Quando saí do banheiro já estava com outro visual, consegui disfarçar o efeito provocado pelo choro.
Saí do quarto à procura de Rafael que estava na piscina abraçado à Fernanda.
- Pelo visto a farra foi boa, disse ele rindo.
- Qual é, vai ficar me zoando?
- Pela carinha já vi que não foi muito bom, mas pela ressaca a coisa deve ter rendido, dizia ele rindo e a Fernanda ainda ajudava.
- Também com dois gatos tinha mais que ter aproveitado.
- Como vocês são idiotas.
- O que houve Sandro? Eles estão te aborrecendo? Questionou Diego aproximando de onde estava tentando me abraçar.
- Para com isso Diego. Afastei-me dele e fui trocar de roupa no quarto que estava minha mochila.
Enquanto trocava de roupa fiquei pensando na grosseria que tinha feito com o Diego, fui atrás dele na piscina de pedi desculpas.
- Desculpa Diego.
- Tudo bem, eu me precipitei.
- Você vai sair?
- Tenho que agitar a galera para hoje à noite, mas antes nós vamos almoçar fora, e passear um pouco. E o Lucas?
- Deve estar acordando.
- Vou chamá-lo para ir conosco.
- À tarde vou visitar meus tios, estou com saudade deles.
- Mais você volta?
- É claro, acha que vou perder seu aniversário?
- Faço questão que você esteja presente.
- Eu vim nessa viagem para comemorar o seu aniversário e aqui estarei.
- Você se arrependeu de ontem?
- Não é arrependimento, mas a forma como as coisas aconteceram.
Ele saiu pensativo, não disse nada e nem eu mesmo estava me entendendo naquele dia.
Saímos para almoçar fora e aproveitamos para conhecer um pouco da cidade, Diego nos mostrou a região da Savassi, da Pampulha, fiquei conhecendo a UFMG e a PUC, achei lindo, fiquei encantado.
À tarde Juliano veio me buscar, era impressão minha ou ele estava mais bonito da última vez que nos vimos, possivelmente andava frequentando academia, o achei mais charmoso.
- Finalmente você veio conhecer essa terra, disse ele me abraçando.
- Ele veio de tanto que insisti, disse Diego rindo.
- Modéstia de vocês, eu vim porque estava a fim.
- Assim é que se fala, precisa voltar mais vezes disse Juliano.
- Com certeza, a partir de agora ele virá mais vezes, disse Diego.
- É mesmo? Qual a novidade que não estou sabendo, disse Juliano rindo.
- Não tem novidade nenhuma, o Diego está brincando.
Apresentei Juliano ao Rafael, Fernanda e Lucas, depois dos cumprimentos ele me convidou para sairmos.
- Vamos Sandro, a tia nem acreditou quando falei que você estava aqui.
- Estou com saudades dela, vamos sim.
- Está liberado para sair, disse Diego, mas depois fica intimado a voltar para a festa.
- Fica tranquilo na hora da festa estarei aqui.
- Vê-la hein, não vai me trapacear, disse Diego.
- E se eu voltar só na segunda? Disse brincando.
- Eu te busco.
- Pode deixar, assim como busquei ele, o trarei de volta, disse Juliano sério.
- Vamos embora, deixa esse chato chorando, brinquei com Diego.
Saímos e o Diego na brincadeira imitou uma criança chorando e todos caíram na risada.
- Pelo visto vocês ficaram bem amigos?
- O Diego é um cara legal.
- Faz tempo que você tinha se decidido visitar BH?
- Logo depois do meu aniversário, combinei com Diego, mas eu me decidi mesmo há poucos dias.
- Legal, só achei estranho que você não disse nada a ninguém, conversamos várias vezes, a Laura e o Junior me disseram que também não sabiam de nada.
- Peço desculpas se deixei vocês de lado, mas eu gosto muito de todos inclusive estou com muitas saudades.
- Você não tem que dar satisfação da sua vida pra ninguém, principalmente a familiares distantes.
- Eu peço desculpas mais uma vez, falhei com vocês, é claro que deveria ter avisado que viria, mas eu liguei assim que cheguei, não deixaria de visitá-los.
- Claro, a tia está muito feliz que você lembrou-se dela.
- A tia Joana é sempre muito querida, aliás, vocês todos.
- E você pretende voltar seguido?
- Não sei ainda, mas porque você quer saber?
- É que o Diego disse que você voltaria mais vezes e com mais frequência.
- Ele estava brincando.
- Já estamos quase chegando, disse ele mudando de assunto.
- Acredita que eu nem lembrava mais como era a cidade.
- Mudou muito, você precisa vir mais vezes.
- Você tem razão, estou com um plano ai.
- Que plano?
- Pretendo estudar, não sei se aqui ou em outro lugar, mas estou vendo, de repente eu mudo pra cá.
O Diego está te ajudando?
- Pretendo pedir ajuda a ele, não falei ainda.
- Se quiser posso te ajudar.
- Não queria meter meus tios no meio e também não quero atrapalhar.
- Você é da família não atrapalha.
- Mesmo assim, não gostaria de envolver meus familiares nas minhas decisões.
- Você está certo, eu também estou pensando em morar sozinho.
- Está pensando em deixar a tia?
- Deixar jamais, eu considero a tia Joana como minha mãe, mas quero ter meu cantinho, só estou esperando sair o dinheiro que tenho a receber da herança dos meus pais.
- E seus irmãos?
- Os vejo seguido, eles moram aqui na cidade, meu irmão é casado e minha irmã é separada.
- Você é o mais novo?
- Sou, mas quase não convivo com eles, a Laura e o Junior são mais meus irmãos do que eles.
- E você não sente falta?
- Hoje não mais, aprendi a conviver com minha tia e meus primos.
- E a faculdade?
- É muito cansativa, mas estou na luta.
- O bom é que você está focado.
- Eu gosto de cuidar dos outros.
- Já pensou a especialidade vai seguir?
- Oncologia.
- Que legal Juliano, você é um cara sofrido e mesmo sem os pais está na luta, é um exemplo.
Você pretende mesmo vir pra cá?
- Não sei ainda, tem uns amigos meus que estão querendo dividir um apartamento ou uma casa, vai depender muito dos gastos e também sou menor de idade, não sei se meu pai deixaria.
- São seus amigos que estão na casa do Diego?
