O preço do silêncio - Parte I

O preço do silêncio – Parte I
O preço do silêncio
Ser dono de uma beleza que atenda a todos os quesitos estéticos pode ser uma faca de dois gumes, eu bem sei disso. Cresci descobrindo as vantagens e as desvantagens de ser muito bonito. Entre as vantagens posso enumerar o fato das pessoas procurarem se aproximar da gente com muita facilidade, de se conseguir as coisas também com menos dificuldade, de você conseguir estabelecer laços de amizade, paixão ou simplesmente afinidade quase que de imediato. Por outro lado, entre as desvantagens estão a inveja dos outros que pode você fazer você se tornar um desafeto de alguém sem nem saber o porquê, das pessoas te usarem em benefício próprio, de você despertar as mais sórdidas imoralidades humanas e, por aí vai.
Ao me candidatar a uma vaga de gerente pleno numa multinacional foi, sem dúvida, a minha beleza que desempatou os excelentes currículos apresentados pelos candidatos que ficaram até o final do processo seletivo. Obviamente eu não teria sido aprovado apenas com minha carinha bonita e meu corpo escultural, a sólida formação contou muito, mas no peso final valeu a empatia que a formosura criou.
Em poucos meses eu já havia angariado um bom círculo de amizades, tanto no meu setor, quanto nos demais departamentos da empresa. Ajudou muito o meu jeito expansivo de ser, o sorriso sempre presente e o carinho com o qual eu tratava todo mundo. Tinha sido assim desde os tempos do colégio, e eu me sentia bem com os amigos que ia incorporando. Em pouco tempo eu notei que o grupinho com o qual eu ia almoçar crescia a cada semana. As garotas se juntaram assim que descobriram que eu era solteiro, e os carinhas por que eu chamava a atenção das garotas e isso aumentava as chances deles conseguirem fisgar alguma. Também acabei fazendo sucesso com as donas e também uns donos dos restaurantes que ficavam próximos da empresa, e isso significava que vira e mexe recebíamos alguma regalia que não era oferecida a outros clientes.
Foi nessas saídas para o almoço que eu reparei num carinha de outro departamento que ficava me encarando a partir de outro grupinho. Não havia dúvida de que ele liderava aquele grupo e, o engraçado, é que eles quase que diariamente, escolhiam o mesmo restaurante que meu grupo havia escolhido. Ele não disfarçava seu interesse por mim, o que me deixava constrangido e um tanto inseguro, temendo que alguém o flagrasse me paquerando. Logo descobri que ele também era gerente e que havia entrado na empresa pouco mais de um ano antes do que eu. Era muito bem conceituado pela diretoria e tinha conquistado sua primeira promoção há pouco tempo. Eu senti uma atração por aqueles olhos incrivelmente verdes que pareciam estar constantemente me vigiando. Eu achei que ele podia ser um pouco mais velho do que eu, mesmo descontando aquela barba de um ou dois dias, aquele corpo enorme e possivelmente peludo, uma vez que os braços tinham pelos grossos e abundantes, e aquela cara de macho dominante. Era bem o tipo que me fazia sentir um friozinho na barriga e uma vontade de me sentir tutelado por aquele tórax largo e viril. No início ele lançava uns sorrisos cuidadosos e discretos na minha direção, poucas semanas depois, junto com os sorrisos vinha uma piscadela do olho direito que continha uma malícia bondosa e brejeira. O fato de me deixar encabulado com isso parecia diverti-lo e aumentar seu interesse por mim. Nunca nos encontramos dentro da empresa e nem havíamos trocado uma única palavra antes de uma reunião com diversos departamentos na qual eu apresentei um projeto para um novo cliente.
- Parabéns, Bruno! Projeto fantástico! O cliente só não aprova se for tonto. – disse, ao término da reunião, quando quase todos já haviam deixado a sala e eu recolhia o material da apresentação. Ele se aproximou de mim com aquele mesmo sorriso cativante que usava nos encontros do almoço. Na pouca distância que nos separava, consegui ter a exata dimensão daquele homem e, o friozinho na barriga voltou com tudo.
- Obrigado! É, eu acho que ele vai ter uma porção de vantagens se optar pelo nosso projeto. Eu sei que dois dos nossos concorrentes não conseguiram despertar o interesse desse cliente. – respondi, procurando não olhar muito para ele para não deixar transparecer meu entusiasmo com sua abordagem.
- Marcelo, muito prazer! Só hoje consegui descobrir seu nome, uma vez que ninguém do meu departamento soube me dizer. Bem que o pessoal me falou das suas qualidades. Parece que você conseguiu conquistar uma porção de fãs dentro da empresa. Não é para menos! – exclamou, o que me deixou um pouco intrigado, pois percebi que ele não estava se referindo apenas ao trabalho.
- Encontrei umas equipes ótimas, foi isso. Por isso fiz questão de mencionar a participação de cada um para que o mérito também seja deles. – retruquei. Estava difícil não me sentir nu diante daquele olhar perfurante.
- Aposto que você já ganhou o cliente também. Dois diretores não tiravam os olhos de você. – sentenciou, denunciando que tinha prestado atenção na maneira como me observavam.
- Da apresentação, você quer dizer? Duvido que aceitem por termos o preço mais elevado, e eu não sei se eles conseguiram captar o diferencial de qualidade da nossa proposta. Em todo caso é esperar para ver. Vou comemorar se isso acontecer. – indaguei, percebendo que já estava com o rosto vermelho.
- Também, é possível! Pois minha aposta continua em pé, se eles fecharem conosco eu pago um jantar no restaurante mais chique da cidade. Apostado? – retorquiu, aumentando meu desconforto.
- A empresa vai faturar, mas você vai falir com essa sua aposta. Olha que minha equipe é grande! – brinquei para descontrair.
- Equipe nada! Só você e eu! Temos um trato! – sentenciou, não me dando tempo de rebater. Ele tinha acabado de me dar uma cantada ou eu estou delirando, pensei com meus botões.
