— Isso tem tua mão Quim... – Rafaela falou baixinho – Eles nem parecem aqueles bichos brigões de Santa Rita, diz? O que tu fez?
— Fiz nada loirinha, eles fizeram... – olhou para o mapa aberto na mesa – Se não tiver nada acho que vai dar...
— Tu tá doido pra se livrar da gente, né?
— Não loirinha... – desviou a atenção do bendito mapa e puxou a menina para seu colo – Você não sente saudades de Bruninha, do teu pai ou da tua mãe?
— Não... Desde que tu teja perto não... Ah! Quim... Tá sendo tão bom viver longe da saia de dona Janaína... – se ajeitou tentando sentir outra coisa – Acho que tô mau acostumada... – riu – Queria que terminasse não!
— Mas temos que voltar e retomar o fio de nossas vidas, loirinha...
— Já tão na esfregação... – Dora abraçou Quim pelas costa – Tá terminando...
— Tu não tá gostando? – Rafaela olhou para a colega – Poxa Dora? Não queria qui acabasse...
— Também não... – acariciou o ombro de Quim e a cabeça da loirinha – Mas tudo acaba um dia...
— Quem é responsável pela cozinha hoje? – cortou mudando de assunto – Um mosquitinho me segredou que vamos ter frango à passarinha, é verdade?
— Eita cabra que gosta de galinha, tô pra ver! – Dora beijou o roso dele e saiu.
— Você não tem registros pra anotar? – beijou o cangote(1) da loirinha e massageou os peitinhos – É bom colocar logo no caderno antes de esquecer...
Todos os outros, exceto Bairari ao leme, escreviam ou agasalhavam as amostras de plantas e folhas nos sacos plásticos.
— E aí cabra? – deu um tapinha na cabeça de Beto que estava no observatório e também escrevia no caderno – Fizeram as pazes?
— Fizemos... – parou de escrever e virou para ele – Também depois daquela foda não tinha com se acalmar – falou baixinho – Não pensei que ela te aguentava...
— Você aguentou...
— Mas fiquei de cu ardido dois dias... Ela disse que amou...
— Agora... Cuidado com a língua, viu mocinho?
— Sô doido não... Quase perco ela... – olhou pela janelinha traseira, ninguém prestava atenção e Quim se assustou quando ele ajoelhou, tirou o pau mole e engoliu.
— Para com isso Beto! – tirou o pau da boca do garoto e saiu.
Não aportaram para o almoço, seguiram em frente ganhando tempo precioso e passaram ao largo da Costa do Piau.
— Quim, porque a gente não deixa pra chegar amanhã?... – Esmeralda estava no leme – Já vai escurecer...
— É mesmo tio... Vamos encostar que não vai dar...
Era quase cinco horas, o sol ainda a pino.
— Está bem... Vai Nanda, fala com Bairari e encontrem um lugar seguro – esperou que a sobrinha se afastasse – E você amorzinho, como está?
— Ainda meio ardida, mas feliz, viu? – pegou a mão dele e beijou – O Beto vai querer a parte dele, viu?
— Falei com ele...
— Ele contou – sorriu – Porque tu não deixou ele chupar, malvado... Faz isso com meu namorado não, fessô...
— Tio... É na esquerda... Gente, peguem os varões... – Fernanda correu e pegou um varão – Dora, na popa... Rafa! Vem pra cá... Deixa o tio aí...
Quase passam do ponto escolhido pela indiazinha e tiveram que retroceder alguns metros. Joaquim ancorou em um troco de pau d’arco e Fernanda em uma pedra.
— Pronto! – Fernanda abraçou o tio esperando que o restante colocassem o Desbravador no lugar certo – Vi um bando de pombas e jaçanãs quando chegamos...
— Vai menina, chama tua índia e vejam se conseguem pegar algumas... – sorriu e beijou a cabeça da sobrinha – Beto! Vai com elas também!
Tornou embarcar e pegou seu bloco de anotações, sentou no sagrado lugar e anotou os registro no diário de bordo sentindo o vento frio balançar seus cabelos.
— Quim! Quim! Vem cá... – ouviu Esmeralda chamar e notou aflição – Quim!
Pulou na areia, a garota estava sentada segurando o pé e viu sangue.
— Que foi amorzinho... – correu apavorado.
— Pisei num caco de vidro... – viu que ele estava lívido – Não é grave não... Só cortou...
Quim pegou a menina nos braços e correu para o Desbravador, sentou a garota em um banco e abriu a caixa de primeiros socorros. Limpou o pé com álcool e depois com água oxigenada, apesar de sangrar muito viu que não era grave. Fez curativo e enfaixou o pé com gaze(2).
— Onde foi isso?
— Ia pegar uma melancia e... Não vi a garrafa quebrada...
— É nisso no que dá roubar...
— Tava roubando não, seu doido... Ia só pegar uma!
— Venha, tente ficar em pé – a menina tentou, mas doeu – Espera, vou pegar uma forquilha...
— Pra que forquilha Quim?
— Espera... – desceu e cortou um galho de um pé de maria-mole(3) – Pronto... Vai servir de muleta... – tirou a camisa de meia, rasgou e fez um acolchoado – Agora tente...
— Precisava rasgar tua camisa não, era só pegar uma toalha em minha mochila – tocou em pé e se locomoveu com certa facilidade – Pronto! Além de tá de xiri(4) ardido agora tô de muleta... – riu.