- Sim, o Rafael e o Lucas.
- Eles me parecem gente boa, mas cuidado, as pessoas nem sempre são sinceras e existe muita malandragem por ai, principalmente aqui na cidade grande.
- É disso que eu tenho medo.
- Pois não tenha, não deixe que o medo vença seus sonhos, se fosse assim eu não estaria fazendo medicina.
- Obrigado pelo conselho.
- Mesmo com 20 anos já passei por muitas coisas e aprendi muito com a vida.
- Nem sempre as coisas saem como planejamos.
- Está falando do namorado?
- Não gosto de falar sobre isso.
- Eu te entendo, ele deve ter aprontado bastante.
- Um pouco e a sua namorada, já voltaram?
- Eu não tenho namorada, disse sorrindo.
- Malandro você, deve passar o rodo nas garotas e ainda se diz que não tem namorada.
- Você acha isso de mim?
- E não é?
- Claro que não, passo o dia na faculdade mal tenho tempo para estudar.
- Sei bem, disse rindo, deve ser um santinho.
- Santo eu não sou porque sou um ser humano, mas não sou um galinha.
- Estou brincando com você, cada pessoa leva sua vida como achar melhor.
- Concordo com você, só que hoje em dia as pessoas estão muito individualistas.
Ele tinha razão, aquele papo estava avançando demais e eu não queria saber de nada que viesse me trazer aborrecimento e principalmente arrependimento como na noite anterior.
- Chegamos, disse ele já entrando direto na garagem, após pegamos o elevador para o 5º andar. Minha tia que já me aguardava veio logo me receber com um longo abraço e um sorriso no rosto e em seguida vieram Laura e Junior.
Eles foram muito simpáticos comigo, me mostraram o apartamento que era grande, porém nada luxuoso era no padrão de classe média.
- Me conta as novidades, disse Laura enquanto conversávamos.
- Não tenho muitas, minha vida está mais parada do que água de poço.
- Ele está tentando te enganar Laura, disse Juliano sorrindo.
- Então pode contar tudo, pra você estar aqui deve estar cheio de novidades.
- O Juliano levou a sério porque disse que estava pensando na possibilidade de morar aqui na cidade.
- Mais isso é muito legal disse o Junior, nos conte essa novidade.
- Ah gente, é apenas uma possibilidade.
- Filho, lembra o que a tia te falou no dia do seu aniversário?
- Lembro sim tia, mas eu ainda sou muito novo.
- Porque você acha isso? Questionou Laura
-Bem que eu gostaria, mas sou menor de idade, meu pai não deixaria.
- Você tem 17 anos já consegue andar sozinho e não acredito que eles serão contra.
- Tia, eles querem alugar um apartamento ou uma casa, disse Juliano.
- Quem quer alugar apartamento ou casa? Questionou meu tio vindo me dar um abraço.
- Pai, o Sandro está pensando em morar aqui na cidade para estudar, disse Junior.
- É mesmo garotão?
- Nós poderíamos ajudá-lo, disse Laura.
- Me conta direitinho essa história seu moço, disse meu tio.
- É só um projeto tio e meu pai nem está sabendo de nada ainda.
- Nós podemos te ajudar, mas o João terá que ficar a par de tudo, disse tia Joana.
- Na verdade é eu e mais dois amigos, nós viemos para conhecer e ver se é isso mesmo que queremos.
- E o que acharam da cidade? Perguntou tio Carlos.
- Eu gostei muito, mas sei que não é fácil e também não queremos atrapalhar ninguém, é algo nosso.
- Entendi, disse meu tio, muito nobre da parte de vocês, foi assim que eu iniciei a vida aqui em BH.
- Filho, eu tenho uma casa que alugo para estudantes, não é muito grande, mas dá bem para umas quatro ou cinco pessoas morarem, ela estava em reforma, mas agora acabou e eu posso cedê-la por um precinho amigável, disse tia Joana.
- Tenho certeza que vocês conseguirão pagar, a Joana só precisa tirar as despesas com a manutenção e os impostos, disse tio Carlos.
- É justamente algo assim que estávamos precisando.
- Eu sei bem como é, já passei por isso quando precisei estudar, disse ela.
- Vocês estão sendo muito legais comigo, nem sei como agradecer.
- Agradeça sendo alguém na vida, fazendo coisas úteis, tendo uma profissão e ajudando os outros como estou fazendo com você.
- Obrigado tia.
- Se vocês quiserem amanhã nós podemos olhar a casa.
- Vou falar com meus amigos, mas não está nada certo ainda, precisamos conversar com nossos pais.
- Eu só preciso de um retorno em breve porque se vocês não ficarem com ela, vou colocar na imobiliária para alugar.
Depois dessa conversa meus tios saíram para passear, ficamos Junior, Laura, Juliano e eu.
- Tomara que dê tudo certo, disse Laura feliz da vida.
- Só se vocês forem loucos para recusar, disse Junior.
- Tenho certeza que o Sandro vai abraçar essa, disse Juliano.
- Obrigado pela força que você me deu.
- E você recusou minha ajuda, queria pedir ao Diego ainda bem que não levei em conta.
- Porque você não quis ajuda do Ju? Questionou Laura.
- Vocês são meus familiares e não queria envolvê-los nisso.
- Que bobagem Sandro, nós gostamos muito de você, disse Laura.
- A conversa está boa, mas eu marquei com umas gatinhas, você não vai ficar chateado se eu sair agora, disse Junior.
- É claro que não, eu também tenho um aniversário daqui a pouco.
- Então dá um abraço aqui primão e espero te ver em breve se eu não for para o Canadá, disse ele me abraçando e depois saiu.
- E o Fabrício? Como está seu namoro com ele? Questionei Laura.
- Frio quase gelado disse ela chateada.
- Que chato.
- Enquanto ele não respeitar o Ju como pessoa, não o quero perto de mim.
É chato quando alguém não gosta da gente.
- Ninguém maltrata o Ju perto de mim, não admito preconceito.
- Laura, por favor, falou o Juliano tentando contê-la.
- Qual é Ju? Você acha que o Sandro não sabe que você é gay?
- Para com isso Laura! - disse Juliano repreendendo-a.
- Dane-se não vou esconder, ele merece saber.
- Saber o que?
- O Ju não admite, mas ele gosta de você e eu já sei que vocês são gays.
