O preço do silêncio – Final
Continuação...
O Carlão pegou minha mão que estava apoiada sobre uma perna e a envolveu nas dele. Beijou-a com seus lábios gosmentos antes de coloca-la sobre o caralho, fazendo menção do quão macia ela era. Tirei de dentro da cueca uma rola muito grossa e cabeçuda. Não chegava a ser do tamanho avantajado do Marcelo, mas era uma rola respeitável. Parte da glande estava coberta pelo prepúcio, que ia se retraindo à medida que a jeba ia encorpando com o toque da minha mão. Ele puxou minha cabeça para mais perto da virilha pentelhuda dele, para que eu colocasse seu falo na boca. A proximidade me fez aspirar o cheiro peculiar de urina, pois o desgraçado tinha ido mijar há pouco e aquilo ainda estava impregnado sob o prepúcio. Como eu estava demorando a colocar o membro na boca, ele o pincelou pelo meu rosto. Ordenou que eu abrisse a boca e meteu a rola na minha garganta. A pica ficou tão dura que mais parecia o cabo de uma vassoura na minha goela. Tive engulhos, e ele me desencorajou do que chamou de frescura de viado inexperiente. Fiz força para me controlar, mas o pré-gozo enjoativo que se misturava a minha saliva me provocava náuseas. Mesmo assim comecei a chupar o cacetão molhado, circundei-o pela base com os meus dedos e, ao mesmo tempo em que chupava, ia socando uma punheta. Ele gemeu e mal conseguia ficar parado no lugar. Sempre apertando minha cabeça contra suas pernas, ele tentava fazer a rola entrar todinha na minha garganta. Senti quando a cabeçorra passou pelas cordas vocais e o ar começou a me faltar. Meu rosto ficou vermelho feito um pimentão e eu respirei freneticamente pelo nariz. O bruto fodeu minha garganta por uns cinco minutos antes de gozar. Eu não consegui engolir a porra na velocidade em que ele despejava os jatos na minha boca e, em pouco tempo aquele visgo esbranquiçado escorria pelo canto dos meus lábios. Ele me repreendeu, pois queria que eu engolisse todo seu sêmen. Suspendi a respiração até ter conseguido engolir toda a porra, como faz uma criança a quem se dá um remédio ruim e ela se vê obrigada a deglutir. Ele me fez levantar da cadeira e me abraçou. Ficou bolinando minha bunda enquanto me encarava como se aquilo fosse seu território e ele pudesse se aproveitar como bem desejasse. Isso também era sinal de sua dominação. Ele não queria apenas me humilhar abusando da minha bunda, mas deixar explícito que eu deveria me submeter aos seus caprichos. Pouco depois ele me beijou na boca e meteu a língua nela. Por cima dos ombros largos dele eu via o porta-retratos, sobre sua mesa, com o sorriso ingênuo de seus dois filhos me encarando. Senti as lágrimas quentes descendo pelo meu rosto, enquanto suas mãos apalpavam meus glúteos.
- Que cara é essa? Parece que viu um fantasma! Você está pálido! Não está se sentindo bem? – perguntou o Marcelo, assim que coloquei as chaves do carro sobre o aparador do hall, ao chegar em casa.
- Amo você mais do que tudo! – exclamei, me atirando em seus braços.
- Ei, ei, tudo isso é paixão ou saudade de mim? – perguntou, percebendo que algo estava errado comigo.
- É amor! O maior amor do mundo! – balbuciei, tentando disfarçar os olhos marejados.
- Está tudo bem? Eu também te amo muito, você sabe disso! – afirmou, me abraçando com mais força.
- É que eu viajo amanhã, e você sabe que eu sou uma manteiga derretida. Vou ficar com muitas saudades. – disse, para que ele não desconfiasse de nada.
- Hoje sou eu quem vai preparar o jantar para você. Bem! Quer dizer, eu vou terminar de esquentar o que comprei. Depois vou te embebedar com esse vinho aqui, dá só uma olhada, e a sobremesa vou servir na cama. Garanto que por uma semana você vai se lambuzar com o sabor dela. – anunciou contente.
- Você é o melhor homem do mundo, sabia? – sussurrei, temendo perder aquele amor que tanto me completava.
- Para mim só importa ser o melhor homem para você! Ser o seu macho é tudo que eu quero. – declarou, me beijando com ardor e desejo.
Não preguei o olho à noite toda. Pela minha cabeça só passava a conversa daquela tarde com o Carlão. Eu fiquei imaginando zilhões de possibilidades para me livrar de seu jugo, e não encontrei nenhuma saída que não prejudicasse o Marcelo. Ele dormia ao meu lado, sua respiração tranquila e aquela necessidade que ele tinha de sempre ter alguma parte de seu corpo encostado no meu me fizeram chorar novamente. A aurora ia despontando e, eu continuava sentado na cama, vendo os ponteiros do relógio rodando lentamente em seu caminho infinito. Tirei o braço do Marcelo de cima das minhas coxas e fui tomar uma ducha. Minha mala já estava pronta e eu só precisava colocar documentos, algum dinheiro e pequenos objetos na bagagem de mão, tinha tempo de sobra até que o motorista da empresa viesse me buscar para irmos ao aeroporto. O Marcelo acordou com o despertador. Me encontrou ainda nu sentado na cama.
- Hummm....acho que hoje vou perder a hora! Acordar com meu amorzinho todo cheiroso e peladinho me esperando, está me dando uma porção de maus pensamentos. – disse, me abraçando pelas costas e fungando no meu pescoço.
- Anda, vá tomar a sua ducha para não chegar atrasado! Tenho que ficar mais de onze horas sentado no avião, e ontem à noite você já fez um belo estrago no meu cuzinho! – protestei, embora não estivesse com o menor ânimo de sair daqueles braços músculos e quentes que me amparavam.
O Marcelo saiu para o trabalho antes de o motorista chegar. Nos despedimos com um beijo cheio de ternura e amor. Ele enxugou minhas lágrimas com os polegares dele, e voltou a me questionar se estava tudo bem comigo. Notei que ele saiu preocupando com todos aqueles meus choros das últimas horas, embora eu tivesse tentado tranquiliza-lo. Ao chegar no balcão da companhia aérea para fazer o check-in e despachar minha mala, o Carlão já me esperava recostado a um canto do balcão. Sorriu amavelmente na minha direção assim que me viu aproximando, como se a tarde de ontem não tivesse acontecido. Acomodados lado a lado nas poltronas da classe executiva, ele passou a mão na minha coxa enquanto o avião alçava voo. Faltou-me determinação para afastar aquela mão peluda da minha perna. Eu sabia que aquilo era só o começo de algo muito pior que estava por vir. Resignei-me mergulhando num silêncio sofrido.
Não me surpreendi nem um pouco quando constatei que nossos apartamentos no hotel eram contíguos, e de que havia uma porta de comunicação entre eles. Eu sabia que ela ia se abrir todas as noites, ele passaria por ela e viria me abordar. Eu ia satisfazer todas as taras daquele macho e, pela manhã, com os eflúvios dele encharcando minhas entranhas, eu teria que colocar um sorriso na cara e seguir para o trabalho como um respeitável e dedicado funcionário. Tive ganas de trucidar o Carlão. Cheguei até a ver a primeira página de um jornal local, com o corpo nu e sem vida estirado sobre a cama do hotel, sob a manchete, alto funcionário de uma multinacional é encontrado morto após evidentes sinais de ter participado de uma orgia sexual. Mergulhei numa tristeza profunda, pois não me via como um assassino.
