Mas aí está a 3a parte deste Especial o qual eu espero que o nosso protagonista conquiste mais e mais o coração de vocês!
E sim, está gigantesco D:
***
XII
Sempre fui um homem que mantinha o controle sobre tudo, em todas as situações. Planejava os meus passos e as coisas saíam exatamente do jeito que eu queria. Planejar, executar e concretizar. Desde que saí da casa dos meus pais, essa combinação se tornaram fundamentais na minha vida.
Infelizmente no que diz respeito aos próprios sentimentos, uma dessas palavras se torna ineficaz. Você não planeja a atração que sente por alguém.
Era o que estava acontecendo no exato momento em que beijei a Nívea no meu carro. Ela não reagiu enquanto eu lhe segurava pelo rosto depositando pequenos selinhos naquela boca doce e carnuda. Não havia um músculo do meu corpo que não estivesse latente. E o seu pequeno e delicioso corpo tremia por inteiro.
Me afastei dela e, mesmo com os nossos rostos ainda próximos um do outro, nossos olhares não se desgrudaram. Que lábios eram aqueles? Os mais deliciosos e macios que eu já havia beijado. Foram os minutos em que eu tive a sensação de que não havia mais nada ao nosso redor, que o mundo era apenas meu e dela.
No entanto, a realidade se fez presente e nos atingiu em cheio. De um modo que a fez ficar constrangida e ruborizada por todo o seu lindo rosto. Agarrou o seu material escolar e saiu do meu carro em uma velocidade impressionante sem nem olhar para trás. Eu poderia impedi-la de ir mas apenas a segui com os meus olhos vendo ela sair. Foi melhor assim. Ou não.
- Que merda que eu fiz! - disse a mim mesmo, batendo com as duas mãos no volante, agarrando com força e buscando o ar inspirando profundamente. Meu coração batia acelerado e tudo o que eu sentia era o aroma daquele doce perfume no carro. Inebriante e que eu queria continuar sentindo pra sempre.
Eu não podia mais carregar sozinho o que estava acontecendo. Peguei o meu celular que estava em um compartimento perto do freio de mão e liguei para a única pessoa a qual eu me sentia seguro em confessar o que eu havia feito.
- Alô!?!? - ela atendeu segundos depois da discagem. Sua voz estava ofegante e começou a falar sem parar - Oiii, meu amigo!!! Tive uma reunião chata pra cacete com a Reitoria e os coordenadores dos cursos de Humanas. Cheguei agora em casa.
- Ótimo. Preciso conversar sério com você - anunciei segurando o aparelho e com a outra mão massageava a testa, de olhos fechados, tentando relaxar.
- Ah é? Aconteceu alguma coisa?
- Aconteceu. Fiz merda.
- Opa... Calma aí... - ela desacelerou a fala e ficou muda, voltando a falar instantes depois - Não me diz nada. Onde você está, Schneider?
- Saí do colégio e estou dentro do carro. Mas não estou dirigindo, não se preocupe.
- Certo... Faz o seguinte: vem aqui pra casa e conversamos, pode ser?
- Eu peguei chuva, fiquei todo ensopado. Vou em casa primeiro e trocar minha roupa.
- Tá legal, eu vou tomar um banho e ajeitar umas coisas. Te espero pra daqui uma hora, ok?
- Ok.
No momento em que eu coloquei o celular de volta onde estava, olhei para o chão do banco do carona e um guarda-chuva cor de rosa estava ali, ainda úmido pela chuva. ''Ela saiu tão depressa que o esqueceu'' pensei de imediato.
***
O apartamento da Luciana era pequeno. Mas com um cômodo a mais que era o seu quarto e tipicamente montado para uma mulher divorciada. Bem aconchegante e acolhedor.
Estávamos nós dois sentados no sofá nos encarando. Eu com o meu braço apoiado no alto do encosto, usando uma blusa preta e calça jeans e ela na posição de lótus, usando calça legging marrom e blusão branco com uma estampa enorme do filme Jurassic Park. Os seus cabelos loiros estavam úmidos recém saídos do banho. Ela me olhava sem acreditar no longo relato que eu havia feito desde o dia em que reparei na beleza da Nívea pela primeira vez até o beijo trocado com ela naquela tarde.
- Meu Deus, Schneider. O que foi que você fez... - ela balançou a cabeça em negação - Insanidade é pouco pra definir o que acabou de me contar!
- Eu sei... Com uma aluna.
- Ser sua aluna é o de menos!!!! - a sua voz se alterou - Ela é menor de idade!!! Você tem ideia do que pode acontecer???? Se fosse sua aluna da faculdade, eu te dava todo o meu apoio e até acobertava... Mas uma criança???
- Ela não é criança, Luciana - falei calmamente com a cabeça encostada no sofá suspirando - A Nívea tem 15 anos.
- Ou seja, é uma criança! - ela se levantou e começou a andar pela sala - Eu não quero nem imaginar o que pode acontecer se essa história vazar!
- A Nívea não vai contar pra ninguém o que aconteceu...
- Ah e você acha que não??? - ela cruzou os braços continuando de pé - Quem te garante isso já que ela saiu correndo do seu carro??? Eric, isso é assédio!!! Você é um homem adulto e ela é apenas uma adolescente!!!
Continuei quieto com a cabeça encostada e os olhos fechados. Alguma coisa me dizia que a Nívea não iria contar para os pais o que aconteceu entre nós dois e muito menos para a diretoria.
- A Jacqueline é uma mulher que dirige aquele colégio com mãos de ferro! - ela continuou - Nunca nem teve casos de bullying pois o primeiro e único que ocorreu, o estudante agressor foi pego em flagrante e expulso sem chance de defesa! E agora você divide comigo essa bomba-relógio! Você sabe do que ela é capaz de fazer? A sua demissão seria apenas o início da sua vida profissional ir parar na lama!
- Você vai contar pra ela? - eu a questionei olhando sério.
- Não... - ela diminuiu seu tom histérico e, pensativa, veio novamente se sentar do meu lado - Quero dizer... Eu não sei. Tudo isso é demais pra mim, eu ainda nem consegui absorver direito.