No dia seguinte, sem a menor cerimônia, o Marcelo veio se juntar ao meu grupinho na mesa do restaurante. É bem verdade que ele já conhecia quase todos, se não de nome, pelo menos de vista. Mas seu interesse estava mesmo focado em mim, pois ele monopolizou minha atenção durante todo o almoço. Voltou a afirmar que tínhamos um trato caso meu projeto fosse aprovado, e que ele era do tipo que não admite que se descumpra uma promessa.
- A promessa foi sua, não minha! – lembrei-o, só para ver qual seria sua reação. No fundo, aquele joguinho de gato e rato estava me deixando cada vez mais interessado nele.
- No entanto, você não fez nenhuma objeção ontem, portanto, o trato foi selado. – respondeu, sorrindo como se esse flerte também estivesse sendo muito prazeroso para ele.
Três semanas depois, meu diretor me chamou em sua sala para anunciar que meu projeto tinha sido aprovado pelo cliente e que deveria fazer alguns ajustes na minha apresentação, pois dentro de quatro dias estaríamos seguindo para Boston onde ficava a sede da empresa que tinha adquirido nosso projeto.
- Você deve detalhar nossa proposta mais um pouco para a diretoria geral do cliente. É lá que vai acontecer a assinatura do contrato. Quero você completamente disponível por uma semana. É o tempo que passaremos por lá. – A alegria dele com esse contrato era evidente, principalmente, por que foi a área dele a grande responsável pela façanha. Pela meia hora seguinte e, durante todo o almoço que o cliente fez questão de oferecer naquele dia, ele não parou de tecer elogios sobre mim. Houve momentos em que cheguei a ficar constrangido, pois algumas observações foram completamente dispensáveis. Além do que, eu sempre ficava tímido quando muito exposto, e isso pareceu dar uma satisfação enorme no meu chefe.
Assim que voltei do almoço, havia um buquê multicolorido de alpíneas, callas e lisianthus sobre a minha mesa. Num envelope selado constava apenas o meu nome. Ao abri-lo, um cartão, escrito em letra cursiva quadrada e elegante dizia - Passo na sua casa as nove. Só preciso do endereço. As felicitações prefiro dar pessoalmente. Marcelo – Ao levantar os olhos do papel, vi que todo o escritório estava olhando para mim, fiquei tão encabulado que não sabia o que dizer.
- São do chefe! Agradecendo nosso empenho. Parabéns a todos! – menti, só para tirar aqueles olhares curiosos de mim.
Bem que dizem que mentira tem perna curta. Pouco antes do final do expediente, quando meu chefe veio me passar mais algumas instruções sobre a nossa viagem, acabou elogiando as flores.
- Deve ter alguma garota mais assanhada, dentre as que estão de olho em você, que resolveu aproveitar a deixa para te conquistar. Pelo menos ela tem bom gosto! – disse, naquele seu tom de voz que podia ser ouvido a um quarteirão de distância. A troca de olhares e os cochichos entre os demais começou no mesmo instante. Agora, além de desmascarado, eu tinha caído na boca do povo, tentando adivinhar quem seria o ou a tal admiradora secreta.
O interfone tocou dez minutos antes das nove. O porteiro anunciou o Marcelo e eu fiquei em dúvida se o deixava subir antes de irmos ao restaurante, ou se descia o quanto antes para evitar um encontro a sós com alguém que eu mal conhecia.
- Já estou descendo Salustiano! – respondi. Ao colocar o fone na parede, percebi que estava com as mãos suadas. Aquele jantar era pretexto para segundas intenções, e eu estava entrando no covil de um lobo, disso eu não duvidava.
Mais descontraído e, sem a formalidade que o terno impõe, eu achei o Marcelo ainda mais atraente. Ele era um homem que transpirava sensualidade e isso me deixou mais inseguro. Os dois botões abertos da camisa deixavam ver um pouco dos pelos do peito dele, o sorriso me pareceu ainda mais pornográfico, no entanto, o brilho daqueles olhos castanhos me derreteu todo.
- Hum! Que tipão! É hoje que vou ver a concorrência crescer! – afirmou o Marcelo, assim que o abracei, próximo à guarita do edifício e do olhar bisbilhoteiro do Salustiano, um alagoano de mais ou menos trinta anos que não perdia a oportunidade de examinar a minha bunda toda vez que nos encontrávamos.
- Engraçadinho! – exclamei, tentando fazer a cara mais séria que consegui. Mas o beijo que ele me deu, quase tocando meus lábios, terminou de me deixar ainda mais encabulado. O olhar do Salustiano me fulminou.
O Marcelo havia feito uma reserva no La Tambouille, o que foi providencial, pois o lugar estava lotado, talvez por ser uma sexta-feira de noite agradável, apesar do intenso calor que aqueles últimos dias de verão estavam nos impondo. Me diverti muito com ele. Ele deu-se a conhecer sem ser soberbo. Ele estava ali para me conhecer melhor, fez algumas perguntas para matar sua curiosidade, mas soube não ser invasivo. Ao final do jantar eu já gostava dele e, creio eu, ele de mim.
- Vamos rachar essa conta! – exclamei quando o maitre a trouxe.
- Nada disso! Eu convidei, eu pago! Tínhamos uma aposta, lembra disso? – revidou.
- Aposta que você inventou, não me lembro de ter concordado. – retruquei.
- Você está aqui, não está? Isso é sinal de que aceitou a aposta. – respondeu, não se deixando convencer.
- Não acho justo! Não costumo deixar que me paguem as contas!
- Não seja por isso! O próximo fica por sua conta. – sentenciou, com um sorriso matreiro.
- Combinado! – fiquei contente ao saber que teria mais uma noite tão maravilhosa quanto aquela.
Quando ele estacionou diante do condomínio eu não sabia se o convidava para subir, ou se me despedia por ali mesmo. Percebi que ele deixou a decisão nas minhas mãos, e também que, se o fizesse subir provavelmente acabaríamos na cama. Ele ficou frustrado quando dei o encontro encerado por ali mesmo. Não verbalizou nada, mas sua carinha dizia tudo. Para não parecer ingrato e cruel, fui dar-lhe um beijo, no que ele mais do que depressa se apressou em virar o rosto de tal maneira que nossos lábios se tocaram. Antes que eu pudesse me retrair, ele colocou a mão no meu pescoço e me puxou para junto dele. O beijo foi intenso e demorado.
- Durma bem, e sonhe comigo! – disse, quando o sorriso matreiro voltou ao seu semblante.
- Você também! Obrigado pela noite maravilhosa! – respondi, desconcertado com o sabor de seus lábios que ainda estava na minha boca.
