Histórias de Prostituição 3 - Corretivo

       Domingo. Acordo com a campainha tocando, são 15h da tarde. Trabalhei até o sol raiar e desfaleci na cama, sem nem me dar ao luxo de um banho. Logo tenho que voltar para a rua. Cubro o corpo nu com um robe e abro a porta. Me deparo com Dito. Ele abre o sorriso. Usa óculos escuros, regata e jeans. O pescoço cheio de correntes de ouro. Debaixo do braço uma garrafa de 51 e na mão uma sacola.

        - Bom dia! – diz, enquanto vai entrando. É tão grande e largo que quase não passa na porta. – Então é aqui que cê mora? Esse lugar tá meio caído, hein? – observa.

        - Desculpa, não tava esperando visita. – digo, enquanto penso como ele entrou no prédio e descobriu qual era meu apartamento.

        Coloca a garrafa e a sacola sobre a mesa e começa:

        - Já faiz 15 dias que cê tá na rua. Hoje é dia de coleta. Costumo cobrar na semana, mas fui bonzinho e te dei um tempo a mais pra se estabelecer no negócio. Tá aqui. – explica, enquanto tira um papel do bolso com as anotações.

        Confiro e é muito dinheiro.

        - Dito, é muito... e nem abate minha dívida. E o que é isso? Uma garrafa de Whisky e pó? – questiono sem esconder minha indignação.

        - Bão, num fui eu que inventei o sistema financeiro. Cê pediu dinheiro emprestado. Dinheiro do futuro vale mais que o do passado. O Whisky e o pó foi da festinha que cê fez com os dois bota-preta no seu primeiro dia. Tudo anotado, tudo certinho.

        - Eles me ofereceram, eu não pedi. – protesto.

        - Tão me cobrando. Quando cê for acertar a proteção no mês que vem, diz isso pra eles. Boa sorte. E otra: num existe de graça na rua, dexa de se burra e aprende isso. E tem mais, cê num usa seu nome verdadeiro na rua. É pra sua proteção, até isso tenho que explica? Usa Kelly, Evelyn, Samanta, Paloma, Nicole... qualque um desses nome de vadia. Nunca o seu. – ralha.

        Não adianta argumentar, principalmente com alguém cujo apelido nas ruas é Marreta. Uma vez perguntei o porquê, e sua resposta foi “melhor você não saber”. Vou até o quarto e pego o dinheiro escondido no fundo da gaveta. Metade do que ganhei vão para as suas mãos.

        - Alguém tá trabalhando bastante, tô muito orgulhoso. – diz, abrindo um sorriso.

        - Agora que nos acertamos, vou me arrumar. Preciso trabalhar. – digo, tentando me livrar do cafajeste.

        - Hoje cê num vai trabalhar. Tem dia que cê precisa agradar o patrão, entende, delicinha? – diz com malicia.

        Imprudente, cruzo os braços e digo enérgica:

        - E quem vai pagar meu dia?

        Seu rosto se transforma. Tira os óculos e me fulmina com o olhar. Suas órbitas ficam vermelhas e seu corpo se enrijece. As veias do pescoço e dos braços musculosos saltam. Na sequência, um tapa atinge meu rosto em cheio me jogando no chão. Enquanto ainda estou caída, ele vai até a TV e a liga. Coloca o volume no máximo.

        - Os vizinhos num precisam escutar isso. – diz.

        Me agarra pelo pescoço e ergue meu corpo como se fosse uma boneca de pano. Arranca o robe que cobre meu corpo me deixando nua.

        - Vadia, viu o que cê me faiz faze? Cê pensou antes de fala? Se sou dono do restaurante, num vô paga pelo prato de comida. Se sou dono da vaca, num vô paga pelo leite. – diz, me jogando no sofá de quatro.
        
        - Tira a cinta da cintura e golpeia minha bunda com força. Meu corpo se contorce de dor. Mesmo levando uma vida miserável, nunca havia apanhado antes. Golpeia novamente e me contraio tanto que acabo me mijando. Ele continua o castigo. No quinto golpe, chorando, imploro:

        - Para, por favor... entendi... faço o que o Sr. quiser.