- Estou cumprindo o que eu te prometi.
- Espera aí! - ela apontou o dedo indicador para o alto - Você não pode estar apaixonado por uma menina de 15 anos!
- Eu não conseguia parar de pensar nela e quando eu a vi ali na rua, sozinha e debaixo de chuva...
- Encontrou a oportunidade perfeita para assediá-la oferecendo uma carona?
- Não foi assédio...
Ela me olhou sério com uma das sobrancelhas arqueadas.
- Tá, tudo bem, eu a beijei e ela ficou paralisada, sem reação.
- E agora? Você vai fazer o quê? Pedir demissão?
- Não, eu não posso fazer isso. Não é justo com a Jacqueline e deixá-la na mão.
- Você não pode ou você não quer?? - ela me colocou em um beco sem saída com aquela pergunta - E eu quero a verdade!
- Eu não sei se quero ficar longe dela...
- Eric, por Deus... - ela pôs a mão na testa em desespero - tira essa menina da sua cabeça, isso é loucura! É loucura e anti-ético!
Pela primeira vez no que diz respeito a relacionamentos amorosos eu não sabia o que fazer, mesmo com todas as verdades que Luciana jogava pra cima de mim sem piedade alguma. Como era possível uma menina virar a minha vida do avesso em questão de algumas semanas de convívio?
Uma menina linda.
Que descobri ser a mais inteligente dentre todos os meus alunos e possuía um olhar doce com um jeito meigo e cativante. E que era dona de um corpo com curvas perfeitas me fazendo cometer vexames dentro de sala de aula sentado na mesa.
- Nem tudo está perdido nessa história... - ela ponderou de repente.
- Como assim?
- A sua aluna pode se tornar ex-aluna.
- O quê?
- É isso mesmo, meu caro - afirmou - A sua Lolita pode pedir pra mudar de turma ou até mesmo de colégio. E você não vai fazer absolutamente nada para impedir, uma vez que nós dois sabemos que isso é o certo a fazer. Ou você ou ela sai!
- Acha que ela vai fazer isso? - o desespero bateu acelerado no meu coração diante da possibilidade.
- Estou te dizendo, Eric. Se por acaso ela deixar o colégio, você não vai impedir e muito menos passar a persegui-la pelo fato de saber onde mora.
- Não, claro que não. Mas também não consigo negar e destruir o que o meu coração sente por ela.
- Você não entendeu e muito menos se deu conta da dimensão do problema.
- Eu entendi, Luciana, eu entendi. Você está com a razão em tudo mas... Eu estou completamente envolvido pela Nívea.
A minha amiga e confidente balançou a cabeça em desagrado. Naquele instante, Luciana e eu nos tornamos cúmplices de uma situação em que a minha profissão corria um sério risco. Mas eu sabia que poderia confiar nela.
Eu deveria estar preparado para tudo: se a Jacqueline entrasse em contato comigo no decorrer da semana marcando um encontro eu já sabia que era o fim. Se nada acontecesse e na próxima aula eu não encontrasse a ''ma petit princesse'' em sala é porque de fato ela mudou de turma ou de escola. E pensar nisso me deixava em uma agonia profunda.
- Vou pra casa - me levantei rapidamente e Luciana me acompanhou ficando de frente pra mim - Descansar e colocar a cabeça no lugar.
- Isso mesmo! - carinhosamente ela pôs suas mãos nos meus ombros me olhando nos olhos - Você não pode jogar sua carreira na lama por causa dessa atração louca por uma aluna. Sabe muito bem do agravante em torno dela.
- Eu sei... - suspirei em acordo.
Trocamos um longo e sincero abraço entre amigos que confortou o meu coração. E eu me sentia mais leve por ter confidenciado à ela tudo o que estava se passando comigo.
***
Nos dias daquela semana, segui minha rotina normal de aulas na faculdade mas o tormento me rodeava quando eu não estava focado no trabalho. Me pegava pensando nela, no beijo que trocamos, no quanto a pele do seu rosto era suave e delicada... A cada dia que passava, era um a menos que faltava para talvez reencontrá-la. O seu guarda chuva cor de rosa ficou guardado na minha mochila e ele seria um motivo para, quem sabe, nos reaproximarmos depois do que aconteceu.
Era fim de tarde na sexta-feira e eu ainda estava na sala após o término de mais uma aula no Campus. Todos os alunos já tinham ido embora e eu guardava o meu material na mochila quando vi a Luciana aparecer na porta.
- Podemos conversar?
- Claro - olhei na sua direção assentindo, enquanto fechava a mochila e a pousei na mesa me sentando em seguida - Depois daqui é direto pra casa.
- Que bom - ela sorriu se aproximando - Percebi você distante a semana toda. Tá tudo bem?
- Não recebi nenhuma ligação ameaçadora da Jacqueline então... - respirei fundo - Acredito que sim, está tudo bem.
- Uma coisa a menos para se preocupar.
- É... - me mantive sério.
- Não conseguiu tirá-la da cabeça?
- Não.
- E está preparado para não encontrá-la mais na segunda-feira?
Engoli em seco e meu rosto enrijeceu ao ouvir aquela pergunta. Não sabia se estava preparado. Ainda assim, eu precisaria seguir em frente com a minha vida possivelmente sem a Nívea.
- Se ela quiser se manter afastada de mim, será o melhor a se fazer - estava mentindo para Luciana e para mim mesmo.
- Exatamente - ela concordou e mudou de assunto - Quer fazer alguma coisa hoje? A equipe tá combinando de ir pro nosso barzinho de sempre.
- Não - recusei de forma amigável - Prefiro ir pra casa e descansar - me levantei, pegando a mochila e colocando no ombro ajeitando as duas alças.
- Tá certo - ela sorriu - Se você mudar de ideia, estaremos lá.
- Ok - Dei um beijo na sua testa e saí - Nos vemos na terça.
