Dois Mochileiros e uma Barraca.

Era julho e a Chapada dos Veadeiros fervilhava. Hippies e andarilhos a dançar nas ruas de terra, turistas padronizados e em seus rostos as visíveis camadas de protetor solar, vendedores de artesanatos e seus sorrisos fáceis e bonitos. A vila mais parecia uma comunidade alternativa gigante. Já tinha gostado. Minha carona me deixou no comecinho da Vila de São Jorge, onde os carros já não poderiam passar. Era sexta e minha intenção era correr para encontrar um camping acessível. Fugi dos mais bonitos e de entradas vistosas. Dei preferência para um sem muita estrutura, apenas uma cerca demarcava o terreno e uma placa pendurada anunciava: camping do Jamaica.
Perfeito, eu pensei.
O proprietário me mostrou a pequena cozinha e os banheiros. Posso apostar que ele ficou com pena de mim, pois fechamos em um preço muito abaixo do que ele realmente cobrava por dia. Montei minha barraca na sombra de uma mangueira, mais ao fundo do quintal. Um barraca azulada e desbotada já estava montada ao lado do meu espaço. Meu "vizinho" parecia não estar em "casa". Deixei minhas coisas dentro da barraca e parti para desbravar a pequena vila. Pelo horário não partiria para alguma cachoeira, me restava conhecer o lugar que me abrigaria pelos próximos dias.
As horas passaram rápido. Joguei conversa fora com uma penca de outros viajantes. Pisando o mesmo chão de terra, todos parecem muito próximos lá. Era como um grandre quintal de uma casa só e todos éramos irmãos. Anoiteceu e o cansaço marcava presença. No dia seguinte pretendia fazer algumas trilhas, então minha noite acabaria cedo. Nada de algazarras. O camping parecia mais cheio. Fui recebido com alguns sorrisos dos novos vizinhos e sem demoras parti para um banho antes que todos os banheiros fossem ocupados. Banho rápido, mas preciso. Na cozinha me muni de uma panela pequena a disposição de quem acampava ali e preparei algo que sempre carregava comigo: miojo. Vida de viajante, meus queridos!
Uma lanterna iluminava a barraca ao lado da minha. De longe não conseguia ver, mas meu vizinho estava sentado sobre na porta de sua barraca. Ao me aproximar vi que ele tocava, quase em tom de mormúrio, uma gaita rouca. Fiz o mesmo que ele e sentei na porta da barraca de modo que conseguisse ver o tal moço soprador.
- Gosto de sua gaita - eu disse despreocupadamente. Ele tocou algo animado e muito curto. Soprou pouquíssimas notas.
- Isso foi um obrigado. Ela gosta de elogios. - Pude ouvir o riso baixo dele ao falar.
- Quanta simpatia, senhora gaita. - Eu fui obrigado a sorrir também.
O vi estender o braço a procura de um cumprimento enquanto falava.
- Chile. Prazer! Apertei sua mão macia de dedos longos.
- Chile tipo... Chile mesmo?- Perguntei curioso.
- Chile tipo... Chile mesmo - ele repetiu.
- O que acontece aqui? Terei que mudar meu nome também? Primeiro é Jamaica, agora Chile. Quero me chamar Afeganistão. - Eu ri vendo-o voltar para a porta de sua barraca.
- Escolhi o camping exatamente por causa do nome. Mas me chamam de Chile por ter morado algum tempo lá. Acabei carregando o nome do lugar comigo.
- Chile... - Eu repeti baixinho. - Aliás, meu nome é Caio. Não soa tão interrssante quanto o seu nome.
Ele sorriu enquanto juntava os dreads em um coque desarrumado no topo da cabeça. Eu só via sua silhueta, mas claramente ele era um tanto mais magro que eu e possivelmente da mesma altura. Chutaria até a mesma idade que a minha: 24 anos. Como se percebesse minha leitura ele virou um pouco de lado, deixando a luz da lanterna iluminar seu rosto em perfil. Notei sua pele branca e a barba levemente descuidada. Seu maxilar bem desenhado ficou perfeitamente visível sob a luz. Assim como seu peito liso. Por não mostrar músculos seu corpo entregava uma delicadeza suave e provocativa. Não consegui ignorar o quão ele era bonito.
- Me diga: de onde você vem? - Ouvi sua voz macia e um tanto rouca.
- De muitos lugares.
- De muitos lugares? Então não é um turista qualquer? - Ele me lançava um leve olhar enquanto perguntava.
Sua gaita estava pousada sobre o colo e em seus dedos um cigarro era enrolado. Maconha? Talvez.
- Estamos na mesma situação, rapaz! E isso? Vai dividir? Ele obviamente sabia que eu me referia ao cigarro em sua mão.
- Não há motivos para privatizar as delícias do mundo.
Ele me olhou com o sorriso mais brincalhão que eu já vira na vida. Duas covinhas marcavam o final de seus lábios grandes e ao sorrir seus olhos naturalmente se apertaram. Um mundo inteiro cabia naquele sorriso. Ele fazia jus ao boato que espelham de que os viajantes são naturalmente mais interessantes. Não demorou e ele acendeu o baseado. Puxou algumas vezes e me passou, novamente esticando o braço o máximo para chegar até mim. Fiz o mesmo: puxei algumas vezes, prendi a fumaça e passei o cigarro. Eu já poderia esperar que o efeito apareceria logo. Eu estava cansado e o corpo fraco. Ou ficaria um tanto alto e proporcionaria cenas hilárias ou apagaria de vez.

