Um relato de Virgem

Vocês sabem aquelas histórias clichê de começo de relação, como se conheceram, e como aconteceu tudo? Pois é. Essa é uma dessas histórias chatas de romance, sexo, amizade e signo. Vou contar minha história. História de um virginiano. Sim, sou do signo de virgem.

Bom, vamos começar pela faculdade. Estou cursando oitavo período de engenharia sanitária. Estou quase para finalizar meu curso e fico feliz com isso. Minha pequena narração começa no terceiro período de faculdade. Ainda me encontrava sem grupo fixo para estudo dentro de sala. Todo começo de período temos aqueles alunos repetentes que estão pagando matéria por muitos motivos que não vem ao caso.

Meu dia começava normal como todos os outros a caminho da faculdade, sempre com o ônibus cheio. Mas ainda bem que era de manhã, pois o motivo estaria em encontrar na maioria das vezes pessoas cheirosas dentro da locomoção. Mas só às vezes. Estava voltando das minhas férias e não me encontrava tão ansioso como esperado que devesse estar.

A sala de aula continuava cheia de pessoas que não me identificavam com o meu caráter. Era tímido e acabava passando como uma pessoa nojenta a se ter num círculo de amizade. Não podia fazer nada. Eu era e ainda sou perfeccionista, tímido e ainda por cima tenho um excesso de sinceridade que pode acabar com qualquer começo de amizade. Porém, tenho um amigo. Esse que carrego desde o ensino fundamental, mas ele não faz o mesmo curso que eu. O que se torna triste pra mim. Ele se chama Yan.

Contudo, o Yan não entra agora. Quem entra é a pessoa que tinha “batido o olho” logo de primeira na sala. Fiquei assustado. Era um rapaz lindo. Olhos amendoados, cabelo no estilo degrade onde em cima era com volume. Barba só no queixo e pouco de bigode. Tinha sobrancelhas volumosas e dava para perceber que cuidava delas. Ele não tinha percebido em entrar na sala e me sentar muito próximo a ele. Passei como um despercebido, mas queria ser notado.

Meus dias foram passando e sempre o olhava, em todo o momento em quanto me encontrava em sala de aula. Sua aparência parecia como uma pessoa séria e desconfiada de tudo. Isso me intrigava. Chamava atenção. Meu desejo aumentava em tentar tê-lo. Preocupava-me se nossas ideias iriam bater. No entanto, o queria. Nem que fosse só na cama.

Vou falar muito rápido de mim. Sou um cara com uma fisionomia normal. Cabelo preto curto. Pele branca, olhos de cor escura. Não sou forte de academia ou outra coisa de exercício, mas me cuido. Costumo procurar ser o mais perfeito em tudo que tento realizar, a fim de me satisfazer. Já tive um namorado dentro da faculdade logo no primeiro período e ainda estudo com ela. E sim, sou gay. Contudo, para manter a aparência eu namoro algumas meninas. Procuro manter minha postura de homem. Amanda, era o nome da minha ex. Era uma menina linda e mimada. Não gostava de pessoas mimadas, mas só me envolvi por intermédio de dizer que era afim de mim. Motivo do termino do namoro? Enjoei da cara nojenta daquela menina. Depois nem falava direito com ela na sala.

Depois de quase um mês estudando, o professor começou a fazer a divisão de vários temas para duplas dentro de sala de aula. Fiquei apreensivo e preocupado para saber quem seria minha dupla. A escolha de cada assunto foi feito pelo sorteio junto com as duplas.

Os nomes foram escolhidos e eram anunciados um por um. O meu nome chegou.

- Próxima dupla para o trabalho. Diego e Hugo. Ao ouvir isso do professor me fez vibrar de alegria interna. Só eu mesmo sabia o quanto estava feliz com o resultado do sorteio. Vi o Hugo Procurar o tal de “Diego” na sala. Ele já estava ficando confuso até que encontra meu olhar e acabo piscando como forma de dizer “achou”. Ele levantou a sobrancelha e balançou a cabeça concordando.