— Coloquei a gaze por precaução, mas vamos tirar logo que pare o sangramento, viu?
— Tá bom doutor...
Ouviram os gritos da turma.
— Quim! Quim! Hoje temos churrasco... – Dora embarcou com duas galinhas das mãos – O que foi isso menina?
— Nada não, só um cortezinho de nada – olhou as galinhas – Mas isso não dá um churrasco...
— Né isso não... – colocou as galinhas mortas em uma bacia – Bairari flechou(5) um pouco do mato grandão... Tão lá tratando do bicho... Tu se cortou como, pequena?
Acocorou e olhou o pé enfaixado, viu sangue.
— Na roça de melancia... É bom falar pra eles terem cuidado, pisei numa garrafa quebrada – viu a calcinha bege da colega suja de lama – Tava tomando banho num lamaçal, é?
— Foi não... Bairari nos ensinou como pegar jaçanãs e galinha d’água... – olhou para Quim – Ela fez um cofo(6) que a gente bota na cabeça e entra na lagoa e vai andando devagar até ficar perto delas... E a gente puxa os pés dela e puxa a cabeça pra matar... Peguei essas duas e Rafa pegou três...
— Tem muito assim?
— Tem um montão, mas a gente só quis galinha, o Beto pegou umas jaçanãs, mas elas são pequenas...
Joaquim observava encostado no caibro e soube que aquelas meninas haviam amadurecido muito mais naqueles dezenove dias que em toda suas vidas. Saíram crianças e iam voltar mocinhas amadurecidas.
— Onde eles estão? – Dora falou mostrando por onde deveria ir – Fique com Esmeralda que vou ver se precisa de ajuda...
— Precisa não Quim, eles vão trazer num cofo com uma vara... Tua indiazinha é danada de boa nessas coisas... – tirou a calcinha – Vou mergulhar pra tirar essa lama...
Pulou no rio, Esmeralda olhava para ele que olhava para Dora.
— A gente mudou, não mudou Quim? – sentou no banco – Nunca ia pensar de fazer tudo isso... Já se cozinhar, sei a posição da estrelas e dei pra ti... – riu.
— Mudaram... Mudaram radicalmente... – se aproximou da menina e acariciou seus cabelos – Hoje sei que todos vocês não são nem de longe aquela cambada de guris que quase viraram o Desbravador – sorriu, armou a rede da menina e a colocou sentada – Você não, sempre foi esperta e aberta para conhecer as coisas, o contrário de Rafaela...
— Era uma dondoquinha(7) filhinha de papai... Fernanda também mudou, lembro dela chorando porque a tia Ana não deixou ela ir na festa da Joselina... Era meio fresquinha, não era?
— Era, mas mudou...
— Calor de pica faz bem...
— Não foi isso, está mais alegre e mais companheira... Teu namorado também... Era meio pé atrás de tudo...
— Fala assim de meu garotinho... – riu – Acho que não somos as mesmas... E tu Quim, mudou em que?
— Mudei muito... Vocês me fizeram mudar...
— Tu... Tu come todas nos, né?
— Não... Não é por aí... Aprendi a ser mais atencioso, mas paciente e carinhoso – puxou o banco, sentou peto da rede – Vocês todos foram responsáveis por tudo.
— Mais paciente? Sabe, nunca te vi com raiva... – sentou escanchada(8) na rede – Nos treinos, mesmo quando a gente faz coisa errada tu nunca brigou com a gente... A Manu fazia de tudo pra ti perder as estribeiras, mas nada...
— Notava... O Claudio também... Errava só por errar... – aquelas recordações pareciam distantes demais – E tu moleca, vive engalfinhada com Joana...
— É ela quem começa... – Dora sentou nua no colo – É porque cês não sabem das cismas da mãe com ele... Parece duas criança... Vó Dora fica arara cu’eles...
— Quim... – olhou pra a negrinha sentada no colo do professor, o monte de vênus começando ficar cheio de pelinhos e grandes lábios lisos e reluzente – Coo é na fazenda?
— É bom pra dedéu(9)! – Dora atalhou – Tu nunca foi lá, né?
— Só uma vez, num aniversário que Fernanda fez lá... Achei bonito...
— Tu não viu nada... Tu foi no rio? – pegou a mão de Quim e colocou entre as pernas – Tem a grota da vaca qui tem uma lagoa...
— Não, não fui... Mas deve de ser bonito... – sentiu a própria vagina melar ao ver os carinhos que ele fazia coçando o períneo da coleguinha.
— Claro que levo e essa pretinha saliente vai de mostrar tudo...
— A gente podia ajuntar todo mundo lá, né Quim? – não lhe foi estranho aquele carinho, mas também sentiu a vagina melar – E tu podia era ir passar os fim de semana lá...
— Vai depender do pai... – estava inquieta(10) – Mas acho que não deixa...
— Quim pede. Não pede Quim?
— Vou conversar com Abdias e... – sorriu olhando para a garota sentada na rede – E assim uma certa filha deixa o pai namorar...
— E deixo, ele é que não leva ela lá em casa... – se remexeu na rede agoniada de vontade de fazer xixi – Tu me ajuda aqui Quim, tô quase me mijando...