- Eu já venho sonhando com você faz algum tempo. E depois desse beijo preciso fazer um trato com esse sujeito aqui embaixo. Não vai ser fácil convencê-lo a esperar mais um pouco. – declarou, abrindo bem as pernas e me exibindo sua ereção, que deixava delineado debaixo do tecido da calça um membro enorme. Faltaram-me as palavras e eu o encarei com um sorriso tímido e envergonhado. Por dentro eu estava radiante.
Poucos meses depois estávamos namorando. Na verdade, tudo começou poucas semanas depois daquele primeiro jantar. Uma amiga que trabalhava com promoção de eventos tinha me presenteado com duas entradas para o musical Les Misérables que estava estreando. Logo pensei no Marcelo como a companhia ideal para aquele programa, e para retribuir a gentileza do jantar ao término do espetáculo. Fiz o convite durante nosso horário de almoço, que desde aquela noite, passamos a fazer juntos. Ele aceitou de imediato, pois aquilo sinalizava que eu também estava interessado por ele. Como ele sempre fazia questão de ir com o carro dele, acho que para estar no controle da situação, quando foi me deixar em casa, ao invés de me despedir dele na rua, fiz com que entrasse na garagem e levei-o, pela primeira vez, ao meu apartamento.
- Uau! Não sabia que a empresa estava pagando tão bem assim. O meu salário não me permite ter um apê desses! – brincou, examinando tudo a sua volta.
- Nem o meu! Isso foi um presente do meu pai. Quando meus pais decidiram morar numa cidade menor, venderam nossa casa e meu pai me deixou esse presentinho. – respondi.
- Ah! Está explicado! Senão eu já ia pedir um aumento para o meu chefe na segunda-feira mesmo. – retorquiu brincando.
- Você não ganha tão mal assim! A rádio pirata da empresa fez chegar aos meus ouvidos que você é o gerente mais bem pago da companhia. Dizem que é a fera do setor de produção e o futuro diretor da área. – mencionei, evidenciando que sabia que seu nome estava sendo cotado para a vaga do diretor que estava para ser transferido.
- Boatos! Boatos! Você sabe como aquele pessoal fala. – respondeu, discreto. Modesto, não fez alusão à solidez e à ascensão que sua carreira estava tendo. A competência dele já lhe tinha rendido convites para outras empresas, mas até o momento nenhuma havia conseguido cobrir sua remuneração atual.
- Deixei um vinho branco gelando na geladeira, acho que é uma boa maneira de encerrarmos esta noite, o que me diz? – declarei, encaminhando-me até a cozinha.
- Excelente! Só que eu estou pensando em encerrar essa noite de outra maneira. – afirmou, seguindo meus passos e, me agarrando pela cintura no exato momento em que levantei os braços para tirar os copos do armário sobre a bancada da pia.
- E que maneira seria essa? – provoquei, empinando a bunda contra a virilha dele ao mesmo tempo em que ele me encoxava.
- Para começar, assim! – eu segurava uma taça em cada mão e meus braços ainda estavam erguidos quando os lábios úmidos dele tocaram os meus. Senti-o me puxando para junto dele e sua língua ávida entrar na minha boca.
Entreguei-me a sua volúpia. Suas mãos percorreram meu corpo e acabaram por agarrar minhas nádegas, nossas bocas não se desgrudavam, o sabor da saliva dele fazia minhas pernas bambearem e, instantes depois eu já sentia a ereção dele roçando minha coxa. No tempo em que ele me deixou verter o vinho nos copos, ia desabotoando minha camisa, lenta e sensualmente. Tirou-a dos meus ombros e os beijou, percorrendo lentamente um caminho que o levou até o meu pescoço. Inclinei-me para franqueá-lo ao seu desejo, e ele me deu uns chupões que logo deixaram marcas na minha pele muito clara. Enquanto isso, a mão que não segurava o copo estava explorando meus peitinhos. Ele apertava meus biquinhos enrijecidos entre o polegar e o indicador, puxando-os e me torturando com sua sanha. Depois do primeiro gole de vinho eu soltei um gemido, e ele apertou o biquinho com mais força para que eu gemesse novamente.
- Você me deixa louco gemendo assim! – sussurrou no meu ouvido, lambendo-o em seguida com sua língua úmida e faceira.
- E você me tira do sério com essa mãozona e essa rola roçando minha coxa. – gemi condescendente.
- É exatamente essa a minha intenção! Tirar toda essa sobriedade e esse autocontrole de você. Quero-o ver fazendo loucuras por mim. – rosnou ele, voltando a chupar meu pescoço.
A habilidade dele para me despir foi impressionante. Entre um gole e outro, vi minhas roupas sendo tiradas sofregamente e meu corpo nu sendo examinado por seu olhar avaliador.
- Alguém devia estar muito inspirado quanto te fez. Você é um tesão! – murmurejou em meu ouvido.
Mesmo sem saber em que direção ficava o quarto, ele foi me instigando a leva-lo até lá. Uma de suas mãos levou a garrafa e sua taça até o quarto, enquanto a mão que estava livre pousava sobre minhas nádegas, agora nuas e, ao caminhar, elas dançavam sincronizadamente na palma de sua mão indiscreta. Bastou chegarmos ao pé da cama para ele se desvencilhar de sua camisa. O peito mais viril e másculo que eu já tinha visto surgiu cheio de músculos e potência. Não resisti e espalmei a mão aberta fazendo-a deslizar entre os pelos grossos e sedosos. Ele ficou visivelmente feliz com a minha reação diante de seu tronco largo. Fui dando uma porção de beijos sobre aqueles pelos ao redor dos mamilos, ele agarrava minha bunda com o tesão aumentando. Dei um gemido mais perplexo quando um dedo começou a explorar as pregas do meu cuzinho. Ele sorriu para mim, na certeza de que aquele anelzinho apertado seria seu dentro em breve.
- Tenho um presente para você, está ficando um pouco molhado, mas acho que mesmo assim você gostar. – disse ele, começando a abrir os botões da calça que aprisionava sua ereção, e descendo o zíper.
- Vamos ver o que tem aqui! Já que é um presente, eu mesmo quero desembrulhar! – exclamei jocoso, enquanto me ajoelhava diante dele e enfiava sorrateiramente os dedos pela braguilha aberta.
