Quando desliguei o telefone, minha filha (Juliana) chegou da escola, batendo a porta do seu quarto ao fecha-la. Fui até o quarto dela para repreende-la, mas ao abrir a porta do quarto dela e ve-la chorando na cama, meu plano de dar um sermão nela por fechar a porta daquela maneira se desfez.
- "O que aconteceu filha?"
- "Nada!" - ela disse, respirando fundo e sentando na cama.
Mesmo com a expressão do choro, pude notar a que ela estava com raiva.
- "Se não fosse nada, você não estaria assim... Me conte o que houve"
- "Aquele idiota do Tomas, ficou a semana toda dando indireta e eu aceitando... Aí do nada a babaca da Renata 'da em cima' dele, e ele fica com ela"
- "Ah filha... Não fica assim... Vai ter outros meninos pra você namorar"
- "Não!" - ela respondeu com um tom de raiva - "Não quero mais saber desse imbecis da escola" - e ela levantou-se e foi para o banheiro.
Fiquei confusa com o que ela disse, como qualquer mãe deva ficar, mas deixei pra lá, pois sabia que logo ela se acalmaria, e fui para meu quarto terminar de arrumar minha mala.
Mais tarde, na hora do lanche, perguntei pra minha filha se ela queria uma pizza e ela aceitou. Fizemos o pedido e comentei com ela que passaria na casa do Beto antes de deixa-la na casa do pai dela. Ela perguntou se não poderia ir pra praia comigo e eu disse que era o final de semana dela ficar com o pai dela, e que no próximo poderíamos ir. Ela fez uma expressão de triste e continuou arrumando a mesa. A pizza chegou, jantamos conversando sobre alguns assuntos aleatórios, e depois de lavarmos a louça e arrumarmos tudo no lugar, fomos pra sala assistir alguma coisa no Prime Vídeo.
Depois de já estarmos sentadas no sofá, com uma mantinha nos cobrindo, eu adormeci antes do filme acabar (como sempre acontece). Quando acordei, já de madrugada, a televisão estava desligada e minha filha estava deitada com a cabeça em meu seio direito e com seu braço direito por cima de mim, me abraçando. Com a escuridão, estando bem quentinha, e não querendo acordar minha filha, apenas me ajeitei vagarosamente, para me deitar, mas acabei acordando ela.
- Eu não queria te acordar filha... Vamos pra cama?"
- "Não mãe... Tá bom aqui... Dorme comigo..." - e ela se ajeitou novamente em cima de mim.
- "E por que não? Se eu levantar, é capaz de acordar e não conseguir mais dormir" - eu pensei, e abracei Juliana e dormi com ela no sofá da sala.
Na Sexta-feira cedo, acordei com minha filha saindo do sofá, apenas de calcinha. Estranhei, pq ficamos de calcinha e camiseta apenas quando está quente, mas não era o caso e ela estava sem a camiseta.
- "Bom dia dorminhoca" - Juliana falou sorrindo.
- "Bom dia... " - foi tudo que consegui falar.
- "Vou fazer um café. Você marcou algum horário pra passar no Beto?"
Eu ainda estava acordando e nem me dei conta de que tinha de ligar para o Beto, pois eu realmente não tinha marcado um horário. E isso me deixou ainda mais perdida, pois era 5:45 da manhã ainda.
- "Mãe!? Mãnhe, acordei... Você marcou com o Beto que horas?"
- "Não marquei..."
- "Bem, então levante e vamos tomar café. Aí você liga pra ele e depois me deixa no chato do meu pai"
Olhei para ela seria, e começamos a rir, pois realmente o pai dela era um chato. Além de ser um homem não muito presente em casa, depois da separação ele ainda ficava 'interrogando' nossa filha quando ela estava lá, querendo saber o que ela fez nas duas semanas, fazendo de conta que se importava. E também tinha o fato de ele estar namorando uma mulher chata como ele, com dois filhos, os quais meu ex marido gastava muito dinheiro com eles, as vezes deixando de pagar a pensão e eu ter de recorrer a minha advogada.
Após levantar, tomar café, tomar um banho e ligar para o Beto avisando que estava indo busca-lo, coloquei minha mala no carro, tranquei a casa e saímos.
Na frente do prédio do Beto, minha filha desceu do carro e foi interfonar. Ele informou estar descendo, e Juliana sentou-se no banco de trás, deixando o banco da frente para o Beto sentar. Ele apareceu com uma mochila.
- "Ois... Juliana, que legal que vai conosco"
- "Oi... Eu não vou Beto... A mãe vai me deixar na casa do meu pai"
E dirigi em direção a casa do meu ex, conversando sobre assuntos aleatórios. No que chegamos, o carro do meu ex marido não estava na garagem e a casa toda estava fechada. Pedi para minha filha ligar para o pai dela, por que eu já não tinha paciência pra falar com ele (desde a separação não falo com ele amigavelmente).
