Quando menino fazia muito troca troca, que chamávamos de fazer meia. Eu gostava muito e dizíamos uns para os outros que se dávamos e comíamos, não éramos viados. Éramos sim, mas quando ficamos um pouco mais velhos paramos. Um amigo que era meu par mais constante um dia não quis mais fazer e disse que não era bom, que era coisa de viado. Enfim, paramos.
Fiquei muitos anos sem nenhum contato com homem. E acho que nós todos tínhamos medo de outros saberem e ficarmos com fama de viado. Mas, como nenhum queria a fama, ninguém nunca disse nada. E depois de adulto nunca mais nos vimos.
Eu tinha receio de ser viado. Não é fácil ainda hoje, e naquele tempo era mais difícil ainda. Além disto eu gostava muito de mulher e passei a só me interessar por elas. Raramente pensava no assunto. No entanto, um dia ao voltar do trabalho parei num sinal e uma pessoa se aproximou, vestida de mulher e perguntou se eu não queria uma chupadinha. Aceitei, ele entrou, era um homem vestido de mulher e fomos para uma rua escura e ele me chupou e engoliu tudo. Era pago, mas gostei do boquete.
Mas... bem, não aconteceu novamente por algum tempo. Um dia, na mesma região no centro, na Lapa, vi uma pessoa vestida de mulher numa esquina. Parei o carro, me aproximei e perguntei o que fazia. Disse que estava a trabalho, fazia programas. Era um homem vestido de mulher. Explico, naquela época ainda não se chamavam travestis. Não usavam hormônios ou silicone, era apenas... homens vestidos de mulher. Me excitou a ideia de transar com um homem assim vestido. Na época de menino, na verdade, não chegava a haver muita penetração, os pintos eram pequenos. E não havia oral. E a ideia de experimentar com um homem me excitou. Ele me disse o preço e fomos para um hotel na rua do Lavradio.
Ao chegarmos ao quarto, ele tirou a roupa. Era um cara robusto, bem afeminado, mas seu pau era bem maior que o meu e estava quase duro. Bem, me excitou ter alguém com tesão por mim. Com a mulheres isto não é óbvio, mesmo quando as levamos para a cama só sentimos o tesão, no fundo, quando penetramos, a buceta úmida e alargada. Mas com homem o tesão é visível.
Fomos para a cama, meu pau ficou duro, ficamos nos abraçando, ele me beijou pelo corpo todo e me chupou. Fiquei excitado mais ainda e, não entendi porque na época disse-lhe:
- Pincela meu cu com seu pau?
Virei de costas, empinei a bunda um pouco e ele começou a passar a pica no meu rabo. Parou, e olhei para trás, ele estava passando saliva no pau e logo enfiou direto. Confesso que tomei um susto, não esperava. Mas devia esperar. Hoje sei que muitos viados ficam com enorme tesão em enrabar cara másculos como eu.
E ele começou a me foder. Doeu, logo passou, mas eu estava muito confuso, sem perceber que gostava, mas meu pensamento me dizia que eu não era viado e não devia estar ali a dar a bunda.
- Tira. Tira logo!
Ele tirou, me olhou com um ar de desejo, eu o segurei, virei-o de costas e meti rapidamente.
-Não mete assim de uma vez só.
Não liguei e continuei metendo. Não gozei logo. O que depois me intrigou. É que na época eu tinha ejaculação precoce, minha mulher vivia reclamando. Mas com ele não foi tão rápido.
Gozei, tirei.
- Porra, sou homem, não sou viado. Cacete! Não era para botar na minha bunda. Está pensando o que?
Ele me olhava sem entender, assustado com minha zanga repentina. Perguntei quanto era, paguei e fui embora.
Em casa fiquei preocupado. Como eu tinha deixado o viado me enrabar? Por que tinha pedido para ele pincelar e por que não reclamei quando ele enfiou?
De manhã fui ao banheiro. Lembrei e continuei lembrando. Me sentei no vaso de pau duro e comecei uma punheta recordando, não a coisa toda, mas ele me fodendo. E me excitei muito com a lembrança. Punhetas são gozos efêmeros, não costumamos lembrar deles, mas eu gozei muito e vi que tinha gostado de dar o cu. E que ao pedir para ele pincelar, eu queria mesmo ser passivo...
Fiquei racionalizando, ele era um viado, estava vestido de mulher, dar o cu para um desses não era ser viado, enfim, algo que depois vi que sempre foi a justificativa que os homens dão para si mesmos para sair com travestis.
Passaram alguns poucos anos e agora se falava em travestis. Eles estavam usando hormônios para o corpo ficar mais feminino e logo começaram a passar silicone. Confesso que, até hoje, não gosto muito de transar com siliconados. Ou mulheres siliconadas. Mas os com peitinho passaram a me excitar e eu a sair com eles, de início comia, algumas vezes chupava e logo passei mais a dar do que comer.
Conto esta história porque acho que sempre fui um hétero viado. Gostava de mulher, surubas com mulher, mas sempre tive necessidade de homem. Sair com travesti era uma maneira de negar a mim mesmo que era viado. Engraçado, mesmo depois, muito depois, quando passei a andar com homem, e eu já era somente passivo, ainda negava ser viado. Um dia, conversando com outro bi casado, ele se referia a suas transas com homens e travestis como “atividades homossexuais”. Aí me dei conta que eu era bi, mas que era viado. E passei a gostar de idéia.
Hoje quando transo com homens gosto de me ver no espelho chupando e dando e penso “você é bem viado! ”. E se o cara me chama de viado, gosto muito.
Mas tenho a impressão que se não fosse aquele travesti, eu nunca teria assumido ser viado. Andar com travesti foi a maneira de vencer meus próprios preconceitos e aceitar ser o que sou...
Aproveite. A bunda é sua !!!
Adoro vc por ser assumido e bem resolvido. Bjs