– Já começaram?
– A primeira parte sim, mas o tio Alysson tem um fogo que você vai conhecer hoje – Puxei o Jp pela mão e fui em direção ao quarto, chegando lá o tio Alysson estava só de toalha.
– Tio esse é o meu amigo o JP, lembra dele né? – O Jp comia meu tio com os olhos, meu tio se aproximou e puxou o JP para um beijo.
Fiquei observando a cena do beijo, e fui tirando a roupa do JP, enquanto ele beijava meu tio, ele me puxou para um beijo, e o meu tio foi arrancando as roupas do JP, já havia tirado a minha toalha e o meu tio a dele, e então estávamos os 3 pelados e de pau duro pronto pra uma noite de muita meteção. Eu e o JP ficamos de joelhos e dividimos o pau do meu tio juntos, entre chupadas e beijos a gente aos poucos fomos nos entregando ali, o JP ficou em pé e voltou a beijar meu tio, ora eu chupava meu tio, ora eu chupava JP, fiquei em pé é demos um beijo triplo, e logo após o JP se posiciona atras do meu tio, e começa a morder seu pescoço, e passar a lingua na sua orelha, minhas mãos percorrem o corpo do meu tio, e começo a chupar seu peitoral, tudo assim ao som de gemidos leves e gostosos, que tanto eu como meu tio e como o JP davam. JP jogou meu tio na cama que ficou com o rabo exposto, o JP caiu de boca passando a lingua no seu cú, e meu tio intensificou os gemidos, a cena era muito gostoso de ser ver, até que meu telefone toca, fiquei um pouco assustado e com medo que poderia ser a minha mãe avisando que ia no AP, entao fui pegar meu celular e era o Caio, pensei em não atender, mas mudei de ideia rapidamente:
– Fala amigão – atendi ainda observando a cena do JP chupando o cú do meu tio, e eu tocava uma punheta de leve.
– Ta de bobeira hoje? Saudades de conversar com você.
– Bom, bobeira não estou, estou aqui no meu de um sexo A3 com o tio Alysson e um amigo – falei já na maldade pra ver se o Caio se animava.
– Sério?
– Aham… - Ficamos em silêncio e eu disse – Afim de vim?
– Caramba fuder com teu tio é bom de mais, mas não sei, tem o Bernardo na jogada.
– Bom, então sendo assim vou desligar, pq estou precisando colocar um pau na minha boca
– Espera… acho que eu vou, seu tio guarda segredo não é?
– Sim, vem logo, vou deixar a porta aberta e você vem direto pro quarto.
Desligamos e o JP ficou surpreso, que o Caio vinha, afinal ele tinha achado o Caio um gostoso também, e o meu tio sorriu, dizendo que a putaria seria grande com o Caio aqui. Me juntei a eles e ficamos trocando beijos, o JP começou finalmente a meter no meu tio, enquanto eu me posicionei na cama e dei meu pau para meu tio chupar, o barulho das estocadas do JP e o gemido do meu tio meu deixou com completo tesão, era uma cena maravilhosa ver o meu tio sendo enrabado pelo meu amigo novinho, com minha pica atolada na sua garganta, pedi para meter um pouco e meu tio continuou de quatro e eu fui meter nele, seu cú já estava relaxo e laceado pela pica do JP, então já meti com uma intensidade rápida, já estava com muito tesão, não aguentei e gozei dentro do meu tio. Tirei meu pau, e então o meu tio puxou o JP eles ficaram trocando beijos, e ele então posicionou seu pau no cú do JP e começou a meter, o JP rebolava e gemia sempre pedindo pra meter mais, e falava como meu tio era gostoso, e como ele tinha desejado desde domingo passado, fiquei observando a cena, meu tio comeu o JP de quatro, de frango, de ladinho, e eu observando já com meu pau duro novamente e tocando uma punheta, até que sinto a presença de alguém, quando me viro era o Caio com aquele olhar de safado, já puxo ele para um beijo, e ele vai arrancando as roupas, o JP e o Alysson ficam observando e agora a diversão estavas completa, o Caio fala “tem espaço pra mais um ai?” tanto o JP como tio abriram um sorriso e o Caio se jogou na cama, ali a coisa pegou fogo, era tanto beijo e chupadas que não sei nem como descrever, mas enquanto meu tio e o Caio trocavam beijos, eu e o JP ficamos chupando, eu o meu tio, e o JP o Caio, ele tava assustado com a grossura do pau do Caio, então o Caio puxa o JP para um beijo e