- Para Laura! - gritou Juliano furioso com ela.
Eu não sabia o que dizer. Pra mim o Juliano era apenas meu primo assim como o Junior.
- Que piada é essa Laura?
- Não é piada Sandro, o Ju vive falando de você, depois que veio do seu aniversário ele terminou com o namorado, já estava na hora mesmo aquele traste não valia nada.
- O que mais você sabe?
- Ele me contou que você é gay.
- Eu sou e minha família já sabe.
- Você é louca disse o Juliano.
- Louca por ver os dois juntos.
- Laura, para com isso! gritou ele mais uma vez.
- Não acredito que você saiu comentando coisas a meu respeito, falei para o Juliano.
- Não falei nada, apenas comentei com Laura que me identificava com você.
- Entre Juliano e eu não existe segredos, eu sei que você está sozinho assim como ele.
- Não acredita no que Laura fala é tudo brincadeira dela, Juliano olhava pra ela com olhar furioso.
- Você está falando sério Laura?
Juliano estava vermelho, olhou sério para ela, achei que já estavam a ponto de brigar.
- Estou brincando com vocês, disse ela rindo.
- Nossa, que susto você me deu, achei que o Juliano tinha saído da minha casa fazendo fofocas a meu respeito.
- É brincadeira Sandro, eu só queria ver a reação de vocês.
Não leva ela a sério Sandro, a Laura é assim mesmo, às vezes me mata de vergonha com meus amigos.
- Achei que ela estivesse falando sério,
- E se tivesse? Você ficaria chateado? - questionou ela.
- Não sei, tenho o Juliano como meu primo, um grande amigo.
- Então mude seu pensamento a partir de hoje e olhe o Ju com outros olhos.
- Laura, não recomeça.
Enquanto ela e o Juliano discutiam fiquei pensando nas conversas que tivemos, nas suas indiretas, as perguntas sobre Diego no carro, ela tinha razão e como eu não tinha percebido?
- Acho que está na hora de voltar, daqui a pouco começa a festa do Diego.
- Eu te levo, disse Juliano saindo para pegar as chaves do carro.
- Desculpa se fui sincera demais com você, mas não estava brincando.
- Não?
- Disse que era brincadeira para ele não ficar chateado.
- Eu não sei o que dizer.
- Não diga nada, apenas pense melhor sobre ele.
- Laura, o que você está falando? - disse ele voltando com as chaves do carro na mão.
- Nada, que cisma Ju?
- Obrigado por esclarecer as coisas.
- Não me agradeça, ele é meu irmão de coração.
- O que ela falou pra você na minha ausência?
- Nada demais Juliano, apenas disse que gosta muito de você e isso não é novidade pra mim.
- Na volta, se prepare dona Laura, nós vamos ter uma conversa séria.
- Acho que nem vou dormir essa noite estou morrendo de medo, disse ela rindo e levando na brincadeira.
- Nós somos amigos, primos e irmãos acima de tudo, mas não admito que você se meta na minha vida, disse ele sério.
- Fica tranquilo Juliano, eu entendi que foi tudo brincadeira.
- Ainda bem, não quero estragar nossa amizade por causa das loucuras dela.
- Não vai estragar! Vamos então?
- Vamos!
Despedi-me de Laura que me desejou boa sorte nas minhas decisões e estava torcendo para que fosse logo morar em Belo Horizonte.
Já no carro Juliano estava calado meio sem jeito de puxar assunto, mesmo assim ele iniciou uma conversa.
- Você levou a sério o que ela falou?
- Não sei, estou muito confuso, ainda gosto do Roger.
- Eu sei disso e quero continuar sendo seu amigo.
- Eu também desejo ser seu amigo e quero agradecer pela ajuda.
- Gostou?
- Você foi muito legal, eu nem sabia que a tia Joana tinha casa para alugar.
- A tia é assim, quando resolve ajudar alguém ela compra até briga para conseguir.
- Eu percebi, são todos muito legais, passei uma tarde muito agradável na companhia de vocês.
- Que bom e desculpe mais uma vez pelas loucuras de Laura, ela é assim, mas é gente fina.
- Ela gosta muito de você.
- Eu também gosto muito daquela louca, disse ele rindo.
- Pena que eu não sei quem são os convidados da festa, senão ia te convidar para ir comigo.
- O Diego poderia não gostar.
- Você tem razão, ele é o dono da festa.
Gostei muito da tarde agradável que passei com vocês.
- Seria melhor ainda se você morasse aqui na cidade.
- De repente isso pode acontecer, vou lutar para que seja possível.
- Você vai conseguir.
- Se conseguir eu serei eternamente grato a você por ter me ajudado.
- Quando vou te ver novamente?
- Vai me fazer uma visita lá em casa.
- Chegamos, disse ele parando o carro em frente à casa de Diego.
- E então, que tal a ideia da visita?
- Não pegaria mal com seus pais?
- Acho que não, disse sorrindo.
- Vou pensar, disse ele retribuindo meu sorriso.
- Acho que amanhã vamos olhar a casa, você vai junto?
- Você quer que eu vá?
- Seria uma boa já que está nos ajudando.
- Então, vou com tia Joana.
- Agora preciso que ir.
- Nos falamos amanhã.
- Então tchau!
- Tchau!
Saí do carro e entrei na casa do Diego enquanto ele ficou me olhando pela janela do veículo até entrar na festa.
Entrei na festa e a sala principal já estava lotada, Diego tinha muitos amigos, todos jovens, alguns com namoradas, outros sozinhos ou em grupinhos.
De longe o observei no meio de um grupinho estava alegre e dava atenção a todos naquele grupo, possivelmente seriam seus colegas de faculdade.
Assim que me viu ele veio ao meu encontro.
- E ai, chegou agora?
- Faz pouco tempo, meus parabéns e festa está linda.
- Quero que você aproveite bastante.
- Seus amigos são muito divertidos.
- São meus colegas de faculdade.
- Eu imaginei.
- Agora eu não posso ficar com você porque tenho que dar atenção ao pessoal, mas quero que fique a vontade como se estivesse na sua própria casa.
- Fica tranquilo, vá atender seus convidados estou bem.
- Quer me acompanhar? Posso te apresentar alguns dos meus amigos.
- Acho que estou precisando me socializar.
- É só apresentar porque a festa tem que ser comigo, disse rindo.
