– Já tio?
– Calma, primeira gozada de muitas, a meta hoje é deixar você sem cú
– Adoro!
Ele tirou o pau do meu cú, e ficamos deitados trocando beijos e caricias, ele então posicionou sua cabeça no meu pau, e começou a me chupar, ora ele chupava rápido, ora chupava lentamente, e eu sempre gemendo, ele então se sentou em mim e disse, que iria cavalgar no meu pauzão, ele pegou meu pau e mirou no cú, que estava super apertado, e aos poucos fui metendo, e ele aos poucos foi aumentando a rebolada, e assim seguimos, coloquei ele de frango e mandei rola dentro do seu cú, ele gemia e tocava uma punheta, seu pau já estava duro novamente, e ele disse, “assim que você gozar já vou te comer de novo seu puto safado, ME FODE” aumentei o ritmo das estocadas, e acabei gozando fora do seu cú, e depois fui empurrando a porra pra dentro com meu pau, ele me puxa para uma cadeira dessas de motel, e me posiciona com o meu rabo pra cima e já mete novamente com muita força, e os nossos gemidos vão aumentando a cada estocada, ele se cansou da posição e me empurrou para a parede, deu um chupão no meu pescoço, e começou a meter em mim, enquanto e ora ele mordia minha orelha, ora lambia a orelha e ora chupava meu pescoço enquanto eu sentia seus pentelhos sarando na minha bunda, não demorou e ele deu a segunda gozada da noite, e eu também, enquanto ele metia, eu ia tocando uma punheta. Estávamos pingando suor, então fomos para o chuveiro jogar uma agua no corpo, e logo depois ele pediu umas bebidas e umas coisas para gente comer, ficamos deitados trocando beijos e abraços carinhosos, até que chegou umas cervejas e uns petiscos que ele havia pedido, foi então que ele jogou a cerveja sob o meu corpo, meu peito, abdômen, pau, e foi bebendo no corpo, e ia me alisando e me chamando de gostoso, até que ele me coloca com o rabo pra cima, derrama cerveja no meu cu, e começa a beber e lamber, era uma sensação nova, e bom logo já estávamos de pau duro, e ele voltou a meter novamente em mim e seguimos a assim até as 05h da manhã, ele gozava em mim, depois eu metia, depois ele metia novamente, e assim durou até 05h da manhã, fomos deitar exaustos, quando a gente acordou era quase 12h me assustei com o horário e meu tio também, fui olhar meu celular e tinha algumas mensagens da minha mãe, e outra dp JP, respondi tudo e meu tio já tinha se levantado e me puxou para o chuveiro, e lá ele meteu lentamente em mim enquanto a agua caia sob nossos corpos, e gozamos juntos novamente.
A noite no motel havia sido intensa; a química com o tio Alysson sempre foi algo fora do comum, e nossas transas eram tão selvagens que eu não cansava de desejar mais. Ele era direto, confiante e sabia como me levar ao limite. Quando terminamos, ele pagou a conta e seguimos juntos para o carro. No caminho, ele me olhou e perguntou com um sorriso provocador:
— E aí, vai querer almoçar comigo ou já tá comprometido?
Dei uma risada enquanto ajeitava o cinto.
— Tenho compromisso com a minha mãe — respondi. — Amanhã tem o almoço em família lá em casa, e preciso ir ao mercado com ela hoje pra comprar tudo.
Ele sorriu, e me deu aquele último beijo, quente e demorado, que deixava sempre uma sensação de “quero mais”, o beijo com tio Alysson era muito bom, não me cansava de beija-lo, a gente se reparou e ele disse:
— Até amanhã Rafa, Vai ser bom ver todo mundo reunido.
Desci do carro e fui direto para o mercado com minha mãe. A tarde foi toda dedicada a organizar e adiantar algumas coisas para o almoço de domingo. Entre uma compra e outra, a gente conversava sobre as receitas e detalhes do almoço. Lá pelas tantas, o telefone tocou: era o JP.