Enquanto os dias transcorriam na mais perfeita ordem, tudo acontecendo conforme o planejado e o cliente cada vez mais satisfeito com nosso projeto, a noite não só o céu se cobria de um negrume lúgubre, como todo o meu ser. O Carlão abria a porta que comunicava nossos apartamentos e já se achegava nu, ou no máximo, usando uma cueca boxer cuja braguilha aberta deixava ver o denso chumaço de pentelhos. Na primeira noite, meu coração disparado quase saiu pela boca quando escutei a maçaneta girando e o ranger da porta se abrindo. O Carlão estava nu. Era um homem imenso com mais de um metro e noventa de altura. Sua envergadura devia ter outro tanto de comprimento. Era um macho peludo, daqueles que já deixavam de ser sensuais pela abundância. Era a primeira vez que eu o via assim como veio ao mundo. Entre suas coxas grossas pendia um sacão imenso, dava para distinguir as bolonas dentro dele. Sobre o sacão repousava o cacetão grosso que eu mamei na véspera. Ele me pareceu mais intimidador agora que nada atrapalhava uma visão mais solta. Era realmente um pouco menor do que o do Marcelo. O que eu mais desejei naquele instante era estar nos braços dele, seguro e protegido. Eu já estava de pijama, pois passava um pouco da meia noite. O Carlão se aproximou e agarrou minha bunda com uma de suas mãos. Apertou-me com força e despejou seu olhar predador sobre mim. Arriou a bermuda do pijama e se deliciou na minha pele lisinha e macia. Com o outro braço ao redor da minha cintura me puxou para junto dele. Seus lábios se juntaram aos meus, ele me beijou esfregando a boca na minha, que permanecia inerte. Senti o sabor dele invadindo minha boca, mas não senti tesão. Ele insistiu no beijo por um bom tempo. Achei que fosse me censurar por não estar correspondendo, mas percebi que isso pouco importava para ele. O Carlão foi me despindo aos poucos, admirava meu corpo, roçava com as costas dos dedos cada curva e cada detalhe que prendia sua atenção.
- Você é mesmo muito tesudo! Seu maridinho deve estar fazendo bom uso disso tudo, não é? – perguntou, cobiçando o alheio.
Ele mandou que eu me deixasse de bruços sobre a cama, abriu minhas pernas e começou a me inspecionar o cuzinho. Apartou minhas nádegas e meteu um dedo no meu cu. Um espasmo involuntário travou minha portinha aprisionando o dedo dele. Era obvio que ele ia perceber as marcas deixadas pelo Marcelo na nossa noite de despedida. Fez uma alusão ao fato, mas eu a ignorei. Minha atenção estava naquele dedo que me vilipendiava as pregas. Ele me virou de costas e colocou a pica na minha boca. Senti o gosto da urina que ainda estava nele. Mamei e lambi a rola como se estivesse cumprindo uma tarefa, mas ela ia enrijecendo sob o estímulo da minha boca aveludada. Ele me ajudou a manter a pica na boca, chegou até a estoca-la algumas vezes até a minha garganta. Logo percebi que ele não ia gozar na minha boca, a intenção dele era ejacular no meu cuzinho. Ele me puxou até a beirada da cama e apoiou minhas pernas sobre seus ombros. Forçou a cabeçorra contra a minha portinha que, de tão travada, não deixava passar um alfinete, isso o excitou ao ponto de eu perceber seus brios de macho sendo desafiados. A pica entrou entre intervalo de um espasmo e outro, bruta e voraz, rasgando minhas pregas e me fazendo gritar. Ele não me deu tempo de me acostumar a sua tora, quando outra estocada já fez escorregar mais um tanto daquele cacetão para dentro de mim. Eu gania e me debatia, mas ele prendia minhas ancas com tamanha força que eu não conseguia escapar. Lágrimas brotaram no canto dos meus olhos, não tanto pela dor, mas pela humilhação de ser forçado a me submeter àquele macho. O Carlão me fodia num ritmo cadenciado e constante, apelidando meu cuzinho de ‘minha xaninha’ enquanto suas bolonas batiam contra meu rego num slap-slap que ecoava pelo silêncio do apartamento.
- Nunca enfiei minha rola num buraquinho tão apertado! Para uma cadelinha gostosa como você, está xaninha ainda está bem justinha e macia! – exclamou, continuando a direcionar aquele caralhão veiúdo e duro para dentro das minhas entranhas.
De repente, percebi que meu pau estava enrijecendo e que meus peitinhos estavam rijos e salientes. Ele não demorou a perceber o mesmo. Abriu um sorriso sarcástico e, inclinando-se sobre mim, começou a torcer meus mamilos entre os dedos me fazendo gemer de dor. Depois, abocanhou um deles e começou a mastiga-lo com energia e tesão. Eu gania como uma verdadeira cadela, estimulando a depravação que ele me impingia. Aos poucos o ritmo das estocadas dele foi diminuindo, mas elas se tornaram mais agressivas e me penetravam mais profunda e dolorosamente. Senti aquele caralho engrossando no meu cu, o Carlão se retesou todo, seu corpo deu uma leve estremecida e um urro aflorou em sua boca, rouco e tosco, enquanto os jatos de porra enchiam minha ampola retal. Assim que terminou de gozar ele sacou o cacetão do meu cu, num único e abrupto golpe, me fazendo gritar quando a cabeçorra distendeu minhas pregas feridas.
- Tesão da porra! Nada melhor do que foder um cuzinho como esse! – rosnou, deixando as últimas gotas de porra caírem sobre a minha coxa. Fechei minhas pernas e me encolhi na minha própria vergonha, não por ter sido usado como uma puta qualquer, mas, principalmente, por ter ejaculado sobre a própria barriga.
Ele não me poupou um único dia sequer durante aquela viagem. Meu receio inicial se transformou em apatia. O Carlão, logo percebi, era pouco criativo na cama. Um típico cara casado, pai de família, que, ao lhe sobrevirem os desejos, procurava a mulher que sempre estava ali, à disposição, usava-a para se satisfazer e, depois de gozar, ou se virava na cama para o outro lado e dormia, ou sacava a rola da buceta dela, como fez comigo, num único e brusco golpe abandonando quem lhe serviu para fazer o que lhe apetecesse. Foi aí que eu vi como a minha vida com o Marcelo era ímpar. Ele se empenhava tanto quanto eu para me satisfazer. Um se dedicava ao outro com tanta vontade que nosso próprio gozo passava a depender do prazer do parceiro. O Marcelo só costumava tirar o caralhão do meu cu quando ele já estava bem flácido, isso quando não o deixava aconchegado no meu casulo anal, enquanto dormíamos abraçados em conchinha. Ficávamos horas conversando depois da transa, nos acariciando e nos beijando, curtindo cada segundo daquela paixão cultivada com muito amor. Éramos cumplices de um segredo, cumplices de um sentimento que só nos tornava seres humanos melhores.