fala, “quero começar com você que não meti ainda, e logo depois vou meter no meu sogro, e no meu putinho” aquilo deu tudo um ar de tesão, e então o JP se posicionou de quatro e o Caio começou a meter, o JP fazia cara de dor, pq nunca tinha dado para um pau daquela grossura, mas o Caio sabia meter direito, meu tio se posicionou atrás do Caio, e ficou beijando seu pescoço e alisando seu corpo, enquanto eu dava meu pau para o JP chupar, meu tipo posicionou seu pau e começou a meter no Caio, que recebeu o pau do meu tio sem nenhum esforço enquanto metia no JP, o cheiro de macho exalava pelo quarto, e todos pingavam de suor estava um clima muito gostoso, éramos quatro putos ali fudendo sem se preocupar com nada, em somente satisfazer um ao outro. Meu tio parou de meter no Caio, e eu fiquei de quatro na cama ao lado do JP, trocamos beijamos enquanto recebia pica do meu tio, e ele do Caio, e logo eles mudaram de posição, e agora finalmente tinha um pau grosso do Caio atolado no meu rabo, e então o Caio me colocou de frango e começou meter em mim olhando com aquele olhar de safado que só ele tinha, esse olhar era que me matava de tesão, e foi com esse olhar, que eu gozei a segunda vez, e logo em seguida o Caio goza em mim, o JP e meu tio que observam a cena tocando punheta um para o outro, após o gemido alto do Caio, o JP jogou o Caio na cama e começou a meter, e meu tio fez o mesmo que tinha feito com o Caio, e começou a meter no JP, era um trenzinho muito safado de se assistir, terminou com o JP leitando o Caio, e o meu tio gozando novamente dentro do JP. Fomos os quatro para um banho, e lá rolou mais putaria, dei pro JP e o Caio dava pro meu tio, e depois invertemos, tudo isso com a água quente caindo sobre a gente. Eu e o JP estávamos chupando meu tio e o Caio, até que o Caio goza na boca do JP e meu tio goza novamente na minha boca, e eu puxo o JP para um beijo e dividimos as porras dos machos, e então ficamos em pé e o caio e meu tio se abaixaram e começaram a chupar nossas paus, que nao demorou e gozamos, e eles fizerem o mesmo se beijaram com nossas porras na boca.
O tempo realmente voou, e quando vimos, já era quase meia-noite. Caio se assustou com a hora, lembrando que precisava ir. Com um sorriso preguiçoso, ele se despediu de cada um de nós com um beijo rápido, deixando o apartamento envolto em uma calma silenciosa.
Eu, meu tio e JP acabamos por dormir juntos, sem forças para mais nada depois da noite intensa. Acordamos todos entrelaçados, e quando a luz da manhã filtrava pela janela, trazendo uma sensação de tranquilidade. Espreguicei-me, sentindo o corpo dolorido da noite passada.
— Bom dia, tô todo quebrado — comentei, rindo ao esticar os braços.
— Já podemos começar outra rodada — provocou meu tio, puxando o lençol e revelando-se com um sorriso malicioso.
— Ai, tio, até queria, mas o Silas mandou mensagem. Ele disse que vem já me buscar — expliquei, rindo do entusiasmo dele. — Mas vocês podem aproveitar o resto do fim de semana por aqui.
Meu tio trocou um olhar cúmplice com JP, e JP deu um sorriso, com um olhar sugestivo.
— Será maravilhoso! — respondeu JP, animado.
Levantei-me e fui direto para o banho, a água ajudando a afastar a preguiça e a preparar a mente para o dia. Era dia de ir para a praia de Pipa, um lugar que eu sempre quis conhecer. Senti um entusiasmo novo se misturar à preguiça da manhã, e terminei de me arrumar, já ansioso pela viagem com meu pai e o restante da família.
Arrumei minhas coisas e fui até a cozinha, onde meu tio e JP já estavam sentados tomando café. O sol entrava pelas janelas, iluminando o ambiente de forma suave. Havia uma sensação de calma e cumplicidade no ar, o tipo de conexão que só surgia entre pessoas que realmente se sentiam confortáveis juntas. Sentado ali com eles, trocamos sorrisos e piadas casuais, enquanto comíamos. Cada um comentava sobre as pequenas coisas do cotidiano, o que fizemos na noite anterior, e claro comentando sobre o pau grosso do Caio, o final de semana entre eles prometiam.
