- Deixa disso mano! Sei que você não curte. Só falei aquilo brincado. – Ele se virava agora, voltando a caminhar para dentro de casa. – Quero nesse momento esquecer aquele cara. Quero esquecer que um dia ele me teve.
Concordava com suas palavras. Todos meus pensamentos impuros que tive com ele a momentos atrás estavam passando. O acompanhei até dentro de casa. Comecei apresentando o quarto de hospedes e onde ficava o meu, se ele precisasse de algo durante a noite.
- Sabe o que tô afim de fazer hoje, Yan? – Ele olhou rapidamente em minha direção. Seu olhar era de malícia. Pronto! Meus pensamentos voltavam aos poucos imaginando de novo aquela bunda que tinha vista lá fora. Levantei a sobrancelha indicando o que poderia ser. – Poderíamos assistir um filme de terror, mas tem que ser daqueles pesados.
- Só se a gente procurar na internet. Assisti um no cinema, mas ainda não tem para alugar. Sinto que é esse que você vai gostar. – Comecei a caminhar rumo ao meu quarto, a fim de pegar meu notebook. – Já volto. Fica aí.
Subi até meu quarto e peguei meu notebook. Voltei a descer pela escada até onde tinha deixado o Diego. Ele não estava mais lá. Não o chamei em nenhum momento. Comecei a procura-lo. Primeiro fui ao quarto de hospede. Ele estava lá trocando de roupa. Logo que abria a porta, tinha um espelho que refletia tudo que a pessoa fazia dentro do quatro. O vi trocando de roupa. Ele estava de costas para o espelho. Primeiro foi sua camisa, depois seu short e logo depois sua cueca. Nossa! Vi ele completamente nu de costa. Mais uma vez, meu pau começava a endurecer. Comecei acariciar meu “membro”. Um movimento de vai e vem, enquanto admirava aquele bundinha do meu querido amigo. Tudo ia numa até que ouço celular tocar. Era mensagem e eu estava na porta do quarto do Diego. Meu coração foi a mil. Sai correndo dali para sala. Me joguei no sofá. “ Yan! É você?”, só ouvi isso vindo do quarto.
Me fiz de surdo e fui ver de quem era a mensagem. Era a Karine de novo. Estava insistindo. Ela me queria aquela noite mesmo. Eu fiquei louco em pensar se poderia deixar meu amigo só. Começava a sentir que deveria afogar minha sede de sexo o quanto antes. Não queria fazer algo que pudesse me arrempeder.
- Yan! Tô te chamando. – Senti o Diego se aproximando por causa de sua voz. Eu ainda estava agitado por quase ele me pegar na sua porta. – Ei mano, você por acaso estava na minha porta enquanto me trocava?
Passei a olhar para o nada com os olhos arregalados. Minha respiração estava tensa. Sabia que ele estava atrás de mim e eu sentado no sofá. Tinha que ter uma voz de resposta normal e sem muita dá atenção o que dizia. Peguei meu celular pra me distrair e tentar responder a Karine. Isso deveria me distrair.
- Eu... só estou respondendo umas mensagens e meu... toque estava alto. – Estava gaguejando muito para poder falar poucas palavras. Isso me agoniava.
- Agora entendi. Você tá marcando algo para hoje a noite? – Sabia que ele espiava meu celular. Agora, ele sentava do meu lado. Procurava o controle para ligar a televisão. – O que tá acontecendo comigo não pode interferir em você. Sei que é meu amigo, contudo, não posso ficar aqui te segurando. Se você quiser sair, vai lá. Vou tá aqui mesmo quando voltar.
- Vou ver aqui e qualquer coisa, te aviso. – Ele ainda mexia nos canais procurando algo para assistir, enquanto eu conversava com a Karine. Estava muito afim de um sexo e tirar todos pensamentos impuros que estava sentindo pelo meu amigo. – Bom, se eu for sair, quero ir com estômago cheio. Bora logo procurar o que comer.