XIII
Tudo aparentava estar normal no momento em que cheguei na sala dos professores e meus colegas me cumprimentaram naquela manhã de mais uma segunda-feira. Nenhum olhar sério de reprovação, nenhum comentário irônico ou ríspido por parte de algum deles. Desarmei a postura defensiva que havia criado e agi com tranquilidade. Vi Jacqueline conversando com uma das professoras no pequeno sofá de dois lugares que tinha na sala e ao me ver, sorriu simpática como sempre no que eu sorri de volta. ''Nívea não contou absoutamente nada para ninguém? Foi isso mesmo?''
Ao abrir a minha mochila e conferir o material para a primeira aula da manhã, o guarda chuva estava ao fundo, fechado. Poderia ter deixado o objeto na sala de achados e perdidos do colégio mas eu queria uma oportunidade de reencontrar a sua dona. Uma oportunidade que eu nem sei se teria.
O sinal tocou e eu ainda não tinha seguido para a sala de aula. Eu era o único na sala dos professores. Guardei o material de volta rapidamente e saí em direção à minha hora da verdade. Subi as escadas a cada dois degraus e finalmente cheguei.
- Bonjour à tous et désolé pour le retard.
(Bom dia a todos e desculpem pelo atraso.)
Toda a turma já estava presente e sentada em seus lugares. Pus o material na mesa e ao olhar para a segunda fileira, ela não estava lá. E sim, uma outra aluna de cabelos castanhos claros e cacheados até abaixo dos ombros, que me olhava com uma natural curiosidade, aguardando pelo início da primeira aula do dia.
Respirei fundo e voltei os meus olhos para a mesa, pensativo. Era isso. Nívea Caroline Martin Toledo não seria mais a minha aluna a partir daquele dia e eu precisava aceitar. Aceitar o fato de que ela estaria em outra turma ou até mesmo em outro colégio. E que nunca mais eu encontraria aqueles lindos olhos azuis da cor do céu.
Olhei novamente para os alunos que estavam em silêncio sendo que um ou outro tirava o seu material da mochila e me olhava com apreensão. Por causa da minha altura, eu tinha o privilégio de ter um bom campo de visão de toda a sala de aula. Foi quando de repente, meus olhos se direcionaram para o fundo e vejo uma aluna de cabelos lisos e negros encolhida no canto da parede com a mão repousada na testa. Tentei disfarçar e com um pouco mais de atenção, vi que a mão era bem pequena e a aluna em questão nem se deu o trabalho de olhar para mim. Voltei para a mesa, olhei na lista e vi o lindo nome. Se ela estivesse em outra turma ou outra escola, ele não estaria mais lá. Mas estava. E uma sensação deliciosa de alívio tomou conta do meu corpo, expulsando a tensão existente nele que já durava dias. Foco, Eric! Concentre-se na aula! Sua petit princesse está bem ali quietinha no fundo da sala! Mas porque se sentou lá atrás, caralho? Será que ela pensa em mim como um louco que vai beijá-la novamente na frente dos alunos? Tudo bem, tinha todo o direito de pensar isso e não querer mais olhar na minha cara depois do que aconteceu, mas ela é a minha melhor aluna e eu não podia permitir que continuasse a se sentar no famoso fundão fazendo com o que o seu rendimento desabasse. E também a queria perto de mim, para sempre que eu pudesse, admirar discretamente aquele rostinho perfeito.
Eu precisava me encontrar com ela. E o modo para conseguir isso estava dentro da minha mochila.
***
Era necessário agir com rapidez. Durante o longo intervalo, os alunos estavam pelo refeitório e o pátio. Os corredores das salas de aula completamente desertos. Após terminar o meu almoço, voltei à sala dos professores, peguei o guarda-chuva, escrevi um pequeno bilhete deixando-o por dentro de uma das abas e retornei até a sala da minha primeira aula. Antes de entrar, olhei para os lados e não havia ninguém. Me sentia como um agente secreto movido pela adrenalina.
Fui até o fundo da sala e deixei o guarda-chuva na cadeira onde estava a mochila rosa que de imediato reconheci. ''Eu espero que ela veja o bilhete'' pensei com aflição. Saí rapidamente e por sorte estava tudo calmo.
''Por favor Nívea, não vá embora pra casa.''
Era o único pensamento que me dominava enquanto eu a esperava com a cabeça recostada no banco de trás do carro, estacionado no parque que existia atrás da rua de esquina com a rua do colégio. Era repleto de árvores e prédios no entorno. Um local discreto para casais que desejavam ficar juntos.
Casal.
Uma palavra que eu nem sabia se era o que definia ela e eu. Foi apenas um beijo. Um delicioso beijo em que eu pensei todas as noites e que talvez se repetisse. Que eu queria que se repetisse.
Ao vê-la pelo retrovisor logo após virar a esquina e andando em passos ligeiros pela rua, eu pensava que tinha de agir sem enrolação. Disse no bilhete que precisávamos conversar e era isso o que eu iria fazer. No momento em que ela se aproximava, abri a porta traseira do lado esquerdo deixando apenas encostada, para que pudesse entrar.
E então Nívea estava ali. Seu perfume novamente tomava conta do carro, me levando de volta às lembranças de uma semana atrás, em uma tarde chuvosa onde eu enviei a razão para o Inferno e a beijei. Ela estava tensa, agarrada ao fichário em meio a um silêncio perturbador e não conseguia me encarar.
- Vai ficar sem olhar pra mim aqui também? - perguntei direto sem enrolação.
- Tive dor de cabeça o dia inteiro.
Ela era péssima para inventar desculpas.
Encostei a mão em seu rosto e a peguei pelo queixo pois queria olhar em seus olhos. Era difícil se manter firme diante daquela perfeição. Eu a observava em cada detalhe e me perguntava se poderia existir tanta beleza. No entanto, a tensão em que eu me encontrava imediatamente me trouxe de volta para terra firme.
- Não faça de novo o que você fez hoje. - pedi à ela mantendo a seriedade na voz. Ou tentando.
- O que eu fiz? - ela me perguntou nervosa.
- Eu não quero ver você sentada no fundo da sala! Você me entendeu?
