Eu seguia mergulhado na confusão dos meus sentimentos, completamente perdido. Um certo distanciamento entre mim e o Bernardo começou a se formar, quase de maneira imperceptível, mas constante. Ele estava cada vez mais focado nos projetos e responsabilidades que meu tio lhe confiava na cidade do Alto, o que o levou a passar pouco tempo na capital. Para completar, ele decidiu trancar o semestre na faculdade. Enquanto isso, eu estava no segundo ano de medicina, prestes a iniciar o quarto semestre, atolado com as ligas acadêmicas nas quais havia conseguido aprovação. Esse conjunto de fatores nos levou a nos afastarmos naturalmente, como dois rios que seguem correntes opostas.
Morando com meu pai, acabamos criando uma rotina própria. Quase todas as noites ele aparecia no meu quarto, onde assistíamos filmes ou jogos juntos. E sempre acabava rolando alguma pegação, era um pouco arriscado, porque tinha minha irmã, e minha mãe, mas isso não impedia do Silas me chupar ou eu chupar ele, e a gente também transava, era tudo muito rápido, e muito gostoso por sinal, estava me fazendo bem, numa dessas idas ao meu quarto tivemos uma conversa sobre nossas relação incestuosa depois do meu pai leitar meu cú com sua porra:
– Pai tá sendo muito gostoso transar com você quase todos os dias; – Falei sussurrando.
– Nem me fala filhão, um dos melhores momentos do dia é chegar jantar com a família e vim passar um tempo com meu filhão, e aproveitar da melhor forma. – Ele falou e me puxou para um beijo rápido, dando um pequeno estalo.
– Quem diria que a gente ia chegar a esse ponto né?
– Nossa sim, devo admitir que jamais sentiria tanto prazer fudendo com meu próprio filho.
– Digo o mesmo paizão.
– Adoro quando você me chama de paizão.
– E eu quando o senhor me chama de filhão.
– Pra você é tudo bem fazermos isso né? Tanto eu com você, como você com seus tio, primos?
– Claro né, se não eu não namoraria o Bernardo, eu gosto, na real nunca imaginei que iria gostar tanto de transar com meu tio, pai, primo, é algo diferente, não é algo que eu sempre desejei, mas hoje saber que a gente está fazendo algo que se outras pessoas souberem e iriam julgar, dar muito mais tesão, não sei explicar ao certo.
– Sim, pra mim é só sexo, eu amo transar com meu irmão com você, com o Bernardo, confesso que não transava com a intensidade que você e seu tio transam pq sou mais contido com relação a isso, mas eu ultimamente taquei a foda-se e estou gostando muito.
– Eu adoro fuder com você, e sempre vou querer fuder, somos pai e filho e nossos laços serão pra sempre.
– Sim, concordo com você, e transar com você é uma forma de eu aliviar o tesão reprimido que eu tinha pelo meu pai, e infelizmente não consegui transar.
Seguimos conversando sobre esses assuntos, e mesmo com o risco que corríamos era sempre bom, meu pai queria combinar de passar um final de semana a sós comigo, para a gente aproveitar com mais calma, o que rapidamente aceitei, e já estava ansioso, afinal esses nossos encontros era cheio de cautela, não podia gemer, ficar 100% pelado, entre outras coisas, então o final de semana igual tivemos no rio, seria muito bom.
Minha relação com o Lucas continuava sendo um labirinto de emoções que eu não sabia decifrar. Ele parecia ser mestre em me confundir, em mexer comigo de maneiras que eu não conseguia explicar. Era como se ele soubesse exatamente onde tocar, não com as mãos, mas com palavras e olhares. Cada brincadeira que ele fazia tinha um peso estranho, uma dualidade que me deixava pensando por dias. Seria apenas amizade? Ou havia algo mais?