        Agarra meus cabelos e diz em meu ouvido:

        - Vadia! Lido com biscates desde antes de cê nasce. Minha mãe era puta. Acha que num sei o que cê quê? O que tá passando? Viro puta por num te opção. É sozinha. E agora tá fazendo um poco de dinheiro e se achano. Por isso que puta precisa de dono. Num é só pra proteção. É pra ganhar um carinho de vez em quando. Meter sem receber nada em troca. Toma um corretivo quando sai da linha. E lembrar que ainda são os homens que mandam nessa merda de mundo. Agora vá pra porra do banheiro e toma um banho. Tá cherando a suor dos outros, porra e mijo. E tira esse hálito de boqueteira que cê tá. Depois volta disposta e com um sorriso no rosto. Te prepara que hoje vai toma uma enrabada que nunca mais vai esquecê.

        Obedeço. Quando a água toca a pele levemente dilacerada arde. Escovo o dente e me enxugo. Passo creme pelo corpo para ficar cheirosa. Volto a sala nua e cabisbaixa. Dito está sentado no sofá de dois lugares. O corpo grande e musculoso ocupa quase todo o espaço.

        - Viu? É como diz o ditado: lavô tá novo. Secou, virgem de novo. – diz rindo. – Dentro da sacola tem um vidro de azeitona e outro de palmito. Coloca pro pai num pratinho. E corta o palmito em rodela. – pede.

        Tento abrir a tampa e não consigo. Levo até ele que abre as duas com facilidade.

        - Viu como sô útil. – ri.

        Deixo o prato preparado na mesinha de centro. Dito pega a garrafa de pinga e a abre com os dentes. Toma no gargalo e se serve das conservas.

        - Toma! Cê vai precisar. Pode toma, é de graça. Prometo. – diz, estendo a garrafa com os braços.

         Pego com a mão e tomo um longo gole. A cachaça desce queimando. De estomago vazio, sinto o efeito imediatamente.

        - Agora pega uma cadeira e debruça nela. Rebola pro pai vê. Tipo puta de cabaré, sabe como é? – manda.

        Enquanto rebolo e faço movimentos sinuosos com o corpo, Dito bebe e come.

        - Sabe... 150 anos atrás uma galeguinha igual cê, podia ir na feira, comprar um negão igual eu e botâ pra trabalhar em casa. Hoje em dia um negão pode se dono de uma putinha branca igual cê. Tsc. O mundo dá voltas, né? – filosofa, enquanto tira a roupa.

        Me assiste rebolar por mais uns quinze minutos até chamar:

        - Chega. Agora ajoelha pro seu dono.

        Fico de joelhos de frente ao sofá, no meio das suas pernas. Agarra meus cabelos e me coloca para mamar. Controla o movimento com a mão. Só tenho que manter a boca aberta. Hora os movimentos são frenéticos, como se fodesse minha boca, hora são lentos. Vez ou outra, afunda tanto minha cabeça que obstrui minha garganta com o cacete. Nesses momentos fico sem ar e nauseada. Já passei isso com clientes. A diferença é que o pau do Dito é enorme, e ele não me deixa recuperar o fôlego. O som da tv está no talo, e acho que ele me obriga a chupá-lo por meia hora. Finalmente me solta. Estou exausta e ofegante. Meu pescoço dói e a garganta arde. O abdômen também dói de tanto me esforçar para respirar. O corpo em completa sudorese. Em nenhum momento ele deu sinal de gozar.

        - Agora senta no meu caralho, puta. – manda.

        Pego a bisnaga de óleo e faço menção de passar no seu membro.

        - Sem essas frescuras. Gosto direto no pelo. – diz, agarrando meu punho e me colocando ajoelhada entre suas pernas.