— Vou sentir falta de você aqui, sobrinho — comentou meu tio com uma piscadela. — Mas não vou mentir, também vou curtir conhecer melhor o JP?
Dei uma risada, entendendo bem o que ele queria dizer.
— Aproveitem bem então — respondi, levantando minha xícara de café num brinde improvisado.
Enquanto acabávamos o café, Silas me enviou uma mensagem avisando que já tinha chegado para me buscar. Levantei-me, me despedi dos dois com abraços e beijos, desejando um bom final de semana. Meu tio me informou que tinha mandado uma mensagem para Cláudia, que precisava voltar para o Alto, então ele e JP teriam o espaço só para eles. Saí com uma sensação de leveza e alegria, feliz por saber que meu tio e JP passariam o final de semana na putaria.
Desci com uma mochila nas costas e, ao chegar na rua, vi o carro do meu pai. Assim que entrei, fui recebido com sorrisos da minha mãe e de Sofia, que já estavam lá esperando. Dei um “bom dia” animado, trocamos alguns cumprimentos e nos ajeitamos para seguir viagem. Mas antes de partir para a praia, passamos para visitar Bruninho.
A visita ao Bruninho foi deliciosa. Passamos quase a manhã inteira com ele, enchendo-o de carinho e atenção. Ele estava animado,. Minha mãe e Sofia riam de sua energia, enquanto Silas e eu trocávamos olhares de orgulho. Bruninho era, sem dúvidas, um dos motivos mais fortes de conexão entre nós, e Letícia, com aquele jeito cuidadoso, acompanhava tudo com um sorriso tranquilo. Em um momento, até cogitamos levar ela e Bruninho para a viagem, mas Letícia achou melhor que ele ficasse, aproveitando um descanso mais adequado para a rotina dele.
Com as despedidas feitas e o coração aquecido pela manhã com Bruninho, finalmente saímos em direção à praia. Enquanto ajustava o cinto de segurança, meu pai virou-se para mim com uma expressão divertida.
— Quer dirigir? — perguntou, quase em tom de desafio.
Claro, aceitei na hora! Afinal, não era todo dia que eu tinha a chance de estar no volante do carro dele. A empolgação era visível, e ele sorriu, orgulhoso, enquanto nos preparávamos para o trajeto. No banco de trás, minha mãe e Sofia conversavam animadamente, trocando confidências, enquanto eu e Silas mantínhamos uma conversa leve e descontraída. A estrada parecia ainda mais curta com a presença de todos juntos.
Chegamos rapidamente à Pipa, e o chalé reservado pelo Silas era um verdadeiro paraíso. Um refúgio em meio ao verde, rodeado por árvores tropicais e flores vibrantes. O chalé tinha um toque rústico, mas ao mesmo tempo era extremamente refinado. Erguia-se em dois andares, com uma varanda ampla no segundo piso que proporcionava uma bela vista para a paisagem. Ao redor, uma pequena trilha de pedras levava até uma área comum com piscina e jardins cuidadosamente bem cuidados, onde outras cabanas pareciam se encaixar perfeitamente na natureza.
Quando entramos, o interior era ainda mais impressionante: uma decoração de madeira escura, com móveis elegantes e rústicos ao mesmo tempo. Havia uma ampla sala de estar com sofás confortáveis e uma cozinha aberta, impecável. Os dois quartos, um em cada andar, tinham um toque sofisticado, com lençóis de linho e travesseiros macios, prontos para uma noite tranquila. Me senti em um lugar especial, que traduzia todo o cuidado de Silas em nos proporcionar uma experiência única.
Assim que deixamos as malas, já coloquei uma sunga, e Sofia foi trocar para um biquíni. Fomos direto para a piscina enquanto minha mãe e Silas começaram a organizar as comidas. Entre risadas e conversas, mergulhamos, trocando lembranças e risadas. Embora eu raramente falasse de Sofia, nosso vínculo sempre foi muito forte. Mantínhamos contato quase que diariamente e costumávamos nos encontrar pelo menos uma vez por semana. Estávamos cada vez mais próximos, construindo uma relação que era mais do que apenas laços de sangue.