— E aí, sumido. Desde ontem que não dá as caras — ele reclamou.
Não consegui segurar a provocação.
— Tá com ciúmes, é?
— Claro que tô. Você some assim e não dá nem satisfação?
— Relaxa! — respondi rindo. — Passei a noite ocupadíssimo, estava dando até agora estou com o corpo todo dolorido.
— Hum, e deu pra quem, seu safado? — ele perguntou, em tom brincalhão.
Eu sorri, sabendo que ele iria adorar um pouco de mistério.
— Isso eu não posso contar, né? — respondi, soltando uma risada maliciosa. — Mas, ó, amanhã vai ter um almoço de família lá em casa, e eu quero muito que você vá também.
— Ah, é mesmo? Tá bom, tá bom, amanhã eu vou. Quer saber? Já vou agora e durmo aí. Melhor garantir minha presença.
— Ótimo! Vem mesmo, assim você ajuda eu e minha mãe.
Desligamos, e me voltei para ajudar minha mãe, mas minha mente ainda estava em algumas coisas que precisava resolver. Lembrei do Caio. Ele seria o padrinho do Bruninho, e eu não queria deixá-lo de fora. Então, mandei uma mensagem rápida:
“Caio, amanhã o Bruninho vem passar o domingo comigo, minha mãe vai fazer um almoço e chamei meu tio e minha irmã. Cola lá se não tiver compromisso. Abração.”
A resposta veio em poucos minutos: “Pode contar comigo, estarei aí!”
Sorri, meio aliviado. A mágoa com o Caio ainda pesava um pouco, mas aos poucos fui aceitando que ele e o Bernardo estavam juntos, afinal eles já tinham um passado antes de eu me envolver com o Bernardo, afinal, eu sabia que era hora de deixar isso para trás e seguir sem esse tipo de mágoas, claro que era estranho, mas eu precisava abstrair esse sentimento.
Assim que o João Pedro chegou, já o puxei para a cozinha para ajudar a mim e à minha mãe. Ela, com o jeito exagerado de sempre, queria fazer um verdadeiro banquete. Passamos algumas horas entre risadas, receitas e idas à despensa, adiantando tudo que dava para o almoço do dia seguinte. Lá pelas 23h, depois de organizar boa parte das coisas, eu e o JP finalmente nos jogamos na cama. Ficamos conversando sobre a vida, as expectativas e rindo de algumas lembranças até pegarmos no sono.
Quando acordei no domingo, a sensação era de felicidade pura. Seria a primeira vez que o Bruninho viria ao meu apartamento, e quase toda a família estaria reunida para conhecê-lo. Olhei em volta do meu apartamento simples, com pouca mobília, mas isso não me importava. O importante era que todos estariam ali, e eu queria dar o meu melhor nesse momento.
Ainda de manhã, recebi uma mensagem do tio Alysson:
“Olha, o Bernardo vai ao almoço. Ele tentou arranjar uma desculpa, mas a Claudia não deixou. Como ela não sabe do relacionamento que vocês tiveram, ele não teve como escapar. Ele me disse que tem um compromisso com o pessoal da faculdade depois, então vai ficar pouco tempo. Tô te avisando pra você não ser pego de surpresa. Até mais tarde, meu sobrinho sacana.”
Li a mensagem e respirei fundo. A situação era inesperada, mas não tinha o que fazer. Não tinha por que impedir o Bernardo, afinal, nosso namoro era algo que quase ninguém conhecia, e ele tinha todo o direito de vir.
Mais tarde, o João Pedro me acompanhou até a casa da Letícia para buscar o Bruninho. Ela, como toda mãe cuidadosa, deu mil recomendações: evitar qualquer pessoa resfriada, tomar cuidado com o sol e ficar de olho no sono do Bruninho. Enquanto ela me passava os detalhes, dava para ver que estava tensa e um pouco insegura, mas também feliz por ter um dia de folga.