- Pervertido.
- É brincadeira, disse sorrindo e me levou para junto de seus amigos.
Ele me apresentou, a turma era divertida e animada, logo me ambientei com eles, até que de longe observei Lucas conversando com um cara, aquele não perdia tempo, não se preocupava com nada gostava mesmo era de curtir a vida.
Rafael e Fernanda dançavam abraçados no maior Love, junto com uma turma que estava dançando perto da piscina.
De repente me veio ao pensamento à conversa de Laura à tarde, não era possível que aquele garoto todo esquisito do passado gostava de mim, como ele mudou com o tempo, Juliano era tudo de bom, mas eu o tinha como um grande amigo. Porque eu tinha que gostar tanto do imbecil do Roger?
Sentei perto da piscina e fiquei pensando, de repente me deu uma tristeza e eu pensei tinha que dar um jeito e mudar minha vida, estava me sentindo perdido sem saber como agir, até que Rafael e Fernanda vieram me fazer companhia.
- O que aconteceu que você está com essa carinha triste? Perguntou Fernanda sentando à minha frente.
- To pensando aqui.
- Não me diga que é no Roger?
- Às vezes algumas coisas acontecem na vida da gente de forma inesperada.
- Quanto mistério, o que aconteceu? Questionou Rafael.
- Uma coisa que eu descobri hoje que me deixou bolado.
- Coisa boa ou ruim? Questionou Fernanda.
- Pode ser algo ruim, mas também pode ser algo muito bom.
- Hiiiiii... Olha se for bom aproveita.
- Não é bem assim, disse sorrindo.
- Aposto que é o Diego.
- Nem vem que por enquanto eu não vou te contar.
- Segredinhos com seus amigos, disse ela.
- Não é segredo, mas é algo que preciso tomar muito cuidado para não machucar pessoas queridas.
- Vou fingir que entendi, disse ela sorrindo.
- Lembrei-me de algo bem importante.
- O que é? Questionou Rafael.
- Minha tia tem uma casa para alugar, ela me disse que pode nos ajudar, fiquei de ver amanhã.
- Que legal, podemos ver com você?
- Claro que sim, você e o Lucas. Ela disse que dá para umas seis pessoas morarem, se der tudo certo, depois podemos colocar mais alguém para morar conosco.
- Será que a gente vai conseguir mesmo?
- Ainda não estou de acordo de você vir estudar aqui, disse Fernanda se dirigindo ao Rafael.
- Prometo que vou te visitar todo final de semana, disse ele dando um selinho nela.
Vou colocar o Sandro a te vigiar 24 horas por dia.
- O Sandro mal cuida dele, disse o Rafael sorrindo.
- Se eu vier pode ficar tranquila que cuido dele pra você, disse rindo.
- Vamos dançar, disse Rafael levantando e puxando ela pela mão e os dois voltaram a dançar.
Levantei de onde estava e fiquei andando pela festa, até que fui em direção à garagem, escutei duas pessoas discutindo. Escondi-me para que ninguém me visse, notei que era Diego e outro cara.
Eles discutiam por causa de uma mulher, lembrei-me do namorado que ele falou que tinha casado, será que era o mesmo?
- Porque você a trouxe no meu aniversário? Perguntava o Diego chorando.
- Ela insistiu, dizia o outro cara.
- Então não viesse, mas você fez questão de trazer ela e esfregar na minha cara.
- Esquece ela, você sabe que eu te amo.
- Porque sou tão idiota de sempre cair nas suas desculpas.
- Porque a gente se ama, disse o cara acariciando o Diego que continuava chorando.
- Vá embora com ela e me deixa em paz para curtir meus amigos.
- Eu não vou embora, disse o cara.
De repente Diego tentou sair, mas o cara o abraçou e os dois começaram a se beijar, era o ex-namorado dele ou namorado? Não sabia ao certo, mas ele correspondeu ao beijo.
- Vou deixar ela em casa e depois eu volto, disse o cara assim que interrompeu o beijo.
- Não vou ficar com você, disse o Diego.
- Eu volto antes mesmo de você esperar.
Beijou o Diego novamente e saiu.
Depois que ele saiu Diego ficou tentando recompor das lágrimas, fui até ele e abracei-o, entendia bem o que ele estava sentindo, no caso dele era pior ainda, o cara era casado.
- Você estava aí?
- O tempo todo.
- Não sei o que fazer, eu não consigo reagir quando ele se aproxima.
- Você o convidou para a festa?
- Não, mas ele é insistente.
- Você me disse que já tinha superado.
- Eu tento, mas ele me procura e acabo cedendo, sou um fraco Sandro.
- Você o ama por isso cede.
- Mas isso não está certo, ele é casado.
- É complicado, mas eu te entendo, então esse é o carinha que tira tua paz?
- Eu tenho que esquecer ele.
- Estamos na mesma situação, eu também tenho que esquecer o meu ex.
- Eu não quero me relacionar com um homem casado, ele diz que me ama, mas está sempre com a mulher.
- Ele ama a si próprio.
- Daqui a pouco ele está de volta e eu já sei como tudo vai acabar.
- Quer dar um basta?
- Como?
Vamos sair pra algum lugar, à festa já está no fim mesmo.
- Claro e os seguranças cuidam de tudo.
- Se quiser pode avisar o Rafael que vamos sair, deixamos o número do celular com ele e qualquer coisa nos avisa.
- Vamos nessa então?
- Mais aonde nós vamos?
- Vamos numa boate, tem um amigo meu que trabalha lá acho que ele nos deixa entrar essa hora.
- Vamos nessa, estou louco para conhecer como é, ah, mas tem um problema, sou menor de idade.
- Fica tranquilo que eu dou um jeito, disse Diego.
Fomos numa boate gls, o Diego ligou para o amigo dele e apesar do horário avançado nós conseguimos entrar.
Logo que entramos fomos para a pista e começamos a dançar. Nossa, que diferença, minha cidade tinha muito que evoluir para chegar naquele nível. Amei, me diverti a beça com Diego, sempre comigo, em nenhum momento ele tentou me agarrar ou avançar o sinal, dançamos até cansar.
- Vamos tomar alguma coisa para nos refrescar?
- O quê, por exemplo?
- Um coquetel, que tal?
- Acho que não tem problema.
- É claro que não, vai por mim, disse ele rindo, eu te cuido.