- Já disse, eu acordei com dor de cabeça.
- Mentir desse jeito não combina com você. E muito menos sentar onde se sentou hoje. Eu não quero que o seu rendimento caia na minha aula.
- Ah... É isso... - seu olhar se entristeceu direcionando-o para baixo.
- Não, não é só isso - Procurei acalmar o meu tom de voz para não assustá-la e peguei na sua mão acariciando - eu quero você próxima de mim... Como sempre tem sido desde o início...
- A gente sabe que isso é um erro - sua pequena mão recuou para junto do seu corpo - Você pode virar um criminoso.
- Eu sei, mas... Por uma petit princesse linda como você é, eu corro esse risco...
Seus lindos olhos miravam na direção dos meus e ela parecia não acreditar no que estava ouvindo. Sim, era uma insanidade o que eu havia acabado de dizer mas era a verdade. Uma verdade que eu não poderia mais negar. Só em pensar que a Nívea ficaria longe de mim era desesperador.
Me aproximei passando o meu braço esquerdo por cima dela trazendo-a para o mais perto possível. Aquele corpo pequeno e perfeito, cheio de curvas provocantes...
- Professor, espera... Eu... - ela tentou se afastar mas foi inútil.
- Eu já deixei de ser seu professor desde a semana passada - tirei os meus óculos, colocando-os atrás de mim e fui na direção daquela boca deliciosa, como uma fera faminta pela sua presa recém capturada.
Ao longo da minha juventude e vida adulta, beijei uma quantidade razoável de mulheres. Mas nunca nenhum beijo havia me entorpecido tanto quanto aquele. Sem pressa, onde eu procurava explorar com a minha língua cada canto daquela boca macia e sentir o seu rosto com as minhas mãos. Era evidente a inexperiência dela pois não sabia onde e como me tocar. Não iria levar uma das suas mãos para onde eu realmente queria que ela tocasse pois o susto seria certo. Mas o contato tão próximo entre nós fez meu pau endurecer, exigindo invadi-la por entre as coxas maravilhosas que ela tinha.
- Aquele foi o seu primeiro beijo não foi, mon petit? - perguntei enquanto deslizava a minha boca pelo seu pescoço querendo provar o gosto doce daquela pele.
- Foi... - ouvi ela responder, sussurando, em meio às sugadas da minha boca. O perfume dela era maravilhoso!
- Que bom que eu fui o primeiro... Essa boquinha tão deliciosa não merecia ser tocada por qualquer moleque babaca da sua idade...
- Eles devem beijar tão bem quanto você, professor...
Ao ouvir aquilo, a raiva cresceu dentro de mim e rapidamente parei o beijo no seu pescoço, segurando firme em seu rosto lhe encarando.
- Tu es une princesse, tu comprends? - falei sério - Uma princesa linda feito você deve ser bem tratada e desejada por um homem de verdade! E eu vou ser esse homem!
(Você é uma princesa, você entendeu?)
Ela me olhava e sorria.
- Confia em mim! - pedi à ela.
- Eu confio, professor - assentiu me dando um selinho.
- Aqui fora é Eric. No colégio, é aquele personagem que você conhece, entendeu bem?
- Entendi.
- A gente vai ter que tomar muito cuidado daqui pra frente - lhe alertei enquanto acariciava seus cabelos carinhosamente - vamos nos encontrar aqui mesmo nesse parque.
- Podemos ir pra outro lugar - ela me sugeriu me olhando com ternura.
- Sim, mas não muito longe da sua casa. E aliás já tenho que te levar de volta.
- Eu volto sozinha, não tem problema.
- Você não entendeu o que eu disse? Eu vou tratar e cuidar de você! Tu es mon petit! E cuidar de você inclui te levar pra casa.
(Você é minha pequena)
- Acho melhor você me deixar na esquina da minha rua. Fica esquisito eu ser deixada de carro por um estranho - me pediu fazendo uma carícia no meu rosto.
- É verdade - tive que concordar.
Nos olhávamos e trocamos um longo abraço. Pequenos selinhos que rapidamente se tornaram beijos mais quentes e intensos repletos de puro desejo. Era mesmo uma jovem inteligente pois aprendeu rápido a beijar na boca.
Infelizmente coisas boas duram pouco e eu precisava deixá-la em casa.
***
Do lado de fora, era possível ouvir o burburinho de estudantes universitários que com certeza andavam ligeiro de um lado para o outro querendo chegar à tempo em suas salas para as aulas do turno da noite.
A porta da sala foi trancada em um sinal evidente de que a sua dona não queria ser incomodada. Duas xícaras de café estavam sobre a mesa e a fumaça podia ser vista saindo de cada uma delas. Estávamos sentados, ela me olhando da sua cadeira e eu do outro lado correspondendo ao seu olhar analítico.
- Mesmo depois de tudo o que eu lhe disse e aconselhei vai mesmo levar isso adiante, Schneider? - Luciana me questionava ainda sem acreditar em tudo o que eu havia lhe contado - Tem certeza disso?
- Tenho. A Nívea quer tanto como eu quero.
- Isso está na cara. Se foi se encontrar com você, ela não é nem um pouco ingênua.
- É inexperiente, nunca ficou com nenhum garoto da sua idade mas ingênua ela não é. Poderia ter me dito não, mas não disse.
- Bom, você já é adulto - me disse pegando a sua xícara levando até os lábios bebendo do líquido - Espero que você saiba manter essa relação no mais absoluto segredo.
- Prometemos um ao outro tomar todo cuidado. Quando eu estava levando ela de volta pra casa, nós conversamos e eu expliquei a minha rotina de trabalho. Que eu era professor universitário e o colégio era um extra.
Peguei a minha xícara e virei o café em um só gole. Luciana continuava a me olhar.
- Ela é bonita? - perguntou me olhando e com a xícara próxima aos lábios.
Abri um enorme sorriso com aquela pergunta.
- Ela é linda. Une vraie princesse.*
- Pelo brilho nos seus olhos, deve ser mesmo.