Acordei num susto com a sensação de estar sendo cozinhado dentro da barrada. Num pulo de desespero corri para fora dela. Um pingo de suor já escorria atrás da orelha. Barracas! O relógio do pulso me disse que passva e muito das nove horas da manhã. Aproveitei o despertar nada tranquilo e tomei meu banho matinal. Ao passar pela cozinha aberta vi um corpo ancorado ao lado fogão. Costas nuas e claras, cintura bem definida e quase modelada. A bunda marcada pelo tecido do short. Os dreads preso num coque no alto da cabeça denunciavam que Chile preparava algo. Eu torci para ser café. Torci também que me oferecesse, é claro.
Ele se virou como se soubesse que estava sendo observado e num sorriso supriu minhas esperanças.
- Café?
- Por favor!
Enquanto eu observava o bailar de seu corpo bonito, ele preparou o danado café e me serviu um copo pela metade.
- Você capotou ontem.
- Droga. Eu achei que ia ignorar isso - tomei um gole após soprar o líquido caramelo.
- Uma hora o corpo pede arrego - ele falou encostando na mesa ao meu lado.
- Coisa de quem vive da estrada. A gente sai capotando no meio de uma conversa mesmo. Aliás, que café danado de bom.
Ele sorriu e bateu seu copo no meu, imitando um brinde.
- Outra coisa: você fechou minha barraca ou eu fiz isso?
- Como um bebê, eu deitei você de ladinho e fechei a barraca.- Ele falou com um sorriso brincalhão.
- Não. Não. Tô parecendo aquela gente despreparada pra vida. - Tapei meu rosto com uma das mãos, envergonhado.
- Com direito a beijinho de boa noite e tudo mais. - Ele novamente riu tomando um gole do seu café.
- É o quê? - Eu exagerei na expressão de surpresa. - Não creio. Como?
- Assim... - Ele aproveitou a aproximação de nossos corpos e tocou meus lábios com os seus. Não foi um beijo completo, ele apenas selou nossos lábios demoradamente. Ao se afastar ele me serviu um sorriso convidativo. Eu fingi surpresa e toquei meus próprios lábios com meus dedos. Eu esperava por isso ao perguntar como tinha sido o beijo.
- Porque eu não acordei... - mormurei baixindo.
- Não vejo problema em repetir, agora acordado.
Com o mesmo sorriso divertido de covinhas brincalhonas e olhos apertados ele encostou seu corpo no meu. Sem espaços para respostas ele novamente tocou meus lábios com os seus, mas dessa vez a linguagem corporal pedia um beijo. Assim o fiz. Abri minha boca e dei espaço para sua língua macia e curiosa. Ela passeou por minha boca até encontrar a minha. A chupei. Suguei o gosto forte de café que permanecia na boca dele. Ele pressionou ainda mais seu corpo no meu quando me puxou pela cintura. Eu estava preso e gostava disso. Sua mão brincalhona entrou em minha camisa pela cintura e se arrastou por minha pele arrepiada. Eu sorri no meio do beijo e uma voz desconhecida, e risonha, nos alertou.
- Voltem para a barraca de vocês. Ou usem o banheiro.
Eu recuei um passo passando minha mão nos lábios, corado com o flagra. A moça ria e Chile entrara na brincadeira.
Ela deu meia volta com um copo na mão e sumiu entre as várias barracas armadas.
- A minha barraca ou a sua? - Ele ainda acariciava minha cintura enquanto perguntava.
- A sua. - Respondi um tanto trêmulo e arrepiado.

