O Filho do chefe [6] ~ Broderagem é bom

- Pode... Seu cheiro é bom. - falei.

E era mesmo. Era um perfume conhecido por mim e muito bom mesmo. Como disse, eu tenho uma coleção de perfumes.

- Me acorda! - ele falou e ficou deitado em cima de mim.

Eu fiquei naquela situação por um tempo.
Ele também estava excitado e eu sentia o pau dele. Mas nem eu, nem ele, tínhamos coragem de fazer nada!

- Ei, mexe no meu cabelo! Não consigo dormir. - ele falou mais enrolado ainda.

Eu comecei a mexer e me senti muito estranho por isso. O cabelo dele era bem liso e cheiroso. Quando eu achei que ele estava quase dormindo senti algo úmido em meu pescoço.
Ele estava me dando beijos no pescoço.

- O que você está fazendo? - perguntei rindo.
- Malz, cara! - ele falou e rolou para o meu lado. Ficamos de frente. - Puta... Eu vou te falar. Nunca falei isso para ninguém 'véi'. - ele falou, rindo. - Eu acho que sou bissexual! - ele falou e começou a rir.
- Eu também! - falei mesmo sem perceber o que eu estava falando.

Eu sou? Eu não sei. Isso é muito confuso. Mas eu... Eu estava gostando da companhia daquele rapaz e... Eu gostei de sentir o peso dele e o pau duro dele pressionado contra o meu.

- Mas eu nunca peguei nenhum cara! - ele falou.
- Nem eu.
- Huhuhu. Vou te pegar! - ele disse me abraçando.
- Pode pegar!

Ele começou a me beijar. A boca dele era bem macia. Eu nem sabia quem ele era, se ele era bonito ou feio, não sabia nada. Só sabia que o beijo dele era muito bom. Era tão bom que eu nem conseguia me repreender por estar beijando um homem.
Os braços dele eram fortes. Eu senti os músculos do abdômen dele sendo pressionados aos meus. Definido, pelo menos, ele era. Pouco, mas era.

Ele colocou a língua em minha boca e acariciava minhas costas. Eu coloquei minha perna sobre a dele e ele colocou uma das pernas entre as minhas. Ficamos entrelaçados. Eu coloquei as mãos nos braços dele e depois fui descendo, alisando as suas costas, assim como ele fazia comigo. Trocávamos um beijo tranquilo, às vezes trocávamos até selinhos. Parávamos também para rir.

.

- Não acredito que estamos fazendo isso! - ele falou, rindo.
- Nem eu. - falei. - Até uns dias eu era completamente hétero. - confessei.

O maldito daquele filho duma puta do Rodrigo que fez eu descobrir... E agora estava eu, sentindo tesão por mais um homem.
MERDA!
Eu não tenho problemas com homossexuais, nem nada... Mas... A vida inteira, me julguei heterossexual e é estranho descobrir esse algo novo agora.

- Eu já desconfiava há algum tempo de mim. - ele falou e voltamos a nos beijar.

Rolamos na cama e eu fiquei por cima dele. Nosso paus, duraços, se esfregavam novamente. Eu beijava toda a linha do maxilar dele e o pescoço. Ele cravou as mãos em minha bunda.

- Bundinha gostosa! - ele disse. - Que estranho falar isso para um cara. - ele falou, rindo.

Eu o levantei um pouco e coloquei minhas mãos em sua bunda também.

- Deixe-me ver se é estranho mesmo. - Falei apalpando bem a bunda dele. - Bunda gostosa! Ih... Estranho mesmo.

Começamos a gargalhar que nem otários. Eu estava gostando muito daquilo, e estava gostando muito daquele estranho. Meu beijo combinava certo com o dele, nossos corpos se encaixavam bem. Nós tínhamos muita química. Parávamos o beijo na mesma hora. Se alguma parte do meu corpo ansiava por contato, ele me tocava bem nesse local. Nossos corpos suavam. Nossas bocas trocavam o gosto de bebida. Era diferente ouvir um gemido rouco e grosso. Mas era, mesmo assim, excitante.

- Eu... Não estou pronto pra foder. - ele disse.
- Nem eu. - assumi.

Mesmo assim continuamos nos beijando. Nos tocando. Nossos cacetes se roçavam. Nossos corpos suavam. Eu queria mais, mas não estava pronto, nem ele.
Eu tinha noção de que estava bêbado, mas estava bom, bom demais. A única coisa que me incomodava era o fato de que eu nunca mais ia vê-lo.