Depois de duas tentativas ligando, minha filha saiu do carro, deixando a porta aberta, ela fez sinal com o dedo na boca, para ficarmos em silencio, quando a namorada do meu ex marido atendeu o telefone dele na terceira tentativa. A minha filha ficava cada vez mais se segurando para ser educada.
- "Coloca no viva voz, por favor"
- "Pronto Juliana querida, está no viva-voz"
- "Não me chame de querida, pois sabemos muito bem que você não gosta de mim e nem eu de você... E pai, não quero nem saber aonde você está, só quero que saiba que vou pegar um Uber pra casa do amigo da mamãe, e vou ficar lá até ela voltar da praia...”
- "De que amigo? Vou ligar pra sua mãe te buscar" - meu ex marido interrompeu ela.
- "Fica quieto pai... Você viajou e nem me avisou. Desmarquei um monte de coisa com minhas amigas, por que era meu final de semana com você... Mas isso acabou... Não quero mais te ver, nunca mais!" - e ela desligou o telefone.
Ela olhou para mim e nesse momento o Beto falou:
- "Que legal você ir pra praia conosco Juliana"
Nós rimos e falei que iríamos passar lá em casa pra ela fazer uma mala rapidinho.
No caminho de casa, paramos em um mercado pra fazer compras. Fomos pra casa, Juliana pegou poucas roupas e agasalhos. E fomos pra praia. Descemos para praia e Beto foi logo levando sua mochila para o quartinho nos fundos, ao lado da garagem e da área de serviço. Depois ele ajudou a levar as compras para dentro, guardou nos devidos lugares e disse que iria preparar um lanche. Juliana disse que ajudaria ele, enquanto eu fui abrir as janelas e colocar as roupas de cama no quarto da Juliana e no meu.
Já era noite, estávamos bebendo vinho desde quando lanchamos, e eu e Juliana já estávamos embebedadas. Falávamos coisas as vezes sem nexo, e falávamos sem pudor, coisa que normalmente não fazemos. De repente, a minha filha pergunta:
- "Mãe, você deixa eu namorar seu namorado?"
- "Eu não tenho namorado Juliana"
- "Ah é... Então você deixa eu namorar seu amigo né?"
- "Sim, meu amigo"
Beto me olhou estranho. Juliana sorriu e veio me abraçar, me agradecendo. E depois foi abraçar o Beto, falando que o pai dela nem pra ligar para nós preocupado dela estar na casa de um amigo meu. E ela o beijou.
Claro que ele correspondeu, não o culpo. Mas só vendo eles se beijarem, que perguntei por que ela fez aquilo e ela disse:
- "Por que você deixou eu namorar ele?"
- "Não... Eu disse que ele é meu amigo"
Então o Beto explicou sobre as perguntas dela e minhas respostas. E após a explicação dele, foi que entendi o que respondi e o que ela entendeu.
- "Mas eu entendi errado sua pergunta"
- "Ah mãe... Agora não pode voltar atrás, você deixou eu namorar ele"
- "Mas filha..."
- "Sem mas... Eu te disse que não quero mais os meninos da escola!"
- "E quer o meu amigo?"
- "Ele é seu agora é? Então divide ele comigo vai!"
- "Dividir?"
- Eu não quero ser cortado ao meio" - disse o Beto brincando, nos servindo mais vinho.
Vi minha taça e a taça da Juliana cheia, olhei para a minha filha e ela estava sorrindo e levantando a taça. Levantei a minha também, batemos uma na outra em um brinde, e minha filha disse:
- "Nós duas merecemos ser felizes né mãe?"
- "Há nossa felicidade!" – respondi e após o brinde, bebemos.
Bebi toda a taça. Quando coloquei minha taça na mesa, Juliana também colocava a dela vazia. Nos olhamos, sorrimos e escutei Juliana falar.
- "Que bom que você divide seu namorado comigo mãe... Eu também divido ele com você"
Ela me estendeu a mão, estendi a minha, e ela me puxou pra perto dela e do Beto, e fizemos um beijo a três. Foi a primeira vez na vida que beijei dessa forma. Beijo de três bocas, todas querendo um pouquinho a mais da outra. Senti mãos pelo meu corpo. Senti minhas mãos pelos corpos deles. Eu estava estranhamente excitada com aquilo.
Acordei com Beto deitado no meio da cama da Juliana, comigo e ela deitadas cada uma de um lado dele. Arregalei os olhos, quando vi que estávamos apenas de lingerie e ele de cueca.
- "Mãe, você apagou. Ele te trouxe aqui na minha cama, mas fui eu quem tirou sua roupa. Mas eu convidei ele pra dormir conosco"
- "Você tá louca?"
- "Mãe, não vou mentir que não é uma loucura... mas eu quero e vou namorar ele... e amaria você namorando ele também... Agora dorme, conversamos amanhã"
Ela fechou os olhos depois de sorrir para mim, e eu, não sei se por culpa do vinho, ou da excitação que gostei de ter na sala, sorri e deitei com eles.
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Haverá continuação?!