Quando resto do grupo chegou o céu já pintava de preto e um bando de peteca cintilava, não subiram no Desbravador, foi Dora quem falou do corte de Esmeralda. E de noite acenderam fogueira e fizeram braseiro e conversaram animados pelo violão de Dora e a indiazinha mostrou a dança da despedida.
Joaquim se divertia com os causos contados, eram uma só família criada nas águas do Preguiça e as brincadeiras de Beto davam o tom da noite, Rafaela olhava para Quim, sentia uma coisa estranha depois que ele conversou com ela.
— Que foi que tu falou pra Rafa?... – Dora havia notado o clima estranho entre ele e Rafaela.
— Nada moleca... – abraçou a pretinha e ficaram olhando a alegria do grupo – E aí, preparada para voltar á civilização?
— Não... Nenhum da gente queria que terminasse...
— Amanhã termina e... – virou a garota de frente – Vocês todos são vencedores... Saíram crianças mimadas e voltam moças e rapaz amadurecidos...
— Troco tudo isso por outros dezenove dias... – beijou o peito dele – Diz... O que tu falou pra ela ficar desse jeito?
— Apesar de não ser mais a dondoquinha do papai Rafaela ainda mantem resquícios(11) da garotinha de antes... – olhou para o grupo, a loirinha era a única que parecia não estar se divertindo – Vai lá e traz ela, mas não deixa que notem... Vou esperar vocês no rio...
— Pra que?
— Quero conversar com vocês duas... – acariciou o rosto da menina e beijou seus olhos – Vai...
Ela foi e ele saiu de fininho, as brincadeiras, cantorias e as coisas de Beto ajudaram encobrir a saída e caminhou, lento, pela vereda(12) com a cabeça cheia de dúvidas e conversa que tinha tido com a loirinha tinha piorado as coisas.
Parou olhando o Desbravador vazio e seco de emoções, acendeu um cigarro e sentou encostado do pé de ipê.
— Esse veneno ainda vai te matar – Rafaela acocorou em sua frente.
— Se vocês não me matarem antes...
Dora ficou parada em pouco distante sem saber se ele queria que ela ficasse.
— Vem cá, moleca... – Quim estendeu o braço para ela – Vem, é com você também que preciso conversar...
— Se for sobre aquilo não quero! – a loirinha levantou, ele segurou sua perna.
— Também é sobre aquilo, mas... – puxou a garota e beijou a xoxotinha sob a calcinha branca e suja de barro – Fica... Vem Dora...
— Tu não quer conversar com ela e depois... – suspirou, ele tinha passado e dedo na risca da vagina – O que tu quer, quer judiar(13) a gente, é?
— Não... Só quero conversar e... E ficar um pouco com vocês...
— Não Quim, depois eu volto... – Dora virou e saiu caminhando para o Desbravador.
— Isso o que tu fez...
— Não fiz nada, apenas acariciei...
— Tu vai mesmo deixar a gente?
— Não sei loirinha... Está complicado demais... Fiz o que não deveria ter feito e...
— Para com isso Quim, a gente queria... – se aproximou mais e ficou em pé na sua frente, ele olhou para cima se sentindo pequeno – Olha Quim... Não fica preocupado... Ninguém nunca vai saber... – sentou escanchada em seu colo – Papai... Ele não liga muito pra mim, sempre fez o que eu queria...
— Fosse só você não haveria problema...
— Tu acha que Nandinha ou a tua indiazinha vão correr e dizer que tu comeu elas? – riu – Esmeralda tem o Beto e... Dora...
— Não, Dora não...
— Então cara? – pegou a mão dele e colocou entre suas pernas – Tu podia te me comido naquele dia no banheiro... (AJ04 – O Grupo)
— Mas não comi, comi aqui... – o calor da xoxotinha lhe inundou a mão e foi natural mexer o dedo.
— Tu... Tu gosta de me comer, eu sei... – abriu mais as pernas e ele escorregou o dedo pelas beiradinhas da calcinha – Eu... Eu gosto de... De dar... Pra ti... Viu? – sentiu o dedo lhe tocar a vulva – Tu... A gente pode... Hun! A gente faz... Escondido... – estava meladas, o dedo escorregou e tocou no cuzinho – Olha... Olha... Hum! Se... An! Ui!... Tu quer... Eu dou, eu do minha... Bunda... Tu quer?
— Não Rafa... Isso não é certo... – tirou o dedo e lambeu.
— Vem... Vem Quim... Come meu cu, eu dou... – a respiração era forte, os peitinhos subiam e desciam – Como tu quer? Vai, diz... Como tu quer...
— Rafa...
— Vem... Olha... – levantou, tirou a calcinha – Eu dou, vem...
Ele suspirou, a garota iria fazer tudo para não perde-lo e, lá no fundo, ele não queria que ela lhe perdesse. A garota ajoelhou e ficou de boi, a bundinha arrebitada reluzia na noite sem lua.
— Vem Quim, vem... Come minha bunda, come – apoiou a cabeça e o tronco na areia e abriu a bunda com as mãos – Vem Quim, mete, me come... Olha, olha, é teu vai... Vem Quim, vem...
Balançou a cabeça, era demais e olhou para o Desbravador, Dora olhava sentada em um banco e sorriu, na cabeça veio uma imagem...