Fiquei fingindo que não conseguia pegar a rola, só para poder ficar acariciando e tocando nela. Assim que meus dedos deslizavam ao longo de seu membro, a ereção se solidificou em questão de segundos. Ele ficou tão afoito, na ânsia de que eu liberasse o caralhão daquele sufoco que estava sendo sentir sua pica crescendo por debaixo daquele tecido apertado, que colocou sua mão sobre a minha como que querendo auxilia-la na tarefa. Ergui meu olhar na direção do dele e esbocei um risinho trocista, mas ao ver a expressão buliçosa de seu semblante, fiquei condoído da tortura que estava lhe impondo. Tirei o pau para fora e baixei um pouco mais as calças dele, para que o sacão também ficasse solto. Engoli em seco quando vi toda a extensão da pica e sua grossura. Por uns instantes tive pena de mim mesmo e principalmente do meu cuzinho. Agora que a brincadeira tinha começado, eu sabia que ele só teria sossego quando sua jeba estivesse cravada no fundo do meu cu. Ela já estava realmente um pouco molhada, especialmente a glande exuberante e arroxeada. Um cheiro adstringente chegou às minhas narinas e, enquanto eu admirava a virilidade daqueles genitais, um fio aquoso e translúcido começou a minar do orifício uretral. Aquilo me pareceu tão apetitoso que eu caí de boca, lambendo avidamente o fluxo que aumentava a cada toque da minha boca morna naquele caralhão. Ele soltou um grunhido rouco que brotou do fundo do peito que ele mantinha tão inflado e soerguido como qualquer macho que faz a corte à fêmea. Eu não desviava o olhar de seu rosto enquanto chupava, lambia e mordiscava sua pica saborosa. Os dedos dele penetraram minha cabeleira e ele segurava minha cabeça junto a seu falo como se fosse um troglodita pré-histórico, um Homo neanderthalensis. A jeba chegou até a minha garganta, mas boa parte ainda estava de fora e, em sua gana aflitiva ele queria ver aquilo tudo dentro de mim. Eu precisava me esforçar para continuar respirando pelo nariz, enquanto engolia aquela pica suculenta e seus eflúvios. De imediato me identifiquei com aquele cheiro másculo, não sentia engulhos, apenas o desejo de ter meu corpo marcado por aquele almíscar maravilhoso. Eu movia aquela pica de um lado para o outro dentro da minha boca, auxiliado pela agilidade da minha língua que se encarregava de deixar aquele macho tão insanamente excitado que ele mal se continha. Seus grunhidos reverberavam pelo quarto como o uivo de um lobo, pelas estepes, numa noite de lua cheia. Ele quase se engasgou com a própria saliva enquanto grunhia no momento em que a ejaculação explodiu na minha boca. E eu, no momento em que aquela porra toda, viscosa e quase tão espessa quanto um creme, começou a descer aos borbotões goela abaixo, também fiz força para não me engasgar. Seus olhos ganharam um brilho de satisfação e alívio quando ele percebeu que eu engolia cada jato de seu sumo viril, com a devoção de um servo e a meiguice de uma criança.
- Caralho! Que boquete foi esse? Mama todo o leitinho, mama! – ronronou, com os dentes cerrados, e um sibilo que saia por entre os lábios contraídos.
Tirei meus lábios do entorno de sua jeba muito a contra gosto. Estava encantado com sabor daquele esperma, e fiquei sofregamente esperando mais algumas gostas daquele néctar, com a mesma sede de alguém que aproxima a boca de uma bica d’água num dia tórrido de verão. Ele me ajudou a ficar em pé e me apertou contra seu corpo com tanto desejo e força que eu pensei que ele fosse me esmagar. Sua mão voltou a tatear minha bunda, acariciando a pele tenra e morna, percorrendo seus contornos como se estivesse escaneando suas curvas e protuberâncias. De vez em quando ele apertava uma nádega com mais firmeza, eu gemia e procurava sua boca para mais um beijo demorado. Aquela impaciência inicial para que nossos corpos se tocassem, havia passado. Ele, agora, tinha a certeza de que ia me ter por completo rendido aos seus caprichos, e isso lhe devolveu a sanidade. Aos poucos ele foi descendo seus beijos pelo meu pescoço e ombros até chegar aos mamilos. Olhou para eles cheio de tesão, estavam com os biquinhos enrijecidos e, o toque, um pouco grosseiro, de seus dedos os deixava doloridos. Eu, para provocar, dava um gemidinho plangente, ele afrouxava a pegada e me dava um beijo úmido no mamilo. Meu tesão subia a mil. Ele tornava a apertar o biquinho como uma forma de tortura, para depois se exculpar com mais beijos gulosos, seguidos de chupadas e lambidas que iam inchando meu peitinho. No fundo do meu rego, meu cuzinho piscava tarado e cheio de tesão. Eu mexia as pernas na vã tentativa de fazê-lo acalmar-se. O Marcelo percebeu que algo estava me incomodando com aquela repetida movimentação de pernas. Colocou outra vez aquele sorriso maroto na face, pois adivinhou de onde vinha tanta inquietude. Sua mão desceu até o inicio do rego e, a partir daí, ele deixou que apenas dois dedos deslizassem para dentro daqueles glúteos polpudos. Enquanto os dedos percorriam lentamente meu rego, minha respiração parou, eu esperei pelo toque dele sobre minha rosca. Um dos dedos a tocou, ele arfou quando sentiu as pregas convulsas e eu soltei um gemido. Aquele macho vinha se aproximando, vinha para alcançar seu objetivo e eu estava pronto para me entregar a ele.
- Ai Marcelo! – tornei a gemer, antes de me enlear em seu pescoço e colar minha boca na dele.
