O Filho do chefe [26] ~ Início da tempestade

- Ah, vitória! - ela disse sorridente. - Agora se me dão licença, até mais. - ela disse e saiu da sala.

Com certeza ela devia estar feliz, conseguiu o que queria. Por que ela quer tanto nos destruir? Ela... Ela... Ela é uma puta mesquinha de quinta, isso que ela é!

- Isso é verdade, Sr. Martins. - falei calmo. Ele começou a ficar vermelho e as veias em seu pescoço começaram a saltar.

- Vocês... O que vocês são, exatamente? - ele perguntou bravo.

- Eu e o Diego namoramos, pai. - Rodrigo falou e então seu pai começou a gargalhar. Nós ficamos olhando para seu rosto, ele gargalhava e batia descontroladamente a mão na mesa.

- Como... Como... - ele ainda ria, mas era uma risada maldosa, irônica. - Como vocês são ingênuos. ‘Namoramos’. - ele falou imitando o Rodrigo. - Isso não é certo, vocês não conseguem entender o quão ridículo isso soa? Dois homens, bonitos, sarados, inteligentes, com um bom futuro... Vocês não entendem como isso é... Isso é... Isso é repugnante! - ele falou.

- Isso de acordo com você e sua cabecinha pequena, pai. - Rodrigo falou sério.

- Olha como você fala comigo! Olha como você fala COMIGO! - ele falou.

- Seja direto, Sr. Martins. Eu serei sincero e quero que o senhor também seja. - falei. Eu não tinha medo.

- Sincero?

- O senhor vai me demitir? - perguntei.

- Por quê? Você quer ser demitido? - ele perguntou.

- Obvio que não! Mas eu não pretendo me afastar do Rodrigo. - falei e ele me olhou assassino.

- Pois se este é o ‘problema’ então o Rodrigo está demitido. - ele falou e Rodrigo ficou incrédulo.

- Mas como assim? Você não pode fazer isso! - Rodrigo falou.

- Claro que eu posso. Eu sou o dono dessa empresa, eu posso tudo! - ele falou, sério. - E Diego. Vou esquecer tudo isso e vou te tratar como sempre te tratei. Mas eu quero você longe do meu filho, entendeu?

- Isso é ridículo! Eu sou maior de idade, você sabia? - ele perguntou.

- Mas mora debaixo do MEU teto. - ele falou se levantando.

- Eu não quero perder meu emprego, senhor Martins. Mas se as suas condições são essas... Sinto muito. - falei e os dois falaram em uníssono:

- COMO ASSIM?

- Eu... Eu nunca pensei que fosse jogar aquilo que é mais precioso para mim assim no lixo. - falei amargurado.

Eu não acreditava no que eu estava fazendo, mas... Eu não quero um patrão assim, que ‘mande’ em mim, mande no que farei fora do meu emprego. Porque isso iria acontecer; ele me impediria de ver o Rodrigo, eu tenho certeza disso, e isso eu não posso aceitar.

- Diego, não faça isso. - Rodrigo pediu.

- Mas talvez eu tenha achado algo mais precioso. - falei me levantando e o senhor Martins nos olhou sério.

- Então é essa a sua decisão? - ele perguntou.

- Sim. - respondi junto com o Rodrigo.

- Tudo bem então. Não queria perder um profissional como você, mas não vou esconder que estou com vontade de quebrar a sua cara. Você vai conseguir outros empregos bons, só espero que não te descubram, Diego. Porque isso que você é... Isso é inaceitável. - ele fez uma breve pausa e continuou. - E você Rodrigo, você só vai voltar para a minha casa para fazer as suas malas. Não quero saber para onde você vai e nem como você vai, mas debaixo do mesmo teto que eu você não fica. - ele disse. - Sua irmã Stella ficará tão decepcionada...

- Como se ela já não soubesse. - ele falou sorridente e senhor Martins ia falar algo novamente. - Vamos? - ele perguntou me puxando pelo braço.

Eu estava com um aperto no coração. Eu estava jogando tudo para o alto por causa do amor, algo que cheguei a acreditar que não existia, e... Será que existe mesmo? Será que eu não vou me arrepender? E eu estou inseguro, eu estou indeciso.

- Até mais. - falei para o Roberto e assim eu e Rodrigo saímos de sua sala.

