefas. Por outro lado, eles também deviam estar enfrentando os mesmos problemas, enquanto eu tentava dar uma cor à minha pele branca, tomando sol de sunga no convés, depois de tantos anos entre Nova Iorque e Paris, sempre coberto por um terno. Íamos passar a noite a bordo e só na manhã seguinte lançaríamos o bote para chegar ao litoral e percorrer a vila. Depois de ter sido o responsável pelo almoço, fui eleito o cozinheiro de bordo, e tanto o Lorenzo quanto o Jordan me felicitaram por não serem obrigados a comer comida empacotada. Eu ainda estava um pouco tímido em relação aos dois, mas ambos foram tão discretos e amáveis durante todo o dia, que eu já me sentia parte da tripulação. Às vezes, eu tinha a impressão de que só o Tom e eu estávamos a bordo, tão imperceptíveis os dois se faziam. O céu estava estrelado e um vento frio soprava no convés onde o Tom e eu ficamos conversando longamente depois do jantar. Embora ele estivesse omitindo as fases mais dolorosas, ele me contou como tinha sido a sua vida depois daquele dia em que se despediu de mim e dos meus pais. Ele era muito grato ao meu pai, aquele presente que ele lhe dera foi um início de jornada menos problemático. Eu precisei contar a ele por que ainda continuava só, sendo que nem eu sabia bem o porquê. Quando descemos para a cabine eu escutei o ronco do Lorenzo vindo de uma das cabines do segundo porão, onde provavelmente o Jordan também dormia. O Tom trancou a porta da nossa assim que entramos, e abriu as portas para a varanda. O que entrava por elas era uma brisa fria que apenas parecia ter sido amainada em relação ao vento do convés. Ele se despiu e se esparramou sobre a cama, recostado nos travesseiros e exibindo seu cacetão com as pernas bem apertas. Com a porta do banheiro entreaberta deixei uma água morna cair sobre meu corpo. Ao voltar para o quarto foi ele quem me estendeu os braços me chamando para junto dele. Obedeci e ele pegou na toalha e continuou a me enxugar, as mãos percorrendo minhas coxas grossas e lisas. - Você é brutalmente bonito, isso não mudou nesses anos todos e, ao mesmo tempo, sugere uma doçura e uma sensibilidade vulnerável, não consigo evitar isso aqui. - Então afastou a toalha que me impedia de ver sua ereção. – Chega a doer de prazer, sabia? - Não seja exagerado! Não me acho tão bonito assim, e muito menos, vulnerável, como você diz. Não corro o risco de ser violado por conta disso. – retruquei. - O Jordan, por exemplo, ao menor descuido, é capaz de foder o seu cuzinho com a mesma voracidade de um lobo que destroça um cordeiro. Já o Lorenzo pode ser menos afoito, mas não menos predatório. A experiência o ensinou a reconhecer alguém com o dom de aplacar os latejamentos de sua virilha. Ponha uma coisa na sua cabeça, você tem a capacidade de deixar muitos homens com o pau duro com esse corpo escultural, essa bundinha arrebitada e um simples sorriso. – disse, acariciando meu rosto. - Eu não fazia ideia de que estava vivendo tão perigosamente a bordo desse iate. – retornei, fazendo pilhéria. - Aqui você só corre perigo se não se empenhar em deixar, este macho e esse caralho esfomeado entre as minhas pernas, completamente satisfeitos – provocou, manipulando a rola. - Então estou salvo, pois não há nada que eu queria mais do que isso. – afirmei. Aproximei-me mais dele e dei um beijo de leve na cabeçorra arroxeada e molhada do pau dele. Pouco depois eu gania com ela atolada no meu cuzinho. Na penumbra quente, Tom estava deitado de costas, o braço sob o meu pescoço, eu enroscado junto dele, a cabeça apoiada em seu ombro largo, e uma perna por cima dele. Tom deu um suspiro profundo. A ponta dos meus dedos brincava com os pelos do peito dele. Duas cicatrizes, longas e salientes, próximas ao flanco esquerdo há dias já haviam despertado a minha atenção. Marcas de um passado obscuro e conflituoso. Acariciei-as delicadamente como se quisesse aliviá-lo das lembranças dolorosas que elas representavam, e ele teve a confirmação de que eu o amava desde o dia em que me entreguei a ele ainda adolescente. Os dias voaram enquanto contornávamos o litoral da Córsega e descíamos a terra para perambular pelas aldeias, praias e rochedos, como dois adolescentes descontraídos aproveitando a vida. Enquanto as noites ardiam com o desejo de nossos corpos unidos, formando um único ser vivente. Na véspera da minha partida fizemos amor no Margareth II ancorado no porto de Antibes com o frenesi primitivo