Autor: Théo Ozga Vitury
Para não prolongar muito a história vou fazer um breve relato da minha viagem
a Bariloche com a Ana. A cidade é linda, tem cerca de 130 mil habitantes e
está às margens do Lago Nahuel Huapi, fica no norte da Patagônia Argentina,
na província do Rio Negro. Foi uma viagem cansativa apesar de não ser muito
longa, pois a Argentina não fica tão perto como imaginei.
Bem saímos daqui ao meio dia, fizemos duas paradas mas não me recordo o
nome do local, em seguida chegamos à Monte Videl capital da Argentina e
depois num avião bimotor fomos direto a cidadezinha de San Carlos de
Bariloche.
San Carlos de Bariloche é uma cidade na região da Patagônia Argentina.
Limitada pelo lago glacial Nahuel Huapi, junto à Cordilheira dos Andes,
Bariloche é conhecida pela arquitetura no estilo dos Alpes suíços e pelo seu
chocolate quente, vendido em lojas na Calle Mitre, a ruazinha principal que nós
fomos, estava tudo perfeito, não temos nada a reclamar a não ser o frio
extremo abaixo de zero, pois para quem está acostumado com o calor do Rio
de Janeiro e Campo Grande/MS foi difícil.
A cidade é excelente para caminhadas, tem uns lugares muito bons, como as
montanhas íngremes e morros ao redor e a prática do esqui nessas mesmas
montanhas próximas é perfeita e ainda dá para explorar a região dos lagos.
Tudo muito romântico bem coisa da minha mãezinha, um lugar ótimo para ficar
sozinhos.
O que minha mãe não sabia é que eu não sou nada romântico, me senti até
meio perdido naquele clima envolvente, mas a Ana estava por perto e me
salvou.
Uma cidade linda de se ver a noite da janela do avião, toda iluminada, perdida
no meio da neve, de manhã seus montes estavam cobertos de uma neblina
criando uma paisagem inesquecível, digna de um cartão postal.
Descemos e fomos de táxi até a pousada que minha mãe tinha feito a reserva.
Ali muitas pessoas preferem as casas que os habitantes usam como pousada.
A casa pousada era rústica tinha estilo medieval construída em pedras simples,
mas muito linda, tudo limpo e organizado, um lugar aconchegante.
Fomos bem recepcionados por uma família de três moças e um casal que
estava nos esperando.
Essa pousada tinha refeições inclusas, então nós saíamos e voltávamos para
comer ali, a comida era caseira, simples, uma delícia, na época não tinha
restaurantes de luxo, porém hoje mudou apesar de eu nunca mais ter ido para
lá eu sei que tem hotéis de luxo e restaurantes também, pois é uma cidade
turística.Para quem gosta de frio super recomendo.
Ana adorou tudo, pois ela que nunca tinha saído da fazenda, enquanto meu pai
ficava entre um lugar e outro resolvendo problemas do trabalho era ela quem
tomava conta de tudo por lá enquanto ele estava fora, então essa viagem foi
um encanto, um conto de fadas, achou tudo muito lindo e romântico.
No dia seguinte fomos fazer compras, pois estava nevando, sete graus abaixo
de zero e nós não tínhamos agasalhos adequados para enfrentar aquele frio.
Eu tinha levado alguns agasalhos, mas nossos agasalhos daqui do Brasil não
sevem para uma região tão gelada como a patagônia, então tivemos que
comprar tudo desde casacos até botas de andar no gelo e quando voltamos
para o Brasil deixamos para doação.
Foram cinco dias maravilhosos que passamos juntos fazendo compras e
conversando sobre tudo, tínhamos todo o tempo do mundo, então era só
aproveitar e curtir o local.
Esses dias foram recheados de intimidade, conversas longas que não
tínhamos quando nos encontrávamos, pois preferíamos ficar fodendo do que
conversar.
Juntos falamos do futuro, caminhamos de mãos dadas como um casal normal
no meio da multidão.
Nesses cinco dias que ficamos lá nos aproximamos muito, não teve muito
sexo, por causa do frio, da pousada, apesar de termos nossa privacidade não
nos sentíamos totalmente à vontade para foder sabendo que tinha gente ali
dentro da casa, diante disso fizemos muitos passeios a pé, patinamos no gelo
e aproveitamos para curtir a cidade. Conversamos sobre tudo desde o
divórcio da Ana com meu pai até sobre o que eu iria fazer quando saísse da
Marinha. Eu não sabia o que ia fazer e juntos tentamos encontrar uma
colocação no mercado de trabalho para mim mas por enquanto eu ficaria na
Marinha, já estava contando os dias para sair de lá e poder recomeçar minha
vida do zero.