No caminho de volta, com o Bruninho no colo, uma sensação de felicidade me invadiu. Era o primeiro de muitos almoços com ele e com minha família. Lembrei de tudo o que tinha vivido no último ano desde que havia chegado no Alto. Em apenas um ano, minha vida havia dado uma volta completa: hoje eu tinha um filho, duas irmãs, um pai que eu não falava, mas que era presente de certa forma, um tio que eu amava, e amigos que fariam qualquer coisa por mim.
Eu sabia que dali para frente nunca mais seríamos só eu e minha mãe; minha vida tinha se tornado algo que nunca imaginei. Olhando para o Bruninho em meus braços, fiquei emocionado, consciente de que estava finalmente construindo uma nova história.
Assim que chegamos, minha mãe se apressou para pegar o Bruninho no colo, derretida pelo neto. Aproveitei para guardar as mamadeiras e organizar algumas coisinhas. Logo o primeiro convidado chegou: o Caio. Ele mal tirou os olhos do Bruninho, completamente encantado com o afilhado. Percebendo a cena, o JP, com aquele tom de brincadeira, comentou discretamente:
– Caramba, esse Caio é um gostoso – murmurou ele, me lançando um olhar maroto.
– Vai tirando o olho – dei uma risadinha –, ele é o atual do Bernardo, lembra?
– Nossa, será que ele não trai o Bernardo? não dá uma escapulida, não? – provocou o JP, com um sorrisinho de safado.
– Ah, JP, deixa de ser safado – disse, piscando para ele. – Depois eu te conto umas histórias quentes envolvendo ele.
Em seguida, minha irmã Sofia chegou com o Silas e a pequena Zoe. Um clima meio tenso se formou no ar; apesar de ter convidado o Silas, não sabia muito bem como lidar com a situação. Com o Bruninho nos braços, cumprimentei a Sofia, que logo pediu para segurar o sobrinho, e aproveitei para dar um beijo de boas-vindas na Zoe. Fiz um aceno discreto para o Silas, enquanto minha mãe trocava olhares com ele do outro lado da sala. Com a intenção de aliviar o clima, sugeri à Sofia que, em algum momento, deixasse o Bruninho no colo do Silas. Ele esboçou um sorriso meio contido, mas parecia satisfeito com a oportunidade.
Sofia e Silas se acomodaram no sofá, onde o JP logo se juntou a eles, engatando uma conversa animada com o Silas sobre assuntos de medicina. Pouco depois, chegaram o tio Alysson, a tia Claudia e, por fim, o Bernardo. Abracei a todos, e eles foram se espalhando pela sala. Notei que o Bernardo não tirava os olhos de mim e do JP, parecendo curioso sobre a nossa proximidade. Decidi brincar um pouco com a situação, agindo como se eu e JP estivéssemos juntos: troquei sorrisos cúmplices, deixava minha mão repousar na perna dele, e vez ou outra me inclinava para perto de forma provocadora.
Finalmente, minha mãe nos chamou para o almoço. Ela tinha caprichado como nunca, e a mesa estava deslumbrante. Uma grande toalha branca cobria a superfície, com detalhes bordados à mão, que contrastavam com a variedade colorida de pratos mineiros espalhados em cumbucas de cerâmica. No centro, a tradicional feijoada borbulhava ainda quente, exalando um aroma irresistível. Ao lado, estavam as porções de arroz branquinho, couve refogada com alho, e torresminhos crocantes que se destacavam, dourados e estaladiços. A carne de porco assada estava no ponto, com pedaços suculentos que só de olhar já davam água na boca. Para completar, pratos de pão de queijo recém-saído do forno, mandioca cozida com manteiga de garrafa, frango com quiabo e angu faziam parte do banquete., além de doces como goiabada cascão, doce de leite cremoso e ambrosia.