e selvagem dos animais, desavergonhado, impudico e único. - Não posso viver sem você. Não depois desses dias maravilhosos. – disse, ao beijá-lo enquanto o sêmen dele molhava as minhas entranhas. - Você merece alguém muito melhor do que eu. – a voz estava embargada e ele saiu de dentro de mim. – Tudo em que toco em algum momento se destrói. Gosto muito de você para vê-lo sofrendo por minha causa. – ele não me encarava enquanto falava. - Não sou tão frágil quanto você imagina. Não acha que eu sou capaz de escolher o que é melhor para mim? – eu tomei seu rosto entre as mãos e o fiz olhar nos meus olhos. - Somos incríveis quando estamos na cama. Mas, somos muito diferentes um do outro. Anjos não convivem com demônios. – o olhar dele adquiriu um brilho triste. - Eu, ao contrário de muitas pessoas que passaram por sua vida, não te quero só pelo sexo. Eu sei enxergar os seus sentimentos, e sei o que sinto por você. Você só precisa me dar uma chance e me deixar entrar na sua vida. – eu começava a me afligir com a possibilidade de perdê-lo. - Você faz parte da minha vida desde o dia que o ajudei naquele vestiário. Você é a parte mais doce e serena da minha vida, e para conseguir tocá-la adiante eu preciso ter a certeza de que você sempre estará bem, e para isso eu não posso estar com você. – pronunciar aquelas palavras o martirizava. - Isso é um absurdo! Você está sendo impiedoso consigo mesmo. - Você é lindo e amoroso, vai encontrar um homem digno dos teus carinhos. - Eu não quero um homem para brincar de fazer troca-troca, essa versatilidade não combina comigo, eu quero um macho de verdade. Não um homem que desempenhe o papel de macho, quando na verdade sente comichão no cu. Mulheres podem se contentar com um homem, pois não sabem diferenciá-los dos machos. É preciso ser pouco homem para satisfazer os anseios de uma mulher, por isso tantos caras se arvoram de machões diante delas, mas são impotentes quando se trata de satisfazer as necessidades muito mais exigentes de outro homem. Para isso é preciso ser macho, e estes são raros como gemas de berilo vermelho. E você é um deles. - Bela definição! Fico lisonjeado que pense isso a meu respeito. – retrucou com um sorriso orgulhoso e acabrunhado. Ele me penetrou mais duas vezes, ávido e insaciável. Enquanto minhas entranhas receptivas aconchegavam o cacetão dele, e minha musculatura se apertava ao seu redor, eu tive a estranha sensação de que esta estava sendo a última vez que eu o aninhava em mim, e duas lágrimas rolaram pelo canto dos meus olhos. Ele as enxugou com um beijo em cada uma. O comboio do TGV deixou a Gare Nice-Ville rumo a Paris, pontualmente, as dezesseis e trinta e quatro. Depois da despedida efusiva do Lorenzo e do Jordan, quando me presentearam com uma miniatura de um antigo veleiro dentro de uma garrafa, abraços que me fizeram estremecer entre seus braços musculosos, e um beijo ousado e úmido do Jordan, o Tom me levou até Nice. Ele falou pouco durante o trajeto de carro até a estação, como se temesse não conseguir me deixar partir. Eu tão pouco conseguia abordar qualquer assunto, receoso de que fosse cair em prantos como uma criança desamparada. Havíamos trocado endereços de e-mail e telefones, mas algo me dizia que eu nunca receberia uma ligação ou mensagem dele. Quando o trem parou na plataforma meu peito estava tão constrito que eu mal conseguia respirar. Percebi que o Tom apertava as mãos cerrando-as como se estivesse prestes a desferir um soco. - Bem! Acho que preciso entrar. Diga que vai sentir a minha falta. – eu passei a mão em seu rosto e me deixei puxar para um abraço que me fez sentir o calor do peito dele. - Cuide-se! – balbuciou. Seus olhos brilhavam úmidos. - Você é o melhor homem do mundo! Eu te amo. – sussurrei em seu ouvido com a voz embargada. – Não se esqueça de mim. – beijei-o terna e carinhosamente, passando por sobre todos os meus pudores e não me importando com quem quer que estivesse nos vendo. A minha dor era tanta naquele momento que eu não queria saber da existência de um mundo além daquilo que me fazia sofrer. Eu soluçava nos braços dele. - Adeus, amor. – grunhiu me apertando com tamanha força que sentia meus ossos estalando. Ele caminhou alguns passos ao lado do trem quando este começou a deslizar para fora da estação. Minha mão estava aberta e espalmada contra a vidraça da janela, sem forças para dar um ‘até breve’, quanto mais um ‘adeus’. Ele estava com o braço erguido