Quando a ponta do dedo dele entrou no meu cuzinho e começou a me anelar fazendo movimentos circulares ao redor dos meus esfíncteres, eu gemi com a língua dele dentro da minha boca, vasculhando e me devorando por inteiro. Nos deitamos na cama e ele logo me fez virar de bruços, abriu minhas pernas e quis explorar aquele cuzinho com seus próprios olhos. Rosado e tão ínfimo quanto um ponto invaginado de onde irradiavam pequenas pregas, o que ele tinha diante de si era a materialização da fissura que ele sentia por um cuzinho. O dedo médio dele entrou mais um pouco, eu gemi e ele constatou radiante que aquele orifício mal deixava passar um lápis, quanto mais o que ele carregava cheio de desejo entre as pernas. Por saber que ia me impingir uma dor, inevitável, que talvez eu nunca tivesse sentido antes, ele começou a lacear as minhas pregas, metendo mais um dedo no meu buraquinho. Meu corpo experimentava um frenesi descontrolado, eu queria o calor, o cheiro, aquela pele ardendo de desejo dentro de mim. Ele sentia a minha disposição, mas acautelava-se para não por tudo a perder. Quando a língua áspera e úmida dele tocou minha rosca eu soltei um bramido agudo. Gemia feito uma cadela no cio enquanto a língua se insinuava entre as minhas pregas. Minhas pernas tremiam e eu só via diante dos meus olhos a imagem daquela jeba que eu acabara de mamar. Queria-a tanto quanto o ar que respiro. Ele começou a pincelá-la no meu rego, encharcando-o com seu pré-gozo. Apontou a chapeleta contra o buraquinho e forçou. A jeba escorregou e não entrou. Apontou mais uma vez, mais outra e mais outra, eu gemia implorando por aquele membro. Na quinta tentativa a cabeçorra varou as pregas, entrou no meu cu, me fez ganir feito uma cadela e se alojou nas minhas entranhas. Foi como se o gume de uma lâmina cortasse minha carne, numa dor aguda e pungente. Ele viu as primeiras gotas de sangue aflorarem daquelas pregas rosadas e, com a paciência de um monge e a perspicácia de um macho que já tinha esgarçado outras dezenas de fendas, esperou até que minha carne se amoldasse ao seu cacete. Eu o idolatrei por isso. Confiei nele como confiava na minha própria sombra. A tensão e os espasmos perderam tônus e eu projetei minha bunda, todo oferecido, contra sua pelve. Bastou uma estocada impetuosa dele, e mais alguns centímetros daquela rola entraram em mim. O gemido que assomou aos meus lábios ainda se parecia mais com um ganido de dor. Mas, a partir do terceiro e quarto, já se podia perceber o prazer contido em cada um daqueles gemidos, e ele meteu a pica até o talo no meu cuzinho. O sacão já batia de encontro ao meu rego e, ele ainda estava no afã de conseguir chegar mais ao fundo daquele casulo que o agasalhava com tanta mansidão, porém, cheio de volúpia. Estocada atrás de estocada eu sentia aquele macho se satisfazendo no meu rabo, o prazer que senti com isso era indescritível. Tive vontade de chorar de felicidade, e me entreguei de corpo e alma àquele que já considerava meu amor e o macho que me completava. O vaivém foi demorado e sevicioso, pois mal fazia meia hora que o Marcelo havia me dado seu leitinho másculo na boca. De tempos em tempos ele se deitava completamente sobre mim, me cobrindo num coito que nos tornava um ser único, com os mesmos desejos e as mesmas necessidades. Nesses momentos ele movia a pelve em círculos com a minha bunda polpuda completamente encaixada em sua virilha, como se ela tivesse sido esculpida para formarmos a metade de um todo, tamanha a perfeição do encaixe. Eu gemia baixinho, segurava minhas mãos encaixadas nas dele, franqueava meu pescoço e minha boca para os beijos libidinosos dele e, me deliciava com aquela pica pulsando dentro de mim. Isso é a felicidade, descobri. Meu corpo também soube identificar esse momento mágico. Minha pica espremida contra a cama liberou toda essa felicidade num gozo demorado que esporrou os lençóis e me fez chorar de prazer. O Marcelo voltou a montar em mim com o tronco erguido, estocou meu cu fazendo a jeba socar minha próstata, eu gritei, mas o urro dele se sobrepôs ao meu ganido e logo a porra entrou no meu cu em jatos que iam aderindo a minha mucosa que ardia feito brasa. A empolgação dele foi tanta que a porra começou a vazar, melando meu rego com sua virilidade. Nossos corpos estavam tensos, nossa respiração afogueada e acelerada, o cheiro do prazer se espalhava pelo ar e, apesar de extenuados, estávamos tão felizes como nunca.
- Esse cuzinho é só meu de agora em diante! Era isso que eu estava esperando a vida toda! Alguém doce e gostoso como você. – balbuciou ele, chupando minha nuca enquanto o suor de seu corpo se espalhava pelo meu.
Acordei escutando a chuva trazida pelo vento batendo nas janelas. Estava com preguiça de me virar e ver as horas no relógio da mesinha ao lado da cama. Por conveniência, decidi que era cedo. Lembrei-me que era sábado. A preguiça voltou com mais força. Mexi as pernas e senti minhas entranhas úmidas e doloridas. Minhas pálpebras pesavam como chumbo e teimavam em não abrir. Tateei com o braço e o lado da cama estava vazio. Uma sequência de flashes irrompeu nas minhas lembranças, o rosto sorridente do Marcelo, o tesão no seu olhar quando nossos rostos não estavam a mais de dez centímetros um do outro, a dor lancinante no meu cuzinho, seguida pelo meu ganido, a pica entrando em mim, devagar e decidida, o beijo, a plenitude, o gozo, aquele corpão pesado em cima de mim, o gozo, o beijo, a plenitude, a felicidade maior, o coração disparado, a respiração ofegante, a constatação de que estava amando aquele homem cuja jeba vibrava nas minhas entranhas.
- Bom dia, dorminhoco! – a voz tronante e doce veio acompanhada do perfume de sabonete e de um beijo molhado.
- Bom dia! – balbuciei, esfregando os olhos que não queriam se acomodar à claridade. Ele estava debruçado sobre mim, usava meu roupão atoalhado que ficava pequeno sobre aqueles músculos todos. Precisei rir daquela imagem engraçada.
- Foi o que encontrei! – justificou-se, sabendo que eu ria de sua figura ridícula.
- Ficou sexy! – exclamei, enfiando a mão pelo vão aberto entre as duas lapelas que não se juntavam sobre aquele peito enorme.
Acariciei provocantemente os pelos ainda molhados, desci para o abdômen, mergulhei os dedos nos pentelhos. O roupão se abriu e eu peguei a rola. Afaguei-a e a coloquei na boca. Ele brincou com os meus cabelos enquanto eu o chupava. A pica cresceu na minha boca e, o pré-gozo salgado e picante se misturou à minha saliva. Fechei os olhos para usufruir de cada nuance daqueles sabores viris. Massageei as bolas do sacão que roçava meu queixo, e percebi que estavam cheias. Puxei-o para cima de mim e abri as pernas instigando-o a me cobrir. Ele se livrou do roupão e se encaixou entre as minhas pernas abertas. O caralhão deslizou no meu rego e eu ergui minha pelve ofertando minha bunda, fazendo com que ele encontrasse meu introito. Os braços dele envolveram meu tronco e ele meteu o caralho no meu cu. Esperou eu gemer para enfiar dois dedos na minha boca. Eu os lambi.