O almoço foi um sucesso! A conversa fluía fácil, e cada um revezava para segurar o Bruninho. Eu me sentia completo, rodeado por essa família que, apesar de recente, trazia tanta paz e significado. Mesmo com algumas relações ainda se ajustando, eu sabia que ali estavam pessoas que, de uma forma ou de outra, estavam dispostas a me acompanhar nessa nova etapa.
Depois do almoço, minha mãe e a tia Claudia foram para a cozinha, e o Bernardo aproveitou para se despedir, dizendo que tinha um compromisso da faculdade. Levantei-me para dar um abraço meio desajeitado e agradecer por ele ter vindo, enquanto o Caio o acompanhava e me prometia ligar depois para conversarmos.
Voltei à sala, onde estavam o JP, Silas e Sofia, que não tirava os olhos do sobrinho, o clima com o Silas era um pouco tenso. Parecia desconfortável, mas eu ainda não sabia como quebrar o gelo com ele. Enquanto isso, JP puxou um assunto sobre a prova da liga, mencionando como era difícil. Silas assentiu, explicando que muitos alunos cometiam erros inesperados.
– Quando sai o resultado? – perguntou JP, curioso.
– Sai amanhã – respondeu Silas, com um leve sorriso. – Mas eu já sei o resultado.
Olhei para ele, tentando esconder a ansiedade, e perguntei, brincando:
– E aí? A gente passou?
Silas balançou a cabeça, mantendo o tom sério.
– Infelizmente, não. São só 10 vagas, e você ficou na suplência, lá em 17º. E eu vi que você errou duas questões bem básicas.
Soltei um suspiro meio desapontado, e JP me cutucou, dizendo em tom de brincadeira:
– Qual foi o erro, hein? Vai que a gente aprende a lição agora.
Silas aproveitou o gancho para explicar:
– Teve uma questão sobre hipotensão ortostática. A pergunta era: “Qual a primeira conduta médica recomendada em casos de hipotensão ortostática severa?” – ele sorriu, me lançando um olhar. – Rafael, você marcou que a primeira conduta era elevar as pernas do paciente, mas a resposta correta era hidratação com solução salina.
– Jura? Achei que elevar as pernas era a mais segura.
– Depende da situação, mas essa pergunta era mais técnica. Elevar as pernas ajuda, sim, mas a prioridade ali era estabilizar o paciente com a solução, que mantém a pressão e evita que os sintomas piorem rapidamente.
Com um meio sorriso, comentei que ia estudar mais para a próxima. Silas me olhou por um momento e sugeriu, hesitante:
– Se quiser, posso tentar mexer alguns pauzinhos pra vocês entrarem na liga.
Recusei na hora, sentindo que isso seria injusto.
– Não, Silas, eu quero passar pelo meu esforço. Não seria certo – respondi.
Ele deu um leve sorriso e acenou com a cabeça, satisfeito.
A conversa foi interrompida quando o tio Alysson e a Claudia voltaram para a sala e começaram a se despedir.
Passei o resto da tarde terminando de comer os doces e conversando com Sofia. De vez em quando, trocava olhares com Silas, que, embora mantivesse uma postura discreta, parecia querer participar da conversa. O clima estava agradável, e por um momento, me vi relaxando ao lado deles como uma família.
Foi então que JP avisou que precisava ir. Ele se despediu de todos com aquele sorriso meio debochado que sempre me fazia rir, e, logo depois, partiu, até que ficaram apenas eu, minha mãe, Silas, Zoe, Sofia e o Bruninho. Minha mãe, olhando o relógio, comentou:
– Já está na hora de deixar o Bruninho. – Ela fez uma pausa, e então sugeriu, casualmente: – Por que a gente não aproveita o carro do... do seu pai, quer dizer, do Silas? Cabe todo mundo, né?
Olhei para ela, surpreso, e depois para Silas. Era até estranho vê-la tão à vontade sugerindo que fôssemos todos juntos. Ele percebeu minha hesitação e sorriu, tentando deixar o momento mais leve.
– Não me importo, claro – disse Silas, como se não fosse nada demais.