- Vamos nessa então.
Fomos para o bar e tomamos nossa bebida, era uma mistura de vodka, gim, tequila, run, suco de limão e coca-cola, que depois Diego me explicou. Repetimos porque a sede era demais, o Diego ainda queria uma terceira dose, mas ele estava dirigindo, não o deixei beber mais e convidei para voltarmos à pista.
- Vamos voltar pra pista?
- Gostou?
- Adorei, não sabia que isso aqui era bom demais, disse rindo.
- Tem muita coisa boa aqui na cidade que ainda posso te mostrar.
- Sabe o que mais gosto em você?
- O que?
- Essa espontaneidade, fora o fato de estar arrasado e mesmo assim levar a vida na esportiva.
- E eu gosto desse jeitinho tímido e analisador.
Antes de entrarmos na pista ele me puxou para um abraço, não sabia se o deixava avançar ou se interrompia, não queria me sentir como na noite anterior, se ficasse com ele teria que ser algo bom pra nós dois.
- Acho melhor a gente voltar a dançar como antes, falei perto do ouvido dele, pois tinha barulho.
- Fica calmo e curte apenas.
- É que ontem...
- Ontem, cometi o erro de envolver o Lucas no meio, achei que vocês estavam juntos, mas agora eu sei que não estão.
- Mesmo assim Diego, você está envolvido com outro cara e eu também.
- Os dois estão curtindo fossa, vamos juntos afogar nossas mágoas.
- Um com o outro?
- E porque não? Vamos nos dar uma oportunidade.
Ele tinha razão, abracei-o e começamos a nos beijar, foi um beijo maravilhoso, calmo, romântico e ao mesmo tempo intenso, bem diferente da noite anterior. Ali naquele instante estava conhecendo um Diego que até então eu não conhecia.
Sem dizer uma palavra puxei-o pela mão e fomos para a pista dançar, dançamos até que finalmente o som parou e o dia já estava claro.
- Acho que agora podemos voltar pra casa, disse ele rindo.
- É o jeito, disse rindo.
- Gostou da noite?
- Maravilhosa.
- Então me dá mais um beijo.
- Diego, eu achei que...
Ele me envolveu num abraço e voltou a me beijar. As pessoas passavam por nós, nos empurravam e nós dois ali abraçados na pista nos beijando.
Voltamos para casa estava tudo calmo, Diego entrou direto para a garagem e quando entramos na sala ele já veio me abraçando.
- Não vamos cometer o mesmo erro da noite passada.
- Agora somos nós dois, prometo que tudo vai ser diferente daqui pra frente.
- Por favor, não vamos nos machucar, a gente não se ama.
- A gente se curte a beça, vamos tentar?
- Esqueceu que moro a quase 10 horas de distância de você?
- Isso não é problema, a não ser que você queira voltar pro seu ex.
- Essa hipótese está descartada.
- Então, esquece o resto e vem comigo, disse ele me beijando mais uma vez.
Subimos as escadas e Diego me levou para outra parte da casa que eu não conhecia.
- Que quarto é esse?
- Calma, não é dos meus pais, disse ele rindo.
Entramos no quarto, ele me beijou em seguida se afastou.
- Fica aqui que eu já volto.
- Aonde você vai?
- Vou pegar camisinhas, disse rindo e saiu.
Na minha cabeça passava um turbilhão de emoções, será que estava fazendo a coisa certa? O Diego estava a fim de mudar e eu também, ele foi muito legal comigo, porque não dar uma chance? Estava tão disperso em meus pensamentos que nem o vi entrando no quarto novamente.
- Pensando ainda?
- Sou assim mesmo.
- Eu gosto desse jeitinho, vamos tomar um banho disse ele já me agarrando.
- Conseguiu pegar?
- Tive que entrar no meu quarto, disse ele rindo.
- O que houve?
- Seus amigos estavam dormindo bem agarradinhos na minha cama.
- O Lucas também?
- Ele deve estar se esbaldando no quarto que dormimos a noite passada.
- Com certeza, disse rindo.
- Vamos para o banho?
- Vamos.
Fomos para o banho Diego já veio me abraçando e me beijando quando iniciamos o banho, que não durou muito tempo e também não rolou nada além de muita pegação e mão boba, nossos paus estavam duríssimos, em alguns momentos vinha um flash de memória tentando me dizer que aquilo não estava certo, mas o desejo era maior e falava mais alto.
Já no quarto e ele me atirou na cama deitando encima de mim, beijando meus lábios, meu peito, minha barriga, me virou de bruços e chupou minha bunda, comecei a gemer baixinho e isso dava mais tesão a ele que começou a colocar seu pau em mim e iniciou seus movimentos de vai e vem seguidos de socadas mais fortes.
Depois me pôs de frente para ele colocando seu pau todo dentro de mim, dava para sentir suas bolas em choque com meu corpo, depois me pôs de ladinho levantando uma das minhas pernas bombando bem rápido.
Diego parou rapidamente tirou a camisinha e comecei a chupar seu pau até que gozou na minha boca, em seguida aproximou-se e foi beijando minha boca e terminou chupando meu pau até gozar.
Deitados na cama ele me beijava e mordia meu pescoço até que falou algo que não esperava.
- Namora comigo?
- Como?
- Quer ser meu namorado?
- Não, você só quer me comer.
Não, quero te cuidar, te proteger e em troca você cuida de mim.
- Você só pode estar brincando comigo.
- Sandro, o que eu falo é sério, me deixa cuidar de você? Prometo ser fiel.
- E o seu namorado?
- É casado, não quero mais nada com ele e se você aceitar, eu tenho mais um motivo para me afastar dele.
- Não Diego, nós podemos nos machucar nessa brincadeira.
- Mais eu quero você, a nossa química é perfeita.
- Nós não nos amamos.
- Vamos tentar, nós somos livres e desimpedidos.
- Não sei se estou preparado para isso?
- Temos tudo para dar certo, nos finais de semana um vai visitar o outro, um dia eu vou outro você vem.
- É tentador, mas eu tenho medo de nos magoarmos ainda mais.
- Eu gosto dessa carinha pensativa e analisadora, mas também não precisa exagerar.
- Bobinho.
- Então... Vai aceitar?
- Aceito!
- Assim é que se fala e a partir de agora você será meu namorado.