Eu posso lhes assegurar que a viagem foi muito maravilhosa uma coisa para
ser lembrada para sempre como uma lua-de-mel só que para solteiros, eternos
namorados como se nos estivéssemos apaixonados. Pelo menos era assim
que Ana me dizia, estar apaixonada por mim, apesar de que eu não queria, por
que a paixão nos faz sofrer e eu não queria que a Ana sofresse mais do que
tinha sofrido com meu pai, comigo.
Eu não um homem de grandes paixões, prefiro uma boa noite de foda intensa
do que doar ou emprestar meu coração para alguém, não que eu não me
importe com as pessoas, eu me importo sim mas é de uma forma diferente,
simplesmente não posso me comprometer a assumir compromissos.
Eu sei que as mulheres tem mania de romantizar as coisas e vê em um final
feliz em tudo e com todos, mas acredito que todas deviam preservar seus
corações de paixões passageiras, isso evitaria sofrimento.
Nada dói mais do que ver uma mulher chorando por você e saber que não
pode fazer nada e que não existe nenhum sentimento além de um grande
carinho e uma doce amizade .
Devido a minha profissão eu não posso assumir compromissos com ninguém,
pois hoje estou aqui e amanhã do outro lado do mundo e fico dias sem voltar
para a casa.
Segundo meu ponto de vista mulher nenhuma merece um amor ausente, um
homem que quando ela precisa está longe, vivi isso com meu pai dentro da
minha e minha mãe sofria e Ana também então e não quero fazer ninguém
sofrer da mesma forma comigo.
Esse é o meu posicionamento sobre o assunto. Não sou um canalha, mas
procuro não dar esperanças para ninguém. Duro? Talvez mas, sou verdadeiro.
Uma boa noite de foda não machuca ninguém e também ninguém sai
machucado, essas paixões são perigosas.
A paixão, o amor dói no peito, machuca quando não é correspondido e Ana
sabia que eu não conseguia amar e eu achava maravilhoso isso, essa
compreensão dela. Eu poderia ter minha liberdade sempre que eu quisesse,
aprendi muito com essa linda mulher apesar de que a maioria das pessoas não
pensam dessa forma, todos querem fidelidade, mas eu e a Ana éramos
diferentes,nossa relação era aberta e dessa forma estava perfeito pra nós e
fomos muito felizes juntos.
Acredito que até hoje a Ana sente minha falta porquê ela nunca mais se
envolveu com ninguém, se isso não é amor é o que? Sinceramente não sei. Eu
particularmente não concordo com esse comportamento dela, acredito que ela
seria mais feliz se estivesse com alguém que amasse do que estar sozinha.
Ana é uma mulher muito especial até hoje para mim.
Terminamos nossas férias dessa forma com passeios, conversas e um lugar
lindo de morrer.
Depois da nossa viagem assim que retornamos eu nem fui a Campo Grande/
MS, como pegamos o vôo direto para São Paulo de lá mesmo eu e a Ana nos
despedimos com a promessa que nos veríamos em breve.
Voei para o Rio e fui para a minha unidade, isso já meados de março, meus
dias na Marinha eram tidos como despedidas, a contagem regressiva tinha
começado.
Eu já não me interessava por curso nem nada na área militar, eu só queria sair
dali o mais rápido possível.
No final do mesmo mês eu recebi uma ligação da Ana, ela queria que eu fosse
para Campo Grande a uma formatura de uma amiga dela, mas não disse quem
era a amiga apesar de eu ter perguntado várias vezes.
Fiquei bastante curioso, mas não adiantou nada, ela simplesmente me
ignorou.
Apenas Ana eu e minha mãe éramos convidados para a tal festa, mas para
isso eu deveria chegar três ou quatro dias antes era uma exigência da
Ana, segundo ela para poder provar a minha roupa que ela e minha mãe tinham
mandado fazer. E assim foi, dois dias antes eu cheguei a Campo Grande.
Foram alguns dias de muita correria, na sexta-feira meu terno estava dando
problema tinha ficado muito folgado, eu queria algo mais justo, pois estava
acostumado com as roupas da Marinha.
Perguntei por umas três ou quatro vezes a Ana de quem era a formatura, quem
estava se formando, mas ela não dizia. Um mistério, mas não sei por que ela
não poderia me contar, talvez se eu soubesse eu não fosse ela sabia disso,
então o segredo.