Um misto de nervosismo e curiosidade tomou conta de mim. Fiquei me perguntando como minha mãe sabia que o carro dele era espaçoso, mas deixei passar. Organizei tudo – o carrinho do Bruninho, algumas bolsas – e seguimos juntos até a casa da Letícia.
Minha mãe levou alguns dos doces e salgados para ela e para a mãe da Letícia, o que deixou todo mundo feliz. Conversamos um pouco, contando das novidades e das travessuras do Bruninho. Depois, nos despedimos e voltamos para o carro.
Foi então que Silas comentou, casualmente:
– Preciso deixar a Zoe na casa da Yves agora... – Ele olhou para nós e sugeriu: – Podemos ir e, na volta, fazer uma parada para um lanche? Que tal?
Fiquei meio sem jeito, mas antes que pudesse responder, minha mãe manteve o silêncio e foi Sofia quem se adiantou, animada:
– Ótima ideia, pai! Um domingo inteiro em família. Estou amando essa minha nova família!
Deixamos a Zoe na casa da Yves, e seguimos para tomar um açaí. Eu, Silas, minha mãe e Sofia. Por incrível que pareça, o clima estava leve, e até Silas parecia relaxado, como se quisesse, de fato, aproveitar o momento. Estava sendo agradável, mas uma sensação de alerta crescia em mim, quase como se eu soubesse que algo grande estava por vir.
Foi então que minha mãe, com um sorriso tímido, suspirou, olhando para nós.
– Preciso contar uma novidade pra vocês...
Minha mãe trocou um olhar com o Silas, como se estivessem combinando algo, e, com um leve toque de nervosismo, começou a falar:
– Então, filho, tenho uma novidade pra contar – ela falou, quase como um suspiro, e imediatamente olhou para o Silas, que sorria como quem guarda um segredo.
– Que foi, mãe? – perguntei, notando o misto de expectativa e ansiedade no olhar dela.
Sofia, do outro lado, se inclinou um pouco, percebendo que vinha algo grande.
– Bom, eu... – minha mãe hesitou, tentando encontrar as palavras certas enquanto eu esperava em silêncio. – Eu e o seu pai estamos... estamos nos permitindo. Desde o Natal, nós temos conversado, e... bem, estamos juntos.
Ela mal terminou a frase, e a Sofia já deu um sorriso largo, parecendo saber de tudo. Eu pisquei, surpreso.
– Ah, então é isso? Eu já tinha suspeitado, mas esperei a senhora contar... Se você está feliz, e conseguiu perdoá-lo, tudo bem. – Suspirei, tentando manter um tom leve, mesmo sentindo um pouco de peso nas palavras.
O Silas, que acompanhava a minha reação com atenção, quebrou o silêncio com um tom de sinceridade.
– Rafa... me perdoa por tudo.
– Não esquenta, pai… ou melhor, Silas. – E, por reflexo, corrigi, chamando-o de “pai”. A confusão no meu rosto pareceu fazer sentido, e eu vi um sorriso aliviado surgindo.
Para quebrar o clima sério, provoquei Sofia:
– Quer dizer então que você sabia e não me contou nada, Sofia?
– Claro, né! – ela respondeu, dando de ombros, animada. – Eu não sou boba, e estou AMANDO essa ideia de ter uma madrasta que... bom, não tem nada de má.
Silas, ainda meio risonho, olhou para ela e riu junto com minha mãe. Mas eu não perdi a chance de provocá-la mais um pouco.
– Vamos ver se ela continua gostando quando você apresentar o namorado pra família toda – eu disse, arrancando uma risada da minha mãe e um olhar de susto da Sofia.
– Cala a boca, Rafa! – respondeu, corando.
– Como assim namorado? – Silas perguntou, ligeiramente surpreso.