(Uma verdadeira princesa)
Após deixar a xícara de volta no pires, Luciana aproximou seu corpo da mesa e em um gesto esticou seu braço e eu fiz mesmo em demonstração de confiança unindo suas mãos às minhas.
- Você sabe a minha opinião sobre essa história e ainda a mantenho - apertou minhas mãos com firmeza olhando nos meus olhos - Mas acima disso, eu sempre torci pela sua felicidade e não tem porque agora ser diferente - e sorriu - Apenas te peço uma coisa: Tome cuidado. É um relacionamento muito perigoso.
- Eu vou tomar. Fique despreocupada.
***
Já deitado na cama pra dormir, acessei o meu perfil no Instagram. Havia postado uma foto semanas atrás. Mantinha aquela rede social apenas para ter contato com o meu irmão na minha cidade natal, com a Luciana, colegas de trabalho da Universidade e dos tempos da Sorbonne. Vi que alguns perfis estavam me seguindo incluindo ela, ma petit princesse. Imediatamente a segui de volta, lhe enviando uma DM.
- Bienvenue mon petit.
Ela respondeu de volta com o seu contato e eu salvei na hora.
- Por aqui é melhor de falar - digitou.
- Certeza que sim, princesse.
- Vamos nos ver de novo só semana que vem?
- Em aula sim, ou você na sua idade já está saindo?
- Saio pouco e quando acontece volto cedo pra casa.
- Princesas voltam para casa antes da meia-noite, rs... Eu vou ver o que faço pra gente se encontrar em um outro dia, tá bom?
- Tá bom.
- Bonne nuit mon ange.
- Bonne nuit...
(Boa noite meu anjo)
Após me despedir dela, visitei com calma o seu perfil no Instagram. Não iria me cansar nunca de cobiçar mais e mais tamanha beleza. As fotos dela não precisavam de tratamento algum.
Algo que me chamou a atenção foram os destaques salvos. Fotos e vídeos em vários países cujo idioma francês era oficial ou não e ela cuidadosamente separou cada destaque para um país: França, Bélgica, Suíça, Canadá... ''Ela viaja bastante'' pensei enquanto visualizava os stories arquivados. Estudante de um dos colégios mais caros e tradicionais da cidade, eu não deveria me espantar. Nívea era mais uma aluna bem nascida e bem criada. Definitivamente não era uma patricinha sem cérebro mas possuía uma bagagem cultural impressionante.
XIV
Felicidade e paciência.
Era como eu poderia definir em palavras o início do meu relacionamento com uma jovem vinte anos mais nova do que eu. Mesmo sendo uma relação complicada, onde a ética profissional fora totalmente rompida e o perigo era permanente em sermos descobertos, estar com a Nívea era delicioso. Uma menina de personalidade tranquila, doce, meiga e carinhosa. E, como eu já havia observado, linda e perfeita de rosto e corpo.
Me vi mergulhando de cabeça nesse romance pois estava cansado de negar para mim mesmo o sentimento que crescia no meu coração. Amor? Não saberia dizer naquele momento. Mas ele batia acelerado ao pensar nela. Era algo leve e gostoso que me motivava a ir trabalhar às segundas-feiras. Durante as aulas, discretamente eu a observava enquanto ela estava sempre atenta ao seu livro ou escrevendo no caderno de modo ligeiro em meio às minhas explicações. E quando estava prestando atenção em mim, seu semblante era sério focado na aula. Nívea sabia ser discreta.
O que me deixava intrigado era o fato dela não ter amigos no colégio: sempre sozinha em algum canto do pátio ou do jardim, sem interagir com ninguém. Aquilo me cortava o coração. Dona de uma beleza desconcertante, poderia ser facilmente a típica aluna popular mas ocorria o contrário.
Com certeza, a timidez era a barreira de interação. O que me fazia querer cuidar ainda mais dela e lhe dar atenção.
O parque onde ficamos juntos pela segunda vez se tornou o local dos nosso encontros. Era um lugar calmo e sem tanta movimentação principalmente em uma área mais remota. Nos encontrávamos duas vezes durante a semana pois todos os dias seria perigoso demais e Nívea poderia correr o risco de estar sendo seguida.
No entanto, nem tudo era 100% perfeito e então a minha paciência entrava em cena.
Eu era o primeiro homem com quem ela estava se relacionando e, com exceção dos beijos, era uma adolescente inexperiente. Um fator que aparecia no duelo com o meu desejo de explorar as curvas daquele corpo enlouquecedor. O máximo que as minhas mãos conseguiam chegar eram no contorno da sua cintura pois suas pernas ficavam fechadas e bem comportadas com a saia do uniforme cobrindo tudo. Era uma tortura pra mim! Mas eu precisava respeitar os seus limites e somente assim, ela se sentiria segura comigo. Nada de pressão e nem forçar a barra.
***
- Hoje não poderemos nos encontrar, ma petit - enviei uma mensagem para a Nívea durante o intervalo.
- Porque não? - recebi sua resposta junto a um emoji triste.
- Tenho uma reunião de professores na faculdade. Saindo do colégio eu vou direto pra lá.
- Poxa...
- Eu sei, também tô chateado. Essa semana é a última...
- Quando a gente vai se ver então?
- Na quinta feira pode ser? Estarei te esperando no lugar de sempre.
- Tá bom...
- Por favor, não fica triste!
- Tudo bem, eu entendo. É seu trabalho.
Eram 20h quando a reunião terminou entre os membros da Reitoria, a Luciana e toda a equipe de professores do curso de Letras. Fiquei sentado esperando os meus colegas saírem do auditório, o local escolhido pelo Reitor. Por fim, restavam apenas eu e a minha amiga que veio se sentar ao meu lado na primeira fileira.
Trocamos um olhar de cumplicidade e não seguramos o riso.
- Como a sua melhor aluna se saiu na prova? - ela me perguntou enquanto segurava algumas pastas que deveriam ser documentos.
- De novo, me surpreendeu. - respondi, não conseguindo esconder o quanto estava feliz - a Nívea é uma aluna muito inteligente.