- É algo meio forte para ser tão repentino.
- Não pensa demais, apenas se entrega e vem me fazer feliz.
- Nossa... Eu te faço feliz?
- E muito, você nem imagina quanto.
- Eu também me sinto feliz com você.
- Ontem você foi maravilhoso comigo, quer tentar novamente?
- Quero.
Trocamos um selinho e ele disse:
- Então vem e me faz seu mais uma vez.
Diego deitou de bruços e eu fiquei em cima dele, passando meu pau em sua bunda, dando beijos em sua nuca, ele gemia baixinho e dizia que me queria sentir dentro dele, Não resisti suas provocações, quando dei por mim já estava tentando penetrar minha língua em seu cu e ele entregue aos meus carinhos pedindo para comê-lo.
Ficamos chupando um ao outro, ele chupava meu pau com vontade, fiquei louco de prazer e possuído pelo tesão do momento comecei a colocar o dedo em seu cu, ele gemia e continuava me chupando, até que paramos para não gozarmos.
Diego ficou de ladinho e comecei a penetrar. Ele gemia de prazer e dor à medida que meu pau foi abrindo seu cuzinho quente e apertado. Quando entrou, comecei a me movimentar bem devagarzinho para ele acostumar.
Ao notar que já estava preparado comecei a meter rápido e com força, segurava sua cintura e colocava meu pau todo dentro dele, já estava quase gozando quando ele pediu para cavalgar, sentou em mim e iniciou a movimentar-se com intensidade me deixando totalmente sem forças até que ele gozou na minha barriga. Rapidamente saiu de cima de mim, tirou a camisinha e chupou meu pau ate gozar.
Tomamos um banho rápido e deitamos até a hora que marquei com minha tia para olhar a casa.
Acordei por volta das 9:30 da manhã, Diego dormia bem agarrado a mim, virei e fiquei olhando para ele e me perguntando se estava fazendo a coisa certa, não podia negar que senti muito tesão por ele enquanto transamos.
- Oi lindão, disse ele acordando e esfregando os olhos enquanto virava na cama.
- Oi, dormiu bem?
- Maravilhosamente bem.
- Bom saber disso, mas preciso levantar.
- Porque tão cedo?
- Tenho que olhar a casa da minha tia, lembra que estou pensando em morar aqui.
- Outra notícia maravilhosa nessa manhã de domingo.
- Nós vamos olhar a casa e depois eu volto com meus amigos.
- Eu vou com você.
- Comigo?
- Sim, agora você é meu namorado.
- É que não estou acostumado com esse tipo de situação.
- Você não saía com seu antigo namorado?
- Não, ele não gostava de ser visto comigo.
- Mais comigo é diferente, eu gosto de estar bem pertinho do meu namorado e você nem pense em sair sem mim.
- Vou ver se o Rafael e o Lucas já estão prontos.
Depois a gente vê isso, vem aqui me dar um beijo, disse ele vindo ao meu encontro e beijando meus lábios.
- Sossega Diego, tenho um compromisso.
- Antes do seu compromisso precisamos deixar claro o nosso, disse ele rindo.
- Não entendi?
- Meu amor, vamos atualizar nossos perfis nas redes sociais, disse ele saindo do quarto me acompanhando.
- Diego, isso não tem necessidade.
- Tem sim, ou pensa que não vou ficar de olho em você?
- Até parece que vou sair por ai aprontando.
- E não vai mesmo, não quero você de chamego com o Lucas e nem com o idiota do seu ex.
- Eu digo o mesmo senhor Diego.
- Por isso mesmo, vamos começar a espantar os lobos.
- Lobos?
- Sim, lobos famintos que nos cercam, disse ele rindo.
- Você não tem jeito.
- Tenho sim e você vai dar esse jeito.
Não teve argumentos, Diego estava firme em sua decisão, mudamos nossos perfis para “namorando”, da minha parte não vi mal nenhum, não tinha nada que me impedisse de cometer essa loucura.
Depois de mudarmos os perfis fomos atrás do Rafael e Lucas que estavam na sala assistindo TV.
- O Casalzinho acordou, disse Fernanda nos cumprimentando.
- Bom dia pra vocês, falamos Diego e eu ao mesmo tempo.
- Pelo visto a noite foi boa, disse Rafael.
- Maravilhosa disse Diego me abraçando por trás, estamos namorando.
- Acho que estou com problema nos ouvidos, será que ouvi direito? Disse Fernanda não acreditando.
- Ouviu sim, a partir de hoje Sandro e eu somos namorados, disse Diego.
- Menos dois na minha lista, disse Lucas fazendo uma careta triste.
- Dançou nessa, disse Diego e caímos na risada.
Não jogo nesse time, bom proveito para vocês.
- Por falar nisso, você deve ter aproveitado muito bem a festa de ontem, disse rindo.
- Vocês nem imaginam, ele foi embora agora pela manhã.
- Eita farra, deve ter sido muito gostosa para estar com essa cara de ressaca, disse Diego.
- Ele era muito gostoso.
- Você não tem jeito mesmo, disse Fernanda.
- Galera! Nós precisamos olhar a casa da minha tia.
- Nem acredito que estou a um passo de BH, disse Lucas.
- Não podemos assumir compromisso sem antes conversar com nossas famílias, por isso não se empolgue, disse Rafael abraçado a Fernanda.
- Foi justamente isso que eu falei ontem pra tia Joana.
Liguei pra minha tia e ela nos passou o endereço, combinamos de nos encontrar lá na casa já que Diego tinha se prontificado a nos levar até lá.
Já a caminho lembrei que tinha combinado com Juliano dele nos levar, falhei feio com ele, depois tinha que me desculpar.
Chegamos a casa, ele acompanhava tia Joana, na hora lembrei-me da nossa conversa do dia anterior e a revelação de Laura, eu não podia magoá-lo de jeito nenhum.
Depois de todos os cumprimentos e apresentar meus amigos para minha tia, entramos para olhar a casa, Diego sempre conosco dando palpites, pelo visto ele entendia bem sobre locações e no final ficou tudo acertado, minha tia seguraria a casa por um mês, se nesse período não déssemos retorno, ela colocaria para alugar.
Enquanto tia Joana conversava com Rafael e Lucas sobre o imóvel, Juliano pediu pra falar comigo.
Não jogo nesse time, bom proveito para vocês.