Pouco depois, minha mãe nos chamou para o almoço, e ao nos sentarmos, fui surpreendido por uma deliciosa refeição: feijão verde com carne de sol e acompanhamentos típicos. Estava tudo uma delícia, e a refeição só ficava mais animada quando minha mãe deu uma piscadinha e anunciou:
— Temos uma novidade para vocês — disse ela, sorrindo.
— Já fala, tia! — Sofia se animou, os olhos brilhando de curiosidade.
Minha mãe olhou para Silas, e ele deu um aceno sutil. Ela continuou:
— Ontem fizemos a ultra, e já sabemos o sexo.
Sofia bateu palmas, empolgada. — Ai, meu coração! Conta, conta, conta!
Minha mãe riu e nos deu a notícia com o brilho de felicidade no olhar.
— Vocês terão um irmãozinho!
Levantei-me, contagiado pelo entusiasmo, e nos reunimos em um abraço apertado, cada um trazendo seu próprio sentimento para aquele momento. Era algo simples, mas me fazia perceber o quanto eu finalmente tinha encontrado o sentido de família, deixando mágoas para trás e construindo algo sólido e verdadeiro.
— E o nome? Já escolheram? — perguntei, curioso.
Silas deu um sorriso orgulhoso. — Estamos pensando em Silas Carneiro Júnior.
Sofia riu. — Eu gosto! Mas vocês podiam escolher um nome da moda, tipo... Enzo!
Rimos juntos, e minha mãe deu uma risada leve, balançando a cabeça.
— Eu gosto de Enzo, mas Silas está empolgado com a ideia de um júnior. Vamos decidir isso com calma — respondeu ela, sorrindo.
O resto do almoço foi repleto de risadas e conversas sobre o futuro. Fiquei feliz ao pensar que Bruninho e meu novo irmãozinho poderiam crescer juntos, e, durante a tarde, enquanto relaxávamos no chalé, eu e Silas acabamos na piscina, conversando sobre o passado e o presente.
Silas me olhou com uma expressão emocionada.
— Não me canso de olhar para você e sentir emoção, meu filho. Nunca vou deixar de pedir desculpas por tudo — ele começou, com um olhar sincero.
Senti um aperto de timidez, mas respondi, tentando tranquilizá-lo.
— Já disse que não precisamos mais ficar presos ao passado. O que passou, passou, e hoje somos uma família.
Ele assentiu, respirando fundo. — Mesmo assim, é importante para mim. Sabe, aquele dia em que te vi na fazenda, você chegando sério... Aquela cena nunca sai da minha cabeça. Eu sabia que conquistar um espaço na sua vida seria um grande desafio, mas jamais pensei em desistir.
— Confesso que estava bem tenso naquele dia. Era tudo muito novo, e eu ainda guardava muita raiva e mágoa. Não sabia como agir.
Ele deu uma risada leve, se lembrando. — Imagino. E ainda teve o Alysson te "obrigando" a ir comigo para a cidade... mas, por mais que você ache que foi combinado, não foi.
Soltei uma risada. — Foi engraçado mesmo, mas eu tinha que obedecer as ordens do meu patrão, né?
Silas fez uma pausa, o olhar ainda carregado de emoções e disse:
— Eu tava pensando, filho, por que você não para de trabalhar pro seu tio? — disse meu pai, enquanto tomava um gole de cerveja. — Você precisa se dedicar mais à faculdade. Vai chegar um momento em que as coisas vão apertar.
— Pai, eu sei disso, mas gosto da ideia de trabalhar e ter meu próprio dinheiro. — respondi, sentindo uma certa resistência em abrir mão do que já estava construindo.
— Eu entendo, e já te disse que posso te ajudar. E, olha, se você faz tanta questão de trabalhar, poderia considerar uma das minhas clínicas de nefro. Pelo menos, teria um contato mais próximo com o que realmente quer pro seu futuro. — Ele fez uma pausa e completou: — Eu sei que você gosta do seu tio, e sei que ele te dá bastante flexibilidade, mas, vamos ser honestos, ele faz isso porque você é sobrinho dele. Ele não pagaria o mesmo pra qualquer funcionário que aparecesse lá de vez em quando, sem seguir uma rotina, entende? Acaba sendo algo mais fácil, mas que só funciona pelo laço familiar.
Fiquei em silêncio, refletindo sobre o que ele disse. De fato, o trabalho com meu tio sempre tinha sido tranquilo, até mesmo confortável, e eu nunca me preocupei em seguir um horário rígido. Mas também me orgulhava dessa independência, da possibilidade de bancar meus próprios gastos. Senti que precisava argumentar.