O Diego levantou e formos juntos procurar comida na cozinha. Encontramos ingredientes para um sanduiche de atum. Começamos a separar cada componente do sanduíche. Na cozinha, existe uma bancada de cortar temperos que fica na frente da pia. Eu estava lavando as verduras e os copos. No momento que viro para entregar as verduras para o corte ao Diego, acabo encostando demais e esfregando meu pinto mole na sua bunda. O espaço é pequeno para dois corpos e acabou acontecendo isso. “Me desculpa’, era a única coisa que tinha a falar. Ele ficou parado por um momento. Fiquei com medo do que ele iria falar. Começar a pensar mal de mim. Vi ele se arrepiar. “Tá de boa mano. “Não te preocupa com isso.” Ele falou de uma forma natural.
Terminamos logo de arrumar o lanche da noite e voltamos para o sofá, com o objetivo de procurar algo de filme. Acabamos escolhendo um de terror. Liguei o ar condicionado enquanto assistíamos. O filme era chato os 20 minutos, depois começou a dar medo. Fui pegar uns lençóis no quarto e acabou que só tinha um sobrando. Voltei para sala. Ofereci para gente ficar junto, a fim de dividir o mesmo lençol. “Não tem problema. Estou com medo mesmo. HAHA”, suas palavras saíram com ele se agasalhando do meu lado.
Seu corpo estava bem perto do meu. O lençol cobria todos os nossos corpos. Só a cabeça ficava do lado de fora para assistir o filme. O terror do filme estava ficando pesado e sentia o Diego cada vez mais se encostando a mim. Meu corpo não estava sentando corretamente no sofá. Estava já meio com o corpo para baixo. Diego encostou sua cabeça no meu ombro e passava seus braços ao redor do meu braço esquerdo. Ele agarra meu braço como se fosse um travesseiro que pode ser apertado. Doía seu aperto, mas é tolerável. Era ótimo tá ali com ele. O filme era pesado, mas era muito bom tê-lo ao meu lado.
Ouve um susto forte. Ele não gritou, mas se escondeu colocando no meu ombro. Fiz algo que me senti a vontade de realizar. Trouxe-o mais próximo do meu corpo. Sua cabeça agora estava no meu peito, seu braço esquerdo passava pela frente de mim, como forma de abraço. Sua cabeça estava bem pressionada com meu peito que conseguia sentir meus batimentos cardíacos através dele. Eu estava ficando com batimentos mais rápidos. A fim de me acalmar, comecei a passar minha mão em seu cabelo. Acariciava-o lentamente.
Minha mão alcançava seu rosto. Seu rosto começava a virar em direção ao meu rosto. Seus olhos brilhavam. Seu rosto era lindo. Minhas mãos não paravam de acariciar. Comecei a pegar no rosto como apoio para trazer mais perto de mim. Sua respiração já estava próxima do meu rosto. Agora, eu me aproximava dele. Desejando cada vez mais tê-lo. Queria sentir sua boca junto a minha.
Seus lábios tocaram os meus com delicadeza. Meu fogo interno começava acender. Minhas mãos deslizavam pelo seu corpo enquanto aquele beijo continuava com suavidade. Meu corpo queria mais. Meus lábios começaram a movimentar mais rápido tentando consumir o fogo que já tinha sido aceso. Minha ereção já era nítida. Contudo, meus pensamentos começaram a passar por mim. Pensamentos esses que envolvia eu não saber mais o que curtia. Eu era Hetero ou gay. O que eu gostava? Eu estava ficando cada vez mais confuso. Ele era meu amigo e devia respeito a ele. No entanto, o desejava mais e mais. Era perfeito tá ali com ele. Meu corpo o queria insaciavelmente. Porém, eu queria me entender.
Abri meus olhos e sai dali. Sai tão rápido que pode ter soado como uma forma bruta. Minha cabeça doía. Comecei a procurar uma roupa e sair de casa. Iria deixa-lo sozinho em casa? Iria. Eu tinha que me entender. Não me entendia mais. Procurava respostas para isso tudo. Já tinha marcado com a Karine para ter algo àquela noite. Assim fiz. Fui a seu encontro. Deixei Diego sozinho em casa.