- E os seus olhos brilham cada vez que você fala no nome dela.
- Ela se tornou muito especial pra mim, Luciana - abri meu coração sem medo - Não sei exatamente o que sinto pela Nívea, mas é intenso.
- Só em saber que nesses dois meses vocês não foram descobertos, eu me sinto aliviada. Mas então? Planos para as férias?
- Sim. Ficar com ela o máximo de tempo possível. Todos os dias, o dia inteiro.
- Que bom, meu amigo. E vocês...
- Ainda não aconteceu. Mesmo eu querendo muito, tenho que ir com calma antes de dar mais esse passo.
- E se ela não querer? Tem só 15 anos, pode não estar pronta.
- Eu vou esperar o tempo que for. A Nívea não está se relacionando com nenhum adolescente idiota da mesma idade. E foda-se meu tesão por ela - disse isso e rimos novamente.
- Por isso que eu considero você o meu melhor amigo, Schneider - ela pousou a mão no meu ombro - Seu caráter é admirável.
Saímos juntos do auditório indo para a sala dos professores. Mais um dia de trabalho finalizado e contando os dias para as férias. A expectativa de me encontrar todos os dias com a ma petit crescia a cada instante. Teria a Nívea só pra mim.
***
Na quinta-feira como combinamos, eu já a esperava. Iria contar o que estava planejando em relação às férias. Queria passar boa parte do tempo ao lado dela pois era algo tão bom o que eu sentia que parecia estar vivendo a primeira paixão de adolescente.
- Já cheguei aqui, tô te esperando - enviei a mensagem logo que terminei de estacionar na rua sem saída e fui para o banco de trás.
- Tô a caminho - ela me respondeu minutos depois.
Até ela chegar parecia uma eternidade. Uma segunda feira a menos sem vê-la era como se o vazio me dominasse.
No instante em que entrou no carro, não pensei em mais nada: um abraço e um beijo aconteceu com urgência. Minha língua explorava a sua boca desesperadamente. O material escolar dela foi deixado de lado pois nossos corpos precisavam um do outro.
- Morri de saudade do seu cheiro, ma petit - minha boca escorregava pelo seu pescoço e colo e o perfume infantil que ela usava me fazia perder toda forma de racionalidade.
- Eu também senti - sua cabeça inclinava para trás deixando o caminho livre para eu explorar aquela pele branquinha e macia.
- Meus parabéns pela nota viu? - segurei o seu rosto com as duas mãos - eu sabia que você iria se sair bem - E lhe dei um selinho.
- Não posso ser a pior aluna do professor mais lindo da minha turma.
Beijos e mais beijos famintos foram trocados entre nós e nunca pareciam o suficiente para apagar o quanto eu sentia a sua falta.
Fiquei junto ao seu corpo com a cabeça dela recostada no meu peitoral, meu braço a envolvia junto de um carinho perto da sua cintura e com a outra mão eu acariciava a seda macia que era a pele do seu rosto. Minha respiração estava pesada tamanho era o fôlego dos nossos beijos trocados de forma tão intensa e o tesão fervente formado por entre as minhas pernas.
- Amanhã é seu último dia de aula não é? - perguntei à ela enquanto depositava um beijo no topo da sua cabeça e aspirava o perfume delicioso dos seus cabelos.
- Sim - ela me respondeu.
- Que bom. Você de férias, poderemos nos ver mais vezes. A faculdade entrará de recesso na próxima semana.
- Legal.
- Seus pais trabalham o dia todo então não vamos ter problema com o tempo contado.
- Não.
Percebi e estranhei o jeito monosslábico e tenso nas respostas dela.
- O quê que você tem?
- Nada.
Me afastei do abraço, a peguei pelo queixo fazendo com que ela olhasse pra mim.
- Me fala.
- Não é nada - me irritei ao ver que ela abaixou o olhar.
- Olha pra mim! Odeio ver você mentindo, dizendo que não tem nada quando na verdade tem! - lhe falei firme e sério mas sem alterar o tom de voz. Nívea respirou fundo como se tivesse se rendido.
- A gente não vai poder se encontrar nas férias, Eric.
- Porque não? - perguntei com o cenho franzido em confusão.
- Eu vou viajar.
- Quando?
- Amanhã de noite.
- Amanhã de noite???? - eu me recusava a acreditar no que estava ouvindo.
- Eu ia te contar mas a gente só está se vendo agora...
- E quando você volta, ma petit? - perguntei acariciando o seu rosto e sendo dominado por uma onda de tristeza.
- No fim de Julho, pouco antes das aulas recomeçarem.
Eu a olhava sem saber como reagir. Um balde de água fria era pouco o que eu estava recebendo naquele momento.
- Não diz isso... Por favor... - balancei a cabeça negando - quase um mês sem ver você?
- Eu sinto muito mas não posso deixar de ir - ela voltou a me abraçar com força - todos os anos eu viajo.
- E pra onde você vai?
- Pra Lyon, cidade natal da família do meu pai. Fica a duas horas e meia de Paris viajando de trem.
- Sei onde é - a respondi com frieza e me afastei dos seus braços, olhando para o vidro da porta.
Eu deveria ter imaginado na primeira vez em que visitei o seu perfil no Instagram: todos os países visitados pela Nívea eram viagens de férias escolares. Mesmo assim eu estava frustrado. Seria quase um mês sem vê-la.
- Eric, não fica triste comigo, por favor... - percebi que ela começava a chorar sem parar
- Eu não quero ver você chorando - pedi à ela sem encará-la - Não posso impedir você de ir, mas eu não esperava isso. Eu já tinha planejado algumas coisas pra nós dois juntos.
- Eu imaginei - ouvi sua voz embargada pelo choro.
Foi quando eu olhei de volta com a expressão séria e a peguei em sua mão entrelaçando nossos dedos.
- Eu quero uma lembrança sua antes ir viajar...