- Estava sentindo falta disso aqui, estava? – rosnou, estocando a jeba enquanto chupava meu pescoço e fazia a rola deslizar nas minhas profundezas.
- Estava! – gemi, ao sentir minha próstata sendo socada.
Primeiro estas noitadas se repetiam quase que exclusivamente aos finais de semana. Depois, tínhamos tanta necessidade um do outro que ele vinha dormir comigo alguns dias durante a semana. Não nos desgrudávamos nem na empresa, cada oportunidade de ficarmos juntos valia qualquer esforço. A paixão cresceu. Meu apartamento já tinha coisas dele espalhadas por todo canto, ele já estava ali e eu gostava daquilo. Quando ele me propôs de morarmos juntos meu coração já o tinha acomodado com tanto carinho que eu não me via mais sem ele. Um ano depois oficializamos nossa união.
- Está sacramentado! Esse papel diz que o senhor deve me obedecer, ser fiel e muito, muito carinhoso comigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, me amando um tantão assim e me respeitando por todos os dias da sua vida. – disse ele, abanando a certidão de casamento no ar, e tirando uma com a minha cara.
- Ah é? E o que diz aí que o senhor deve fazer para mim? – questionei, entrando na dele.
- Aqui diz que eu devo pegar você de jeito, dar uns guentos em você e colocar a minha pica no seu cuzinho até você dizer que me ama! – respondeu, fingindo ler essas palavras no documento.
- Muito conveniente para o senhor, não é? Vou pedir para mudarem esse texto! – devolvi, acariciando a barba dele e colando minha boca na dele.
A empresa não admitia que parentes até certo grau de parentesco trabalhassem lá. Por isso, não tornamos pública nossa união e, à exceção de um grande amigo do Marcelo ninguém sabia que estávamos casados e morando juntos. Pautávamos nosso comportamento lá dentro com a maior discrição possível, o que fez com que ninguém imaginasse que tínhamos um caso amoroso e, muito menos, conjugal. Tanto que em determinado dia, após uma reunião, eu estranhei um comportamento muito afetuoso vindo do meu chefe. Ele era casado e tinha a fotografia de dois adolescentes emoldurada sobre sua mesa de trabalho. Apesar de casado ele atraía a atenção da mulherada. Acho até que algumas secretárias, divorciadas ou solteiras de meia idade, sentiam suas vaginas ficarem úmidas na presença dele. Ele tinha mais ou menos os mesmos um metro e oitenta e poucos centímetros que eu, mas era muito mais encorpado, sem chegar a ser obeso. A distribuição dos pelos pelo corpo é que lhe dava aquela aparência máscula e vigorosa. Eu também já tinha percebido que dois viadinhos, bem novinhos, e um pouco espalhafatosos, que trabalhavam para uma empresa terceirizada que prestava serviços dentro da companhia, se derretiam de tesão por ele. Isso chamou a minha atenção por que eu nunca o vi com esses olhos. Para mim era um homem sem charme algum. Macho é verdade, mas um daqueles machos que não chegam a empolgar outro homem com menos testosterona correndo em suas veias. Eu, inclusive, não gostava nem do aperto de mão dele. Parecia que minha pele e a dele não se misturavam como a água e o óleo.
O nome do meu chefe é Carlos, todos o chamam de Carlão. Segundo consegui apurar, foi ele mesmo que se autonomeou assim, como seu porte físico não desmentia o apelido, ficou sendo tratado por Carlão. Eu nunca tive queixas em relação à maneira como ele me tratava. Acho, inclusive, que ele sempre foi muito atencioso e prestativo comigo. Sempre me pontuava muito bem nas avaliações de desempenho e me incumbia dos melhores projetos que apareciam. Fez minha primeira promoção com menos de um ano de casa e, um semestre depois, me promoveu pela segunda vez. Isso gerou um burburinho no departamento. Quem ficou sabendo desse diz-que-me-diz primeiro foi o Marcelo e todo departamento dele.
- Estão dizendo que o Carlão está arrastando uma asa para o seu lado. É por conta dessa última promoção. Ou é dor de cotovelo ou ele está dando em cima de você? – perguntou-me o Marcelo assim que o boato chegou aos seus ouvidos.
- Que absurdo! Esse pessoal não tem o que inventar! Ele me trata com deferência, isso é real, mas daí a supor qualquer outra coisa é pura invencionice. Você sabe que ele confia em mim e me designa os projetos mais importantes. Acho que isso está mexendo com a auto-estima de alguém, por isso inventam bobagens. – afirmei categórico.
- É bom você abrir o olho! Alguém está querendo puxar o seu tapete. – revidou ele.
- É uma canalhice inventar boatos desse naipe! Você só não duvide do amor que eu sinto por você! Isso sim é capaz de arrasar comigo! – retruquei.
- Claro que não é isso, amor! Eu confio em você! Mas não confio em nenhum outro cara. Sei muito bem que tem gavião doidinho para abater meu passarinho! – troçou ele. – Ademais, eu sou o único que tem uma certidão sacramentando os seus deveres. – zombou, de bom humor, antes que eu lhe desse um beliscão na bunda.
O Carlão quase nunca viajava comigo a trabalho. Nas raras ocasiões em que isso aconteceu, ele levou a esposa, pois o protocolo da negociação assim o exigia. Eu estranhei, quando estava prestes a embarcar para um país do leste europeu, que vinha fazendo seguidas aquisições dos nossos produtos, quando uma das secretárias do departamento me comunicou que a minha passagem e a do Carlão já estavam em poder dele, bem como os horários da agenda da viagem.
- O Carlão também vai desta vez? – perguntei perplexo.
- Ele me pediu para fazer duas reservas, a sua e a dele. Também achei estranho. Ele dificilmente vai junto. – sentenciou ela, em tom de segredo.
- Ele não me disse nada. Será que surgiu algum problema com o cliente? – eu fiz a pergunta mais para mim mesmo do que para ela que, evidentemente, não podia me dar estas respostas.
Eu estava um pouco agoniado, pois nunca tinha me afastado tanto tempo do Marcelo desde que nos casamos como estas três semanas previstas para eu estar fora. Eu sentia, antecipadamente, um vazio no meu peito.
- Vou morrer de saudades! – confessei, participando minha carência com ele, quando me deitei em seu torso nu e comecei a brincar com as bolas do sacão dele.