A festa foi no Rádio Clube Campo em Campo Grande, quando chegamos
pensei:
“Uma festa grandiosa vai acontecer aqui hoje, mas por que será que eu fui
convidado? Por que eu tinha que ir nessa festa? Eu não estava entendendo
nada, mas ela permaneceu firme em seus propósitos e não me contou, acredito
que era uma surpresa, só essa que me faltava encontrar meu pai ou a Lina
aqui”, mas aí tinha uma faixa na entrada que removeu todos esses
pensamentos da minha cabeça que dizia:
- BEM-VINDOS AOS NOVOS FORMANDOS DE VETERINARIA DA UFMS.
Com certeza meu pai nem a Lina estavam se formando, mas maior surpresa
eu tive quando o cerimonialista chamou a oradora da turma, eis que me sobe
ao púlpito nada mais nada menos que a LINA. Eu olhei embasbacado e ia
questionar a Ana quando ela beliscou meu braço e disse:
- Seja educado garoto, ouça a moça falar.
Fechei o bico e fiquei calado, acreditem se quiser, não tive nenhum sentimento
negativo apenas surpresa, nenhuma raiva ou tudo aquilo que eu senti
simplesmente desapareceu.
Mas em contrapartida não tive nada favorável nada de bom também, apenas
me senti eu mesmo, como se tivesse vendo uma estranha, não senti nada
absolutamente nada, como se tudo aquilo que aconteceu conosco tivesse
sumido da minha cabeça, algo muito estranho, acredito que a presença da Ana
na minha vida removeu essa mancha horrível que tinha ficado na minha mente
durante esses anos todos, Santa Ana.
Quando terminou a cerimônia, ela veio até nós, abraçou minha mãe. Era a
primeira vez que elas se encontravam depois do episódio que aconteceu
conosco, ela então olhou para minha mãe, para mim e pra a Ana e disse
seriamente:
- Amélia, eu gostaria muito de pedir perdão pelo que fiz ao seu filho, e Théo,
se um dia você conseguir me perdoar também, Ana, eu te agradeço por tudo,
nada disso aqui seria possível se não fosse você.
Dei um abraço nela, eu disse a Lina que estava tudo certo, que eu estava feliz
com sua formatura, e que não deveríamos mais tocar nesse assunto. Minha
mãe concordou e abraçou ela também e tudo estava em ordem novamente.
Foi uma grande festa, maravilhosa, saímos de lá já era quatro horas da manhã.
Nessa noite dancei com Ana, com minha mãe e também dancei com Lina, senti
a falta dos pais dela, mas não me arrisquei a perguntar com certeza eles nem
sabiam que ela estava se formando.
No caminho para a casa Ana me disse que tinha feito um trato com Lina, que
se ela fosse aprovada no vestibular de uma faculdade federal ela bancaria todo
o resto até ela se formar, mas tinha uma condição, caso ela se casasse o trato
estava desfeito. Com isso Lina manteve sua palavra e Ana a dela, ai eu disse:
- E como será agora?
- Eu não sei Théo, mas até onde sei ela já tem um emprego garantido.
-Que bom minha Ana.
- Sua?
- Sim, minha Ana.
Chegamos a sua casa, tomamos banho juntos, Ana me disse:
- Eu não quero foder agora, quero apenas dormir, mas antes preciso que você
faça uma massagem em meus pés, estão doendo muito.
Ana estava começando a falar minha língua, então fui até sua penteadeira
rindo e peguei o seu creme de pés, ela vendo que eu lembrava do creme sorriu
e disse:
- Que delícia você se lembra que é este.
-Impossível não lembrar, este frasco me remete ao primeiro dia que estive aqui
com você e meu plano de vingança que foi concluído graças a sua ajuda com
sucesso.
-Foi um prazer meu menino, você foi a melhor que aconteceu na minha vida,
seu plano de vingança foi um sucesso.
Ana sorriu sonolenta. Então me sentei na cabeceira da cama, ela se deitou
com sua cabeça para os pés e iniciei a massagem. Eu nem bem tinha
terminado seus segundo pé percebi que ela já dormia, peguei-a no colo e a
coloquei no seu lugar.
Eu não tinha muito o que fazer senão ir dormir também e foi o que fiz pois caí
no sono imediatamente acordando no outro dia por volta de dez horas. Meu
vôo de volta era às onze horas. Foi muito corrido, me arrumei às pressas e
saímos rapidamente.
Então ela me levou para o aeroporto nos despedimos e eu embarquei, quando
entrei no avião adivinhem quem eu encontro lá dentro?
Charlotte! Pois é. Ela estava lá toda linda e maravilhosa. Eu já tinha achado
ela linda naquela manhã em seu jardim, mas quando a vi naquele uniforme de
comissária de bordo achei-a ainda mais encantadora ainda, me fiz de difícil,
embora o vôo até São Paulo fosse rapidinho, mas fui o tempo todo curtindo
aquela beleza negra indo e vindo dentro da aeronave.