— Eu entendo o que está dizendo, mas o tio realmente precisa de mim. Além disso, ele pagou um ano do meu aluguel logo no começo, quando eu estava me mudando...
— Sobre isso, tem algo que preciso te contar. — Meu pai lançou um olhar mais sério e continuou: — Não fica bravo, nem comigo nem com o seu tio, mas aquele apartamento onde você mora… fui eu quem comprou. Na época, o Alysson insistiu que você merecia ter um lugar seguro pra chamar de seu, então acabamos criando essa “mentirinha”. Inventamos a história do aluguel pago porque sabíamos que você não aceitaria um presente assim, de cara.
Fiquei surpreso. Era como se, de repente, uma verdade oculta estivesse sendo revelada.
— Então quer dizer que… o apartamento é meu? Posso até reformar, se eu quiser?
— Sim, filho. — Ele sorriu, aparentemente aliviado por ter contado a verdade. — A gente sempre planejou te contar depois, mas eu sinto que agora é o momento certo. Você merecia saber.
Respirei fundo, tentando digerir toda essa informação. Esse gesto deles, mesmo que escondido, trazia um significado profundo. Eu tinha lutado tanto para ser independente, e, ao mesmo tempo, esse apoio silencioso mostrava que minha família estava ali, me dando segurança, mesmo que eu não tivesse percebido.
— É muita coisa pra processar, sabe? Eu nunca estive acostumado a ter essas coisas “fáceis” — confessei, um pouco desconfortável.
Ele assentiu, entendendo a complexidade dos meus sentimentos.
— Eu entendo, Rafa. Mas lembra que você não teve uma vida fácil. Sei que essa mudança é grande, mas ela não te define nem apaga quem você é. Não estou tentando te “comprar” com essas coisas, e nem quero que você se sinta pressionado. Apenas quero proporcionar o que hoje posso dar, com gosto, como uma família faz.
— Eu te entendo, filhão, e sei que é muita coisa pra processar. Mas saiba que nada disso veio de graça, e você não teve uma vida fácil pra chegar até aqui. — Ele fez uma pausa, parecendo medir cada palavra antes de continuar. — Eu criei a Sofia com consciência sobre isso também. Ela nasceu num berço de ouro, com tudo aos pés, mas desde cedo aprendeu que o dinheiro não define quem a gente é. Eu sempre disse a ela que a vida pode mudar de um dia pro outro, e que a gente pode perder tudo. Ensinei que isso não deveria ser um problema pra ela, porque o que ela constrói vai muito além de coisas materiais.
Ele olhou para mim com uma expressão de orgulho misturado com seriedade.
— A Sofia sabe que o dinheiro existe, mas também sabe que ele não é tudo. Ela estuda, se dedica. Eu vejo isso em você também, Rafa. Você tem os pés no chão, luta pelo que quer. E não é porque eu te dou uma mesada, compro um apartamento ou um carro que você vai largar tudo pra viver de herança. Eu te enxergo de outra forma. Sei que você quer crescer, seguir seus sonhos, e é isso que me deixa orgulhoso.
Ele respirou fundo, e pude ver que aquele momento era importante pra ele.
— Hoje, graças a Deus, eu posso te dar coisas boas, posso te proporcionar conforto e ajudar na sua caminhada. Mas faço isso com gosto e porque acredito que é justo, não pra amenizar o que aconteceu no passado. Essa dívida de vida que tenho com você não é algo que o dinheiro resolve, e eu sei disso. Não quero comprar seu carinho, Rafa. Só quero que você saiba que estou aqui pra ajudar, porque acho mais do que justo.
Essas palavras tocaram profundamente. Ver o esforço que ele fazia para me oferecer apoio sem nunca tentar invadir meus espaços me fazia sentir mais acolhido. Entender que ele respeitava minhas escolhas e queria construir um relacionamento verdadeiro me fez enxergá-lo de uma maneira diferente, mais próxima e autêntica. Eu finalmente estava começando a aceitar a ideia de que podia contar com ele — não por obrigações, mas por uma escolha mútua de estarmos juntos.