Na sala de espera do aeroporto antes de tomarmos o avião de regresso, uma inquietação começou a me afligir. Aquele cacetão grosso do Carlão, que eu encarava naquele exato momento, pois ele estava sentado bem na minha frente com as pernas bem abertas, tinha deixado sua marca nas minhas preguinhas. Como explicar ao Marcelo que, depois de três semanas sem sentir sua rola no meu cu, aquelas preguinhas que ele conhecia tão bem podiam estar com vestígios de terem sido usadas recentemente? Também não podia inventar uma desculpa para não receber sua rola carente no cuzinho que ele, certamente, estava afoito para meter. Aquilo me atormentou durante todo o voo.
- Ensaiando uma desculpa para o maridinho não perceber que outro macho andou bolinando seu cuzinho? – indagou o Carlão, num sussurro, parecendo ler meus pensamentos, e que um comissário de bordo ouviu encarando-me depois como se eu fosse um crápula.
- Você é desprezível! – devolvi num rosnado.
- Foi uma bela lua-de-mel, não foi? De agora em diante, vamos ter outras. Em breve você estará tão carinhoso comigo como deve ser com seu machinho. – disse, divertindo-se com o meu embaraço pelo comissário de bordo estar espichando os ouvidos para aquela conversa picante e íntima.
Quase chorei diante da carinha frustrada do Marcelo quando ele se resignou com a minha desculpa de um mal estar que surgiu antes mesmo de eu embarcar. Que ser miserável e abjeto eu tinha me tornado? Negar meu amor ao homem que me protegia e me amava acima de tudo, só para esconder os vestígios do meu pecado. Abracei-o com tanta força quando ele se deitou no meu colo e o cobri com meus beijos mais puros, acariciando seus cabelos até ele adormecer. O que estava me matando era o remorso. Nem a justificativa de que eu estava me submetendo a tudo aquilo para protegê-lo, me trazia algum alento.
Eu passei a ir para a empresa com a mesma disposição que teria para ir ao cadafalso. O Marcelo me questionou a respeito algumas vezes, eu sempre alegava uma desculpa qualquer. Os colegas do departamento também notaram a súbita mudança no meu entusiasmo pelo trabalho. O único que ignorava qualquer sinal de que as coisas não iam bem era o Carlão. Sua desfaçatez chegou ao ponto de ele me chamar á sua sala unicamente para que eu lhe fizesse um boquete durante o expediente. Numa ocasião se empolgou tanto que quase me fodeu ali mesmo, não fosse uma interrupção urgente e necessária de sua secretária que, sem o saber, tinha me livrado de uma enrabada em pleno trabalho. Os sinais da minha tristeza começaram a deixar as pessoas mais próximas preocupadas. Não era raro eu me ver dando explicações esdruxulas aos questionamentos que me faziam. Uma forte depressão se instalou mais rapidamente do que eu podia supor. O Marcelo andava tão agoniando quando eu. Nada o convencia de que eu estava seriamente doente, e ele insistia para que eu procurasse um especialista atrás do outro. Aquele homem me amava e o que eu estava fazendo com ele? Toda vez que via sua aflição naqueles olhos mansos e zelosos eu caía em prantos.
- Acabo de saber que o Marcelo vai passar três dias em Nova Iorque naquele curso de gestão, o diretor dele acaba de me confirmar. – disse o Carlão, en passant, enquanto eu estava na pausa do café, e ele me requisitou que o acompanhasse até sua sala. – Você vai ser meu na cama em que teu macho te enraba! Passo na sua casa assim que terminar o expediente, nos encontramos lá! – ordenou.
- Por favor, seja razoável. Não me obrigue a uma coisa dessas. – implorei, sem que isso o demovesse.
O Carlão só me largou no meio da madrugada quando viu que as gotas de sangue que pingavam das minhas pregas arregaçadas mancharam os lençóis. Ele lavou a pica na pia do banheiro da suíte, vestiu as roupas e bateu a porta da frente ao sair. Eu me contorcia com a pelve toda dilacerada num choro convulsivo e desesperado. Aquilo precisava ter um fim.
A esposa do Carlão veio pessoalmente ao escritório para me trazer um convite, muito singelo, impresso em papel refinado, para o seu aniversário. Eu só a tinha visto rapidamente durante uma festa de confraternização de final de ano. Era uma mulher de traços simples, mas via-se que tinha um bom nível intelectual e, certa finesse no modo de agir. Acima de tudo era simpática.
- O Carlão me fala tanto das suas qualidades que eu resolvi te incluir no rol dos nossos amigos mais íntimos, a começar por essa festa. Só não quero que se preocupe com presentes! Meu melhor presente será a sua presença. – disse ela, na ignorância de uma mulher traída. Se ela soubesse do que aquele seu marido perfeito era capaz, não estaria sendo tão gentil.
- Estou lisonjeado com seu convite. Muito obrigado! Mas vejo que a data coincide com um compromisso que já tenho agendado. – disse educadamente.
- Estou certo de que o Bruno vai conseguir conciliar os compromissos querida. Ele é meu braço direito aqui na empresa e o único capaz de entender todas as minhas necessidades. Não é assim, Bruno? – naquele momento tive vontade de jogar tudo para o alto e dizer àquela infeliz quem era seu marido e, que tipo de necessidades dele eu supria, mas a suavidade com que ela tinha insistido na minha presença, me desarmou por completo. Ademais um escândalo no escritório era tudo que não podia acontecer. Mais uma vez me calei, mais uma vez ele me lançou aquele olhar triunfante.
Pouco depois do aniversário dela, ao qual acabei não comparecendo e, por conta disso, tive que aguentar um imenso vibrador no meu cu enquanto eu chupava e lambia as bolonas do Carlão, ele me levou à sua casa pouco depois do horário do almoço. O mesmo fetiche que o instigou a me foder na cama que eu partilhava com o Marcelo, o levou a me enrabar no leito conjugal que partilhava com a esposa. Eu gania debaixo daquele corpo pesado enquanto ele fodia meu cuzinho submisso. Um pérfido devasso que perdera a noção da moral.
O Marcelo estranhou a minha ausência do escritório a tarde toda, bem como o fato de chegar àquela hora em que acabara de entrar enquanto ele me aguardava com ar preocupado estirado sobre o sofá.
- Onde você esteve? Te procurei a tarde toda e ninguém soube me dizer onde você estava. Por que não me ligou dizendo que chegaria mais tarde? Estou te esperando há horas. – desta vez o tom de sua voz não tinha nada de compreensivo e carinhoso. Foi a primeira vez em que ele se dirigiu a mim com tanta aspereza.
- Precisei encontrar um cliente com urgência e não tive tempo de te avisar. – justifiquei, reacendendo aquele remorso que me aniquilava.
- E esse cliente era tão interessante que você ficou dando atenção a ele até essas horas? – era evidente que ele não acreditou em mim, e isso me magoou muito, pois eu estava dando todos os motivos para isso.
- Enfrentei um engarrafamento enorme Marcelo. Estou exausto e só quero cair na cama. Por favor, não brigue comigo. – implorei, com as lágrimas caindo pelo rosto.
- Você sabe que eu não gosto de brigar com você, mas você está muito diferente de uns tempos para cá. Se você tem outro cara na sua vida, me fale. Vamos resolver isso de uma vez. – ele me acompanhou até o quarto e assistiu eu me despindo para entrar na ducha.