Paramos de trocar beijos e algumas mordidas. Ficamos deitados um de frente para o outro, eu acariciei a face dele e ele a minha de volta. Sentimos cada traço um do outro. Trocamos mais um beijo. Ele se virou de costas para mim e eu o abracei.

Ele parecia ser mais novo do que eu. Pelo menos um pouco mais novo.

- Acho que essa é a sua calça! - ele falou jogando algo em mim. Meu celular caiu na minha cara.
- Ai!
- Foi mal! - ele falou rindo. - Anota aí meu celular: 98*8-714*
- Tá. - Falei digitando já.

As pessoas reclamaram da luz, então fui bem rápido. Como não sabia o nome dele coloquei 'foda boa', embora nem tenhamos transado mesmo.
Será que eu me lembraria no dia seguinte? E outra, nem tinha certeza se anotei direito. Como as pessoas reclamaram nem iluminei o rosto dele para nos enxergarmos. E quando pensei em perguntar seu nome... Ele já dormia.

Eu o abracei e apenas senti a mão dele sobre a minha. Me senti muito gay nessa hora, muito gay mesmo. Mas pela bebida e pela felicidade estranha que eu sentia... Apenas me aconcheguei mais atrás dele. Não sabia onde estava Marina, onde estava Laura... Eu apenas sabia que eu estava onde eu deveria estar.

(...)

Algumas semanas já haviam se passado desde aquele dia.
Parece que no fim do ano tudo acontece mais rápido. Eu já estava nas últimas provas da faculdade.
Sobre aquilo lá de eu ser... Ah, vocês sabem... Eu já estava mais de boa com isso, mas NUNCA tive coragem de ligar para o ‘foda boa’, haha.
Aliás... No dia seguinte àquela putaria eu estava completamente transtornado. Demorei um pouco até me conformar de que eu sou... Ah merda... De que eu sou bissexual.

Mas é estranho porque, por mais que eu reconheça vários homens bonitos, não sinto tesão, entendem? Se um homem e uma mulher, ambos bonitos, passarem na rua, eu nem notaria o homem... Eu sei, é complicado, mas é como me sinto.

(...)

Eu ia muito bem no trabalho.
Fui para uma sala maior, mas agora tinha duas mesas... Uma para mim e outra para o Rodrigo. Odeio admitir, mas ele estava se esforçando e estava provando que era mesmo bom.
COMO EU ODEIO ISSO!
E o pior é que muitas vezes eu esperava por uma provocação dele e ela simplesmente não vinha.
Mal nos falávamos, mal nos olhávamos. Embora agora dividíssemos uma sala... Parecia que eu estava mais sozinho do que nunca.

Eu não estou reclamando, afinal tudo o que eu queria era me ver livre desse encosto.
Mas daí fui vendo que as pessoas gostavam tanto dele...
Eu fui praticamente esquecido...
Ainda me esforçava mais, levava trabalho para casa... Mas ele era mais reconhecido agora, porque era simpático, sorria para todo mundo, era divertido, engraçado e o caralho a quatro.
E eu tenho que admitir que... Que ele era mesmo um cara legal. Não comigo, mas com as outras pessoas.

Aliás, até legal comigo...
Teve um dia que o pai dele nos encheu de trabalho. Nós até tentamos discutir, porém ele dissera que era um problemão e só nós dois poderíamos resolver.
Corremos que nem loucos; que nem loucos mesmo.
Deu três horas da tarde e nada de irmos almoçar, e olha que ele ia bem mais cedo que eu. Eram quase quatro horas quando o ouvi dizendo:

- Ah merda! Desisto. Vou comer. - disse sem olhar para mim. Quando estava quase saindo pela porta, como se fosse por obrigação, perguntou: - Escuta... Você não vai comer, não?
- Ah... Estou com fome, mas acho melhor não. - falei, mas falei calmo. Sem julgá-lo, falando que ele não deveria, entendem?
- Tudo bem. - ele disse e foi embora.