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01/08/1998, sábado – Brincadeiras de Dora (Na fazenda 3 Corações)
O aniversário de Dora caiu em uma terça-feira e Ana levou o bolo com refrigerantes, Joaquim uma caixa com um bote inflável. Mas foi no sábado que a menina inaugurou o presente...
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— Mãe! – entrou correndo na cozinha – Tio Quim vai me levar na grota pra estrear a canoa, posso ir?
— E lá adianta dizer que não? – olhou para Quim – Teu tio é mais teu dono que eu e meu velho... Não vão esperar Ana chegar com a maluquinha?
— Elas só vão vir depois do almoço... Deixa mãe? – aquela carinha de anjo levado desmancho o coração da preta velha.
— Vai nigrinha(14)... – deu um safanão jogado a filha para Joaquim – Ocês vão de que?
— Selei o malhado... – Joaquim abraçou a velha empregada e beijou a testa – Deixa eu ir senão tua menina não larga de meu pé...
Doralice já estava montada abraçada no bote vazio, pegou a carteira de cigarro e montou.
— Cadê o biquíni? – a mão escorregou para entre as pernas roliças da negrinha, sentiu a maciez da calcinha – E a toalha, pegou?
— Tá na bolsa, e é preciso biquíni? – olhou por sobre seu ombro – Vai tá só nos... Tu tá de calção de banho?
— Estou... – cutucou a barriga de malhado com começou trotar.
— Porque tu não trouxe ela? – se acomodou descendo para o colo – Ela disse que queria ir com a gente...
— Foram ao dentista, sentiu dor de dente de madrugada – abraçou o corpinho da menina com medo que caísse – Já fez os deveres?
— Fiz, a vó Dora me ajudou... Bota ele pra correr Quim!
Malhado deu um pulo para frente e saíram em carreira galopada, a menina segurou na patilha(15) sentindo o vento esvoa-çar os cabelos e dava gritos que fazia montaria apertar os passos.
Na grota da vaca passaram pelos morcegos em silêncio e na pedra do Zeca Dora tirou a roupa e se deixou despencar no tanque natural de águas transparentes.
— Vem Quim!
Ele tirou a roupa, colocou junto cos as da menina no saco plástico que jogou antes de pular de cabeça. Doralice soprou no bico de ar e encheu o bote.
— É preciso não se mexer muito, viu?
— Eu sei tio! – riu e jogou o bote no lago – Esqueci os remos...
Joaquim improvisou remos e brincaram como se fossem crianças da mesma idade até a menina mergulhar e nadar, tal uma sereia, até o fundo onde cardumes de peixinhos dourados parecia lhe seguir.
— Tio, tu gosta da mim?
— Gosto, minha pretinha safada... – acariciou a cabeça da garota – Porque, não acredita em mim?
— Né isso não... E tu gosta de... De meter na tia? – ele não respondeu e também mergulhou e nadou para a margem.
Doralice olhou rindo, gostava de atazanar(16) com ele e nadou rindo por dentro e sentou em seu colo, os seios brotando eram apenas dois botões inchados(17) que lhe dava graça ao corpinho mirrado(18).
— A tia gosta, não gosta?
— Gosta... – suspirou – E você, já anda brincando cos os coleguinhas?
Doralice corou, o rosto mudou de moreno escuro para algo que lhe denunciava a vergonha e ia sair do colo, mas ele segurou suas pernas deliciado com a súbita(19) demonstração de vergonha.
— Quem é, é o Mauro?
— Né não, ele só gosta de homem... – riu e voltou a ser a moleca safada – Tu jura que não cinta pra mãe? – nos lábios um sorriso – Olha lá?
— Conto não...
— A gente gosta de ficar se esfregando depois da aula...
— A gente quem?
— Não era pra falar, mas pra ti eu conto – tornou arrumar os cabelos amarrados em coque no cocuruto(20) da cabeça – Eu e a Nanda...
— Vocês brincam como?
— Lá no bambuzal... Perto na lixeira... Mas não deixo meter na frente...
— Meter como?
— Ora... Tu sabe, né? – aquele sorriso sapeca(21) novamente iluminou o rosto – Daquele jeito que tu mete na tia Ana...
— E você gosta?
— Gosto, dá um friozinho na perereca(22)...
— Fernanda também mete?
— Não... Ela só lambe ele... Mas se tu quiser ela diz que pra ti ela deixa... – riu – Tu quer?
— Você não disse quem é...
— É o Diniz... Nandinha fica com Oliveirinha, mas eles não namoram de verdade e... E não é toda vez que ela lambe ele...
— Oliveira do basquete?
— Né ele não... Se cesse num aguentava... Já vi a piroca(23) dele... – riu moleca – É o irmão dele, aquele da turma B... Tu é doi-do é?
— Fernanda fica com vocês, assistindo?
— Fica e ela ajuda a gente...
— Ajuda como?
— Ela bota cuspe nele e ne mim... – se mexeu sentindo o cacete duro – Se tu quiser eu deixo tu meter ne mim...
— Se você fala que não aguenta o Oliveira não me aguenta, moleca safada... – bolinou no peitinho inchado e ela rebolou para sentir melhor – Teu buraquinho é pequenininho...
— Né não, quer ver?
— Não... E Fernanda...