Em São Paulo, ao descer para comprar alguma coisa, não me recordo o que
me deparei com ela no saguão, nos cumprimentamos, então ela disse:
- Tenha um bom vôo até o Rio senhor fuzileiro.
Pensei:
- Fuzileiro a vovozinha...
O que ela me disse me deixou bastante pensativo, pois como ela poderia
saber tanto da minha vida, se tivemos apenas alguns minutos de conversa na
manhã em que fui flagrado em seu jardim. Acredito que a Ana estava armando
alguma coisa, ou estava contando sobre nós com ela, eu ia descobrir no futuro.
Assim que cheguei a minha unidade no Rio tinha um recado da Ana, queria
que eu ligasse para ela, foi então que liguei.
Ah! Agora eu tinha o numero do fixo de Ana na sua suíte não era só meu pai,
ela atendeu e me disse que estava morrendo de saudades, que não sabia
como ia aguentar até o fim de semana, pois ela disse que viria para o Rio me
encontrar.
Foi aí que muito rápido tive a ideia de que, se ela viria na sexta pela manhã e já
que meu expediente só ia até meio dia da mesma sexta então na quinta eu
poderia ir a uma locadora e alugar um carro para fazer uma surpresa para ela e
foi o que eu fiz.
Ao meio dia da sexta-feira eu fui para o aeroporto Santos Dumont pegá-la. Ela
toda curiosa queria saber aonde iríamos, então eu disse que íamos naquele
lugar que fiquei com Rita fodendo o final de semana inteiro.
Já que ela tinha dito que queria conhecer aquele lugar então vamos lá.
Então esse seria um bom final de semana para aproveitarmos, ela achegou-se
para perto de mim, encostou sua cabeça em meu ombro e logo pegamos a Rio
Santos.
Chegamos à Ponta da Trindade por volta das dezoito horas, mas antes
paramos em uma loja em Angra dos Reis para ela comprar maiô, o que não
deixei, pois eu achei que Ana com aquele seu corpo lindo deveria usar um belo
biquíni fio dental para eu poder apreciar seu bumbum lindo que foi objeto dos
meus sonhos por anos. Compramos uns três para ela, e outras coisas como
protetores chapéu de praia e umas coisinhas a mais que iríamos precisar.
Ao chegarmos fomos recebidos pela mesma menina que tinha recebido eu e
Rita.
Ela tinha preparado um pequeno chalé para nós, bem requintado a frente de
todos os outros, diferente do que eu fiquei com a Rita, pois aquele era muito
simples, deste podíamos ver o mar com um pôr do sol lindo, um colírio para os
olhos, uma verdadeira delícia que a natureza nos proporcionou.
Instalamo-nos, estava um entardecer maravilhoso e logo escureceria,
resolvemos ir até o mar, era a primeira vez que eu via Ana despojada de seu
requinte,ela estava descalça cabelos soltos, se fosse nos dias de hoje eu teria
feito inúmeras fotos dela, porque estava bela demais, radiante, ostentava um
sorriso gostoso, seus olhos tinha um brilho lindo.
Ela me abraçou um abraço bom, gostoso de pura saudade beijou minha boca,
caminhamos de mãos dadas sentamos em uma pedra, foi quando ela me
chamou para ir embora, pois segundo ela queria foder bastante já que não
aproveitamos em Bariloche e ela queria aproveitar cada minuto como fiz com
Rita.
Eu disse a ela que talvez fodêssemos ali mesmo então ela foi surpreendida
pela moça da pousada que nos trouxe uma tábua de frios que eu tinha
encomendado, e uma garrafa de vinho, com isso brindamos a nossa vida, a
minha e a dela ao meu futuro que eu não sabia como ia ser.
Ana me disse:
- Eu amo você meu menino, como é romântico, cavalheiro nunca conheci
nenhum homem assim, você faz com que eu te ame cada dia mais, apesar de
saber que não é eterno, estou pronta para te deixar ir assim que você quiser
porquê eu sei que você é um homem livre e terá muitas mulheres lindas na sua
vida, e só quero te ver feliz .
-Eu sei Ana e eu amo isso em você e amo sua forma de pensar não me
cobrando nada, você é maravilhosa. Vamos dar um mergulho minha linda Ana?
-Só quero te ver feliz, mas acho que vou recusar o mergulho, melhor deixar
para amanhã.
-Ah não Ana, eu quero agora.
Continua
Direitos Reservados Lei Federal n° 9610/98.
Huuummm que delícia de conto meu amor, simplesmente amei, votado é claro, bjinhos Ângela