Eu continuei trabalhando igual a um condenado. Depois de meia hora eu o ouvi abrindo a porta, porém nem me dei ao trabalho de olhar.
Senti algo sendo colocado sobre minha mesa e ele foi se sentar.
Quando eu olho é uma sacola do Burguer King em cima da minha mesa. Eu olhei para ele. Não sei por que fiquei corado, afinal, foi só uma gentileza. Eu sorri para ele, e foi espontâneo. Ele ficou meio sem graça e virou o rosto.

- Não precisa agradecer... Só come! - ele falou olhando para mim. É difícil eu sorrir para alguém se estou sóbrio.
- Não tem veneno aqui não, né? - eu perguntei.
- Se não quiser, não come! - ele falou, bravo.
- Eu estava brincando. - falei, sem graça.

Foi uma piada sem graça mesmo. Ficamos em silêncio por um tempo. Comi em menos de dez minutos e voltamos ao trabalho. De repente, do nada, ele falou:

- Sabe... Você deveria sorrir mais... Conseguiria mais atenção das mulheres... - ele falou, rindo malicioso. Eu sabia! Ele nunca ia mudar.


- Ah... Sabia! Já veio me encher. Quem eu como ou... - comecei, porém ele logo me interrompeu:
- Você é retardado mesmo. Eu só quis dizer que seu sorriso é bonito, só isso. Não precisa dar chilique, mona! - ele falou.

Mesmo com o insulto eu fiquei quieto e encolhido na cadeira. Me senti inferior nessa hora. Esse dia ele me surpreendeu mesmo. Além de ele ter comprado comida para mim, ele ainda fez um elogio.


(...)


Já estávamos em novembro. Eu estava indo visitar meu pai, pois fazia tempo que eu não o via. Umas duas semanas, para ser mais exato. Logo que cheguei ele começou com o drama:

- Mas você é um filho desnaturado. Fica dias e dias sem vir visitar seu pai! - ele falou, gesticulando bastante e falando alto. Coisa de italiano!
- Pai... Não comece ok. - falei acomodando-me no sofá da casa.

Estava muito cansado. Hoje não tinha prova, portanto, nem iria à faculdade. Não faltei sequer um dia. Então eu mereço. E no final de ano tenho serviço dobrado!

- Ok... Mas que bom que você veio, filho. Tenho que te dar algo. - ele falou e começou a revirar uma mala que estava em cima da cadeira. O que será que ele me daria?
- O que é pai?
- Eu participei de uma promoção de uma rádio, que estava dando vários prêmios. Acabei ganhando ingresso para um show de um cantorzinho aí. Ele é bem moderno, pesquisei e ele é bem famoso! Toma aí. - ele falou pegando o ingresso e me dando.

Eu vi o nome do cantor. Eu não gostava, aliás, nem conhecia muito, porém logo lembrei que a Stella é doida por ele! Está aí... Acho que ela ficará feliz!

- Ah pai! Obrigado. Eu não curto muito não, mas sabe a Stella? Ela adora! -
- Garoto esperto. Já está pensando em ganhar a menina! - ele falou no exato momento que eu guardava o ingresso.
- Não viaja pai. Ela é minha amiga, eu gosto dela. - falei.

E honestamente essas eram minhas únicas intenções com ela. Ela era bem madura, mas isso não mudava o fato de ela ser menor de idade e filha do meu chefe. Namorar filha do patrão... Estou fora!

- Sei. - ele disse.

Passamos a conversar sobre outras coisas. Eu gosto do meu velho. Embora sejamos muito diferentes, ele continua sendo meu pai. Vivi todos esses anos com ele, eu o amo.

No dia seguinte seria feriado. Sexta-feira, dia dois de novembro. Dia de finados. A empresa não abriria. Eu já estava esperando por uma festa do meu chefe. Eu não compareci nas duas últimas, embora meu pai o tenha feito.
Antes de eu me levantar para ir embora o telefone tocou. Ele atendeu com seu costumeiro jeito espalhafatoso:

-Olá! - ele disse. Eu não sabia quem era, apenas ouvia meu pai falando.
- Betão! Tudo bem e com você? - pronto... Já sabia quem era.
- Hoje? Agora mesmo? Ah, o Diego não atende porque ele está aqui! - ele falava, olhando para mim, ao mesmo tempo que eu fazia gestos para ele dizer que eu NÃO estava ali.
- Vou ver com o Digão, mas acho que vamos sim! Até daqui há pouco! - meu pai falou desligando o telefone. - Meu filho, você não sabe quem...
- Eu ouvi. - falei, bravo.
- Então... Vamos? É uma festa pequena, parece que é para pedir pizzas, só vão algumas pessoas...
- Em vez de oitenta, vão setenta, né? - falei.
- Ah, deixa de ser chato! Ele está chateado porque você não vai mais à casa dele. Quando fica bêbado fala que não entende, ainda mais agora que você é amigo do Rodrigo e tem também a Stella!

