Em outro lugar, Leão. - Parte 5

Parte 5

As lágrimas ainda percorriam pelo rosto. Minha tristeza ainda se encontrava estampada. A saudade era enorme de casa.

- Não sabia que tinha sido tão ruim assim para você.

Era o Leonardo na porta. Percebia que tinha tomado banho enquanto estava longe dali. Levantei. Sentei na beirada da cama e passei pelo rosto rapidamente. Tentava espantar qualquer aspecto de tristeza que aparecesse.

- Não... Eu estou bem. – “Empurrava” um sorriso no rosto, mas meu coração estava ainda triste. - Não foi nada.

- Preciso que seja sincero comigo. – O Leo sentava do meu lado. Sentia uma preocupação. – Você tá assim por causa do beijo que não aconteceu? Ou porquê você não gozou?

Olhei para ele tentando entender o que tentava adivinhar.

- Não. – Comecei a ri baixinho. Ele tinha me feito ri. – Não tem nada haver.

- Tem sim! Tudo isso com fiz contigo foi um passo que nunca tinha feito com ninguém do sexo masculino. Fiquei pensando sobre isso no banheiro. – Seus olhos voltaram a encontrar os meus. – Quero saber se estiver tudo bem para você?

- Tá sim. Porém, não estava triste por causa disso. – Levantei para olhar pela janela. O clima estava frio. – Queria estar em casa. Queria ver meus pais e dizer que está tudo bem. Quero voltar a estudar.

A cada frase que falava, minhas lágrimas voltavam aos poucos. Começava a passar os braços pelo meu corpo simulando um abraço. Depois de uns dez segundos, sentia Leonardo passar seus braços pelo meu corpo como forma de conforto. Minha costa pressionava contra seu peito.

- Vou ficar aqui com você. Não vai ficar só. – Sua cabeça ficou no meu ombro. Virei e encontrei seus já tocando os meus. Correspondi. Seus possuíam ternura. Depois do beijo, sua cabeça se apoiou em cima do meu ombro. – Bem aqui pertinho.


Depois do nosso primeiro contato, começamos a fazer sexo quase todo dia. O Leo sempre queria tentar uma nova posição. Isso me excitava. Toda noite tinha aquele homem para mim.

O frio começou a ir embora depois de uma semana. O calor voltava e o trabalho agrícola junto. Todos os dias, tínhamos a rotina de trabalhar e transar a noite. Passava-se um mês e a primeira produção em larga escala começava aparecer. Tinha que levar junto com o Leonardo para cidade, a fim de realizar a venda e compra de suprimentos. Nosso contato na sociedade era normal, sem demonstrar nada de contato amoroso. Alias, só transavamos. Nada a mais. Era um círculo vicioso de sexo. Contudo, o Leo era intenso e sempre perguntava como iam as coisas. Preocupava-se comigo. Era atencioso. Até no sexo começava a mastubar-me, enquanto me comia.

Passou mais duas semanas, mais uma produção começava a sair. Ficávamos nessas idas a cidade a cada duas ou três vezes ao mês. Comecei a ir sozinho a cidade para comprar suprimentos que apareciam acabar do nada. Na cidade todos me conheciam e sabiam que estava de passagem. Não possuía características daquela região. Passaram mais dois meses, no total tinham se passado de quatro a cinco meses. Durante isso, o Leo nunca tinha me proposto namorar ou falar que me amava. Eu já o amava.

Não me importava com o fato de oficializar algo, mas sim com o término da guerra. Meu país já tinha sofrido demais. As consequências eram visíveis. Muitas estruturas destruídas com as pessoas ainda lá. Era triste saber disso por rádio. Imaginava como estavam meus pais. Se estavam bem depois de toda essa tragédia que estava ocorrendo.

Em uma noite, meu coração sentia um aperto. Olhava pela janela da sala procurando alguma notícia no céu. Era clássico ver uma explosão e esperar um clarão como se fosse o sol tentando aparecer numa manhã. Todas as noites, ficava nesse canto. Quando passava demais tempo ali, o Leo aparecia para me abraçar por trás e me tirar da janela. Sempre tínhamos algo para fazer juntos. Nem que fosse um pequeno jogo de tabuleiro. Sentia sua ereção na minha costa e isso me excitava. Caminhamos juntos para seu quarto. Mais uma vez, ele me usava e me sentia pleno com aquilo. Era ótimo sentir aquele macho.

