Amor vindo de peixe - parte 3

Parte 3

- Entendeu o que quis dizer? Ele falava isso saindo só de toalha para falar comigo. Nossa! Mais uma vez, ele me deixava louco. Sua barba ainda por fazer. Seus fios pretos de cabelo ondulado. Fortinho de academia. Aquele sorriso com dentes perfeitos.
- Ainda não entendi. Me explica melhor. Fiz uma careta de confuso.
- É meio desconfortável. Sabe que sou do Signo de peixes.
- E você sabe que não acredito em nada disso.
- Não importa se você acredita ou não. O que importa que eu quero você. Amo nossa amizade, mas ficar em segundo plano, não dá. Quero acordar com você aqui ao meu lado. Você lembra de como aconteceu com a gente?
- Sim, eu lembro. Mas eu estava bêbado. Sabe disso?
- Mas isso não deixou de sentir desejo ou até mesmo querer de novo o que fizemos. Deixa de babaca. Ele me falava aquilo já perdendo a paciência. Eu também estava perdendo a minha.
- Bora fazer assim? Amanhã a gente conversa melhor. Falava aquilo pegando restante das minhas coisas caminhando para porta.
- Eu estou tentando há muito tempo. Muito mesmo. Eu SOU APAIXONADO por você! Ao terminar sua frase, parei. Parei onde estava. Estava quase pegando na maçaneta da porta. Minha mente estava confusa agora. O que sentia mesmo pelo meu amigo? Ele tinha acabado de me falar que me queria como um casal. Agora, entendia tudo o que ele queria. Mas e meus sentimentos por ele. Eu não sentia o mesmo. Ele era meu amante e meu amigo, todavia, só era aquilo. Nada a mais. Sentia agora que tinha brincado com seus sentimentos. Virava devagar para perguntar algo.
- Isso que você me falou é sério? Você tá apaixonado por mim?
- S---im. Ele gaguejou nessa parte. Agora o via ficar nervoso.
- Não posso fazer isso. Não sinto o mesmo. Você é meu amigo, mas não desse jeito. Acho que errei em me envolver com você. Melhor darmos um tempo a nós dois. Terminava baixando minha cabeça e já abrindo a porta.
- Não faz isso comigo, Carlos!
- Desculpa...

Saí dali com meu coração partido. Contudo, eu amava minha mulher. Não poderia deixar mais aquilo se desenvolver. Parecia uma erva daninha. Não sairia bem na sociedade dois homens juntos. Principalmente, se um deles tivesse deixado sua mulher para ficar com um homem. Depois de ter casado. Meus passos estavam lentos para meu apartamento, mas sabia que era o certo a se fazer. Eu achava.


Dois meses se passaram depois da nossa discursão daquela noite. Ele me mandava muitas mensagens de amor e carinho. Pedindo desculpas. Outra hora me mandava perdão por tudo, e que queria minha amizade de volta. Dentro de algumas mandavam me fuder e logo após, me mandava desculpas pelo o que tinha falado. Nunca chegava a responder. Só visualizava. Contudo, já passavam uma semana que não recebia nada. Era estranho e sentia falta daquele que me mandava mensagem. Sou cara completamente idiota.

Eu estava chegando do trabalho e subindo as escadas do prédio. Encontrei com o Estevan conversando com um rapaz de porte musculoso e de barba e cabelos loiros. Era bonito observando de longe. Todavia, aquilo me fez crescer o olho. Fiquei possesso. Senti minha raiva aparecer. Comecei a olhar com cara de irritado. Queria que ele percebesse o que estava sentindo.

Ele só me ignorava. Não olhava para mim. Mas sentia que ele sabia que eu estava ali. Minhas mãos começavam apertar com força o corrimão da escada. Minhas pernas tremiam de nervoso. Comecei a caminhar para mais perto de onde eles conversavam. Tentava ao mesmo tempo, respirar pausadamente para voltar a ter o controle da situação do meu corpo.

- Opa! Era a única palavras que vinha na minha cabeça. Estava sem pensamentos. O Estevan me olhou assustado e começou a dispensar o rapaz. O cara me cumprimentou e foi embora.
- O que foi Carlos? O que quer mais de mim? Me usar como sempre? Falava com ar de indignação e decepção.
- Vim aqui saber quem era aquele rapaz. Pode me falar? Tentava me reconhecer falado àquelas palavras, mas era eu mesmo? Fazia-me essa pergunta mentalmente.
- Ele é meu namorado. Olhei assustado para ele. Não acreditava naquilo. – Que foi? Agora, só você pode ter um relacionamento e eu não?
- Essa não é a questão. Era sim. Era sim. Repetia muito isso na minha mente – A questão se torna outra. Por que não me falou? Sou teu amigo.
- Amigo? Que amigo é esse. Amigo que ignora o que mando. Amigo que não sabe dizer algo por mensagem. Amigo que não tem compaixão pelo sentimento por outra pessoa. Via naquele instante, seus olhos se encherem de lágrimas. Prontas para deslizar pelo rosto a ponto de não poder mais controlar. – Esse é o tal amigo que fala? Me deixa em paz. Ele começava a entrar em sua casa e precisava ser rápido. Segurei a porta com as mãos. – Me deixa em paz, por favor... Agora sim. Todas as lágrimas caíram.
- Podemos conversar. Por favor. Minha voz saía como pedido suplico de uma última chance. – Quero falar tudo que sinto. Por favor. Sua força na porta começou a diminuir e assim pude entrar no apartamento.
- Pode começar. Ele já começava a se acalmar. – Quero ouvir o que tem a dizer. Nesse momento, sentava ao seu lado no sofá que tinha na sala.
- Bom, sinto sua falta em todos os aspectos. No entanto, você era apaixonado por mim, hoje não sei se ainda é, mas era. Não queria parecer que estou te usando ou algo assim. Sei o quanto você é sensível, e o quanto pode ser apaixonante. Sabe que te conheço há muito tempo. Você foi meu primeiro amante, mas sabe que amo minha mulher.
- Perai, tenho uma pergunta para você. Você viveria com um homem que amasse.


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Comentários


foto perfil usuario miguelita-

miguelita- Comentou em 27/08/2018

Delicia !




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Ficha do conto

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Nome do conto:
Amor vindo de peixe - parte 3

Codigo do conto:
124690

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
27/08/2018

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2

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