— Ela não dá, tio... Já disse! – estava cada vez com mais vontade, a narina dilatada e a respiração forte – Mas pra ti ela dá... Tira o calção tio, tira?
— Para que... Não vou meter em você...
— Precisa não, só tira pra eu ver...
— Você já viu...
— Quero ver agora... – levantou e puxou o calção, o pau duro balançou no ar – Porque ele tá duro?
— O que você queria, tua perereca...
— Tu quer ela, eu dou... Pra ti eu dou...
— Não moleca... – ela sentou em cima e o pau ficou imprensado no seu corpo – Um dia... Quando você crescer, quem sabe?
— Assim demora muito... – riu – Tia Ana disse que tu meteu nela quando ela era da minha idade...
— Éramos crianças... Hoje sou adulto...
— Tem nada não, eu deixo... – botou a mão debaixo da bunda e segurou o pau – É só tu botar cuspe nele que entra...
— Não minha doidinha... – deixou que ela ficasse segurando – O do Oliveirinha é de criança...
— É mas... – riu – Eu brinco com a escova de cabelo quando bate vontade...
— Você sente vontade?
— Sinto... Tem vez que bolino na perereca e dá uma vontade... – riu – Tia Ana falou que dói quando ela senta... Deve de doer mesmo, é grandão!
— Tua tia já está acostumada...
— Ela disse que de boi é melhor... Eu fico de boi pra ele meter, nunca sentei não... Tu quer ver? – saiu do colo e ficou de quatro arrebitando a bundinha – É assim que gosto, tu não quer meter?
— Não moleca... – sorriu vedo o buraquinho enrugado – Teu cuzinho não agasalha meu pau...
— Como tu sabe? Tu nunca meteu... – abriu a pernas e ele viu o botão enrugado com uma bolinha na beirada, a xoxotinha era um pacotinho fechado – Tu não quer ver se dá?
— Não Dora, não... – levantou e acariciou a costa da garota – Vamos voltar?
— Não tio, vem meter ne mim... Olha... Passa cuspe que entra, quer ver? – levantou, segurou o pau e engoliu, Joaquim olhava, apenas olhava a traquinice(24) da pretinha e chupou, lambeu e cuspiu na glande e espalhou no talo – Agora vem...
Ele olhou para ela, estava se transformando, a bunda arrebitada, as curvas já acentuando os traços do corpo que fazia antever(25) como seria quando maior.
— Vem tio, pode meter... – no rosto aquele arzinho de anjo sapeca – Vem senão seca...
Olhou para ela e o diabinho cutucou(26) e resolveu mostrar que não entraria. Ajoelhou atrás e entre suas pernas, segurou o pau e colocou no buraquinho, ela olhava para trás com aquele olhar de desejo inocente.
— Vai tio, empurra... – espremeu o cuzinho que estufou como se fosse uma flor brotando – Mete senão seca...
Ele fez pressão, a garota se jogou para trás e entrou.
— Viu... Hun! Viu tio... Entrou... Tu disse que não ia entrar, entrou...
— Espera... – Dora desceu do barco, Rafaela olhou para ela – Assim tu não vai aguentar... – ajoelhou em frente a Quim e tirou sua bermuda e cueca antes de massagear o pau duro – Tem que molhar antes, né Quim?
A loirinha continuou de bunda arrebitada e viu a coleguinha engolir e chupar massageando o talo. Joaquim olhava e segurou a cabeça. Doralice chupou e depois cuspiu espalhando no talo.
— Agora dá... – suspirou, cuspiu na mão e melecou a bunda da loirinha que não falou nada – Quando ele botar tu faz força como se tivesse fazendo cocô..
— Pra que?
— Pra poder entrar, faz e tu vai ver... – puxou Quim e lambeu novamente a glande – Vai tio, mete nessa loira safada...
— Tu já deu pra ele? – a loirinha suspirou.
— Só a bunda... Tu quer mesmo?
— Quero... – olhou para ele e para o pau babado – Doeu?
— Não... O tio foi carinhoso... Mas se doer tu não grita, viu?
Era um diálogo estranho e ainda com a imagem da pretinha de quatro com o pau atolado(27) no cu ele ajoelhou entre as penas da menina, Doralice pegou e colocou no botão, Rafaela fez como a colega tinha falado e os dois viram nascer aquela florzinha estufada.
— Isso, continua forçando até entrar...
Quim não teve que fazer nada, apenas segurou a bunda ponteada de montículos deixando a peles áspera e empurrou, a loirinha sentiu a pressão e tentou continuar fazendo força, a cabeça alojou no anel.
— Quim... Hun! Hun! Ai Quim, ai... – olhou para trás, no rosto a mascarava do sofrer – Pera Quim... Tu... Tu disse que... Hun! Ui! Ui! Que não doía... – olhou para Dora que ainda segurava o pau – Dói pra burro... Ai!... Ui! Quim... Quim... Tá doendo, tá doendo... Tira, tira pelo amor de deus... Eu... Ai! Eu não aguento, tira...
— Espera menina, tá quase dentro... – Dora ajudou forçar e viu entrar mais – Tu não queria, agora aguenta...
Doía demais, o cu ardia e sentiu vontade de chorar e chorou fininho.