Uma certa tarde na cidade, eu estava no carro esperando o Leo. Ele conversava com a mesma mulher que me atendeu quando fui comprar roupa. Eles riam enquanto conversavam. Não via ameaça com seus olhos e sim uma pura amizade. Via como ele a olhava. Era como se fosse uma pequena irmã. Ficava feliz e sabia que precisavam de espaço para tudo. O nome da moça era Carolina. No entanto, minha atenção ficou voltada depois de um tempo a uns militares.

Esses militares eram do país de Tubarã, o mesmo do Leo. Estava em perigo. Sabia que não podia confiar neles. Comecei a tentar me esconder dentro do carro. Não queria ser visto. Eles seguravam um pedaço de papel pequeno. Parecia uma foto e perguntavam de pessoas da cidade sobre algo que não conseguia identificar. Com passar do tempo, os militares começavam a se aproximar mais de onde o Leonardo se encontrava.

O Leo foi abordado. Começaram a mostrar a foto. Falavam algo. Eles estavam longe. Eu ainda tentava me esconder no carro e olhar o que acontecei. Meu coração estava para sair do meu coração. Começava a suar frio. Minhas mãos ficaram encharcadas. Uma sombra começou aparecer. Olhei para o outro lado. Era um soldado do exercito.

O soldado estava usando chapéu e olhando para dentro do carro, e eu estava lá. Sentado no banco do passageiro. Tentava olhar para ele normal, mas estava tremendo. Os olhos do soldado percorreram meu rosto como se quisesse identificar algo. Aos poucos, observei um espanto em seus olhos. Olhei confuso e percebi que ele gesticulava com a boca meu nome. Abaixei o vidro do carro e reconheci melhor o soldado. Era o Gustavo.

Era o Gustavo do meu antigo esquadrão do meu país da Gaivota. Como ele tinha sobrevivido? E como tinha entrado para o exército Tubarã? Fiquei sem entender enquanto tentava achar as palavras para argumentar. Rapidamente, O Gustavo colocou o dedo indicador sobre os lábios, assim indicando que era pra ficar em silêncio.

- Preciso que fique quieto. Não fale nada e escute. Estamos procurando por você. Eles sabiam da operação, pois tinham e ainda possuem um informante. – Suas palavras saiam com pressa e com o tom de voz baixo. Prestava muita atenção no que falava. – Eles estão me usando para localizar você. Fuja para longe ainda hoje.

Eu vi caminhar para perto o Leo. Estava completamente sem chão. Não sabia o que fazer, mas queria logo que o Leonardo viesse para carro. Comecei a me esconder sem precisar que ninguém visse que estava lá. Fiquei ali esperando o tempo passar. Enquanto permanecia quieto, o calor estava intenso. Comecei a suar muito. O tempo demorava demais para passar e não gostava disso.

Ouço alguém abrir a porta do motorista. Viro rapidamente para ter certeza que era o Leo, se não fugiria rapidamente dali. Contudo, era o Leo sim. Isso tirava um peso das minhas costas. Porém, ele entrou muito rápido e saiu com um pouco de pressa.

- Precisamos conversar. – Enquanto ele dirigia, eu comecei a me ajeitar no banco e colocar o cinto. – Aqueles militares estão te procurando. Precisamos te esconder.

Voltamos para casa do Leo. Ele pedia para não ir mais a cidade e tinham poucas pessoas que sabiam que eu estava em sua casa. Concordava em ficar em casa. A primeira noite depois do encontro com o Gustavo foi horrível. Não conseguia dormir. Fiquei na sala, sentado no sofá. Pensava em como o Gustavo tinha sobrevivido. Várias noites se seguiram depois do acontecido, e com vários surtos noturnos. Não conseguia mais dormir pensando no fato de ser descoberto. Com isso, toda noite levantava e ficava no sofá. Já tinham passado duas semanas, e ainda continuava com uma insônia grande.