- Também vou morrer de saudades. Vou ficar aqui batendo punheta e pensando em você, daí encapo o bilau, gozo na camisinha e despacho todos os dias pelo Fedex o meu leitinho para você. – gracejou, abrindo bem as pernas para que minha mão tivesse mais espaço para brincar com suas bolonas.
- Não dá para falar nada sério com você! Vou sentir falta de você ao meu lado, não quero ficar longe de você. – afirmei tristonho.
- A vida não podia ter me dado um presente mais lindo do que você! Eu te amo muito, sabia? Vem cá, vem! Deixa teu macho te por no colinho! – disse, me puxando para junto dele. Eu encostei minha cabeça em seu peito e adormeci com as batidas do coração dele ecoando em meu ouvido.
O expediente estava quase terminando na véspera da minha viagem para a Europa quando o Carlão me chamou em sua sala. Precavido, juntei a papelada do projeto e rumei direto para a sala dele, achando que talvez ele estivesse querendo revisar alguns pontos ou preparar um discurso para o cliente no qual nós dois estivéssemos afinados.
- Entre, entre Bruno e tranque a porta, por favor! – exclamou, afastando para o lado alguns papeis que tinha diante de si. – Elza! Me faça um favor, não passe nenhuma ligação para cá e nem nos interrompa. Deixe aqueles documentos que pedi para duplicar sobre a sua mesa, e pode ir quando der o seu horário. Obrigado! – ordenou ao telefone para a sua secretária.
- Eu trouxe tudo referente ao cliente que vamos contatar, acho que você quer dar uma repassada em tudo, não é? – apressei-me a dizer, uma vez que ele tinha me pedido para trancar a porta e deu ordens para não nos interromperem. Todo o projeto estava cercado de certa confidencialidade devido à vultosa grana envolvida no negócio, e uma concorrência que tinha sido bastante acirrada até ali.
- Não, não! Eu sei que você cuidou muito bem de tudo isso. Portanto, não estou preocupado com esses detalhes. – asseverou, levantando-se da cadeira e vindo sentar-se na beirada de sua mesa bem diante da cadeira onde eu estava.
- Não? Pensei que fosse isso. Temos algo novo que você queira me participar? – eu estava tão envolvido com o trabalho que minha ingenuidade devia estar lhe parecendo patética, pois até então eu não tinha reparado naquele olhar enigmático com o qual ele me fitava.
- Você está indo muito bem na empresa, não está? – perguntou, me desconcentrando de vez.
- Sim! Sim, acho que sim. – respondi titubeante.
- Sabe, assim que eu o entrevistei sabia que estava diante de alguém com um grande potencial, por isso o contratamos. – as palavras pareciam ter sido ensaiadas, e a fala dele era vagarosa, cheia de cuidados.
- Obrigado! Eu espero estar correspondendo às suas expectativas. – argumentei.
- Você as está superando em todos os aspectos. E, isso me deixa muito feliz! Foi por isso que o promovi com tanta rapidez. – afirmou.
- Que bom! Também fico feliz por você estar gostando do meu trabalho. – fiquei um pouco encabulado com os elogios, mas eu tinha a certeza de que estava desempenhando minhas funções com muita qualidade.
- Gosto de tudo em você! Aliás, isso não deve ser nenhuma novidade para você. O que circula por aí é que você foi eleito, por unanimidade, o funcionário mais bonito da empresa. Têm um bocado de gente que gostaria de estar no meu lugar, mas não vou permitir que te roubem de mim. – a conversa estava entrando num caminho totalmente inusitado.
- Confesso Carlão, que não estou entendendo essa conversa. Achei que a diretoria fosse alheia aos boatos que correm por aí. – falei, assumindo uma postura mais séria e tirando de vez aquele sorriso que caracterizava meu semblante.
- Engano seu! Ninguém fica alheio a tanta exuberância e, especialmente, a tanta graça. Tenho me desdobrado para manter você no meu departamento. Mas acho que cada esforço está valendo à pena. Eu queria que você tivesse ciência disso, e fosse grato a mim. – sentenciou.
- Bem! Eu nem sei o que dizer, mas muito obrigado pelo que quer que você esteja fazendo. – revidei. Eu queria levantar dali e sair por aquela maldita porta trancada, pois aquele papo não estava relacionado ao trabalho e, eu começava a ficar aflito com o rumo que ele estava tomando.
- Eu estou fazendo muito, pode ter certeza! Você sabe que existem muitas maneiras de se mostrar agradecido a alguém, não sabe? É disso que estou falando. E, é isso que estou esperando de você. – nesse momento ele tirou as mãos que estavam cruzadas a sua frente, e me exibiu uma ereção enorme que se delineava sob suas calças.
- Carlão, me desculpe, acho que esta conversa está ficando esquisita demais. – afirmei, querendo me levantar e, sendo imediatamente contido por ele.
- Fique sentado aí, ainda não terminamos! Você deve compreender que todo homem tem suas necessidades, e você poderia zelar com carinho pelas minhas, uma vez que eu também estou fazendo tanto por você. – as palavras dele começavam a ganhar um tom mais rude e seco.
- Você acabou de dizer que está satisfeito com o meu trabalho. Portanto, não vejo outras necessidades suas a serem supridas! – exclamei, também assumindo uma postura mais agressiva.
- Eu sei que você é bastante ingênuo, esse é um dos seus charmes! Mas, não se faça de tão desentendido. Você sabe muito bem que não estou falando de trabalho. Estou falando disso aqui. – retrucou ele, passando a mão sobre a sua jeba dura.
- Positivamente não temos mais o que conversar! Se você insistir nessa conversa vou me ver obrigado a tomar algumas providências. Mas, apelo para o seu bom senso, e esquecemos que um dia esta conversa existiu, tudo bem? – sentenciei decidido.
- Fique bem calminho aí! Acho que você não percebeu quem dita as regras por aqui. – ameaçou.
- Sei que você é o diretor, mas isso não lhe dá o direito de me abordar dessa maneira. – eu estava tremendo, não sei se de medo ou raiva.
- E isso aqui? Talvez isso o convença de que eu posso te abordar dessa maneira! – questionou, indo tirar um envelope de uma de suas gavetas e o colocando no meu colo.
- O que é isso? Não estou entendo. – perguntei.