De vez em quando, ele me pedia a chave do meu apartamento para levar alguma menina. Eu fingia não me importar, mas, por dentro, cada pedido era como uma punhalada. A ideia de outra pessoa ocupando aquele espaço que, de alguma forma, eu queria que fosse só nosso me consumia. Sentia ciúmes — intensos, absurdos, irracionais —, mas no fim, sempre cedia. Dava a chave, sorria, e depois ficava ali, sozinho, imaginando o que estava acontecendo.
Era uma tortura silenciosa. Um desejo reprimido que não se calava, uma vontade de que ele percebesse o que eu sentia, mas, ao mesmo tempo, um medo paralisante de que ele descobrisse e me rejeitasse. Eu estava preso em um ciclo, alimentado por cada gesto dele, cada olhar que me fazia questionar se eu estava louco ou se havia mesmo algo entre nós.
O final de fevereiro chegou, trazendo com ele o carnaval. Decidi que passaria o feriado no Alto, afinal, era o primeiro carnaval organizado pelo meu tio como prefeito, e eu me senti na obrigação de prestigiar. Além disso, a influência dele nos garantia certas regalias: camarotes exclusivos, acesso privilegiado aos blocos, e tudo o que fazia diferença em uma festa tão grandiosa.
Era também uma oportunidade de matar a saudade do Bernardo. Ele estava envolvido em tantas responsabilidades que nossos momentos juntos haviam se tornado raros. Estávamos afastados, mas, naquele carnaval, parecia que o tempo retrocedia e nos conectava novamente. Entre risadas, música alta e multidões coloridas, a gente encontrava brechas para reviver o que sempre foi nosso: a cumplicidade e o carinho que nunca desapareceram completamente.
Enquanto isso, o Lucas tinha escolhido outro destino: Olinda. Durante aquele período, quase não nos falamos. Não sei se foi a distância física ou o fato de que ele parecia tão envolvido em sua própria folia, mas a ausência dele mexeu comigo. Era estranho curtir o carnaval cercado por gente, sentindo que algo — ou alguém — estava faltando, no ultimo dia ele posou uma foto nos storys com um menino, que era até bonito, e tinha o @ marcado, era @ArturCFigueiroe na legenda ele falava, melhor carnaval da vida com meu parceiro, claro que ali eu tive uma pequena crise de ciúmes, pq não sabia quem era, e ele havia postado uma foto e a legenda, não sei porque mas não fui com a cara desse Artur.
No último dia de carnaval, Bernardo me chamou para conversar. A expressão séria no rosto dele já indicava que o assunto era importante.
— Amor, preciso conversar com você.
O tom dele me deixou alerta, e meu coração disparou.
— O que houve? — perguntei, tentando soar calmo.
Ele respirou fundo, como se buscasse coragem.
— Então... tem um motivo para eu estar passando tanto tempo aqui no Alto, perto do meu pai. Eu devia ter te contado antes, assim que tomei a decisão, mas queria ter certeza antes de falar com você. Conversando com ele sobre sonhos e coisas que eu queria para a minha vida, decidi fazer um curso de aviação em São Paulo. Não sei se você lembra, mas eu te disse uma vez que meu sonho sempre foi ser piloto de avião. Sempre achei incrível, sabe? Meu pai vai me ajudar, e vou precisar passar um tempo fora para me dedicar a isso.
Por um momento, não consegui responder. As palavras dele soaram como um golpe, ainda que eu soubesse que ele não tinha a intenção de me ferir.
— Como assim? E você só me conta agora? — minha voz saiu mais baixa do que eu esperava.
— Eu sei que errei em não te contar antes — ele disse, a sinceridade evidente nos olhos. — Mas eu não queria falar até ter 100% de certeza.
Houve um silêncio pesado entre nós, até eu perguntar:
— E como a gente fica?
Bernardo desviou o olhar por um instante, como se organizar as ideias fosse tão difícil quanto dizer as palavras que viriam.