- Por falar nisso, você deve ter aproveitado muito bem a festa de ontem, disse rindo.
- Vocês nem imaginam, ele foi embora agora pela manhã.
- Eita farra, deve ter sido muito gostosa para estar com essa cara de ressaca, disse Diego.
- Ele era muito gostoso.
- Você não tem jeito mesmo, disse Fernanda.
- Galera! Nós precisamos olhar a casa da minha tia.
- Nem acredito que estou a um passo de BH, disse Lucas.
- Não podemos assumir compromisso sem antes conversar com nossas famílias, por isso não se empolgue, disse Rafael abraçado a Fernanda.
- Foi justamente isso que eu falei ontem pra tia Joana.
Liguei pra minha tia e ela nos passou o endereço, combinamos de nos encontrar lá na casa já que Diego tinha se prontificado a nos levar até lá.
Já a caminho lembrei que tinha combinado com Juliano dele nos levar, falhei feio com ele, depois tinha que me desculpar.
Chegamos a casa, ele acompanhava tia Joana, na hora lembrei-me da nossa conversa do dia anterior e a revelação de Laura, eu não podia magoá-lo de jeito nenhum.
Depois de todos os cumprimentos e apresentar meus amigos para minha tia, entramos para olhar a casa, Diego sempre conosco dando palpites, pelo visto ele entendia bem sobre locações e no final ficou tudo acertado, minha tia seguraria a casa por um mês, se nesse período não déssemos retorno, ela colocaria para alugar.
Enquanto tia Joana conversava com Rafael e Lucas sobre o imóvel, Juliano pediu pra falar comigo.
Podemos conversar ali na rua?
- Claro.
- Eu vou com vocês, disse Diego.
- Diego, por favor, o Juliano é meu primo.
- Então já é melhor ele saber, disse Diego segurando minha mão.
- Saber o quê? Questionou Juliano.
- Nós estamos namorando, disse Diego.
- É verdade Sandro? Perguntou ele me encarando.
- Sim, eu ia te explicar depois.
- Eu só queria dizer que se você precisar de ajuda em algo pode contar comigo e parabéns pelo namoro.
Juliano saiu e foi ao encontro da tia, ele não estava bravo, mas desconcertado pela situação e eu me senti muito culpado por tudo.
- O que foi? Perguntou Diego segurando minha mão.
- Eu gosto de resolver as coisas do meu jeito, não gostei da sua atitude.
- Não agi por mal, pensei que não tivesse problemas já que ele sabe de você.
- Como você sabe?
- O jeito que ele te olhou eu percebi.
- Não faça mais isso, gosto de resolver sozinho os meus problemas.
- Tudo é muito novo, tanto pra você quanto pra mim, se eu me meti na sua vida peço desculpas, não foi minha intenção.
- Vamos esquecer isso e fazer companhia a eles.
- Estou desculpado?
- Sim!
- Você merece um beijo, mas aqui não dá, disse ele rindo.
No caminho de volta enquanto voltávamos para a casa do Diego questionei meus amigos.
- O que acharam?
- Um sonho, disse Lucas.
- E você Rafael?
- Gostei muito, acho que logo seremos Belorizontinos, disse rindo.
- Ainda não estou a favor de você morar aqui, disse Fernanda deitada no ombro dele, ela estava sentindo esse provável afastamento.
- Vou encontrar com você todo final de semana, disse ele.
- Sandro, você vai cuidar dele pra mim?
- Desde que isso não nos atrapalhe, disse Diego.
- Não entendi, quer explicar o que significa esse “atrapalhar”?
- Terão dias que vou querer ficar com você e não podemos bancar os babás do Rafael.
- Isso não vai acontecer, sei governar muito bem a minha vida.
- Só que agora você não está sozinho, disse ele segurando minha mão.
- Por isso que não me prendo a ninguém disse Lucas, nada melhor do que nossa liberdade.
- Mas também é ruim não ter ninguém pra sentir saudade até mesmo para brigar, disse Fernanda.
- Como não? Saudades eu sinto da minha família e para brigar escolho meus parceiros quando não estou mais a fim, disse ele rindo.
- Você não presta mesmo, disse ela.
- Claro, não sou como vocês que ficam com essas coisas na cabeça, não preciso me preocupar com nada disso.
- Me diga uma coisa Diego, disse Rafael, esse lance seu com o Sandro é pra valer mesmo?
- É sério, achou que fosse brincadeira?
- Achei que fosse brincadeira, ontem teve um carinha que voltou para a festa e queria saber de você a todo custo.
- E o que você disse a ele?
- O que você me pediu, que tinha saído com seu novo namorado.
- O Cara ficou irado, achei que fosse dar um soco no Rafael, disse Fernanda.
- É bom ele se acostumar, porque agora eu só quero saber do Sandro.
- Gamou hein, disse Lucas.
- Por enquanto não, mas logo as coisas vão mudar, não é mesmo Sandro?
- Eu tenho certeza que ainda vamos nos amar como merecemos.
- Vocês dois são lindos, disse Fernanda.
- Melhor que aquele idiota do Roger, disse Rafael.
- Como? Disse Diego parando no sinal.
Olhei para o Rafael e percebi que ele não fez por querer.
- É que o Rafael não gosta muito do Roger, tentei contornar a situação.
- Sandro, seja sincero comigo, o Roger é o seu ex?
- Não é nada disso Diego, eu que citei o nome dele sem querer, disse Rafael.
Diego seguiu e não questionou mais, porém senti que ele ficou grilado.
Chegamos a casa e ele sempre calado, o Rafael ficou todo sem jeito, coitado fiquei com pena dele. Fernanda também se calou e Lucas ficou na dele.
- Vamos pegar uma piscina? Convidou Rafael.
- Sou parceira, disse Fernanda.
- Eu também disse Lucas.
- Sandro você fica comigo, precisamos conversar, disse Diego sério.
Rafael e Fernanda apenas me olharam transmitindo seu apoio e depois se retiraram ficando só nós dois.
Achei que ele fosse bufar de raiva e gritar como Roger fazia quando não estava de acordo com alguma coisa, mas surpreendentemente ele agiu totalmente diferente.
- Vamos para o quarto colocar uma roupa mais confortável?
- Não está brabo comigo?
- Do que lindo?
- Pelo que o Rafael falou.