        Pego seu pau e coloco na entrada da boceta. Vou acomodando a cabeça longa e grossa e sentando lentamente. Ele afasta minhas pernas me fazendo sentar de supetão. Sinto como se fosse rasgada. Cerro os olhos e abro a boca surpresa. A dor se esparrama pelo meu ventre, mas em seguida sinto uma onda de prazer incontrolável. Tento ficar imóvel, mas meu corpo me traí. Tremo, fazendo com que meu clitóris, duro e excitadíssimo, friccione na base do cacete mais grosso ainda e me faça gozar. Ele se propaga e gozo novamente. Dessa vez de algum lugar mais profundo, cuja sensação desconhecia. Isso se repete várias vezes, semelhante quando uma bola de tênis é rebatida durante um rally numa partida. Logo a sensação se dissipa e sou tomada de uma letargia. Não sei se passou um segundo, um ou dez minutos. Volto a mim com a mão pesada de Dito espalmando minha bunda.

        - Alguém queimou largada. Agora rebola, puta. – ri.

        Aproveito que estou molhada e salto no seu cacete freneticamente com o objetivo de fazê-lo gozar. Ele assiste meu esforço relaxado. Estica os braços no encosto do sofá e nem me toca, deixando que eu faça todo o trabalho. Depois de quase quarenta minutos, quem acaba gozando sou eu novamente. Recosto a cabeça em seu ombro e paro de me mexer. Suada e ofegante, digo:

        - Não aguento mais...

        Dito me afasta e se levanta. Toma um enorme gole da cachaça e me oferece:

         - Bebe.

        Com sede e cansada, o acompanho. A bebida parece não ter impacto algum dessa vez.

        - De quatro. – manda. Seu pau gigante balança duro, como se zombasse de mim.

        - Dito, eu não...

        - Puta na sua situação num tem o luxo de dizer não. – interrompe antes que eu termine a frase.

        Me ajeita de quatro no sofá e enterra o cacete na minha xoxota. Estoca com força. A cada bombada que levo, o sofá velho de pés frouxos dá com o encosto fortemente na parede. O som ritmado dá a impressão que o apartamento está em obras.

        - Ai! Ai! Ai! Ai! Ai! Ai... – grito alto a cada golpe que levo. É involuntário e sincero.

        Depois de me torturar sabe-se lá por quanto tempo, Dito goza. Sua porra enche minha bocetinha. Ele sempre goza em abundância. Devo estar tão esfolada por dentro que chega a arder. Ele me agarra e me bota de joelhos.

        - Vamo, putinha, deixa o menino pronto pra trabalhar de novo. – diz.

        Chupo o pau meio mole e melado de porra. Sinto um leve gosto de ferro, característico de sangue. Deve ser meu, penso. Não demora e o cacete está em pé.

        - Agora volta pro sofá, quenga. – ordena.

        Ajoelhada, de mãos unidas e chorando imploro:

        - Dito, ontem trabalhei o dia inteiro. Não aguento mais. Aprendi a lição, me perdoa! Por favor!

        - Acaba quando eu achar que acabou. – avisa calmamente. Em seguida tira um pino do bolso das calças e oferece: - se quiser tem isso.

        Pego o pino e aspiro o conteúdo com o nariz. Sou tomada por uma coragem instantânea. Me posiciono no sofá novamente e digo:

        - Quer acabar comigo de tanto foder? Então fode seu cafajeste! Vem seu preto filho da puta!

        Ele agarra meus cabelos e ri.

        - Só faltou me chamar de feio e fedido. – debocha, enquanto me cala enterrando o pau na minha xana.

        Não sei quanto tempo passou. Tenho uma lacuna nesse espaço. Só lembro do efeito da droga acabando. Da dor. E de ter gemido e implorado muito para que parasse. Quando me dei conta já havia anoitecido e estava praticamente mole no sofá. O encosto e as estocadas me impediam de cair. Dito me pega e coloca meu corpo em seu ombro direito. Me leva para o quarto como um homem das cavernas. Me atira na cama de bruços.

         - Faltou o rabo. – avisa.