Mesmo na sombra já fazia muito calor dentro da barraca. Chile subiu minha camisa enquanto me beijava. O ajudei a fazer isso. Ambos de joelhos, o vi pausar o beijo para tirar o short. Fiz o mesmo. Eu vestia uma cueca branca um tanto folgada. Ele não usava nada por baixo. Sorri ao vê-lo nu. Ele me devolveu o sorriso recheado com as covinhas. Seu pau já estava duro. Adornado por pelos curtos e louros, não era grande demais, mas era grosso e parecia macio, tão macio que não demorei e logo estava deitado, com meu rosto na altura do seu membro rosado. O agarrei com um mão e o abracei com meus dedos. Chile sentou sobre os calcanhares e sem demoras eu enfiei meu rosto em sua virilha. Quente, úmida e já molhada de suor. Eu beijava sua pele macia ao mesmo tempo que molhava ainda mais com minha língua. O senti acariciar meus cabelos curtos e desgrenhados. Segurando seu pau pulsando entre os dedos, chupei suas bolas incrivelmente cheirosas. Ele suspirou e eu não consegui me controlar: abocanhei o pau e comecei a chupar num mistro de força e cuidado. O babava e sugava toda minha saliva, sentindo o gosto de sua pele gostosa. O suar já escorria em meu rosto e sentia meu corpo queimar mais que o normal. Eu estava molhado. Chile ainda mais que eu. Ele segurou meu rosto e impediu minhas chupadas, alegando não querer gozar naquele momento. Eu beijei sua barriga, contornei seu umbigo em beijos rápidos. Agilmente ele trocou de posição e agora sentado pediu que eu sentado em seu colo. Já havia me livrado da cueca há tempos e acatei seu pedido: minhas pernas deram uma nó em sua cintura enquanto eu sentei sobre suas coxas. Não demorou um segundo sequer e o senti colar seu corpo no meu. O suor fazia nossa pele quente deslizar. Chile laçou minha cintura com seus braços finos, mas fortes e eu não demorei a laçar seu pescoço da mesma forma. Alisei seus cabelos já molhados enquanto ele arrastava sua língua com força em meu peito. Eu tive que conter meu gemido. Ele já não se importava ao suspirar com força em minha pele. Cada centímetro do meu corpo reagiu quanto senti seu pau roçar entre minhas nádegas.
- Diga que eu posso. - Ele falou ainda enfiado em meu peito entre os suspiros.
- Você deve. E como quiser. Sou... seu... - Eu terminei de falar num gemido baixo, abafado pelos lábios apertados. O motivo? Ele abrira minhas nádegas com as duas mãos e brincava com a cabeça do seu pau entre elas. O membro deslizava já naturalmente lubrificado. A pele molhada de suor facilitava. Antes do pau senti seu dedo roçar a região. Me contorci colando ainda mais em seu corpo quando o dedo entrou em mim, Ele procurou meus lábios e me beijou lentamente enquanto enfiava dois dedos. Eu fui obrigado a soltar um gemido em sua boca. Ele me sentiu totalmente aberto e entregue, foi aí que ergui um pouco meu corpo e enfim sentei sobre o bendito membro. O senti entrar em mim. Ele garantiu que fosse lentamente. Os gemidos saiam lentamente a medida que eu ele abria caminho dentro de mim. Agarrei os cabelos de sua nunca quando senti, de uma vez por todas, seu pau inteiro penetrado entre minhas nádegas totalmente abertas.
- Estou dentro de você. Rebole em mim. Não o deixei esperar. Joguei minha cabeça para trás, apoiei uma de minhas mãos em seu jeolho e rebolei suavemente em seu colo. Como se fosse possível ele me abria ainda mais. Literalmente me fodia inteiro. O suor escorria por minhas costas até chegar em minha bunda. Nossos corpos estavam enxarcados. Eu rebolava mais forte a medida que me acostumava com seu pau cravado em meu rabo. Ele cedeu e sem medo gemia mais alto. Não me contive e gemi na mesma altura. A barraca agora era uma sauna.
- Isso. Não para. Rebola no teu pau. - Sua voz rouca ecoava.
- Meu... Meu pau. - Minha voz sempre falhava.
De olhos fechados o senti me erguer um pouco. Ele jogou meu corpo contra o chão da barraca e ainda cravado dentro do meu rabo, caiu sobre mim já num movimento rápido. Minhas pernas ainda seguravam seus quadris, mas o ritmo era ele quem ditava. Ele metia com força e claramente o impacto de nossos corpos provocavam barulhos que eram escutados lá fora. Seu pau escorregava com força pela parede do meu rabo e não mais sentia dor ou ardencia. Eu estava no paraíso.
Ele agarrou meu pênis pulsando de tesão com força e logo percebi que ele queria que gozassemos juntos. Ele me masturbava com força e, incrivelmente, ainda me fodia na mesma velocidade. Eu poderia morrer naquele momento. Seu corpo tremeu sob o meu. Meu corpo tremeu ancorando o dele. Seu pau quente explodiu dentro de mim ao mesmo tempo que eu gozei como nuca havia gozado em suas mãos. Ele urrou com seu rosto enfiado em meu pescoço e eu gemi alto e rouco cravando meus dedos com força em suas costas. Nossos corpos estavam colados e untados com suor e porra. Era a mistura perfeita.