- Que lembrança? - Nívea se aproximou e com a outra mão acariciou o meu rosto onde eu a peguei e beijei a palma. Fui até o seu ouvido e sussurrei lentamente:
- Eu quero sentir você de verdade, ma petit. Senta no meu colo... - falei lhe dando um beijo na ponta da orelha.
Nívea se afastou de mim praticamente dando um salto, ficando totalmente sem reação, sem saber pra onde olhar e eu achava aquilo uma graça.
- Você reage de um jeito que me deixa ainda mais louco, sabia? Parece uma coelhinha assustada.
- E-eu não esperava isso.
- Eu sei que não... Mas estamos juntos tem um tempinho não é? - virei seu rosto novamente pegando pelo seu queixo - você também não quer?
Ela me olhava com aqueles lindos olhos assustados tentando encontrar palavras para me responder. Estávamos juntos há dois meses, eu queria avançar um passo e conhecer mais o seu corpo cheio de curvas.
- Vem cá - lhe dei um abraço e perguntei perto do ouvido - você confia em mim ou não?
- Confio.
- Então vem - puxei seu corpo pela coxa esquerda e a fiz se sentar no meu colo de frente pra mim. Meu corpo inteiro enrijeceu com aquela visão perfeita e eu estava começando a pior das minhas batalhas internas. O volume formado entre as minhas pernas foi imediato e ela tentou se afastar pois chamou a sua atenção. Óbvio que as minhas mãos foram rápidas e eu a impedi.
- Não vou sentir você desse jeito - a puxei para bem perto e fiz aquela buceta deliciosa ficar grudada no meu pau que implorava para ser solto de dentro da calça.
Não me lembro de ter passado por nenhum outro teste de auto controle na vida como aquele. Mesmo de calcinha, pude sentir o quanto ela era deliciosa e carnuda.
- Eric, espera... Eu...
- Não vou desgrudar de você de jeito nenhum! - segurei ela pela cintura - relaxa, ma petit... Você vai amar a brincadeira...
Nívea envolveu os seus braços no meu pescoço e se encostou no meu tórax. Dei um beijo carinhoso nos seus cabelos e continuei com ela grudada em mim.
- Relaxa... Seu corpo lindo vai implorar por isso...
Mesmo ela sem saber como agir, senti a sua buceta pulsando gostoso com o contato. Parecia que uma corrente elétrica invadia o meu corpo no momento em que a calcinha dela molhava conforme ia se esfregando em mim e se rendendo ao prazer que estava a dominando. Uma das minhas mãos passou por baixo da sua saia onde eu pude explorar seu bumbum e quadril e a outra aproximava a sua cabeça contra o meu peito. Nívea queria mais e se esfregava com mais vontade. A sua mão repousou no meu ombro e a respiração na direção do meu pescoço parecia lhe faltar.
- Se tirar a calcinha, é mais gostoso ainda - sussurrei no seu ouvido - tira ela pra mim vai...
- Tira você, Eric - ela mordia o próprio lábio inferior - eu quero continuar assim...
- Eu disse que você ia implorar...
Tirei a sua calcinha e ao mesmo tempo não queria afastá-la do meu corpo, então foi uma tarefa um pouco difícil. Ter aquela buceta ensopada grudada na direção do meu pau era melhor do que toda definição de paraíso já existente.
- Como você é gostosa, ma petit...
- Me deixa ficar assim - me pediu - é bom desse jeito...
- Brinca com ele à vontade, ma princesse - me recostei relaxando e levando seu corpo junto ao meu.
Seu corpo estava sem controle diante da experiência nova que eu havia lhe proporcionado. Era certo de que ela nunca tinha sentido algo igual, mesmo sendo apenas uma brincadeira gostosa. Que buceta mais quente, puta merda! A minha calça social e a cueca boxer eram as únicas barreiras que me impediam de fodê-la como deveria.
- Me beija, Eric... - me implorou.
Nos beijamos loucamente com nossos corpos grudados. Nívea agarrou no meu pescoço como se quisesse prolongar pra sempre o tesão que sentia.
- Te faço gozar bem gostoso, ma petit... Você quer?
- Quero...
Coloquei meu dedo médio e grosso até a sua boca.
- Chupa.
- Hã? Como...
- Shiuu.. Quietinha, faz o que eu to falando - lhe dei um sorriso - Chupa meu dedo e deixa ele molhado.
Uma boca tão deliciosa com lábios carnudos e sem saber como chupar, rs. Não poderia exigir muito pois era algo novo para ela. Levantei a sua saia expondo o seu bumbum apetitoso e o abri, esfregando o dedo molhado na sua entradinha. Tentei enfiar mas ela contorceu o seu corpo sentindo dor e então não insisti.
- E ainda é apertadinha. Vou ter que tomar muito cuidado com você, ma petit - apenas esfreguei e o senti piscar fazendo com que ela aliviasse a tensão.
- Isso também é gostoso...
- Claro que é - falei deixando o dedo - relaxa e se entrega.
Eu sabia que a minha doce aluna iria chegar ao ápice a qualquer momento e fiz de tudo para prolongar aquelas sensações, ao mesmo tempo em que eu controlava o meu próprio corpo para não gozar. Uma batalha covarde.
Senti seu corpo enrijecer e estremecer se inclinando para trás. Sua pele se arrepiou e a respiração era falha. Meu ego foi às alturas por ter lhe dado um maravilhoso orgasmo.
- Viu só que brincadeira deliciosa que fizemos juntos? - fiz um carinho e beijei seus cabelos. Eu estava também em busca de ar e os vidros do carro estavam tomados pelo vapor da atmosfera sexual presente.
Nívea não conseguia falar e estava nos meus braços respirando fundo, recuperando o fôlego após um gozo intenso e delicioso.
- Quero repetir tudo isso... - finalmente ela falou.
- Também quero, meu anjo. Nunca senti uma bucetinha tão deliciosa quanto a sua. E nem senti de verdade.
- Eric...
- Que foi?
- Você também sentiu o mesmo que eu?
- Senti o quê?
- Você gozou igual a mim?
- Meu pau tá bem melado sim por sua causa - acabei rindo com a pergunta - se eu fosse um moleque idiota eu teria gozado. Mas não. Apenas consegui o que queria.