- Abra! Além de muito lindo e tesudo, você também é muito fotogênico. Aposto que daria um modelo muito requisitado. – retrucou.
Minhas mãos tremiam quando tirei um bocado de fotografias do envelope. Nelas, o Marcelo e eu aparecíamos em nossas recentes férias num resort do litoral nordestino. Numa praia muito deserta o Marcelo estava com a mão dentro da minha sunga, bolinando minha bunda enquanto nos beijávamos sob um por do sol que tingia tudo com tons dourados. Em outra imagem caminhávamos, de mãos dadas, aos primeiros raios de sol, sobre uma areia muito fina e branca da praia que ficava a pouco mais de um quilômetro do resort. Cada fotografia que eu ia tirando da pilha mostrava momentos íntimos meus e do Marcelo. Até uma transa que foi antecedida por um boquete captado com extrema nitidez de detalhes aparecia numa sequência de fotografias tiradas em nosso apartamento do resort.
- Você é muito competente nisso também, como está aí registrado. Agora me diz se não é de tirar a gente do prumo. Sabe o que mais eu descobri? – ele me encarava com uma altivez e uma soberba que me intimidaram de vez. – Que você e aquele gerentezinho se casaram sem ter ao menos convidados os amigos! Não foi um pouco grosseiro da parte de vocês, não dividirem conosco essa paixão avassaladora? – a ironia dele me irritou.
- Isso não lhe diz respeito! Você mandou nos seguir? Isso é de uma sordidez sem tamanho. Podemos processá-lo por isso e pelo assédio que você está me fazendo. – eu estava disposto a enfrenta-lo.
- Não haja dessa maneira! Pense bem, eu e você podemos ter momentos incríveis. Tudo fica entre nós. Seu marido não precisa ficar sabendo de nada, a empresa não precisa ficar sabendo de nada. Todos ficamos felizes! Não é melhor assim? – ele não alterava a postura e nem seu tom de voz autoritário se esforçando para parecer brando.
- Jamais vou concordar com algo assim! Eu amo e respeito o Marcelo. Sei que ele vai me apoiar em tudo! – afirmei, ciente da força de nosso amor.
-Tolices! Basta eu fazer algumas insinuações e seu marido vai ficar com a pulga atrás da orelha. Nunca mais a relação de vocês será a mesma. E, para que estragar uma coisa que você acha tão bonita? Seja razoável e tudo vai ficar bem!
- Deixei-me sair! Nosso papo acaba aqui! – afirmei.
- Você tem seus pais para dar suporte caso perca esse emprego. Já o seu maridinho não tem tanta sorte. Ele depende desse trabalho. E, você bem sabe que eu posso tornar a vida profissional dele bastante complicada se a empresa decidir demiti-lo por justa causa. É até possível que ele consiga um empreguinho numa empresa modesta, mas a carreira dele pode sofrer um estrago difícil de reparar. – as ameaças iam sendo feitas sem nenhuma alteração de voz, e eu me sentia cada vez mais acuado.
Eu podia abrir mão do meu emprego e seguir no negócio da família, pois meu pai era dono de seis lojas de material de construção em diversas cidades do interior paulista e da capital. Mas a carreira do Marcelo tinha sido conquistada com muito esforço. Os pais dele tiveram que lutar muito para colocar o único filho na faculdade. Eu não podia destruir tudo isso. Fiquei tão perdido que comecei a chorar, diante da impotência na qual me vi aprisionado.
- Vejo que você já está tomando ciência da dimensão que sua recusa pode tomar. Isso é bom! Muito bom! Você vai perceber que concordar comigo vai ser o mais acertado. – eu não tinha me convencido disso, só que, no momento, não conseguia enxergar as coisas com clareza.
- E, o que você quer que eu faça para que nada prejudique o Marcelo? – um sorriso iluminou aquele rosto que, subitamente, passei a odiar.
- Você é um garoto tão doce! As fotografias não deixam dúvidas do quão meigo e carinhoso você sabe ser. Você também viu como me deixa quando sinto seu perfume pairando no ar, quando vejo esse rostinho lisinho e esses lábios tão vermelhos, brilhando a cada sorriso. Sabe que ao final de muitas reuniões, vendo você desempenhar tão graciosamente suas funções, meu caralho não conseguia ficar quieto? Quantas vezes não precisei deixar a sala de reuniões cobrindo o cacete duro feito uma rocha e ir bater uma punheta no banheiro para aliviar o estresse! – confessou. – Vamos passar as próximas três semanas bem juntinhos, eu tenho a certeza que serão dias maravilhosos, não acha? – emendou irônico.
- Eu estou pedindo a minha demissão a partir desse momento! – sentenciei, num último arremedo de coragem.
- Eu não vou aceita-la! Por um simples motivo, se você se demitir vou alegar que você está envolvido com o Marcelo, será justa causa para os dois e, como eu já disse, pode dizer adeus a carreira do seu maridinho. Estamos entendidos? – tornou a ameaçar. – Você estava indo tão bem, volte a ser aquele garotão delicioso que só dá prazer para a gente. Eu vou saber te recompensar muito bem. Você já sabe como sou generoso, não sabe? – acrescentou.
- Você é a pessoa mais vil e nojenta que eu conheço! – desabafei, secando meus olhos.
- Vou relevar suas palavras, pois sei que está sob o impacto de todas essas informações. Mas não vou abrir mão de um pequeno aperitivo do que serão os nossos próximos dias. Vamos lá, recompense meu cacete por tudo que já fiz por você! – exclamou, voltando a sentar-se na beirada da mesa e abrindo sua braguilha bem diante do meu rosto.
Continua...
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Comentários


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lordricharlen Comentou em 12/03/2017

Adorado à primeira parte principalmente, a parte do sexo, com o Marcelo, mas esse chefe dele e um filho da puta mesmo .

foto perfil usuario kzdopass48es

kzdopass48es Comentou em 06/03/2017

Adorei! Betto(o admirador do que é belo)

foto perfil usuario oscar31

oscar31 Comentou em 05/03/2017

Mesmo do conto ser longo gostei tem meu voto.




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Ficha do conto

Foto Perfil kherr
kherr

Nome do conto:
O preço do silêncio - Parte I

Codigo do conto:
97594

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
05/03/2017

Quant.de Votos:
8

Quant.de Fotos:
3