        Não tenho nenhuma reação. Ele simplesmente afasta minhas nádegas e enfia o cacete no meu cuzinho. O peso de seu corpo quase me esmaga. Elle também não sente prazer nenhum, só o faz porque pode. E para reforçar um ponto. Demora, mas começo a sentir dor, e, por mais que tente, não consigo segurar o choro.

        - Tá doeno, né? – pergunta, já sabendo a resposta.

        - Hm-Hm... – gemo baixinho.

        - Haaaaaa! - Enfim ele geme, esporrando com a abundância costumeira no meu cú.

        Mal termina o êxtase, agarra meus cabelos e me arremessa ao chão em direção a parede. Aponta o pau amolecido em minha direção e atinge minha testa com o jato de urina. Tento pateticamente me defender do liquido quente que cheira fortemente amônia. Aliviado, ele me deixa, vai até a sala, se veste e sai dizendo:

        - Até o próximo Domingo!

        Quase incapaz de me mover, levanto, desabo na cama e durmo. O corpo molhado de mijo é o que menos incomoda. Quando acordo, o cheiro no quarto é nauseante. Meu corpo inteiro dói. Depois da Maratona sexual de ontem, me sinto como se tivesse sido estuprada por um batalhão. Ligo para o Seu Airton e digo que não vou trabalhar. Ele fica todo animado quando digo que vou compensar como da outra vez. Tiro a manhã para limpar o quarto. Continuo toda dolorida. Fico de cócoras e, com um espelhinho, analiso o estrago. Estou toda assada por fora. Provavelmente por dentro também. Meu cú está dilatado e vermelho. Não conseguiria segurar uma moeda de um real com ele. Parece mais um hematoma que um orifício. Passo o resto do dia a base de banho de acento e analgésico. Hoje é Segunda, geralmente dia fraco para trabalhar. Acontece que coincidiu de ser dia de pagamento, o que inverte a lógica. Tenho que trabalhar.

        Já na rua, faço o primeiro programa dentro de um Chevette velho. Parados numa rua escura, começo com um boquete no cliente. Depois vamos para o banco de trás. Quando sento nele, mesmo lambuzada de óleo, sinto uma dor tremenda. Na primeira penetração estou chorando. Isso acontece no próximo e sucessivamente. Ainda assim faço dez programas na noite. Chorei em todos. E continuou assim nos dias seguintes. Mas os clientes não se importam, a maioria sai mais confiante depois da experiência. “Meu pau é tão foda que fez uma puta chorar”, devem pensar. Lágrimas de puta simplesmente não tem valor.

       Epílogo.

        É Domingo. Aguardo o Dito como deve ser: de banho tomado e cheirosa. A campainha toca.

        - Entra! – grito.

        Ele abre a porta e se depara comigo, ajoelhada completamente nua no tapete, pernas afastadas, braços levemente apoiados nas coxas com as palmas das mãos voltadas para cima. Sinal completo de submissão. Aprendi com uma garota na rua. O apartamento está arrumado. A mesa está posta, e uma panela de spaghetti com carne moída nos espera. Ele se aproxima.

        Senti sua falta, amor. – digo, enquanto desfivelo sua cinta e baixo o zíper das calças como uma criança desembrulha um presente de natal. Começo a mamar seu pau, o encarando.

        - Putinha ordinária. Aprendeu que tem dono, né? – reage recebendo o boquete.

        - Me chame de Amanda. – peço e volto a fazer meu trabalho. – Hmmmmmmm... – gemo, enquanto chupo a pica como se fosse uma iguaria. – Que cacete gostoso. Quero ele dentro de mim, tô morrendo de tesão... – completo, enquanto passo o membro melado pela face. A expressão em seu rosto é de júbilo.

        Todo Domingo enceno a mesma peça. Agora sei porque o chamam de Marreta.


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Ficha do conto

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Nome do conto:
Histórias de Prostituição 3 - Corretivo

Codigo do conto:
221359

Categoria:
Interrraciais

Data da Publicação:
18/10/2024

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