Pegamos nossos pertences e sairíamos dali agora mesmo. As pessoas nos olhavam intrigadas. Elas queriam saber o que tinha acontecido. Não demos a mínima. Quando percebi já estávamos os dois no estacionamento, um olhando para a cara do outro.

- E... E agora? - perguntei respirando pesado.

- Bem eu... Acho que vou procurar algum hotel e... - ele começou.

- Se quiser pode ficar comigo até conseguir se arranjar. - falei. Eu não o estava chamando para morar comigo, apenas passar um tempo.

- Não vou querer incomodar. - ele falou.

- É só até você se arranjar Rodrigo, não vai me incomodar.

Não conseguia sorrir pela situação. No fim eu fiquei mal com tudo isso e ele ainda tinha coisas a me esclarecer.

- Certo... Bem... Eu... Eu vou para minha casa pegar minhas coisas e... Depois eu passo no seu apartamento.

- Ok. Amanhã mesmo virei acertar as coisas com seu pai, afinal, tenho que exigir meus direitos, fui demitido assim do nada. Eu podia exigir muita coisa, mas... Não vou querer criar grandes problemas. Ele é seu pai. - falei suspirando. - Se bem que ele me demitiu por eu gostar de homens, isso envolve preconceito, fui demitido sem aviso prévio, e... - continuei falando até reparar no Rodrigo que estava aéreo. - Ah... Melhor eu parar de falar. - comentei e ele olhou para mim. Ele parecia perdido, ele deveria estar perdido.

- Eu estou indo, tá? Até mais tarde. - ele comentou, inseguro.

- Até. - falei.

Da empresa até o meu apartamento foi um pulo. Eu estava muito confuso com tudo o que foi dito. Passei a ponderar se isso era a tal mentira. O Rodrigo estava muito abalado para eu chegar do nada e perguntar, mas... Mas eu tenho que saber, oras, sou o namorado dele!

Logo que cheguei ao meu apartamento tratei de me despir e tomar um bom banho para ver se me acalmava. Eu não parava de pensar no que havia acontecido um minuto sequer. Assim que saí do banho fui tomar um remédio para dor de cabeça. Tinha que procurar outro emprego, tinha que ver as coisas com o Rodrigo, quanto tempo ele ficaria na minha casa e... Ai-ai, sou jovem ainda, tenho um ótimo futuro pela frente.

Pensei em tirar um cochilo, mas simplesmente não conseguia. Meu celular tocou e eu atendi. Era Stella me falando o quanto sentia muito, falando que iria conversar com seu pai e até se explicando por ele.

Ela é realmente uma garota incrível. Ela me disse que o Rodrigo já estava com tudo pronto e já estava saindo de casa. Será que daria certo ele passando algum tempo comigo?

Ele logo chegou e sua expressão era séria e triste. Pelo que deduzi ele tentava se manter forte, mas eu sabia que ele não estava nada bem.

- Onde eu posso colocar minhas coisas?

- Depois você vê isso, né? Pode deixar nas malas por enquanto. - falei acariciando sua face.

- Você é mesmo demais. - ele falou sorrindo melancólico para mim.

- Vem cá. - falei o puxando para um abraço.

Fechei a porta e então o abracei. O abracei bem apertado, como ele costumava fazer comigo. Senti leves espasmos em seu corpo. Ele... Ele estava chorando? Tentei acalmá-lo acariciando as suas madeixas, depois alisando suas costas.

Ele aos poucos foi se acalmando e então separei o abraço para ver seu rosto úmido pelas lágrimas.

- Não fica assim. - falei enxugando as lágrimas dele.

- Diego... Você é realmente muito bom para mim.

- Vem, vamos para o quarto. Descanse um pouco porque eu ainda quero conversar umas coisas com você. - falei.

Ele apenas concordou e foi para o meu quarto. Suas malas ficaram jogadas de qualquer jeito e ele logo estava estirado em minha cama. Eu me deitei ao seu lado.

- Eu não vou conseguir dormir.

- Entendo. Bem... Eu sei que não é a melhor hora, mas... Tem algo que você gostaria de me contar? - perguntei inseguro.

Ele ficou em silêncio e logo se pôs sentado em minha cama, com um pé sobre o joelho e o outro embaixo da outra perna, um jeito que só ele conseguia ficar por muito tempo, aliás, ele e Stella.