— Então, queria combinar uma coisa com você. Vou comprar seu carro, e aí ficamos quites, sem eu me meter mais na sua vida — Silas disse, sorrindo de lado. — Você vai ter um apartamento, um carro e vou continuar pagando sua faculdade. Daqui pra frente, tenta seguir sozinho. Claro que, se precisar de ajuda ou de qualquer coisa, estou aqui. Ah, e pensa sobre trabalhar em uma das minhas clínicas. Acho que seria ótimo pra você, e seu tio com certeza vai te apoiar.
Pensei por um momento, considerando a proposta.
— Tudo bem, aceito. Posso escolher qualquer carro, então? — perguntei, tentando não demonstrar muito a animação.
— Pode sim. Mas eu sugeriria uma SW4, igual a minha. É um carro bom, amplo, e, embora caro, vai durar bastante até você se formar. Quando tiver o seu dinheiro, você troca, se quiser. O que acha?
Meus olhos brilharam de imediato.
— Eu sou apaixonado pela SW4! Meu tio tem uma também, e, na primeira vez que dirigi, prometi a mim mesmo que um dia teria uma igual.
Silas riu, satisfeito com minha empolgação.
— Pois bem, esse dia chegou. Podemos ir à loja na semana que vem, e você escolhe o modelo e a cor que mais gostar.
— Mas não é muito caro? — perguntei, ainda hesitante.
— Deixa o preço comigo, filho. Isso é um investimento em você.
Eu não consegui conter um sorriso largo e dei um abraço apertado nele. Era um pouco estranho aceitar tantas coisas, mas a proposta fazia sentido: ele estava me dando a base para que eu me dedicasse integralmente aos estudos e seguisse meus sonhos sem tanta pressão financeira. Mesmo assim, eu ainda queria conversar com meu tio para entender a visão dele sobre tudo isso.
O silêncio tomou conta do ambiente por alguns segundos enquanto olhávamos para a piscina. Foi então que Silas se virou para mim, como se verificasse que estávamos realmente sozinhos, e disse em um tom sério:
— Tenho muito orgulho de você, e quero que você me encha ainda mais de orgulho no futuro. Mas preciso te contar um segredo... algo que ninguém mais sabe. – ele olhou para trás pra ver que estavamos sozinhos.
Assenti, curioso.
— Pode deixar, pai. Vou me esforçar ao máximo e serei um médico como você. O que você quer me contar?
— Hoje eu me sinto profundamente orgulhoso por fazer parte da sua vida, por você ter me dado a chance de estar aqui, de entrar na sua vida — Silas começou, a voz embargada, os olhos fixos em algum ponto do chão, como se ali houvesse algo que o ajudasse a lidar com a carga que estava prestes a compartilhar. — Sou grato a Deus por isso, mas... eu me arrependi, Rafael. Me arrependi amargamente por tudo o que fiz com você e com sua mãe no passado. Abandoná-la grávida, rejeitar você antes mesmo de conhecê-lo… isso me assombra até hoje. Essa culpa se tornou minha sombra, e eu a carreguei por muitos anos.
Ele respirou fundo, a voz vacilando enquanto olhava para mim, os olhos brilhando em lágrimas. Eu podia sentir a intensidade daquela confissão.
— Quando a Sofia nasceu, prometi a mim mesmo que seria o melhor pai do mundo pra ela, porque não suportava a ideia de errar de novo. Mas... quando a Zoe nasceu, tudo voltou. Foi como se um filme passasse na minha cabeça, e eu me lembrei de tudo. O abandono, a rejeição. Comecei a ter crises de ansiedade... crises profundas, sozinho, sem poder falar com ninguém. Eu me sentia um monstro, achava que não tinha direito de viver, porque tinha um filho no mundo que estava crescendo sem o meu amor. E isso, Rafael, foi... devastador pra mim.
Ele parou, e o silêncio que se seguiu foi preenchido apenas pelo som da sua respiração entrecortada. Senti uma dor profunda se instalar no meu peito.
— Teve um momento... — ele continuou, a voz quebrando de vez, lágrimas correndo livremente pelo rosto — um momento em que eu cheguei ao ponto de querer acabar com tudo. Eu... tentei me enforcar. A dor, o peso, a culpa eram insuportáveis. Estava tudo preparado, e então a Yves entrou no banheiro. Ela não deveria estar ali, era para eu passar aquele fim de semana sozinho... mas ela voltou mais cedo de viagem. Ela me encontrou, chorou, fez um escândalo. Eu chorei junto, mas nem tive coragem de admitir o verdadeiro motivo. E naquele momento... naquele momento, minha vida desmoronou de vez.