- Não diga uma bobagem dessas! Eu nunca vou ter outro homem que não você. Eu te amo Marcelo, entenda isso! – assegurei, com as forças que ainda me restavam para levar aquela história adiante.
- Então me diga o que significa isso, se você não tem outro cara? Qual é a mentira que você vai inventar agora para me justificar isso aqui? – berrou ele, no mesmo instante que em enfiava a mão no meu rego e um dedo no meu cu arregaçado, me fazendo gemer de dor. Quando tirei a cueca não vi que havia uma mancha de sangue nela e que minhas pregas ainda sangravam um pouco.
- Eu não aguento mais! Eu não aguento mais! – exclamei, caindo num choro desesperado.
O Marcelo fez as malas e me deixou naquela mesma noite. A paciência dele tinha chegado ao limite. Nem meus apelos para que ele acreditasse em mim, que tudo o que estava acontecendo era para protegê-lo, serviram para alguma coisa. Ele voltou a almoçar com os colegas do departamento dele e não respondia às minhas mensagens, nem atendia o celular quando identificava minha chamada. Depois de quatro semanas desisti de insistir. Aquele vazio enorme que eu sentia no peito me deu a dimensão do espaço e da importância que ele tinha assumido na minha vida. Pensei que não conseguiria sobreviver sem tê-lo ao meu lado. Uma tristeza profunda se abateu sobre mim. Cada canto do apartamento me pareceu mais sombrio e vazio. A todo o momento, eu tinha a impressão de que ele ia entrar pela porta, largar as coisas dele pelo caminho como era seu costume, só para que eu ralhasse do desleixo dele e, ele pudesse vir me calar com um de seus beijos safados e uma bolinada ou uma encoxada na minha bunda. Mas, os dias se passavam e a porta não se abria. Ele não voltava. Tudo que me fazia sentir sua presença não estava mais lá. Eu estava só como nunca antes estive.
A maior tortura era seguir para o trabalho todas as manhãs. Eu me sentia como se estivesse caminhando para o cadafalso, onde um carrasco, travestido de meu chefe, me esperava, não para me executar, o que seria até um alívio, mas para me martirizar com sua voracidade sexual e seu caralhão insaciável. Os colegas de trabalho não demoraram a perceber a súbita transformação ocorrida comigo. Aquela pessoa jovial, com um sorriso sempre estampado nos lábios, disposto a encarar qualquer novo desafio e qualquer novo cliente cheio de exigências, que levantava o moral dos que achavam que não iam dar conta de algum problema mais sério, tinha desaparecido por completo. Embora o mesmo corpo sensual e desejado estivesse sentado em seu módulo, quem o habitava havia desaparecido. O que se via era uma pessoa amargurada por algum conflito interno desconhecido por todos, mas que visivelmente estava aniquilando aquele antigo Bruno. A simples menção do nome do chefe fazia as feições desse novo Bruno se contraírem e a aflição se instalar nelas. Os mais chegados vieram me questionar sobre essa repentina transformação, chegaram a suspeitar de alguma doença grave, no entanto, se davam por satisfeitos quando eu inventava uma desculpa qualquer.
Foi durante esse estado de ânimo doentio que eu reparei numa das secretárias do setor. Numa tarde, enquanto eu levantava alguns dados no computador dentro do meu módulo, a presença dela no lado oposto da sala me chamou a atenção. Sobre a meia divisória do módulo eu podia ver no rosto dela uma semelhança com os conflitos que me atormentavam. Parecia que eu estava me vendo num espelho. As mesmas linhas sulcadas na testa, os cantos da boca arqueados para baixo, os olhos fundos com uma expressão de dor que não podia ser verbalizada, estavam presentes naquela face agoniada. Discretamente procurei saber se ela estava com algum problema e se podia lhe ser útil em alguma coisa, embora soubesse que nem a mim mesmo eu estava conseguindo ajudar. Ela se esquivou e adotou a mesma postura que eu adotava quando vinham me interpelar. Nesse momento, passou pela minha mente que ela também podia estar sendo molestada. O que me fez chegar a esta conclusão, foi o fato dela ser mãe solteira, com um filho em idade pré-escolar, cujos pais já com certa idade moravam no interior e ela se encontrar praticamente sozinha em São Paulo, sem pelo menos alguém que pudesse zelar por ela e pelo filho. Portanto, uma vítima potencialmente fácil de ser conduzida por algum malfeitor inescrupuloso. Não parei de observá-la. Desde aquele momento, seguia-a com o olhar, quando possível acompanhava seu deslocamento pelo departamento e por toda a empresa, redobrei minha atenção quando ela entrava na sala do Carlão, só para conferir a sua expressão quando ela saia. Não deu outra, em poucas semanas a charada estava decifrada. Ela também estava na mira do Carlão e, provavelmente, sendo tão molestada quanto eu. Eu não tinha um chefe doente, um tarado pervertido, eu era chefiado por um criminoso que precisava ser detido. Todos os meus esforços, a partir dali, foram no sentido de descobrir uma maneira de parar com esse criminoso.
- Minha esposa está fazendo um cruzeiro com os pais para o sul do continente. Resolvi te dar essa notícia logo cedo, pois sabia que você ia gostar. Você sabe muito bem o que isso significa, não sabe? Que teremos todas as noites das próximas duas semanas só para nós. Chego a sentir os culhões cheios e, dá só uma olhada para isso aqui. Ele está todo preparado esperando seus agrados. – disse o Carlão, mal eu tinha chegado ao escritório, me apontando seu cacete duro debaixo das calças.
- Estou inscrito naquele curso cujo prospecto você me apresentou, aconselhando que eu o fizesse. O curso só termina no final do mês e eu saio daqui diretamente para lá. – argumentei, tentando me livrar de sua gana perversa.
- Eu quero que o curso se foda! Outra oportunidade dessas não vai aparecer tão cedo, e meu caralho se acostumou aos teus afagos, viciei. Quero você o tempo todo, chego a melar a cueca pensando nesses lábios suculentos mamando minha pica e tomando meu leite. Você não vai querer que aquele panaca seja demitido, não é? Então trate de ser bem bonzinho e, não me conteste! Que esta seja a última vez que isso acontece. Minha paciência com frescurites de viado tem limite, e você já o alcançou com esse seu mau humor eterno, de uns tempos para cá. – retrucou ele, me encarando enquanto manipulava a jeba.
- Não estou te contestando! Apenas quis lembra-lo do meu compromisso. – revidei, embora fosse exatamente o que eu queria. Eu queria fazê-lo perder a compostura dentro do escritório, diante de testemunhas, para poder desmascará-lo. Mas, o cretino não era um sujeito ingênuo.
- Eu acabei de dizer para você não me contestar e foi isso que você acabou de fazer. Eu não te convidei para ser enrabado, nem sugeri que você viesse dormir comigo na cama da minha mulher, eu mandei. – sentenciou. – Por ter me desafiado, ponha-se de joelhos e chupe isso aqui! Com a boca ocupada no meu caralho não dá tempo de você ficar de trelelê.