Sim... Meu chefe ainda pensa que eu e o Rodrigo somos amigos.

- Ah, está bem... Está bem! Mas antes vamos passar no meu apartamento que eu quero tomar um banho!.
- Então Di... Como a casa dele é mais perto daqui, não tem como você ir, tomar um banho relaxado e vir me pegar? - ele sorria amarelo. - Porque ele quer me apresentar uma mulher lá muito bela! Então eu tenho que ir bem...
- Tá, tá! - falei.

Quando esse velho abre a boca não fecha mais! Seria até bom ir à casa do Sr. Martins, porque daí eu já daria o ingresso à Stella. Ela ficará muito feliz, creio eu!

Cheguei no prédio onde moro bem rápido. Fui até meu apartamento, entrei e lá estava o meu querido lugar... Vazio.
Eu adorava morar ali, mas aquele silêncio já me aniquilava. Tirei minha roupa e fui para o banho. Comecei a lembrar daquele dia na casa de swing.
Primeiro me lembrei daquelas duas gostosas e já fiquei excitado... Mas depois me lembrei daquele ser misterioso que até hoje eu não sei quem é.

Eu não aguentei. Enquanto a água quente caía em minha pele gelada eu passei a me masturbar lentamente. Lembrei do beijo perfeito dele, do cheiro, do peso dele sobre o meu, dos nossos cacetes travando uma batalha.
Nosso suor se misturava, a bebida em nossos lábios também. Mas a pior parte é a voz dele me parecer tão... Distante...
Não me lembro de como era aquela voz, tenho mais memória visual do que auditiva... Às vezes eu parecia chegar perto, mas...

Pensava naquela noite como se estivesse mesmo acontecendo agora e despejei todo o meu sêmen no chão, aliviado.
Limpei, óbvio, e depois de me lavar desliguei o chuveiro e saí do banho. O dia não estava nem quente, nem calor.

Me senti muito estranho quando percebi que estava escolhendo minhas roupas. Normalmente, para eventos assim, pego a primeira calça jeans e a primeira camiseta.
Acabei escolhendo um jeans escuro, uma regata preta, o que me surpreendeu porque dificilmente uso regata. Mas e se ficar frio... Humm.
Já sei, vou levar uma jaqueta que ganhei do meu pai no começo do ano, de aniversário. Ah... Meu aniversário é dia 13 de janeiro, acho que ainda não tinha falado!

Eu nunca tinha usado a jaqueta. Ela era muito bonita, mas... Era tão bonita que acabava sendo chamativa, e vocês sabem como sou discreto...
Bem, levei-a mesmo assim.

Meu susto maior foi quando vi que usava o perfume que eu mais gostava de todos. Para terem noção eu nem tinha usado no dia do swing... Estou me arrumando assim para Stella? Que estranho... Eu não sinto nada, além de amizade, por ela. Será mesmo?

Saí correndo porque meu velho já deveria estar bufando em casa. Ele sempre se atrasa e não posso falar nada. Sempre sou pontual, e mesmo assim, ele reclama.
Não deu outra, cheguei lá e ele já estava do lado de fora da casa e bufando. Quando foi reclamar algo ele parou, ficou me olhando e disse:

- Me engana que eu gosto!
Até a jaqueta que você nunca usou que eu te dei você está usando! E você demorou mais que o normal. Filho... Fale aqui para o seu paizão! Você está mesmo gostando da Stella, né? Nunca o vi se produzir tanto! Meu filho está um gato! Mas é um garanhão mesmo! - ele falou.

Eu fiquei vermelho. Eu já me arrumei assim antes! Ele que nunca viu... Oras!


CONTINUA……


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Comentários


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ksn57 Comentou em 03/06/2024

Votado ! Cada um, melhor, que o outro, por isso me deixa intrigado...




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Ficha do conto

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Nome do conto:
O Filho do chefe [6] ~ Broderagem é bom

Codigo do conto:
208060

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
29/11/2023

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4

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