- Diego... Você... Acho que você não precisa saber disso. - ele comentou sem graça.

- Você é meu namorado, não é? - perguntei calmo, mas estava com vontade de chacoalhá-lo até ele me contar tudo. Sentei-me de frente a ele.

- Sou, mas... Ah... - ele suspirou. - Tudo bem. Lembra quando eu disse, bêbado, que havia mentido para você?

- Então você se lembra disso?

- Sim. Eu me lembro.

- E que mentira era essa?

- Bem Diego... Você não é o meu primeiro cara. - ele assumiu de cabeça baixa. - Se você ficar bravo eu vou entender e não quiser mais nad...

- Rodrigo, cala a boca. Bravo eu estou, mas bravo por saber que você já foi de outros e não quis me contar. Bravo porque... Porque... Você me beijou falando que EU era o viadinho!

Falei e comecei a rir inexplicavelmente, eu simplesmente não conseguia ficar bravo. E a situação era até cômica, afinal, ele que me zombava, mas ele que já havia tido casos com outros antes.

- Então... Então você não está realmente bravo?

- Não Rodrigo. Mas eu queria que você contasse mais coisas para mim. Seu pai já sabia antes? Como é essa história?

- Bem... É bem comprida... Se... Se você quiser ouvir...

- Pode contar, se você quiser é claro. - eu estava morrendo de curiosidade para saber.

- Bem Diego... Tudo... Tudo começou quando eu tinha mais ou menos uns 12 . Eu... Eu era meio afeminado Diego e embora não seja nada hoje, eu era pequeno. Eu passava o dia inteiro com a minha mãe, passava o dia inteiro brincando com a Stella, não gostava de nenhum esporte, só ficava cantando algumas músicas o dia inteiro. Os garotos da escola viviam me colocando na lata de lixo. - ele falou, sorrindo melancólico. - E... Bem, eu era bem fraco, eu era muito magro. Eu nunca tive muitos amigos. Mas até então eu achava que eu era normal, eu gostava de garotas. - ele disse. Eu tentaria não interrompê-lo até o fim. - E quando comecei a ficar com umas aqui e umas ali acabei fazendo alguns amigos. Eu continuava meio delicado demais, mas uns garotos me aceitaram no grupo deles. Éramos seis no total. Passei a conviver com eles, e tive então meus primeiros amigos. - ele falou melancólico. - E... Bem... Ah Diego... Eu não sei se consigo contar isso.

- Rodrigo, confie em mim. Eu te amo. - falei alisando seu rosto. Algumas lágrimas escorriam por seus olhos. - Aconteceu algo com você?

Bem Diego... Eu... Eu comecei a gostar de um deles, né... Eu me repreendia por isso, de verdade, mas toda vez que eu o via... Eu, não sabia explicar, eu ficava feliz, entende? Ele era o mais pegador de todos, o repetente, o briguento, o que só colava, mas eu gostava dele. O tempo foi passando, fomos crescendo. Eu achei que seria algo passageiro, mas dois anos se passaram e eu ainda gostava dele. Eu XIV e chorava igual a uma menininha quando o via com uma garota, dava alguns chiliques quando ele me trocava para ficar com qualquer uma. Ele gostava de mim, como amigo, pelo menos eu achava isso. Ele alimentava minhas esperanças, sabe? Ele me tratava diferente dos outros...

Ele parou um pouco e as lágrimas começaram a escorrer mais intensamente. Eu as enxuguei e dei um leve beijo em seus lábios. Será que eu o estava pressionando?

- Quer alguma coisa? - perguntei.

- Não... Eu... Eu tenho que desabafar. - ele sorriu triste, respirou fundo e então continuou. - Um dia... Um dia estávamos sozinhos na casa dele para fazer um trabalho, afinal eu sempre fazia as duplas com ele e o carregava em minhas costas, colocava o nome dele e fazia tudo sozinho, ele apenas me chamava para ir à casa dele para parecer menos individual o trabalho. Bem... Eu decidi me declarar a ele e...

Ele não conseguiu se controlar dessa vez. Ele estava vermelho e as lágrimas voltaram a escorrer. O que tinha acontecido? Comecei a ficar preocupado.