Alguns minutos se passaram até eu sentir ele sair de cima de mim. Seu pau amoleceu ainda cravado em minhas entranhas. Suspirei com força quando ele se jogou ao meu lado, completamente molhado de suor e tentando recuperar o ar que nosso sexo havia roubado. Eu alisei seu queixo marcado e percorri seus lábios com meus dedos. Ignorando o calor que fazia dentro da barraca ele enrroscou suas pernas nas minhas e me puxou para junto de si.
- Até quem estava a um km de nós possivelmente escutou o que fizemos.
- Sabe a famosa capa de invisibilidade... Onde encontramos? Eu preciso sair daqui.
Ele riu e me abraçou com mais força. Senti um beijo rápido no canto dos meus lábios. Agilmente o vi vestir o short e sair da barraca não se importando se alguém estaria ali fora esperando ver os rostos de quem protagonizara essa festa de gemidos. Antes de sair me deixou um recado.
- Te espero no banheiro.
Irrecusável, não é mesmo.


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Comentários


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danieldotado Comentou em 07/09/2016

Eu amo seus contos.... Já os li várias vezes..

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braz1 Comentou em 07/05/2016

Um dos contos mais rico em excitação q ja li Vc e o máximo amigo.

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safadinho-louco Comentou em 01/04/2016

Delícia de conto, muito bem escrito

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haroldolemos Comentou em 01/04/2016

Sensacional! Perfeito! Bem escrito e tesudo demais! Os diálogos são muito excitantes! Parabéns, fera!

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carlos bh Comentou em 30/03/2016

Tesão! Muito bem escrito. Parabéns!




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Ficha do conto

Foto Perfil omochileiro
omochileiro

Nome do conto:
Dois Mochileiros e uma Barraca.

Codigo do conto:
81092

Categoria:
Gays

Data da Publicação:
29/03/2016

Quant.de Votos:
21

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