- O quê?
- Te dar prazer.
E o seu sorriso lindo se fez só pra mim.
- Tenho que te levar pra casa - lhe dei um beijo apertado e carinhoso - vou morrer de saudade.
- Eu também vou.
Percebi que ela estava procurando por algo e quando a vi pegando a calcinha, fui mais rápido.
- Nada disso! Essa será minha lembrança de verdade - guardei no bolso da calça - Aliás, deixa eu fazer outra coisa... Abre as pernas pra mim de novo.
- Quê?
- Abre - eu mesmo abri e deslizei o dedo naqueles lábios macios, úmidos e inchados, chupando o seu néctar e olhando naquela imensidão azul dos olhos.
- Mel delicioso - falei em meio às chupadas.
Um longo beijo entre nós dois selava o nosso momento mais íntimo até aquele instante. Pude sentir aquele corpo perfeito que me deixava fora de mim desde o dia em que o reparei com mais atenção. E eu desejava por mais, muito mais.
- Que horas é o seu vôo?
- Dez da noite. Mas só devo chegar mesmo em Lyon na tarde de sábado. Coisas de fuso horário.
- Entendi.
Eu não cansava de admirá-la. Se eu pudesse, a impediria de viajar. No entanto, era uma loucura deliciosa o que eu e ela estávamos vivendo juntos.
- Ainda triste comigo?
- Agora nem tanto - dei um sorriso irônico - terei lembranças suas antes de dormir. Ela não conseguiu disfarçar o tom vermelho na pele.
- São 18h15 agora - olhei no celular após retirar da mochila e depois o guardei - É agora que a gente se despede?
- Acho que sim - sua doce voz entristeceu.
- Eu tinha planejado tanta coisa - lhe disse enquanto acariciava o seu rosto.
- Eu te aviso quando estiver voltando. Quem sabe a gente não fica um dia inteiro juntos?
- Era o que eu mais queria.
E finalmente a levei de volta para casa parando o carro em um quarteirão antes da sua rua e nos despedimos com um beijo lento. Se eu tivesse o poder de fazer o tempo parar, eu o teria feito.
***
A banda de pop rock tocava ao vivo diversas músicas de décadas passadas. Noite de sexta-feira, um clima ameno e agradável e o bar estava lotado. Luciana praticamente me obrigou a sair de casa para uma espécie de confraternização de fim de semestre com os meus colegas professores do Campus. Ficamos em uma mesa do lado de fora pois assim poderíamos conversar de modo civilizado sem precisarmos falar mais alto por causa do som da banda.
Do outro lado da rua que estava movimentada, a fila da entrada da boate estava dando voltas. Eu detestava aquele lugar. Quase sempre, a noite ali acabava em confusão, a polícia era chamada e eu ficava me perguntando como que o local ainda não tinha sido fechado.
Todos na mesa conversavam animadamente em meio às bebidas e petiscos espalhados pelas três mesas que ocupamos. Fiquei apenas na água e meus pensamentos estavam longe. Voltados para ela. Meu celular começou a vibrar em cima da mesa e quando eu vejo a notificação, a força do pensamento se fez presente.
- Estou embarcando agora.
Era impossível esconder o sorriso, mesmo fechado, que se formou no meu rosto. Meu coração apertou já tomado pela saudade.
- Bon voyage, ma petit - respondi de volta junto de um emoji de coração - vou morrer de saudade de você todinha, do seu cheiro, do seu corpo.
- Et moi de toi*.
(E eu de você*)
Respirei fundo pensativo e observando a tela do celular. Passaria a contar os dias até ma douce étudiante* retornar das férias e quem sabe passarmos um fim de semana juntos.
- Mensagem dela? - Luciana que estava sentada ao meu lado me perguntou pois percebeu o meu semblante mudado.
- Sim. Está embarcando nesse exato momento.
- Que menina mais chique. Indo passar as férias na França. Paris?
- Lyon. Cidade da família do pai.
- Huuum.
- Luciana...
- O quê?
- Eu nunca te mostrei uma foto da Nívea.
- Agora que você está me falando... Realmente não! - nós dois rimos nos dando conta.
Fui até o Instagram e visualizando o perfil da Nívea busquei uma foto apenas do seu rosto e colo que ela tinha tirado onde deveria ser a varanda do apartamento. Na ocasião da foto estava Sol o que ajudou ainda mais a destacar o azul perfeito dos olhos. Salvei a foto e enviei para Luciana.
- Te enviei agora.
No instante que ela visualizou a foto na mensagem, seus olhos se arregalaram tamanho era o espanto diante daquela beleza única.
- Meu Deus, Schneider... Ela é linda! - ela falou baixinho e me olhou parecendo não acreditar no que acabara de ver.
- Agora você me entende?
- Realmente... Um pedaço do céu foi parar nesses olhos. Já quero conhecê-la, nem adianta!
- Um dia eu te apresento à ela. A Nívea faz questão do nosso relacionamento ficar em segredo. Eu e você sabemos disso por razões óbvias.
Seriam semanas longe dela. Da menina que conseguiu quebrar a barreira firme construída por mim, me forçando a jogar pra longe toda forma de ética existente. Não havia mais medo entre nós dois. E aquela viagem era a prova de que eu não conseguiria mais viver sem ela.
Continua...
Deus é mais e fez com que eu finalizasse mais uma etapa desse Especial. Mesmo demorando, eu escrevo com muito carinho pensando em vocês. E se perceberem que eu começar a demorar, podem em enviar email, comentários, me encham o saco sim! Hahahaha Pois pra mim é uma forma de saber que gostam do que eu escrevo.
Atenção! Minha estréia no Instagram: @aescritora_
Quem se interessar pode me seguir. Lá postarei trechos da história, atualização de novos caps e reflexões literárias.
Meu eterno agradecimento à todos vocês que amam essa história doida que surgiu na minha cabeça hahahahahaha
ma douce étudiante* = minha doce aluna.
Contato: a_escritora@outlook.com