- Tudo bem com você? – Ouvir a voz do Leo me fez pular por causa do susto e procurar de onde vinha sua voz. O Leo vinha descendo a escada. – Procuro você na cama e não te acho. Já tem tempo. Isso começou depois que aquele soldado te abordou no carro.

- Eu sei. Mas já te falei tudo.

- Eu acho que não falou. Quero que seja sincero comigo.

- Eu já te falei tudo. – Leo se sentou do meu lado. – Era o Gustavo.

- Por isso não tem dormido direito. Era seu antigo amante?

- Não. Era um companheiro de guerra. É um jovem como eu. – Comecei a olha-lo diretamente em seus olhos. – Isso me faz lembrar toda turbulência que passei que me fez parar aqui.

Leo começou a me envolver em seus braços a ponto de retirar todos os pensamentos ruins que vinham sobre a guerra. Seu perfume suave e marcante. Suas mãos passeavam pelo meu corpo. Era um conforto e prazer. Seu toque no meu corpo começava a mudar para dominador. Sentia que queria demostrar dominação. Isso não me fazia recuar. Fazia eu quere-lo mais e mais.

Suas mãos começaram a me colocar sentado de frente para ele, encima de suas coxas. Nós beijávamos ferozmente. Minha ereção vinha com facilidade. Começava a mexer meu quadril. Para frente e para trás. Rebolava gostoso no pau do Leo ainda escondido pela roupa. As mãos dele apertavam bem forte minha bunda.

Um barulho.

Alguma coisa não estava certa naquela noite.


Continua...


Faca o seu login para poder votar neste conto.


Faca o seu login para poder recomendar esse conto para seus amigos.


Faca o seu login para adicionar esse conto como seu favorito.


Twitter Facebook



Atenção! Faca o seu login para poder comentar este conto.


Contos enviados pelo mesmo autor


139622 - Em outro lugar, Leão - parte 7 - Categoria: Gays - Votos: 0
139468 - Em outro lugar, Leão. - parte 6 - Categoria: Gays - Votos: 1
139161 - Em outro lugar, Leão. - parte 4 - Categoria: Gays - Votos: 0
139143 - Em outro lugar, Leão. - parte 3 - Categoria: Gays - Votos: 0
139142 - Em outro lugar, Leão. - parte 2 - Categoria: Gays - Votos: 0
139110 - Em outro lugar, leão. - Categoria: Gays - Votos: 0
127651 - Um ariano apaixonado - parte 3 - Categoria: Gays - Votos: 0
127530 - Um ariano apaixonado - parte 2 - Categoria: Gays - Votos: 0
127475 - Um ariano apaixonado - Categoria: Gays - Votos: 0
125770 - Um relato de Virgem - parte 3 - Categoria: Gays - Votos: 1
125685 - Um relato de Virgem - parte 2 - Categoria: Gays - Votos: 2
125651 - Um relato de Virgem - Categoria: Gays - Votos: 2
124780 - Amor vindo de peixe - parte 4 - Categoria: Gays - Votos: 2
124690 - Amor vindo de peixe - parte 3 - Categoria: Gays - Votos: 2
124689 - Amor vindo de peixe - parte 2 - Categoria: Gays - Votos: 3
124645 - Amor vindo de peixe - Categoria: Gays - Votos: 3
124478 - Aquário, um momento de descoberta - 5 parte - Categoria: Gays - Votos: 1
124416 - Aquário, um momento de descoberta - 4 parte - Categoria: Gays - Votos: 3
124390 - Aquário, um momento de descoberta - 3 parte - Categoria: Gays - Votos: 2
124355 - Aquário, um momento de descoberta - 2 parte - Categoria: Gays - Votos: 2
124338 - Aquário, um momento de descoberta - 1 parte - Categoria: Gays - Votos: 3

Ficha do conto

Foto Perfil nilot
nilot

Nome do conto:
Em outro lugar, Leão. - Parte 5

Codigo do conto:
139376

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
29/05/2019

Quant.de Votos:
1

Quant.de Fotos:
0