Ele tirou a pica de dentro da calça já babando. Um fio viscoso escorria da cabeça da rola quando fechei meus lábios ao redor dela. Ele grunhiu ao sentir meu toque quente e macio. A jeba terminou de endurecer na minha boca e eu a chupava enquanto ele me fodia a garganta. Eu chegava a ficar sem respiração quando ele apertava minha cabeça dentro da virilha pentelhuda dele. O macho estava tão excitado que não demorou nem cinco minutos para gozar na minha boca. Enquanto engolia aquela porra morna e pegajosa a imagem do Marcelo não saía da minha cabeça. Era o semên dele que eu queria engolir. Aquela porra cremosa, esbranquiçada e opalina, alguns dias mais salgada e adstringente, noutras mais doce e amendoada que jorrava do cacetão poderoso do Marcelo como uma dádiva que ele me entregava pelos meus carinhos e meu amor por ele. E, não esta porra que eu deglutia como se estivesse ingerindo um veneno, um castigo que aquele macho me impunha só para satisfazer seus instintos. Eu estava terminando de lamber e limpar a pica dele quando bateram na porta do escritório. Meu rosto afogueado, ainda molhado pelas lágrimas que derramei, tinha a expressão complacente da submissão.
- Que maricagem é essa ultimamente de ficar se debulhando em lágrimas, toda vez que estamos juntos? Você não fazia isso antes e, aposto que também não ficava choramingando quando teu macho te exigia. Enxugue isso da cara e coloque um sorriso nela! – ordenou ele.
Quem trazia uma papelada para o Carlão assinar era a secretária do olhar acabrunhado. Ao nos cruzarmos próximos da porta, ela me encarou e, eu tive a impressão de que ela sacou o que tinha se passado dentro daquela sala, mesmo porque, o cheiro de porra ainda se espalhava pelo ar. Foi como se ela soubesse exatamente a cena protagonizada ali dentro, a mesma da qual ela também havia participado muitas vezes. Desde então, embora nenhum de nós tenha dito nada, pareceu que partilhávamos do mesmo segredo, da mesma angústia, da mesma dor, e ficamos amigos. Talvez a mesma escora, o mesmo ombro amigo que eu procurava, ela também estivesse procurando. Acabamos por encontrar isso um no outro.
Naquela mesma noite eu fui vilipendiado e fodido pelo Carlão no leito conjugal que ele partilhava com a mulher. Ele foi bruto e exigente. Nada parecia satisfazer sua tara, embora eu me subjugasse e cumprisse a risca todos os seus desmandos. Amanheci com o cu arregaçado e dolorido, depois de levar rola quase que ininterruptamente a noite e madrugada toda. Ele chegou a adormecer deitado sobre mim com a pica atolada nas minhas entranhas. Eu gani, gemi e suspirei o tempo todo para deleite dele e de suas fantasias. Quase não consegui andar no dia seguinte. Precisei passar por uma drogaria a caminho do trabalho para comprar absorventes e coloca-los dentro da cueca, pois meu cuzinho expelia o esperma liquefeito daquele macho e, minhas preguinhas derramavam o plasma das feridas abertas. Por ironia do destino, naquela manhã cruzei com o Marcelo no corredor de um dos edifícios da empresa. Tive vontade de me atirar em seus braços e suplicar sua ajuda e seu perdão. Ele identificou aquele caminhar tortuoso e cambaleante. Sabia o que aquilo significava. Tinha me deixado assim algumas vezes, quando parecia que nossos corpos não queriam mais se separar. Quando ele se excedia nos folguedos amorosos, e deixava meu corpo marcado por sua luxúria desmedida.
- Oi! – seu tom de voz era seco, mas não havia rancor nele.
- Oi! – devolvi, num sussurro tão fraco quando o piar de um passarinho.
- Acho que o tempo que ficamos juntos me dá o direito de dizer o que vou falar. Você está horrível, o que aconteceu? Toda vez que você caminhava desse jeito sempre tinha um sorriso de orelha a orelha na sua cara. O que foi que aconteceu agora, para que você esteja com essa cara enquanto entre as pernas ainda se perceba as marcas da ... – ele não conseguiu completar a frase, passou os dedos entre a cabeleira e dava para sentir o quanto aquilo o machucava.
- Você pode me dizer o que quiser e quando quiser, só você tem esse direito. Eu estou bem, não se preocupe! E você, como está? Sinto sua falta. – quase comecei a chorar ali mesmo no meio do corredor.
- Vou indo! Você nunca mentia para mim, por que começou a fazer isso agora? – questionou ele. – Não é preciso ninguém me dizer se você está bem, nem mesmo você, eu sei quando não está, como agora. – emendou.
- Está tudo bem, sim. Você está tomando seu café pela manhã, ou abandonou o hábito outra vez, por preguiça de levar dez minutos mais cedo? – perguntei, pois esse tinha sido um de seus hábitos que o fez sofrer de uma azia que o atormentou durante anos e, que o simples fato de tomar um café equilibrado pela manhã, que eu lhe preparava, curou em poucos meses morando juntos.
- Não tenho estímulo para sentar e tomar café sozinho, você sabe disso! – exclamou.
- Mas deveria! Não seja relapso consigo mesmo, logo, logo vai estar se queixando do estomago. – eu não estava acreditando que estávamos tendo esse tipo de conversa dentro da empresa, enquanto eu ainda sentia a umidade do Carlão dentro de mim e, tudo que eu queria era que aquele homem diante de mim não padecesse de nada.
- Estranho você se preocupar com esse detalhe se não se preocupou com nosso amor! – disse ele.
- Nosso amor e, você é tudo com o que mais me preocupo. Nunca duvide disso! – emendei, enxugando a primeira lágrima.
- Então me explique o que está acontecendo, pois eu não estou entendendo nada! Eu sei que nesse exato instante seu cuzinho está cheio de porra de algum macho, e você me diz que está preocupado como e com o nosso amor. Onde está a lógica disso? Me explique! – ele estava agoniado e furioso ao mesmo tempo.
- Eu não sei como explicar isso! Até sei, mas não sem que você saia prejudicado. – desabafei, achando que já tinha falado demais.
- Eu me prejudicar? Se tudo que me importa é cuidar de você, proteger você! Enquanto me deixa de fora da sua vida, outro cara está fazendo isso. Como você acha que eu me sinto vendo você nesse estado e eu porto de escanteio? – ele começou a elevar o tom da voz e eu me inquietei procurando ver se alguém estava nos vendo.
- Por favor, Marcelo, aqui não. – implorei.
- Lamento não contar com a sua confiança! Que amor pode ser esse que não é capaz de confiar? – perguntou, tentando se acalmar. – Só posso te desejar boa sorte! – acrescentou, afastando-se revoltado.
- Parabéns! Soube engambelar o trouxa direitinho! E é por esse babaca que você se apaixonou? Ele nem sabe perceber que é corno! – disse o Carlão, surgindo detrás de um ressalto de uma coluna, enquanto batia palmas e se aproximava de mim triunfante.
- O Marcelo não é um corno! Muito menos trouxa! Ele é um homem digno, coisa que você não sabe o que significa e que nunca vai conseguir ser. – exclamei irritado.
- É louvável seu esforço para manter o empreguinho dele. Esse cara não chega aos meus pés, muito menos ao meu posto, você deveria saber disso. E, se fosse esperto, aceitaria minha proposta de mantermos um caso. Tenho muito mais a te oferecer! – gabou-se, cheio de presunção.