– sorri, tentando não expor tanto minha irmã. – Na primeira vez que a gente se viu, ela nem sabia que eu era irmão dela e ficou desabafando pro Bernardo sobre um namoradinho, e eu ali, morrendo de ciúmes afinal era minha irmã e estava roxo de ciúmes, e o Bernardo rindo de toda a situação, ele ficou contando as coisas e eu só observando calado, e bom depois, quando nós nos entendemos como irmãos, aí, sim, comecei a dar uns conselhos dizendo que ela não tinha idade para isso, e que tinha que estudar.
– E bons conselhos, diga-se de passagem – acrescentou Sofia, fingindo alívio.
– Essa história está muito mal contada - Disse o Silas nos observando.
O clima começou a ficar ainda mais leve, e todos se riram da história. Foi então que minha mãe soltou um suspiro, trocou um novo olhar com o Silas, e sua expressão ficou séria.
– E temos mais uma coisa para contar. – Ela respirou fundo, quase sem conter o nervosismo. – Vocês dois vão ter um irmãozinho ou irmãzinha pra cuidar.
– O QUÊÊÊ? – eu e Sofia gritamos, exatamente ao mesmo tempo, em uma mistura de choque e emoção que tomou conta do momento.
_____
A notícia da gravidez da minha mãe caiu como uma bomba. Eu e Sofia nos entreolhamos, surpresos, enquanto minha mãe, meio sem jeito, esperava nossa reação. Silas, ao lado dela, estava sorrindo, e foi ele quem quebrou o silêncio:
– Pois é, parece que não vamos ter só o Bruninho para alegrar a família... – ele disse, claramente feliz com a novidade.
Sofia explodiu de alegria, me puxando para um abraço. Ainda meio atônito, tentei processar a ideia.
– Um irmãozinho... Eu vou ter um irmãozinho? E Sofia uma irmãzinha? – perguntei, alternando entre uma surpresa sincera e uma leve brincadeira.
Sofia já estava empolgada, falando sobre como seria a irmã mais velha mais legal de todas e planejando todos os momentos que viveria com o bb. Silas estava radiante, e minha mãe não conseguia parar de sorrir.
No entanto, algo em mim ainda tentava se ajustar a essa realidade. Meus pais juntos, eu e Sofia como irmãos, um novo bb... Era muita coisa para digerir. Mas, por incrível que pareça, aquilo trazia uma sensação de felicidade diferente, de família completa, como se tudo estivesse, finalmente, entrando nos eixos.
Tentei quebrar o momento de choque e, com um sorriso no rosto, falei:
– Ok, então. Parece que o ano que vem vai ser ainda mais movimentado, né? Mas, mãe... e você já sabe se é um menino ou uma menina?
Ela riu, com aquele olhar que dizia que ainda não tinha resposta, mas que, na verdade, qualquer que fosse o resultado, estava mais do que pronta para o que viesse.
Terminamos aquele açaí em clima de festa e muita conversa. Dava para sentir que a vida estava tomando rumos inesperados, mas, ao mesmo tempo, me deixando cada vez mais perto das pessoas que eu amo.
Voltamos para casa, e tanto Silas quanto Sofia subiram. Minha mãe se dirigiu à cozinha para preparar um café, enquanto conversávamos e já começávamos a imaginar o futuro com o novo irmão que estava por vir. Pouco depois, chegou o momento da despedida. Sofia se aproximou, me abraçou apertado e, com um sorriso emocionado, disse:
– Amei o domingo, irmão. Espero que você tenha gostado também.
Abracei minha irmã com força, beijando sua cabeça, sentindo o carinho e a sinceridade na sua voz. Quando ela se afastou, Silas, ao lado, me olhou com certo nervosismo, seus olhos brilhando. Com um tom hesitante, ele disse:
– Bom, vamos indo – e pude ver a emoção no seu olhar, o brilho das lágrimas que ele tentava conter. Ele puxou Sofia para um abraço, deixando a despedida um pouco mais silenciosa e carregada de sentimentos.