— Ai! Quim... Tu tá partindo meu corpo... Ui! Hun! Hun! Hun!... Dói Dora dói – Ui! Ai! Isso... Mexe Dora, Mexe... – a amiga bolinou no grelinho murcho(28) que começou endurecer, o pau quase todo dentro do cu e lágrimas pingando na areia fina – Ui! Ui! Ui! Não... Assim não... Devagar Quim... Devagar...
Não ouvia, apenas metia sentindo o pau escorregar no canal do reto, olhos fechados e a imagem de Dora arfando e pedindo mais. Meteu, estocou, o corpo miúdo da loirinha estrebuchou(29), o dedo ágil de Dora bolinando no grelinho já intumescido e aquele negócio entrando e saindo do cu apertado era estranho, estranho mas cada vez mais gostoso e a dor do início transmudado(30) em prazer se transformou em gozo gozado pela bolinação de Dora e pelos jatos que correram reo adentro, ele tinha gozado.
— Tu gozou? – Doralice sorriu para ele.
— E como gozou – a loirinha suspirou apertando o anel – Tô de cu cheio...
Ele não falou, meteu mais e sentiu a bunda da loirinha que gemeu antes de sair e levantar. Olhou a menina de quatro e viu o cu aberto expelir golfadas de seu gozo. Respirou, acariciou a cabeça de Dora e cainhou para o rio manso de águas frias.
— E aí? Tu gostou? – Dora chupou o dedo melado com sucos da loirinha e de gozo de Quim.
— Porra Dora? – deitou, a bunda ardia e não parava de sair o leite – Tu falou que não doía sua merda! Dói pra cacete...
— Mas tu gozou, não gozou?
— Gozei, mas foi tu... – levantou e tateou o cu – Merda! Tô arrombada...
— Preocupa não, logo fecha... – riu lembrando dela própria e do medo que teve quando sentiu o buraco do cu aberto – Dá próxima vez não vai doer... É bom, não é?
Também levantou e andaram serelepes(31) para o rio...
15/01/2003, sexta-feira – Jornada (O fim que não terminou)
A bagunça do grupo entrou madrugada a dentro, foi preciso que Quim lhes lembrasse que ainda tinham muito rio para navegar...
Zarparam com os primeiros raios de sol, todos vestidos, estava perto do fim.
— E a volta Quim? – Adalberto olhou o professor tentando por ordem no salão.
— Está tudo certo... – parou – Estão todas vestidas?
¬— Estamos Quim! – Doralice entrou – Está acabando... E como vamos voltar pra Santa Isabel? – abraçou pelas costas e beijou o cangote perfumado – Tá cheiroso... Vai encontrar alguma gata em... – parou e acurou(32) o ouvido – Isso não é zoada de lancha?
Ouviram buzinas e foguetes papocando(33), Bairari correu e abraçou Quim, tremia.
— Ei... Ei? Não fica assim não... – olhou pela janela, viu as lanchas da marinha – É o pessoal da marinha...
Foram escoltados por duas lanchas cinzas e rebocados por outra. No píer(34) uma multidão aplaudia aos gritos, viu Ana e a irmã Jaqueline acenando, gritando e pulando e quando atracaram e desceram a banda musical começou tocar. Bairari não soltou a mão de Quim.
— Quim! Quim! – viu Ana correr e se atirar em seus braços – Chegaram, chegaram...
Ninguém estranhou ou ficou chocado com o beijo na boca e nem quando a freira, que vestia em calça jeans e camisa de meia estampada com a foto tirada antes do início, abraçou os dois. Estavam todos lá, pais, mães abraçavam saudosos seus filhos e Bairari abriu um sorriso largo ao ver o chefe Kauany indumentado(36) com trajes de festa parado entre dois oficiais.
— Quim! Quim! – puxou a mão de Quim – Chefe aldeia aqui... – Puxou novamente e ele olhou para ela que apontava – Kauany... Pai Bairari...
Viu o chefe e caminhou entre abraços e afagos até ele, índio alto, ereto e com um sorriso brilhando no rosto.
— Bom dia chefe... – apertaram as mãos – Está aqui sua filha... – os oficiais cumprimentaram o professor, era o comandante da base e o general Alfredo, enviado da capital.
Bairari continuou segurando a mão de Quim, olhava para o pai que olhava para ela, o professor João se abaixou e abraçou a indiazinha e olhou para o cacique como que implorando que recebesse a filha.
— Cuhã-porã filha minha... – falou para o comandante – Kauany dá filha professor... Professor devolve filha Kauany...
— Não é costume manifestar afeto em público na tribo... – Professor João sussurrou ao ouvido de Quim – Não fique parado, entregue Bairari para o pai...
Joaquim caminhou com passos incertos e entregou a mão da garota para o pai.
— Sua filha é uma guerreira de valor – segurou a mão do cacique – Agradecemos ter deixado que ela integrasse a Jornada.
— Chefe Kauany honrado... – apertou a mão de Quim – Pai feliz filha ajudar...
Bairari e o professor da aldeia estranharam o gesto do índio que ajoelhou diante da filha e lhe abraçou, não conseguiu deter a lágrima que escapuliu dos olhos e os dois conversaram em seu idioma e riram.
O comandante convidou o Grupo para acompanha-lo ao restaurante onde foi servido o café da manhã, o chefe índio olhava para Quim com orgulho e o chamou.
— Bairari minha falar viajem... – falou algo no idioma para o professor João – Dizer ele, chefe não saber...