— Vou passar seis meses fora, Rafa. A princípio, é o curso de aviões de pequeno porte. Eu sei que essa distância já tem sido difícil pra gente. Querendo ou não, estamos mais afastados, e seria injusto fingir que está tudo bem.
Senti um aperto no peito. Bernardo era meu porto seguro, alguém que sempre esteve lá, mesmo nos momentos mais complicados.
— Então... você está dizendo que é melhor a gente terminar?
— Eu acho que é o mais justo para nós dois. Não quero que você se sinta preso esperando por mim, e, sendo sincero, nem eu sei como será minha vida nos próximos meses. Rafa, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida, mas talvez agora seja o momento de cada um seguir seu caminho.
As palavras dele doeram, mas também faziam sentido. Ele estava sendo honesto, algo que eu sempre admirei nele.
— Eu entendo... — disse, mesmo que a dor ainda estivesse viva dentro de mim. — Só quero que você saiba que vou torcer por você, de verdade. Você merece realizar seus sonhos, Bernardo.
Ele segurou minha mão e sorriu, um sorriso triste, mas cheio de gratidão.
— Obrigado por entender. E, por favor, não veja isso como um fim ruim. Você sempre vai ser especial pra mim, Rafa.
— E você pra mim, sempre — respondi.
— E voce sempre será meu primo, ou seja mesmo que um dia você fique com raiva de mim, ou eu fique com raiva de você, nossos laços serão eternos.
– Eu te amo Bernardo
– Eu te amo Rafael.
Quando ele me abraçou, senti como se fosse a última vez. Havia uma mistura de tristeza e aceitação, como se ambos soubéssemos que aquele momento precisava acontecer. E, pela primeira vez, eu senti que a gente estava realmente dizendo adeus, de uma forma madura e sem mágoas, nossos beijos transformaram em uma transa leve, cheia de amor, fizemos um sexo gostoso como nunca haviamos feito, não tinha a certeza se aquela seria nossa última vez juntos, até pq como ele havia dito, eramos uma familia, e sempre estariamos entrelaçados um com o outro, aquele termino sem dúvidas foi um dos mais maduros que eu tive em minha vida, e muita coisa ainda iria acontecer dentro desses seis meses.
Eu havia estabelecido um prazo para mim mesmo. Até a volta do Bernardo, eu teria que resolver meus sentimentos pelo Lucas. Não dava mais para fugir, fingir que estava tudo bem enquanto o caos tomava conta dentro de mim. Eu precisava criar coragem, enfrentar meus medos e colocar tudo para fora. Precisava saber o que ele realmente sentia, mesmo que a resposta fosse dolorosa.
Era o meu limite. Eu não podia mais me sufocar sozinho, afogando-me nas águas turbulentas e desconhecidas que eram o Lucas. Cada brincadeira, cada olhar, cada gesto dele me deixavam mais confuso, perdido, mas também alimentavam algo dentro de mim, uma faísca que se recusava a apagar.
Ao voltar para a capital, eu me agarrei à decisão como se fosse minha última tábua de salvação. Seis meses. Era o tempo que eu tinha para me organizar, para entender o que eu sentia, para encontrar uma forma de contar tudo para o Lucas. Eu sabia que não seria fácil. Ele era imprevisível, e o medo de perder até mesmo a amizade me assombrava.
Mas eu também sabia que não podia continuar assim. A incerteza estava me consumindo, e eu sentia que, se não fizesse algo, acabaria me perdendo nesse turbilhão de emoções. Não era justo comigo, e não era justo com ele.
"Que esse seja o meu prazo e meu limite", pensei, enquanto olhava pela estrada dirigindo. Não importava o resultado, eu precisava de respostas. Precisava de um ponto de partida ou de um ponto final. E, acima de tudo, precisava me libertar da prisão que eu mesmo havia criado.
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pessoal capitulo curto, só para voltar a postar, esse final de ano trabalhei muito e tive pouco tempo, mas agora vou retornar ao conto!