- Houve um tempo em que eu te respeitava. Nunca cheguei a te admirar, ou achar que você pudesse servir de exemplo para minha carreira, mas respeito eu tinha. Você conseguiu acabar com tudo. Hoje nem minha atenção você tem. Quem será o grande babaca dessa história, o Marcelo ou você? – perguntei, num arroubo de ousadia.
- Você não passa de uma bichinha que precisa de um macho para se orientar! Em troca de proteção e segurança, precisa deixar que te arregacem as pregas do cu. A tua sorte é que têm uma porção de machos querendo ocupar esse posto, dada a sua beleza e seu charme. No dia em que esse cu virar um monte de pelanca, você vai suplicar por uma pica suculenta feito a minha. – revidou sarcástico.
- Nunca precisei de homem para me dar àquilo que eu mesmo sou capaz de conseguir pelo meu esforço! Preciso sim, de um companheiro, de um parceiro, de um cúmplice que queira dividir comigo todo o amor e carinho que tenho para oferecer, em troca de nada mais que um convívio sadio. E você, torça para que essa pica continue a ficar em pé, pois no dia em que ela for incapaz de empinar, você será o corno que acha que o Marcelo é. Um corno de papel passado, que vai apresentar a esposa sorridente e os filhos crescidos para os machos que provavelmente estarão se rindo da sua cara. – proclamei exasperado. O bofetão quase me jogou no chão, fortuitamente foi presenciado por dois gerentes do departamento de TI, que se apressaram a apartar e esfriar os ânimos. Apesar da dor, que menos ardia no rosto do que aquela que me perfurava o peito, eu agora tinha duas testemunhas isentas. Esse era o início da minha vingança e da minha libertação.
O Carlão ficou me esperando naquela noite em sua casa, achando que além de me enrabar, ia à desforra da afronta daquela manhã na empresa. Eu via a tela do meu celular se iluminando com a insistência de suas ligações e, cheio de determinação, tomei a resolução de não ir a casa dele, me submeter ao seu jugo cruel, fossem quais fossem as consequências da minha insubordinação.
- Fiquei te esperando até tarde. Você sabe que preciso de você. Ele está numa penúria só, é muita perversidade sua deixa-lo assim! – exclamou, ao descermos dos carros no estacionamento da empresa no dia seguinte, enquanto acariciava a benga. Não havia nenhum traço da truculência com a qual tinha me tratado no dia anterior.
- Fui ao curso, era um dia importante para eu estar presente. Depois fui para casa, tenho pendências a resolver. – justifiquei, me aborrecendo por estar sendo tão franco.
- Quando termina esse bendito curso? Você vai abrir uma brecha na sua agenda para mim, não vai? Estou louco para entrar nesse cuzinho. – disse, apalpando minha bunda enquanto ainda estávamos encobertos da visão alheia, pelos carros perfilados nas vagas.
- Você sabe que tenho compromissos. Não estou a sua disposição fora do expediente! – retruquei, já sem paciência.
- Na empresa é muito arriscado! Podemos ser flagrados. Você não gostaria de ser pego de calças arriadas com o meu cacete atolado no seu cu, gostaria? – ele continuava risonho e faceiro.
- Não tenho por que ser flagrado se não estiver fazendo nada de comprometedor. – devolvi, de cara fechada.
- Você leva tudo a ferro e fogo! Seja mais maleável! Você gosta de uma pica, eu de um cuzinho, temos tudo para viver momentos felizes e cheios de prazer, para que fazer disso um drama? – questionou.
- A sua cara de pau me deixa perplexo! – revidei.
- Seu macho te largou. Portanto, é natural que você sinta falta de uma rola e de um macho que te dê prazer. Eu estou aqui disposto a satisfazer todos os seus desejos e os seus caprichos, eu já te disse isso inúmeras vezes. Podemos ser amantes a vida toda, eu sou apaixonado por esse seu jeitinho impetuoso e por sua braveza. Enfezadinho você me deixa com mais tesão. – não me restava mais nenhuma dúvida de que sua personalidade era patológica.
Antes do almoço, formou-se um burburinho na porta dos banheiros femininos. Inicialmente, havia o corre-corre de algumas secretárias, perambulando feito galinhas assustadas no corredor que levava até os banheiros. Logo alguns funcionários enfiaram a cara pelas portas do corredor para ver o que estava acontecendo. Instantes depois, uma das secretárias voltou ao departamento aos gritos, pedindo por socorro. A secretária de rosto acabrunhado estava tendo um aborto espontâneo numa das cabines das toaletes. A emergência foi chamada as pressas e duas enfermeiras da própria empresa tinham vindo do ambulatório acudir a mulher em estado de choque. Enquanto se esvaia em sangue, ela dizia coisas desconexas, mas ninguém deixou de ouvir quando ela mencionou que tinha apanhado do Carlão na noite anterior, enquanto ele a estuprava na cama da mulher. Nem quando ela, aos soluços, disse que o que escorria por suas pernas era a desgraça que ele havia implantado nela. Enquanto o escândalo se esparramava feito rastilho de pólvora por toda a empresa, o Carlão não podia ser encontrado nem no celular. Assombrados com o que tinham ouvido, alguns diretores fizeram uma reunião relâmpago e acionaram o departamento jurídico. Dois dias depois, a secretária em licença repouso, declarava em sua casa para o chefe do jurídico e outro advogado da empresa, o assédio que ela vinha sofrendo há mais de dois anos. Nas declarações dela surgiu o meu nome. Por sugestão dela, aconselhou que eu também fosse ouvido por eles. A princípio, acharam que eu talvez também pudesse estar a assediando, mas depois de nossa conversa, ficaram abismados com o monstro que chefiava o departamento de projetos. A demissão sumária e por justa causa aconteceu naquela mesma semana, mesmo o Carlão não tendo mais aparecido na empresa. Por instrução do jurídico, a secretária e eu abrimos um inquérito policial que correu em segredo de justiça. Mesmo minha condição tendo vindo à tona, não me furtei a levar o caso adiante. Foram apenas os dois advogados do jurídico que ficaram sabendo do meu caso, e como o Marcelo e eu estávamos separados, não acharam que fosse relevante mencionar nosso relacionamento e, muito menos, impedir que continuássemos trabalhando na empresa. Durante pouco mais de três meses o departamento ficou acéfalo. Como eu havia sempre me mostrado muito habilidoso na liderança das equipes durante os projetos, o convite para assumir a chefia veio como uma grata surpresa num final de tarde de uma sexta-feira que antecedia a minha saída para gozo de férias.
- Queremos que avalie nossa proposta. Ela pode ser um pouco flexibilizada se você aceitar. Pense durante as suas férias e nos dê sua resposta um dia antes de seu retorno. Queremos fazer o comunicado ao departamento antes de seu regresso oficial como novo chefe do departamento. – disseram o presidente e o vice-presidente, quando me convocaram para a sala da presidência.
- Fico lisonjeado com a proposta e prometo avalia-la com o maior carinho. – respondi, embora no meu íntimo a decisão já estivesse tomada. Eu gostava do meu trabalho, ele me realizava em parte, aquela pequena parte que não dependia do Marcelo. Pois eu só me via plenamente realizado dentro do nosso amor.