Professor João traduziu que o chefe ficaria muito honrado se Joaquim aceitasse sua filha.
— Aceitar como?
— Joaquim... Ele está lhe passando a filha... Aceite! – Joaquim olhou para indiazinha que sorria sem esconder a ansiedade, João notou a indecisão – Bairari falou para o pai que quer viver na cidade... E que você será seu novo pai...
— Como assim?
— Ela é sua, o chefe está passando a paternidade para você e... Isso é uma honra, o chefe lhe aceita em sua tribo...
— Não nome homem branco, tu Übürai’yara... Dizer ele Übürai’yara língua dele... – olhou para João.
— Esse é seu nome na tribo... Übürai’yara quer dizer senhor da lança, em português é Ubirajara(36)... Estenda a mão se aceita...
Quim estendeu a mão que foi apertada com força e o chefe lhe entregou a filha falando em tupi, um pouco afastada Fernanda não perdeu nada, somente ela viu, os outros estavam cercados por familiares e militares. O comandante pediu silêncio e deu as boas vindas aos navegantes e falou que a marinha publicaria a história da aventura e as descobertas científicas anotadas nos treze cadernos. Chamou Quim e grupo e comunicou que foram convidados para irem à capital ode seriam homenageados.
— O pai de Bairari deu ela pra ti, foi? – Fernanda puxou o tio para um canto.
— Parece que foi, não entendi direito... – sentou e a menina sentou em seu colo – Parece que você ganhou uma irmã.
— Mas tu não é meu pai, tu é meu tio e... Tu agora é pai dela?
— Menina, deixa terminar essa confusão que vou conversar com João sobre isso... – beijou a cabeça da sobrinha – Agora, tua mãe está de olho...
No próximo episódio:
Voltaram para Santa Isabel em um avião da força aérea. E as homenagens pareciam se multiplicar, Bairari era a mais assediada e foi preciso que Dolores a raptasse para a fazenda, a garota estava assustada e logo conquistou o carinho das novas avós: Dolores e Raimunda, mãe de Dora. Carina apresentou Alicia para Quim e foi amor à primeira vista, mas a garota não aceitou bem quando flagrou a mãe e o pai fodendo no rio...
Glossário:
? (1). Cangote: [sm] 1 Parte posterior do pescoço; cachaço, cerviz. 2 Protuberância na parte superior do pescoço do touro; cupim. Var: congote; cogote.
? (2). Gaze: [S.F.] Tecido leve, transparente, esterilizado e poroso utilizado para fazer curativos ou em cirurgias.
? (3). Pé de Maria Mole: [bot.] Subarbusto ca. 80,0cm alt.; ramos cilíndricos, estriados, glabros. Folhas sésseis, dispostas ao longo dos ramos, pinatissectas, lâmina com seguimentos estreito-ovados, 4,5-8,0cm compr., 0,4-0,7cm larg., cartáceos, glabros, discolores, face adaxial verde escura, glabrescente, abaxial cinérea, lanosa, ápice agudo, mucronado, base decorrente, margem revoluta, denteada em direção ao ápice, nervação hifódroma. Capitulescência terminal corimbiforme. Capítulos radiados, longo-pedunculados, 10,0-20,0mm, 50-54 flores; brácteas do calículo estreito-ovadas, 3,0-3,5mm compr., ca. 0,5-0,7mm larg., ápice acastanhado, margem ciliada; invólucro campanulado, 8,0-10,0mm compr., 6,0-7,5mm larg., brácteas involucrais estreito-ovadas 9,0-9,5mm compr., 1,0mm larg., glabras, 1-nervadas, ápice agudo, acastanhado, piloso, margem inteira, hialina; receptáculo plano. Flores do raio 10-12, corola amarela, 14,0-15,0mm compr., tubo 6,5-7,0mm compr., ca. 0,5mm larg., lígula oblonga, glabra, 7,5-8,0mm compr., 2,0mm larg.; ramos do estilete ca. 1,0mm compr. Flores do disco 42-44, corola amarela, tubuloso-campanulada, 8,0-9,5mm compr., glabra, tubo 5,0-5,5mm compr., ca. 0,5mm larg., limbo ca. 3,0-4,0mm compr., 1,3mm larg., lacínios regulares, agudos, ca. 1,0mm; base obtusa; ramos do estilete 2,0-2,5mm compr. Cipselas jovens acastanhadas, cilíndricas, 8,0-8,5mm compr., ca. 0,3mm larg., 8 costadas, pubescentes; pápus 3,0-4,5mm compr., cerdas alvas, caducas (SOUZA, 2007, p. 109).
? (4). Xiri: [pop. Maranhão] Vagina, Vulva, Sexo feminino.
? (5). Flechar: Flechar é atingir com flecha.
? (6). Côfo: [sm] 1 Cesto oblongo, feito de palha, de boca estreita, em que os pescadores recolhem o peixe. 2 [Reg (Rio de Janeiro)] Tipiti comprido
? (7). Dondoca: Menina mimada em excesso. Mulher metida a rica.
? (8). Escanchado: [vtd] 1 Separar de meio a meio; alargar, estender. vpr 2 Sentar-se sobre um objeto, pondo-lhe de cada lado uma perna; escarranchar-se. (lat vulg exquassiare).
? (9). Dedéu: Significa intensidade. Muito, demais, bastante.