- E ele te bateu, fez alguma coisa?

- Ele disse que também me amava. - ele falou suspirando. - Daí eu havia ficado bobo de alegria. Começamos a nos beijar e... Bem, eu o sentia meio frio no beijo, mas achava que era apenas a insegurança de estar com outro rapaz. Ele logo me fez fazer sexo oral nele e meu coração não parava de bater bem rápido. Aquele era o melhor dia da minha vida para mim. Ele era bem forte e depois disse que queria brincar comigo, Que sonhava comigo todas as noites...

Ele chorava intensamente já, enxugava as lágrimas e olhava fixamente para o nada.

- E eu deixei ele fazer o que queria. Ele me amarrou a cama e... E eu achei que seria a melhor coisa que já havia me acontecido... Mas... Mas... Mas... - ele engoliu em seco e tentou se acalmar. - Mas depois de ter me invadido sem nenhum preparo, depois de ter me feito sangrar e gozar na minha cara ele disse que... Ele disse que ‘viadinhos’ como eu mereciam ser tratados assim. Mechas de meu cabelo estavam em suas mãos. Meu corpo sangrava por marcas de unhadas e... E alguns cortes e hematomas ficaram em meu corpo... Ele... Ele me agrediu por eu ter tentado lutar contra e... Ele me estuprou e... E depois de ter me humilhado cuspiu em minha cara e disse que se eu contasse a alguém ele acabaria comigo. Eu... Eu... Eu nunca achei que algo como isso fosse acontecer comigo. Como eu fui idiota em acreditar que ele gostava de mim.

Ele chorava já. Eu estava em choque com essa confissão. Eu... Eu não poderia imaginar! Não mesmo! Eu o abracei, eu me senti estranho por lágrimas saírem de meus olhos. Eu... Eu... Eu queria amparar o Rodrigo, eu... Eu queria cuidar dele, queria que aquilo não tivesse acontecido. Vê-lo assim abalou todas as minhas estruturas... Eu... Eu não podia imaginar que o meu Rodrigo já havia passado por isso!

- Está tudo bem agora Rodrigo. Eu nunca faria isso com você. - falei em seu ouvido.

- Eu sei Dieguinho. - ele sussurrou. - Você foi a melhor coisa que já me aconteceu. - ele falou secando as lágrimas. - Mas... Então Di... Eu acabei contando para a minha mãe, ela me deu apoio e me levava a psicólogos, disse que desconfiava e que me amaria fosse eu o que fosse. Mas um dia... Um dia meu pai ouviu uma de nossas conversas. Ele começou a me bater e me bater, minha mãe tentou impedir, mas ele só parou ao ficar sabendo que eu já havia ‘sofrido’. Ele considerou isso como um ‘aprender a lição’. Ele pediu desculpas por ter me agredido, mas disse que a vida sempre ensina a lição, e que aquilo que havia acontecido comigo era a prova de que ‘gays’ jamais serão felizes. Minha mãe ficou sem falar com ele por um tempo. Eu passei a fazer musculação e praticar artes marciais. Aos poucos fui me tornando um homem, Dieguinho, eu queria ser um novo Rodrigo, um Rodrigo que nunca mais passaria por aquilo. - ele falou deprimido.

- E aquele dia que você chegou machucado? - eu estava muito curioso e PUTO. Se eu encontrasse com esse cara na rua, quebraria a cara dele!

- Então... Ele acabou repetindo o ano e os outros não, e então eu e os outros acabamos firmando nossa amizade, até fizemos a nossa banda. O... O Daniel sumiu de minha vida e eu... Eu consegui esquecê-lo.

- Então é esse o nome do filho da puta? - perguntei irritado.

- É... Bem... Ele sumiu, mas manteve contanto com o primo dele que fazia parte da banda. Depois que a minha mãe morreu, Di eu acabei ficando sem chão. Eu a amava muito. Muito mesmo. Eu faltei a alguns ensaios por estar mal e esse primo do Daniel, Fred, acabou fazendo a cabeça dos integrantes para me tirarem da banda, porque ele tinha um ótimo vocalista para entrar no meu lugar.