Eu estendi a mão para ele como forma de despedida. Mas, em vez de apertá-la, Silas me puxou para um abraço. Ele começou a tremer e, num instante, desabou em um choro profundo, um choro que ecoava todos os anos de silêncio, arrependimento e saudade. Ele me segurava com força, como se estivesse tentando segurar também os pedaços do que fomos, do que deixamos de ser, e as palavras começaram a escapar entre os soluços:
– Por favor, me perdoa, Rafa... Eu sei que agi errado. Sei que não fui o pai que você merecia, e isso me atormenta. Eu te amo, filho, sempre amei... – Ele respirou fundo, e sua voz falhava, quase inaudível. – Passei anos da minha vida amargurado, cheio de culpa, pensando que fui um monstro por rejeitar sua mãe, por te deixar. Não houve um dia em que eu não sentisse o peso dessa escolha, em que não me odiasse por ter deixado vocês dois pra trás.
As palavras dele, carregadas de arrependimento, me atravessavam como se fossem minhas próprias. A sala inteira estava mergulhada em um silêncio cheio de lágrimas. Silas continuou:
– Obrigado... obrigado por me deixar conhecer o Bruninho, por abrir um espaço para eu estar ao seu lado, mesmo que distante, mesmo que... por todas as vezes que talvez eu tenha deixado você se sentindo sozinho. – Ele respirou com dificuldade, segurando minhas mãos entre as dele. – Você é um menino de ouro, Rafa. Tenho um orgulho imenso da pessoa que você se tornou... Eu nunca vou me perdoar por tudo que fiz, mas... saiba que sempre vou carregar essa culpa.
O desabafo dele fez a sala inteira chorar. As lágrimas da minha mãe e de Sofia caíam em silêncio, enquanto as minhas misturavam-se com as dele naquele abraço. Silas tremia, soluçando. E naquele momento, eu percebi que o peso que ele carregava não era só dele, era nosso. O peso de anos não vividos, de abraços perdidos. Eu o puxei para mais perto e o abracei com toda a força que eu tinha. À medida que apertava, senti o quanto aquilo me fez falta, o quanto ainda havia para reconstruir.
E então, num fio de voz, eu disse:
– Tudo bem, pai.
Ao ouvir isso, Silas desabou em um choro ainda mais intenso. Sentia como se as palavras libertassem algo em nós dois, algo que estava preso há tanto tempo.
– Acredito que o que passou, passou – continuei, me esforçando para falar sem que a voz vacilasse. – E devemos seguir em frente, sem olhar para trás. Sim, você errou, e eu não vou mentir dizendo que não carrego mágoa, mas... eu não posso viver com isso para sempre.
Silas me olhou, e vi que ele tentava gravar cada palavra, talvez com medo de perder algo que eu pudesse dizer. Eu respirei fundo, buscando as palavras mais sinceras.
– Você tem me ajudado. Eu vejo como está fazendo minha mãe feliz, e isso significa muito pra mim. Acho que agora temos uma chance de sermos uma família. Hoje, tenho um filho, e ele é tudo para mim. Eu me esforço todos os dias para ser o pai que eu queria ter tido.
Silas me apertou mais forte, e seus soluços ecoaram pela sala.
– Mas... saiba que te perdoo – terminei, com um sorriso em meio às lágrimas. – Estou feliz porque, finalmente, tenho uma família de verdade. Eu jamais imaginei que conhecer você, minha irmã, o tio Alysson, o Bernardo, pudesse mudar tanto a minha vida. Acho que agora... não há mais espaço para mágoas.
Nos abraçamos por mais tempo, e a sensação era de um peso sendo tirado das nossas costas, um alívio que parecia transcender palavras. Todos na sala choravam, cada lágrima parecendo carregar anos de mágoas e saudades não ditas. E, no meio de todos, Silas era quem mais chorava, soluçando alto, deixando escapar todo o arrependimento e o amor guardado, como se, naquele momento, ele pudesse, finalmente, se perdoar também.
To mega curioso sobre o Bernardo e o Caio