- Claro que você vai me contar tudo, mas percebi que no carro não era o momento de falar sobre suas intimidades, tinha muita gente e eu mais ou menos já te conheço.
- Obrigado Diego você foi um amor, me aproximei dele e dei um selinho em seus lábios.
- Vem, vamos lá pra cima tirar essas calças e tênis para colocarmos bermudas e chinelos e depois vamos preparar um belo almoço.
- Você sabe cozinhar?
Não sou um chef, mas quebro o galho, sei fazer um arroz caipira de dar água na boca.
- Então é hoje que você vai ser meu professor e vai me ensinar.
Diego veio ao meu encontro e me abraçou em seguida me tascou um beijo de língua que fiquei sem fôlego.
- Posso te ensinar outras coisas também, disse rindo enquanto se afastava e tirava sua roupa na maior naturalidade.
- Disso eu não tenho dúvidas.
- Quer experimentar? Disse ele segurando em seu pau e balançando para me provocar.
- Menino pervertido vai atrasar o almoço.
- Agora não dá, disse ele sorrindo malicioso e vestindo a bermuda, mas depois do almoço não tem desculpas.
- Vou sentir saudade de você.
- No final de semana que vem eu vou te ver, ficarei num hotel.
- É sério?
- Muito sério e já se prepara pra ficar o tempo todo comigo, vou deixar sua reserva no hotel junto com a minha.
- Agora mesmo que aquele povo vai falar de mim, disse rindo e abraçando ele pra mais um beijo.
- Quero saber dessa história direitinha, mas lá na cozinha enquanto preparamos o rango pra galera.
- E qual é o cardápio?
- Que tal provar o meu arroz caipira?
- Eu não conheço, mas deve ser ótimo.
Descemos para a cozinha e Diego já foi dando jeito em tudo, ele tinha habilidade só se perdia em achar os utensílios.
- Achei que vocês tivessem empregada?
- E temos, mas eu as dispensei, quando estou sozinho em casa gosto de brincar de cozinheiro, disse ele colocando um avental.
- Ficou lindo, só falta o Toque para se tornar um verdadeiro chef.
- Da próxima vez providenciarei, disse ele aproximando e me dando um selinho.
- Bobinho.
- Vamos começar?
- Como se faz?
- Primeiro a gente lava o arroz e deixa secar.
- Simples assim.
- Não é complicado lindão.
- Agora vai me chamar assim é?
- Vou, meu lindão, disse rindo.
- E o que você faz com essas costelinhas de porco? Tinha um prato já separado na geladeira, provavelmente ele já tinha reservado para o preparo do almoço.
- Vamos fritar numa panela e temperar com sal, pimenta e limão, depois de fritas juntamos cebola, alho e o arroz. Deixamos fritar bem e após colocarmos água é só esperar cozinhar, se a água for pouca junte mais.
- É fácil, disse rindo, mas e a linguiça?
- Fritamos em separado e quando o arroz estiver quase pronto juntamos a linguiça com mais um pouco de salsa e cebolinha.
- Fácil né?
- Cozinhar é muito simples, se não tivesse optado por advocacia teria escolhido gastronomia, eu gosto de inventar coisas na cozinha, fazia isso desde criança, deixava minha mãe doida da vida.
- Você é surpreendente.
- Vamos fazer a sobremesa?
- Também?
- Claro, o almoço deve ser completo.
- E qual é a sobremesa?
- Você gosta de laranja?
- Adoro.
- Então vamos fazer pudim de laranja.
- É delicioso! A empregada lá de casa faz, mas eu não sei como preparar.
- É fácil, primeiro caramelize uma forma com açúcar e reserve. Pra preparar o pudim, bata no liquidificador o leite condensado, o suco de laranja que você mesmo pode espremer ou então utilize a jarra de suco e os ovos, depois disso despeja na forma e reserve até preparar o bolo, pra isso bata as claras em neve que você vai bater numa batedeira depois de firme junte as gemas uma a uma, acrescenta o açúcar e as raspas de laranja, bate bem, depois junte a farinha de trigo peneirada com fermento, alternando com o suco de laranja e misture levemente. Finalmente despeje a massa sobre o pudim e asse em banho Maria por uma hora e meia em forno médio. Depois de pronto leve a geladeira, mas não esquece que as mesmas quantidades de ingredientes que utilizar para o pudim deverão ser utilizadas para o bolo.
De repente ele interrompeu o beijo e se afastou com semblante sério.
- O que você teve com Roger?
- Acho que seria burrice mentir pra você.
- Foram namorados?
- Não sei dizer se fomos namorados, mas tivemos uma relação muito forte, ele foi meu primeiro cara, primeira experiência, foi muito importante pra mim.
- E como acabou? Percebo mágoa quando se refere a ele.
- Ele me traiu várias vezes, mas a pior traição foi com minha irmã.
- Quem diria? O cara que quer bancar o inteligente age como covarde.
- Porque você diz isso?
- Ele quis bancar o machão com meu pai, até acho que tem razão em determinados pontos porque foi abandonado, mas poxa, o velho está tentando de tudo para se aproximar e o cara não sabe o que quer da vida.
- Ele é complicado.
- Você ainda o ama?
- Tenho muita raiva de tudo que ele aprontou, o Roger acabou com a minha vida.
- Eu não perguntei isso, quero saber se você o ama?
- O que adianta amar um cara que não está nem ai pra mim?
- Ele nunca gostou de você?
- Dizia que gostava de ficar comigo, mas nunca assumiu.
- Por medo ou porque te usava?
- Isso é o que eu ainda me pergunto, ele dizia que não tinha como assumir uma relação porque era pobre e minha família era influente na cidade, mas acho que isso era apenas desculpa, o Roger tem uma cabeça muito complicada e a gente nunca sabe o que ele está pensando.
- E eu que imaginava que tinha um irmão machão e homofóbico.
- Acho que até é mesmo porque ele não admite que seja gay tão pouco bi.
- Não fica triste por isso, vamos chamar o pessoal para almoçar?
- Obaaaa! Já está pronto?
- Sou profissional do fogão, disse ele rindo e me abraçando.
- Você é incrível, obrigado por estar mudando minha vida.
- Nós fazemos bem um ao outro e isso compensa todas as nossas frustrações.
Trocamos um beijo e saímos para chamar nossos amigos para o almoço.