Havia tempos que meus pais e eu planejávamos uma viagem juntos. Eles insistiam nela desde que eu saí da faculdade, mas a sequencia de compromissos e novas atribuições sempre postergavam esse sonho. Eu resolvi me dar de presente a eles por um mês inteiro. Partimos para o sul da França para pegar o final do verão, que por aquelas plagas ainda estava agitado e cheio de turistas do mundo inteiro. De regresso de um passeio de barco que durara quase o dia todo, meus pais e eu resolvemos nos sentar sob a sombra das árvores de um restaurante na Plage de Cavalière, em Le Lavandou, para tomar uma taça de vinho branco gelado e contemplar o ir e vir das embarcações, no final da tarde, antes de rumarmos para o hotel.
- Tenho duas coisas para contar a vocês. – disse, inspirado pela tranquilidade daquele por do sol e da brisa morna que varria o boulevard onde estávamos. Minha mãe foi a primeira a fixar sua atenção em mim. Meu pai terminou de deglutir o gole de vinho que estava em sua boca e se virou na minha direção. – No último dia de trabalho antes das férias fui convidado a assumir a chefia do departamento. Vou virar diretor com menos de dois anos na empresa. Dizem que é a primeira vez que isso acontece. – comuniquei, vendo o brilho nos olhos deles se acenderem junto com as primeiras luminárias da rua.
- Fico muito orgulhoso do seu sucesso, filho! Nunca tive dúvida de que você seria recompensado pelo seu esforço. Mesmo que não tenha se engajado nos nossos negócios como seus irmãos. – sentenciou meu pai, com aquele seu jeito ponderado de conduzir uma conversa.
- Que felicidade, Bruno! – exclamou minha mãe, já me tascando um beijo nas bochechas assim que conseguiu me agarrar.
- Eu já expliquei meus motivos, pai, para não ficar atrelado ao que você construiu. Não que eu não dê valor ao que você fez, mas eu queria seguir meu próprio caminho. Depois, você já tem ajuda demais por lá. – afirmei, pois esse assunto sempre voltava às conversas quando se falava sobre os negócios da família.
- Eu sei, Bruno! Mas eu tenho essa mania de querer vocês por perto. – penitenciou-se meu pai.
- Queremos facilitar as coisas para você e seus irmãos. Nós sabemos como é duro começar, por isso queríamos poupar vocês desses problemas. – acrescentou minha mãe, com aquele seu tom sempre conciliador.
- Eu sou muito grato por tudo que vocês sempre fizeram por nós, juro pai, mãe! – exclamei, pegando nas mãos deles. Em ambos surgiu um sorriso resignado, mas era um sorriso de felicidade, e eu soube que eles me compreendiam.
- Bem! São duas coisas você disse. Antes que sua mãe comece a chorar diante deste belo entardecer às margens do Mediterrâneo, acho bom você contar qual é a outra novidade. – sentenciou meu pai, ele mesmo começando a ficar comovido, com aquela rara oportunidade de estarmos juntos num lugar tão maravilhoso.
- A outra coisa é .... Vocês sabem o Marcelo, não é? – eu não encontrava as palavras, e os olhares deles presos em mim me deixavam mais confuso. – O Marcelo, aquele colega lá da empresa. Lembram que eu o levei naquele almoço de aniversário do Felipe. – formar cada uma das frases estava sendo mais difícil do que eu tinha ensaiado.
- Sim, aquele rapaz simpático que passou o final de semana lá em casa! O que tem ele? – era a curiosidade da minha mãe querendo saber de tudo de uma vez.
- Sim, é esse Marcelo. Eu ... ele e eu, ... nós nos casamos no cartório, com certidão e tudo. Eu e ele nos amamos. – finalmente as palavras saíram. Meu pai tinha os olhos arregalados quando tive coragem de encará-lo, e minha mãe parecia ter virado uma estátua.
- Como assim casados? – a pergunta da minha mãe foi retórica, pois em sua mente tudo estava claro como água.
- Eu me apaixonei por ele, e nós casamos! – declarei. Aquele silêncio do meu pai começava a me assustar.
- Por que você fez isso sem nos avisar? – perguntou meu pai, quebrando aquele silêncio. – Se é uma coisa importante na sua vida, por que nos deixou de fora? Acha que não somos dignos de saber que você tomou uma atitude tão importante? – eu jamais esperei essa reação dele.
- Não Pai! Claro que vocês são dignos de tudo que me diz respeito. Eu amo vocês e tenho orgulho dos pais maravilhosos que vocês são. Eu só achei que vocês iam se decepcionar por eu não ser igual aos meus irmãos. Achei que vocês iam se sentir ofendidos se eu os obrigasse a participar da união de dois homens. Ninguém quer isso para o próprio filho, não é assim? – eu procurava justificar meu erro com o preconceito da sociedade, que talvez ainda não tivesse saído completamente de mim mesmo.
- Você acha que eu nunca reparei como os teus amigos dos tempos do colégio, ou os garotos olhavam para você? Acha que eu nunca notei os olhares cheios de cobiça dos homens em cima do seu corpo? Eu sei que você nunca fez nada para que eles agissem assim. Mas, a realidade, é que eles te desejavam. Não foi fácil admitir isso! Mas nós sempre soubemos o filho que tínhamos em casa. No entanto, nosso amor por você nunca foi diferente por conta disso. – eu ouvia meu pai com os olhos marejados.
- Eu sei, pai! Eu sei o quanto vocês me amam. – respondi, engolindo o choro.
- Se a sua felicidade está ao lado do Marcelo, é assim que queremos vê-lo! – acrescentou.
- Você não faz ideia de quantas vezes eu precisei segurar o ímpeto do seu pai quando um garoto ou um homem ficava te cobiçando. Ele queria acabar com eles como se isso fosse tornar você diferente. – confessou minha mãe, entre lágrimas.
- Eu queria poupar vocês de qualquer constrangimento, não queria expô-los à opinião dos outros. – declarei.
- E acabou nos deixando de lado quando deu talvez, o passo mais importante da sua vida! – disse meu pai, ressentido com minha atitude. Aquilo me arrasou.
- Não foi essa a minha intenção, pai, mãe! Perdoem-me por não ter ido procurar vocês e explicar tudo o que estava acontecendo. – me penitenciei.
- E por que ele não está aqui agora, com você? Ou vocês iam continuar escondendo isso da gente? – perguntou minha mãe.
- Não, claro que não! É que não estamos mais juntos. – eu não estava com disposição de contar o motivo de não estar mais com o Marcelo, mas vi que seria inevitável. Se, era a hora de abrir o jogo, que fosse agora.
Relatei tudo o que havia acontecido com o meu chefe, poupando-os apenas de detalhes sórdidos. Contei que estava movendo um processo contra meu ex-chefe e, que a empresa também estava fazendo o mesmo. Contei da secretária e de cada pormenor daquela história. Fui repreendido e interrompido algumas vezes pela minha mãe que não se conformava de só ficar sabendo disso a essas alturas do campeonato. Meu pai foi mais contido e, apesar de também ter feito objeções à maneira como conduzi as coisas, percebeu que fui capaz de me virar sem sua ajuda.
- E quanto a vocês dois? Vão ficar separados ou vão tentar se reconciliar depois disso tudo esclarecido? – quis saber minha mãe.
- Acho que o Marcelo não vai me perdoar por não ter contado tudo o que estava acontecendo para ele. – respondi, sem nenhuma esperança.