Silas cobriu o rosto com as mãos, e eu, em choque, apenas ouvia, sentindo o coração apertado.
— Fiquei internado, fiz terapia, tomei remédios, tentei me curar, mas nada parecia preencher o vazio que eu sentia. Minha relação com a Yves mudou. Eu me tornei sombrio, como se uma parte de mim tivesse morrido naquele dia. Por mais que eu amasse a Sofia e a Zoe, eu sabia que faltava algo. Faltava... você.
Ele me olhou, e naquele instante, senti a dor do arrependimento e do amor reprimido que ele guardava.
— E então, um dia, o Alysson me ligou e falou que tinha encontrado você. Aquela ligação... foi como ver uma luz no fim do túnel. Era a minha chance de me redimir, mesmo sabendo que talvez você e sua mãe jamais me perdoassem. Mas agarrei essa esperança com todas as forças e entreguei nas mãos de Deus. A partir dali, eu voltei a viver. Voltei a ter prazer, a sorrir. Eu queria te conhecer, filho, queria pedir perdão todos os dias por tudo o que fiz. E eu agradeço, agradeço todos os dias por você ter me aceitado.
Ele soluçava agora, as lágrimas escorrendo sem nenhuma contenção. Eu mesmo já chorava, sentindo um misto de amor e dor.
— Tudo o que eu mais queria era o perdão da sua mãe, era conhecer você. Passar por isso sozinho foi... indescritível, uma das dores mais profundas da minha vida. Mas é por isso, filho, que eu te amo tanto. Por isso que nunca vou deixar de pedir desculpas, por mais que eu saiba que palavras não mudam o passado. Você é o maior arrependimento da minha vida, mas também é o meu maior orgulho. Obrigado... por tudo.
Eu não consegui dizer uma palavra. A voz dele, quebrada pela dor, as lágrimas que caíam, a sinceridade desesperada em cada palavra... tudo me atingiu como uma onda imensa. Quando ele terminou, não pensei duas vezes e o puxei para um abraço apertado, um abraço que carregava todas as dores e curas de anos. E ali, chorando com ele, senti que aquele era o perdão definitivo.
As lágrimas em meu rosto escorriam pesadas, carregando junto a dor, a compreensão e o perdão. Olhei para ele, o homem que havia sido meu maior mistério, o homem que eu odiara e aprendera a amar. E com a voz trêmula, mas carregada de uma certeza nova, falei:
— Pai, eu te amo. Eu quero que saiba que nunca vou te abandonar, nunca. Eu sei que você não pôde ser o meu herói quando eu era pequeno, que não fez parte dos meus primeiros passos, das minhas primeiras quedas… mas agora entendo, e isso ficou no passado. Agora o que importa é que estamos juntos. — Parei um segundo, a garganta apertada, engolindo um soluço. — Eu quero te dar muito orgulho. Se você não pôde ser meu herói naquela época, saiba que pode ser agora, e eu quero que você seja. Desculpa... desculpa pelas palavras que eu disse quando brigamos. Eu não tinha ideia da sua dor. Não imaginava que você carregava tudo isso...
Ele me encarava com os olhos marejados, o rosto transformado pela emoção que ele não escondia mais, e, entre soluços, continuou a chorar, sem nenhuma vergonha, sem medo de mostrar que ele também sentia.
— Pai... agora você tem uma nova chance. Você pode viver esse amor com a minha mãe, viver uma nova história com ela e com o filho que está a caminho. Temos tudo para finalmente ter nosso final feliz, e eu... eu tenho muito orgulho de você. Nunca mais duvide disso. Eu sou teu filho, pai, e você é importante pra mim.
Cada palavra que eu dizia parecia dissolver um pedaço do peso que ele carregava, parecia curar uma ferida que ele mantinha escondida. Silas chorava, soluçava, como se finalmente encontrasse paz nas minhas palavras. Entre lágrimas e olhares cheios de uma dor mútua, nos abraçamos de novo, um abraço longo, forte, como se tentássemos colar todas as partes quebradas um do outro.
Naquele instante, senti algo mudar dentro de mim. A dor foi se transformando em aceitação, a mágoa em compreensão. Aquele dia, aquele abraço, foram um marco na minha vida. Eu sabia que dali em diante, Silas não era apenas o homem que me deu a vida, mas meu pai de verdade. E eu faria de tudo para que ele se orgulhasse de mim.