? (10). Inquieta: agitada, incerta , desassossegada.
? (11). Resquício: [s.m.] Vestígio; aquilo que pode indicar ou confirmar a presença de alguém ou de alguma coisa em algum lugar: seu comportamento tem resquícios de tristeza. Resto; o que sobra de alguma coisa: resquícios da chuva. (Etm. do espanhol: resquicio).
? (12). Vereda: [s.f.] Caminho apertado (desprovido de espaço); sendeiro. Caminho alternativo através do qual se consegue chegar mais rápido a um determinado local; atalho. [Figurado.] O direcionamento ou caminho que alguém segue em sua vida; rumo: sua vida tomou uma vereda inexplicável. (Etm. talvez do latim: vereda/veredus.i)
? (13). Judiar: [V.t. Fig. e Pop.] Maltratar; zombar de, atormentar.
? (14). Nigrinha: [s.f] 1.Bras. Deprec. Mulher desavergonhada; sirigaita.
? (15). Patilha: [sf (cast patilla)] 1 Fio achatado de prata ou ouro. 2 Parte posterior e um pouco elevada do selim. 3 Parte inferior de um trilho de via férrea. 4 Peça da bicicleta que assenta sobre a roda e a impede de mover-se.
? (16). Atazanar: [v.t.] Perturbar, encher o saco, irritar.
? (17). Inchado: [adj.] Que contém inchação (aumento de volume); intumescido. Cujo volume foi aumentado; que se encontra dilatado; volumoso: joelho inchado; fígado inchado. [Figurado.] De intensidade ampliada; que acabou por se intensificar (ficar mais forte): indignação inchada. (Etm. Part. de inchar)
? (18). Mirrado: [adj.] Pequenina, magricela. Aquela de baixa compleição física.
? (19). Súbita: [adj.] Que acontece sem previsão; que aparece de repente; que não pode ser previsto; repentino ou inesperado. [s.m.] Situação inesperada e repentina; ímpeto: fugiu num súbito. [adv.] De modo repentino e inesperado; subitamente. (Etm. do latim: subitus.a.um)
? (20). Cocuruto: [s.m.] Topo da cabeça; ponto mais alto da cabeça ao redor do qual estão os cabelos. Calombo; parte inchada e saliente que aparece na superfície do corpo. Vértice; a parte mais alta ou elevada de alguma coisa; o ápice de algo.
? (21). Sapeca: Danada, agitada, barulhenta, brincalhona
? (22). Perereca: Órgão sexual feminino, antiga denominação da buceta, atual xana.
? (23). Piroca: [s.m. Bras. Chul.] Pênis, especialmente de menino.
? (24). Traquinice: [s.f.] Travessura; característica de quem é traquinas, levado, arteiro; qualidade de quem faz muita bagunça: não dou conta da traquinice dessa criança! Traquinagem; ação ou efeito de traquinar, de fazer barulho ou travessuras. (Etm. traquinas + ice)
? (25). Antever: [v.t.d.] Ver antecipadamente; enxergar antes: conseguiu antever o temporal. Prever; fazer previsões; adivinhar através de maneiras sobrenaturais: antevia as tragédias da vida alheia. (Etm. ante + ver)
? (26). Cutucou: [v.t.] Dar sinal a, tocando com o dedo, o pé ou algum objeto, em advertência muda; tocar, catucar.
? (27). Atolado: [adj.] Metido em atoleiro. 2 Engolfado, submergido.
? (28). Murcho: [adj.] Que acabou por murchar; que murchou. Desprovido de vida; que deixou de existir: planta murcha. [P.ext. Figurado.] Que já não possui o frescor, a beleza ou a cor que possuía; apagado: quadro murcho. Sem força; débil. Que não se consegue sustentar; caído: braço murcho.
? (29) Estrebuchar: [v.i.] Agitar convulsivamente; debater-se.
? (30). Transmudado: [adj.] Que se conseguiu mudar ou transformar; que foi alvo de mudança e/ou alteração; transformado. (Etm. Part. de transmudar)
? (31). Serelepe: [s.m. Figurado.] Que demonstra muita esperteza; ardiloso. Que está repleto de graciosidade; atraente. [s.m. e s.f.] Quem é esperto e gracioso; vivo; buliçoso. [Zoologia.] Brasil. São Paulo. Designação de um esquilo (Sciurus aestuans) que pode ser encontrado na Amazônia e no Leste do Brasil; caxinguelê.
? (32). Acurou: [v.t.] Tratou com cuidado; apurou, aperfeiçoou, prestou atenção.
? (33). Papocar: [tupi póka, com redobro + ar] Arrebentar; explodir; estalar.
? (34). Píer: [s.m.] Sistema composto por um estrutura ou armação construída sobre o mar para ancorar embarcações. Embarcadouro; cais, molhe. (Etm. do inglês: pier)
? (35). Indumentária: [s.f.] Roupa; o que alguém usa para se vestir. Conjunto do vestuário utilizado em determinada época, região ou povo. Arte que se relaciona com o vestuário; traje. (Etm. incumento + ária)
? (36) Ubirajara: Ubirajara era provavelmente o nome dado pelos índios a alguém que fosse muito habilidoso no uso da lança, alguém que seria um bom guerreiro, ou alguém que era bom caçador na floresta.