Uma mão por dentro da minha blusa apertando nas minhas costas, a outra me puxando pela bunda, sobre o jeans do meu short. Eu sentia mais quente onde ele apertava, onde nossos calores se concentravam encontrados. Os olhos nos meus, ansiosos. Um menino pedindo um brinquedo. E como queiras, meu rei.
Só tive que fechar os olhos e ele tinha a resposta que queria. Não. Você não precisa me estuprar. Tá aqui. Pega.
“Não tem como, tem?” Tripudiou ao pé do ouvido e pude ouvir também o ruído do seus dentes grandes formando um sorriso. "Mesmo que eu quisesse. Mesmo que eu fizesse. Seria simplesmente impossível. Né?"
Você já ouviu falar em estupro consensual? Isso não existe.
Bem, sabe que eu até achava que não? Mas essa é uma história que eu vou te contar depois
Assenti e, me esquecendo de quem eu era e de onde estava, deixei meus braços inocentes se fecharem ao redor do pescoço dele.
Ele sorriu malicioso. Me virou de costas. Fiquei de cara com a geladeira, apoiado nas palmas das mãos, preso. E não havia lugar no mundo onde eu quisesse estar mais. Ali, eu, de seringa na mão, a veia encontrada e mais uma dose. "Eu te bebo, eu te fumo."
Meu dono arriou meu short de grife e também sua calça. Rápido, com a destreza de um batedor de carteira. Cuspiu na mão, e o som de sua cuspida provocou um espasmo em mim. Ele riu, envaidecido. Besuntou meu cu, acomodou o cacete babado e o empurrou. Tornou a sair e a entrar e a repetir o processo. Eu fechei os olhos com força e queria trancar junto o esfíncter, mas tive medo de que doesse mais.
Maurício não conseguiu prender um gemido suspirado de satisfação que me embriagou os tímpanos e eu já não queria mais me trancar. Queria me deixar abrir. Não tinha sido um desses gemidos propositais de gente que gosta de fazer sexo pornô. Era um gemido que não era pra ter saído, desses que a gente sente vergonha de soltar porque é o animal em nós grunhindo. O nosso deleite estampado.
Ele me segurava forte pela cintura, sua barba, a crescer, arranhava no pescoço quando ele passava se movimentando, o pau me queimava em brasa o cu num ritmo nervoso. Toda minha carne ardia de Maurício, e também por ele. A vara me entrava e eu entrava nela, sentindo-a estocar a cabeça e escorregar o tronco todo até os pelos dele roçarem minha bunda. Então, saía, deixando só a pontinha ainda dentro e tornava a vir todo até o fundo, prevalecido, que eu sentia fisgar lá dentro.
Doía, mas já ia eu, começando a tentar me convencer de que gostava daquele jeito bruto pra passar pano quente na crueldade dele, quando vi que, de fato, eu gostava e, na verdade, tentava era me convencer de que me convencia de que eu gostava do que eu já gostava porque era melhor colocar nele a culpa que eu sentia por gostar de um jeito tão feio. Como eu disse: a gente tem vergonha quando o animal na gente grunhe.
"Vou abrir uma buceta aqui pra mim." Sussurrou baixinho com posse. Seus lábios se demoraram por um tempo. Não queriam ir embora da minha orelha, mas o orgulho do dono falava muito mais alto. "Vou deixar te bem abertinho pro meu piru ficar entrando. Assim, ó."
Maurício metia como se eu fosse acabar e ele corresse o risco de ficar sem a qualquer momento. Eu puxei meu cabelo pra deixar meu pescoço nu, talvez ele se inspirasse a chegar mais perto de mim, me encostar sua boca, me morder, pelo menos. Mas nada houve nesse sentido. Ao menos pude receber na nuca o ar que ele não queria mais e jogava fora, me fazendo amolecer.
Ele ofegava, veloz, agora. Talvez por maldade, talvez apenas porque podia e ponto, me comia ininterruptamente, tirava e colocava tudo de vez. Meu cu já nem se dava ao trabalho de fechar quando ele saia. Ficou lá, como eu, aberto e pronto para o tráfego incansável do macho que obedecia, dentro de mim, ao seu piru delicioso e farto.
“Isso que você queria tanto?” Ele pergunta depois de ter enfiado fundo e parado lá. A boca tão perto da minha orelha que o ar que lhe saía enquanto falava me arrepiava inteiro. “Sente minha pica dentro de você, sente. Tô todo lá dentro, olha." E rebolou parado, com a vara atolada no meu intestino. “Assim?” E estocou fundo e forte. E de novo. E de novo.
De sua garganta, vinha um som como que o de uma fera rosnando, e de dentes cerrados, me dizia que eu era dele, que eu era só dele e só podia ter ele dentro de mim.
"Você é minha propriedade." Ele disse, arfando, vibrando e pulsando, me inseminando a estocadas vigorosas. Se entrando mais em mim, me apertando, fechando os braços em volta do meu corpo, dele, só dele. Até que saiu, sem aviso, de uma vez.
A sensação de vazio, o vácuo, dentro de mim me fez perder o sentido das pernas por um instante. Me apoiei na geladeira, enquanto sentia a porra vazar e escorrer pela minha coxa. Era isso. Estava dado. Eu tinha servido e ele tinha gozado. Eu ia voltar pro meu infortúnio, a me sentir um lixo. Voltar à minha vida normal e insignificante até a hora em que ele resolvesse me chamar de novo.
"Peraí." Ele me disse com a mão nas minhas costas indicando que eu ficasse como estava.
Este capítulo continua no blog Conto Sigiloso (o endereço se encontra no meu perfil aqui).
Simplesmente um conto maravilhoso, teve meu voto com louvor. Quando tiver um tempinho faça uma visita na minha pagina, irei adorar...bjs Ângela.