No meu aniversário eu saí para comemorar com eles e eles me deram essa notícia. ELE estava lá, e me tratou normalmente, só que eu não consegui segurar a minha raiva. Se fôssemos só eu e ele eu teria ganhado, mas o Fred veio para cima e os outros não conseguiram separar. Eu fiquei muito machucado, o Fred apenas com um olho roxo. Bom... pelo menos o Daniel tinha desmaiado. - ele falou rindo. - Daí depois de meus amigos me expulsarem da banda e me deixarem sozinho no meu aniversário passei a beber, bebi muito, bebi demais. Fiquei bem louco e então tentei pensar em algo que me deixasse feliz. Acho que foi por isso que fiquei chamando o seu nome que nem um louco. Eu estava tão triste Diego, mas ninguém nunca soube disso, eu sempre fingi estar bem, sempre fui brincalhão e... Sei lá. Você é o motivo da minha felicidade Diego. Eu acho que te tratava mal porque você me chamava muita atenção, Diego, eu tinha sonhos com você mesmo quando te odiava. - confessou e eu fiquei, de novo, chocado. - Eu sei, você deve achar que eu sou um idiota, e...

- Cala a boca Rodrigo! - falei e me joguei em cima dele o abraçando. - Eu estou muito irritado e angustiado, Rodrigo. Não sabia que você tinha sofrido assim, entende? Eu... Eu... - eu estava por cima dele e algumas lágrimas escorreram por minha face. Eu o apertava bem forte. - Eu nunca mais deixarei nada de ruim te acontecer, Rodrigo.!

Falei me sentindo o ser mais sentimentalista do mundo. Mas não posso evitar, eu nunca quero ver o Rodrigo chorando de novo!

-Diego... Por que você está chorando? - ele perguntou e eu fiquei sem graça.

- Não é óbvio Rodrigo? - perguntei deitando-me ao lado dele. - Eu... É algo que eu não consigo explicar, cara. Eu não falo ‘eu te amo’ sempre, porque para mim é algo... Algo difícil de explicar Rodrigo. É algo que me deixa vulnerável demais. Se eu te vejo feliz... Eu fico feliz. Se eu estou com você... Nada, nada mais importa. E se eu te vejo triste, Rodrigo, se eu te vejo chorando eu... Eu... O meu mundo desaba. É isso.

Confessei e ele abriu um sorriso de orelha a orelha.

- Eu te amo Diego. - ele chegou mais perto.

- Eu preciso mesmo falar?

Perguntei exibindo minhas lágrimas. Nossos lábios se juntaram e dessa vez trocamos um beijo de verdade. Eu queria acabar com todo aquele sofrimento. Porque pensem que... Finalmente o Rodrigo estava feliz e aconteceu isso para nos abalar. Eu prometo que farei o meu Rodrigo feliz. Eu... Eu que nunca aceitei o amor, eu que sempre pensei só mim... Eu quero fazer de tudo para ele ficar feliz. Pode não ser fácil, afinal, sou uma pessoa difícil e o Rodrigo também é bem teimoso.

Somos diferentes, eu sei. Eu sei que a vida ao meu lado, nem que por um tempo, não será fácil. E com ele também não deve ser fácil não! Mas o Rodrigo vale todos os esforços. E por quê? Porque ele é a pessoa que eu amoJá fazia mais ou menos uma hora que o Rodrigo dormia e eu nem conseguia pregar meus olhos. Fiquei olhando ele que, agora, parecia tão desprotegido. E é tão estranho pensar nele dessa forma. Eu não poderia imaginar que coisas assim tivessem acontecido com ele, não mesmo! Ele sofreu tanto já... E essa maldita da Larissa tornou as coisas ainda piores. Mas ela não conseguiu o que mais queria, que era nos separar.

Fiquei olhando para ele que dormia tranquilo, agora. Eu espero que ele não continue abalado com tudo o que aconteceu. De verdade.

Eu, até agora, estou embasbacado com a reação do senhor Martins. Sei que não é fácil para um pai aceitar um filho homossexual, bissexual, o que seja. Mas agir do jeito que ele agiu... Agora que realmente agradeço pela cruz que eu carrego que é o meu pai.

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Comentários


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ksn57 Comentou em 04/06/2024

Votado ! A vida é complicada, é mesmo ...




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Ficha do conto

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Nome do conto:
O Filho do chefe [26] ~ Início da tempestade

Codigo do conto:
214433

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
04/06/2024

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