acenando, chorava como um menino abandonado, e seus passos já não davam conta de acompanhar a velocidade do trem. O comboio saiu para a tarde nublada, uma garoa fina começou a cair lá fora, enquanto o trem ganhava velocidade fazendo as construções ao lado da ferrovia passarem distorcidas pela janela. Passei mais um ano e meio no escritório de Paris, quando numa tarde de inverno, minha secretária abre a porta da minha sala e faz entrar meu pai e meu avô. Chegaram a Paris de surpresa, eles queriam me comunicar pessoalmente ‘algo de muito interesse para você’, como frisou meu avô em sua voz rouca e séria, que aquela altura da vida só ia algumas manhãs até o escritório de São Paulo, para não perder o hábito, como ele mesmo brincava. - Durante esses pouco mais de quatro anos, a filial de Paris foi a mais lucrativa e dinâmica, graças a você. – meu avô tinha essa maneira de iniciar seus discursos, dando voltas. – Apesar da complexidade das causas e da demanda de novos clientes ter aumentado muito, você deu conta de tudo e se mostrou muito hábil. Não perdemos nenhum processo. – ele andava pela sala, falava comigo, mas olhava pelas janelas em direção a margem oposta do Sena, para o burburinho do Marais. - Seu avô, tio-avô, eu e seus tios, tivemos uma reunião na semana passada. – interveio meu pai, pouco afeito às delongas do meu avô. - Decidimos que você está pronto para integrar o grupo de sócios do escritório, e queremos que volte ao Brasil para assumir seu lugar. – meu avô apressou-se a completar seu discurso, contrariado pela interferência do meu pai, sendo ele querendo ser o portador do convite. - Nem sei o que dizer! Estou muito feliz que estejam contentes com o meu desempenho. – até então eu era um advogado comissionado do escritório, como alguns dos meus primos e outros contratados que não faziam parte da família. - Então faça suas malas. Dentro de seis semanas, no máximo, quero vê-lo em seu novo escritório em São Paulo. – sentenciou meu avô, num abraço caloroso e afetuoso. – Você tem futuro garoto! – ele se sentia orgulhoso por mim. Durante esse ano e meio enviei três e-mails para o Tom que, como eu desconfiei, não obtiveram resposta; além de meia dúzia de telefonemas para o celular dele, que acabaram caindo na caixa postal. Ele era turrão, isso eu sempre soube, mas ingenuamente achava que comigo ele fosse capaz de ceder, vez ou outra, abrindo mão de seus posicionamentos. Antes de embarcar para o Brasil voltei a Antibes, fui procura-lo e, ao Margareth II, no porto de Vauban. O capitão do porto me informou que o Margareth II agora se chamava Dolores, e que não tinha notícias do antigo capitão. Quando me aproximei do Dolores, o Jordan estava pintando o lado interno das paliçadas com uma pistola de pintura. Ao me reconhecer jogou o equipamento de lado e veio me abraçar, entusiasticamente, com o torso nu e suado, me apertando com uma intimidade constragedora. Durante o jantar naquela noite no meu hotel ele me contou que o dono do Margareth II falecera seis meses depois da minha partida. Os filhos não se interessavam pelo barco e só o viam como uma despesa a ser eliminada. Venderam-no para um grego, para quem ele trabalhava, fazendo a manutenção do barco que ele havia rebatizado de Dolores. Lorenzo decidira finalmente se casar com a garota que ficou enrolando por mais de sete anos, e eles se mudaram para alguma aldeia na Provença, cujo nome ele sempre esquecia. Quando começou a falar sobre o Tom ele me encarou e, diante da minha expressão aflita e ansiosa, disse que ele fora convidado a capitanear a embarcação de um italiano que costuma frequentar a Côte D’Azur com seu iate. - Ele se despediu de mim e do Lorenzo com um ‘até breve’, não deixou nenhum contato, e não voltou com o italiano na temporada passada. – ele ia falando devagar, sabendo que suas palavras me magoavam como se ele estivesse me cravando um punhal. Parou de falar quando viu que as lágrimas escorriam pelo meu rosto. - Você o ama, não é? Eu nunca tinha visto o Tom tão feliz e descontraído como naquelas duas semanas do nosso cruzeiro. Eu sei que ele também te ama. – afirmou, tentando amenizar as informações, na esperança de que assim eu sofresse menos. - Eu sei! No entanto, nem isso nem o meu amor fizeram com que ele ficasse comigo. – eu mal podia distinguir a fisionomia do Jordan do outro lado da mesa, eu chorava como nunca havia chorado na vida.
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