Como sei que o nome do carinha que admiro é Hugo? Fácil. Logo no começo da faculdade, passam uma lista de presença para identificar os que estão presentes na sala de aula antes de chegar a lista de chamada oficial. Descobri ai. Rsrs

A aula termina e estava recolhendo as coisas quando sou abordado pelo Hugo. Viro para ele procurando saber o que ele queria. Fiz-me de desentendido, mas estava super afim de falar com ele. Estava com um sorriso enorme dentro de mim. Mas por fora, meus lábios mantinham a serenidade.

- Opa! Você é o Diego? Estou certo? Ele fez uma cara de desconfiado e de vergonha estampada.
- Sim. Sim. Tinha respondido muito rápido e tentei me controlar. Meu coração começou a bater forte e tentei controlar com a respiração. – Então, você é meu parceiro de trabalho. Agora sim, tinha feito um sorriso de positividade confirmando sua teoria.
- Fiquei com medo que não fosse você. Ele sorria envergonhado. Gente, que cara lindo. – Posso te dá meu número? Vou precisar fazer parte de um mini curso que terá fora da faculdade. Ai você me manda mensagem no whatsapp. Ele já começava anotar seu número num papel. Ele já estava virando para se despedir quando voltar atenção para mim. – Me dá logo teu celular. Deixa logo eu ligar para meu celular e ficar com teu número. Quero saber quando me mandar mensagem sobre o trabalho. Ele sorrio nessa hora e piscou pra mim. Fiquei todo derretido. – Bom, é isso. Estou indo. Preciso pegar meu irmão no colégio dele. Até outra hora, Diego.
- Até cara.

Nossa. Foi o máximo que pude falar pra não ficar estampado na minha cara “Desejo tua boca e quero te beijar”. Voltei a arrumar minha bolsa para ir logo embora também. Ao sair da faculdade, fui abordado pelo Yan. Aquele meu amigo que tinha comentado.

- Oi mano! Toque lá. Fizemos nosso toque. Eu me dava muito bem com o Yan. Ele era um amigo para muitas horas, mas demorou esse contato.
- Oi mano. Conta ai? Como foi a aula?
- Foi mal. Não tô gostando de anatomia. Tô pensando em desistir do curso. Quero ir embora pra casa. Acho que vou me matar.
- Yan, por favor! Para de drama. Nesse momento reviro meus olhos. – Sabe que tá feio.
- HAHAHA. Eu sei. Mas tá chato. Eu sei que escolhi enfermagem para atuar, porém, tá chato.
- Vamos fazer o seguinte, bora sair ali pra comer. Tem uma comida em conta que posso pagar pra nós dois, mas é só hoje. Vi seus olhos brilharem naquele momento.
- Na hora! Estou com fome mesmo. Tu me conta também como foi teu dia. Se arranjou algum “bofe”. Vi seus dedos indicarem as aspas na hora que falou bofe. Sim. Ele sabe que sou gay. Essa história ficará com ele para contar.

(O Yan será próximo personagem para o conto).

- Cala tua boca! Deu um murro no peito dele. – Sabe muito bem que não precisa ficar falando em voz alta.

Caminhamos até o estabelecimento e lá falei como já estava admirando um cara dentro de sala. Aluno novo de outro período. O assunto do almoço inteiro foi sobre o Hugo. O Yan queria saber tudo sobre ele. Sentia-me investigado. Tive que realizar uma pergunta para tentar sair do assunto.
        
- Por acaso você tá com ciúmes, Yan? Ele se assustou com a pergunta e acabou se afogando com a carne que tinha na boca.
- Tá doido. Sabe que você é meu amigo. Já conversamos sobre isso.
- Eu sei. Mas isso foi antes de começar as aulas.
- Relaxa mano. Se acontecer algo aqui. Ele apontava para seu coração. – Eu te aviso. Pode ter certeza. É uma promessa.