- Esse pode ser o preço do seu silêncio! – advertiu meu pai. – Você percebe agora o que significa deixar de fora de sua vida as pessoas que mais te amam? A gente se sente traído! – aquelas palavras do meu pai me levaram a um choro doloroso.
- Me perdoem. Me perdoem. Eu só quis poupar todos vocês. – balbuciei soluçando.
Passei os dias restantes das férias reivindicando o perdão dos meus pais, que já o tinham dado naquela mesma noite, e refletindo sobre o quanto eu estava pagando por não ter dito nada ao Marcelo. Prometi a mim mesmo que, caso ele um dia voltasse para mim, eu percorreria todos aqueles lugares novamente na companhia dele. Seríamos apenas ele e eu, como uma espécie de lua-de-mel que nunca tivemos. Mas, se isso não se concretizasse, eu carregaria todo o meu amor por ele até o último dos meus dias, na solidão do meu erro.
Enquanto o processo judicial corria, acelerado pelos interesses da empresa, o Carlão descobriu, a duras penas, que aquela mulherzinha aparentemente tão recatada e servil que ele mantinha em casa, se transformara numa fera sedenta por vingança. Uma das primeiras coisas que ela esfregou em suas fuças, como um trunfo que vinha trazendo calada durante todos aqueles anos de um casamento por conveniência, foi que o primogênito que o Carlão tanto aguardou e, depois de nascido, fez questão de exibir aos amigos como sendo fruto de sua masculinidade, era, na verdade, filho de um primo dela, com quem se deitou às vésperas do casamento iminente.
Meus pais não queriam ficar mais uma noite em São Paulo quando regressamos da França. Estavam desesperados para encontrar na tranquilidade da casa deles, o primeiro neto que meu irmão mais velho lhes tinha dado, poucos meses antes das nossas férias. Meu pai alugou um carro e seguiu viagem diretamente do aeroporto. Despedimo-nos com a promessa de que eu fosse dentro de, no máximo, dois finais de semana para a casa deles. Coloquei-os no carro e ajudei a acomodar as malas no bagageiro. Recebi um beijo caloroso de cada um deles, e percebi que meus sentimentos estavam à flor da pele. Estava muito mais emotivo e sensível que de costume. Culpei as cidadezinhas ao longo da costa da Riviera francesa pelo meu estado de espírito. Voltei para o saguão do aeroporto para tomar um café e adiar a minha chegada ao apartamento que estaria lá, me esperando, vazio como meu coração.
Mesmo contrariando as ordens do síndico, para não abandonar a guarita, o Salustiano veio me ajudar com as malas assim que me viu descer do taxi. Deixou-as dentro do elevador, e não perdeu a chance de espichar aquele olhar libertino para a minha bunda, como se certificando que continuava tão exuberante e provocativa como sempre.
- Um dia sua mulher arranca esses olhos de arado da sua cara, se é que não vai arrancar outras partes! – exclamei, inconformado com aquela ousadia.
- Que isso, seu Bruno! Fala uma coisas dessas, nem por brincadeira! Deus não os colocou aqui para eu apreciar tudo o que é bonito? – justificou-se em sua simplicidade safada.
- Vai nessa, Salustiano! Vai nessa quando sua mulher te pegar no flagra olhando para o que não deve. Depois você me conta. – zombei. Ele fez o sinal da cruz sobre o peito e beijou a mão. Eu ria sozinho enquanto o elevador subia.
Ao acender as luzes do apartamento mergulhado na escuridão e no silêncio, reparei que o aparador ao lado da porta de entrada estava ornado com flores. Outro arranjo estava sobre a mesa entre os sofás. Mais um enfeitava a mesa da sala de jantar. Lembrei-me que era o dia da Graça, minha arrumadeira, fazer a faxina. Ela não era dada a demonstrações de afeto, as flores não podiam ser ideia dela. Fui levar as malas até meu quarto. Ao tocar no interruptor, percebi que não estava sozinho, a respiração de mais alguém chegava aos meus ouvidos. Mesmo antes das luzes se acenderem, distingui um vulto enorme sentado na cama e recostado na cabeceira. Três rosas de um creme pálido e aveludado estavam amarradas com um laço azul sobre uma caixa de bombons vermelha com inscrições douradas, elas estavam na altura dos joelhos do Marcelo, que me encarava um sorriso. Ele usava uma bermuda desgastada que já tinha sido a causadora de algumas das nossas discussões. Abriu aqueles braços musculosos deixando o peitoral largo exposto, como que dizendo que ali eu teria todo o abrigo e a segurança do mundo. Atirei-me sobre ele no mesmo instante em que as lágrimas começaram a umedecer meus olhos. Beijei-o com todo o amor que carregava no peito, repetidas e prolongadas vezes.
- Me perdoe por ter sido tão insensato! – balbuciei, mas ele logo colou sua boca na minha, e não me deixou prosseguir.
- Perdão, amor! – repeti, assim que paramos para tomar folego.
- Descobri tudo por meio do chefe do jurídico. Foi difícil arrancar a verdade dele, mas contei que isso tinha sido a causa da nossa separação. Ele deve ter ficado com pena da gente. – disse, revelando como ficara a par do processo.
- Eu só queria te proteger! – justifiquei-me.
- Virando boi de piranha? Como você acha que eu me senti quando descobri que você estava dando o rabo para manter meu emprego? Você acha que não sou homem suficiente para dar segurança a quem eu amo? Não se faz isso com um macho! E, eu sou seu macho! Vou até as últimas consequências para defender o que é meu. E, você é meu! Seu cuzinho é meu! Só eu posso me apoderar dele. – ele ia me apertando e me sacudia com força sem perceber que estava se excedendo.
- Eu sei o quão homem você é. Sei que é meu macho, que é o único macho que eu já amei na vida, e vou amar para todo o sempre. Também tive que pedir mil perdões aos meus pais por ter cometido esses erros, por ter me calado quando deveria contar tudo a vocês. Eu sempre contei com a proteção dos meus pais, nunca passei por nada semelhante na vida, não sabia como agir, fiquei perdido. Eu não podia deixar que aquele crápula arruinasse sua carreira! Algo que você e seus pais lutaram tanto para construir. – desabafei, me encaixando em seus braços e afagando seu rosto transtornado.
- Você não existe! Que me importa a minha carreira se o homem que eu amo está sendo enrabado por outro macho? É você que eu quero acima de qualquer outra coisa! Meta isso nessa sua cabecinha linda e ingênua! – ralhou, mais manso.
- A mim você já tem, desde o dia em que te vi pela primeira vez! Não precisa usar toda essa brabeza de macho para conseguir isso. Eu me entrego todinho para você, é só pedir. – sussurrei, enquanto ia beijando a borda de sua mandíbula, coisa que o excitava ao extremo.
- Então prova! Entregue-se e, jure que nunca mais vai deixar outro macho tocar no que é meu. – a rola dele começava a armar a barraca debaixo da bermuda.
- Eu juro! – murmurei, enquanto abria a braguilha e tirava a caralhão para coloca-lo na boca.
Fizemos amor naquela noite de uma maneira que eu jamais me esquecerei. Até nossos corações batiam na mesma cadência quando eu apertava a jeba pulsante dele entre as coxas, travando meu cuzinho. Nossas línguas se acariciavam nas bocas unidas, e respirávamos num ritmo lento e compassado que parecia ser único, como o amor que sentimos um pelo outro.